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Codificada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Setembro/2024.




se levantou assustado da mesa onde tomava calmamente seu café da manhã quando ouviu as batidas na porta de seu apartamento. Correu até a porta, quase caindo ao tropeçar no pé do sofá, ele atendeu a porta xingando baixinho.

Com o coração ainda acelerado pela surpresa, ele se deparou com do outro lado da porta. Seu rosto se iluminou com um sorriso radiante quando seus olhos se encontraram.

— Surpresa! — exclamou , inclinando-se para deixar um beijo rápido na bochecha de antes de entrar no apartamento como um furacão.
Ela tinha uma energia contagiante que sempre a acompanhava, e era como se ela tivesse trazido um vendaval de alegria consigo.

assistiu com espanto enquanto se movia pelo apartamento como se estivesse em sua própria casa. Ela abriu armários, examinou o que havia na geladeira e, em um piscar de olhos, estava mexendo em sua cafeteira, preparando seu próprio café como se fosse algo totalmente natural.

— Você não vai acreditar o quanto eu estou ansiosa para o primeiro dia na faculdade, ! — disse , sua voz vibrando de entusiasmo — Tive que me segurar para não sair correndo para lá desde que acordei... Mal posso esperar para as aulas, as novas amizades e todas as oportunidades que a faculdade nos proporcionará!
ainda estava processando a presença repentina de e mal conseguia acompanhar seu ritmo. Ele não pôde deixar de sorrir com o contagiante entusiasmo dela.
— Isso é incrível, . Estou animado também... — disse ele, pegando sua própria xícara de café, agora preparada por , e se juntando a ela na mesa — A propósito, como você sabia que eu estava em casa?
deu de ombros, um brilho travesso nos olhos.
— Eu apenas sabia, ! Afinal, agora somos vizinhos, e eu pretendia começar o primeiro dia de aula com um pouco de empolgação...
riu, sentindo-se cada vez mais grato por tê-la de volta em sua vida, agora de uma forma tão próxima. Com ao seu lado, a ansiedade que ele sentia sobre a faculdade começou a desvanecer.

Após o café da manhã, e continuaram a conversar sobre suas expectativas para o primeiro dia na faculdade. parecia cheia de entusiasmo, e não conseguia deixar de admirar sua energia contagiante. Ambos se preparavam para começar essa nova fase de suas vidas, e uma atmosfera de amizade e animação preenchia o ar.

se levantou da mesa recolhendo os pratos e então fez a mesma coisa que ele, só que com os copos. Juntos os dois foram rumo à pia, fazendo com que seus ombros se tocassem com certa brutalidade, a atmosfera estava leve, e o toque acidental dos ombros deles fez com que seus olhares se encontrassem.

Os olhos de se prenderam aos de , e ele sentiu seu coração acelerar. Naquele momento, ele não pôde evitar a avalanche de sentimentos que o dominava. A proximidade com , a mulher que ele havia amado desde a infância, era quase avassaladora…

No entanto, não percebeu a turbulência nos olhos de . Para ela, era apenas um momento de amizade e conversa casual.

, lutando contra as emoções que ameaçavam transbordar, percebeu que precisava se afastar. Ele não queria que notasse o que ele estava sentindo, principalmente porque sabia que o melhor era esquecer o que sentia por ela como mulher.

Com um sorriso forçado e uma desculpa sobre a necessidade de se preparar para o primeiro dia de aula, se afastou bruscamente e deixou a cozinha. , confusa com sua súbita mudança de comportamento, observou-o partir, sem suspeitar da intensa paixão que ele estava tentando esconder.

***


Quando pôs o pé para fora de seu apartamento, lá estava , toda arrumada para o seu primeiro dia de aula, enrolando uma das mechas de seu cabelo castanho enquanto esperava por ele escorada na parede ao lado do apartamento de frente.

— Você ainda não foi? Tava tão ansiosa… — ele respirou fundo se virando para trancar o apartamento —
— Não vamos juntos? Estava esperando por você!
abriu a boca para dizer algo, mas não conseguiu. Como ele faria para se afastar dela?

Os dois caminhavam lado a lado com falando sem parar sobre seu curso e sobre quais matérias ela estava ansiosa para começar logo, até ele ouvir ela dizer “Psicologia e Tecnologia”. Aquela era uma das matérias que ele também tinha na grade curricular.

— Faremos essa matéria juntos então! — esboçou um sorriso enquanto tentava manter a calma.
Meu Deus, como ele faria para se afastar de ? Será que seria possível?
— Que curso é o seu mesmo? — ela riu, sapeca — Sabe que minha memória é toda coisada né?
riu, fechando brevemente os olhos. Aquilo era verdade! A memória de era péssima!
— Engenharia de Software! — ele olhou para ela que sorriu, mas se manteve olhando para frente —
— Ah verdade! Você sempre gostou mesmo de mexer com essas coisas de computador! Porque a gente ficou quase um ano sem se falar, hein? Porque você mudou sem me falar? Porque tudo isso aconteceu? Eu não entendi muito bem…

engoliu seco e depois respirou bem fundo. Não podia falar a verdade, é claro! Que desculpa ele inventaria? Ele ponderou por um momento e, finalmente, respondeu:

— Bem, , foi uma decisão familiar. Meu pai conseguiu um novo emprego em outra cidade, e tivemos que nos mudar de repente. Eu nem tive a chance de me despedir de ninguém!
A expressão de suavizou enquanto ela parecia compreensiva.
— Entendi, ! Mas estou feliz que tenhamos nos reencontrado agora…

assentiu, agradecendo por ter aceitado sua desculpa. No entanto, ele sabia que manter sua distância seria essencial para que ele pudesse seguir em frente e tentar esquecer sua paixão platônica por ela.

***


No primeiro dia de faculdade, e começaram com uma empolgação palpável. Ambos estavam ansiosos para embarcar nessa nova jornada acadêmica e fazer novas amizades. Suas aulas conjuntas ainda não haviam começado, então eles passaram a maior parte do dia em aulas diferentes.

encontrou-se imerso em uma série de palestras introdutórias para seu curso de Engenharia de Software. Ele estava determinado a se concentrar em seus estudos e seguir em frente, mas não pôde deixar de se lembrar da proximidade que compartilhara com naquela manhã na cozinha.

Enquanto isso, se viu envolvida em uma série de aulas de seu curso de Psicologia. Sua personalidade extrovertida e carismática logo a fez ganhar novos amigos. Ela não estava ciente do impacto que causava, mas chamou a atenção por onde passava, assim como fazia quando eram crianças.

À medida que as aulas chegaram ao fim, saiu de sua última palestra e observou cercada por um grupo animado de colegas. Ela parecia à vontade na companhia de seus novos amigos, e ele não pôde deixar de sentir uma pontada de tristeza. O contraste entre sua personalidade extrovertida e a de , mais reservada, era evidente.

se perguntou se ele seria capaz de manter sua promessa de seguir em frente, mesmo quando estava cercado pelas memórias e pela presença cativante de . Seu primeiro dia de faculdade havia trazido um lembrete doloroso de que, embora eles compartilhassem uma longa história, o futuro estava repleto de incertezas.

***


estava em seu apartamento após o primeiro dia de aula na faculdade, sentindo-se animada e ansiosa para compartilhar suas experiências com . Como ele era seu melhor amigo, e agora também seu vizinho, ela queria passar mais tempo com ele. Preparou o jantar com calma e esmero e então colocou os dois pratos sobre a mesa.

Decidida a convidá-lo para jantar, bateu na porta do apartamento de , esperando que ele estivesse em casa. Quando ele atendeu, um sorriso caloroso iluminou seu rosto.

— Vem! Vamos jantar lá em casa! Já preparei tudo! Até nossos pratos eu já arrumei sobre a mesa…
sorriu, mas parecia hesitante:
— Eu estava pensando em pedir algo para comer esta noite...
, determinada a compartilhar o jantar que havia preparado, decidiu usar seu charme. Ela inclinou a cabeça para o lado, olhando para com um olhar travesso.
— Vamos lá, ! Você realmente prefere pedir comida quando tem um jantar incrível aqui esperando por você? — ela deu um passo adiante, olhando fixamente nos olhos dele com um sorriso cativante — Além disso, é uma ótima maneira de nos atualizarmos sobre nossos primeiros dias de aula. O que você acha?
não pôde resistir à combinação de comida deliciosa e a companhia acolhedora de . Ele sorriu, rendido ao charme dela.
— Você tem razão, . Com um convite tão persuasivo, como posso recusar? Vou adorar jantar com você!
sorriu, satisfeita por tê-lo convencido.

Eles entraram no apartamento dela, e passeou os olhos por lá, notando a atmosfera aconchegante e acolhedora que a decoração transmitia. As paredes estavam pintadas em tons suaves, criando uma sensação de tranquilidade. As janelas amplas permitiam a entrada de luz natural, iluminando o espaço.

