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Codificada por: Saturno 🪐

Última Atualização: 06/09/2024.

Velaryon nasceu durante uma tempestade, e a escolha do nome da Princesa, sendo ela a segunda de seu nome, foi a razão para o imenso desgosto da Rainha Alicent Hightower.
A criatura magricela que não carecia dos traços Targaryen causou irritação à Rainha, mas tremenda felicidade para todos os demais residentes da Fortaleza Vermelha. A Princesa nasceu com a cabeça cheia de fios branco como a lua e que brilhavam prateados à luz das velas enquanto o Rei Viserys, com os olhos marejados como estivera no dia em que sua primeira filha veio ao mundo, segurava o corpo delicado e pequeno em seus braços enfraquecidos pela doença. O Rei cuidou com carinho de seu primeiro de muitos netos gerados por sua amada filha Rhaenyra.
Talvez, Rhaenyra pensou, as acusações de adultério que haviam sido cruelmente disseminadas pela Rainha e por Sir Cole fossem esquecidas após o nascimento da filha, afinal, a Princesa tinha os olhos violetas, pele leitosa e os fios prateados que um Targaryen deveria ter. Mas esses traços também eram os motivos da desconfiança da Rainha e do medo da Princesa Rhaenyra — a pequena não deveria ser uma Targaryen, ela deveria ser uma Velaryon: seu cabelo platinado deveria ser encaracolado e sua pele escura como a de seu suposto pai.
Ela, contudo, não era uma filha bastarda de Rhaenyra e do Lorde Comandante da Patrulha da Cidade, como a matriarca da Fortaleza Vermelha imaginava que ela seria. Não. A primogênita de Rhaenyra era filha ilegítima do Príncipe Daemon Targaryen.
Rhaenyra, herdeira do Trono de Ferro, observava com atenção enquanto o Rei Viserys embalava amorosamente sua primeira neta, um sorriso orgulhoso e insistente estampado em seus lábios secos enquanto insistia que a pequena era a imagem cuspida de sua falecida avó e tinha as maçãs do rosto altas de Sir Laenor e da Princesa Rhaenys. Todavia, os olhos cheios de apreensão de Rhaenyra descansavam na figura maléfica de sua antiga amiga, a Rainha Alicent, tanto que ela prendeu a respiração quando Alicent acariciou gentilmente o rosto da bebê recém-nascida com o dedo, olhos brilhando como a manhã que se despertava junto às suas suspeitas.
Ninguém poderia prever os atos futuros dos Hightower, então, ela só podia ter esperanças de que Daemon ficasse longe o suficiente para que tudo fosse esquecido e crescesse como a herdeira da Casa Velaryon.
Em cartas para seu pai, a Rainha Alicent relatou a chegada da Princesa . Sobre seus olhos violetas que eram sábios, apesar dos seus poucos dias de vida, mencionou quanto a sua semelhança com o Príncipe Daemon, a posição temerosa de Rhaenyra e o desespero de Sir Laenor nos dias seguintes. No entanto, em uma caligrafia trêmula, a Alicent expôs seus medos ao seu pai. Como a Princesa se tornou uma ameaça para a ascensão de Aegon ao Trono de Ferro, como o amor e a preferência de Viserys por Rhaenyra só cresceram com a criança que ela deu à luz, como ela temia por seus filhos e sobre como estava completamente aterrorizada. Otto Hightower, outrora Mão do Rei, não viu o nascimento da Princesa como uma ameaça, para a surpresa de sua própria filha. A Princesa Targaryen, a filha primogênita de uma filha primogênita, a terceira na linha de sucessão ao Trono de Ferro, não era para ser temida.
Ela deveria ser apreciada, conquistada pelo Príncipe Herdeiro — por Aegon.
Contudo, pouco menos de três anos após o nascimento de , Rhaenyra honrou a memória de sua mãe uma segunda vez ao dar à luz um filho, o Príncipe Jacaerys Velaryon, primeiro de seu nome, então herdeiro de Driftmark.
O nascimento do primeiro filho homem da futura Rainha dos Sete Reinos foi motivo de uma longa celebração em todo o reino e tremendo orgulho de Sir Laenor Velaryon e do Rei, os mesmos que, após um ateste de suas incapacidades de manter o controle sobre Rhaenyra, apenas precisaram relembrar a Côrte das mechas lustrosas e negras da Princesa Rhaenys Targaryen para validarem os fios escuros como a noite que adornavam a cabeça do Príncipe. No entanto, era a sua impressionante semelhança com o Comandante da Patrulha da Cidade, Sir Harwin Strong, que gerava sussurros e cochichos entre os servos da Fortaleza Vermelha.
Foi o nascimento do Príncipe Jacaerys que solidificou uma definitiva inimizade entre a Princesa Rhaenyra e a Rainha, manchando ainda mais a imagem da outra no coração vingativo de Alicent, ainda entristecida pela partida de seu pai de King's Landing e seu abandono no ninho dos dragões enquanto eles não a viam como nada além de uma intrusa. E como mais Rhaenyra podia esfregar em sua cara que ela, junto à sua depravação e o amor cego do Rei, foram os responsáveis por lhe afastarem de sua família, senão tendo um filho bastardo com o herdeiro de Lionel Strong, que se tornou Mão do Rei no lugar de Otto Hightower?
E enquanto nasceu pequena e silenciosa, Jacaerys Velaryon era um bebê de aparência corpulenta, com pulmões de ferro como o Rei Viserys o apelidou em determinada noite. Jacaerys possuía o sangue do dragão, mas também a aparência e forma física da Casa Strong, seu porte robusto logo na infância criando uma óbvia divisa entre ele e os filhos do Rei, o que logo fez o menino tornar-se seu favorito, mesmo sendo um “mero neto ilegítimo” como a Rainha apelidou em cartas para o pai e o irmão. No entanto, suas palavras não surtiam efeito quando, ao atender os seus súditos durante as petições mensais no Salão do Trono em uma determinada manhã, Viserys o fez com o pequenino Príncipe Jacaerys em seu colo, comentando quem muito em breve aquele Trono de Ferro pertenceria ao neto que apelidou carinhosamente de Jace, e sua irmã, .
Seguindo os costumes da Dinastia Targaryen e por ordem do Rei, os irmãos noivaram ainda na tenra idade de um e quatro anos, e Rhaenyra posicionou-se de maneira favorável no intuito de evitar que o Trono de Ferro fosse contaminado pelo sangue do Hightower.
O noivado foi um baque sem precedentes para os verdes e a doce vitória de Rhaenyra.




— Agora plebeus estão reivindicando os nossos dragões? — O Príncipe Jacaerys cobrou enfurecido, a brutalidade que usou ao empurrar as portas da biblioteca fazendo as enormes peças de madeira se chocarem com as paredes de Dragonstone, ecoando um som alto que fez os ossos da Princesa vibrarem e ela se erguer de imediato.
Sua família travava uma guerra de aniquilação com os Hightower, motivo que a fez levantar-se com tanta rapidez que os pergaminhos que ela lia voarem, bem como as velas acesas ao seu redor se apagarem. No caso de um ataque, protegeria a Rainha, sua mãe, com a sua vida. Contudo, não era um dos mercenários dos Hightower que invadiu a biblioteca onde ela e a Rainha Rhaenyra escreviam cartas para as casas do Mar Estreito, mas o seu irmão.
soprou o ar que havia segurado devido ao susto, reconhecendo a figura alta e esguia do Príncipe que trajava vestes valirianas e uma majestosa capa rubra. Jace se desenvolveu brilhantemente, assim como ela: um porte alto que não negava sua descendência, o rosto firme e cabelos negros que formavam ondas reluzentes. Ele era, pelo menos, duas cabeças e meia mais alto que , tendo herdado a envergadura distinta de seu pai, enquanto a Princesa ficou baixa como Rhaenyra, apesar de herdar muitos traços do Príncipe Daemon.
— Isso foi ideia sua, ? — Jacaerys cobrou em um trovejar ao prosseguir com o seu rápido avançar biblioteca adentro, dando passos firmes e mantendo uma feição que a faria sentir medo se não fosse a face do seu irmão que adornava. — Claro que há de ter dedo seu nessa ideia deturpada.
A Rainha Rhaenyra manteve-se sentada, prevendo que aquela seria uma longa noite.
— Você se entusiasmou bastante quando Sir Steffon fez sua reivindicação, Jace — A Rainha suspirou exausta, sem ousar erguer os olhos para nenhum dos filhos. Sabia que não deveria se permitir satisfazer o desejo de Jace por uma discussão ou o de pelo suporte dela ao contra-atacar o mais jovem. O sangue do dragão corre quente pelas veias dele e fervendo pelas dela. E Rhaenyra precisava, como mãe e Rainha, ser fria. — O que motivou sua mudança de opinião?
— Sir Steffon era Lorde Comandante da Guarda Real e é o herdeiro do Forte Pardo — Jacaerys prosseguiu, não tanto olhando para a matriarca, mas para sua irmã que lhe causava tanta fúria ao sustentar seu olhar com o nariz erguido. O perfeito nariz que complementa a perfeita face de . Ele quis gritar. — Essas pessoas são... — Jace procurou as palavras certas antes de as saborear ao cuspi-las para Princesa. — Mestiços!
