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Revisada por: Júpiter

Última Atualização: 06/08/2024

Medellín, capital da Colômbia, local onde reside o maior chefe da máfia do território, dono de boates por todo o país. Santiago Sanz controla cartéis, cassinos, tráfico de armas, drogas e a prostituição. Aos 20 anos, assumiu os negócios da família e, aos 24, teve que passar pela perda da esposa no nascimento de sua filha. Desde então, se dedica ao “negócio” e à sua única filha e herdeira, Sanz.
Santiago teve a oportunidade de trabalhar ao lado de Pablo Escobar, após a queda e morte do, até então, homem mais poderoso da Colômbia. Sanz assumiu o cartel de Medellín, vindo a se tornar o maior mafioso do país três anos depois. Atualmente, ensina tudo o que sabe à sua filha, para que ela herde o comando algum dia.
foi criada com todo o amor que um pai pode dar à sua filha. Formada em ciências contábeis na melhor faculdade da Colômbia, ela sempre aproveitou tudo que ser filha do chefe da máfia poderia lhe oferecer. Além de saber defesa pessoal, fala seis línguas diferentes, incluindo sua língua mãe. Também beijou várias línguas, sempre foi festeira, e nunca negou isso. Tinha sempre sua melhor amiga como companhia, Estela Gandía, escudeira fiel de , que frequentava a residência dos Sanz desde os quinze anos. Mesmo que seus pais não apoiassem a amizade, sempre foram inseparáveis.

― Está atrasada ― Santiago disse ao ver a filha adentrar o escritório. ― Não posso mandar Juan ir te buscar toda vez que você teimar em me desobedecer.
― Por isso mesmo me atraso, é só para ele ir me buscar ― disse, sentada na cadeira em frente à mesa do pai.

Juan Arias, conhecido como entre os membros da máfia, um dos guarda-costas pessoais de Santiago e seu braço direito. Apenas ele e sabiam o verdadeiro nome do rapaz. Juan era o mais confiável e mais jovem entre eles. Com 19 anos entrou para esse mundo e, atualmente, com apenas 25 anos, já havia conquistado a confiança do chefe e tinha sentimentos escondidos por , que fazia questão de provocá-lo, mesmo sem saber dos sentimentos do rapaz.

― Pode nos deixar a sós ― Santiago disse para Juan, que se retirou do local. ― Onde você estava?
― Estava com a Estela, na casa dela. ― Se endireitou na cadeira, sabendo que o sermão viria.
― Sabe que não gosto de você na casa dos Gandía. ― A olhou. ― Eles não são confiáveis e sabem o que faço.
― Pai, por favor, o senhor controla mais da metade da polícia da Colômbia, acha mesmo que alguém teria coragem de lhe prender? ― deu de ombros. ― Eu sei que se eu fosse policial, eu não passaria na sua frente ― riu, acompanhada do pai.
― Quero você presente na reunião de hoje. ― Santiago retornou à postura séria. ― Não quero ouvir nada, você vai e ponto final.
― Eu não ia dizer nada ― deu de ombros.
, você já está com 24 anos, está na hora de saber como os negócios funcionam, eu não vou estar aqui para sempre. ― A olhou. ― Preciso ter a certeza que você ficará bem, que saberá administrar tudo.
― Pai, o senhor fala como se fosse morrer amanhã ― bufou. ― Eu te acompanho nessas reuniões desde pequena, eu, mais do que ninguém, sei como tudo funciona. Só não quero entrar de cabeça, sabe?
― Eu estou te preparando há anos e quero que você entre de cabeça sim! ― Ele se levantou, parando em frente à filha. ― Sei que, se sua mãe estivesse aqui, ela não iria te dar essa vida e sinto muito por ter te colocado nesse meio, mas você é minha única herdeira, se eu não deixar isso para você, deixarei para quem?
― Está bem, pai ― sorriu. ― Prometo que vou me esforçar mais.
― Minha garota ― sorriu, depositando um beijo na testa da filha. ― Agora vai se trocar, saímos em 30 minutos. Quando sair, peça para o Juan entrar.

saiu da sala de seu pai e encontrou Juan parado ao lado. o olhou de cima a baixo e saiu andando em direção ao seu quarto. Parou alguns passos depois e abriu o zíper lateral do vestido, o deixando cair no chão.

― Meu pai pediu para você entrar. ― Seguiu seu caminho, deixando um Juan surpreso com a cena que acabara de presenciar.

XXX


O escritório da boate Lux estava cheio de pessoas do alto escalão da máfia. Enquanto o som abafado da música na pista ecoava no lugar, todos esperavam a presença de Santiago Sanz e sua filha para darem início à reunião.
O alto escalão da máfia, homens temidos pelo país, era composto por Marconi, conselheiro de Santiago, e quem garantia que a decisão do chefe fosse a mais “justa” possível. Logo abaixo dele havia Lorenzo, o subchefe, responsável pela execução das decisões tomadas pelo chefe. Cabia a ele fazer com que os subordinados executassem as tarefas que lhes eram delegadas.