O mobiliário era uma mistura de peças modernas e antigas, dando ao apartamento um toque de personalidade única. A sala de estar estava equipada com um sofá confortável e uma mesa de café.

A cozinha era charmosa e bem organizada, com armários de madeira e uma bancada que serviria como o local de jantar naquela noite. A mesa estava posta com pratos e talheres, aguardando o jantar que havia preparado com esmero.

Pequenos detalhes decorativos, como quadros nas paredes e plantas em vasos, adicionavam um toque de aconchego ao ambiente. No geral, o apartamento de era um reflexo de sua personalidade calorosa e acolhedora, tornando-o o local perfeito para compartilhar uma refeição e criar novas memórias com seu amigo de infância, .

e se acomodaram à mesa posta por em seu aconchegante apartamento. Uma deliciosa fragrância de comida pairava no ar e serviu o jantar que ela havia preparado com um sorriso nos lábios.

Enquanto saboreavam as primeiras garfadas, a conversa fluiu naturalmente entre os dois. Eles compartilharam histórias engraçadas do primeiro dia de aula, riram e comentaram sobre suas primeiras impressões sobre o campus.

O ambiente era descontraído e amigável, e a comida estava incrivelmente saborosa. A amizade de longa data entre eles tornou a noite ainda mais especial.

Depois do jantar, eles se ofereceram para lavar a louça juntos. cuidadosamente enxaguou e entregou as peças para , que as secava e guardava nos armários. Trabalhando em equipe, eles se moviam com harmonia, como se estivessem dançando juntos na cozinha.

Enquanto lavavam a louça, os olhares se encontraram ocasionalmente, e eles trocaram sorrisos cúmplices. A proximidade e a camaradagem entre eles eram evidentes. Após a lavagem da louça, eles se acomodaram no sofá e Elie ligou a Tv.

— Acho que já vou! — ele resolveu se pronunciar quando ela sumiu pelo corredor que dava aos quarto e ao banheiro.
— Não senhor! — ele a ouviu gritar de lá — Você vai ficar para assistirmos um filme!

engoliu seco e se levantou do sofá de forma automática. Não! Aquilo não seria nada, nada bom para seus planos de esquecê-la!

apareceu novamente, agora com um olhar manhoso e um biquinho nos lábios, como se fosse impossível resistir ao seu pedido.
, eu realmente não gosto de ficar sozinha até dar sono... — ela disse, com uma voz doce e uma expressão irresistível — E você sabe como somos bons em escolher filmes juntos, não é? Por favor, fica!
não conseguia dizer não àquela carinha encantadora. Ele concordou com um sorriso e voltou a se acomodar no sofá. Os dois se cobriram com cobertores e escolheram o filme juntos.

Conforme o filme começava, se deitou no peito de , e ele aconchegou-se, passando um braço sobre seus ombros. Em um momento de silêncio entre eles, começou a acariciar o rosto de com a mão suave.

correspondeu, deslizando a mão pelas costas de , enquanto assistiam ao filme. A atmosfera era tranquila e confortável, mas o coração de estava acelerado com a proximidade e a intimidade da situação.

Enquanto assistiam ao filme, os olhares se encontraram mais uma vez, e eles trocaram sorrisos cúmplices. não conseguia deixar de pensar nos sentimentos que haviam ressurgido durante a noite e na paixão que ele havia mantido em segredo por tanto tempo.

O filme continuava a se desenrolar diante deles, mas os pensamentos dele estavam em outro lugar... se perguntava como conseguiria se afastar de quando a proximidade entre eles pareceu ter aumentado. Os sentimentos que ele havia mantido em segredo por tanto tempo agora estavam começando a emergir, e ele estava confuso sobre o que fazer a respeito.

Os olhares deles se encontraram novamente, e não conseguia deixar de notar a expressão calorosa e afetuosa nos olhos de . Era um olhar que o fazia questionar todas as promessas que havia feito a si mesmo sobre esquecê-la. No escuro do apartamento, a incerteza sobre o que o futuro reservava pairava no ar, e se sentiu cada vez mais perdido em seus pensamentos confusos.



— Uma festa? — ele piscou algumas vezes.

passeou os olhos por ela vestida numa calça de couro prateada e um cropped trançado do mesmo tecido só que preto e de mangas, meio rasgadas, deixando o braço dela quase todo à mostra ao invés de tampá-los. Quando ela piscou mais devagar, reparou que a sombra dela combinava perfeitamente com a calça prateada e ele pareceu ficar um pouco tonto quando ela sorriu e depois gargalhou o empurrando para dentro de seu próprio apartamento com as mãos em seu peito.

— Tá malhando ? Tá fortinho hein? — ela deu um tapinha em de seus peitos e fez ele ficar vermelho antes de gargalhar de volta para ela — Te dou quinze minutos para ficar pronto!
— Eu não vou ! — ele se jogou no sofá pegando o controle remoto.
rapidamente tomou o controle das mãos dele e jogou no outro sofá.
, por Deus! — ela exclamou com um toque de frustração — Você ficou enfiado nesse apartamento a semana inteira estudando, recusou todos os meus convites, a gente nem se viu a semana toda! Não senhor, nós dois vamos a essa festa sim!

olhou para , debatendo internamente. Ele sabia que se cedesse, estaria mais uma vez se aproximando dela, o que poderia ser perigoso para seu coração. Mas, ao mesmo tempo, não podia negar a atração que ainda sentia por ela.

Os pensamentos de oscilaram entre o desejo de ficar longe e a vontade de estar ao lado de . Por fim, ele suspirou e concordou.

— Tudo bem, ! Vou me arrumar... — disse ele resignadamente, sabendo que, de alguma forma, ela sempre conseguia fazê-lo ceder.

***


A noite estava agradável quando e chegaram à casa onde ocorria a festa da faculdade. A música pulsava pelo ambiente, e risos e conversas animadas preenchiam o ar. O local estava decorado com luzes coloridas, criando uma atmosfera festiva.

segurou o braço de , ansiosa para aproveitar a festa, e eles começaram a circular pelo ambiente. observou as pessoas e tentou se manter afastado daquelas que poderiam mexer com seus sentimentos.

Em meio à multidão, ele avistou Noah, seu novo amigo da faculdade. Noah era alto, de cabelos escuros e olhos amigáveis. Ele acenou para e, com ao seu lado, se aproximou dele.

! Que bom que você veio! — cumprimentou Noah com um sorriso caloroso, os dois apertaram as mãos.
— Oi, Noah! Essa é minha amiga, ! — apresentou ele.
sorriu e cumprimentou Noah, depois fez uma piadinha de forma amigável:
— Então, você conseguiu fazer um amigo, ? — provocou ela, com um sorriso travesso — Pensei que você fosse o mais tímido da turma!
Noah riu da brincadeira de , e a conversa entre os três fluiu de forma descontraída. , ainda tentando manter seus sentimentos em xeque, estava grato pela presença de Noah como um novo amigo na faculdade.

sorriu levemente diante da provocação de , consciente de que sua timidez era notória.

— Bem, eu tive sorte de conhecer o Noah aqui. Ele é um cara legal, e a gente tem conversado bastante na faculdade! — explicou , tentando parecer descontraído.
Noah acrescentou com um sorriso amigável:
— É verdade, . Às vezes, é bom sair da minha concha e conhecer pessoas incríveis como o !

Até que os olhos de se encontraram com os de Michael e então ela empalideceu levemente, segurando-se no ombro de , que olhou para ela preocupado:

— O que foi? — instintivamente a mão dele foi parar no quadril dela.
— O Michael! — ela sussurrou contra o ouvido dele — Vamos pegar uma bebida antes que ele me alcance!
— Quem é Michael? — perguntou em vão enquanto era arrastado por ela.

Enquanto se afastavam rapidamente da área onde Michael estava, e se dirigiram à cozinha para pegar suas bebidas. começou a explicar a situação para , com um toque de frustração em sua voz.

— Então, esse é o Michael: — começou ela, desviando o olhar para verificar que ele não estava por perto. — Ele é o ex-namorado de uma das amigas que fiz no curso! Ele não entende que não quero nada com ele e insiste em dar em cima de mim... Um completo babaca!
olhou para com compreensão. Ele sabia o quanto situações como aquela podiam ser desconfortáveis, e estava grato por estar ali para ajudá-la.
— Eu entendi... — disse com empatia — Não se preocupe, estamos juntos nisso! Se ele continuar incomodando, me avise, e eu vou te ajudar a lidar com ele, ok?
sorriu, grata pela preocupação de . Eles pegaram suas bebidas e, juntos, voltaram à festa, determinados a aproveitá-la ao máximo e a não deixar que nada ou ninguém atrapalhasse o divertimento daquela noite.

Enquanto Noah, e estavam aproveitando a festa, Emma e Abigail, as amigas de , finalmente chegaram à festa. Elas eram tão animadas quanto e compartilhavam a empolgação de começar a faculdade.

