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Codificada por: Cleópatra (Mari)

Última Atualização: 03/09/2024

As ruas de Woodsboro estavam particularmente vazias naquela noite. Não que a cidade fosse muito grande, ou populosa, porém o movimento era abaixo do habitual.
Eu não me importava o bastante para tentar investigar o motivo. Ainda assim, uma pulga permanecia atrás da minha orelha enquanto eu caminhava, aspirando o ar puro graças às árvores ocupando grande parte da região.
Ouvi dizer que Woodsboro era o cenário perfeito para os filmes de terror e, ao observar, talvez, a décima casa branca de dois andares e cadeira de balanço na varanda, só podia concordar.
Acabei soltando uma risada rouca, balançando a cabeça em negação aos meus próprios pensamentos. Quem passasse por mim naquele momento e flagrasse a cena, poderia deduzir que eu era louco, e, para falar a verdade, uma puxada na minha ficha comprovaria tudo.
Não, eu não era um psicopata ou um assassino em série. Muito menos o bad boy inconsequente cheio de crimes nas costas.
Eu era um estagiário no Departamento de Homicídios de Woodsboro, e se me perguntassem o porquê de eu trabalhar justamente com aquilo, responderia sem rodeios: porque eu gosto de investigar a morte. Gosto de viver cercado por ela e decifrar os enigmas que chegam com cada um dos casos.
Já questionaram se eu sentia empatia ou me impactava com as coisas que via e eu deveria responder um lógico que sim, porém, sendo sincero, eu nunca sabia responder, simplesmente porque o meu foco sempre era nas investigações, então tratava todo o resto com indiferença.
Talvez fosse aquele o motivo de as pessoas não fazerem muita questão de ficarem próximas a mim. Isso, e o fato de que minha mãe tinha uma fama de vagabunda destruidora de lares.
Veja bem, não sou eu que estou dizendo isso e repetir não significa que eu concorde. Minha mãe ficou bastante instável quando meu pai saiu para comprar cigarros e nunca mais voltou, e, por muitos anos, a válvula de escape dela foi beber e se envolver com todos os caras que cruzavam o caminho dela, independentemente de serem casados ou não.
Hoje em dia, as coisas mudaram. Na verdade, fazia alguns meses e no começo até cheguei a estranhar, mas, no fim das contas, só quero que ela seja feliz.
Era engraçado como minha mente trabalhava. Enquanto caminhava, fui de como as ruas estavam vazias para os relacionamentos conturbados da minha mãe.
Ri mais uma vez só para comprovar para quem quisesse saber que eu realmente era maluco.
Percebi que me aproximava do cinema local e, como quem não quer nada, me aproximei a fim de verificar quais filmes estavam em cartaz. Era um hábito que eu tinha, mesmo não entrando para assistir nada na maioria das vezes.
Tinha duas comédias românticas que eu vagamente lembrei de ter visto anunciarem na internet, um suspense com o cara que fazia o Venom e…
— Tá de brincadeira? — Não contive minha reação ao ver o cartaz do primeiro filme de Halloween.
Até me aproximei mais, quase colando o rosto no vidro, só para ter certeza de que não estava lendo nada errado. Não era reboot ou mais uma sequência pavorosa. Era o primeiro filme mesmo, em uma exibição especial de comemoração ao mês do Halloween.
Como eu não fiquei sabendo daquilo antes, nunca iria descobrir. No entanto, não importava, porque tinha passado pelo cinema na hora certa.
A próxima sessão começaria dali a vinte minutos e eu não tinha nada melhor para fazer naquele sábado à noite.
Verifiquei meus bolsos em busca do meu celular e abri o aplicativo do banco só para conferir se tinha saldo o suficiente para ir ao cinema. Eu sabia que sim, porém era um hábito que eu não conseguia mudar.
Me encaminhei para a bilheteria e encontrei apenas um grupo pequeno de garotas aguardando atendimento. Uma delas olhou na minha direção quando me aproximei e abriu um sorrisinho de canto, como se tivesse me analisado e aprovado a visão. Ela era bonita, muito bonita, e eu não hesitei em retribuir o sorriso porque não era bobo.
Pensei em falar com ela ou algo do tipo, porém, antes que eu o fizesse, chegou a vez de ela e as amigas serem atendidas.
Suspirei e voltei a olhar meu celular, rolando o feed do instagram e disparando algumas curtidas aleatórias.
Dediquei parte da minha atenção em ouvir qual era o filme que aquelas garotas iriam assistir e, com uma leve pontada de decepção, descobri que não era Halloween.
Como não havia tanta gente ao redor, me perguntei se mais alguém ia assistir o mesmo filme que eu. Que não ia lotar já era certo, porém a curiosidade continuava presente.
Depois que comprei o ingresso, optei por pegar apenas um refrigerante e segui para a sala indicada.
Me surpreendi porque estava completamente vazia, mas segui imaginando que as pessoas começariam a chegar dali a alguns minutos.
A vantagem era que eu conseguiria um bom lugar.
Busquei uma poltrona na parte superior e mais no meio, me acomodei por lá e voltei a mexer no celular.
Os minutos foram passando e nada de chegar mais alguém.
Aquilo era novidade. Confesso que sempre quis um cinema em casa e estar sozinho dentro de um alimentava a criança em mim.
Me acomodei melhor, conferindo que faltavam cinco minutos para o filme começar, até que meu olhar foi atraído até uma figura feminina, que carregava um balde grande de pipoca, adentrando a sala de cinema.
— O filme já começou? — Ela me encarou, porém acabou franzindo o cenho segundos depois ao olhar ao redor e perceber que só havia nós dois ali.
— Ainda não. Os trailers acabaram de começar. — Indiquei a tela com um aceno de cabeça e a mulher assentiu.
— Graças! — Ergueu uma das mãos para o alto e, como se sua constatação anterior não a incomodasse, ela me analisou demoradamente.
Talvez fosse ilusão da minha cabeça, mas pude jurar que a vi lamber os lábios rapidamente e morder o inferior logo em seguida, em um claro sinal de aprovação.
— Obrigada, meu bem. — Então piscou para mim antes de procurar algum lugar nas poltronas da frente.
Eu não deveria ter me afetado muito com aquilo, até porque tudo foi ligeiramente rápido, tampouco deveria reparar em alguém tão descaradamente, como fiz quando ela se virou, mas foi inevitável.
Meu olhar a percorreu de cima a baixo dela e eu também aprovei o que vi, principalmente sua saia curta, deixando à mostra um belíssimo par de pernas.
Aquele era meu ponto fraco, especialmente porque eu podia me imaginar com minha cabeça enfiada entre elas.
Devo ter ficado com cara de idiota, porque até de boca aberta eu estava quando a ouvi pigarrear alto, chamando minha atenção.
— A visão aí está boa? — Seu tom de voz era provocativo e optei por franzir o cenho e fingir não entender.
— Que visão?
Ela riu baixo.
— Qual é? Da tela é que eu não estou falando, não é? — Passou a língua pelos lábios e meus olhos traidores acompanharam o gesto.
Ergui uma sobrancelha e quase não dei o braço a torcer, porém eu não ganharia nada com aquilo.
Àquela altura, nada estava fora de cogitação.
— Não posso dizer que não sou sortudo. Vim assistir Michael Myers e descobri que tenho uma sala de cinema inteira para dividir com uma mulher linda feito você.
Ela deixou outra risadinha escapar.
— Agora sim. Se continuasse bancando o sonso, eu ia broxar.
— Eu teria que ser realmente burro para fazer algo assim. — Ignorei o fato de que eu quase fui. Ela não precisava saber. — Mas acho meio complicado dividir o cinema com essa distância toda. — Indiquei as três fileiras que nos afastavam.
— Essa é a sua maneira de me pedir pra sentar com você?
— Já sei que vai vir.
— Ah, é? Convencido assim? — Ergueu uma sobrancelha.
— Você não faz ideia. — Foi a minha vez de rir.
Vi seus olhos se estreitarem em minha direção, porém, ainda assim, a mulher se levantou e traçou todo o caminho de volta até mim, se sentando na poltrona à minha esquerda.
Os trailers haviam começado e eu só percebi naquele momento, quando voltei a encarar a tela à minha frente.
Não consegui focar em muita coisa. Com ela ao meu lado, a tentação era muito maior.
— Quer? — Me assustei de leve e pisquei os olhos na direção da mulher.
Dessa vez, ela se referia à pipoca. Tentei disfarçar e aceitei um pouco.
— Essa franquia é a minha favorita da vida. — Puxou assunto.
— É uma das minhas também. Mal acreditei quando vi o cartaz.
— Quando falam “uma das” é porque não é. Me fala qual realmente é a sua.
— Facada. — Dei de ombros e ela assentiu.
— Tudo bem, é tão boa quanto. Facada é a minha terceira favorita.
— E a segunda?
— Premonição.
— Você tem bom gosto.
— Obrigada. Pelo jeito, você também. — Ela sorriu e passou mais uma vez seu olhar sobre mim. Não me importei e retribuí, notando que a mulher usava também uma camiseta do Michael Myers, que combinou muito com a saia e os coturnos em seus pés.
Como se a estampa do assassino fosse um sinal, tentei voltar o foco para o filme e funcionou por alguns minutos.
As pessoas costumavam dizer que odiavam ver filme comigo porque eu estragava tudo com minha mania de repetir os diálogos dos meus preferidos.
No entanto, naquela sala de cinema, descobri alguém que compartilhava essa mania.
Pegaram o idiota atirando ovos em janelas. Seus pais o castigaram e não poderá sair hoje.
Voltei a olhar para a mulher ao meu lado e o movimento não foi nada discreto, porque, segundos depois, um sorrisinho um tanto sem jeito se abriu nos lábios dela enquanto me encarava de canto.
— Desculpa. Eu tenho essa mania de repetir as falar dos filmes, mas juro que vou tentar ficar quieta.
— Não precisa se desculpar. — Ri e a encarei de forma cúmplice. — Eu também faço isso.
A revelação fez um sorriso surgir nos lábios dela. Eu podia jurar que a sensualidade no gesto era coisa da minha cabeça, até ouvir a sua resposta.
— Fã de terror e gostoso desse jeito só podia ser meio maluco também. — Até mesmo o tom de voz dela de repente ficou extremamente atraente.
Senti que olhava com intensidade para ela e não temi afastá-la com aquilo porque, na verdade, o efeito parecia ser o contrário.
Eu não costumava ser o tipo de cara a fazer rodeios, mas aquela mulher tinha algo diferente.