― Não sei porque Sanz insiste em trazer sua filha ― Marconi resmungou.
― Ela se sentará na minha cadeira algum dia ― Santiago disse, adentrando o local, deixando o homem surpreso. ― Ela tem que entender como os negócios funcionam.
― Com todo o respeito, mas o senhor já perguntou se é o que ela deseja? ― Lorenzo o olhou.
― Sim ― disse, se sentando à mesa ao lado do pai. ― Será uma honra substituir meu pai quando for a hora ― o fuzilou com os olhos. ― Agora, será que podemos começar a reunião? Tempo é dinheiro, rapazes.
― Você a criou bem, Santiago ― Sebastian, um dos capos, disse.

Capos (ou gerentes) comandavam alguma atividade ilegal da organização mafiosa. Eram os responsáveis pelos resultados de suas áreas, comandando quadrilhas que podiam reunir centenas de homens. Além de Sebastian, ainda tinha Cruz e Sánchez.

― Bom, vamos começar ― Santiago disse, acendendo um cigarro. ― Como está o carregamento que vem da França?
― Chega hoje de madrugada, meus homens vão pegar e fazer a troca para que não seja rastreado em nosso território ― disse Sebastian.

Após o término da reunião, ficaram na sala , seu pai e os seguranças de ambos.

― Pai, estava pensando... ― fez uma pausa, chamando a atenção do pai.
― Sobre o quê?
― Meu aniversário está chegando e queria saber se posso fazer a festa aqui na Lux.
, sabe que não posso fechar a boate assim ― Santiago disse, tirando a atenção dos papéis em sua frente.
― Não precisa fechar, pai, a boate pode funcionar normalmente, eu só quero saber se posso trazer uns amigos para cá... por favor ― disse, com uma voz meiga, a última palavra.
― O que eu não faço por você? ― perguntou, vendo a filha esboçar um sorriso. ― Só me prometa que dessa vez vai ser sem confusão, não quero a polícia xeretando meus negócios.
― Eu prometo ― sorriu, se levantando. ― Eu já vou, vou encontrar a Estela para irmos a um barzinho.
― Antes de ir, o que você vai querer de presente? Para o seu aniversário. ― Santiago olhou para a filha.
― Boa pergunta... ― pensou por alguns instantes e esboçou um sorriso. ― Eu quero o Arias.
― O QUÊ?! ― Seu pai disse, surpreso, e Juan também se surpreendeu. ― O que você disse?
― Eu quero o Juan de presente de aniversário ― repetiu e o rapaz riu.
― Acha engraçado? ― Santiago o olhou.
― Não, senhor ― Juan disse, tentando manter a postura séria.
― Vocês vivem se cutucando e se provocando, acham que não sei? ― Santiago os olhou. ― E agora você o pede de presente, o que deu em você?
― Ai, pai, era brincadeira ― riu. ― Bom, eu vou indo, eu te amo.

saiu da sala com seu segurança, sem esperar a resposta do pai, deixando os dois sem entender nada.

― Essa menina vai me enlouquecer algum dia. ― Santiago se sentou novamente à mesa e olhou para Juan. ― Eu vejo como a olha...
― Senhor? ― disse, sem entender.
― Por favor, Juan, eu sou homem, a maneira como olha para a minha filha... Antes você disfarçava bem, mas hoje em dia é escrito na sua testa. ― Santiago o olhou. ― é desligada para certas coisas, mas você sabe que não posso permitir isso.
― Sei que sua filha é um território proibido. ― Juan olhou nos olhos do chefe. ― Eu jamais ultrapassaria esse limite, não somente por ser uma regra, mas em respeito ao senhor, quem admiro muito.
― Sabe que te tenho como um filho, não posso permitir que tenha alguém que possa ser usado contra ela, como um ponto fraco.
― Eu entendo, senhor ― disse por fim.

Sede da inteligência da polícia da Colômbia

― Adam, ficaram prontos ― um homem mais velho disse, chamando o rapaz que estava em sua mesa digitando algo.

Adam Collins, filho de um colombiano e uma americana, aos 14 anos seu mudou para Medellín com os pais, onde atualmente vivia. Aos 18, entrou para a força policial, e agora, aos 26 anos, era o mais novo membro que já entrou na inteligência da polícia, a unidade considerada o alto escalão, onde apenas os melhores dos melhores entravam.

― Ficaram ótimos ― Adam disse, olhando os papéis em suas mãos. ― Quando começo?
― O quanto antes, já está tudo pronto, de agora em diante é com você. ― Mendes, o capitão da inteligência, o olhou. ― Se cuide lá fora.

Fernando Mendes, capitão da Inteligência colombiana e o único com coragem o suficiente para enfrentar Santiago Sanz e sua máfia. A unidade de Mendes era livre de corrupção. Enquanto outros policiais colaboravam com os bandidos, sendo informantes, a Inteligência era livre disso e o capitão fazia questão de escolher pessoalmente quem entrava na sua unidade. Quando escolheu Adam, já sabia que o rapaz seria útil em trabalho disfarçado, então, pela primeira vez, Mendes viu a oportunidade de montar a operação contra Santiago Sanz, após anos treinando Adam para se infiltrar na máfia. O momento finalmente havia chegado.