Quando Emma e Abigail encontraram , e Noah, suas expressões se iluminaram com sorrisos calorosos. Abigail, em particular, parecia encantada ao ver . Ela não conseguia tirar os olhos dele e imediatamente quis se apresentar.

! — exclamou Emma, abraçando sua amiga — Que ótimo te encontrar aqui!
— Ei, pessoal! — Abigail cumprimentou todos, mas se aproximou de e estendeu a mão, seu sorriso radiante — Sou Abigail, é um prazer conhecê-lo...
, lisonjeado com a recepção calorosa, apertou a mão de Abigail e sorriu.
— O prazer é todo meu, Abigail! Sou o e este é o Noah! — ele apontou para o amigo.

Os três começaram a conversar, compartilhando histórias sobre a faculdade e a festa. Abigail, embora educada e amigável com todos, continuava a lançar olhares discretos na direção de , e sua atração por ele não passou despercebida por , que esboçou um sorriso divertido.

Conforme a noite avançava, começou a se sentir um pouco desconfortável na festa. Ele olhou ao redor e notou que Abigail ainda estava lançando olhares furtivos em sua direção. Isso o deixou um pouco inquieto, e ele se perguntou se deveria sair da festa antes que a situação ficasse ainda mais complicada.

percebeu a expressão preocupada de e se aproximou dele com um olhar curioso.

— Tudo bem, ? Você parece um pouco distraído... — observou .
hesitou por um momento, mas depois decidiu compartilhar sua preocupação:
— É que Abigail parece estar me olhando de um jeito estranho... — admitiu ele, falando em voz baixa — E eu não quero criar problemas aqui!
riu suavemente e colocou a mão no braço de .
— Não se preocupe, ! É só coisa da sua cabeça. Abigail é simpática com todo mundo, é só o jeito dela! E eu já disse a ela o quanto você é tímido, então talvez ela só queira conhecê-lo melhor...
ainda parecia incerto, mas não desistiu:
— Fique mais um pouco, por favor! — insistiu com um sorriso. — Vai ser divertido, prometo!
finalmente cedeu, impressionado com a persuasão de . Ele concordou em ficar mais um tempo na festa, mas seu coração continuava dividido entre sua timidez e o desejo de passar mais tempo com e seus amigos.

***


Enquanto estava distraído conversando com Abigail e Noah e os três saíam para buscar mais bebidas, Michael aproveitou a oportunidade para se aproximar de . Ele estava determinado a reconquistar sua ex-namorada, Abigail, e acreditava que aquela festa era o momento perfeito para tentar.

Quando Michael se aproximou, se sentiu desconfortável, mas não queria criar um problema na frente de todos. Ela tentou ser educada, mas ficou aliviada quando viu retornando à festa com bebidas em mãos.

notou imediatamente a expressão de desconforto no rosto de quando ele voltou. Ele se aproximou dela e a abraçou de forma protetora, lançando um olhar frio em direção a Michael:

, você está bem? — perguntou ele com preocupação genuína.
assentiu, grata pela chegada de e ele estava determinado a ajudá-la. sorriu para e ofereceu a mão.
— Vamos lá, ... Vamos mostrar a todos que estamos nos divertindo! — disse ele, indicando a pista de dança.

sorriu, aliviada, e aceitou a mão de . Os dois se dirigiram à pista de dança, e assim que chegaram lá, o DJ trocou a música para uma lenta e romântica. sentiu-se protegida e grata por ter ao seu lado naquele momento.

Enquanto dançavam coladinhos, aproveitou a proximidade com seu melhor amigo, sentindo-se segura e amparada por ele. Seus sentimentos naquele momento eram de gratidão por ter alguém tão confiável como ao seu lado.

No entanto, tinha emoções conflitantes. Ele sentia a paixão reprimida que nutria por há anos surgindo novamente, e aquele momento íntimo na pista de dança apenas reforçava seus sentimentos. Ele tentou reprimir seus desejos, mas era difícil não se deixar levar pela proximidade e pela dança romântica com a mulher que ele amava em segredo.

Na pista de dança, sob a luz suave do ambiente e a melodia lenta e romântica preenchendo o ar, e se moviam em harmonia. mantinha uma das mãos na cintura de , enquanto a outra segurava a mão dela delicadamente. Seus corpos estavam próximos, quase colados, e a dança era lenta e até íntima.

Enquanto dançavam, sentia o calor do corpo de e o doce aroma de seu perfume. Cada movimento da dança era carregado de tensão e emoção reprimida. Ele tentava focar apenas na amizade deles, mas era difícil ignorar o desejo que sentia por ela. Os olhos de estavam fixos nos dela, e ele podia ver a confiança e a gratidão nos olhos de . No entanto, o que via como amizade e proteção, via como paixão reprimida e desejo.

Os sentimentos de eram intensos e conflitantes. Ele sabia que precisava manter sua paixão em segredo, mas naquele momento, enquanto dançava com , era difícil conter as emoções. Cada passo, cada movimento, cada olhar compartilhado os aproximava ainda mais, e se via perdido em sua paixão por .

Enquanto continuavam a dançar na pista lenta e romântica, se inclinou levemente para o ouvido de , aproveitando a música suave que tocava ao fundo:
, muito obrigada por me ajudar com o Michael. Você é um verdadeiro amigo! — sussurrou ela, sua voz repleta de gratidão.
sorriu e acenou com a cabeça, seu coração aquecido pelas palavras de . Antes que ele pudesse responder, a música na pista voltou a ficar agitada, e eles se separaram um pouco, ainda dançando, mas agora em um ritmo mais animado.

Nesse momento, seus amigos Noah, Emma e Abigail se juntaram a eles na pista de dança, e a noite continuou com risos, dança e diversão. tentou manter a amizade em primeiro plano, mas não podia ignorar os sentimentos intensos que nutria por , e a noite parecia trazer ainda mais desafios emocionais.

***


Durante o restante da noite, a festa continuou animada, com dança, música e risos. , no entanto, estava aproveitando a festa de forma um pouco mais intensa do que o habitual. Ela estava se soltando e experimentando diferentes bebidas, e o resultado foi que ela acabou tomando seu primeiro porre.

Preocupados com o estado de , , Noah, Emma e Abigail decidiram cuidar dela e garantir que ela estivesse segura durante a festa. Eles a mantiveram hidratada, ajudaram-na a se equilibrar e a garantir que ela não se envolvesse em nenhuma situação desconfortável.

Quando a festa finalmente chegou ao fim, percebeu que estava um pouco desorientada e não conseguia encontrar a chave de seu apartamento. Com sua preocupação aumentando, ele decidiu levá-la para seu próprio apartamento, onde ela poderia descansar em segurança.

A noite havia se transformado em uma experiência inesperada para todos, e se encontrou cuidando de de uma maneira que nunca imaginou!

Quando saiu do banho e entrou em seu quarto, ele encontrou deitada em sua cama, vestindo uma de suas camisetas. Seu coração deu um salto enquanto observava a visão. Ela parecia tão serena e vulnerável ali, e algo dentro dele se agitou.

Ele se aproximou da cama e se deitou ao lado dela. Seus olhos se encontraram, e piscou sonolenta, olhando para ele com carinho. Era um momento tão íntimo e especial que se viu incapaz de resistir a compartilhar o que estava pensando:
— Esses seus olhos poderiam engolir estrelas, galáxias e universos... Que esperanças eu posso ter? — murmurou ele, sua voz cheia de emoção.
sorriu levemente, mas seus olhos começaram a se fechar, e logo ela adormeceu, mergulhando em sonhos que não podia compartilhar. Enquanto a observava dormir, ele se perguntou sobre o que o futuro reservava para os dois e como ele poderia lidar com os sentimentos que cresciam dentro dele a cada dia.



colocou as mãos sobre o rosto assim que abriu os olhos, a cabeça dela latejava sem parar e a boca estava seca como se ela não bebesse água há dias! Depois de olhar ao redor com os olhos semicerrados tentando reconhecer onde estava, ela se sentou na cama ainda meio zonza.

estava na cozinha, encostado no fogão enquanto preparava o que achava ser pelo cheiro, panquecas. , mesmo com a cabeça latejando como nunca, sorriu ao observar o melhor amigo lá, cozinhando. Ele era tão precioso!

— Bom dia, dorminhoca! Como você está se sentindo? — disse , virando-se para olhá-la com um sorriso gentil.
piscou algumas vezes, tentando focar no rosto de .
— O que aconteceu ontem à noite? — perguntou ela, franzindo a testa.
— Você tomou um pouco além da conta na festa. Nada demais, apenas um porre épico. Eu e os outros cuidamos de você, e agora estamos aqui, prontos para um café da manhã revigorante! — explicou , entregando a uma xícara de café.
pegou a xícara com as mãos trêmulas e deu um gole, sentindo o calor revigorante do café.
— Obrigada por cuidar de mim, . Você sempre esteve lá quando eu precisei. — disse ela, olhando nos olhos dele com gratidão.
— Sempre, ! Amigos cuidam um do outro, não é? Agora, coma um pouco e recupere suas energias! — sorriu, passando um prato com panquecas na direção dela.