E talvez fosse realmente o fato de compartilhar da mesma loucura que eu.
— Sabe… Já que estamos falando as coisas assim um para o outro, me parece muito errado duas pessoas que se acham gostosas não comprovarem as próprias palavras. — Fui ousado e mantive um meio sorriso nos lábios.
Outra vez pude ouvir sua risadinha e ela continuou olhando para a tela. Pegou mais um pouco da pipoca e comeu.
— Ah, eu adoro essa parte!
Arqueei a sobrancelha porque era quando acontecia uma das mortes.
Continuei a encarando, mesmo após imaginar que ela não iria responder o meu comentário, e fiquei ainda mais tentado quando a mulher passou a língua pelo lábio inferior bem devagar.
Calmamente, ela voltou a se virar para mim e se inclinou um pouco mais na minha direção.
— Eu também acho, mas não me parece que você vai fazer algo a respeito.
Outch, aquela tinha doído!
— Depende, você quer que eu faça? A gente nem se conhece. — Fui sincero.
— E nem precisamos nos conhecer. Essa é a graça. — Piscou.
Ficamos mais uns minutos em silêncio e, por mais que eu tentasse manter minha atenção no filme, meus olhos insistiam em seguir até ela. Na forma como parecia compenetrada nas cenas à nossa frente, no sorriso que permaneceu no canto de seus lábios, como se percebesse meus olhares e me desafiasse a surpreendê-la, no seu cheiro misturado ao da pipoca, uma combinação estranhamente irresistível.
As palavras dela se repetiam em um looping na minha cabeça. Minhas mãos de repente formigavam, ansiosas por tocarem todas as partes dela que eu via e as que eu queria ver.
Porra, eu não lembrava de desejar tanto uma mulher como estava acontecendo naquele momento.
Ela não fazia muito para me provocar e ao mesmo tempo fazia, e talvez fossem aquelas mínimas coisas que tornavam tudo ainda melhor.
Por que eu estava tentando bancar o bom moço?
Eu não era um bad boy, mas também não era um anjinho.
E, honestamente, estava louco para meter a cara no meio das pernas dela.
Suspirei e levei a mão até o balde de pipoca, em um gesto automático para me ocupar com algo.
Ela teve a mesma ideia.
E o resultado foi um toque totalmente inesperado, porém muito desejado, entre nossas peles.
A mão dela parecia pegar fogo.
Congelamos no ato, nossos olhares se cruzaram e, mais uma vez, ela sorriu, parecendo me desafiar, antes de tornar a assistir ao filme.
Meu olhar ferveu em sua direção e eu não resisti.
Acariciei seus dedos devagar, num roçar leve para o caso de eu estar interpretando errado seus sinais.
A mulher continuou encarando a tela do cinema, em uma tentativa de fingir não ter percebido, mas pude distinguir uma feição de expectativa em sua face.
Continuei a carícia, deslizei o dedo indicador e o médio até a palma de sua mão e arranhei a região com minhas unhas curtas.
Ela lambeu os lábios. Eu ergui uma sobrancelha discretamente.
Na tela, Michael Myers fazia mais uma vítima e gritos ecoavam pelo cinema.
Subi os dedos até os dela e brinquei com as pontas. Fiz menção de que ia entrelaçá-los, porém voltei o caminho até a palma. Repeti o mesmo carinho com o dedo médio e o indicador e percebi a mulher pressionar o lábio inferior com os dentes.
Eu ia continuar com aquilo até levá-la ao limite, porém, como se aumentasse o grau do desafio, a mulher ergueu uma das pernas e a colocou no encosto da poltrona da frente. O movimento fez sua saia subir mais, num ponto em que pude ver sua calcinha de renda preta.
Puta que pariu.
De repente, minhas calças pareciam apertadas demais.
Engoli em seco.
Aumentei um pouco da pressão na palma da mão dela e, porra, eu não queria mais fazer carinho ali, não.
Eu queria mais, e não me importava com o fato de estar em um local público. Estávamos sozinhos, afinal.
Sem tirar os olhos dela, embora ela ainda assistisse ao filme, fui subindo até seu punho. Senti seu batimento acelerado, o que entregou seu estado de excitação, e continuei o caminho até o cotovelo.
Escutei um suspiro escapar dos lábios dela, seguido por mais um grito vindo da tela.
Quando cheguei ao seu ombro, desci pela frente, rocei seu seio coberto pela camiseta e o massageei como se tivesse toda a paciência do mundo.
Assisti o exato momento em que ela se contorceu e sorri satisfeito.
Continuei a massagem e brinquei com seu mamilo intumescido. O sutiã dela parecia ser de renda também e aquilo me deu um puta tesão porque ela devia ficar gostosa pra caralho de lingerie preta de renda.
Meu pau pulsou com mais intensidade, implorando para ser tocado.
A respiração dela ficava cada vez mais irregular, e quando arqueou o tronco, entendi o que desejava.
Desci a mão, acariciei sua barriga e brinquei com a barra da camiseta, arrancando dela gemidos torturados, até descer para sua coxa desnuda e finalmente tocá-la como eu queria desde o momento em que a percebi naquela sala.
A pele dela estava quente como eu imaginava. Era macia e eu podia me inclinar para lambê-la. Desejei me abaixar para fazer isso, mas acabei raspando as unhas ali e avancei para a parte interna.
Subi, rocei os dedos, ouvi a respiração cada vez mais ofegante dela e continuei provocando.
Percebi a saia subir mais, a expondo mais e, por fim, não consegui mais resistir.
Primeiro, meus dedos tocaram sua virilha. Eu gemi em aprovação e acho que ela também.
A toquei por cima da calcinha e a senti encharcada.
Minha boca salivou.
Comecei movimentos lentos e circulares, prestando atenção em cada reação dela. O atrito da renda me incomodou um pouco, simplesmente porque queria sentir sua pele quente de novo.
Ela gemeu mais e impulsionou o quadril na direção da minha mão.
Puxei a calcinha para o lado e gemi de novo ao finalmente sentir sua boceta em meus dedos.
Porra, ela estava tão melada!
— Puta que pariu — resmunguei, sem disfarçar como fiquei afetado.
A mulher então me encarou e lambeu a boca.
— Era isso que você queria, não era? Quando ficou encarando minhas pernas. — Sua voz era um tanto manhosa, o que me excitou ainda mais.
— Eu fiquei me imaginando no meio delas — retruquei, rouco.
— E eu pensei no quanto deve ser gostoso sentir você atolando seus dedos dentro de mim.
Não esperava receber uma resposta tão direta e suspirei alto.
Tornei a acariciar sua boceta. Sua lubrificação natural facilitava ainda mais e me concentrei em seu clítoris. Fiz um vai e vem, ameacei ir até a entrada de sua boceta para socar um dedo e voltei para movimentos circulares.
A cada segundo eu sentia que podia simplesmente explodir de tanto tesão.
Estava ansioso para que ela me tocasse, mas, por hora, queria vê-la se contorcendo e a chorando de prazer.
Não me dei conta de que aproximamos nossos rostos, mas, de repente, a mulher me puxou pela nuca e iniciou um beijo voraz.
Me sentindo pulsar de novo, aproveitei o quanto suas pernas estavam abertas para ir atolando um dedo nela bem devagar.
O gemido delicioso da mulher ecoou pelo cinema.
Fui fazendo um vai e vem, os retirei para acariciar seu clítoris, esfreguei os grandes lábios e voltei a socar com mais vontade.
Era delicioso ver o corpo dela se movendo enquanto eu ia socando.
Não me contentei e logo meti mais um dedo até senti-lo ir bem fundo dentro dela.
O beijo se intensificou, meus dedos entraram e saíram com mais intensidade.
Parecia que nós dois pegaríamos fogo a qualquer momento.
Meu pau chegava a latejar de tesão e isso só me instigava a aumentar a intensidade.
Curvei meus dedos dentro dela, procurando seu ponto de prazer e mantendo quando um gemido mais agudo ecoou dos lábios dela.
— Seu filho da puta gostoso, continua assim, vai! — Ouvi-la me xingar e gemer daquele jeito quase me fez melar as calças.
O barulho de um grito chamou nossa atenção de volta para a tela de cinema, porém não parei o que fazia.
Intensifiquei mais ainda meus movimentos. O corpo dela balançava de um jeito delicioso.
Na tela, Michael Myers fazia mais uma vítima. E, de repente, ela moveu ainda mais os quadris, me fazendo ir mais fundo dentro dela.
Era uma delícia ir atolando meus dedos daquele jeito. Ela os apertava vez ou outra e eu só conseguia imaginar como seria aquela sensação no meu pau.
Quase gozei só de pensar e usei um polegar para esfregar o clítoris da mulher, enquanto ainda socava meus dedos até onde conseguia.
— Isso, rebola gostoso com meus dedos atolados nessa bocetinha. Eu quero ver você gozar com eles bem fundo.
E como resposta, de repente, senti suas pernas tremerem.
Sabia o que estava acontecendo. O orgasmo estava se aproximando e eu coloquei ainda mais intensidade nos movimentos.
Os quadris dela eram uma verdadeira perdição. Eu só queria ela quicando em cima de mim e daria um jeito daquilo acontecer.
— Gostosa do caralho! — rosnei, muito afetado e aquilo foi o bastante para a mulher se entregar ao orgasmo, gemendo alto e se contorcendo de um jeito delicioso.
— Ai, porra, eu tô gozando. — O gemido dela me deixou louco, então ela se derramou em meus dedos.
Estava suada, ofegante e linda ao mesmo tempo.
Alguns segundos foram necessários para a mulher se recompor.
Fui diminuindo a intensidade e logo retirei meus dedos de dentro dela. Desejei poder ficar de tão gostoso que estava.
Me surpreendendo, a mulher pegou meu pulso, puxou minha mão para si e chupou os dois dedos melados com seu prazer.
Fiquei hipnotizado pela cena. Tão hipnotizado que só despertei para puxá-la para mim e beijá-la com vontade.
Compartilhamos do seu gosto e assim que nos separamos, um sorriso ladino se abriu nos lábios dela.
— Isso foi divertido.
O filme ainda rolava na tela do cinema, o balde de pipoca pela metade.
E, mesmo assim, ela simplesmente se levantou, ajeitou a saia e riu da minha expressão incrédula.
— Até mais, bebê. — Piscou.
Então virou as costas para ir embora.
Filha da puta.
Não devia ligar para o fato de que ela deixou uma certa peça para trás, porém…
— Ei, esqueceu sua calcinha! — Eu estava rouco de tesão e frustração.
— É algo pra te fazer lembrar de mim.
Ela só podia estar de brincadeira.
Como é que eu esqueceria a mulher que me deixou completamente duro no cinema depois de tocar uma pra ela?





