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Revisada/Codificada por: Calisto

Finalizada em: 19/07/2024

Hogwarts: Aula de Poções.

Clarke terminava de guardar seu material e prestava atenção no pergaminho que Snape pedia, era o último pergaminho do semestre e logo as provas iriam começar, mas antes, o tão esperado Baile de Inverno iria acontecer daqui um mês. Ela passava sutilmente os dedos sob a pena que utilizava para escrever e mantinha sua total atenção nas instruções que o professor passava. E, como sempre, era a última a sair da sala, essa era a única aula que tinha separada de sua melhor amiga, e era a aula que ela menos gostava. Clarke passou pela porta depois de tomar todo o cuidado com o armário de vidraria — era muito estabanada com objetos delicados.
Mas não era só mais um dia comum, onde todos os alunos já começavam a cochichar quem iria levar quem no baile e quais vestidos as meninas usariam para dançar com o seu par perfeito, era o dia de treinamento de Quadribol, e com isso, suspirou profundamente. Sabia que não iria encontra-lo para poder fazer mais uma de suas gracinhas com ela, entretanto, ela esqueceu que suas felicidades duravam pouco tempo.
O garoto saltou na frente de , com uma grande lata com alguma gosma fedorenta, mas antes que ele jogasse nela, Oliver surgiu na frente deles a pouquíssimos metros.
— Oi! ! — falou um pouco mais alto.
— Wood! — Seus olhos brilhavam. — O que faz aqui? — Se distanciou do garoto com o balde.
— Eu vim buscar você, fiquei sabendo que estava na aula do professor Snape. — Sorriu.
— Então vamos — apressou o jogador. — Eu quero ver logo o treinamento da Grifinória. — Queria sair de lá o mais rápido possível.
— Está tudo bem? — Estranhou o comportamento da amiga.
— Sim, Oliver, só quero chegar lá logo, prometi a Luna e a Gina que chegaria antes do time começar.
Oliver concordou com ela, mas mesmo assim ficou em alerta, ela nunca ficava tão tensa, não quando eles estavam juntos. Ela agia naturalmente e tranquila com ele, nunca ficava tensa, pelo contrário, ela era a de verdade, não ligava para seus problemas nem dos boatos que ficavam falando dela e muito menos para as gracinhas do Fred.
Os dois andaram rapidamente até a arena, Luna e Gina tinham guardado o lugar dos dois para assistirem ao treinamento. Rony estava desanimado por não ter entrado no time ainda.
— Você está bem? — Oliver perguntou sem tirar os olhos do treino.
— Bem, por quê? — Passou uma mão na outra.
— Só me preocupo com a minha melhor amiga.
— Sei. — Sorriu. — Sente saudades de ser o capitão do time? — Olhou para ele.
— Às vezes, ainda mais quando você vinha aqui e ficava me olhando.
— Para com isso. — Estava corada, parecia a plantação de morango. — Não precisa ficar me lembrando disso.
— Disso o quê? — Segurava o riso.
— Oli, pare com isso.
— Está bem, mas não esqueci da sua admiração por mim. — Se referia à paixonite que tinha por ele nos primeiros anos.
— Você é um completo idiota.
— Mas eu pago aquela promessa.
— Pelas barbas de Merlin! Você ainda lembra disso! — Olhou espantada. — Não precisa fazer isso não.
— Mas eu prometi. — Apoiou no banco de trás.
— Nem pense. — Colocou uma mecha atrás da orelha.
— Olá! — os gêmeos falaram juntos.
— Oliver! — George abraçou o amigo. — O que está fazendo aqui?
— Recebi uma carta da professora Minerva, e depois que falei com ela, vim ver vocês, e essa garota aqui. — Olhou para .
Fred sentiu a pior sensação que ele não queria sentir, ainda mais com a garota que estava alguns centímetros longe dele. Respirou fundo e deixou sua imaginação fluir a ponto de esquecer com quem estava conversando.
— E quem se preocupa com ela?
se recuou, agora Wood entendeu o que ela queria dizer sobre a tensão dela. já tinha comentado sobre algumas gracinhas que Fred tinha feito, mas nunca mais tocou no assunto, mas era sempre ele, nunca o George junto das travessuras do irmão. Wood olhou para Clarke, que mantinha o rosto oprimido, não queria ver a amiga daquele jeito, e mais tensa do que antes. Ele segurou a mão dela que estava sob o banco de madeira.
— Nós, e principalmente eu. — Fitou Fred.
