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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Julho/2024.

Era verdade que Bucky era um cara observador. A maioria do tempo era possível encontrá-lo encarando séria e silenciosamente os outros.

E, é claro, era uma atitude totalmente compreensível, um sintoma de transtorno pós-traumático que acabou se tornando parte de sua personalidade. Mas, certas vezes, Barnes encarava certas coisas com uma atenção especial.

— Você nem devia ganhar presentes se não vai usar. Está agindo como acumuladora. — Ouviu , o extraordinário foco de sua atenção, dizer de forma meio grosseira para Cassie, antes de revirar os olhos e sair da cozinha, deixando uma expressão confusa e aborrecida no rosto de seus amigos.

— Ela está o próprio cavalo hoje — comentou Samuel, em tom de brincadeira, Cassie, Peter e Natasha concordando com risadas suaves.

Bucky não ficou para escutar o resto da conversa, saindo na mesma direção em que cruzara anteriormente.

Não tardou a encontrá-la no terraço, sentada num dos bancos de madeira próximo ao parapeito, enquanto escolhia uma música em seu celular e ajeitava os fones em seus ouvidos.

Barnes fechou a porta de vidro atrás de si, se dirigindo poucos passos até se recostar na mureta do parapeito.

o olhou de relance, voltando seu foco para o aparelho em mãos; pelo rápido franzir dos músculos de seu nariz, era perceptível que estava irritada.

Bucky soltou um pouco de ar pelo nariz, sorrindo.

E a inumana de cabelos voltou a fitá-lo.

— O que é? — perguntou, sem muito esmero ou doçura em seu timbre.

Barnes balançou a cabeça em negação, recostando-se ali, à frente-esquerda de , encarando-a.

Ela retirou os fones, bufando.

— O que é, Bucky? — tornou a questionar, séria e um pouco menos paciente.

— Está de mau humor há dias — constatou, como quem nota o tempo.

— Não estou. — Franziu o nariz de novo.

Bucky apontou, vitorioso:

— Viu só!

cobriu o nariz com uma das mãos.

— O que você quer?

Barnes contemplou o céu, estalou os lábios e finalmente deu dois passos para se sentar ao lado da inumana.

— Sabe o que dizem sobre essa onda de mau humor, não sabe? — falou, de forma presunçosa, olhando para o horizonte à frente.

franziu o cenho. Captara o tom sugestivo, mas ainda não entendia do que se tratava. Sua vontade era mandá-lo catar lata se ia ficar falando em enigmas, conversando sozinho.

Girou os olhos.

— O que é que dizem, Barnes? — indagou, em seu melhor tom debochado.

E, como resposta, o ouviu soltar o ar de seus pulmões suavemente, numa risada breve e convencida.

— Qual o motivo? — retrucou com outra pergunta.

— Não tem motivo.

— É claro que tem — tornou a dizer, como se fosse o dono da verdade.

Fosse outro dia, iria ter gosto em passar o resto da tarde jogando conversa fora, mas hoje, especificamente, aquilo a aborrecia.

— Não, Bucky. Não tem um motivo — bufou.

— Talvez eu possa ajudar.

franziu o cenho, o encarando surpresa. Bucky não a fitou de cara, mas, quando o fez, tinha um sorrisinho maroto cheio de segundas intenções.

— Acha mesmo que meu humor depende de — franziu ainda mais os lábios e o nariz, irritada — sexo? É isso que está me oferecendo, sargento? Mas que indecência! Certamente que suas misérias não são o que eu preciso.

E ao chamar o que ele tinha entre as pernas de misérias, qualquer homem poderia se ofender, mas não Bucky. Ele não era do tipo que se importava ou ficava na defensiva com isso, uma vez que não tinha qualquer insegurança deste teor.

Ele riu, suavemente, virando seu tronco no banco para ficar mais de frente para .

— Então me diga o que você precisa, doll — Barnes falou, num tom mais baixo, e molhou os lábios, encarando os dela.

mudava rapidamente o foco de sua vista entre os olhos azuis glaciais de Bucky e aquele sorrisinho canalha convidativo que exibia nos lábios lustrosos e rosados.

Talvez ele tivesse razão.

Caramba, como odiava aquilo!

Talvez seu mau humor fosse mesmo resultado de um frustrante período fértil. Hormônios infernais!

Talvez ele tivesse mesmo razão.

Barnes parecia poder ver as engrenagens na mente dela girando. Seus lábios se curvaram ainda mais aos cantos quando ousou erguer sua mão direita até a coxa de , a apertando levemente.