As quarenta e oito horas seguintes ao acontecimento do cinema foram um verdadeiro inferno. Eu tentava focar em qualquer coisa que não fossem as lembranças da sensação daquela boceta quente nos meus dedos e da forma como a mulher se contorcia, me beijava e sufocava os gemidos na minha boca. O problema era que não pensar naquilo me exigia uma puta concentração e eu não tinha a menor condição de me manter concentrado.
Percebeu o looping?
Aquela garota fodeu comigo e antes fosse do jeito que eu queria, mas não. Eu ainda tive que caminhar de volta para casa com meu pau duro feito pedra, já que nem a cena mais broxante foi capaz de me acalmar.
Nunca bati tanta punheta na minha vida. Falo sério. Parecia que eu tinha voltado a ser o moleque mela cueca, que esperava a mãe dormir para ficar a noite toda assistindo putaria.
Como eu estava trabalhando? Nem eu sabia, mas estava.
Talvez porque eu entrava em uma outra dimensão quando pegava algum caso para estudar, não sei dizer. Aquele tipo de coisa me dava um tesão diferente.
Encarei o papel na mesa à minha frente e só então me dei conta de ter parado de transcrever a gravação de um interrogatório.
Era protocolo ter tudo escrito e devidamente assinado pelos detetives responsáveis. Lógico que eu queria mesmo era estar em ação, interrogando e prendendo gente, porém ainda era o estagiário e fazia de tudo, desde servir café, até carregar cadáver se fosse preciso.
Sim, eu já tive que carregar cadáver, mas isso é coisa para outra história.
Suspirei e, antes de voltar a gravação, percebi também que meu horário de trabalho já tinha estourado.
Ponderei se iria para casa naquele momento ou se ficaria mais um pouco.
Lembrei que tinha uma festa para ir e fiz uma careta.
Eu não dava a mínima para festas e as pessoas da minha faixa etária de fato não faziam muita questão da minha presença. Porém era Halloween, a melhor época do ano, eu poderia me vestir de assassino sem ninguém julgando, e meus dois únicos amigos encheriam a porra do meu saco caso eu não fosse.
Sem falar no álcool de graça. Eu precisava dele urgente.
Murmurei uma despedida desajeitada e recebi algumas respostas simpáticas. A delegacia era um dos poucos lugares onde não me achavam totalmente esquisito. Minha mãe também nunca tinha pegado nenhum policial, pelo que eu sabia.
Cobri minha cabeça com o capuz do moletom e coloquei as mãos nos bolsos, enquanto seguia firme em cima do skate. Pamela já tinha me oferecido pagar uma condução e até mesmo usar nossas economias para comprar um carro usado, porém recusei. Gostava de sentir o vento bater no meu rosto, principalmente naquele horário.
— Filho? — Escutei a voz dela quando passei pela casa em direção ao meu quarto, estava com pressa para tomar banho logo e não respondi.
A água estava quente demais para o meu gosto. Abaixei a temperatura, e, mais uma vez, a maldita mulher do cinema estava nos meus pensamentos.
Puta que pariu. Sabia que não teria jeito.
Lá se iam mais minutos da minha vida tentando me livrar da ereção latejante, enquanto imaginava meu pau deslizando para dentro dela em vez de meus dedos.
Era crueldade demais. Nem seu nome eu sabia. Porém eu não precisava saber daquilo para lembrar do jeito gostoso que ela gemia enquanto eu me acabava naquela boceta.
Nem a chuveirada gelada foi capaz de me conter, muito pelo contrário, a água parecia prestes a ferver quando encostei minha testa na parede e mantive os olhos fechados e os lábios apertados para não grunhir muito alto.
Porra. Estava tudo na minha cabeça, mas, ainda assim, era bem real e eu gozei de uma forma alucinante.
Talvez o filho da puta da história fosse eu, que entrei naquele cinema para começo de conversa.
Maldito Halloween.
Michael Myers que se foda.
Eu até tinha pensado em usar a fantasia dele, mas estava puto demais para isso. Resolvi criar meu próprio assassino.
Coloquei uma calça jeans clara, uma camisa escura e de mangas compridas, e calcei meus coturnos.
Me encarei no espelho para pensar no que poderia usar para me caracterizar. Eu tinha um facão falso e…
Uma máscara de hóquei?
— Vai ter que ser.
Coloquei aquela porcaria no rosto e eu podia usar um dos batons da minha mãe para fingir que era sangue.
Estava bom. Não era como se tivesse a intenção de impressionar alguém.
Tirei a máscara para dar um jeito nos meus cabelos e passei um pouco de perfume antes de meter meu celular no bolso traseiro da calça e seguir até o quarto da dona Pamela.
— Mãe?
A porta estava entreaberta, porém fiquei parado ali. Eu nunca invadia o espaço dela sem permissão.
— Mãe? — chamei de novo, quando não recebi resposta.
— Oi, filho. Foi tomar banho de perfume? — Levei um susto ao ouvir a voz dela atrás de mim.
Me virei e ela deu risada da minha cara.
— Muito engraçado. — Rolei os olhos.
— Stu já tá aí na frente.
— E ele não entrou por quê?
— Para você não demorar porque ainda falta o Billy. — Ela deu de ombros e passou por mim para entrar no quarto.
A segui, enquanto fazia uma careta confusa.
— Mas por que ele não passou lá antes se é caminho? Puta merda.
— Olha a boca, garoto.
— Me empresta um dos seus batons vermelhos para eu imitar sangue.
— Para estragar, você quer dizer. — Foi a vez de Pamela revirar os olhos, porém ela não negou e seguiu para o banheiro, voltando logo em seguida com uma bolsinha de maquiagem nas mãos. — Vem aqui que eu ajudo.
Eu não queria ajuda, mas também não recusei. Minha mãe parecia ansiosa ou era impressão?
— Quem você é? — Ela tentou adivinhar ao dar uma olhada nas minhas roupas, demorou uns dois segundos na máscara e fez uma careta confusa.
— O — respondi, simples.
— Ha-ha, muito engraçado. Falei da fantasia, moleque.
Abri um meio sorriso.
— Eu também.
— Mas por que essa máscara? Não entendi. Achei que você ia de Michael Myers.
— Eu ia, mas vai ter uns trinta usando a mesma fantasia, então inventei o meu próprio assassino.
Pamela sorriu também, parecendo gostar da ideia.
— E você deu o seu nome para o assassino?
— Dei.
— Você é meio esquisito, filho.
— Eu sei. Já me falaram isso.
Nós dois rimos.