― Eu sei me cuidar, fui treinado para isso. ― Analisou seus novos documentos.
― Bom, a partir de agora, você não pode mais ser visto aqui ― Mendes disse, tirando um molho de chaves e uma pasta da gaveta, entregando-os para o rapaz. ― Seu novo apartamento e todas as informações que temos da família Sanz. Você vai se aproximar da filha de Santiago e conseguir as provas que precisamos para prendê-lo.
― Pode contar comigo, chefe.
― Você tem uma semana para fazer o primeiro contato. Se, após isso, você não nos contatar, vamos invadir a casa do Sanz.
― Não se preocupe, entrarei em contato. Vai dar tudo certo e, ao menor sinal de que meu disfarce foi descoberto, eu caio fora e contato o senhor.
― Perfeito. Agora vai, Adam Rodriguez.

Era assim que Adam seria chamado dali em diante, viveria uma vida completamente diferente, ele estava pronto.

XXX


Ao chegarem ao barzinho mais badalado de Medellín, e Estela adentraram o local sem pegar filas, afinal, era conhecida e jamais a deixariam em uma fila esperando. A atmosfera do local era familiar para . A dupla foi até a área vip, onde havia uma mesa reservada para ambas, que não seria muito utilizada, já que e Estela não dispensavam uma dança na pista.

― Vou pegar uma bebida para a gente ― Estela disse, ofegante, deixando a amiga na pista de dança.
― Eu estava te observando. ― Um homem se aproximou de e disse em seu ouvido.
― Gostou do que viu? ― o olhou e sorriu.
― Demais ― o rapaz sorriu. ― Posso te pagar uma bebida?
― Não aceito bebida de estranhos ― disse, séria. ― Além do mais, minha amiga já foi pegar.
― Entendo, você está certa ― o rapaz disse, olhando, e logo a figura de Estela se fez presente.
― Aqui, ― Estela entregou o copo para a amiga. ― E você é...?
― Ninguém. ― Se virou para a amiga. ― Vamos dançar em outro lugar.
― Nome bonito o seu ― o rapaz disse próximo de e despejou algo em seu copo sem que as duas percebessem. ― Podemos ir para um local mais calmo?
― Cara, você não faz meu tipo, se me der licença — disse, saindo com a amiga. Quando ia levar seu copo à boca, um rapaz deu um tapa na bebida, fazendo-a derrubar todo o conteúdo.
― VOCÊ ESTÁ LOUCO? ― gritou com o rapaz e seus seguranças se aproximaram.
― Algum problema, senhorita? ― um deles perguntou.
― Não sei, temos? ― olhou para o rapaz.
― Me desculpe, mas aquele cara ali colocou algo na sua bebida, eu só queria evitar que você bebesse ― disse com hesitação. ― Não queria soar agressivo, me desculpe.
Hijo de puta. ― Observou o homem sumir na multidão. ― Você podia ter simplesmente segurado o copo e não ter dado um tapa.
― Eu não pensei, só fiz ― deu de ombros. ― Me desculpe mesmo.
― Tudo bem. ― Olhou para seus seguranças. ― Podem ir, está tudo certo aqui.
― Posso pagar outra bebida para você?
― Não aceito bebida de estranhos. ― o olhou e puxou Estela para saírem dali.
― Ele é gato. ― Estela riu com a amiga.
― Eu vi, amiga, gatíssimo. ― Se encostou no bar e observou o rapaz de segundos atrás. Era alto, um corpo atlético, cabelos loiros escuros, estavam levemente bagunçados. ― Mas eu tenho regras, não aceito bebida de estranhos.
― Bom, vou ao banheiro ― Estela disse, deixando a amiga pedindo a bebida no balcão.
― Me dê um mojito ― disse e o barman assentiu, segundos depois lhe entregando a bebida. ― Obrigada.
― Essa é por minha conta. ― O rapaz que havia batido em seu copo se aproximou. ― Aceita que estranhos paguem?
― Não precisa ― sorriu, vendo o rapaz a olhar e o barman anotar na conta dele. ― Mesmo assim, obrigada.
― Sou Adam Rodriguez ― estendeu a mão para ela. ― E você?
― sorriu. ― Só .
― É um prazer, só ― sorriu. ― Vamos dançar.

o acompanhou até a pista de dança onde tocava J Balvin. Eles se divertiram tanto que nem viram as horas passarem, Estela estava dançando próximo à amiga também, com outro rapaz.

, eu estou indo para casa, você vai ficar? ― Estela perguntou.
― Eu vou também, me dê um minuto. ― Se virou para Adam. ― Eu me diverti bastante.
― Eu também. ― Pegou na mão dela. ― Podemos repetir, se quiser, o que acha?
― Eu te mando mensagem. ― Entregou o celular para que o rapaz anotasse seu número.
― Vou esperar ― Adam disse, entregando o celular de volta. ― Tenha uma boa noite.

saiu do lugar com um sorriso no rosto, não entendia o porquê. No caminho, deixou Estela em casa e seguiu para a sua. Ao chegar, encontrou a luz do escritório de seu pai acesa.

― Sem sono? ― perguntou, colocando a cabeça para dentro da sala, vendo Juan conversando com seu pai. ― Atrapalho?
― Não, filha, estamos só revendo alguns detalhes ― Santiago sorriu. ― Se divertiu?
― Sempre me divirto, pai. ― Se aproximou do mais velho. ― Vou para a cama e o senhor também deveria ir.
― Eu já vou ― disse, recebendo um beijo da filha. ― Boa noite.
― Boa noite, pai ― sorriu. ― Boa noite, .
― Boa noite ― bufou, irritado com o apelido que ele odiava ser chamado.