A Princesa apoiou as mãos adornadas de anéis de ouro na mesa de madeira milenar ao corrigir Jacaerys:
— Eles são corajosos, irmão — retificou o termo usado por Jace. Os olhos dele se arregalaram, escuros e cheios de raiva mediante a deslealdade de seu próprio sangue. Como ela e sua mãe haviam ficado tão cegas pela guerra que não viam a ameaça das sementes de dragão? Usurpadores dividindo o teto e a mesa deles? — São homens e mulheres corajosos que lutam pelo direito da Rainha legítima, Jace.
Jacaerys lançou um olhar de cobrança para Rhaenyra, praticamente lhe indagando como havia permitido que fizesse tais comentários. Mas a Rainha permaneceu fingindo estar entretida com os seus pergaminhos e o livro ao seu lado. Seu filho seria o Rei um dia, portanto, precisava deixar de "mimar ele" ou "cuidar dele com exagero", como Daemon havia a aconselhado. Rhaenyra, antes mesmo de tamanha guerra travada em seu nome, tratou todos os filhos de forma excessivamente protetora e carinhosa, sem diferenciá-los. Mas e Jacaerys iriam sucedê-la no Trono de Ferro, e precisavam crescer.
— Vejo que a Rainha não se importa com as consequências de seus atos.
Mas como ela podia deixar o filho lhe dar as costas com tremenda culpa dominando o seu peito?
— Jace! — Rhaenyra o chamou e o Príncipe conteve seu caminhar apressado, parando de imediato. Ele gostaria de sair daquela biblioteca o mais rápido possível, montar em Vermax e desaparecer no céu escuro, somente para as assustar. Mas sua Rainha o ordenou que ficasse, e ele ficaria. O jovem homem mordeu a língua com força, sentindo o gosto de sangue ao virar-se para ela, evitando o olhar inquisitivo de . — Pense bem no que está em jogo agora e avalie se meus atos se demonstram tão errôneos assim como diz.
Ele sorriu sarcástico, incrédulo em como as duas podiam ser tão cegas.
— Eu sei bem o que está em jogo, Vossa Graça — Rhaenyra ergueu o queixo ao sentir em seu peito o vibrar do rosnado hostil do filho. , no entanto, apenas firmou seu aperto na borda da mesa, atenta para o desrespeito do irmão. — A Casa Targaryen é o sangue do dragão — Ele voltou a se aproximar das mulheres, as suas palavras prensadas na frestas entre seus dentes tão apertados como seus punhos. Jace sentia tanto ódio que poderia queimar tudo ao seu redor. — Se qualquer plebeu sujo de Flea Bottom pode reivindicá-los, o que nós somos, então?
— Os governantes legítimos dos Sete Reinos. — A Raínha o lembrou, cenho franzido.
Como Jace podia resumir sua casa milenar em meros dragões?
— E se um dos seus imundos montadores bastardos de cabelos prateados decidir que irá governar os Sete Reinos? — Ele provocou, pondo toda sua mágoa nos insultos direcionados aos plebeus que caminhavam por seus corredores e gozavam da pompa que não lhes era devido. Ao casar-se com , governariam Dragonstone e Jacaerys já sentia-se humilhado por vê-los em seu lar. — Me diga, Vossa Graça — Jace estendeu a mão para a mãe. — E você também, Princesa — Sua outra palma se direcionou a irmã que engoliu em seco ao reconhecer, enfim, o motivo de toda a inquietação dele. — O sonho do Conquistador profetizou isso? — Cobrou com um segundo rosnar, vociferando seu questionamento seguinte com um tom que ecoou na biblioteca como um trovão: — Saqueadores e meretrizes domando dragões?
Rhaenyra empurrou sua cadeira para trás, o som afiado ricocheteando nas paredes de pedra.
— O que mais deseja que eu faça? — Ela clamou em um esbravejo.
O Príncipe Lucerys, seu querido Luke, havia ficado desaparecido por catorze noites. O seu dragão, Arax, foi encontrado dois dias antes dele. Luke, devido ao covarde ataque do Príncipe Aemond e Vhagar, perdeu seu braço e quase morreu à deriva. Com a benção da Mãe, foi salvo por um navio de pescadores e devolvido aos braços de Rhaenyra.
havia sido perseguida por Aemond, também. Somente sobreviveu graças aos seus longos anos de montaria e as habilidades de Canibal, seu dragão. Enquanto voava em busca de rastros de Lucerys, Aemond a localizou devido a proximidade com King’s Landing. Por longos dias, a Princesa viajou apavorada antes de alcançar Winterfell, onde se reuniu com Jacaerys e lhe contou sobre o destino do irmão, que imaginou já estar morto.
Dizer que a Rainha vivia um constante pesadelo era mais que justo.
— É de seu gosto que eu prossiga com uma guerra que perderemos, em que milhares irão morrer? — Rhaenyra propôs, então. Seus filhos não mereciam sua raiva, mas seu cansaço iria a matar muito antes dos Verdes. Em duas ocasiões diferentes, quase perdeu dois de seus bens mais preciosos, assim como teve de se despedir de seus bebês e sua querida Rhaena há poucos dias. Rhaenyra estava exausta e seus esforços não pareciam suficientes para o filho. — Você deseja ver as cabeças de seus irmãos fincadas em estacas em King's Landing? — Ela prosseguiu, cruzando os braços sobre o peito. A imagem lhe deixava louca. — Ouvir que o corpo de sua irmã foi violado? Que Baela e Rhaena foram lançadas no covil de Aegon e Aemond para pagar pelos nossos feitos na guerra que perdemos? Ou, então, deseja que eu voe sozinha contra Vhagar? — Rhaenyra sorriu, batendo as mãos. — Ou, talvez, você enfrente Vhagar com Vermax!
A Princesa engoliu em seco com o cenário devastador que sua mãe projetou, suas mãos dormentes pela força que fazia ao se manter de pé e o coração apertado ao pensar em um dos possíveis destinos que aguardava a sua família se a guerra não fosse interrompida.
— Jace — Ela chamou, deslizando por trás da mesa e aproximando-se dele apesar do olhar gélido que o irmão lhe lançou. estendeu as mãos, tentando o acalmar mesmo que o seu coração doesse. — Com esses montadores, nós podemos acabar com uma guerra desnecessária em um só golpe. — A Princesa tentou barganhar, um nó duro formado em sua garganta. — Nossa mãe poderá tomar seu lugar no trono de nosso avô.
— E quando ela morrer, ?
Rhaenyra trocou um olhar com eles, confusa com a pergunta.
— Vocês são meus herdeiros! — A Rainha fez questão de relembrá-lo. — Se casarão e ocuparão o Trono de Ferro com poderes iguais — Rhaenyra fechou seu livro, estressada com as desnecessárias investidas dele. — Rei e Rainha legítimos!
foi inundada pela culpa quando percebeu o brilho úmido nos olhos do irmão.
Ela era a herdeira mais velha da Rainha Rhaenyra que, ciente que o Rei Viserys, ao produzir novos herdeiros homens, dificultou sua ascensão ao trono, se preocupou em garantir que o mesmo não aconteceria com a filha, motivo pelo qual aceitou a proposta do velho Rei em a noivar com Jacaerys ainda na infância. Juntos, poderiam governar os Sete Reinos com as suas respectivas ilegitimidades, podendo suprir uma a outra. Enquanto Jacaerys seria o homem que o povo desejaria ver no Trono de Ferro, seria a herdeira de aparência legítima que agradaria as casas nobres.
No entanto, a discrepância na aparência dos dois irmãos sempre foi um grave motivo de distanciamento entre eles. Jacaerys não conseguia entender como havia nascido tão diferente dela, sem qualquer traço de sua mãe. Como, enquanto Aemond e Aegon murmuravam sobre sua parentalidade, conseguia se entrosar com seus tios com tamanha facilidade. Jace sabia que a irmã também era bastarda, pois pouco se parecia com Sir Leonor com os seus belos traços indiscutivelmente Targaryens que a tornavam imune aos mesmos comentários que ele, Luke e Joffrey sofriam diariamente.
Contudo, eles se uniriam em matrimônio em algum momento, e sabia que a ancestralidade de Jacaerys o preocupava mais que tudo. E apesar do distanciamento entre os dois, coisa que ela até mesmo incentivou no auge de sua adolescência e revolta juvenil, Jace ainda era seu irmão e futuro marido. E ela deveria ter sido mais atenta.
Foi sua ideia convidar os sementes de dragão para Dragonstone, porém, ela falhou em reconhecer como montadores de dragão ilegítimos podiam ser danosos à imagem de seus irmãos. Jace estava certo: a Casa Targaryen era o sangue do dragão. Se outros que não legítimos valirianos montassem dragões, em que pé a legitimidade de Jace, Luke e Joff poderia ser arguída? Jacaerys havia lidado com a desconfortável realidade de sua paternidade por toda a vida, protegendo os irmãos mais novos dos olhares maldosos e das palavras grosseiras. Ele havia engolido seu orgulho e protegido os demais, mas ela falhou em fazer o mesmo por ele.