Um breve silêncio aconteceu enquanto minha mãe usava um pincel para passar o batom em algumas partes do meu pescoço e fingir respingos. Não sei como, mas até que estava dando certo.
De novo, ela me pareceu ansiosa.
— Mãe, tá tudo bem? — Resolvi perguntar, porque aquilo estava me dando agonia.
Pamela parou e suspirou fundo ao me encarar nos olhos.
— Você tem um minuto? Precisamos conversar sobre uma coisa.
Ih, lá vinha.
— Se você se entender com o Stu depois. — Tentei não demonstrar como de repente fiquei apreensivo.
Tinha uma ideia do que poderia ser, mas preferi esperar ela dizer.
— Tá bom. Senta aí. — Indicou a beirada da cama, e franzi o cenho ao obedecê-la.
Mais uma vez, minha mãe suspirou antes de sentar ao meu lado e pegar uma de minhas mãos.
— Porra, você tá me assustando! — reclamei, mas não me soltei dela.
, olha a sua boca! — A cara feia de Pamela me fez rir.
— Desculpa, desculpa.
— John me pediu em casamento.
Oi? Casamento?
Espera.
— Quem é John? — Eu não queria que minha voz soasse tão esganiçada, porém não consegui evitar.
— Como assim, quem é John? É o meu namorado, moleque!
— Teu namorado não era o Mack alguma coisa?
— De onde você tirou que o Marcus era meu namorado?
Tive que rir quando Pamela me corrigiu. Ela também não aguentou.
— Foi mal aí, mãe. É meio difícil acompanhar a sua vida amorosa.
Seus olhos se estreitaram.
— Vou fingir que não estou ouvindo meu próprio filho me chamar de galinha.
— Eu não tô, é você que tá dizendo. — Dei de ombros e recebi um tapa. — Ei!
— Fique quieto. Me deixa terminar de contar.
— Tá. O Mack te pediu em casamento. Você aceitou?
— John! E sim, eu aceitei.
Não sei se era porque eu não estava colocando muita fé naquilo, ou só não processei direito, mas continuei calmo.
— Entendi… Parabéns, eu acho.
.
— O quê?
— É sério.
— Eu acredito. — Assenti.
— Não, não acredita. — E, para provar seu ponto, me mostrou a mão esquerda, onde havia um anel delicado e visivelmente caro.
Puta que pariu.
Arregalei os olhos, porque, de fato, eu não tinha colocado fé naquela conversa até o momento.
— Caralho, mãe, você pirou?
— Já chega. Mais um palavrão desses e eu esfrego sua língua com sabão. — Ela ficou puta.
— Acha mesmo que consigo raciocinar numa hora dessas? O que você tá pensando, Pamela? Quanto tempo faz que está com esse cara? — E, num piscar de olhos, era como se eu fosse o pai dela.
— Pamela? — Minha mãe ergueu uma sobrancelha, não gostando nada da inversão de papeis, porém não dei a mínima. A indignação falava muito mais alto.
— Quanto tempo?
Pamela bufou.
— Não faz diferença. Eu aceitei, .
— Já entendi que aceitou, mas ao menos isso tenho o direito de saber, não acha? — Eu estava a ponto de estourar e sair porta afora, mas ainda consegui aguentar.
— Cinco semanas. Satisfeito?
Fiquei em silêncio para tentar processar aquela informação.
Se a situação fosse inversa e eu quisesse me casar com cinco semanas de namoro, com toda a certeza dona Pamela me internaria.
— Eu sei o que você tá pensando. Se fosse você no meu lugar, eu estaria surtando.
— Não me vejo pedindo ninguém em casamento, mãe. Ainda mais com cinco semanas de namoro. — Então arregalei os olhos mais uma vez quando um pensamento me ocorreu. — Espera, você tá grávida, não é? Puta que pariu, mãe!
— Quê? De onde você tirou isso? Sabe muito bem que não posso mais ter filhos, você quase me matou quando nasceu, moleque. — Ela me olhou feio.
Pus a mão no coração e suspirei, aliviado.
É, eu tinha esquecido daquele detalhe.
Não é que eu não quisesse um irmão, até seria maneiro, só que nós não tínhamos condições para uma mudança daquele porte.
Ou ao menos era o meu pensamento.
— Antes que você volte a chamar palavrão, deixe eu terminar de falar. — Pamela soltou uma risada nervosa e aquilo me fez encará-la, incrédulo.
Ainda havia mais?
Apenas assenti, incapaz de abrir a boca.
— John sabe do nosso perrengue para pagar aluguel todo mês e não vê sentido nisso agora que estamos noivos, então ele sugeriu…
Sabe a merda da lei de Murphy? Eu odiava aquela porra.
— Não! — a interrompi, praticamente gritando.
— Filho…
— Já não basta essa piração de casar, você ainda quer me fazer ir morar com um cara que não faço ideia de quem é?
— Na verdade, é com ele e o filho dele, mas…
— Chega, mãe. Eu não consigo continuar essa conversa. — Me levantei, indignado demais. Sabia que se continuasse ali, acabaríamos brigando feio.
, não faz assim.
— Mãe. Eu preciso ir. Isso já cagou com o meu clima para festas, mas a porra do Stu tá lá fora me esperando. Depois a gente se fala.
Pamela suspirou e assentiu.
— Tome cuidado e não faça o que eu não faria.
— Relaxa. Eu não faria nem o que você faz. — Sorri fraco e me aproximei para dar um beijo em sua bochecha. — Pensa bem, dona Pamela.
… Eu só quero dar uma vida melhor para a gente. — Ela me encarou nos olhos.
Foi a minha vez de suspirar.
— Eu sei. Depois conversamos.
Então saí tão atordoado que, quando estava quase chegando à porta, tive que voltar para buscar a maldita máscara.
Pude jurar ter visto ela enxugar o rosto rapidamente quando entrei no quarto, porém fingi que não e me apressei.
— Porra, até que enfim. Achei que tinha morrido! — Stu gritou, ao me ver passar pela porta da frente.
— Para ser sincero, antes fosse isso, cara. — Fui correndo até o carro e logo me sentei no lugar do carona.
— Ih, o que rolou dessa vez?
— Melhor não falar agora. Só vamos de uma vez porque o Billy deve estar doido esperando e eu ainda não entendi o motivo de você ter vindo aqui primeiro.
— Não te falei? O Billy já tá lá. Ele foi com uma gata. — Sorriu malicioso.
— Ao menos alguém vai se dar bem. — Dei risada.
— Você também vai. Só não sei de onde você tirou esse assassino aí. — E, pela cara dele, aquilo o deixava indignado.
Stu era o maior fã de filmes de terror que eu conhecia. Perto dele, eu não sabia porra nenhuma.
— Sou eu. — Dei de ombros e a expressão dele mudou para um sorriso animado.
— Genial. Eu sou o Chucky.
Só então reparei em sua fantasia.
— Foda. — Ele deu partida no carro e logo seguimos para a festa.