— A professora McGonagall —Gina anunciou, aproveitando para intervir também ao ver que o clima entre o irmão e o amigo estava ficando tenso.
— Senhor Wood? — a mais velha o chamou.
— Sim, professora. — Se levantou.
— O diretor Dumbledore pediu para entregar isso diretamente a você. — Entregou a carta. — É para ler sozinho — falou em um tom médio.
— Obrigado. — Guardou no bolso.
— Vai ler sozinho? Ou vai contar para a gente? — George indagou metediço.
— Se não for nada de mais, eu conto. — Sentou. — Se não, eu não irei contar. — Olhou para , ele contaria para ela.
— Ele está escondendo algo da gente e não quer assumir — a garota falou.
está certa, ele está escondendo algo de nós — Gina comentou, queria encher o saco do amigo.
— Oliver, como é bom te rever. — Harry se aproximou do amigo e o abraçou. — Está de passagem? — Colocou a luva no banco.
— Sim, mas não é por muito tempo, hoje à noite eu já volto.
— Mas já?! Nós nem sairmos juntos, quer dizer, nós todos. — corou.
— Podemos tentar fazer isso ainda hoje, é só pedirmos autorização. — Gina deu a ideia.
— Só vermos com os nossos diretores — Luna disse. — Eu e vamos ver agora, né?
— Sim. — Se levantou.
— Antes, tenho que conversar com você, me espera no pátio principal — disse ao segurar o braço dela delicadamente, a impedindo de sair.
— Ok. — Sorriu, amigável. — Vamos, Luna?
Lovegood assentiu com a cabeça e saiu andando logo atrás de sua amiga. Clarke passou por Fred, e pôde perceber que o garoto estava diferente, nem mesmo sequer riu da menina, tinha algo de contrário, entretanto ela não se importava de saber o que era, estava muito feliz por ser só assim, sem ele a “atrapalhando”.
— Você acha que ele quer algo com você? — Luna quebrou o silêncio.
— Acho que ele quer saber algo sobre o Fred, eu conheço ele — foi sincera e curta, não queria falar do assunto.
— Hum. — Fez uma careta demonstrando que a compreendia.
Luna entendeu a indireta, afinal ela estudava com a amiga desde o primeiro ano. As duas chegaram na sala do professor Flitwick, conversaram e explicaram a situação, e não tinha como responder com um não para as melhores alunas dele. Então, elas foram avisar seus amigos, e assim combinaram um lugar para se encontrar e iriem ao Beco. se aprontou primeiro, avisando Luna que iria esperá-la no lugar combinado e só ia descer agora para poder conversar com Oliver tanto sobre o olhar dele quanto as provocaçõezinhas dele.

sentou-se ao lado de Wood, ele a olhou e sorriu, o que passava em sua mente era bem mais que qualquer outro momento, o que ele nunca achou que poderia acontecer estava acontecendo, ele a desejava. Por impulso, ele levantou, estendeu sua mão para a amiga e a guiou para a ponte. Eles andaram lado a lado sem trocar uma sílaba, apenas observando o pequeno sol que se esforçava para sair em um dia frio. Clarke encostou-se em uma das vigas de frente para seu amigo, e ele encostou-se à viga oposta, foram poucos segundos naquele silêncio até quebrá-lo.
— Está tudo bem?
— Sim, por que não estaria, ?
— Faz dez minutos que você está me olhando.
Ele ficou sem jeito, não queria falar agora, afinal, não tinha certeza.
— Eu percebi que você estava meio tensa mais cedo. — Não omitiu. — Me diga, está tudo bem entre você e o Fred?
— Sim — falou, sem mais delongas.
— Não parece. Eu conheço você, não queira esconder essas coisas de mim. — Segurou a mão dela.
— Se você sabe, então por que pergunta?
— Porque quero saber de você, e não por eu adivinhar. , você sabe que eu não gosto de ver você assim, o fato de você... — buscou palavras. — Assim, não quer dizer nada, você sabe. Você não pode deixar. — Foi interrompido.
— Eu realmente não tenho mais me incomodado que falem que sou filha da Bellatrix. — falou o nome a seco. — Nem mesmo que sou uma garota rejeitada pelo Lord das Trevas, e não saber quem é meu pai verdadeiro, eu estou bem, acredite. — Sorriu verdadeiramente.
— Então. — Se aproximou. — Por que o desconforto todo com o Fred? — Não era isso que queria perguntar.
— Não tenho desconforto nenhum com o Weasley.
— Tem, eu vi, e conheço seus gestos. Me fale, por favor.
