Revisada por: Saturno 🪐
Última Atualização: 14/04/2024.New York, EUA
tapou o rosto com as mãos e soltou um murmúrio entre os seus lábios. Seu coração batia forte e sentia uma leve dor de cabeça começar, suspirou e voltou a encarar o notebook na sua frente com a notícia em aberto na página principal do site da prefeitura.
“As ruas serão bloqueadas entre a avenida 75h e a 73h por conta das gravações do novo filme do Homem Aranha: Sem Volta Pra Casa a partir do dia 10 de dezembro.”
— Ótimo! — Mordeu o próprio lábio inferior, pois queria muito soltar um xingamento, dos feios.
Ligeiramente, fechou o notebook e o colocou dentro da sua mochila. Olhou o celular em cima da mesinha e viu uma notificação da sua mãe perguntando se poderiam almoçar juntas, já que ela havia recentemente voltado da Dinamarca com seu mais novo namorado.
Antes de sair do apartamento, checou a caixa de areia de Rachel, sua gata, e acariciou a cabeça do animal demoradamente, deixando um beijo e rindo ao ouvi-la miar, como se não gostasse.
Fez o mesmo trajeto de todos os dias. era dona de uma cafeteria chamada Café com Conforto, e realmente era algo que fazia questão de dar aos seus clientes: conforto. Calma. Paz. Um lugar único pra que pudessem apreciar os cafés e as comidas que faziam, um local pra trabalhar, ler ou até mesmo passar um tempo não fazendo nada.
No entanto, o Café com Conforto iria sofrer sérios abalados por conta das gravações do filme mais esperado pelos fãs da indústria do cinema. sabia disso, afinal, também era fã, mas acima de tudo amava o seu café. Não queria que tudo mudasse. Teria barulho, bagunça e muitas ruas bloqueadas o que iria interferir na vida do seu café.
Ao chegar ao local, apertou mais o casaco por conta do frio mais intenso naquela manhã novaiorquina. Mordeu o lábio inferior, entrando na cafeteria e vendo seus funcionários trabalhando intensamente, os cumprimentou alegremente e foi se trocar em um dos quartos, pois, além de ser dona também trabalhava na criação dos cafés e gostava de ficar no meio de tudo. Era a sua vida.
Com o rosto apoiado no vidro do carro, Andrew observava a decoração de Natal nas ruas de New York. Uma das suas cidades favoritas do mundo inteirinho. A ansiedade era crescente dentro do seu peito, havia sido chamado para retornar em um dos papéis mais importantes de toda a sua vida e trabalharia ao lado de pessoas incríveis.
Se ele tivesse que contar em detalhes os últimos dias resumiria em loucura, mal conseguiu pregar os olhos, pois achava que seu coração sairia pela boca em todos os momentos em que se pegava pensando em Peter Parker.
— Senhor Andrew?
Virou o rosto ao ouvir a voz do seu motorista.
— Ahn?
— Vou te deixar no estacionamento próximo ao seu trailer, tudo bem? É um local mais reservado. Não vão te ver. O senhor precisa de alguma coisa?
Novamente, as ruas tomaram a sua atenção e deu um suspiro rápido.
— Café. Preciso de café.
— Me diz o que quer que eu compro.
Ele mesmo gostaria de comprar. Não queria que ficassem trazendo as coisas nas mãos dele, por mais que entendesse que sempre foi assim.
— Vou ver — Garfield deu um bocejo — e te falo. — Um sorriso brotou em seus lábios.
Em questão de minutos, o carro deu uma parada brusca e Andrew deu uma olhada rápida para frente. Viu vários trailers lado a lado e alguns com decorações de Natal em suas portas, o motorista abriu a sua porta, fazendo com que ele estranhasse e pegasse a mochila ao seu lado.
— Quer que eu te acompanhe até o seu...
— ANDREW!
Se virou procurando pela voz que o chamava, enquanto colocava a mochila nas costas. Kevin Feige se aproximava com um sorriso e já esticando a mão a fim de cumprimentá-lo.
— Como foi a viagem de Londres pra cá?