🩸


— Aquele não é o seu amigo, como é o nome dele mesmo? — Annie praticamente esfregava sua coxa no meio das minhas pernas, enquanto eu estava encostado na beira de uma escada. Ela usava um vestido minúsculo e as duas tranças em seus cabelos, somado a uma maquiagem sugeriam a fantasia de boneca macabra.
Olhei na direção que apontou com um aceno de cabeça e o gesto fez meu corpo roçar involuntariamente no dela.
Annie era gostosa e aquela não era a primeira vez a ficar em cima de mim, o problema era a filha da puta do cinema ainda nos meus pensamentos.
— Uhum, é o Billy.
— Com a Sidney Prescott? Ele tá sabendo que ela é doidinha de pedra? — Riu e eu soltei um muxoxo.
— Então eles combinam. O Billy não é lá muito normal também, não.
— E você, ?
Para ser honesto, eu não estava muito interessado naquele papo.
Pensei em agarrar Annie de uma vez, quem sabe assim pudesse gastar o tesão acumulado e esquecer de uma vez daquela mulher.
Dei uma encarada nada discreta na minha companhia, porém, antes que eu colocasse meu plano em ação, fui interrompido pela sensação de ser observado, seguida por uma visão que me fez jurar ter morrido e ido para o inferno.
Em um segundo, jurei ter visto a gostosa do cinema me olhando. No seguinte, já não havia mais nada.
Porra.
Não era possível.
? — Annie me deu um cutucão e eu a encarei um tanto irritado.
— Quê? — Não deveria responder de mal jeito, porém não me importava.
— Eu perguntei de você. Também não é normal? — Ela não percebeu minha repentina falta de interesse.
Me desvenciliei dela para ver se conseguia ser mais claro.
— Não. Sou pior do que os dois juntos. — Tentei olhar em volta e desviei quando Annie buscou entrar em meu campo de visão. — Você me dá licença um segundo? Tô apertado — menti.
— Posso te ajudar se quiser. — A sugestão dela me fez rir.
— Eu te aviso. — Pisquei e me afastei. Não ia dispensá-la totalmente. Vai que eu estava alucinando? Pelo menos, dessa vez, não me acabaria em punheta.
Não faço ideia se Annie respondeu mais alguma coisa, porque, depois disso, eu saí na direção onde jurei ter visto a mulher que estava me enlouquecendo.
— Ei, ! — Ouvi Billy me chamar e só acenei para meu amigo ao passar por ele.
— Já venho aqui, cara. — E continuei andando apressado. Captei olhares confusos dele e de Sidney, porém, de novo, eu não tinha tempo para aquilo.
Precisava encontrá-la. Precisava ter certeza de que não estava delirando.
Andei até a cozinha do casarão e nada dela. Onde eu imaginava ser a sala também não, muito menos no lado de fora da casa.
Bufei frustrado e coloquei a máscara no rosto para Annie não me ver ao passar por ela para subir as escadas.
Talvez eu devesse ir até o banheiro mesmo checar a minha cara de otário.
Várias casais se agarravam pelo corredor e tentei adivinhar qual das quatro portas era a certa. Não estava nem um pouco a fim de perguntar.
— Merda.
Liguei o foda-se e testei a primeira. Senti inveja instantânea porque não era o banheiro, mas tinha quatro pessoas fodendo.
O povo ali sabia se divertir, daquilo eu não poderia discordar.
Nas portas dois e três também rolava putaria. Agradeci mentalmente não precisar mais verificar mais duas, porque, assim que olhei de novo para o corredor, vi alguém claramente saindo do banheiro.
Apressei meus passos, porém nunca cheguei a alcançar meu destino.
Ao passar pela quinta porta, senti uma mão segurar em meu braço e me puxar para dentro do quarto.
Um segundo de confusão me fez achar que era Annie e eu não sabia se ficava puto ou se aproveitava.
Mas não era Annie.
Era ela.
Porra, era ela!
Eu não estava ficando louco.
— Impressão minha ou você estava me procurando?
Caralho, só ouvir a voz dela me deixava afetado.
— Fazer o que se você ficou me devendo. — Abri um sorriso de canto e ela me respondeu com uma risada baixa.
Senti minhas costas baterem contra a parte ao lado da porta e deveria me importar com o fato desta permanecer aberta, porém o cheiro daquela mulher era intoxicante e acabei perdendo totalmente o fio de meus pensamentos.
— Te deixei na mão, foi? — Sua boca se aproximou da minha e não hesitei em segurar sua cintura com as duas mãos quando o corpo dela se colou ao meu.
Eu queria tocar cada centímetro daquela filha da puta e foi por isso que não contive a vontade de descer da cintura para sua bunda para, logo em seguida, a pressionar contra o meu quadril.
Um suspiro delicioso ecoou e lambi os lábios, desesperado por mais.
— O lanterninha entrou lá achando que eu era depravado. — Era mentira, eu só queria fazê-la rir.
Funcionou e, porra, como ela conseguia me afetar tanto com tão pouco? Eu não era disso e provavelmente as reações exageradas não passavam da cabeça do meu pau falando mais alto.
— Oh, meu bem, mas você é depravado. É isso que te torna tão gostoso. — Foi a vez dela de lamber os lábios e meu olhar imediatamente acompanhou o movimento.
— Sabe o que mais é gostoso em mim? — Aticei, enquanto meu olhar faiscava para ela.
— O quê? — Mais um sorriso carregado de malícia se formou nos lábios dela, deixando bem claro que já previa a minha resposta.
— Meu pau — eu disse mesmo assim e o senti latejar quando seu olhar seguiu na direção dele.
— Estou toda encharcada só de pensar em descobrir.
— Filha da puta. — Não consegui conter o xingamento e ela riu rouca.
— É sério. Eu quero me esfregar toda em você.
A apertei mais contra mim e rocei meu quadril no dela com vontade. Precisei controlar um grunhido e, pela expressão da mulher, fazia o mesmo.
— E eu quero me afundar nessa boceta gostosa, mas vou te deixar à vontade primeiro.
A assisti lamber a boca lentamente e, me arrancando um suspiro frustrado, ela se afastou.
Estava prestes a puxá-la de volta, quando a mulher usou uma mão para empurrar meu peito contra a parede, enquanto a outra descia até minha ereção.
— Quietinho. Eu estou ficando à vontade. — Riu safada.
Hipnotizado, a vi se ajoelhar e mordi a boca com força quando ela me acariciou por cima da calça.
— Sabe… Eu odeio ficar devendo. — Fez uma leve pressão, então seguiu para a braguilha, soltando o botão e o zíper. — Vou ter que te recompensar.
A porta continuava aberta. Quem passava pelo corredor com toda certeza poderia nos ver, mas não importava.
Minha ereção pulou na direção dela quando puxou a calça com minha cueca junto.
Os olhos dela se arregalaram e eu sorri, satisfeito.
— Te surpreendi, foi?
— Uhum. E a surpresa tá escorrendo pelas minhas pernas.
Desgraçada.
Qualquer resposta que eu pudesse formular se transformou em um grunhido alto. Seus dedos tocaram a cabeça do meu pau e sua mão não hesitou em envolvê-lo. Ela deslizou devagar por toda a minha extensão e o meu quadril se moveu involuntariamente na sua direção.
A mulher repetiu o gesto. A lentidão me deixou maluco e eu apertei meus olhos.
Senti quando ela se aproximou e joguei a cabeça para trás, batendo na parede porque esqueci completamente de onde estava ao sentir sua língua me tocar.
— Porra… — Ela me lambeu com a mesma lentidão e eu delirei.
Abri meus olhos e usei as duas mãos para segurar os cabelos dela para cima. A forma como me encarou fez um grunhido escapar dos meus lábios e quase engasguei quando a mulher passou a língua em toda a minha extensão, para, logo em seguida, me abocanhar até onde conseguia.
Sua boca carnuda quase roçou minha base, eu me senti pulsar e movimentei meu quadril em sua direção. Ela permaneceu por alguns instantes daquele jeito, com certeza tinha um pacto com alguma coisa para me enlouquecer de vez.
— Para de me torturar, caralho. Me chupa inteiro. Atola o meu pau nessa boca gostosa.
Um brilho perverso cruzou o olhar dela segundos antes de forçar para me engolir inteiro. Vi estrelas pelos melhores segundos da minha vida.
Não consegui desgrudar meus olhos da cena. Vê-la se afastar quando o ar faltou e secar um filete de saliva que escorria de sua boca me deixou ainda mais insano.
Puxei seus cabelos e forcei meu quadril na direção dela, que, entendendo, voltou a me abocanhar e me chupar com vontade. Me movi de encontro, a fim de aumentar ainda mais a intensidade, e os sons de engasgo que saíam dela eram música para os meus ouvidos.
A mulher fazia questão de apertar as bochechas, meus olhos se reviraram nas órbitas e foi impossível controlar os grunhidos que passaram a soar por todo o cômodo.
De novo, não me importei se alguém parou para assistir aquela cena. Arrisco dizer que nunca recebi um boquete tão bem feito e quanto mais eu puxava os cabelos dela, fodendo sua boca com afinco, mais ela se dedicava a me chupar com gosto.
— Filha da puta, gostosa. Você não faz ideia de quantas eu tive que bater por sua causa.
Ela engasgou e me tirou inteiro da boca para rir.
— Ficou imaginando a minha boceta toda meladinha quicando em você? — Para completar a provocação, uma de suas mãos acariciou minhas bolas, enquanto a outra arranhou minha coxa.
— Você está querendo me enlouquecer, né? Depois que eu te esfolar toda, não pode reclamar.
— Mas é isso mesmo que eu quero. Sentar em você até te fazer me esporrar inteira.
— Caralho…
Eu estava prestes a puxar ela para cima e jogá-la na cama para foder aquela mulher de todas as formas possíveis, porém, mais uma vez, sua boca voltou a me engolir.
Colocando mais intensidade nas chupadas, as carícias de seus dedos continuaram nas minhas bolas e precisei lutar para permanecer encarando a cena. Sentia espasmos cada vez mais frequentes, meu quadril se movia descontrolado na direção dela e eu sabia muito bem que não faltava muito para o ápice chegar.
Não queria que a diversão acabasse naquele momento, mas ela não facilitou. Quando tentei fazê-la parar, a intensidade aumentou ainda mais e me perdi completamente ao sentir meu pau tocar bem fundo em sua garganta.
— Porra, desse jeito eu vou te fazer engasgar com a minha porra.
Seus olhos faiscaram em resposta.
Filha da puta.
Era aquilo que ela queria.
E quem seria eu para negar?
Movi meu quadril com mais afinco, puxei seus cabelos com força e fodi sua boca com tanta vontade que, poucos segundos depois, senti meu corpo todo tremer.
O primeiro jato me fez gemer alto e, de repente, eu não conseguia mais parar. Fiquei tonto e o ar fugiu completamente de meus pulmões.
Precisei de muita força de vontade para não desmoronar e para manter meus olhos bem abertos, ou perderia a cena seguinte.
Me tirando por inteiro da boca, ela engoliu tudo sem hesitar, lambeu o meu pau até estar completamente limpo e secou o canto de seus lábios. Outro sorriso perverso surgiu ali e a mulher se levantou para aproximar seu rosto do meu.
— E aí, estamos quites?
— Nem perto disso, mas foi um bom começo.
Lógico que era mentira, eu só não queria vê-la sumir de novo.
Como se lesse meus pensamentos, ela riu e me puxou para beijá-la. Nossas línguas se encontraram e meu gosto em sua boca era alucinante.
— Me diga o seu nome pelo menos. — Eu não queria soar tão desesperado, porém não tinha mais controle de minhas ações.
— Samara.
— É um prazer, Samara. Eu sou o…
Ela colocou o dedo indicador sob meus lábios para me calar.
— Sh, não diga. Fica para a próxima vez. — Piscou para mim.
— Próxima vez? — Sorri de canto e retribuí quando Samara me beijou novamente.
— Nós dois sabemos que isso aqui está longe de acabar. Você se vira com a bagunça, né? — Indicou minhas calças lá nos meus pés e se desvencilhou de mim logo em seguida para caminhar para fora do quarto. — Mais uma vez, meu bem, o prazer é todo meu.
E, mais uma vez, Samara foi embora.