— Eu achei que gostava dele, mas depois percebi que não gosto, é isso. Matou a curiosidade? — Cutucou suave a barriga dele. Que não pôde negar ter sentido os músculos ressaltados ali.
— Quer fazer um teste para saber se você gosta dele ou não?
— Como? — Entortou a cabeça, demonstrando curiosidade.
Oliver apoiou sua mão acima da cabeça da garota, ele a fitava calorosamente — apenas no sentido de amor, e não conseguia esconder isso. Já fazia um bom tempo que se pegava pensando o quão bom era passar os milésimos de segundos ao lado da estudante.
— Lembra-se daquela promessa? — Voltou ao assunto.
— Como não lembrar. — Não hesitou.
— Se quiser. — Se aproximou mais ainda. — Eu posso te ajudar e cumprir. — Segurava a mão dela e acariciava a mesma.
, pela primeira vez, não impediu que ele fizesse algo, apenas o olhava fixamente. Isso para ele foi a confirmação de que ela permitiu, finalmente, que ele pagasse sua promessa, a promessa que ele fez há quatro anos atrás.
Oliver soltou a mão dela e subiu educadamente para o rosto, acariciando-o, e colocou o cabelo dela para trás. Seu coração batia rapidamente, parecendo a torcida da Copa de Quadribol. Por que ela? Por que sua melhor amiga? Ele perguntava constantemente para si mesmo, com tantas bruxas, ele foi sentir atração pela única que mantinha uma amizade esplêndida. Não era possível isso, era algo do mundo dos trouxas. Era inexplicável.
Quando ele estava mais próximo e eles estavam prestes a fechar os olhos, e Oli escutaram as vozes dos seus amigos, principalmente de Fred e George, todos riam de alguma piada que os gêmeos tinham contado. Eles se separam e apenas ficaram do lado. Ao avistarem os amigos, eles fizeram um sinal e todos foram para a Hogsmeade.



Três Vassouras.

virava sua primeira caneca de cerveja amanteigada e encostou-se, tirando o cachecol da Corvinal que estava em seu pescoço, e colocou entre ela e Luna. Eles riam e conversavam, Oliver contava todas as situações engraçadas que ele passou, e claro que isso fazia com que todos se alegrassem ainda mais — com todas as certezas, era por conta da cerveja amanteigada. Fred não gostava muito da aproximação dos dois, já estava encostada nele enquanto o ex-capitão tinha o braço em volta dela, apoiando no encosto.
De tanto tomarem a cerveja, a menina se levantou junto de sua amiga, Gina, e foi para fora do local humilde. Elas deram uma volta e pararam em frente da doceria, Gina entrou, enquanto se recusou a adentrar; ela ficou encostada no lado de fora do lugar, olhando a pequena movimentação da rua enquanto mexia em um pequeno objeto de prata. Sem ela perceber, Fred se aproximou dela e encostou, deixando centímetros para se aproximar mais.
— Fred! — disse, assustada, dando um pulinho de leve. Ela foi para mais longe.
— Está com medo?
— Claro que não, você só me assustou.
— O que é isso? — Olhou curioso para o objeto na mão de .
— Não é nada.
Tentou esconder, mas Fred foi rápido pegou o pequeno objeto e começou a analisar. Era pequeno, um pequeno pingente prata, com uma escrita ilegível, parecia que o objeto podia ser aberto, mas sem feitiço, com uma pequena chave talvez, porém ele não tinha uma fechadurinha. Ele ficou curioso e mais que isso, não queria devolver para a garota, ele tinha quase que certeza — total certeza — que não era dela.
Fred fechou a mão, deixando o pingente totalmente escondido, entrou em pânico, não sabia o que fazer, ela ficou olhando enquanto ele se distanciava, só depois de alguns minutos ela saiu correndo na direção dele, em direção às árvores. Ela chegou no local e ele estava encostado em uma árvore, tentando abrir o pequenino objeto. Weasley não queria abri-lo por pura curiosidade, ele de alguma forma sentiu que ela desejava a medalhinha aberta. Era como se ele, por um momento, sentisse algo mais forte dentro dele. Forte por ela.
se aproximou dele no exato momento que escutou o click da direção do grifinório. Seu coração ficou repleto de raiva; pelo som, ele havia quebrado o pingente, e ela não acreditava. Seus olhos já não aguentavam, ficaram marejados. Assim que ela ficou de frente para ele, pôde ver um sorriso satisfatório nos lábios do ruivo. Ela nem fez questão de olhar o pingente.