— Jace… — o chamou, seu tom de voz mais suave ao tentar acalmá-lo. Porém, quando seus dedos tocaram no braço dele, Jacaerys se afastou como se ela houvesse o queimado com brasa, fixando seus olhos lacrimosos na mãe.
— Você achou que eu teria o cabelo escuro? — Ele indagou. Sua sinceridade gritante.
— Jacaerys, já chega! — A Princesa reprovou o comportamento dele e a implicação da sua acusação, ainda que seu coração estivesse ferido pela rejeição dele. Jace podia sentir-se enfurecido pela tática de guerra escolhida, mas isso não permitia que lançasse acusações tão graves contra sua mãe. Ou pior, contra a Rainha. — Ponha-se em seu lugar!
— Quando levou Harwin Strong para a sua cama, não passou pela sua cabeça que eu poderia me parecer com ele e não com você? — O Príncipe bradou, lágrimas inundando seus olhos que demonstravam tamanha tristeza com a explícita traição protagonizada por sua mãe e irmã. Rhaenyra prendeu a respiração, levantando-se lentamente e mantendo os olhos no filho. , enquanto isso, manteve-se quieta, ainda que sentisse vontade de abraçar ambos: seu irmão pela dor que sentia, e a mãe pela culpa que a dominava. — Eu não sou tolo, mãe! — O bufar de Jace enfim permitiu que algumas lágrimas caissem, molhando suas bochechas e torcendo o coração daquelas que o amavam. — A prova dos seus pecados está aqui, para todos verem.
Com dois socos acima de seu coração, Jace se identificou.
— Talvez eu argumente minha legitimidade por ter um dragão — Jace soprou, sua voz trêmula pois ele nunca tinha tido a coragem de ser tão explícito com a mãe, mas após ter quase perdido Lucerys, seu amor pelo irmão falava mais alto. — E agora, a senhora me diz que arrancará isso de mim também.
Rhaenyra caminhou até o filho, suas palmas tremendo ao tentar o alcançar. Porém, o segundo afastar dele fez a Rainha se recolher, seus olhos violetas também lacrimosos quando eles se dirigiram à , que amparou a mão dela mediante a cruel rejeição de Jace.
— Disse que se sentiu traída pelo Rei quando ele se casou novamente e produziu herdeiros homens — Jacaerys engoliu um soluço, seus dentes apertados com tamanha força ao ver sua família chorar. — Que os filhos de Alicent Hightower enfraqueceram a sua reivindicação ao trono. Mas o seu egoísmo enfraqueceu o meu direito. Como fico se um dos seus filhos legítimos e valirianos decidirem que irão reivindicar o trono e por fim a mim, Luke e Joffrey?
Quando Rhaenyra deixou um sôfrego soluço escapar, latiu para o irmão:
— Chega! — A Princesa ordenou, sua voz forte reverberando pelas paredes, a mão de sua mãe apertando seus dedos com força antes de a soltarem. — Lembre-se que não é somente com a nossa mãe que está sendo insolente e ingrato, mas com a Rainha dos Sete Reinos! — Ainda que a dor de Jace fosse gritante, era a Rainha que se tornou seu saco de pancadas. — Aquela que está lutando com fogo e sangue por nossos futuros — Ela prosseguiu, ouvindo o pleito de sua mãe para não brigar com ele, mas incapaz de conter-se. Jacaerys deveria se colocar em seu lugar. — A sua petulância e seu elitismo de sangue velado não altera o fato de que, se não fosse Príncipe, não teria mais a sua cabeça pelas acusações que fez esta noite!
Com um último olhar para as duas, o Príncipe deixou a biblioteca.
fechou os olhos, as suas próprias lágrimas precisando ser contidas. Em poucos meses, a Princesa havia amadurecido mais do que podia imaginar devido À guerra travada entre pólos opostos de sua família que fomentou o despertar de uma maturidade e abnegação que não mais era compatível com seu posto. sentia muito mais, ouvia muito e calava-se muito mais. E agora, a ausência de um planejamento guiado ao futuro pós-guerra gerou tamanho caos dentro da Casa do Dragão e fomentou um rancor imenso vindo de Jacaerys que se estendeu até a sua mãe, a magoando mais do que podia imaginar.
Rhaenyra conteve suas lágrimas, virando-se para a sacada quando ouviu o rugido que Vermax emitiu assim que Jacaerys deixou Dragonstone, optando por voar em meio a tempestade do que permanecer dentro das paredes do lar centenário de sua família.
— Apesar de seu próprio choro, a Princesa voltou-se para a mãe, encarando sua costa. — Jacaerys precisa do seu apoio agora. — A voz embargada da Rainha revelava o quão difícil lhe era manter-se distante dos filhos. — Eu não mais posso amparar e niná-lo como antes — Ela respirou fundo, a mão sobre o coração. — Ele precisa de um apoio que não posso dar e, como a futura Rainha, cabe a você.
cruzou as mãos diante do corpo antes de sussurrar:
— Sim, Vossa Graça.




Atendendo às ordens dadas pela Princesa de Dragonstone, duas servas entraram em seus quartos assim que o Príncipe Jacaerys retornou para o castelo após quase quatro horas desde o seu desentendimento com ela e a Rainha.
já havia tomado um longo banho em seus aposentos e visitado Lucerys no seu quarto onde ainda se recuperava. E, quando as servas a informaram do retorno do Príncipe, ela estava lendo finalizando sua última carta para a Casa Mormont após ter decidido aguardar todo o tempo necessário para poder conversar com o irmão mesmo que os outros já estivessem dormindo.
Sir Marlyn, guarda juramentado de desde o seu nascimento, acompanhou a Princesa Real durante toda sua caminhada pelos corredores frios do castelo de pedra, o robe de seda vermelha escura deslizando pelo chão atrás dela. encontrou repouso na frente do apartamento do irmão e antes que o guarda pudesse a anunciar, ou abrir a porta para ela, a mulher fez questão de dar algumas batidinhas na porta, permitindo que o irmão a dispensasse se quisesse, ainda que isso não pudesse impedir que ela entrasse. A Princesa de Dragonstone, assim como sua mãe e pai, possuíam acesso irrestrito a qualquer espaço que compusesse as Terras da Coroa.
Na ausência de algum som vindo dos quartos de Jacaerys, suspirou cansada, empurrando as portas, gozando de sua total liberdade de movimento.
— Aguarde aqui fora, Sir. — Ela comandou o guarda real que curvou-se e deu um passo para trás, fechando a porta atrás dela.
O Príncipe Jacaerys estava sentado na mesa de pedra negra diante do fogo, um livro com capa de couro de dragão descansando na mesa. "Fogo & Sangue - De Aegon, o Conquistador até Jaehaerys, o Conciliador". Ali, Jace estudava toda a sua linhagem nas páginas do livro que era guardado com tanto cuidado pelos curadores da biblioteca real e que tinha sumido há algumas semanas.
Jacaerys, como a Rainha Rhaenyra também havia percebido, tornou-se um homem da noite para o dia: com a constituição óssea tipicamente masculina e nortista, lhe faltando a sutil delicadeza dos valirianos. ele era dotado de características marcantes que contribuiam para um perfil forte, seu rosto alongado, com maçãs do rosto proeminentes e mandíbula bem definida. Com a iluminação das dezenas de velas em seus aposentos, a expressão geral do rapaz de meros vintes anos ainda era jovial, mas com traços que destacavam a força e a determinação gritante dele.
Jacaerys seria um Rei inigualável.
se lembrava de como ele e Lorde Creagan Stark conversavam avidamente quando ela foi guiada para dentro do Castelo de Winterfell, a hipotermia quase a matando quando finalmente alcançou as terras do Norte. Lembrava de como Jacaerys correu até ela e a tomou em seus braços, como passou horas ao seu lado enquanto era aquecida com pelagens e comida. Como ele engoliu o choro por dias enquanto aguardava que ela estivesse bem o suficiente para retornar para casa. Como, ainda com a sombra da morte de Lucerys em seus ombros, ele firmou inúmeros pactos em seu retorno, sua competência política não se desfalcando apesar da enorme dor que dividiam.
Em breve, eles governariam os Sete Reinos juntos, e ainda assim, ela o feriu.
— Veio me dar mais uma lição? — A voz dele verberou até ela como um tapa no rosto.
cruzou as mãos diante do corpo, a seda negra da camisola longa brilhando à luz das velas individuais, candelábros e da lareira recém-alimentada para aquecer o Príncipe cujos fios negros ainda estavam úmidos da chuva que não havia passado. Os cachos estavam grudados na testa e no pescoço de Jacaerys, agarrando-se a ele como a mão fria de sua ilegitimidade.
— Se for necessário, com todo o prazer. — Ela retrucou, mas com voz amena. Até o dia de seu casamento, ainda era sua irmã mais velha e herdeira direta do Trono de Ferro e ele lhe devia o máximo respeito. Quando se unissem em matrimônio, ele poderia lhe tratar sem tanta formalidade daquela forma, mas ainda não havia chegado tal momento.
Porém, ela engoliu seu senso de superioridade antes de prosseguir:
— Na verdade, eu vim pedir por seu perdão — explicou sua visita na calada da noite. E ela prosseguiu antes que Jace desse aquele seu riso seco de escárnio: — Não pela defesa de nossa mãe mediante as suas ofensas, mas por minha insensibilidade diante de você, Lucerys e Joffrey quando propus os sementes de dragão.