Precisei de mais uns minutos dentro daquele quarto pra poder me recuperar de verdade. Puta que pariu, era louco demais até pra mim, que não batia bem das ideias.
Fiquei lá, feito um otário, com as calças abaixadas, o pau pra fora e um sorriso besta nos lábios.
.
O nome da desgraçada era .
Perdi as contas de quantas vezes desejei que ela terminasse o que havia começado e sabe o pior de tudo? Ela terminou e eu não estava satisfeito. Muito pelo contrário, eu queria mais.
A voz dela me provocando ao deixar claro o quanto estava molhada me fez desejar correr atrás de para me afundar inteiro nela. Eu só descansaria quando estivesse enterrado em sua boceta, a ouvindo gemer o nome que havia me impedido de contar.
Eu não podia negar, estava adorando aqueles jogos. Ela agia como caçadora e presa ao mesmo tempo e aquela atmosfera de provocação me deixava louco. No entanto, ao mesmo tempo, como tudo parecia depender do acaso, só imaginar o quanto teria que esperar para encontrá-la novamente me deixava extremamente impaciente.
Porra. Ela devia ter pacto com o diabo ou algo do tipo, não era possível!
Ou talvez fosse o próprio satanás.
Ri alto de meus pensamentos e quando a terceira pessoa se assustou ao me encontrar praticamente pelado e sozinho, resolvi que era hora de puxar minhas calças pra cima, fechar a braguilha e catar a minha dignidade do chão.
Dei uma passada no banheiro e a minha cara não escondia nem um pouco que, no mínimo, eu tinha batido uma punheta.
! Aí está você, gatinho. — Suspirei quando saí pelo corredor e dei de cara com Annie.
Puta merda. Como eu ia me livrar dela daquela vez?
Veja bem, eu até poderia empurrá-la para dentro de um dos quartos para fodê-la como tanto queria, mas, do jeito que as coisas estavam rolando, acabaria a chamando de e levaria um merecido soco na cara.
— Hey, Annie. Tá fazendo o que aqui em cima? — Cocei a nuca e olhei em volta, procurando algum conhecido para inventar qualquer desculpa.
— O que você acha? — Ela lambeu os lábios. — Procurando por você, é claro.
Suspirei ao constatar minha falta de alternativas, então a encarei nos olhos.
— Annie, vou te falar bem a real. Hoje não rola, gatinha. Minha cabeça tá em outro lugar.
Pronto. Meia verdade era a solução, afinal, se eu dissesse que estava pensando em outra mulher, também apanharia na cara, por mais que nós dois não tivéssemos compromisso algum.
— Eu posso te distrair, você sabe. — Sorriu e uma de suas mãos me tocou no ombro para deslizar suas unhas por ali.
Retribuí um tanto sem graça.
— É sério. Eu recebi uma notícia meio difícil de engolir. Não sei nem por que vim pra cá. — Bom, aquilo era, sim, verdade. — Quer dizer, eu sei. Foi para o Stu não me encher o saco, mas enfim. Você entendeu.
Annie fez uma careta chateada.
— Tem certeza? Você parecia bem entretido comigo lá embaixo ainda há pouco.
— Foi mal, mas eu não tava, não. Impressão sua, Annie. — Dei de ombros. Ela assentiu e, por fim, tirou sua mão de mim.
— Bom, me liga então.
— Pode deixar. — Pisquei para a mulher e aproveitei a deixa para me mandar dali.
Voltei ao primeiro andar da festa e olhei à minha volta, sem conseguir evitar procurar qualquer sinal de .
Nada. Nem parecia que havíamos nos encontrado, mas delirando eu não estava, tinha certeza.
Senti alguém esbarrar nas minhas costas com força e estava prestes a mandar a pessoa se foder quando vi que era Stu.
— Cara, você encontrou a Annabelle? Ela estava doida atrás de você. — Foi a primeira coisa que ele disse, ao me reconhecer.
Fiz uma careta.
— Sim, dei de cara com ela na saída do banheiro.
— E aí? — Stu me olhou ansioso.
— E aí o quê? — Franzi o cenho.
— Comeu ela?
Gargalhei.
— Você é um babaca, cara. Já te disseram isso?
— Comeu ou não? — Ele ignorou completamente o meu xingamento, como se saber daquela informação fosse crucial.
— Não. E eu preciso de uma cerveja. — Comecei a caminhar até a cozinha, e Stu seguiu em meu encalço.
— Você tá doente? Desde quando rejeita mulher? Ela tava doida pra dar pra você.
Revirei os olhos e sorri para uma garota que deixou a porta da geladeira aberta pra mim.
— Nada a ver, Stu. Eu só não tava afim. A Annie sufoca o cara.
— Daí depois não dá pra reclamar porque não comeu ninguém, seu lesado. — Ele me deu um tapa na cabeça e estreitei meus olhos em sua direção.
Minha vontade era a de revidar no soco.
— E quem falou que não comi? — insinuei e ergui uma sobrancelha.
Os olhos dele se arregalaram.
— Porra! Por que não falou antes? Quem foi?
Gargalhei antes de beber um longo gole de cerveja.
Quem fala que mulher é fofoqueira nunca conheceu Stu Macher.
— Eu não sei quem ela é. — Resolvi contar pra alguém. Talvez dividir aquela história me impediria de enlouquecer.
— Não perguntou o nome dela? — Foi a vez dele rir. — Boa!
— Na real, eu perguntei, mas ela só me disse que era .
, é? — Stu pareceu refletir por alguns segundos. — Não sei se conheço.
Certo, aquilo poderia ser preocupante, já que se tinha alguém que conhecia todo mundo na cidade, esse alguém era Stu.
— Mas, me fala, ela é gostosa? — Ele nem me deu tempo para pensar e buscou mais detalhes.
— Gostosa é pouco — suspirei e bebi mais uns goles de cerveja.
— Ih, ficou gamado? — Stu riu.
— Não viaja, cara! — Dessa vez eu, de fato, o soquei no braço.
— Ótimo então. Porque de gamado já basta o Billy. Ele tá a noite toda grudado na Vega.
— Ué, mas ele não veio com a Sidney? — Estranhei.
— Veio, mas foi só a Hawthorne aparecer que ele saiu atrás dela feio um cachorrinho.
— Tá com ciúmes, é? — insinuei, e meu amigo revirou os olhos, colocando a língua pra fora e assoprando.
— Não, . Já falei que a minha paixão secreta é você — zoou com a minha cara e eu terminei a cerveja.
— Vai se foder, Macher. — Larguei a garrafa na bancada e o deixei ali para procurar alguma outra coisa para me distrair naquela festa antes que eu ficasse entediado o suficiente para querer ir embora.
Ainda não era hora. Eu só iria quando tivesse certeza de que Pamela estava no milésimo sono.