— Eu não acredito que você quebrou, Fred! — Sua voz estava trêmula demais. Quase soluçava. — Eu só tenho isso dos meus pais, e você quebra, como ousa fazer isso com algo que me pertence? Eu não fui abandonada sozinha na rua com esse pedacinho à toa! — Apontou para a mão dele. — E agora você vem e quebra?!
O sorriso saiu de seu rosto, era a primeira vez que a via chorar a ponto de não conter as lágrimas na sua frente, e nunca nem sequer presumia que ela fora deixada na rua apenas com um pedaço metálico. Então algumas coisas sobre ela fizeram sentido para o bruxo. Se desencostou da árvore, olhou fundo para os olhos castanhos avermelhados da menina e segurou a mão dela, deixando o pequeno pingente deslizar sobre seus dedos até tocar a palma da mão dela.
— Eu não quebrei, eu abri para você, não queria ver você tentando abrir uma coisa por medo de quebrar. Eu fiz o favor, se quebrasse, você não se sentiria culpada, e sim me culparia. — As palavras saíram de sua boca na mais singela sinfonia de honestidade.
Olhou para sua mão e viu o objeto aberto em sua mão, suas lágrimas aumentaram mais, mas dessa vez eram de alegria. Pela primeira vez, viu como eram as silhuetas de seus pais, cada lado tinha uma foto dos dois — homem e mulher — segurando a pequena nos braços, ambos a balançava, entretanto mantinham a cabeça baixa, olhando para a filha nos braços. Havia um sorriso nos lábios dela.
— Você conseguiu abrir — falou em quase um sussurro. — Eu passei tanto tempo tentando, obrigada, Fred.
O abraçou tão forte que quase o deixou sem ar, ele retribuiu o gesto afagando os cabelos enrolados da menina. Estava tão bem com ela em seus braços que, por um momento, desejou que ela nunca saísse de lá. se afastou e olhou para a medalhinha aberta, agora ela tinha medo de fechar e não conseguir abrir. Fred enxugou as lágrimas que estavam no rosto dela, arrumou o cachecol e ajeitou os fios morenos dela.
— Será que abre depois de fechar? — Encostou na árvore.
— Podemos tentar, posso? — pediu permissão para fechar e abrir. Ela concordou.
Fred fechou, e com cuidado, abriu e olhou para ela, que tinha um sorriso de orelha a orelha por ver que o pingente abria e fechava.
— Se ele emperrar novamente, pode pedir para mim.
— Irei correndo para você. — Ruborizou. — Figo, digo, até você. — Até trocou as palavras.
— Estarei esperando você. — Ajeitou os fios dela por conta do vento gélido.
E ali mesmo, sobre a bochecha ruborizada de , ele permaneceu fazendo um carinho sutil. Sua mão suava frio, ele sentia a melhor e a pior sensação ao mesmo tempo, tudo por estar ali do lado dela. E mesmo sem entender o porquê disso agora, ele só aproveitou o momento, encostado naquela árvore enquanto o vento gelado, sem a neve, deixava o tempo parado.
esperava alguma atitude, ela não queria ficar ali o olhando enquanto tomava uma decisão, se sequer era isso que passava nos devaneios dele. Se ele demorasse mais um segundo, ela ia se despedir, agradecer e ir embora, fingindo que nada naquele momento havia acontecido.
E aqueles segundos se tornaram longos para ela, e quando ela desistiu de esperar e resolveu ir embora, o ruivo a colocou de frente, bem próximo dele, onde era possível sentir suas respirações se misturarem. O vento esfriava mais e, para a sorte dos dois, pequenos flocos de neve caíam naquele momento. Podia-se falar tudo, mas isso não era uma simples magia, era a magia do amor. Eles se beijaram debaixo da árvore com alguns flocos entre eles. Fred a soltou aos poucos, mesmo com ela relutando em sair de perto dele.
Weasley a olhava com um pequeno sorriso nos lábios, sentiu suas pernas tremerem, e se tudo aquilo foi uma armadilha e os amigos dele estivessem esperando para saírem e riem dela? E se ele havia deixado alguma câmera com algum amigo para tirar foto daquele momento e a difamar de alguma maneira? Ele nunca foi legal com ela, nunca nem sequer se candidatou em ajudá-la, seu medo só aumentava a vontade de se auto xingar também, ela prometeu, jurou que não voltaria a sentir atração pelo ruivo.