Os dois passaram a manhã conversando, rindo e compartilhando o café da manhã. se sentia grata por ter alguém tão especial como ao seu lado. Mesmo com a ressaca insistente, aquele momento simples na cozinha se tornou um desses instantes que fortalecem laços de amizade e tornam as manhãs especiais.

***


No dia seguinte, os dois se encontraram no corredor, e o abraçou com força, fazendo o cheiro dela impregnar em seus pulmões. Hoje era um daqueles dias em que os dois, além de irem juntos para a faculdade, dividiriam uma aula.

No caminho dos dois para o prédio sinuoso da faculdade, , é claro, falava sem parar sobre diversos assuntos, e se perguntava como ela podia ter tantas pautas para conversar às sete e meia da manhã.

Ao chegarem à faculdade, encontraram Noah no pátio, que se juntou a eles para o percurso até o auditório. continuava tagarelando animadamente, e notou que Noah parecia se divertir com a energia contagiante dela.

Dentro do auditório, e encontraram Abigail e Emma. Abigail acenou animadamente para eles, mas percebeu que os olhares de Emma não eram tão discretos quanto ela achava. Havia algo em seu olhar que o incomodava, mas ele tentou não dar muita importância.

Durante a aula, se concentrou no conteúdo, mas de vez em quando, notava o olhar de Emma sobre ele. Aquilo o deixava desconfortável, mas ele tentava manter a atenção na aula. Ao final da aula, os cinco saíram juntos do auditório, e esperava que o restante do dia transcorresse sem muitos contratempos.

— Vamos almoçar aqui na faculdade mesmo? Porque a gente não vai, sei lá, num shopping? — propôs Emma.

A sugestão de Emma foi prontamente aceita, e o grupo dirigiu-se ao shopping nas proximidades da faculdade. Ao chegarem lá, decidiram explorar as opções de restaurantes disponíveis.

Enquanto percorriam as opções, percebeu que Emma estava interessada em experimentar algo novo. Eles acabaram escolhendo um restaurante de culinária asiática, e, para surpresa de , Emma revelou que também adorava esse tipo de comida.

Durante o almoço, e Emma compartilharam risadas e descobriram uma paixão em comum por pratos específicos do cardápio. A conexão entre eles estava crescendo, mas , apesar de apreciar a amizade de Emma, não conseguia evitar as lembranças e sentimentos em relação a , que permaneciam presentes em seu coração.

Depois do almoço, o grupo decidiu explorar o shopping. percebeu que Emma estava ao seu lado, e eles começaram a conversar sobre diferentes assuntos, descobrindo mais sobre seus gostos e interesses. , que caminhava à frente com Noah e Abigail, ocasionalmente olhava para trás e notava a interação entre e Emma.

A atmosfera era leve, e o shopping proporcionava um ambiente descontraído para agradáveis conversas. e Emma compartilharam histórias engraçadas, descobriram mais sobre suas vidas e perceberam algumas afinidades surpreendentes.

Enquanto o passeio continuava, começou a perceber que as trocas de olhares entre e Emma eram mais frequentes, e uma pequena insegurança começou a surgir e estava atenta a cada detalhe.

Ao saírem do shopping, o grupo se dispersou, cada um seguindo seu caminho. e começaram a caminhar de volta para o apartamento em silêncio, algo incomum para os dois. Normalmente, era a tagarela do grupo, mas naquele momento ela parecia perdida em pensamentos.

lançou olhares furtivos para , notando a expressão pensativa em seu rosto. Ele sabia que algo estava diferente, mas não conseguia identificar exatamente o que era. Tentou quebrar o silêncio:

, está tudo bem? Você parece quieta. — perguntou ele com preocupação.
olhou para ele, seus olhos revelando uma mistura de emoções. Por um momento, ela hesitou antes de responder:
, você já sentiu que algo está mudando, mas não consegue entender exatamente o quê?
franziu a testa, surpreso pela revelação de . Aquelas palavras ressoaram em seus próprios pensamentos, refletindo a mudança sutil que ele também havia percebido nas interações entre eles e, agora, com Emma.
— Sim, , eu sinto isso também... — admitiu ele, seu tom refletindo uma sinceridade compartilhada.

O silêncio entre eles persistiu, carregado de uma tensão não dita. O caminho de volta para o apartamento tornou-se uma jornada silenciosa, onde ambos estavam imersos em suas próprias reflexões sobre o que estava acontecendo entre eles e como as dinâmicas haviam se alterado.

***


No meio da noite, foi despertado pelo som suave de batidas na porta. Sonolento, ele se dirigiu à porta, surpreendido ao encontrar parada no corredor. Seus olhos estavam cansados, mas havia uma determinação em seu olhar.

, o que aconteceu? — perguntou ele, preocupado, enquanto a deixava entrar.
esboçou um sorriso fraco e desculpou-se por incomodá-lo. , sem hesitar, a convidou para entrar. No pequeno apartamento, a luz da lua filtrava pelas cortinas, criando uma atmosfera tranquila.
— Eu estava com fome... e, bem, eu estava pensando, eu poderia pegar um lanche emprestado? — pediu , com um olhar tímido.

assentiu, indo até a cozinha. Ele pegou um lanche que havia pedido para entrega e o dividiu com . Sentaram-se no sofá, compartilhando o silêncio confortável.

Enquanto mordiscavam seus lanches, quebrou o silêncio com uma pergunta inesperada:

, você já percebeu que a Emma parece estar interessada em você?
A pergunta de pegou de surpresa. Ele não estava esperando abordar esse assunto tão diretamente, especialmente no meio da noite. No entanto, decidiu ser honesto:
— Bem, , talvez haja algo, mas eu não tenho certeza. Às vezes, é difícil interpretar essas coisas!

assentiu, parecendo contemplativa. O silêncio retornou, mas dessa vez estava carregado com a complexidade de emoções não ditas. Eles continuaram a compartilhar o lanche na tranquilidade da noite, cada um imerso em seus próprios pensamentos sobre as mudanças que estavam ocorrendo em suas vidas.

Nos dias que se seguiram, a dinâmica entre , , e Emma se tornou mais evidente. As aulas, as conversas e os momentos juntos criavam uma teia complexa de emoções. percebia os olhares de Emma, por vezes carregados de significado, enquanto , por sua vez, observava atentamente essas interações.

Uma tarde, os cinco estavam estudando juntos na biblioteca da faculdade. O clima tenso flutuava no ar, mas todos tentavam manter uma atmosfera de normalidade. Quando a biblioteca fechou, decidiram continuar o estudo no apartamento de .

O apartamento estava silencioso, cada um imerso em seus próprios pensamentos. , sentindo a tensão, decidiu quebrar o gelo:

— O que vocês acham de pedirmos pizza? — sugeriu ele, tentando descontrair o ambiente.
concordou, parecendo aliviada pela sugestão. Emma também assentiu, mas percebeu um lampejo de decepção em seus olhos.

Enquanto esperavam pela pizza, a conversa fluía de forma descontraída, mas a tensão ainda pairava. A chegada da pizza trouxe um alívio momentâneo, todos se concentrando na refeição.

Após a pizza, decidiram assistir a um filme para relaxar. se viu no meio de um dilema, sentando-se no sofá entre e Emma. parecia à vontade, enquanto Emma estava visivelmente mais nervosa.

Ao longo do filme, se recostou confortavelmente, parecendo mais interessada na trama do que nas dinâmicas sutis ao seu redor. Emma, por outro lado, mal conseguia disfarçar seu nervosismo, lançando olhares ocasionais na direção de .

Quando o filme terminou, sugeriu:

— Acho que já está ficando tarde. Precisamos nos preparar para a aula de amanhã.

Os três se despediram, cada um seguindo para seu próprio apartamento. sentia o peso da situação, tentando compreender a complexidade das relações que estavam se formando entre ele, e Emma.

A noite se arrastou, e se viu refletindo sobre a crescente tensão entre eles. O dilema emocional estava longe de ser resolvido, e o caminho à frente parecia cada vez mais incerto.



Calmamente sentado em um dos bancos dispostos pelo campus ele lia seu livro “O verdadeiro valor de TI – de Richard Hunter e George Westerman”. Hoje ele havia saído mais cedo de casa, não dando tempo de aparecer. Estava decidido a esquecê-la e infelizmente para isso, ele precisava se afastar dela o máximo que conseguisse.

estava absorto em sua leitura quando notou a presença de ao longe. Ela se aproximava com um sorriso animado, acenando para chamar sua atenção. No entanto, ao se aproximar, percebeu imediatamente a mudança na atitude de .