Quando Jace virou o rosto na direção dela, o fogo refletido em seus olhos, deu as mãos e curvou o pescoço, como seu guarda havia feito. Em sua posição, era inconcebível que tal ato fosse direcionado a qualquer outra pessoa senão à Rainha e o Rei Consorte, mas Jacaerys seria a exceção à regra. E o rapaz engoliu em seco, mesmo que tenha mantido a expressão estóica.
— Me permiti ser erroneamente guiada pela raiva de precisar ver os nossos irmãos e irmã partirem nas sombras enquanto outros celebraram a morte da Princesa Rhaenys. — Ela se justificou ao erguer-se. — Me permiti olhar somente poucos passos à frente, diferente de como deveria em razão de meus títulos e, dessa forma, não me atentei em como comprometi a sua posição. — Princesa prosseguiu com suas justificativas. — E espero que possa me perdoar.
parou diante da mesa dele, sentindo o fogo lamber sua pele e o olhar dele lhe queimar como fogo de dragão. Ela molhou os lábios, respirando fundo e se despindo de todo o seu elevado senso de superioridade.
— Quando estávamos em Winterfell, imaginei que a raiva que sente de mim e todo o desinteresse por mim havia se esvaído — A Princesa Real confessou em voz baixa. Todos do Reino, exceto os Verdes e seus apoiadores, eram enamorados por ela, por sua beleza e habilidades. Todos a amavam e celebravam seus dias do nome. Exceto Jace, que se distanciou dela ainda muito cedo. — Você cuidou de mim enquanto estive adoentada, me permitiu voltar para casa em Vermax com você… — Era ridículo que ela, em seu alto posto, ansiasse pelo afeto do irmão. Afeto esse que ela o negou por inúmeros anos enquanto era amiga de Aegon e via graça em rir de Jace e Luke. engoliu em seco, suspirando e desviando os olhos dele, perdendo o breve vislumbre de calmaria que Jace se permitiu exibir. — Nós últimos meses, após Winterfell, nós estávamos bem.
Jace molhou seus lábios fartos, respirando fundo, narinas cheias de cinzas de dragão.
Ele havia a apoiado, cuidado e auxiliado quando retornaram para a côrte de sua mãe. Havia observado com atenção enquanto os meistres cuidavam de , havia a acompanhado de longe em seus voos de dragão e dado todo o suporte que a irmã carecia no Conselho Negro. Ele tinha quase perdido e Lucerys para Aemond, e o choque de vê-los tão debilitados falava mais alto que o seu rancor.
— Me machuca saber que causei este novo divisor de águas entre nós — confessou por fim, olhos baixos. — E espero que encontre paciência, temperança e perdõe-me.
O Príncipe pousou a mão sobre o livro secular, a mágoa latente enevoado sua mente.
— O que disse no dia que nossa mãe deu à luz a Aegon? — Ele indagou sem emoção, olhos fixos no fogo que aquecia seus ossos frios pela tempestade. — Sequer se recorda?
— Jace, eu acompanhei o parto… — A mulher suspirou, tentando lembrar-se de algo além do sangue de sua mãe nos lençóis brancos. — Eu a ouvi pedir aos deuses que escolhessem a vida do Egg ao em vez da dela, se necessário — se justificou, ainda mexida com o primeiro e último parto que assistiu. — Espera que eu me...
"Nunca vi um bebê tão semelhante a mim".
Jacaerys sempre amou a irmã mais que tudo no mundo inteiro.
Desde que era um bebêzinho, segundo as palavras de sua mãe e Sir Leonor, Jacaerys era louco por ao ponto de sua primeira palavra ser uma tentativa falha de chamar o nome dela. E ele também tinha memórias de andar pelos corredores da Fortaleza Vermelha seguindo os passos dela, de prometer que pediria sua prenda se um dia participasse de um torneio e que lhe coroaria como Rainha do Amor e da Beleza. Jace também se lembrava de como era gentil e carinhosa com ele, assentando seu cabelo, elogiado suas tentativas bobas de usar uma espada e a forma que ele era habilidoso ao carregar seus irmãozinhos.
Porém, com o passar dos anos e chegada da mocidade de , ela se afastou dele e preferiu, muito mais, a companhia do tio Aegon e seus outros amigos da côrte. dizia não ter tempo para assistir seus treinos, mesmo que sempre visse os de Aegon. Ela comentava que ele era grudento e sempre queria sua atenção, porém, constantemente andava lado a lado com o tio. E também havia lhe dado um tapa dolorido na cabeça quando Jace tentou a localizar na noite que a Lady Laena Velaryon havia falecido e Aemond havia domado Vhagar, o punindo quando ele a encontrou sentada no mesmo sofá que Aegon, segurando um cálice de vinho e com os lábios do outro na garganta dela.
E todas as tentativas de distanciamento dela eram ignoradas por ele, mesmo que isso o causasse vergonha. Jacaerys e iriam se casar, o Rei havia determinado. Então, por qual motivo ela tentava lhe colocar para baixo? A resposta não importava: Jace havia sido educado nos moldes de um príncipe e honraria sua noiva até o último minuto de suas vidas.
Contudo, quando a família retornou momentaneamente para a Fortaleza Vermelha, logo após o casamento da mãe com Príncipe Daemon seguindo a trágica morte de Sir Leonor e o assassinato de Sir Harwin Strong, simplesmente gargalhou quando o Principe Aegon fez questão de murmurar para ele com o cheiro forte de álcool em seu hálito: “E você ainda acha que será Rei, Jace? Depois que o Príncipe levar sua mãe para a cama e eles produzirem herdeiros legítimos, você acha que será com um bastardo que sua irmãzinha vai se casar?”
— Foi por esse motivo que se afastou de mim? — indagou, seu tom de voz tão baixo ao revelar a surpresa. Ela reconhecia ter sido uma adolescente insolente e vaidosa, mas não imaginava que a sua felicidade ao ver seu novo irmão fosse capaz de causar tanto dano aos que já tinha. — Por palavras ditas no calor do momento?
Jacaerys, enfim, deu risada. O som saindo sarcástico.
— Da mesma forma que agi horas atrás e a levou a latir ameaças contra mim. — Jace apontou, balançando a cabeça e sentindo gotículas de água escorrerem por sua têmpora e nuca.
— Sabe que eu escolheria a morte antes de permitir que alguém machucasse a nossa família! — Sua irmã se defendeu, avançando na direção dele, as mãos côncavas em seu peito. Jace deveria saber que, se ela o lembrava de sua arrogância com a Rainha, era para o educar e fazê-lo se corrigir antes que a discussão escalasse para o nível em que teve de ser encerrada.
— E eu faço parte dela? — O mais jovem questionou de forma retórica, a sombra de um sorriso nos seus lábios rosados apesar de não haver humor algum em sua voz. — Eu e os meus irmãos, nós nos encaixamos em sua família? — Jace cobrou um posicionamento, então. Contudo, estava sem palavras. — Certamente não na da Rainha e do Rei Consorte.
Ela imaginou que sua estratégia havia o machucado, mas não suficiente para causar tais dúvidas. Quando Jace se ergueu, apoiando uma de suas palmas largas na pedra fria e outra no livro que guardava histórias de toda uma linhagem onde ele não conseguia se encaixar senão nos céus junto a Vermax, respirou fundo. Ela desejava acalentar o irmão como ele fez com ela em Winterfell quando chorou amedrontada que Aemond a tivesse seguido. No entanto, também sabia que ela era a causadora de muita da tristeza dele.
— Você não se lembra de ter concordado com o Aegon, lembra? Depois da noite que encontrei ele no seu quarto na Fortaleza Vermelha? — A memória a fez recuar, dando um passo para trás e que lhe fez esbarrar na ponta da mesa. A Princesa reagiu instintivamente ao nome do usurpador e dos momentos que dividiu com ele e lhe enchiam de raiva e nojo de si. Mas Jacaerys ainda era muito menino na época e não deveria ter sido exposto a tal coisa. E ela se culparia por tal incidente, assim como os demais que não pôde impedir. — Se lembra de ter rido como nunca quando ele disse que eu estava errado se ainda achava que depois de nossa mãe e Daemon terem mais filhos, se você ainda se casaria com um bastardo?
fechou os olhos pela vergonha absurda, correndo os seus dedos pelos fios prateados e balançando a cabeça. Ela lembrava-se de estar bêbada e apaixonada no ápice de seus quinze anos. E agora, com seus vinte e três, sentia a culpa absurda a domar. Jace tinha somente 12 anos na época e ela não conseguia imaginar como ele devia ter se sentido. Sua mãe havia casado de novo logo depois da morte de Harwin Strong e Laenor Velaryon, e Jace devia ter sido acolhido por ela, e não alvo de piadas de Aegon.
Como ela pôde imaginar um futuro com Aegon, não entendia.