Saiu sem dizer nada, só segurando o pingente em sua mão e tirando o cabelo do rosto, já que o vento insistia em deixar voando em seu rosto. Weasley não entendeu nada, mas também não fez questão de ir atrás da garota, estava com receio demais para sair dali, digerindo tudo que tinha acontecido com eles.
O bruxo voltou para o Três Vassouras, sentou-se em seu lugar, procurando indiscretamente pela menina, e a achou, voltando do banheiro com os olhos um pouco avermelhados. O resto do tempo, Fred não falou nada. Mesmo com rindo e se enturmando um pouco nas conversas, na hora de voltar para o castelo, foi na frente disparada, nem esperou sua amiga ou até mesmo Oliver, mas o jogador se aproximou de , roubando a ideia de Fred, que queria saber se estava tudo bem com ela.



No castelo, Wood ficou no dormitório dos meninos, era tarde demais para ele voltar, e Minerva não deixaria um ex-aluno sair tão tarde, mesmo sendo maior de idade. Fred ficou na dele, não se enturmou com os outros meninos, e principalmente com Oliver.
Ele sabia que não podia estar acontecendo, nem admitindo para ele mesmo que ele gostava dela. Ele gostava de uma garota da Corvinal, e a pior parte era que sabia que depois de tudo que tinha feito com ela, não teria como se aproximar da estudante. Restava agora concluir seu ano letivo e vê-la com um jogador de quadribol.
Os dias se passaram, Wood já havia ido embora e ficava cada vez mais estranha, evitava de todas as maneiras, passava bem longe de todos os amigos do Weasley e até mesmo dele.
Entretanto, na manhã de calor aconchegante, Clarke descia as escadas da torre de adivinhação, estava prestes a sair do último degrau, quando esbarrou com o ruivo. ficou pálida em vê-lo, estava tomando tanto cuidado que até mesmo quando ela precisava tirar algumas dúvidas — seja com professores ou seus amigos, ela tomava muito cuidado. O garoto só queria falar com ela.
— Fugindo de mim? — Fred a indagou.
— Não, claro que não, só preciso focar nos estudos. — Tentava se manter serena. — Com licença, preciso me encontrar com as meninas.
— Espera. — Colocou o braço na frente dela, apoiando este na parede. — Elas não vão se importar se você demorar um pouco.
— Eu preciso ir.
— Eu fiz alguma coisa para você se afastar de mim?
— Não, claro que não, mas eu não sou besta. — Juntou toda a sua coragem. — Eu sei que o que aconteceu aquele dia foi mais uma de suas gracinhas, você realmente acha que eu não sei? É o seu tipo, fazer essas coisas comigo e querer depois que todos, e principalmente seus amiguinhos, riam de mim. — Suspirou fundo, não queria mais prolongar aquela conversa. — Fred, por favor, eu quero sair e ir me encontrar com minhas amigas, agora se você me der licença, eu agradeço.
— Você está insinuando que foi uma das minhas brincadeiras? — A raiva tomou conta do coração do grifinório.
— Mas não foi? — Suas mãos suaram frio, sentiu seu corpo estremecer todo.
— Foi! Claro que foi.
— Eu sabia. — Cerrou os punhos. Mas não queria demonstrar sua raiva. — Não tem como não saber que era, afinal faz bem o seu tipo.
tirou o braço dele da frente e passou, segurando as lágrimas, ela não queria demonstrar para ele que queria que fosse mentira, que o beijo tivesse acontecido pelo mesmo sentimento que a bruxa sentia. O percurso todo ela foi segurando as lágrimas, até se encontrar com suas amigas, sentou-se ao lado delas debaixo da árvore e começou a ler o livro que trazia junto a si, tirou o cacho de uva de dentro do potinho, ambos estavam na mochila. Hermione estranhou o comportamento da menina, afinal ela ia estudar com ela naquele momento, ela precisava estudar já que não compreendia muito as aulas do professor Snape — e nada melhor que a ajuda de uma pessoa brilhante como a Mione.
— Está tudo bem? — Hermione perguntou.
— Sim, eu só vou ler esse livro, ver se consigo compreender.
— Mas você não queria ajuda? — indagou, confusa.
— Sim, mas não, obrigada.
— Eu ajudo, olha...
Hermione ajudou nas matérias que ela não compreendia, e assim conseguiu distrair seus pensamentos.
Aquele dia, passou bem lentamente para os dois, principalmente para o ruivo, que não sabia o motivo de ter concordado com ela, era tão mais simples apenas dizer que era verdade, e pronto, ele poderia estar com ela... Mas não queria pensar nisso, o que ele sentiu foi passageiro e teve a certeza disso quando convidou Angelina para o baile. Ah, o baile, aquele que não iria, mesmo se apaixonando pelo vestido que tinha visto em uma loja. E ficaria assim, apenas na loja.