— Fantástica. Dormi tanto que babei.
A risada de Kevin ecoou em seus ouvidos e um sorriso fraco apareceu em seu rosto, viu o produtor mover uma das mãos dispensando o motorista e Andrew acenou pra ele.
— Te acompanho, vamos.
Olhou por cima do ombro antes de começar a andar, o céu nublado e o vento gelado faziam com que ele tivesse vontade de tomar um chá, sim, chá. Moveu os dedos e não conseguia prestar atenção em nenhuma palavra de Kevin.
— Está certo?
Fitou o homem à sua frente e parou próximo à porta do trailer com as suas iniciais.
— Claro. — Teve receio de concordar, mas no instante que Kevin sorriu, viu que estava tudo bem e sorriu também. — Nos vemos depois, Kev.
— Qualquer coisa você me fala, Drew.
— Sim, falo.
Subiu os degraus e abriu a porta. Era um trailer normal, como os outros. Ali era quentinho, por mais acostumado que estivesse com o frio, não era 100% dessas estações mais frias. Foi até um dos sofás e se sentou, pegou seu celular em um dos bolsos do agasalho e abriu o Google Maps.
— Uma cafeteria, por favor, uma cafeteria — murmurou baixo e riu de si.
Vários apareceram no raio que se encontrava, no entanto um chamou a sua atenção: Café com Conforto. Seu coração bateu mais forte em empolgação o que lia: cafés, chás e todos os tipos de bebidas quentes ou geladas. Muffins, brownies e bolos. Mordeu seu próprio lábio inferior, empolgado.
Mas um barulho fez com que ele sobressaltasse e quase derrubasse o celular. Era alguém batendo na porta.
— Senhor Andrew? — Era uma voz feminina.
— Oi? — Sorriu abertamente ao abrir a porta.
— Bom dia, eu serei a sua assistente por todo o tempo de gravação. Meu nome é Anika — a mulher disse empolgadamente com seus cabelos loiros caindo sobre o crachá. Andrew concordou com a cabeça.
— Prazer, Anika. — Assim que ela deu um passo pra trás, ele pulou as escadas, se colocando a frente dela — Sou Andrew. Digo, você sabe, mas...
— Sim, eu sei. — A mulher gargalhou logo que começaram a andar um ao lado do outro. — Você tem vários compromissos hoje. Precisa fazer a prova do traje. Dos trajes, na verdade, são muitos. Talvez demore. Você precisa de alguma coisa?
Aquela pergunta novamente.
— Hã, não. Na verdade, não precisa. Tá tudo bem. Faço as provas tranquilamente, eu... — a olhou enquanto andavam — você não é daqui? Seu nome.
— Minha mãe é dinamarquesa e meu pai é daqui. Quando eu nasci quem escolheu meu nome foi ela — a mulher contou normalmente e depois deu de ombros. — Obrigada por perguntar, aliás. Normalmente as pessoas dizem que meu nome é estranho.
— Não, não é. Seu nome é lindo e diferente — disse o rapaz calmamente e abriu a boca pra falar normalmente, mas haviam se aproximado de uma porta, ele abriu para que ela entrasse primeiro.
Seu dia foi tomado em experimentar trajes. Fez isso na maior parte do tempo. Experimentou, tirou, tropeçou, caiu de joelhos no chão na maioria das vezes. Acabou almoçando uma massa de molho branco fria em um dos camarins, mas, no fim, o traje 38 foi o que ficou melhor em seu corpo. Era com ele que faria a maioria das cenas.
Pontualmente às 15h, Andrew foi dispensado dos seus afazeres. Por mais que amasse, se sentia cansado pela preocupação dos últimos dias e estava sedento por uma xicara de chá. Se despediu de Anika e insistiu educadamente que ela não o levasse até o seu trailer, assim que entrou, trocou de roupa e saiu em passos rápidos com a mochila em suas costas.
Não soube o quanto andou, mas por mais que amasse New York, não conhecia a cidade com a palma de sua mão, como conhecia sua cidade no Reino Unido. Pegou seus óculos de grau, guardado em sua mochila, e continuou a caminhar. O movimento não era tanto naquele local por conta das filmagens, então pôde andar tranquilamente. Mas sempre olhando por cima do seu ombro.