— Mas então Egg nasceu e você — Jacaerys riu de novo, jogando o cabelo para trás, expondo sua face marcada pela água da chuva, o fogo da lareira refletindo nas gotículas que se moviam por suas bochechas e escorriam de seu queixo. — Subitamente, é claro — Ele fez questão de ressaltar. — Deixou passar toda aquela sua raiva e arrogância. — O jovem Príncipe fechou os olhos, respirando fundo ao rememorar todos os últimos anos ao lado de sua família. — Você cuidou dele e do Vis como nunca cuidou de mim e dos meninos — Jace lamentou, reduzindo a fúria em sua voz e expondo cada vez mais a ferida aberta que a rejeição de havia deixado em seu peito.
Ele enfim a olhou, a tempo de ver as lágrimas nos olhos dela e que imitavam as suas.
— Eu pensei que amava o Aegon até o dia que ele falou que Aemond deveria ter sido homem e matado você e o Luke nas masmorras — admitiu, as pontas dos dedos tocando seus lábios trêmulos. — Lembra-se como ele passou semanas com o rosto inchado e roxo antes de nós virmos para cá? — Ela fez questão de tocar em sua têmpora, indicando o ponto mais ferido do rosto de Aegon. A Rainha Alicent pensou que o filho havia caído da escadaria bêbado. — Eu o atingi com a garrafa de vinho que tinha escondida no meu quarto. — Jacaerys manteve seus olhos nela, observando como sorriu com a lembrança. — Reconheci meu erro em me aliar com ele e vim para Dragonstone com a nossa família. Eu errei e me arrependo muito por isso. — Ela se condenou, voltando a se aproximar dele.
Jace desviou os olhos da figura dela, o que atiçou o fogo nas suas veias e fez , desesperada pela atenção dele, empurrar o livro com a história de sua família na direção do fogo. O livro que historiadores haviam elaborado por longos anos com a ajuda do Rei Jaehaerys foi logo engolido pelas chamas, ambos os irmãos testemunhando o couro de Balerion, o feroz dragão que Aegon o Conquistador montou, fritar nas brasas da lareira. Os registros de sua ancestralidade e do dragão que conquistou Westeros eram apenas aquilo que podiam ver: frágeis o suficiente para serem engolidos pelo fogo. Nada que pudesse manter os Targaryen no Trono de Ferro, ou atentar contra a legitimidade dos filhos da Rainha Rhaenyra. Somente palavras em papel flamável.
— Você é meu irmão. — Ela declarou, os atos roubando o ar nos seus pulmões. Seu pai, o Príncipe Daemon, havia passado semanas em busca do livro e, agora, ele alimentava o fogo que os aquecia. E reconheceu a insignificância de tais registros, direcionando seu olhar ao irmão que contemplava enquanto o fogo tomava conta das páginas sagradas. — É você a quem sou leal. — agarrou o braço dele, forçando os olhos de Jacaerys em sua direção enquanto apertava o músculo tenso e molhava a própria mão com o tecido úmido.
Ao olhá-la, Jace podia ver o famoso fogo do dragão. queimava com o mais puro recém-encontrado amor por sua família. Por ele.
— Sou leal a você, o Luke, Joffrey, Egg, Viserys, Rhaena e Baela. — Ela enumerou os muitos irmãos que dividia entre os pais. — O fogo que devora um dos símbolos sagrados da nossa ancestralidade é a prova disso. E se ainda acredita que eu sinto algo por Aegon, ou sinto raiva de você por ter “me roubado dele”, você é um estúpido, Jacaerys!
Ela soltou o braço de Jace com um tranco bruto, dando uma última olhada para as chamas selvagens antes de juntar a barra de sua camisola e caminhar na direção da porta. Mas, a sua despedida grosseira foi interrompida quando, assim que encostou no trinco, o som baixo de um fungar a paralisou. A Princesa ergueu a cabeça, seu coração apertado ao ouvir o som de Jacaerys cair na poltrona de couro.
— Você é o filho homem mais velho da Rainha — Ela vociferou furiosa ao dar a volta e prostrar-se diante dele, empurrando as mãos que Jace usava para amparar o próprio rosto e sendo ela a tomar a face úmida e quente dele em suas palmas, erguendo a face do Príncipe para que ele olhasse em seus olhos. Lágrimas não mais o escapavam, mas a exaustão de Jacaerys era óbvia. Ele estava exausto e não pôde evitar o afagar de seus dedos no rosto dele, reconhecendo toda a água da chuva. — Você é o filho legítimo da Rainha Rhaenyra Targaryen, Jace! — Ela murmurou carinhosa e suavemente, como pouco se lembrava de ter feito para ele desde sua adolescência.
O rapaz fechou os olhos, a sua boca trêmula e que a irmã também cuidou de acalmar, gentilmente pressionando o lábio inferior carnudo dele com o dedão.
— É dela que nós herdaremos a coroa. Não de Laenor Velaryon. O sangue real é o dela e nós dois o dividimos. — insistiu. — E você é tão Targaryen como nossos irmãos mais pequeninos, Aegon, Aemond, Helaena e Daeron. — A garantia fez o rapaz arfar, mãos em punhos firmes descansando contra os joelhos. — E nós nos sentaremos no Trono de Ferro, Jacaerys. — A promessa soou, após anos de resistência e piadas, enfim, certa. Deixando os lábios de , Jace finalmente sentiu que ela havia sido selada. — Lado a lado.
Jacaerys engoliu suas lágrimas e mágoas, encontrando forças para permitir que o seu rancor por enfim cedesse novamente ao carinho e amor que sentia. Jacaerys buscou, então, os olhos violetas que tanto admirava, a sua expressão refletindo uma mistura de resignação e ternura profunda, carregando a melancólica aceitação de que o amor por ela não se desvaneceu nem mesmo com as dificuldades impostas em seu caminho. E ele reconheceu no rosto dela o carinho inabalável que havia lutado para lhe oferecer nos anos posteriores à Driftmark, mas ele insistia em recusar, temendo que fosse o reivindicar novamente.
— Me perdoe, Jace — A visão de turvou-se quando ela pediu. — Por ter o feito sentir-se inferior e ter o afastado — Ela suplicou, os joelhos doloridos pelo contato com as pedras e o chão frio, mas ela aceitaria ficar daquela forma por mais um longo ano se pudesse tirar todas as dúvidas e mágoas dele. — Me perdoe.
pressionou a boca contra a bochecha úmida dele, deixando um beijo quente na pele de Jace. O som que escapou dos lábios dele emanou diretamente do fundo da garganta do Príncipe, fazendo o peito dela vibrar ao se repetir quando beijou a outra bochecha dele. sentiu calor escorrer de seu rosto até sua garganta e estômago, semelhante às xícaras quentes de leite e mel que bebia na infância, mas que agora tinham a adição de canela, que se assemelhava ao cheiro de Jace quando ela beijou próximo ao seu cabelo, bem em cima da sobrancelha alheia.
Quando sentiu a respiração quente dele soprar em sua garganta, ela deixou os beijos molhados e sonoros escorregarem até alcançarem os lábios ansiosos do mais novo. Jacaerys arfou, a palma de sua mão tocando a nuca dela quando intensificou o selar ardente, indo ainda mais além do que quando ele encostou os lábios nos dela em Winterfell. A Princesa desejava o seu irmão e futuro noivo há certo tempo, mas a vontade de domá-lo havia aumentado conforme Jace se demonstrava ainda mais maduro e os traços de menino desapareciam, abrindo espaço para o homem que ele se transformou em meio à guerra.
Ela o guiou com calma e sensualidade, o dedão no queixo lhe ensinando que deveria dar espaço para a língua dela em sua boca, fazendo o deslizar sedutor do músculo quente contra a sua própria língua arrancar um grunhido sôfrego dele. Jacaerys era sedento por aprendizado, sem distinções, o que motivou seu entusiasmo em conhecer mais do que agrava sua amada, e lhe fez repetir o mesmo ato, também tocando no queixo dela e provando o sabor adocicado de .
— Você me perdoa, certo? — Ela insistiu no pedido, porém, com o diferencial de um sorriso mal-intencionado e verdadeiramente ladino enquanto salpicava beijos na garganta dele, as mãos deslizando pelo couro das vestes alheias. Jacaerys arfou em resposta, agarrando o couro da sua calça enquanto sentia o sangue de seu corpo acumular-se em sua virilha com cada delicado chicotear da língua de em seu pescoço. — Perdoa? — cobrou antes de beliscar a pele dele com os dentes e descansar as mãos curiosas nas coxas de Jace, os músculos tensos e que saltaram com o mordiscar. O jovem Príncipe murmurou baixinho, suspirando. — Sim?
A Princesa deu uma lambida tentadora e fervente na clavícula dele, seguida de um beijo molhado, mas foi o fincar de suas unhas nas coxas dele que fizeram Jacaerys quase saltar de seu assento, somente para acabar por desejar fazê-lo quando ergueu-se do chão e ficou de pé entre suas pernas. Ele manteve os olhos fixos nela enquanto a mais velha removeu o robe de seda vermelha e trabalhosos desenhos em dourado, expondo os braços e ombros na camisola que vestia. Jace molhou os lábios inchados, sem palavras ou ar quando sentou-se em seu colo, uma perna em cada lado de seu quadril, acomodando-se na poltrona confortável como se o móvel tivesse sido especialmente construído para que os dois corpos o ocupassem.