Baile de Inverno.

Era a semana do baile, aqueles dias passaram tão rápido para , que estudou tanto para a prova do professor — que por mera coincidência ou não, era um dia antes do baile. saiu da sala, ela foi uma das últimas a terminar a prova, Hermione a esperava do lado de fora, e quando viu a menina sair com um sorriso no rosto, se alegrou, sabia que ela tinha ido bem no teste.
— E então? — Granger perguntou com um sorriso nos lábios.
— Eu acho que tirei nota máxima — falou, em meio a sorrisos.
— Sabia! Vamos, Luna e Gina iam pegar algumas bebidas na cozinha para comemorar. — Hermione a puxou pela mão.
Levou ela até o refeitório, onde as duas jovens as esperavam. Conversaram e riram, não parava de agradecer as amigas por terem a ajudado — era tão bom se sentir amada. No entanto, toda vez que a menina se sentia alegre, algo acontecia, e tudo aqui que ela sentia acabava em questão de milésimos. Angelina sentou-se ao lado de Gina, que estranhou a atitude, e sem delongas, a menina perguntou para a Weasley:
— Seu irmão, Fred, ele gosta de que cor?
— Como assim?
— A cor favorita dele, ele me convidou para ir ao baile, e queria agradá-lo, afinal você já sabe, eu o amo.
Exatamente naquela hora foi como ter recebido a maldição Crucio e sentido todas as dores que o feitiço provocava: dores psicológicas e físicas em si mesma. Ele a convidou, e isso já bastava por hoje, não queria mais ficar ali. A informação foi tão grande que, ao se levantar, viu tudo em sua volta girar, sentiu calafrios e não pôde evitar o desmaio ali no meio do refeitório.
As garotas a levaram rapidamente para a Madame Pomfrey. A mais velha cuidou muito bem da menina, que foi diagnosticada com fraqueza e ansiedade — não era necessário dizer o motivo, já que sabiam que ela tinha feito a prova do Snape no dia. Pomfrey, depois de um tempo, pediu para que todos saíssem e deixassem a menina descansar e recuperar as energias para o baile, o baile que ela não ia. A notícia da menina percorreu tão rápido entre os conhecidos, que o homem precisou inventar uma desculpa para poder visitar sem que todos soubessem.
Embrenhou na ala hospitalar e viu a garota deitada sobre a maca, seu coração ficou pequeno, não imaginou que um dia iria vê-la daquele jeitinho. Se aproximou, sentou-se ao lado, segurou a mão morena da corvina e acariciou o local. Pensou inúmeras palavras para falar a ela, porém não conseguiu, só ficou ali do lado dela e mais nada.
— O senhor não sabe que não é para entrar aqui? — Madame Pomfrey disse em um timbre baixo.
— Sim, me desculpe, eu já estou de saída. — Não tirava o olhar da menina.
— Eu vou pegar o remédio dela, volto daqui a cinco minutos — disse sem mais, porém ele entendeu.
Entendeu tão bem que chegou mais perto dela sem soltar a mão. Com a outra livre, pôde afagar os cachos dela, sorriu, entretanto sem se despertar. Para não demorar muito e para não estar lá quando a Madame voltasse, agilizou o processo e selou seus lábios, a beijou subitamente, deixando aquela sensação o consumir outra vez. Depois de ter feito muito esforço para soltar aqueles lábios, aqueles que ele não queria ficar longe, ele se foi, a deixando ali, sozinha na ala hospitalar.
Mais tarde naquele dia, Fred ficou sabendo pelos companheiros de quadribol que Oliver havia voltado para o castelo depois que soube que a amiga tinha passado mal. A raiva novamente tomou conta dele. Não perdia uma, e quando podia, já estava de volta para poder ficar perto da pobre e indefesa bruxa, na verdade, isso era apenas seu ciúme falando mais alto e demonstrando o quanto de amor ele sentia por ela. O batedor desceu para o hall da Grifinória e pôde ver a “rodinha” em volta do ex-membro da equipe.
— Oliver, não sabia que estava aqui — falou em um tom irônico.
— Vim ver a minha . — Deu ênfase na palavra.
— Estão juntos? — Manteve-se controlado.
— Sim, se é que pode se dizer — ele mentiu, mentiu por saber as intenções nada boas dele com a amiga. Referindo-se às peças pregadas pelo gêmeo.