Uma semana havia se passado desde o dia que havia conhecido Adam e, desde então, ela se pegava olhando para o celular, se perguntando se deveria mandar uma mensagem.

― Porque não manda um "oi" para ele? ― Estela perguntou, tirando a amiga de seus pensamentos. ― Tem uma semana que você fica namorando essa tela.
― Estou ponderando certas coisas… ― disse, pensativa.
― Tipo o quê? ― Estela riu. ― Que ele é lindo e que o sexo deve ser maravilhoso?
― Também ― riu com a amiga e ouviram uma leve batida na porta. ― Entra.
, seu pai quer vê-la ― Juan disse ao abrir a porta.
― Esse aí é outro que entra no mesmo quesito ― Estela disse e riu junto da amiga.
― Diga que já vou ― sorriu e Juan saiu do quarto. ― Se quiser, é todo seu, Juan é território proibido, segundo papai, aliás, qualquer segurança desta casa.
― Não faz o meu tipo, mas deve ser bom de cama ― riu, se levantando da cama. ― Eu já vou, amiga, tenho que ir com minha mãe ao centro.
― Nos vemos amanhã no meu aniversário ― disse, abraçando a amiga de lado enquanto saíam do quarto.
― É isso, convide o Adam para seu aniversário ― Estela disse como se algo se acendesse nela. ― É brilhante!
― Talvez, vou pensar. ― Parou em frente à porta do escritório de seu pai.
― Se falar com ele, me avisa ― Estela disse, se despedindo da amiga.
― Pode deixar ― sorriu e adentrou a sala de seu pai. ― O senhor queria falar comigo?
― Sim, filha ― disse, sério. ― Sente-se.
― Aconteceu algo?
― Preciso que me diga o que tem de errado nesses livros. ― Santiago estendeu os livros de contabilidade para a filha. ― Algo não bate.
― Certo, deixe-me ver… ― passou o olhar pelos livros, seu pai estava certo, algo estava errado.
― E então? ― Sanz a pressionou.
― Pai, calma, eu sou boa, mas não sou uma máquina. ― Arrancou risos do mais velho. ― Esses livros são da Verdant?
― Sim.
― Realmente, ou a Verdant está indo à falência ou... ― olhou para o pai ― estão te roubando.
! ― Santiago gritou e logo o rapaz apareceu, eram raras as vezes que o homem o chamava assim. Ele tinha aquele apelido entre os membros da máfia, mas Santiago e quase não o chamavam daquela forma.
― Senhor. ― Juan adentrou a sala.
― Traga aquele filho da puta do Delgado ― Santiago disse, irritado.
― Pai, deixa eu ir ― sorriu maldosamente. ― Eu resolvo para o senhor.
― Tem certeza?
― Não é o senhor mesmo que diz que eu vou estar nessa cadeira aí um dia? ― apontou para a cadeira que o pai estava sentado. ― Então tenho que me acostumar com certas coisas, além de que, eu estou entediada hoje.
― Está bem, leve Juan e os rapazes. ― Santiago olhou para o rapaz. ― Cuide dela.
― Vou só me trocar ― disse, saindo do escritório.


Boate Verdant

― Ah, senhorita Sanz, que honra recebê-la ― Delgado disse ao ver a mulher de calça jeans escura e uma bota da mesma cor, com uma blusa básica branca e uma jaqueta de couro vinho e cabelos presos em um rabo de cavalo alto adentrar o local. ― O que te traz aqui?
― Negócios do papai ― disse, adentrando o bar, pegando dois copos e o uísque.
― Certo, negócios ― Delgado disse, se aproximando do balcão. ― Que negócios seriam esses?
― Bom… ― bebeu o líquido em seu copo. ― Sabe, é engraçado como as pessoas se acham espertas, você não acha? ― disse, enchendo o copo de Delgado e o seu novamente.
― Realmente, tem gente que se acha esperta demais ― Delgado disse, dando um gole no líquido de seu copo e observou andar pelo local.
― Uma coisa que aprendi com meu pai é que as coisas devem ser feitas sem rodeios, então, me diga, onde está o dinheiro, Delgado? ― disse, observando o local.
― Q-que dinheiro? ― o homem gaguejou.
― Ah, vamos cortar essa, seremos práticos ― disse, olhando para Martinez, que carregava os livros da contabilidade, e entregou para Delgado. ― Onde está o dinheiro que está faltando nesses livros?
― E-eu não sei do que você está falando ― Delgado disse, nervoso. ― Eu entreguei, como faço todo mês.
― Dessa vez foi diferente, não foi como todas as outras vezes. ― parou na frente do homem. ― Tenho duas opções: a primeira, a Verdant está indo à falência, e a segunda é que meu pai está sendo roubado — sorriu. — Sabemos que a primeira opção é improvável, a boate é a mais rentável e a que provavelmente passaria despercebida, caso alguém quisesse tirar proveito, afinal, tanto dinheiro entrando e saindo, quem perceberia? Quem daria falta de alguns milhões sendo retirados aos poucos?
― Por favor, e-eu não…
— Você?
— Não queria roubá-lo.
― AAAAH, agora sim estamos falando a mesma língua ― riu sarcasticamente. ― Onde está o dinheiro?
― Na minha sala, no cofre. ― olhou para o homem.
— Tão fácil assim? Logo se vê que não é inteligente, além de roubar meu pai, ainda mantém o dinheiro no escritório? Que patético.
— Eu sinto muito, senhorita Sanz, diga ao seu pai que eu sinto muito — o homem se desesperou. — Está tudo no cofre, cada centavo, a senha é 2756, pode contar, está tudo lá.
, vá pegar ― disse e o rapaz subiu até o escritório, segundos depois voltando com dois malotes. ― O dinheiro está todo aqui?
― S-sim ― Delgado disse e Martinez abriu os malotes, começando a colocar as notas na contadora.
— O que farei com você? — andou em volta de Delgado, o homem manteve a cabeça baixa.
— Eu tenho um filho, eu… eu faço o que quiser, me perdoa, isso não vai acontecer novamente.
― Me conta, você realmente achou que ia roubar meu pai e ele não saberia? — sorriu.
― Eu não fiz por querer, e-eu sinto muito, senhorita Sanz.
— Resposta errada, Delgado — lamentou. — Ninguém rouba dois milhões e meio sem querer, você quis sim, agora, por quê? O dinheiro que ganha é pouco? Ou sua vida que não tem valor e você resolveu cavar a própria cova?
— Eu sinto muito, eu- eu fui burro, quem poderia roubar Santiago Sanz, fui ambicioso e idiota, me perdoa. — O homem se ajoelhou diante dela. — Diga a seu pai que eu aceito a punição, mas poupe minha vida, eu juro que isso não vai acontecer novamente.
― Está tudo aqui ― Martinez disse ao terminar de contar. ― Dois milhões e quinhentos mil.
— Sanz, eu faço o que você quiser, qualquer coisa, mas...
— O que você teria que me seria útil? — o interrompeu.
— Eu… influência — deu de ombros.
— Eu sou uma Sanz, me poupe — debochou dele. — Quanto tempo faz que está desviando dinheiro da Verdant?
— Alguns meses — Delgado engoliu seco.