— Oi, ! Como vai o dia? — cumprimentou ela, tentando manter o tom animado.
, por outro lado, respondeu de maneira mais fria e distante do que o habitual. Seus olhos encontraram os dela, mas havia uma certa reserva que não passou despercebida por .
— Oi, . O dia está indo... — respondeu ele, desviando o olhar de volta para o livro.

franziu o cenho, percebendo a mudança sutil, mas palpável, no comportamento de . Ela se sentiu momentaneamente desconcertada, tentando entender o que havia acontecido. No entanto, decidiu não pressionar naquele momento, dando a o espaço que parecia desejar. Mesmo assim, a sombra da confusão pairava sobre ela enquanto se afastava, acenando mais uma vez antes de se afastar, deixando mergulhado em seus próprios pensamentos.

Sentindo-se intrigada e um pouco machucada pela mudança de atitude de , decidiu desabafar com Abigail. As duas se encontraram em um café aconchegante no campus da faculdade.

— Abigail, eu não entendo o que está acontecendo com o ... Ele está tão estranho esses dias... — confessou , mexendo seu café sem muita vontade.
Abigail, que conhecia a relação entre e , franziu a testa e expressou sua preocupação.
— Estranho? Como assim? Vocês sempre foram tão próximos. — Abigail olhou para com curiosidade.
Ele estava mais frio, distante. Parece que algo mudou entre nós, mas eu não faço ideia do que pode ter acontecido. — suspirou, sentindo-se desorientada.
Abigail, então, tentou acalmar a amiga:
— Talvez ele esteja passando por alguma coisa! Você sabe como os homens são às vezes, guardando tudo para eles mesmos... Deve ter uma explicação amiga!
Mesmo que as palavras de Abigail trouxessem algum conforto, não conseguia ignorar a sensação de desconexão que agora pairava sobre sua amizade com . O mistério só aumentava, deixando com um sentimento de inquietação.

Será que ela deveria tentar conversar com ele?

***


Durante o almoço, Emma e trocaram histórias sobre suas vidas, compartilharam risadas e descobriram interesses em comum. A conversa fluiu de maneira natural, e aos poucos foi se abrindo, esquecendo momentaneamente as preocupações que o assombravam.

No entanto, em algum momento da conversa, os olhos de Emma encontraram os de de uma maneira que não passou despercebida por , que observava de longe. Uma pontada de desconforto a atingiu, mas ela tentou ignorar, convencendo-se de que era apenas fruto de sua imaginação.

Após o almoço, se despediu de Emma com um agradecimento sincero pela agradável companhia. Enquanto ele se afastava, se aproximou, tentando disfarçar qualquer vestígio de incerteza em seu rosto.

— Ei, . Como foi o almoço? — perguntou ela casualmente, embora seu coração batesse um pouco mais rápido do que o normal — Vi que almoçou com a Emma...
olhou para , percebendo que ela estava tentando agir normalmente. Ele sorriu, mas havia uma cautela em seu olhar.
— Foi bom... Emma é uma pessoa legal. — respondeu ele, sem entrar em detalhes.
forçou um sorriso, mas algo dentro dela começou a incomodar. A sombra da dúvida se instalou em sua mente enquanto os dois se afastavam do refeitório.

tentou manter a conversa leve, procurando uma distração para dissipar o desconforto que se instalara entre eles.

— Ei, , você ouviu falar da festa que a fraternidade está organizando este fim de semana? — perguntou ela, esperançosa de mudar o clima..
ponderou por um momento antes de responder, mantendo o tom casual:
— Ah, sim, ouvi falar! Provavelmente não vou, tenho algumas coisas para terminar de ler e... — ele hesitou por um breve instante — ...bem, não sou muito fã desse tipo de festa, você sabe.
assentiu, compreendendo. No entanto, ela não pôde deixar de notar que algo havia mudado na dinâmica entre eles. Uma barreira sutil, mas perceptível, parecia ter se erguido, separando-os de uma maneira que ela não conseguia entender completamente.

***


Enquanto , Abigail e Emma conversavam animente na festa da fraternidade, elas ficaram surpresas ao ver entrar no local acompanhado por Noah. O olhar de encontrou o delas, e ele ofereceu um aceno casual antes de se juntar ao grupo.

Abigail foi a primeira a reagir, soltando um comentário brincalhão:

— Olha só quem decidiu aparecer e até trouxe companhia! — disse ela, rindo.
Emma se juntou à brincadeira:
— Noah, você já é da turma agora! — ela falou com um sorriso.

observava a cena com um misto de surpresa e curiosidade. , normalmente reservado em eventos sociais desse tipo, parecia mais à vontade na presença de Noah. Ela se perguntou o que havia mudado e por que ele estava agindo de maneira tão diferente ultimamente outra vez... Talvez devesse conversar com ele, não?

e Emma se dirigiram até a área onde as bebidas eram servidas, e enquanto pegavam suas escolhas, começaram a conversar sobre livros. Emma demonstrou um interesse genuíno nos gostos literários de , perguntando sobre seus autores favoritos e os últimos livros que ele havia lido.

, surpreendido pela empolgação dela em discutir literatura, começou a compartilhar suas recomendações e pensamentos sobre diversos livros. A conversa fluía naturalmente, e a conexão entre eles crescia à medida que descobriam interesses em comum.

, observando de longe, sentia uma pontada de desconforto ao ver tão envolvido em uma conversa com Emma. Essa situação alimentava sua insegurança e incertezas sobre a mudança no comportamento de recentemente.

Enquanto e Emma desfrutavam de uma conversa animada sobre livros, e Abigail perceberam a dinâmica entre eles. Abigail, sempre atenta aos detalhes, notou a expressão pensativa no rosto de .

, está tudo bem? Você parece meio distraída... — Abigail perguntou, inclinando-se para sussurrar.
balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos negativos.
— Está tudo bem, Abby. Só estou cansada, acho...
Abigail olhou em direção a e Emma, percebendo a conexão entre os dois.
— Você notou que o está se dando bem com a Emma, não é?
assentiu, não conseguindo evitar um aperto no peito.
— Sim, eu percebi. Mas é só porque eles compartilham o gosto por livros.
— Não sei... parece mais do que isso. — Abigail observou, preocupada.
forçou um sorriso.
— Abby, não se preocupe. Eu e o somos melhores amigos. Nada vai mudar isso!

Enquanto a noite continuava, lutava contra seus próprios sentimentos, tentando convencer a si mesma de que a amizade entre ela e permaneceria inalterada. No entanto, a sombra da dúvida persistia.

e Emma observavam Noah, que parecia se divertir flertando com uma moça na festa. O ambiente estava animado, e a música preenchia o ar enquanto eles conversavam.

— Noah está mesmo se divertindo! Ele parece conhecer muita gente por aqui... — comentou Emma, dando um gole na bebida.
concordou, observando Noah com um sorriso.
— Sim, ele sempre foi assim, sabe? Extrovertido, fazendo amizade com todo mundo.
— E você, ? Como está sua vida amorosa? — Emma perguntou de repente, olhando diretamente nos olhos dele.
se sentiu um pouco surpreso com a pergunta direta. Ele hesitou por um momento antes de responder:
— Ah, eu... não estou realmente pensando nisso agora. Estou mais focado nos estudos, sabe?
Emma sorriu, parecendo intrigada.
— Sério? Um cara tão legal como você deveria estar aproveitando a vida amorosa. Não tem ninguém que chame sua atenção?
sentiu um desconforto leve, não querendo entrar em detalhes sobre seus sentimentos por .
— Bem, acho que ainda não encontrei alguém que me faça pensar assim. Mas quem sabe, né?

Emma parecia satisfeita com a resposta e voltaram a observar a festa, mas sentiu que havia algo mais nas entrelinhas daquela conversa. Enquanto tentava se concentrar na festa, sua mente continuava voltando para os sentimentos complicados que guardava.

A noite continuava animada na festa, com risos, música alta e movimento constante. e Emma permaneciam lado a lado, aproveitando a companhia um do outro. Noah, por sua vez, parecia ter encontrado uma boa conexão com a moça com quem flertava, e o grupo seguia se divertindo.

, observando de longe, sentiu um aperto no peito ao ver e Emma juntos. Um misto de emoções a invadiu, mas ela tentou disfarçar enquanto conversava com Abigail e outros conhecidos.

Enquanto isso, e Emma continuavam a trocar ideias e risadas. A sintonia entre eles era notável, e começava a se surpreender com o quão fácil era estar na companhia de Emma. A noite seguia seu curso, mas sentia uma sombra de confusão pairando sobre seus pensamentos.

— Ei, , me dê uma recomendação incrível de um livro lido esse ano? — perguntou Emma, puxando o assunto livros de novo.

