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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Julho/2024.

1º ano de Hogwarts

A garota saiu correndo animadamente na frente de sua família e atravessou a parede entre as plataformas 9 e 10, sentindo um frio na barriga ao fazê-lo. Depois das diversas histórias que seu irmão lhe contou sobre seu primeiro ano, finalmente sua vez havia chegado.
, não vá para longe! — Ela olhou para trás ao escutar a voz não muito distante de e abriu um sorriso, correndo para puxá-lo em meio à multidão de bruxos e bruxas aguardando pelo expresso de Hogwarts. — Por Merlim, será que dá para esperar nossos pais chegarem até nós?
— Você só tá assim porque já fez isso antes. Como meu irmão mais velho, tinha que me apoiar — a pequena falou, cruzando os braços como se estivesse com raiva, e o menino bagunçou seu cabelo antes de ser chamado por alguém.
! Finalmente te achei. — Um garoto branco, com bochechas levemente rosadas, olhos acinzentados e cabelos castanhos dourados se aproximou dos dois e cumprimentou . — Eu avisei que não daria para me encontrar com você nas férias. Meu pai estava muito ocupado com as coisas do ministério. — Ele percebeu uma silhueta atrás de . — Oi.
— Essa é minha irmã, . , esse é o Cedrico Diggory, meu amigo. — O menino levantou a mão para cumprimentá-la e ela apertou rápido, correndo em direção aos seus pais, que estavam logo atrás. — Ela é um pouco tímida.
Enquanto e seu amigo continuavam a conversar animadamente, os observava ainda colada em seus pais. Apesar de sempre ter muito contato com trouxas e já estar acostumada a se relacionar com outras pessoas, não conseguiu proferir uma palavra ao se encontrar de frente para o garoto. Talvez fossem aqueles olhos com uma cor marcante, ou o cabelo perfeitamente alinhado, mas algo nele havia a deixado totalmente sem graça.
seguiu seu irmão para dentro do trem, ouvindo o som distante de risadas e conversas animadas dos outros estudantes, que haviam passado meses sem se verem e aproveitavam para contar como haviam passado as férias. Ele a ajudou a guardar suas coisas numa cabine, se dirigindo para fora dela logo em seguida.
— Espera aí, você vai me deixar sozinha? — A garota segurou a mão de , antes dele sair da cabine. — Eles disseram para você ficar comigo.
— Eu vou ficar, mas agora vou para a cabine com os meus amigos. — Ao ver que sua resposta não realçou nenhuma reação nela, se virou e ficou na mesma altura que a irmã. — Olha, foi assim que eu conheci meus amigos, e tenho certeza de que vai chegar alguém muito legal para ficar com você aqui. Eu prometo… e compro varinha de alcaçuz para você no carrinho de doces. — A mais nova abriu um sorriso ao ver o irmão se dirigir para fora da cabine e chamar alguém. Ela pôs apenas a cabeça para fora ao sentir o cheiro de doces que os estudantes compravam do carrinho da senhora e observou dando alguns galeões para ela em troca de um dos seus doces favoritos, finalmente se convencendo a deixar o irmão ir.
— Oi, tem alguém aqui? — Uma garota com traços asiáticos, aparentando ter a mesma idade de , abriu a porta de correr e inclinou a cabeça para dentro da cabine.
— Mais ninguém.
— Posso?
— Claro.
— Meu nome é Khanna.
— Sou … É o seu primeiro ano também?
— Sim, como adivinhou?
— Você parece estar tão nervosa quanto eu. — As duas deram um sorriso reconfortante e, antes de continuarem a conversar, foram interrompidas pela porta se abrindo novamente.
— Oi! Tô passando em todas as cabines para conhecer os outros. Sou a Haywood.
As duas se apresentaram e a garota loira se despediu e foi em direção às outras cabines. Elas ficaram conversando animadamente durante toda a viagem, até sentirem as rodas no trilho se acalmarem e o Expresso de Hogwarts diminuir a velocidade, aproximando-se da estação. A noite estava clara e as estrelas cintilavam no céu como diamantes espalhados sobre um manto de veludo. sentia o coração bater descompassado e mal podia conter o sorriso no rosto à medida que descia do trem e observava o imponente castelo se erguer à distância, suas torres altas e majestosas contra o céu noturno. O som de centenas de vozes se misturava ao barulho dos vagões e das malas sendo descarregadas.