andou pelo local em silêncio, todos sabiam qual era a decisão dela, ela estava apenas adiando para colocar medo em Delgado, porque ele sabia que, no final, só teria um destino para ele.

— Me decidi. — Se virou, sorrindo, e se aproximou dele. — Quando estiver no inferno, mande um oi para o Escobar.
— Sanz, eu te imploro, não faça isso. — O homem se manteve ajoelhado. — Eu faço qualquer coisa...
— Você já fez, roubou papai e, bom, esse foi seu erro. — Se virou para Martinez. — Deixe que todos saibam que o único destino para quem rouba meu pai é esse.
— Me certificarei que todos recebam o recado.

[...]

saiu do local com Juan em seu encalço e pôde ouvir o barulho do tiro sendo disparado, não olhou para trás, apenas adentrou o carro e seguiu o caminho até sua casa.

— Sabe que seu pai vai surtar, né? — Juan a observou rapidamente conforme dirigia.
— Sei — sorriu. — Mas, se eu deixasse Delgado vivo, mesmo ele não roubando meu pai novamente, isso mostraria fraqueza, começariam a pensar que qualquer um pode roubá-lo.
— Só entre a gente, acho que fez o certo — piscou para ela, que sorriu.

andou até o escritório do seu pai, pronta para ouvir o sermão, mas ela não voltaria atrás em nada do que tinha feito, estava segura de si de que havia feito a coisa certa e estava em posse do dinheiro, era o que importava.

― VOCÊ FICOU LOUCA! ― Santiago gritava com sua filha.
― Pai, para de gritar ― disse, calma, parada em frente à mesa de seu pai, com os dois malotes abertos. ― Ele te roubou, isso serve de recado para que ninguém sequer pense em te roubar novamente.
― Filha, não é assim que funciona ― Santiago disse com pesar. ― Por que você não interviu, Juan?
― Eu? Desculpe, senhor, mas tenho amor à minha vida ― Juan riu junto de .
― Ah, é engraçado? ― Santiago cruzou os braços.
― Desculpe, senhor, mas, com todo o respeito, está certa ― Juan disse, se aproximando da mesa. ― E, se o senhor estivesse lá, saberia que Delgado te roubaria novamente, se tivesse a oportunidade.
— Mesmo se ele não roubasse, isso mostraria fraqueza, mostraria que qualquer um pode te enganar!
― Você vai lidar com as consequências disso na reunião de hoje ― Santiago apontou para a filha.
― Com o maior prazer ― sorriu.
― Quem vou colocar para gerenciar a Verdant agora? ― Santiago se sentou em sua cadeira.
― Posso sugerir uma pessoa? ― perguntou.
― Quem?
― Sabe a Anisha da casa de massagem da avenida principal? ― Seu pai concordou. ― Ela administra aquilo melhor que o Cruz e não leva crédito nenhum, coloque-a na Verdant e a deixe brilhar, Cruz precisa de um pouco de trabalho.
― Certo, vou pensar nisso. ― A observou. ― Acho interessante como você diz não ligar muito para a máfia, mas sabe o nome de todos e suas funções e locações.
— Vou me sentar aí um dia, é o mínimo que tenho que saber, e estou aprendendo com o melhor — piscou e sorriu. ― Bom, se precisar, estarei no meu quarto.
― Como ela se saiu? ― Santiago perguntou para Juan assim que saiu.
― Muito bem, senhor ― Juan olhou. ― Ela dominou a situação o tempo todo e confesso que se saiu melhor do que eu imaginava.