— Vamos, Fred, temos que fazer aquela gosma dar certo com o Filch. — George o puxou.
Fred não tinha entendido, afinal eles não tinham plano nenhum para aprontar com o senhor Filch, muito menos com a gosma. Depois de saírem da sala comunal da Grifinória e estarem um pouco distante da mesma, Fred indagou para o irmão sobre o plano, o que ele não imaginava era que era apenas uma desculpa para não ver o ruivo na sala do diretor da escola de magia.
— Eu não ia brigar com ele — Fred foi irônico.
— Eu conheço você, irmão, sei que vocês iam acabar brigando por uma garota.
— Que garota? — Se fez de desentendido.
— falou no tom mais óbvio.
— Não sinto nada por ela, não sei de onde você tirou essa ideia.
— Bom, então você não vai se incomodar de vê-la agora com o Oliver, bem ali. — George apontou.
— Eu não caio nessa.
— Mas ela está ali.
Não era mentira, estava ali com Oliver. Ela ria e conversava tão naturalmente que não aparentava que era a menina zoada por ele. Uma menina loira passou correndo pelos gêmeos e foi até a morena que se despedia do jogador de quadribol. As amigas passaram, cochichando sobre o baile, sobre um assunto em especial que Fred e George puderam escutar muito bem.
— Ela vai ao baile, junto do Oliver. — Ele cerrou os punhos. Ele tinha parado no tempo, só tinha escutado o que mais interessava a ele, iria ao baile com Oli.
— Acho que é bem mais que isso.
— Como assim, George? O que mais você escutou?! Conte logo!
— Calma, eles estão juntos, ou vão ficar juntos, algo assim porém não tenho certeza.
— Como não tem certeza? – Se exaltou. – Você poderia ter descoberto.
— Só tem um jeito para saber, no dia do baile, em outras palavras...
— Amanhã. – Os dois falaram juntos.



Torneio Tribruxo: Baile de Inverno.

Hermione e Vitor terminaram de dançar juntos e, enquanto ele ia pegar uma bebida para sua companheira, a menina se aproximou dos meninos, onde Rony a olhou bravo e de braços cruzados. Depois do ponche, os dois foram se reunir em uma rodinha, Gina e Luna ficaram conversando com a Hermione enquanto Fred, George e Angelina ficaram em outra rodinha um pouco mais longe. Luna se virou para ir à porta de entrada, quando ela se deparou com uma garota descendo os últimos degraus da escada, com o homem ao seu lado. A aluna vestia o traje mais deslumbrante do baile, — Luna conhecia aquele vestido —, que era uma nuance de cinza claro, com detalhe sutil na cor verde na cintura e no tronco, e tinha as alças grossas que nas costas se transformavam em duas linhas delicadas ligadas à bainha do vestido, deixando as costas desnudas. A bainha era com um pouco de volume — nada exagerado —, e sob seus ombros, um pouco mais para baixo, uma linda capa fina com detalhes cintilantes, que combinava perfeitamente com o headband que decorava apenas um lado dos cachos soltos e bem marcantes. estava magicamente perfeita.
Oliver estava de terno, como de costume — quando tinha essas festas quando ele estudava —, mas sua gravata combinava com os detalhes verdes do vestido de sua parceira.
, você veio! — Luna disse um pouco alto por conta da música.
— Sim, eu vim — falou, com um sorriso grande.
— Achamos que não íamos ver você, já que a valsa já foi — Rony complementou.
— Ela não ia vir mesmo, mas eu a fiz mudar de ideia. — Soltou a mão dela e passou o braço pelas costas.
— Ainda bem, nós demos um trabalho para a mamãe indo atrás desse vestido. — Gina riu.
— O que seria de mim sem sua mãe...
Todos riram. O ruivo a admirava de longe, de onde ele estava podia ver as costas desnudas e toda silhueta dela, a mulher estava incrível. Nem se deu importância de escutar o que Angelina falava, só viu o momento que todos se afastaram e ela ficou ali sentada na mesa, esperando todos voltarem, principalmente Oliver. Sem perder tempo, já que não queria mais isso, ele foi rapidamente sentar de frente para ela, sem se importar com a reação da garota.
— Oi.
— Fred.
— Podemos conversar?
— Não.
— Por favor, eu preciso falar algumas coisas para você, é importante.
Ela suspirou fundo.
— Ok, fale.
— Aquele beijo, lembra? Ele foi...
— Ah, não, por favor, hoje não. Não quero ficar magoada hoje, no dia mais feliz!