— 1º ano, me sigam! — um homem extremamente alto gritou, enquanto acenava com a mão e as duas garotas, assim como todos os outros primeiranistas, o seguiram até barcos que estavam na margem de um lago escuro.
— Esse lago parece ter um monte de criaturas. — escutou um menino de cabelos loiros sussurrar para si mesmo, com uma expressão de medo.
— E tem. Chamam ele de lago negro e habita… — , que estava em seu lado, se prontificou para dar uma explicação completa sobre o lago, mas o menino a interrompeu.
— Não precisa especificar, mas obrigado… Eu sou Ben Copper. — Os três se apresentaram e todos entram nos barcos, sendo surpreendidos ao perceberem que eles se moviam sozinhos.
A água refletia as luzes do castelo, criando um espetáculo cintilante que parecia saído de um sonho, e, à medida que o barco deslizava pela água escura, a umidade se tornava quase palpável e o frio na barriga aumentava. Seu cheiro fresco misturado com o aroma das árvores ao redor dava ao ar uma fragrância mágica. Ela se permitiu fechar os olhos por um instante e respirar fundo, ouvindo apenas o som suave das ondas batendo contra o casco do barco e o murmúrio do vento, além das conversas nervosas e animadas dos outros alunos nos barcos, com uma mistura de medo e excitação. Quando o barco se aproximou da margem oposta, ela teve sua primeira visão real de Hogwarts em toda sua glória — as torres e ameias se elevando, imponentes e convidativas. sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao atravessar os portões e o chão de pedra frio sob seus pés, e o leve eco de seus passos pelas paredes reforçava a sensação de grandiosidade do castelo. Nas escadarias, eles foram recepcionados por uma mulher alta, com vestes de cor verde-esmeralda, um chapéu pontiagudo e uma expressão severa. O Salão Principal era ainda mais impressionante do que ela imaginara, com seu teto encantado refletindo o céu estrelado lá fora e candelabros flutuantes iluminando o ambiente com uma luz suave e dourada. O cheiro de carne assada, tortas frescas e doces variados inundava seus sentidos, provocando um ronco em seu estômago. As longas mesas das quatro casas estavam decoradas com prataria reluzente e banquetes magníficos, que se estendiam desde o começo até o outro extremo do salão, onde havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores. Enquanto caminhavam pelo corredor central, os primeiranistas sentiam os olhares curiosos dos estudantes mais velhos os acompanharem. olhou ao redor, tentando absorver cada detalhe — os retratos que sussurravam nas paredes, as armaduras brilhantes que pareciam observar atentamente, e os fantasmas flutuantes que deslizavam pelo salão. Ao reconhecer o rosto de seu irmão, deu um leve aceno em sua direção, mas acabou voltando sua atenção novamente para o teto, já que sussurrava ao seu lado que havia lido que tudo aquilo não passava de um encantamento para parecer com o céu estrelado.
A professora Minerva McGonagall, que havia se apresentado antes de entrarem no salão, os guiou até a mesa principal dos professores e eles ficaram enfileirados, aguardando serem chamados e se dirigirem de um em um até o banco de quatro pernas, posto diante dos alunos do primeiro ano. Havia um chapéu todo sujo e remendado em cima do banco, que, após alguns segundos de silêncio, se mexeu e começou a cantar. A professora segurou um longo rolo de pergaminho e foi chamando os nomes de todos os primeiranistas que se encontravam em pé na frente do banco, e, na vez de cada um, o chapéu falava o nome de uma das quatro casas anunciadas no começo da canção.
— Ben Copper!
Após uma pausa momentânea, o chapéu abriu o rasgo, que teoricamente seria sua boca, e anunciou:
— Grifinória!
— Merula Snyde!
Dessa vez, o chapéu nem precisou ser posto na cabeça da garota e já se apressou:
— Sonserina!
— Andre Ewgu!
— Vejamos… Corvinal!
… — Assim como todos os outros, a menina se sentou no banco e sentiu o tecido áspero e antigo pressionar levemente suas orelhas. Ela sempre havia sonhado em ir para a casa do texugo, não para seguir alguma tradição de família, porque seu pai era sonserino e sua mãe nem sequer era bruxa, mas por pensar que sua personalidade se encaixava mais na Lufa-Lufa.