Com sua respiração levemente alterada, notou duas meninas andando em sua direção depois de passar por elas. Caminhou mais rápido, e, após virar uma esquina, entrou na primeira porta que viu aberta. Notou que o ambiente estava um pouco escuro e esbarrou em alguém.
— Me desculpe, eu... — falou apressadamente.
Se abaixou instantaneamente ao ouvir as vozes das garotas e foi pra debaixo de uma das mesas próxima à janela. Olhou pelo local e viu que provavelmente estava fechado, ou ela fecharia em alguns minutos. Engoliu seco e sentiu o olhar da mulher sobre si, deu um sorriso sem graça.
— Posso ficar aqui alguns minutos? Prometo não atrapalhar.
— Você já está atrapalhando. Eu vou fechar.
— Qual é seu nome? Eu compro um chá. Na verdade, eu preciso de um chá.
Andrew, que estava agachado, foi pra se levantar e bateu a cabeça na mesa. Fez uma careta e ficou na mesma posição.
— Desculpa — pediu, entre risos.
pressionou os lábios, enquanto segurava uma risada.
— Você é o pior Homem Aranha — disse ela, ao cruzar os braços, e viu o rapaz franzir o cenho e rir. — Tá bom, você não é, mas... qual é seu chá favorito? Posso fazer.
Ambos ficaram se olhando por longos segundos. Ele se encontrava encantado por ela. Sua pele morena, os cabelos escuros presos em um rabo de cavalo perfeitamente ajeitado no topo da sua cabeça. O sorriso que ela deu, os lábios tomados por um batom vermelho. Nitidamente ele havia desaprendido a falar.
— Eu, chá... sim. Estou nas suas mãos, err... não sei seu nome? — Juntou as mãos e deu risada. — Pode fazer o que você quiser. Eu bebo qualquer coisa.
Uma risada ecoou dos lábios da mulher, e Andrew gostou daquele som. Aos poucos, saiu debaixo da mesa e caminhou em direção ao balcão, a vendo do outro lado, mexendo em algo e colocando água pra ferver.
— Então eu sou o pior Homem Aranha? — indagou, ao se sentar no banquinho, e apoiou o queixo em uma das mãos, a olhando.
Deu o seu melhor sorriso ao vê-la se virar para olhá-lo ligeiramente. riu, negou com a cabeça e estranhamente seu coração palpitou de uma forma que não conseguiu segurar ao dar um suspiro. Ela era fã do personagem desde pequena, e vê-lo ali, alguém que interpretava um dos seus favoritos, fazia com que seu lado fã gritasse, mas tentaria se controlar.
— Sim, você é. — brincou.
Os olhares de ambos se encontraram. Garfield não hesitou em sorrir, pois as covinhas que se formavam nas bochechas da mulher eram os detalhes mais lindos que ele já viu.
— Andrew. — Apoiou a mão no queixo e deu uma olhada rápida ao redor. — A cafeteria é sua? Espera...
Um nome chamou a sua atenção em cima do enorme painel, feito com uma fonte belíssima: Café Com Conforto. Sacou seu celular e abriu o Google, procurando pelas suas buscas de horas atrás.
— Eu procurei pela sua cafeteria hoje. — Virou o aparelho, a fim de que ela visse. — Estava louco por um café, aí encontrei. Cinco estrelas. Bem avaliado, e principalmente bem perto de onde eu estava.
A coincidência fez com que o coração da mulher batesse mais forte em seu peito e deu alguns passos, diminuindo a distância entre os dois. Semicerrou os olhos, lendo o que aparecia na tela do aparelho, e Andrew pôde ver um sorriso brotar nos lábios carnudos e perfeitamente desenhados da morena, fazendo com que ele sorrisse.
— Uau! E você acredita em coincidências, pior Homem Aranha? — sorriu sem mostrar os dentes e arqueou as sobrancelhas repetidamente.
Uma risada ecoou dos lábios do rapaz e ele apenas deixou o aparelho sobre a bancada.