— É só dizer — falou, seu polegar fazendo alguns círculos na parte interna da coxa dela, por cima de sua calça, mas ainda lhe despertando sensações perigosas.

olhou em direção ao mezanino, não via ninguém. Provavelmente todos já haviam saído da cozinha.

Sentindo um ardor aflorar em seu corpo, expeliu o ar de seus pulmões, baixando a cabeça para ver a mão dele ali em sua perna.

— Como eu posso ajudar, doll? — Bucky perguntou, vendo morder os lábios sem sequer perceber.

De repente, ela tomou a mão humana de Bucky com suas duas, a afastando de sua coxa e cortando o afago que lhe fazia.

Bucky estranhou de início, mas a observou delicadamente tatear as veias visíveis do dorso de sua mão.

Nenhum dos dois nada dizia. Mas Bucky parecia enfeitiçado, aguardando no que aquilo levaria.

girou a mão dele dentro das suas, de forma que a palma de Bucky estava agora para cima. Ele a observou fascinado, enquanto ela se curvou e depositou um beijo suave no monte de vênus — a região abaixo de seu polegar. Ainda abaixada, ela ergueu apenas seus olhos negros para encarar o rosto dele.

E ele não podia negar que aquela visão começava a lhe despertar pensamentos muito mais impuros do que o que de fato ocorria.

selou seus lábios mais duas vezes, lentamente, fazendo caminho pela mão de Bucky do pulso em direção aos dedos.
Então ela ergueu de volta sua coluna, sem nunca largar a mão de Bucky, a trazendo para perto, a nível de seus olhos.
E, com a vista de Barnes totalmente focada e desobstruída nela logo ali à frente, observou bem quando os lábios dela deram mais alguns beijinhos na ponta de seus dedos.

Ele sorriu com a doçura do gesto.

Até, é claro, dois microssegundos depois, quando uniu os dedos indicador e médio de Bucky e os colocou dentro de sua boca, seus lábios os abarcando perfeitamente.

E ela os chupou, sua língua contornando as digitais e falanges de Barnes com maciez e calor, sua boca deslizando com facilidade por toda a extensão dos dedos.
Bucky sentiu quando as pontas de seus dedos alcançaram o fundo do céu da boca dela, as imagens que se formavam em sua mente o levando à loucura.

Sem conseguir se conter, acabou soltando um discreto som prazeroso de sua própria garganta enquanto expelia o ar de seu peito.

Se aquela sensação já era maravilhosa, imaginava como sentiria se outra parte de seu corpo preenchesse aquela região etérea.

Barnes sentiu o membro dentro de suas calças pulsar.

E, sem aviso prévio, liberou os dedos dele de sua boca e deu uma risada. Ele imediatamente sentiu falta do calor e do contato, mas seus dedos ainda tinham um pouco de saliva dela.

— Tem certeza de que sou eu quem precisa de ajuda? — acusou, sorrindo completamente cheia de si e apontando para baixo.

Bucky seguiu a direção e vacilou, se cobrindo com as mãos, xingando sob sua respiração.

se pôs de pé, ainda com um sorriso convencido e vitorioso, se curvando para alcançar o ouvido dele e murmurar:

— Adivinha quem vai ficar frustrado e mal-humorado agora? — Ela se reergueu, encontrando os olhos insatisfeitos de Bucky. — Boa tarde, sargento.

E então seguiu seu caminho até a porta do terraço, sumindo pelo prédio.

Bucky sequer pôde segui-la, em sua atual situação.

Ora, sequer podia culpá-la. Tentara iniciar um jogo que sabia muito bem que perderia.


FIM


Nota da autora: O trabalho dos heróis mais famosos da galáxia nunca acaba, exige honra e seriedade! Mas quando o grupo se junta para viver sob o teto financiado pelo Daddy Stark, são como uma boa e velha república. Não é a toa que Tony e Steve precisaram criar a campanha: "Sem Baixaria no Complexo!". Se tem placa, tem história. Obrigada por ter acompanhado a aventura de um dia no Compound. Zenith out. Câmbio, desligo. (Obs: comentem se quiserem saber sobre o dia em que todos os chuveiros da ala feminina queimaram. Ou aquela vez quando Clint Barton perdeu o hamster Dumpster Fire pela tubulação de ar.)

🪐


Nota da Beth Saturno: Eu não acredito que você me deu apenas ESSA MIGALHA, dona Zenith! Estou revoltada e indignada com a sua audácia. CADÊ O RESTO? Cadê essa mulher acabando com o Bucky? MEU DEUS! Só essa chupada nos dedos já desmontou ele todinho! Trate logo de escrever uma continuação ou serei eu a te trancar no meu porão! hahahaha.
Brincadeiras à parte (ou não), eu AMEI essa oneshot. Preciso de mais. Me alimente!

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