Ele suspirou sedento antes de seus lábios se encontrarem novamente.
segurou o rosto dele, acomodando-se no colo de Jacaerys de maneira que a incontestável ereção dele estivesse beijando a pérola inchada e evidentemente úmida no topo da sua intimidade. O ósculo foi mais selvagem que o anterior, Jace investindo com intensidade contra ela, ávido pelo sabor delicioso que revestia a boca alheia. E , rendida, tomou as mãos dele que agarravam com força os braços da poltrona, e as levou para seus quadris, arfando e logo seguindo a boca de Jace quando ele tomou um punhado considerável de sua carne macia entre as palmas e apertou com tremendo gosto. O rapaz até mesmo sorriu um pouco com o ato, isso até sentir a mais velha oscilar os quadris para frente, a fricção com seu membro fazendo as bolas de Jacaerys se apertarem e ele gemer baixo.
— Não podemos… — Jace sabia o que aquilo significava, afinal, já havia forçado o seu prazer para fora usando sua própria mão, mas sabia que era incorreto praticar o coito com antes de seu casamento, não importava o quão feliz estivesse por ela o desejar.
— Não? — O riso doce e suave dela tão próximo de seu rosto fez a face dele se aquecer de imediato, a vergonha e a timidez o dominando. afagou a bochecha dele, enamorada pela honra do rapaz ainda que ele segurasse suas coxas com a firmeza de um homem. — Então, como eu ainda estou em seu colo? — Ela provocou, pressionando um beijo delicado na boca dele.
Jace respirou fundo, flexionando mais as mãos na carne dela e tentando se concentrar em algo além do calor intenso do corpo alheio sobre o seu e a carícia quase inocente em sua nuca.
... — Ele chamou novamente, encostando a cabeça na poltrona e engolindo em seco, suas pálpebras quase fechadas na tentativa de evitar a visão do paraíso em seu colo. Jace evitou, preservando o que podia da honra da irmã, xingar quando sorriu para ele. — Nós não somos casados, não...
— Ainda não somos casados, eu sei. — A Princesa assentiu, correndo a língua por seu lábio inferior ao desafivelar a capa que ele trajava, lhe fazendo exalar o ar que segurava. Quantas vezes Jacaerys não massageou seu membro imaginando fazendo tal exata coisa? Ele se reteu ao cenário se passando na noite de seu casamento, após ela cortar o lábio dele com vidro de dragão. — Mas seremos. — Ela sussurrou de volta, empurrando a fivela para trás e então segurando o queixo de Jace, guiando os olhos famintos e incertos dele para se focarem nos seus. — E você nunca vai se deitar com outra mulher senão eu. Certo?
— Sim. — Ele a assegurou, sem dúvida alguma lhe restando. Jacaerys gemeu faminto durante o rápido beijo que dividiram, olhos fechados para deliciar-se o máximo possível. se afastou devagar, tocando os lábios molhados dele e sorrindo maldosa.
— Então porque não lhe ensino algumas coisas até nosso casamento? — A Princesa propôs, mordendo os lábios ao espalmar as mãos no peito de Jace, sentindo o coração acelerado dele por baixo das vestes. O mais novo engoliu em seco, piscando. Ele faria absolutamente tudo o que ela pedisse, ou melhor, ordenasse. — Lhe ensinei alto valiriano, as histórias de nossa família, o ensinei a voar... Posso ensinar como sentir prazer, também.
Jacaerys assentiu veemente. e o beijou cheia de afeto e lascívia, convencida a tornar a experiência o mais prazerosa possível para ele, uma vez que seria a primeira vez que Jace sentiria o toque doce de uma mulher. Os seus dedos habilidosos buscaram as fivelas das vestes dele e o quadril ondulou de forma rítmica contra a ereção firme na calça do Príncipe, tão lentamente ao ponto de ele firmar ainda mais os dedos contra o quadril alheio, com força suficiente para deixar marcas que ela adoraria ver na manhã seguinte. Quando enfim alcançou a camisa sobrepele dele, ela suspirou aliviada, escorregando as mãos pela barriga macia de Jacaerys antes de puxar o tecido fino do cós da calça dele, lábios se esticando em um sorriso quando o rapaz a soltou e ajudou a remover todas as camadas de roupa, restando apenas com sua calça e botas.
Jace respirou fundo ao ser atentamente analisado pela irmã, até mesmo molhando os seus lábios inchados pelos beijos que dividiram e tentando olhar para longe, mas a expressão dela o fascinou. , sem muitas delongas, tocou no peito desnudo dele, bem acima de seu coração, um sorrisinho entretido brincando em seus lábios rosados. Então, ela acariciou um dos sinais em seu peitoral, a outra mão se juntando na caçada até ambas estarem o apalpando. Ele queria se esconder por um momento, preocupado que a ausência de músculos robustos fossem a incomodar ou até a fazer rir, mas suas preocupações foram pelos ares quando tocou em seus mamilos com ambos os dedões, rindo entretida com o flexionar da barriga dele.
— Você é muito bonito, Jace... — Ela elogiou com sinceridade, as palmas deslizando pela suave camada de músculos sobre as costelas dele, os dedões pressionando a linha reta de seu esterno para o umbigo, sua trilha encerrando milímetros acima da linha alba. — Nós iremos produzir herdeiros muito lindos, eu sei — Ele mordeu a língua, saboreando a nova sensação de ter as mãos quentes dela em seu corpo ainda um pouco resfriado pela tempestade. — Muitos e muitos herdeiros… — se curvou sobre ele de novo, acentuando sua previsão com um beijo molhado que ele retribuiu com avidez, satisfeito por ter a agradado.
Quando seus lábios se afastaram, ele nem precisou pensar muito antes de balbuciar:
— Você é perfeita.
Jacaerys se sentiria um idiota pela confissão se ela não houvesse sorrido também, afagando o músculo curvo do quadril dele, quase salivando. Mas, apesar do embaraço devido ao elogio simples, ele sabia que havia o entendido. E como ela não entenderia? Diferente de Baela e Rhaena, possuía curvas bem delineadas que, até mesmo ao usar vestidos, se destacavam. Em razão das coxas grossas e seios fartos da irmã, ele muitas vezes precisou desviar os olhos e fingir se preocupar com a cela de Vermax ao vê-la no fosso dos dragões com sua calça e colete de montaria. E agora, com uma das alças da camisola caindo por seu braço e o tecido enrolado no topo de suas coxas, ele sabia que teria a mesma dificuldade.
Sua irmã, sua noiva, aquela que ele sempre desejou, estava quente, maleável e irresistível em seu colo: com os fios claros emoldurando o rosto perfeito e se esgueirando pela curva do decote delicado. Jace engoliu em seco novamente, fascinado pelos pequenos pontinhos eretos no tecido escuro, pressionados contra a seda. Ele tinha um fascínio antigo com os seios dela e, devido a sua pouca idade, o corpo de uma mulher ainda era território inexplorado. Contudo, além do local que um de seus colegas cavaleiros apelidou de “céu na terra”, sentir os seios de era o seu maior anseio.
— Você pode tocá-los se quiser, Jace. — A voz gentil e incentivadora de , ao se referir a um ato tão indigno a ser praticado em desfavor de uma dama, fez seu estômago irromper em chamas e Jace a olhou de imediato. Seus olhos arregalados fizeram a mulher sorrir largo, seu corpo também clamando pelo toque dele. Homens raramente sabiam tocar suas esposas e elas, ainda mais raramente, sabiam como deveriam ser tocadas. Mas, para sua sorte, poderia treiná-lo exatamente como gostasse. — Experimente! — segurou o pulso dele, guiando a palma grande na direção de seu seio, ainda por cima da camisola. O calor da mão dele a fez suspirar e o mais novo se acomodou melhor na poltrona, lábios entreabertos. — Pode apertá-los, também.
O incentivo foi o suficiente para ele apalpá-la com leveza, realmente experimentado.
— São mais macios do que eu imaginei que seriam… — Jacaerys sussurrou como se não quisesse que a irmã mais velha o ouvisse, temendo soar tolo. , pelo contrário, manteve um sorriso paciente nos lábios.
— Lembra-se das amas de leite? — Ela indagou, penteando os fios rebeldes dele para trás da orelha, atraindo a atenção de Jacaerys para seu rosto, os olhos enormes e inocentes a implorando por mais. — Como os bebês sugam seus seios? — A Princesa levou a mão para o ombro, folgando a outra alça da camisola e segurando o tecido contra os seios. A mera curva da carne fez Jace salivar. — Pode fazer isso também. E eu sei que quer, pois você sempre olha para eles quando me visita a noite.
soltou o tecido que escorregou para seu colo, expondo os seios e a curva da sua barriga, quase o fazendo tremer em seu assento ao tentar não abraçá-la e “simplesmente” cair com a cabeça enterrada no peito dela. Excitada com a audiência, ela segurou os próprios seios, os mamilos túrgidos sendo massageados entre os dedões e indicadores enquanto Jace seguia cada um de seus movimentos com completa atenção.