, que adorava falar sobre livros, iluminou-se com a pergunta. Os dois começaram a compartilhar recomendações, discutindo autores favoritos e histórias marcantes. Essa conversa se tornou um refúgio temporário para , permitindo-lhe esquecer as complexidades de sua vida amorosa.

A festa continuava, e o grupo se envolveu em diversas atividades. No entanto, os caminhos de e permaneciam distantes naquele momento, ambos imersos em seus próprios pensamentos e sentimentos.

, discretamente, afastou-se do grupo por um momento para observar de longe. Ela estava no meio da pista de dança, entregando-se à música com uma energia contagiante. Seus movimentos eram graciosos, e um sorriso radiante iluminava seu rosto.

Enquanto a observava, não pôde deixar de se perguntar como ela conseguia ser tão vibrante e cheia de vida. Um sentimento misto de admiração e saudade o envolveu. parecia estar realmente se divertindo, e isso trouxe à tona lembranças de outros momentos em que compartilharam alegrias juntos.

Apesar de estar feliz por vê-la aproveitando a festa, uma parte de também se sentia nostálgica e, talvez, um pouco melancólica. Ele se perguntava se as coisas poderiam voltar a ser como antes ou se ambos estavam destinados a trilhar caminhos separados.

A noite na festa continuou com animação e descontração. , ainda que inicialmente relutante, acabou cedendo aos apelos de Emma e os dois se encontraram dançando na pista. Ela o arrastou com entusiasmo, e os dois compartilharam risadas e movimentos sincronizados.

Enquanto isso, observava de longe, seu olhar oscilando entre a diversão de com Emma e a saudade de tempos passados. A música pulsava, as luzes se cintilavam e a atmosfera era de celebração, mas, no fundo, sentimentos complexos se entrelaçavam na mente de cada um deles.

***


No caminho de volta para o prédio dos apartamentos, um silêncio tenso pairava entre e . Cada passo ecoava a complexidade dos sentimentos que os envolviam naquela noite agitada. , mesmo se divertindo na festa, sentia uma pontada de melancolia ao ver dançando com Emma. Seu coração estava dividido entre a alegria da amizade deles e a sombra do que parecia perdido.

Por outro lado, , enquanto dançava com Emma, tentava se envolver no momento presente, mas sua mente frequentemente divagava para a imagem de observando-os de longe. Uma mistura de confusão e arrependimento permeava seus pensamentos, enquanto ele se perguntava sobre as escolhas que estava fazendo.

Enquanto subiam juntos no elevador, a tensão entre eles era palpável. Cada andar percorrido parecia um eco dos momentos compartilhados e das palavras não ditas. Ao chegarem em seus respectivos andares, o olhar de encontrou o de por um breve instante, mas nenhum deles quebrou o silêncio. Cada um mergulhou em seus próprios pensamentos, enfrentando a complexidade dos sentimentos que a noite trouxera à tona.

se despediu de com um simples "Boa noite", sentindo a necessidade de um distanciamento naquele momento. Ela entrou em seu apartamento, e a porta se fechou atrás dela, criando uma barreira física que refletia a distância emocional que ambos sentiam.

, por sua vez, entrou em seu próprio apartamento. O ambiente estava silencioso, mas a agitação interna continuava. Ele foi para o banheiro, deixando a água do chuveiro cair sobre ele, como se quisesse lavar não apenas a poeira da festa, mas também as incertezas que o acompanhavam.

Ao sair do banho, , com os cabelos ainda úmidos e sem camisa, caminhou pelo apartamento. Quando ouviu batidas na porta, seu coração deu um salto. Ao abrir, deparou-se com do outro lado.

— Podemos conversar? — ela pediu, seus olhos buscando os dele.
A tensão pairando no ar, ambos enfrentando a necessidade iminente de discutir os sentimentos que haviam emergido naquela noite tumultuada.



engoliu seco ao encarar a figura de parada do lado de fora de seu apartamento.

, já está tarde! Que tal nós termos essa conversa amanhã?

sacudiu a cabeça com determinação, seus olhos transmitindo uma urgência que não podia ignorar.

, por favor, é importante! Precisamos conversar agora... — insistiu ela, com um tom sério e decidido.

hesitou por um momento, sentindo a pressão do momento. Então, ele deu um passo para trás, abrindo espaço para entrar. Ele sabia que adiar a conversa não faria bem para nenhum dos dois, então decidiu enfrentar o que quer que estivesse por vir naquela noite.

adentrou o apartamento do moreno com as mãos para trás, sentindo o peso do mundo nos ombros. Os dois se encararam e então, coçou a nuca sentindo toda a coragem que tinha, desvanecendo aos poucos.

Ela olhou nos olhos de e respirou fundo antes de finalmente falar:

... Eu não sei por onde começar.
assentiu compreensivamente, sentindo a tensão no ar. Ele sabia que aquela conversa poderia mudar muita coisa entre eles.
— Por que não começa pelo começo? — sugeriu ele, tentando parecer calmo, apesar da turbulência de emoções dentro dele.
ponderou por um momento, buscando as palavras certas. Ela não queria causar mais confusão entre os dois, mas sabia que precisava esclarecer as coisas entre eles.
, eu tenho me perguntado... se fiz algo que te magoou de alguma forma. — Ela falou suavemente, sua expressão carregada de preocupação e incerteza.
abaixou o olhar por um instante, ponderando sobre como responder. Ele sabia que precisava ser sincero, mas não queria colocar em uma posição desconfortável.
— Não, , você não fez nada. — ele respondeu com sinceridade, erguendo o olhar para encontrar os olhos dela — Não é sobre você... É mais complicado do que isso!
— Complicado porque exatamente? — ela se aproximou dele com alguns passos — Se eu não fiz nada, então o que aconteceu?
respirou fundo, sentindo o peso da decisão que precisava tomar. Ele sabia que suas palavras poderiam machucar , mas era importante ser honesto com ela.
, é melhor assim... Eu acho que precisamos nos afastar um pouco... — Ele falou com seriedade, desviando o olhar por um momento antes de continuar — Para as coisas não se complicarem mais do que já estão.
ficou quieta por um momento, absorvendo as palavras de . Ela sabia que ele estava certo, mas ainda assim, a dor da separação era difícil de suportar.
— Eu entendi... — ela murmurou, lutando para manter a compostura. — Talvez seja melhor assim, então… Mesmo que pareça confuso já que você diz que eu não fiz nada!
fechou os olhos por um momento, sentindo-se dividido entre a verdade e uma mentira conveniente. Ele sabia que precisava explicar melhor as coisas para , mas ao mesmo tempo, temia magoar-se ainda mais. Uma parte dele queria se proteger, enquanto outra parte sabia que a verdade era necessária para que ambos seguissem em frente.

Finalmente, ele decidiu optar pela mentira, convencendo-se de que era melhor para ambos. Ele abriu os olhos e encontrou o olhar de , sua expressão revelando uma mistura de confusão e tristeza.

... Eu... — ele engoliu em seco, sentindo o peso das palavras que estavam prestes a sair. — É complicado... Eu tenho pensado muito nas coisas ultimamente, e... Bem, eu acho que estou começando a me envolver com alguém. E eu sei que é egoísta da minha parte, mas eu não quero que a nossa amizade atrapalhe isso!

Ele esperou, observando atentamente a reação de . Por um breve momento, ela pareceu surpresa, mas logo recompôs sua expressão, escondendo qualquer sinal de mágoa.

— Entendo... — ela murmurou, forçando um sorriso — Claro, ! Eu não quero atrapalhar você...

se aproximou de e, com um gesto suave, depositou um beijo rápido em sua bochecha. Foi um gesto simples, mas cheio de significado, uma despedida que expressava tanto gratidão quanto resignação.

— Obrigada por me ouvir, . — ela disse, sua voz carregada de emoção contida — Se precisar de algo, estou aqui... Mesmo que as coisas mudem entre nós, a sua amizade sempre será importante para mim!
Com essas palavras, virou-se e saiu do apartamento, deixando com uma sensação de vazio no peito. Ele sabia que a mentira que acabara de contar pesaria sobre ele, mas por enquanto, parecia a escolha mais fácil.

ficou ali, perdido em seus próprios pensamentos, enquanto o eco do beijo de ainda pairava em sua bochecha, lembrando-o da complexidade e fragilidade das relações humanas.

fechou a porta de seu apartamento, sentindo um nó se formar em sua garganta. Ela se recostou contra a porta e deixou escapar um suspiro pesado. As lágrimas começaram a escorrer por seu rosto, silenciosas testemunhas de sua dor e confusão.

Ela caminhou até o sofá, afundando-se nele enquanto as emoções tumultuavam dentro dela. se sentia perdida, incapaz de entender completamente o que acabara de acontecer. Por que as coisas tinham que ser tão complicadas entre ela e ?