XXX

havia acabado de sair do banho, estava se arrumando para ir até a reunião com seu pai, mas estava com Adam na cabeça. Resolveu mandar uma mensagem, não faria mal algum, certo?

: Oi, é a Só .


Segundos depois seu celular apitou novamente.


Adam: Oi, Só
Adam: Já tinha desistido, achei que não me mandaria mais msgm.
: Eu não ia haha
: Mas achei que poderia te dar uma chance.
Adam: Fico lisonjeado. O que acha de sairmos hoje?
: Hoje não posso, já tenho compromisso, mas amanhã é meu aniversário.
: Se quiser, pode aparecer na boate Lux, minha festa vai ser lá.
Adam: Estarei lá.
: Vou deixar seu nome na lista, vai ser às 22h.
: Tenho que ir, beijos.
Adam: Até lá, beijos.


A noite havia chegado e, com ela, a reunião com o alto escalão da máfia. Ao adentrarem o local onde aconteceria a reunião, uma confusão estava formada, todos queriam explicações sobre o que havia ocorrido com Delgado.

― Sei que todos querem respostas ― Santiago disse, tomando a atenção para si. ― E minha filha dará as explicações.
― É bem simples. Delgado roubou o meu pai, eu fui até a Verdant pegar o dinheiro de volta ― disse, bebendo um gole do uísque que havia lhe servido. ― Claro que, assim que tinha o dinheiro em mãos, eu o matei, assim ele nunca mais vai roubar o papai ― falou como se fosse algo óbvio.
― Sua filha soa como uma mimada, Sanz ― Marconi desdenhou. ― O que a faz pensar que pode sair matando qualquer um?
― O que você queria que eu fizesse? ― o olhou. ― Que pegasse o dinheiro e ainda desse carinho dizendo “bom garoto”? ― perguntou sarcasticamente. ― Me poupem. Sei que, se qualquer um aqui nessa sala tivesse sido roubado, fariam o mesmo. Agora, se vocês estão dizendo que não fariam, eu sinto muito por vocês, é sinal de que qualquer um vai passar a perna ― os olhou. ― Mas do meu pai ninguém vai roubar e que isso sirva de aviso para todos vocês.
― Está nos ameaçando, garota? ― Marconi levantou e todos os seguranças ficaram alertas.
― Estou lhes avisando e, já que estamos todos aqui, a partir de hoje todos os livros da contabilidade vão passar por mim antes de vocês fecharem ― sorriu falsamente. ― Assim pouparemos vidas, que tal, Marconi?
― Você é insolente, o que a faz pensar que tem essa autoridade? ― O homem, ainda de pé, se irritou.
― Olha como fala com a minha filha ― Santiago os interrompeu. ― Sei que talvez a abordagem dela seja radical e entendo a surpresa de todos aqui ao saber da morte de Delgado, mas é inadmissível qualquer um de vocês achar que podem me roubar e isso passar impune ― Santiago disse, diplomático. ― A partir de hoje, os livros só serão fechados com o aval da e esse assunto está encerrado.

A reunião permaneceu com clima tenso, mas o assunto não voltou a ser falado. No caminho até a casa, conversava com seu pai no carro, onde Martínez dirigia e Juan estava ao lado.

― Você foi bem direta hoje ― Santiago disse, olhando para a filha.
― O senhor acha?
― Eu entendo que você queira mostrar que me roubar é errado, mas, filha, certas coisas devem ser tratadas com tato. ― o fitou. ― Você sabe lidar bem com os números, sabe lidar com negociações, mas você não sabe lidar com pessoas, você leva tudo de forma muito intensa.
― E o que o senhor sugere? ― perguntou.
― Quero te mostrar como lidar em situações assim, resolver problemas sem radicalizar ― Santiago disse. ― Só peço que passe a observar mais e tente tirar o máximo de proveito disso.
― Tudo bem, pai ― deu um meio sorriso. ― Obrigada por manter a decisão dos livros.
― Bom, eu não poderia te desautorizar na frente deles, não é mesmo?
― Não concorda com isso?
― Se eu não concordasse, não teria dito o que disse lá ― Santiago disse ao ver o carro estacionar no jardim da casa deles. ― Só acho que deveria ter me consultado.
― Não é o senhor mesmo que diz que me quer mais envolvida com os negócios? ― disse ao descer do carro. ― Só estou fazendo o que me pediu.
― Não seja respondona comigo ― Santiago a repreendeu e a abraçou de lado. ― Fico feliz de ver minha única filha e herdeira seguindo meus passos. Eu tenho orgulho de você, filha, não só por isso, mas pela mulher que vem se tornando.
― Obrigada, pai ― sorriu, andando abraçada ao lado do homem.

Após estar em casa, e seu pai jantaram juntos, algo que já não faziam há alguns dias, e Juan se juntou a eles. Mesmo que Santiago não demonstrasse muito, ele tinha certa afeição pelo garoto; para Santiago, ele fazia parte da família.