Sem precisar de um convite explícito, o jovem Príncipe Jacaerys Velaryon pegou um dos mamilos sensíveis de com sua boca fervente, os lábios fechados ao redor do botãozinho e os braços de imediato se envolvendo ao redor da costa dela. O tranco quase fez os seus corpos se fundirem, o nariz dele pressionado com força contra o peito de , arrancando um gemido baixinho dela. O instinto gritou mais alto que a inexperiência e Jacaerys chupou, sugou e lambeu o mamilo da mulher que, trêmula, segurou em seu cabelo com força, quase curvada sobre ele.
Faminto, Jace mamou por longos minutos, intercalando entre os mamilos que recebiam o tratamento mais que especial, e emitindo grunhidos e vibrações entrelaçadas com os próprios gemidos e suspiros dela, que voltou também a pressionar sua pérola contra o membro dele, até mesmo o fazendo descer os dentes contra um mamilo em repetidas ocasiões devido o estímulo. Gentilmente, guiou a outra mão de Jace para o seio livre, que ele imediatamente apertou e massageou com o mesmo gosto e intensidade que se deleitava no outro. Jacaerys nem mesmo havia notado que seus quadris encontravam os dela nos movimentos lentos, deslizando o membro coberto no interior das coxas de , a fricção formando gotículas na cabeça de seu mastro.
E ela nunca ouviu falar de mulheres que haviam atingido o ápice somente com a boca de seus maridos ou amantes em seus seios, mas não duvidava que a lascívia de Jacaerys pudesse a desmantelar.
— Se você passar a noite inteira com eles na boca, ficarão muito sensíveis e você não vai poder mamar neles amanhã, Jace! — Ela comentou com um suspiro longo, que se estendeu no gemido mais delicioso que seu irmão já havia ouvido em toda a sua vida. A olhando por baixo dos cílios negros e suas sobrancelhas franzidas em concentração, Jace mordiscou o mamilo sensível, as reações anteriores de lhe garantindo que o incômodo do ato era rapidamente substituido por prazer. — Lykirī, zaldrīzos… — A Princesa gemeu, sem fôlego e Jacaerys sorriu com o pedido por calma, bem como pelo apelido, enfim se afastando dos seios dela e observando o resultado de seu ósculo com eles.
Ambos os mamilos estavam inchados, rubros e úmidos, a luz das velas refletindo no véu de sua saliva que recobria os montes. Ele tentava pensar em um retrucar inteligente, mas o beijo em que o prendeu lançou todo e qualquer desejo por dominância pra longe, o rapaz retornando ao seu estado de completa submissão aos desejos, ao corpo e ao toque dela. mordiscou os lábios dele durante o beijo, engolindo os arfares do mais novo enquanto, apressada e tão ansiosa quanto ele, desfazia os nós e laços da calça de montaria dele, dedos gananciosos se infiltrando nas vestes de Jacaerys e enfim se moldando ao redor do membro duro.
Jacaerys gemeu baixo conforme era livrado dos confins de sua calça, mastro saltando para fora da vestimenta e orgulhosamente descansando contra o estômago dele, lambuzando a pele alva com o pegajoso e pálido resíduo dos toques de . A Princesa de Dragonstone, um tanto díspar com o alívio sentido por ele, precisou de alguns segundos para pensar. O membro de Jacaerys estava indiscutivelmente ereto, a glande um tanto avermelhada e as veias salientes se destacando contra a extensão rosada. No entanto, era o tamanho considerável que a fez precisar de um instante para se recompor, principalmente ao notar que Aegon, sempre tão confiante, talvez fosse metade de Jacaerys.
— E você insiste em me surpreender, Jacaerys — Ela soprou para ele, rindo sincera ao admirar o indiscutivelmente belo pau do Príncipe, inclinando sobre ele para pressionar um breve beijo na bochecha vermelha de Jace, que sentiu todo o sangue de seu corpo subir para sua face. A sua honra estava manchada; nu diante de sua noiva muito antes do casamento, logo após a tocar e beijar de maneiras imorais. Mas, ainda assim, ele fechou os olhos e gemeu sofrido quando ela fez o ato sujo de o segurar com ambas as mãos, exaltando a beleza alheia. — Isso é absurdo — fechou os olhos também, descansando a testa contra a dele. Ela certamente iria para o inferno por gostar tanto de estar corrompendo-o, ainda mais quando Jace abria os olhos e a olhava com tanto desejo e inocência. — Você é um menino, Jace…
— Eu tenho vinte anos, . — Ele lembrou com um sussurro trêmulo, o dedão da Princesa deslizando pelo lado inferior de seu membro o fazendo pulsar nas mãos dela.
— Eu não ligo — Ela riu, balançando a cabeça e se acomodando melhor no colo alheio, sentindo suas coxas deslizarem úmidas com a excitação viscosa que os momentos divididos entre eles haviam produzido. — Você ainda é um menino e tem um pau delicioso…
Decidida em lhe deixar tão molhado quanto ela estava por ele, reuniu uma quantidade generosa de saliva em sua boca e deixou gotejar no membro de Jace. O calor das gotas fez Jacaerys arfar, flexionando os quadris e agarrando com força os braços da irmã mais velha, nariz e sobrancelhas frisados devido a onda agressiva de prazer. Jace apertou os dentes com força e flexionou os quadris na direção dela outra vez quando utilizou a lubrificação rudimentar para deslizar as mãos no membro duro, encorajando mais algumas gotículas sofridas de pré-gozo a escaparem pela cabecinha molhada e sensível.
— Quero sentir você — Jace conseguiu falar, afagando os braços de enquanto ela experimentava com ele, maldosamente esfregando a glande dele em sua própria barriga ao lhe masturbar, sorrindo com o desespero que o Príncipe tão honrado demonstrava. — Não quero desperdiçar, — Jacaerys gemeu, mordendo os lábios e se lançando para frente, o toque e a expressão satisfeita dela o enfraquecendo mais e mais. Era a primeira vez que alguém o tocava e ele não sabia que seria tão mais erótico que suas próprias mãos. — Por favor — Ele engoliu o pleito, o rosto enterrado na junção entre o pescoço e o ombro de , sem importar-se que sua saliva escorresse pelos lábios. — Não quero desperdiçar…
A Princesa sorriu satisfeita, permitindo que o momentum que Jacaerys mal reconheceu se contesse, diminuindo o ritmo das ministrações até parar, somente se permitindo um breve toque nas bolas dele, o fazendo grunhir contra a boca dela quando Jace a tomou em um beijo desesperado.
Sua inexperiência ainda era identificável pela forma que ele tinha dificuldade em focar em um único ritmo durante o ósculo, ou na maneira que, às vezes, seus dentes batiam nos lábios dela, mas não o desejaria de outra forma. Jacaerys já estava impaciente, as mãos correndo por todo o corpo macio e rico dela, agarrando, acariciando e puxando cada vez mais para si, ainda que não soubesse com total precisão o motivo de a querer tão perto. também o tocava da maneira que tinha desejado por alguns anos: afagando o cabelo macio e ainda um pouco úmido, apertando os músculos singelos dos ombros e braços dele e o beijando até que ambos estivessem sem ar.
Ela o queria dentro de si naquele momento, mas ainda precisava ter certeza que Jace sabia o que iriam fazer.
— Me dê a sua mão — pediu e Jacaerys atendeu, entregando a palma direita para ela. A mais velha virou a palma dele, molhando os lábios antes de levar a mão de Jace para as suas coxas. O Príncipe estremeceu ao sentir a maciez úmida e escorregadia no ápice das coxas de sua noiva, lábios entreabertos ao tocá-la em seu ponto mais íntimo. também chocou-se, suspirando com gratidão ao finalmente sentir os dedos de Jace em sua intimidade. Ela encostou a testa na dele, mas ele sequer a olhava no rosto: transfixado na intimidade dela. — Você sabe o que é isso?
Movendo os dedos sobre os dele, ela fez referência a sua excitação que já escorria e molhava os dígitos longos e levemente calosos de Jacaerys, muito mais familiarizados com celas de dragões e espadas do que com a maior vulnerabilidade de uma mulher.
— Você gostou? — Jacaerys testou os seus poucos conhecimentos quanto ao assunto em mãos, a olhando em busca de confirmação.
— Exatamente — Ela confirmou, a mão livre tocando o rosto dele, cheia de apreço. Seu curvar de sobrancelhas se atenuou quando Jace pressionou o nariz na palma da mão dela com um claro demonstrar de ternura apesar do quão impuro fosse o ato que se preparavam para praticar. beijou o nariz dele, recobrando o que ainda tinha de compostura antes de continuar: — Quão molhada eu estiver, equivale ao tanto que você me fez sentir bem. — Ela explicou, então, fez Jace apontar um dedo apenas e deslizou o dígito para o centro de sua intimidade, o mergulhando no átrio de seu prazer. — Isso… — arfou, inclinada a simplesmente pedir que ele a fodesse de uma vez, mas ciente de seu dever de guiá-lo. E de como Jace estava maravilhado. — Viu como é bem quentinha e molhada? Tem sempre que estar molhadinha, ok? — A Princesa orientou, lábios entreabertos quando o mais novo flexionou o indicador, a provocando. — Lembra-se o motivo disso?
— Para que eu possa penetrá-la. — Jace apontou. Ele havia se atentado a tais lições.