Apesar de seu coração partido, sabia que precisava seguir em frente. Ela se esforçaria para superar essa decepção e manteria sua amizade com da forma que fosse possível. Com um suspiro resignado, secou as lágrimas e começou a planejar como lidaria com essa nova reviravolta em sua vida.

***


Durante toda a semana, e mantiveram uma distância cautelosa um do outro, mesmo quando compartilhavam as aulas na faculdade. Seus cumprimentos eram meros gestos formais, e qualquer conversa era limitada e breve.

observava de longe, incapaz de evitar a sensação de vazio que se instalara em seu coração desde o dia em que decidiram se afastar. Ela o via interagindo com outros colegas, especialmente com Emma, e sentia uma pontada de ciúmes se manifestando dentro dela.

Ela observava se afastando dela, e não podia evitar a dor que sentia ao vê-lo se envolvendo com outras pessoas, especialmente Emma. Ela se questionava se era capaz de lidar com a ideia de seguindo em frente sem ele.

No entanto, havia um momento em que admirava ainda mais. Durante um protesto na faculdade contra testes em animais, ela o viu observando-a de longe, com um olhar de admiração e respeito. Naquele momento, ela percebeu que, apesar das dificuldades entre eles, ainda a apoiava e valorizava suas convicções.

Durante o protesto, estava no centro das atenções, liderando os estudantes com cartazes e palavras de ordem contra os testes em animais. Ela irradiava uma determinação e coragem que capturava a atenção de todos ao seu redor.

Enquanto isso, observava-a de longe, escondido entre os espectadores. Seu olhar era uma mistura de orgulho e admiração enquanto ele testemunhava a força e a convicção de em defender aquilo em que acreditava. Ele podia ver a paixão brilhando em seus olhos, e isso o tocava profundamente.

Apesar das tensões entre eles, naquele momento, sentia uma conexão renovada com . Ele percebeu que, independentemente das diferenças que os separavam, havia algo especial na determinação dela em lutar por suas convicções.

Quando o protesto terminou e os estudantes se dispersaram, encontrou o olhar de entre a multidão. Houve um momento de silêncio entre eles, onde palavras não eram necessárias. Era como se eles se entendessem mutuamente, apesar das barreiras que agora os separavam.

se aproximou de segurando uma prancheta com uma petição. Seus olhos ainda brilhavam com a energia do protesto enquanto ela explicava animadamente sobre o abaixo-assinado que ela e seus amigos estavam promovendo para conscientizar sobre os testes em animais.

, você não vai acreditar na repercussão que o protesto está tendo! — disse , seus olhos brilhando com entusiasmo — Estamos coletando assinaturas para um abaixo-assinado contra os testes em animais, e estamos conseguindo muita adesão!
ouviu atentamente, admirando a paixão de pela causa.
— Isso é incrível, . Vocês estão fazendo um trabalho importante! — ele respondeu, genuinamente impressionado.

Ao final de sua explicação, estendeu a prancheta para , pedindo-lhe para assinar a petição. No entanto, sua expressão mudou quando respondeu que já tinha assinado a petição de Emma.

A surpresa estampada no rosto de foi evidente, mas ela rapidamente recuperou a compostura.

— Ah, entendi! — disse ela, tentando esconder sua decepção — Bom, obrigada mesmo assim, . Cada assinatura conta.

Por dentro, sentiu um aperto no peito ao ver a expressão de mudar. Ele desejou poder explicar melhor suas razões, mas sabia que era tarde demais.

Após o breve momento de tensão, forçou um sorriso, tentando disfarçar sua decepção. — Bem, de qualquer forma, obrigada por ouvir, ! — ela disse, recuando um passo — Acho que eu devo ir agora... Temos muito o que fazer ainda.
assentiu, sentindo um aperto no coração ao ver a expressão de .
— Claro, ! Boa sorte com o abaixo-assinado. Estou torcendo por vocês. — ele respondeu, tentando transmitir apoio genuíno.

Os dois se despediram com um aceno e se afastou, carregando consigo a frustração e confusão de seus sentimentos. observou-a se afastar, desejando poder consertar as coisas, mas sem saber como.

***


esperava por Emma do lado de fora do restaurante, sentindo-se um pouco nervoso com o jantar que tinham planejado. Ele olhou para o relógio e viu que estava alguns minutos adiantado. Respirando fundo para se acalmar, verificou se estava apresentável e ajustou o colarinho da camisa.

Finalmente, viu Emma se aproximando com um sorriso caloroso no rosto. Seus olhos se encontraram e sentiu um calor se espalhar por seu peito. Ele abriu um sorriso e acenou para ela, enquanto ela se aproximava.

! Que bom te ver! — disse Emma, dando-lhe um abraço amigável quando chegou perto o suficiente.
— Você também, Emma. Estava ansioso por este jantar... — respondeu , retribuindo o abraço.

Os dois entraram juntos no restaurante, trocando pequenas conversas enquanto aguardavam para serem levados até a mesa. sentia uma mistura de nervosismo e empolgação, ansioso para passar mais tempo com Emma e conhecer melhor essa mulher que parecia despertar algo novo dentro dele.

Sentados à mesa, e Emma desfrutavam de uma refeição deliciosa enquanto conversavam animadamente. O clima entre eles era leve e descontraído, e sentia-se cada vez mais confortável na presença de Emma. Ela compartilhava histórias engraçadas e interessantes sobre sua vida, e não conseguia deixar de se encantar com ela.

Conforme a noite avançava, uma energia especial parecia pairar sobre a mesa. e Emma trocavam olhares intensos de vez em quando, cada vez mais conscientes da atração que havia entre eles. sentia seu coração bater mais rápido toda vez que seus olhos encontravam os dela.

Depois de terminarem o jantar, eles decidiram pedir sobremesa para prolongar o momento agradável que estavam compartilhando. Quando a sobremesa chegou, Emma inclinou-se um pouco mais para frente na mesa, sorrindo para com os olhos brilhando.

, eu estou realmente gostando de passar esse tempo com você... — disse Emma, sua voz suave e calorosa.

sentiu um calor subir pelo seu corpo enquanto olhava para ela. Ele sabia que tinha que aproveitar o momento e expressar o que estava sentindo. Com o coração batendo forte, ele estendeu a mão sobre a mesa e segurou a mão de Emma com delicadeza.

— Emma, eu também estou adorando! — disse , olhando nos olhos dela com ternura.

Sem pensar muito, ele se inclinou um pouco mais para frente e seus lábios encontraram os dela num beijo suave. Foi um momento cheio de emoção e promessas para o futuro. Eles se afastaram lentamente, olhando nos olhos um do outro com sorrisos radiantes.

... — murmurou Emma, sua voz repleta de ternura e felicidade.

sorriu, ele sabia que aquele momento era apenas o começo de algo especial entre ele e Emma, e mal podia esperar para ver para onde essa jornada os levaria.

***


Após o jantar, e Emma caminharam juntos até o apartamento dela. O ar estava fresco e agradável, e eles aproveitaram o momento para conversar mais e se conhecerem melhor. Chegando ao prédio de Emma, eles pararam em frente à porta e se entreolharam, compartilhando um sorriso cheio de significado.

Obrigada por essa noite, ! — disse Emma, tocando suavemente o braço dele.
sentiu uma onda de ansiedade percorrer seu corpo enquanto olhava para ela.
— O prazer foi todo meu, Emma! — respondeu ele, com um brilho nos olhos.

Sem pensar muito, inclinou-se para frente e depositou outro beijo nos lábios de Emma. Foi um beijo suave e cheio de promessas, selando o momento especial que compartilharam durante o jantar.

Quando se separaram, olhou nos olhos de Emma, sentindo-se grato por tê-la conhecido. Ele sabia que havia algo especial entre eles, algo que valia a pena explorar.

Com um último sorriso, deu um passo para trás e acenou para Emma antes de se virar e começar a caminhar de volta para casa. Enquanto atravessava as ruas silenciosas da cidade, pensava sobre o que o futuro reservava para ele e Emma. Ele sentia uma mistura de emoções, mas, acima de tudo, sentia-se esperançoso. Talvez, finalmente, ele estivesse pronto para deixar o passado para trás e abrir seu coração para uma nova chance com Emma.



observou e Emma sentados em um dos bancos do campus conversando animadamente e então ela umedeceu os lábios e engoliu seco. Se sentiu trocada, mesmo que entendesse que a situação entre ela e e ele e Emma fossem completamente diferentes, afinal de contas e ela eram melhor amigos e o que ele estava começando a ter com Emma nada tinha haver com amizade… não é?

sentiu um nó se formar em sua garganta quando percebeu que a tinha visto observando-os. Ela rapidamente desviou o olhar, tentando disfarçar sua decepção e tristeza.

franziu o cenho levemente ao notar a expressão de . Ele se levantou do banco onde estava com Emma e se aproximou dela.