— Por quê? Por que mais feliz? — completou a frase. – Espera, eu já sei, ele pediu você em namoro, não foi?
— O quê? Como assim?
— Não se faça de desentendida, , eu imaginei, você não passa de uma san...
— Não complete, eu não preciso ficar escutando essas coisas que você vive falando para mim, se eu estou com ele, o problema é meu!
se levantou, segurou a bainha para poder correr e não pisar no vestido. Correu em uma direção qualquer lugar até chegar em uma parte da floresta proibida, era demais escutar tudo aquilo, ainda mais vindo da pessoa que ela tanto amava. o amava e só teve mais certeza que não conseguiu fazer esse amor sumir depois que se beijaram.
Escorada em uma árvore com grandes flocos de neve caindo sobre seu corpo, ela retomava o ar, o ar gelado que entrava em seu pulmão a deixava ainda mais com frio. Eis quando a moça sentiu um tecido quente por cima de seus ombros, fazendo assim que seu corpo aquecesse mais. Olhou para trás, esperando ver Oliver, mas na verdade, quem estava junto de si era ninguém mais e ninguém menos que Fred.
— Eu pedi para não vir atrás de mim.
— Me escuta — ele pediu.
— Não, chega, não quero ouvir nada.
Seus olhos estavam marejados, algumas lágrimas teimavam em escorrer pela aquela face gelada. Weasley se aproximou dela, deixando-a presa entre seu corpo e o tronco da árvore, esfregava suas mãos nos braços dela, que ainda estava com o terno dele, para aquecê-la mais ainda. Depois de um tempo, se mantendo pacificamente em ambas as partes, o batedor resolveu falar.
— Você não pode ficar aqui, pode ficar resfriada, ou pior. Vamos entrar ou ir para um lugar mais quente, e assim podemos conversar com mais calma.
— Eu não quero conversar com você, nem sei por que ainda estou aqui, você é um idiota total e... Sabe o que eu senti todo esse tempo? Todo esse tempo que você me fazia de melhor atração da escola, e tantas outras coisas que aquele amor que eu senti por você quando a Gina me apresentou para você, eu achei que estava ficando louca ou era porque estava no segundo ano de uma escola de magia e bruxaria. Mas não, eu realmente comecei a gostar de você e não contei para mais ninguém e eu tive que aprender a lidar com esse sentimento já que, tudo que aconteceu até hoje, aprendi tanto que consegui evitar que esse amor crescesse. — Respirou fundo. Não queria entrar em detalhes. — Eu não me incomodo mais, se você for fazer algo para alegrar seus amigos, que você faça logo, por favor, eu quero ir embora.
Ele balbuciou inúmeras vezes, sabia que ela estava certa, mas não sabia que ela o amava tão intensamente. No fundo, se arrependeu da primeira gracinha, a primeira para chamar a atenção dela, no entretanto, não era o fato que a bruxa não dava atenção a ele, era tímida demais para aceitar as conversas do rapaz.
— Me desculpe. — Acariciava o rosto dela. — Se não quiser acreditar, eu vou entender, mas não estou aqui para fazer nada com você, , eu só quero, é... Eu te amo!
Não queria que ela falasse alguma coisa, ou que negasse o beijo, ele apenas o fez, e se ela recuasse, ele nunca mais tentaria algo. , como ele a chamou, parou lentamente o beijo e se encolheu ainda mais nos braços dele, afinal estava frio e nevando lá fora.
O jogador sorriu para ela, a puxou delicadamente pela mão e a levou para uma área mais quentinha do castelo, onde tinha umas tochas acesas para poder iluminar o corredor. Se encostaram perto de uma, e lá ficaram juntos, conversando a noite toda e namorando. Fred e , depois de um tempo se aquecendo sob o calor do fogo, voltaram para o baile, ficaram com seus respectivos acompanhantes até a festa terminar. Em seguida, os dois começaram a se encontrar escondidos, deixando assim a trégua entre eles muito suspeita, mas para quem conhecia muito bem os dois, a troca de olhares pelo corredor e afins já falava muito por eles. Eles estavam namorando.
Mesmo sendo o que ela desejou a alguns anos atrás, no fundo, ela sentia que todo esse momento ao lado dele não seria uma boa resposta do destino.



FIM


Nota da autora: É, essa fanfic foi escrita há seis anos atrás, e 29/09/19 resolvi fazer uma correção. Não só no conteúdo, mas também na nota de autora.
“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” – Alanzoka.
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