— Fico feliz em saber que foi bem educado. Está certo. — , então, removeu o dedo de Jace de seu interior, usando os demais dedos para deslizar contra seu clitóris, ou sua pérola, como sua Septã havia chamado em uma das pinturas em que estudou a anatomia humana. Jacaerys, mais atento que nunca, fixou em sua mente e coração cada um dos ensinamentos de , imitando o acariciar conforme ela lhe mostrou e notando como suspirava deleitada. — Quando toca aqui, ondula assim, meu prazer aumenta. E você quer fazer sua futura esposa se sentir bem, não quer? — Jacaerys assentiu com rapidez. Nada lhe faria mais feliz do que vê-la satisfeita e feliz. — Muito bem. E que tal você me deixar montar em você, agora? — Mas a sugestão o fez engolir em seco, principalmente quando sussurrou tal coisa no ouvido dele, um sorriso óbvio em sua voz ladina. — Enfiar o seu pau gostoso bem fundo dentro de mim e não deixar nem uma gotinha do seu prazer ser desperdiçada?
O assentir desesperado dele foi o suficiente para voltar a tocar no seu mastro e se mover com destreza, alinhando com sua entrada. Diante do experimentar do calor e umidade dela ao se alinhar, Jacaerys segurou na cintura de , mas sem a pressionar para baixo, ou se permitir investir contra o interior dela, apenas educadamente recebendo tudo aquilo que ela lhe ofertava. E, Sete Infernos, sentia o mesmo conforme a glande inchada de Jace a penetrava e ele fechava os olhos, dentes fincados nos lábios. A Princesa prendeu o fôlego ao acomodá-lo em seu interior centímetro por centímetro, o leve ardor por ele não ter a preparado corretamente lhe exigindo certa paciência e jogo de cintura ao buscar ângulos onde a intrusão não fosse dolorida.
Jace sentia que poderia romper as correntes do autocontrole a qualquer momento, o seu cérebro ciente que o montava lentamente, mas o corpo desesperado para se enterrar na intimidade dela até não haver mais pra onde ir. Ele firmou o aperto na cintura dela e pressionou o rosto contra o peito de , respirando fundo e lutando contra o prazer crescente para não se desfazer em momento inoportuno. Sua Septã havia dito que o marido deveria entrar e sair da intimidade de sua esposa algumas vezes antes de despejar sua semente, mas Jacaerys já estava na beira do precipício e nem sequer havia a penetrado por completo. Ele arfou algumas vezes, sua exasperação palpável.
— Bom menino, zaldrīzos… elogiou com um suspiro alto, pulsando vigorosa ao redor do membro que finalmente havia lhe adentrado por completo e cuja cabecinha deixava beijinhos delicados no colo. Jacaerys gemeu baixo, a abraçando em claro desalento, desacostumado com os sentimentos que tal conexão gerava ou o calor intenso em sua barriga, ou o pulsar fervoroso de seu membro no interior delicado e acolhedor de uma mulher.
gemeu baixinho ao mover os quadris devagar, como se realmente estivesse montando um dragão, seus braços se envolvendo ao redor dos ombros dele e uma mão agarrando a moldura da poltrona, buscando apoio mesmo que houvesse fincada as unhas da destra contra as omoplatas do rapaz. Jace gemeu mais alto, boca aberta contra um dos mamilos da noiva, a língua quente pressionada contra o ponto sensível enquanto fazia questão de mover-se de forma que seu clítoris deslizasse contra o osso pélvico dele, aumentando ainda mais o prazer que Jace lhe provocava.
A Princesa fixou um ritmo generoso de rebolares no colo do mais jovem, transfixada nos gemidos arrastados e roucos dele e a maneira que Jacaerys até mesmo tentava a acompanhar de maneira desengonçada. E ela sabia que ele atingiria seu ápice rápido demais, porém, não que o seu próprio se esgueirasse por sua coluna como um arrepio delicioso. quase ficou triste pela perda dos sons adoráveis de Jace quando ele a beijou, o ósculo sendo tão descoordenado e desajeitado quando apaixonado, explicitando o quanto Jacaerys a desejava.
Um estrondo tempestuoso de trovão fez ambos pularem, com arrepios descendo em cascata pelas colunas enquanto uma torrente de chuva batia contra a pedra ao redor da torre do Príncipe, mas nem o susto conteve a excitação dos dois, os movimentos habilidosos de ao montá-lo ou os contínuos apertões de Jace no corpo delicado da mais velha, matando o medo.
Havia algo encantador em sua leve confusão com tudo, na maneira como a mão dele ocasionalmente se atrapalhava ao tocar o corpo de . Mas, com o tempo, ela suspeitava que Jacaerys iria conhecê-la muito bem. Quando a guerra fosse vencida, teriam todo o tempo do mundo para isso. Por agora, os sons misturados de sua desesperada paixão flutuavam no ar enquanto a tempestade se tornava mais brutal, uma miríade de gemidos e suspiros da paixão devota lutando contra a força da natureza.
O clímax dele foi avassalador, uma onda quente que fez a tensão no estômago de Jace se desfazer completamente conforme sua semente encontrava seu lugar no centro dela, a fazendo suspirar na busca de seu próprio orgasmo. Jacaerys se inclinou para frente, gentil como podia devido a sensibilidade quase dolorida em seu membro, correndo os lábios pela garganta dela igual havia feito com ele anteriormente. E, atento às lições dela, o mais jovem levou as pontas dos dedos para o topo da intimidade inchada da Princesa, a fazendo estremecer com o toque em movimentos circulares, seus dedos deslizando com a umidade e gemidos escapando conforme o massageava com força, forçando mais alguns jatos fracos e prazerosos de dentro de Jace.
Com sua compostura gravemente ferida, Jace tomou um momento para recuperar o fôlego, os lábios se curvando em um sorriso enquanto os gemidos de se intensificavam e suas coxas tremiam em repetidos espasmos sobre as dele. Após mais um outro estrondoso trovão, alcançou seu clímax, sua cabeça jogada para trás e coluna curvada, gemidos entrecortados pelos movimentos que não ela conseguia parar de fazer, sentindo-se pulsar fervente ao redor dele, coletando todo o prazer de Jacaerys em seu interior conforme havia prometido.
Finalmente, a verdadeira semente do dragão foi plantada.




A Rainha e o Rei Jacaerys I foram, muitas vezes durante o seu longo reinado por quase trinta anos, considerados reencarnações do Rei Jaehaerys e da Rainha Alysanne. Produzindo cerca de sete herdeiros e superando as sequelas da Danças dos Dragões com maestria, seguiram o reinado da Rainha Rhaenyra Targaryen após seu falecimento durante o sono, catorze luas após o falecimento do Rei Consorte.
Em sua juventude e durante a Dança, a Rainha auxiliou o padrasto (que muitos consideravam ser seu verdadeiro pai) a vingar os ataques que o "Príncipe Regente" Aemond Targaryen orquestrou contra os herdeiros de Rhaenyra. Piratas do Mar Estreito afirmam que atraiu Aemond e Vhagar para que Daemon pudesse matá-lo. Os guardas reais mais ousados afirmaram que foi a própria Velaryon que lançou a safira e o olho do Príncipe Aemond nos Jardins da Fortaleza Vermelha.
Um diplomata nato, o Rei Jacaerys realizou inúmeras unificações entre os Sete Reinos até mesmo durante o governo de sua mãe, punindo os traidores à Rainha legítima e honrando aqueles que se mantiveram ao lado de Rhaenyra. Jacaerys ficou conhecido destruir as casas nobres que falharam em apoiar os Targaryen durante a guerra, rendendo inúmeros lordes de ascendência real meras posições como soldados da Coroa ou os enviando para servirem o Norte na Parede. O Rei também arbitrou as uniões de seus filhos e filhas, fortificando os laços da Casa Targaryen com seus aliados.
O Rei Baelon III seguiu o legado dos pais após a morte de Jacaerys, que governou os Sete Reinos por mais quarenta dias após o falecimento de .


FIM


Nota da autora: Oi, gente! Tudo bom? Comigo não tá, afinal, eu quero muito dar pra um personagem fictício.
Espero que tenham gostado dessa fic, de verdade. Escrevi ela em 5 dias e fiquei um pouco cabreira de mandar pra publicação, mas não podia perder essa oportunidade.
Algumas observações sobre a história:
1. A PP/ chama o Jace de zaldrīzos, que significa “pequeno dragão”, o que achei uma fofura;
2. Sim, sim. Sim, eu escrevi uma fic com incesto. Sim, é tecnicamente crime no Brasil, mas não no universo de Casa do Dragão;
3. A PP/ tem 23/24 anos e o Jace tem 20. Todo mundo é adulto;
4. E O LUKE SOBREVIVEU PQ EU PREFIRO MORRER A ESCREVER QUE O NENÉM MORREU NAS MÃOS DO AEMOND AQUELE RIDÍCULO;
5. Na minha cabeça, Nyra ganhou a guerra e não perdeu ninguém da família, morrendo de velhice.
Finalizadas as observações, só posso pedir que me contem as suas opiniões aí nos comentários ou lá no meu Instagram (@autoraelis). Se cuidem, a tia Elis ama vocês <3


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