― Você deixou o Marconi no chinelo hoje ― Juan disse assim que Santiago se retirou da mesa, deixando ambos sozinhos.
― Eu arrasei ― riu junto do rapaz. ― Mas meu pai está certo, eu levo as coisas de forma radical demais.
― Sim, mas que você foi demais, isso ele não pode negar ― Juan riu, a olhando, e viu que eram duas da manhã. ― Feliz aniversário. ― franziu o cenho. ― Já passa da meia noite, já está oficialmente mais velha.
― Ah, obrigada ― riu. ― Estou oficialmente mais experiente.
― Esqueci que você não envelhece, ganha experiência ― riu, se levantando. ― Bom, eu vou para casa.
― Por que não dorme aqui? ― Se levantou.

Juan tinha um pequeno apartamento próximo à casa do Sanz, no qual ia toda noite descansar quando o serviço acabava. Eram raros os dias que ele precisava dormir na residência dos Sanz.

― Eu acho melhor ir para casa. ― Se aproximou dela. ― A tentação aqui é muito grande, nos vemos amanhã. Bom descanso.
― Para você também. ― sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao sentir o beijo do rapaz na sua bochecha.
― Sonha comigo ― Juan sussurrou para ela e sorriu ao vê-la se arrepiar, se afastando, deixando uma sem reação alguma.

XXX

― Bom dia, pai ― disse, pegando uma maçã da mesa.
― Sente-se e tome café comigo ― Santiago disse, lendo o jornal em mãos.
― Eu não tenho tempo, pai ― disse, ajeitando sua bolsa.
― Sempre temos tempo para a família ― a olhou. ― Sente-se.

se sentou sob protesto e se serviu um café com algumas torradas e geleia de uva.

― Onde vai com tanta pressa?
― Até a boate Lux, arrumar os últimos detalhes da minha festa. ― Bebeu o café. ― O senhor vai estar lá?
― Sabe que não tenho mais fôlego para te acompanhar, mas estarei no escritório da Lux e dou uma passada na área VIP para dar um oi ― Santiago disse, olhando para a filha. ― Os seguranças vão estar todos na Lux, bom, quase todos. Alguns aqui em casa, mas vou deixar você na responsabilidade do Juan.
― O senhor fala como se eu ainda fosse criança ― riu.
― Não é criança, mas é meu bem mais precioso. ― Deu um último gole em seu café. ― Tenho algumas coisas para resolver, mas podemos almoçar juntos, o que acha?
― Perfeito, pai. ― se levantou. ― Bom, eu já vou indo, eu te amo.
― Também te amo, filha. ― Santiago se levantou e a abraçou. ― Feliz aniversário, minha pequena.
― Obrigada, pai ― sorriu.

O dia de se baseou em ajeitar os últimos detalhes para a comemoração do seu aniversário e o almoço com o seu pai, quando ele havia lhe dado um par de jóias com brincos e pulseiras.


Boate Lux

― Você está um arraso ― Estela disse ao chegar à boate. ― Desculpe a demora, estava com a minha mãe e já sabe o sermão que foi.
― O importante é que você chegou. ― Abraçou a amiga.
― E o Adam? Ele vem?
― Nenhum sinal até agora ― disse, meio desanimada. ― Hoje é meu aniversário e eu quero curtir.
― Errada não está ― Estela riu com a amiga e pegou duas bebidas do garçom que passava. ― Um brinde a você, a amiga e mulher incrível que é.
― A nós. ― brindou com a amiga.

A área VIP da boate havia sido fechada para que fizesse sua confraternização. Ela havia chamado apenas alguns amigos, mas havia muito mais gente do que ela esperava. Os seguranças estavam presentes ali para fazer a segurança da garota. Um pouco depois das 23h30, Adam chegou à boate.

― Peço desculpas pelo meu atraso ― Adam disse, próximo a , e a cumprimentou.
― Imagina, o importante é que você veio ― sorriu.
― Não é algo tão grandioso, mas espero que goste ― Adam estendeu uma caixinha para ela.
― Não precisava ― sorriu, abrindo a caixinha, onde havia um colar com o nome em prata. ― É lindo, Adam, obrigada.
― Que bom que gostou ― disse, colocando o colar na garota.
― É perfeito ― disse, vendo seu pai se aproximar. ― Oi, pai.
― Oi, filha ― Santiago disse, vendo Adam o olhar, surpreso. ― E você, é?
― Adam, senhor, Adam Rodriguez. ― O rapaz lhe deu um aperto de mão.
― Você não é daqui ou estou errado?
― Não, senhor, eu nasci nos Estados Unidos. Meu pai é colombiano, então por isso o sobrenome. Viemos para a Colômbia quando eu tinha dez anos.
― É um prazer lhe conhecer, sou Santiago Sanz ― o homem disse, sério.
― O prazer é todo meu, senhor ― Adam o olhou.
― Filha, eu estou indo, vou deixar Juan e Martinez com você.
― Está bem, pai ― sorriu e viu seu pai se afastar.
― Seu pai parece irritado com algo ― Adam disse e o olhou.
― Você veio ver meu pai ou a mim?
― Você, é claro ― sorriu. ― É o seu dia.
― Sendo assim, quero te apresentar a algumas pessoas ― disse, entrelaçando a mão ao braço do rapaz.

levou Adam para conhecer alguns dos seus colegas. A noite se estendeu e a garota se divertiu mais do que qualquer outro dia, não pela presença do rapaz ali, mas porque naquela noite ela se sentia leve, como se todos os problemas não existissem. Já passavam das cinco da manhã e a boate estava vazia, havendo uma meia dúzia de pessoas que já davam sinal de estarem indo embora. Agora, só restavam e Adam na boate, juntamente com seus seguranças e funcionários do local. A dupla conversava em um sofá na área VIP.