🩸

Acordei com uma dor de cabeça do caralho, isso que eu quase nem bebi. O problema foi que acabei ficando na festa por mais tempo que eu esperava e chegar às quatro da manhã para levantar às sete e meia nunca era um bom negócio.
Se no dia anterior eu era o assassino mascarado, naquela manhã eu era apenas pó, ou talvez uma versão bem mal feita de um zumbi.
Queria passar reto pela minha mãe e ir logo para o estágio, mas meus olhos custavam a abrir direito e eu precisava urgente de uma xícara de café.
— Pelo jeito a festa foi boa, uh? — A voz de Pamela era doce, mas ainda assim fez minha cabeça doer mais.
Uma careta se formou no meu rosto e, entendendo, minha mãe me estendeu um comprimido de Tylenol com um copo de água.
— Valeu, mãe. — À contragosto, aceitei. Ainda estava irritado com ela por conta daquela palhaçada de casamento, mas não era idiota de negar remédio. — Tem café?
Eu sabia que tinha. Era o meu jeito de pedir a ela para preparar uma xícara para mim.
Folgado pra caralho, eu sei.
Suspirando, Pamela concordou, e eu sentei à bancada da cozinha para esperar. Ela logo voltou com o líquido precioso, e senti meu espírito voltar ao meu corpo já no primeiro gole.
Porra. Como uma simples bebida podia fazer aquele efeito? Eu cheguei até a revirar os olhos.
Minha mãe me conhecia muito bem para saber que o momento certo para iniciar uma conversa comigo era aquele, após o primeiro gole do meu vício.
— Então, como foi a festa?
Mas eu sabia que não era bem sobre aquilo que ela queria conversar.
— Corta o papo furado, mãe. Eu tô com dor de cabeça e um sono do caralho.
Pamela suspirou.
— Depois não reclame que não tento saber nada sobre a sua vida. E olha essa boca suja, rapaz!
— Não tem nada para saber. Foi só uma festa. — Revirei os olhos e tomei mais um gole de café que quase esvaziou a xícara.
— Você não tem nada programado para hoje à noite, tem? — Resolveu ir direto ao ponto.
Ergui uma sobrancelha.
— Não? Acho que não. Por quê? — Fiquei com medo da resposta e me preparei.
— Ótimo! — O sorriso dela me deu mais medo ainda. — Farei um jantar para o John aqui em casa e eu gostaria muito que vocês se conhecessem, filho.
Puta merda. Eu disse! Eu disse que vinha coisa!
Respirei fundo e não respondi nada, só voltei a beber meu café.
— O John vai trazer o filho dele também, tenho certeza de que vocês vão se dar bem. é um doce.
Bufei e revirei os olhos. Minha mãe tinha um jeito engraçado de descrever as pessoas e eu ignorei aquele comentário porque tiraria minhas próprias conclusões.
Eu não queria ir àquele jantar, porém sabia bem que não tinha escapatória, não sem magoar dona Pamela.
Odiava toda a ideia dela casando assim sem mais nem menos, mas, no fim das contas, só queria que minha mãe fosse feliz.
— Tá. Que horas vai ser isso?
Minha mãe sorriu mais ainda e se aproximou para me abraçar, animada.
— Sete horas. E, se não me engano, John avisou que vai trazer uma namoradinha também.
Ótimo. Só ficava melhor.
— O que eu não faço por você, né, dona Pamela? — Acabei rindo de má vontade e dei um beijo em sua bochecha. — Preciso ir.
— Se cuida, filho. Te amo. — Ela continuava sorrindo de orelha à orelha quando me afastei e peguei minha mochila.
— Esse cara não é vegetariano, né?
Pamela riu.
— Não, . Não é.
Ergui as mãos aos céus e segui para fora de casa.
— Menos mal.

🩸

Aceitar ficar para aquele jantar era uma péssima ideia. Eu podia sentir isso enquanto encarava o teto do meu quarto. Conseguia sentir o cheiro bom da torta que minha mãe estava preparando, mas de alguma forma eu sabia que iria me arrepender.
Pensei em tentar escapar, porque ainda tinha tempo e era só me esgueirar pela janela. Stu havia me mandado mensagem uns minutos atrás, dizendo que ele, Billy e Vega fariam uma maratona de filmes de terror e aquilo não era muito melhor do que o jantar com minha mãe e a nova família dela.
Suspirei. Eu precisava parar de ser amargo e filho da puta. Pamela deixou bem claro o quanto queria a minha presença e, mesmo não querendo estar ali, eu não podia vacilar.
No entanto, também não me esforcei tanto assim para ficar “apresentável”, e foi a primeira coisa que minha mãe notou quando me viu adentrar a sala.
!
— Que é? — Ergui uma sobrancelha.
— Vai trocar essa roupa, filho. John vai achar que você é um mendigo que eu abriguei. — Pamela deu risada, e eu estreitei meus olhos.
— Ué, mas não é pra mim que ele tem que olhar. É pra você, noiva — debochei, e ela me encarou séria.
— É sério, . Se esforça só um pouquinho, filho.
Odiava quando ela insistia daquela forma, fazia eu me sentir péssimo.
Bufei e virei as costas para voltar ao meu quarto e vestir algo que ela poderia chamar de aceitável.
Nesse meio tempo, escutei o barulho da campainha e dei de ombros. Sabia bem que Pamela me queria lá com ela quando abrisse a porta, mas era isso, ou eu receberia o futuro marido da minha mãe pelado.
Escolhi uma calça jeans escura e uma camiseta do filme Facada. Coloquei meus tênis all-star, dei uma ajeitada no cabelo e segui para a sala, de onde eu ouvia algumas vozes.
— Minha nossa, , mas ela é muito mais bonita do que você me falou! — minha mãe comentava.
— Ah, que isso, dona Pamela. A senhora que é lindíssima. John tem muita sorte.
Aquela voz.
Eu conhecia aquela voz.
Me senti congelar no hall da sala e desejei dar meia volta e correr para o meu quarto, afinal, não podia pirar de vez na frente de todos eles. No entanto, como um ímã, minha mãe virou o rosto em minha direção.
! Filho, aí está você!
Ir àquele jantar realmente havia sido uma péssima ideia e eu não tinha escapatória.
— Ei, mãe — murmurei sem graça e ergui meu olhar para o que até então eu me recusava a encarar.
Ao lado da minha mãe estava John, um cara grisalho, de olhos claros e uma expressão amigável demais para o meu gosto. Há alguns metros dele, estava o tal , uma versão loira e mais atlética do pai, o que me fez imaginar que praticava algum esporte, e, de mãos dadas com ele, estava ela.
.
A desgraçada da .
Espera, ela tinha namorado?
Pior, ela namorava meu mais novo irmão postiço?
Puta merda, cara. Quanto mais fodido eu estava, mais era cutucado com força.
— John, esse aqui é o meu filho, . , esse é o John.
Sorri meio sem jeito para o cara e aceitei o cumprimento de mão, então engoli a seco quando minha mãe me direcionou ao casalzinho.
— E aí, cara? Prazer, eu sou o e essa aqui é a Sam.
— O prazer é meu, irmãozinho — ironizei, ao cumprimentá-lo, e soltou uma risada, me olhando como quem entendia o que eu estava passando.
Se ele soubesse mesmo
. — abriu um meio sorriso ao se aproximar, e eu precisei de muito autocontrole para não suspirar quando me deu um beijo na bochecha.
Filha da puta.
— Ela não é linda, filho? — Minha mãe se meteu, e eu sorri após engolir mais uma dose de controle.
— Realmente. Você se deu bem, hein! — Troquei um sorriso com e senti o olhar breve de sobre mim.
Ela estava fingindo que não me conhecia e eu não sabia bem o que era pior, porque como eu explicaria para meu novo irmãozinho que a namorada dele tinha me chupado numa festa dias depois de eu masturbá-la num cinema?
— E você, cara? Tem namorada? — Estranhei um pouco a pergunta de , mas talvez ele só estivesse tentando puxar algum assunto, e apenas neguei com a cabeça.
— Não, eu não sou de namorar. — Dei risada e senti mais uma vez Sam me olhar.
Logo todo mundo estava à volta da mesa de jantar e, porra, minha mãe havia caprichado mesmo na torta de carne.
Eu e trocamos redes sociais e conversamos um pouco. Ele era gente boa, mas eu não conseguia parar de olhar para a namorada dele.
Não sabia o que aquela filha da puta tinha feito comigo, mas até o jeito que ela segurava o garfo estava me enlouquecendo.
— Fã de Facada? — chamou minha atenção, e eu disfarcei minha boca aberta tomando um gole de suco.
— Bastante. E você?
— Não tanto. Eu curto mais terror sobrenatural, mas a Sam aqui tem uma coleção dos filmes da franquia. Você devia mostrar a ele qualquer hora dessas, linda. — sorriu para ela e pude jurar que senti os olhos de faiscarem na minha direção.
Lógico, porque tudo o que eu precisava era me imaginar no quarto dela.
— Se ela for mais fã de Facada do que eu, deve ter um santuário. Tem certeza de que é seguro? — Ergui uma sobrancelha para ela, tentando não parecer tão sugestivo, e riu. Uma risada harmoniosa e despropositadamente sedutora.
— Pode ficar tranquilo, você vai sair vivo de lá, . — Piscou na minha direção e se aquilo não era um flerte, eu não sabia o que era.
pareceu não ligar, ou também não tivesse percebido, mas uma parte de mim quis duvidar.
— Só preciso fazer uma pergunta antes de decidir se vou mesmo conhecer esse santuário ou não. — Me endireitei na cadeira.
— Qual? — Ela trocou um olhar de soslaio com e se inclinou na minha direção.
— Qual é o seu favorito da franquia?
— O primeiro. Definitivamente. O assassino original é simplesmente uma delícia.
Ergui uma sobrancelha e foi a minha vez de trocar um olhar com .
Então nós três caímos na risada.