, tudo bem? — ele perguntou, sua voz carregada de preocupação.
forçou um sorriso e acenou com a cabeça.
— Sim, está tudo bem. Só estava pensando em algumas coisas... — respondeu ela, tentando soar despreocupada.
estudou o rosto de por um momento, como se estivesse tentando decifrar seus pensamentos.
— Se quiser conversar sobre qualquer coisa, estou aqui. — disse ele gentilmente.

assentiu, agradecida pelo gesto de , mas ao mesmo tempo lutando com suas próprias emoções. Ela se perguntou se algum dia seria capaz de superar a sensação de ser substituída por alguém que parecia ocupar cada vez mais espaço na vida de .

Enquanto Emma se aproximava novamente, lançou um último olhar preocupado para antes de voltar sua atenção para sua nova companhia. observou-os se afastarem juntos, sentindo-se mais sozinha do que nunca.

Enquanto e Emma caminhavam de mãos dadas pelo campus, tentava manter o sorriso no rosto para não preocupar Emma, mas seus pensamentos estavam longe. Ele não conseguia evitar pensar em e na expressão triste que viu em seu rosto antes.

Emma percebeu a mudança no semblante de e apertou levemente sua mão.
— Você está bem? — perguntou ela, com um tom de preocupação na voz.
suspirou, desviando o olhar por um momento antes de voltar a encarar Emma. — Sim, estou bem. Só estava pensando em algumas coisas da faculdade! — respondeu ele, tentando parecer convincente.
Emma estudou o rosto de por um momento, percebendo a sinceridade em seu olhar. Ela apertou sua mão suavemente, transmitindo apoio silencioso.
— Se quiser conversar sobre isso, estou aqui para você! — disse ela, oferecendo conforto.
sorriu levemente, grato pelo gesto de Emma.
— Obrigado. — murmurou ele, sentindo-se um pouco mais reconfortado pela presença dela ao seu lado.

Os dois continuaram a caminhar juntos, e tentou deixar suas preocupações de lado, concentrando-se no momento presente ao lado de Emma. No entanto, uma parte dele ainda estava pensando em e esperando que ela estivesse bem.

***


Enquanto caminhava distraída pelo campus, acabou esbarrando em um garoto, fazendo com que ambos deixassem cair seus livros. Ela se apressou em se abaixar para recolher seus pertences, murmurando um pedido de desculpas enquanto tentava juntar os livros espalhados.

O garoto também se abaixou, ajudando-a a recolher os livros.

— Desculpe, foi minha culpa! — disse ele, com um sorriso simpático.

ergueu o olhar para encontrá-lo e ficou surpresa ao se deparar com seus olhos. Ela sentiu uma pontada de reconhecimento ao olhar para ele, como se já o tivesse visto antes, mas não conseguia se lembrar de onde.

— Não se preocupe, foi um acidente... — respondeu , devolvendo o sorriso enquanto pegava os últimos livros.
Seus olhares se encontraram novamente e ela sentiu uma estranha sensação de familiaridade ao encará-lo.
Eles permaneceram ali por um momento, trocando olhares enquanto seguravam os livros. Uma conexão silenciosa parecia se formar entre eles, como se houvesse algo mais do que apenas o encontro casual no campus.
Finalmente, o garoto quebrou o silêncio.
— Bem, acho que é melhor voltarmos aos nossos afazeres... — disse ele, oferecendo os livros de .
Ela concordou, pegando os livros de volta.
— Obrigada. — disse ela, com um sorriso suave.

Enquanto se afastavam, não pôde deixar de pensar naquele breve encontro e na sensação inexplicável de familiaridade que sentiu ao olhar nos olhos do garoto.

adentrou a sala e avistou Emma, Abigail e algumas outras amigas conversando animadamente em um canto. Abigail notou sua chegada primeiro e, com um largo sorriso, se aproximou para abraçá-la.

, que bom te ver! — exclamou Abigail, envolvendo-a em um abraço caloroso.
retribuiu o abraço, sentindo-se grata pela presença reconfortante da amiga. No entanto, quando seus olhos encontraram os de Emma e dos outros, ela forçou um sorriso meio contido, tentando disfarçar sua verdadeira emoção.
— Oi, pessoal! — cumprimentou , tentando manter o tom animado em sua voz.
Emma sorriu de volta, mas pôde perceber uma leve tensão em sua expressão. Ela se perguntou se Emma tinha notado sua reação um pouco forçada ao cumprimentá-la...

Enquanto as outras amigas de Emma se juntavam ao grupo, tentou se integrar à conversa, mas sua mente ainda estava vagando, preocupada com os sentimentos que vinha experimentando ultimamente.

seguiu Emma e Abigail até os seus lugares na sala de aula, mas algo chamou sua atenção no fundo da sala. Ela avistou o garoto com quem esbarrara mais cedo, sentado em uma carteira, concentrado na leitura de um livro.

Curiosa, observou-o por um momento. Ele parecia absorto na leitura, com os olhos fixos nas páginas do livro e uma expressão séria no rosto. Ela notou como ele segurava o livro com firmeza, como se estivesse completamente imerso na história.

Enquanto o professor começava a aula, não conseguia deixar de se perguntar sobre o garoto misterioso. Ela se perguntou qual era o livro que ele estava lendo e o que o mantinha tão absorto naquele momento. Aquela figura solitária no fundo da sala despertou sua curiosidade, e ela se pegou pensando se deveria tentar conversar com ele depois da aula.

Após a aula, se aproximou do garoto no fundo da sala enquanto Emma e Abigail conversavam entre si. Ela se aproximou com cautela, tentando não parecer intrusiva.

— Oi, desculpe por esbarrar em você mais cedo... — começou, sua voz um pouco tímida — Você estava tão concentrado na leitura que nem percebeu que somos da mesma sala não é?
O garoto ergueu os olhos do livro, surpreendido por ser abordado. Seus olhos encontraram os de por um momento antes que ele respondesse:
— Não tem problema. Eu estava mesmo envolvido na leitura. — ele respondeu com um sorriso simpático — Meu nome é Lucas, e o seu?
se apresentou, e os dois começaram a conversar sobre o livro que Lucas estava lendo e outros interesses em comum. A conversa fluiu naturalmente entre eles, e se viu gostando rapidamente da companhia dele.

Conforme conversavam, e Lucas descobriram mais afinidades em seus gostos e interesses. Ela ficou surpresa com o quão fácil era falar com ele e como ele compartilhava muitas de suas opiniões.

Enquanto isso, Emma e Abigail observavam de longe, sorrindo ao ver interagindo tão bem com Lucas. Elas se entreolharam, percebendo que parecia estar se divertindo e se dando bem com o novo colega de classe.

Após um tempo, o sinal tocou indicando o final do intervalo. e Lucas se despediram com um sorriso, concordando em se encontrar novamente para conversar sobre seus interesses em comum. se juntou a Emma e Abigail, compartilhando animadamente como havia sido sua conversa com Lucas.

***


e caminhavam lado a lado, o silêncio pesando entre eles enquanto seguiam em direção aos prédios de seus apartamentos. decidiu quebrar o silêncio, sentindo a necessidade de esclarecer algo que a incomodava.

... — começou , hesitante — Você e a Emma estão juntos?
ficou um pouco surpreso com a pergunta, mas tentou manter a calma enquanto respondia.
— Sim, . Estamos saindo e nos conhecendo. — admitiu ele, observando a expressão dela com cuidado..

assentiu, tentando disfarçar a desilusão que sentiu ao ouvir a confirmação. O resto do caminho foi feito em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos e sentimentos.

respirou fundo antes de fazer a pergunta que estava inquieta em sua mente.

— Você está muito apaixonado por ela? — indagou, olhando diretamente nos olhos de , tentando captar qualquer sinal de hesitação em sua expressão.
ponderou por um momento antes de responder, escolhendo cuidadosamente suas palavras.
— Ainda é cedo para dizer... — começou ele, mantendo um tom neutro — Mas Emma é uma pessoa incrível e estou gostando de conhecê-la melhor.
assentiu, tentando esconder qualquer emoção que pudesse transparecer em seu rosto. O resto do caminho continuou em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos e sentimentos.
Ao chegarem ao prédio onde moravam, e se despediram com um aceno discreto e seguiram para seus respectivos apartamentos. se sentia dividida entre a alegria de ver novamente e a tristeza por perceber que as coisas entre eles não eram mais como antes. Enquanto isso, ponderava sobre suas emoções conflitantes, questionando-se se era possível realmente seguir em frente sem machucar .

No silêncio de seus apartamentos, ambos refletiram sobre o que o futuro reservava para sua amizade e se era possível encontrar um equilíbrio entre o passado e o presente. Mas, por mais incertas que fossem as respostas, uma coisa era certa: o vínculo entre e era forte demais para ser completamente esquecido.


Continua...


Nota da autora: Olá! Não se esqueça de deixar um comentário caso goste da história!


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