― Eu me diverti hoje ― Adam disse, se virando para .
― Eu também ― sorriu.
― O que acha de estendermos para outro lugar?
― Adoraria… mas eu vou ter que dizer não — ela lamentou.
― Por quê?
― Eu tenho que… ― hesitou ― tenho que trabalhar hoje.
― Ah, eu não sabia ― a olhou. ― Por falar nisso, você trabalha com o quê?
― Eu trabalho para o meu pai.
― Negócio de família? ― Adam perguntou, tentando estender o assunto.
― É o negócio da família ― sorriu ao se referir à máfia daquela forma. ― Bom, acho que deu por hoje.
― Podemos nos ver de novo? ― perguntou.
― Talvez ― disse, se levantando. ― Se a sua proposta me agradar, posso pensar em te encontrar.
― Costumo não decepcionar ― Adam sorriu, se aproximando de .
― Jura? ― se aproximou mais ainda do rapaz. ― Eu pago para ver.
― Já te aviso que pode sair caro ― olhou para a boca de e voltou a fitar seus olhos.
― Eu pago ― riu maliciosamente.

Adam sorriu e colou seus lábios nos de , um selinho demorado, mas que fez ambos se arrepiarem.

― Até a próxima, Sanz ― disse, se afastando da garota.
― Até, Adam Rodriguez ― sorriu e observou o rapaz sair pela porta da boate.
― Mais um brinquedinho? ― Juan apareceu atrás de , a assustando.
― Para de aparecer assim! Parece um fantasma. ― Se virou, ficando próxima do rapaz. ― Te incomoda eu estar com um brinquedo novo?
― Tenho pena dele, por isso perguntei. ― Juan permaneceu próximo à . ― Fora que o cara levou uma noite inteira para te beijar, se é que podemos chamar aquilo de beijo.
― Ah, mas você adoraria ter seus lábios colocados no meu, não é? ― Se aproximou mais ainda dele. ― Diga, Juan, você quer me beijar?
― Não me provoque, ― Juan disse, relutante. Sua vontade era de beijar ali mesmo.
― Eu provoco, ainda mais porque sei como você reage. ― mordeu o lóbulo da orelha do rapaz, fazendo-o se arrepiar. ― Você gosta?
aa… ― suplicou e colocou as mãos na cintura dela. ― Você está entrando em um jogo perigoso, sabe disso.
― Estou? ― desceu a mão pelo abdômen de Juan, até chegar no membro do rapaz, que estava rígido. ― Olha só o que temos aqui, quer dizer que eu te excito?
― Garota… ― Juan segurou sua mão e a empurrou contra a parede. ― Acha que só você sabe provocar? ― disse próximo à orelha de e desceu a boca para seu pescoço, depositando alguns beijos leves.
― Juan… ― gemeu.
― Isso, chame pelo meu nome. ― O rapaz a olhou, ambos estavam com a respiração forte, mas estavam em sintonia. ― Vamos sair daqui? Me deixa te mostrar o que eu sinto.
― Atrapalho? ― Martinez os interrompeu.
― Não ― Juan disse sem quebrar o contato visual com e se lamentou mentalmente. ― Está pronta, senhorita Sanz? ― Se afastou dela.
― S- sim… ― disse, caminhando até a saída da boate, e Juan esboçou um sorriso.

XXX

Ao chegarem à residência dos Sanz, e Juan adentraram o local em silêncio. O rapaz dormiria lá, já que tinha negócios para resolver em nome de Santiago logo pela manhã. Ambos subiram juntos, em silêncio.

― Acho que excedi alguns limites. ― Juan parou à porta de seu quarto com alguns passos à frente.
― Não foi só você. ― Ela parou ao dizer. ― Também me excedi, sinto muito, eu não sabia que você gostava de mim. Se eu soubesse, não o teria provocado e brincado com seus sentimentos.
― Eu não gosto! ― a olhou. ― Só falei para te provocar e ver sua reação, sabe como é… — riu
― Eu sei? ― o analisou e seguiu seu caminho. ― Boa noite, Luluma.

Juan permaneceu calado e observou a garota caminhar até a porta do quarto. Pensou em vários motivos para simplesmente ir até ela e dizer tudo o que ele sentia, mas achou que não era o momento certo. Ele só não saberia se esse momento um dia chegaria.



Continua...


Nota da autora: Oie, estamos de volta e com casa nova, yeah 💚
Depois de quase dois anos sem postar nada, aqui estamos nós com DFIT todinha reescrita.
Espero muito que vocês gostem dessa nova fase, espero que vocês aproveitem tudo o que FFVERSE tem a oferecer, é um site criado com muito amor, para todxs, por isso me senti à vontade para entregar minhas histórias aqui.
Obrigada, Júpiter, por mais uma vez ter aceitado ser minha beth, minha eterna hater do Draco 💚 💚 💚
Até a próxima att, beijos estelares 💚 💚 💚

Nota da beth: A realmente não tá pra brincadeira, né hahaha e o Adam que fique esperto, porque daqui a pouco ela vai começar a desconfiar de tanta pergunta... ansiosa por mais 💜

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