— Outro … — o chapéu começou e fechou os olhos, tentando acalmar a tempestade de emoções dentro de si. O cheiro levemente mofado do chapéu trazia uma estranha sensação de conforto, como se todas as gerações passadas de estudantes estivessem ali com ela. — Por que não… Lufa-Lufa!
— Isso! — Ela abriu os olhos e se levantou rapidamente, indo em direção à mesa em que os novos colegas de casa a aguardavam sorridentes e aplaudiam de pé, sendo recepcionada por um abraço orgulhoso do irmão.
— Eu falei que seria fácil. — sorriu e olhou para os outros alunos sentados, recebendo vários acenos.
— Bem-vinda. — O menino que estava ao lado de seu irmão, que ela reconheceu como sendo Cedrico Diggory, que havia a cumprimentado na estação, estendeu a mão, e ela a apertou timidamente.
Coincidentemente, as duas meninas que havia conhecido ainda no expresso de Hogwarts foram para a Lufa-Lufa também, o que animou a garota, por já conhecer alguma pessoa da casa. Ao terminar a seleção, o diretor se levantou e fez um discurso no qual a garota não prestou muita atenção por conta da sua barriga roncando, e assim que ele terminou, as mesas se encheram de comidas e bebidas.
— Primeiranistas, Jane Court, sou a monitora da Lufa-Lufa, me sigam. — Uma garota mais velha surgiu do seu lado, assim que o banquete termina, e vai em direção à porta do salão, sendo acompanhada por todos os primeiranistas atentos às suas palavras. Ela começou a fazer um tour, apresentando vários pontos dentro do castelo, até chegar a uma pilha de barris. — Essa é a entrada para a sala comunal da Lufa-Lufa. Para entrar, vocês só precisam bater no barril número dois do fundo, no sentido da segunda linha, no ritmo de Helga Hufflepuff. — só entendeu o que a menina quis dizer após ela demonstrar e a grande porta se abrir, dando passagem até um local de aparência confortável. — Só mais uma coisa antes de entrarmos… caso não queiram ficar encharcados de vinagre, é bom não esquecerem a ordem… Bem-vindos à sala comunal — ela bufa discretamente, tendo certeza de que algum dia iria ser atingida por essa chuva de vinagre, visto que uma boa memória não era lá o seu forte.
Os primeiranistas adentraram o local, sendo recepcionados por algumas plantas dançantes e uma lareira enorme acesa, além do aspecto ensolarado, apesar da escuridão da noite estar predominando do lado de fora do castelo desde que eles haviam chegado, o que deixava tudo mais aconchegante.
— Às vezes a professora Sprout traz algumas plantas para decorar aqui. Vocês podem passar o tempo que quiserem, estudando, conversando com os colegas, ou apenas para descansar, mas lembrem-se de que todos tem que estar aqui às dez da noite, alunos não podem sair para passear, ou o que quer que vocês queiram fazer depois desse horário. Os dormitórios são onde vocês vão dormir, o das meninas fica na direita e o dos meninos na esquerda. Os meninos não podem entrar nos dormitórios das meninas, mas o contrário pode ocorrer sem problemas. Alguma dúvida? — Todos negaram com a cabeça e Jane deu um sorriso orgulhoso. — Então terminamos por aqui. As bagagens de vocês já estão depositadas nas respectivas camas, de novo, sejam bem vindos à Lufa-Lufa! — Ela finaliza seu discurso e os alunos saem animados para seus quartos.
— Holly! — corre em direção à coruja preta parada, na gaiola, em cima de um móvel perto da cama, que seria supostamente sua. O animal guinchou como forma de reclamação, exigindo que fosse solta logo. — Eu sei, você nunca ficou tanto tempo presa, desculpa — Holly respondeu, com um pio mais calmo dessa vez, saindo da gaiola assim que teve a oportunidade.
Durante o resto da noite, aproveitou para começar a guardar algumas coisas que estavam em suas malas e conhecer melhor suas novas companheiras de quarto, incluindo e , que ela havia conhecido no expresso. Mais tarde, enquanto se aconchegava em sua cama no dormitório, cercada por cortinas quentes e ouvindo o suave murmúrio do vento nas janelas, ela sorriu. O dia tinha sido um turbilhão de emoções, mas ela estava pronta para tudo o que Hogwarts tinha a oferecer.


Continua...


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Nota da autora: Não acredito que essa vai ser minha primeira fic do meu universo de filmes/livros favorito. Espero que vocês gostem e se divirtam tanto quanto eu sei que vou me divertir escrevendo essa história.

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