Codificada por vênus. 🛰️
Atualizada em: 24.11.2024
— Droga… — resmungou assim que outra mensagem negativa tomou conta de todo o visor.
Error 521. Setor 29-H comprometido
Já fazia algumas horas desde o primeiro aviso de erro do sistema, deixando não apenas o laboratório de , mas todo o prédio da empresa em completo caos. Qualquer código comprometido poderia gerar uma onda de mortes em toda a população – e tamanha catástrofe precisava ser evitada a todo custo.
Error 407. Dados corrompidos no protocolo Delta-9
Colocou a cabeça entre as mãos, sentindo-se totalmente impotente. Já havia virado sua terceira xícara de café em menos de duas horas, mas seu cansaço estava ganhando naquele momento. Sua mente parecia não conseguir mais processar as informações e os pop-ups neonque surgiam a cada dez segundos por toda a sua tela apenas pioravam sua dor de cabeça.
Independentemente de quem havia instaurado aquele suposto vírus no sistema, a pessoa estava no mínimo de parabéns, pois conseguiu tirar toda a sua paz e mobilizar mais de 45 laboratórios para tentar resolver aquela questão de vida ou morte o mais urgente possível.
começou a vasculhar os botões aleatórios que ela nunca tinha utilizado no decorrer de todo o projeto ætheris, procurando por uma solução.
ætheris era, atualmente, o projeto mais importante de toda a Seul. Sem ele, não seria mais possível que os seres humanos continuassem habitando no planeta Terra. Desde a última grande catástrofe mundial — uma combinação de ataques atômicos, crises climáticas e conflitos globais — a sociedade havia entrado em colapso. Era o sistema que oferecia oxigênio, água e os sais minerais necessários para a sobrevivência de toda a comunidade.
O laboratório estava localizado em um dos únicos pontos ainda minimamente habitável — embora com inúmeras restrições. Ali, conseguia manter o sistema ætheris em funcionamento, que era vital para garantir a sobrevivência de seus amigos e familiares. Essa responsabilidade fazia com que ela arriscasse sua própria vida todos os dias, sem hesitação.
Error 407. Dados corrompidos no protocolo Delta-9
A mesma mensagem apareceu pela segunda vez em menos de cinco minutos, deixando extremamente preocupada. A última vez que o protocolo Delta-9 dera problema, um dos pesquisadores precisou estabelecer uma conexão parcial e temporária dentro de uma das cápsulas de isolamento para conseguir acessar o programa de dentro.
O problema é que aquilo era extremamente arriscado.
encarou a tela LED colorida, cheia de símbolos de cuidado e caixas de mensagens estilo pop-up. Precisava agir logo.
Encarou todo o caos do laboratório. Ela estava sozinha; os outros cientistas dos laboratórios próximos haviam migrado para dentro de suas cápsulas, fugindo do seu suposto compromisso com a comunidade científica.
De repente, escutou um ruído alto, como se algo estivesse a ponto de explodir.
Procurou em cima da mesa qualquer botão que pudesse estar piscando mais forte, qualquer coisa que chamasse sua atenção no meio do caos. O ruído ficava cada vez mais alto, piorando sua dor de cabeça. Estava quase impossível permanecer naquele lugar.
Quando escutou um estrondo alto, seus olhos automaticamente se fecharam e seus joelhos cederam. De fundo, conseguia escutar seu grito de desespero, mas não enxergava mais nada em volta. A máquina parecia estar se autodestruindo.
Um… dois… três…, contava mentalmente tentando se acalmar. Não podia ceder ao desespero. A vida de milhares de pessoas estava em suas mãos. Precisava manter a sanidade.
Respirou fundo mais duas vezes, sentindo alguns músculos relaxando brevemente. O barulho continuava alto, agora com milhares de ruídos e avisos de alerta vindo do monitor. Aquele era, com toda a certeza, o maior pane no sistema que eles estavam enfrentando.
abriu os olhos minimamente, observando as luzes coloridas pelo reflexo do ladrilho branco no chão. Tirou as mãos dos ouvidos, que anteriormente abafaram um bocado os ruídos altos, agora posicionando-as sobre os joelhos para pegar impulso e se levantar.
Assim que encarou o monitor, constatou tamanho caos. Mesmo com os riscos em mente, procurou pelos óculos – que ela jurou nunca usar, no canto da mesa. Conectou-o no console de imersão parcial e, antes de se conectar de vez ao ætheris, deu uma olhada em volta.
Tirando a mesa de controle, seu amado laboratório estava organizado como sempre. Sua bolsa azulada, que foi o último presente de seu pai antes dele entrar na cápsula, estava pendurada no gancho perto de seu armário e ao lado de seu jaleco branquinho. Seus livros estavam perfeitamente alinhados e organizados por toda a prateleira em cima do pequeno sofá acinzentado – onde ela normalmente dormia quando não tinha forças o suficiente para ir até o andar dos quartos.
Sentiria falta do seu lar dos últimos sete anos.
Fechou os olhos, ajustando os óculos em sua cabeça e sentindo sua garganta secar nesse processo. Respirou fundo uma última vez, abrindo os olhos antes de pressionar o pequeno botão no lado direito dos óculos de imersão, sentindo o chão tremer sob seus pés e, de repente, tudo mudar.
Tinha entrado em ætheris.
— Você não deveria estar aqui — escutou uma voz masculina atrás de si, fazendo-a abrir os olhos que ela nem ao menos tinha percebido fechar.
O laboratório branco com o monitor colorido foi substituído por um hall sofisticado, de cores neutras e escuras, variando entre o marrom, preto e cinza. Havia um sofá no meio do cômodo, além de uma lava lamp alto ao lado. Encostada na parede que, de longe, parecia um veludo, tinha uma mesa comprida, ocupando toda a extensão da parede do fundo, junto de várias cadeiras e notebooks, todos fechadinhos.
se virou para ver quem estava com ela. Era um rapaz, ainda na casa dos 20 anos, vestido com uma camisa de botão preta, e calça escura de alfaiataria. Seu cabelo estava arrumado para trás, dando um ar poderoso para si. Se pudesse dar um chute, ela diria que aquele rapaz era filho de algum empresário bem sucedido e estava sendo treinado para ser o futuro CEO da empresa.
— Quem é você? — perguntou, esforçando-se para manter a voz firme.
— Alguém que vai te impedir de fazer algo estúpido.
soltou uma risada seca. Como se o vírus não fosse problema suficiente, agora ela precisava lidar com um obstáculo humano.
— Se você estiver envolvido com o vírus, eu serei obrigada a te desligar do programa.
— Boa sorte com isso, — ele sorriu, tombando a cabeça para o lado. sentiu um frio correr por toda a sua espinha. O desconhecido deu alguns passos em sua direção. — Você pode me chamar de .
Ele estendeu a mão. desceu o olhar, reparando nos pequenos detalhes como a boa cientista que era. tinha um rosto bonito e simétrico, quase perfeito. Sua pele era bem lisa, sem marcas, parecendo uma estátua grega esculpida pelos melhores artistas.
Precisou se esforçar para manter um sorriso de desdém.
— É um desprazer, — cumprimentou-o com um aperto de mão forte. Não podia demonstrar fraqueza alguma. Ela tinha certeza que estava lidando com alguém muito inteligente, e que seu problema com o sistema seria muito maior do que ela esperava.
— Vamos ver quanto tempo você vai aguentar aqui.
continua...
Nota da autora: Espero que você tenha amado esse prólogo tanto quanto eu. Para saber mais do meu mundinho de fics, me siga no insta!
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