🩸

Poucas horas depois, Pamela e John resolveram prolongar o encontro passeando pelas ruas de Woodsboro, enquanto eu, e continuamos ali na sala, entretidos em mais uma conversa. Enquanto eu estava na poltrona menor, o casal se sentou no sofá grande.
Eu não podia negar que até estava me divertindo, os dois eram muito fãs de terror como eu, e isso nos rendeu um bom papo.
Odiava admitir, porém era um cara legal e também seria, se eu não conhecesse seu outro lado.
Me perguntei se fazia ideia de que ela o traía e em alguns momentos eu quase a entreguei, no entanto, algo me segurou.
— Como assim você é amigo do Billy e do Stu? A Sam era vizinha da Vega antes de se mudar. — ria surpreso.
— É Woodsboro, babe, quase todo mundo se conhece. — apertou a coxa dele sem vergonha nenhuma e eu desviei meu olhar para meu celular, fingindo não ver.
— Verdade. Eu lembro de ver o por aí, mas você já se formou, né, cara?
— Aham. — Fingi estar distraído só para não continuar encarando aqueles dois ou a forma como ela continuou com a mão nele.
Parecia que Sam estava fazendo aquilo de propósito, só para me infernizar.
— E por que você não se mandou de Woodsboro ainda? Na primeira oportunidade que eu tiver, quero dar o fora daqui. — trocou um olhar cúmplice com a namorada.
— Sei lá. Eu consegui vaga na universidade daqui e um estágio no Departamento de Homicídios. Algo me prende a essa cidade. — Dei de ombros e, pelo canto dos olhos, senti que os dois se entreolharam de novo.
mordeu a boca para e eu me levantei, soltando a desculpa mais óbvia para deixar os dois sozinhos como queriam.
— Vou ao banheiro. Por favor, fiquem à vontade aí.
E saí de lá.
Enquanto eu seguia até o banheiro, pude ouvir as risadinhas deles, então fechei a porta atrás de mim.
Merda.
Como podia ser tão filha da puta? Trair o namorado e olhar na minha cara como se nada tivesse acontecido? Ficar provocando o cara na minha frente?
Eu devia mesmo voltar lá e jogar a verdade na cara dos dois, no entanto, eu não tinha provas, tinha? Era a minha palavra contra a dela, mas…
Porra. Eu tinha uma prova, sim.
A calcinha dela guardada na minha gaveta.
Porém lembrar de como eu a havia conseguido não foi a minha ideia mais genial.
De repente, eu quis agir como um virgem estranho e correr para o meu quarto. Cheirar a calcinha dela enquanto batia mais uma punheta, só que, porra… Eu teria que esperar o casalzinho para fazer aquilo.
O jantar havia acabado, certo? Eu estava cansado, poderia mandá-los embora.
A que ponto eu havia chegado.
Mas era isso. Talvez com um pouco mais de distância o juízo voltasse à minha cabeça.
A passos determinados, segui de volta para a sala.
Eu devia ter previsto os sons que ouviria quando estivesse perto o suficiente.
Gemidos sufocados, respirações pesadas e o som inconfundível de algo… molhado.
Puta que pariu.
Hesitei no hall da sala. Era muita filha da putagem se comer na sala dos outros, mas eu também não era nenhum empata foda.
… — O gemido gostoso de ecoou pelo ambiente.
— Shh… Quietinha! — Mesmo ainda sem ver, conseguia imaginar que ele havia tampado a boca dela.
E imaginar aquilo me deixou estranhamente excitado.
Da forma mais silenciosa que pude, cruzei o hall da sala e dei de cara com a cena mais deliciosa que já havia visto.
estava deitada no sofá, com as pernas bem abertas, a saia erguida até a cintura e no meio delas, a chupando como se sua vida dependesse daquilo.
Com uma mão tapando seus lábios, os gemidos dela se transformaram em suspiros sôfregos enquanto fazia questão de esfregar o clitóris inchado com a outra e socar a língua em sua entrada com vontade. Os olhos de Sam se reviraram nas órbitas, ela agarrou os cabelos dele e os puxou com força, como se quisesse guiar a cabeça dele.
Fiquei paralisado ali por uns bons minutos, assistindo a forma como os quadris de se movimentavam na direção dele, enquanto meu pau ficava cada vez mais duro e sedento por atenção.
Antes que eu me desse conta, minha mão o apertava por cima da calça e a pressão quase me fez gemer rouco.
— Vai, abre bem essa boceta gostosa pra mim, linda. — a olhou com o mais puro tesão e se afastou o suficiente para que ela o obedecesse.
Caralho. Vê-la toda exposta daquele jeito estava me deixando louco, era quase como se eles soubessem que eram assistidos.
Com uma mordida nos lábios, o olhar de Sam faiscou para .
— Assim, meu bem?
— Porra, assim mesmo, mas você sabe que se gemer alto eu paro, não sabe? — O tom sacana dele fez um bico se formar nos lábios dela.
— Vai me fazer gozar sem poder gemer? Isso é tortura.
— E você, como a putinha deliciosa que é, está adorando.
Sem dar tempo para que ela dissesse qualquer outra coisa, tornou a se inclinar para lamber o clitóris dela e o chupar lentamente.
Mais uma vez, Sam agarrou os cabelos dele com força, suas coxas se contorceram e eu não conseguia parar de esfregar o meu pau por cima da calça.
Mandei a prudência para a casa do caralho.
Foda-se.
Eles que começaram aquela merda.
Abri o meu cinto, o botão e o zíper do jeans e enfiei a mão para dentro da cueca. O tesão era tanto que meu pau chegava a doer e eu o tirei para fora para começar a acariciá-lo lentamente.
chupou com mais afinco e de onde eu estava dava para ver a boca dele toda melada. Como alguém que já tinha provado o gosto dela, fiquei sedento e com inveja do meu irmão postiço.
Aumentei o ritmo das bombadas no meu pau e revirei meus olhos de prazer. Um sorriso enviesado se formou nos lábios de e, devagar, ele foi metendo um dedo na boceta de Sam.
Caralho.
O jeito que ela mordeu a boca me levou ao céu, porém seu gemido abafado logo em seguida me puxou direto para o inferno.
afundou o dedo dentro dela e o girou gostoso. Ele retomou as chupadas e foi aumentando o ritmo, a preparando para meter o segundo dedo.
Fiquei dividido entre continuar ali assistindo e me enfiar no meio dos dois só pra ajudá-lo a arreganhar aquela boceta gostosa.
— Ai, caralho… Continua assim, vai — Sam sussurrou, e eu pirei. A voz dela era necessitada, sexy para um cacete.
Fiz pressão na cabeça do meu pau e fui, acariciando com mais e mais intensidade. Meu baixo ventre começou a se contorcer e eu sabia que não demoraria muito para esporrar o chão da sala.
… — Mais um gemido escapou da boca dela e, com uma expressão leviana, aumentou a intensidade das estocadas, metendo os dedos tão forte que os quadris de chegaram a balançar.
Ela apertou os próprios seios e brincou com os bicos por cima da blusa, me deixando ainda mais louco.
Minha mão se movia tão forte que eu tinha certeza de que não fazia mais silêncio algum. Meu peito subia e descia ofegante, meus olhos estavam fixos nos dois e eu queria muito gemer junto com ela.
— Porra, , eu vou gozar! — O aviso dela me fez aumentar a intensidade de novo e o gemido alto e prolongado de foi o estopim.
Enquanto eu a assistia se contorcer convulsivamente na boca dele, gozei feito um louco, melando toda a minha mão. Alguns respingos caíram no chão da sala e eu mordi a boca pra não grunhir.
Caralho. Puta que pariu.
se levantou do meio das pernas dela, ajeitou a saia de e a beijou com vontade.
Eu daria qualquer coisa para sentir o gosto dela.
Voltei para o banheiro, a fim de limpar a bagunça que acabei fazendo, e quando voltei para a sala os dois estavam lá sentados como se nada tivesse acontecido.
, estávamos só esperando você voltar para nos despedirmos. Sam está cansada. — fez uma careta.
Olhei para ela, vermelha e levemente ofegante, e depois para ele, com o volume mal disfarçado nas calças.
Cansada, claro.
— Tá certo. A gente combina algo qualquer dia desses. — Não sabia se realmente faria aquilo, mas eu precisava me livrar logo dos dois para processar direito o que havia acabado de acontecer.
Finalmente nos despedimos e eu agradeci aos céus por eles não terem percebido a meleca que eu havia feito no chão da sala.
Quando voltei para o meu quarto e peguei meu celular, percebi que ali havia uma notificação e quando li a mensagem meus olhos se arregalaram.

Gostou do show?


Continua...


Nota da autora: Freddy Krueger finalmente está entre nós, olha só que delícia. Eu passei mal escrevendo essa cena na sala, hein? Espero que vocês tenham gostado!

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