— Se esse apelido pegar, eu estou perdido. Tom e Tobey vão tirar onda com a minha cara o resto da vida!
A dona da cafeteria riu de um jeito gostoso e notou que a chaleira começaria a fazer barulho, desligou o fogo e pegou um termômetro que havia dentro de uma das gavetas. Mediu a temperatura da água antes de colocá-la em uma das xícaras.
— Há quanto tempo vocês estão abertos? — Ouviu a voz de Andrew atrás de si, o sotaque fez com que seu corpo se arrepiasse.
— Em fevereiro do próximo ano fazemos dois anos. — Seu tom de voz era calmo.
Da forma que havia aprendido, colocou a água e acrescentou colheres de folhas da Camellia Sinensis, o famoso chá preto britânico, e deixou de lado. Se virou para ele, que olhava os detalhes do local e não evitou sorrir.
— Vocês já começaram a gravar? — Voltou a se aproximar mais da bancada.
— Acredito que vamos começar a gravar realmente só no ano que vem. — Andrew voltou a se sentar no banco. — Por enquanto, fazemos as provas de todo o figurino, conversamos com os roteiristas, essas coisas. — Deu de ombros.
— E tem algo que você já tenha lido no roteiro e achado engraçado ou gostado? Não precisa me contar o que é. Só se tem. — se curvou e apoiou o queixo em uma das mãos.
— Você é articulada, mulher.
Foi a vez de ela dar de ombros enquanto sorria.
— Tem uma cena em que estamos os três juntos, não posso contar a situação, mas o Tom diz que já fez parte dos Vingadores, e o Tobey diz que é incrível, pergunta o que é isso e eu pergunto se é uma banda. — Fez um bico rápido e juntou as mãos na bancada.
— Isso é coisa do pior Homem Aranha! — Apontou pra ele enquanto gargalhava. — Poderei rir dessa cena no cinema como se não soubesse?
— Você está liberada.
— E totalmente grata.
Riam juntos, enquanto se olhavam, e pôde sentir o seu coração bater mais forte, não por estar na frente de Andrew Garfield, e sim por ele ser um fofo, educado e ter um sorriso que fazia com que ela quisesse sorrir o tempo inteiro.
Três dias depois, Andrew passava a maior parte do seu dia experimentando figurinos para o filme, tendo em vista que não se limitava apenas aos trajes. No entanto, ele não conseguia tirar da cabeça o som da gargalhada de e como uma covinha se formava na bochecha da mulher sempre que ela ria. Sem falar que era expert no que fazia.
Mais um dia de trabalho terminava, e Garfield caminhava em direção ao seu trailer com sua assistente falando a respeito do que faria amanhã, cinco dias antes do Natal. Ouviu com atenção e concordou.
— Perfeito. Posso chegar mais cedo. Às 7h30. Sem problemas. — Acenou rápido com a cabeça.
— Ok, senhor Andrew. Até amanhã. — Ela se despediu, ao se aproximarem do trailer.
Gesticulou, sorrindo fechado antes que a assistente sumisse e se dirigiu ao enorme automóvel. No instante em que abriu a porta, que ficava sempre destrancada, uma presença fez com que ele se sobressaltasse.
— Que... p... cacete, Thomas!
Tom estava sentado em um dos sofás, com uma revista em seu colo.
— O que foi? — questionou calmo.
— O que foi, o que foi. Você quase me matou do coração.
Andrew se aproximou do amigo e se sentou no mesmo sofá, mas um pouco distante. O olhou e ambos começaram a rir.
— O que você quer? Achei que tivesse ido embora — Garfield questionou, após passar as mãos pelo rosto.
— Quer jantar?
— Está sozinho hoje?
— Eu sempre estou sozinho para você, amigo. — O mais novo deu um tapa no ombro do mais velho, fazendo-o rir. — Isso não está certo.
— Você acha? — Continuou a rir.
— Sempre estou disponível para você, amigo.
— Ah! — Andrew ainda ria.
Foi questão de minutos para que ambos chegassem ao hotel no qual Andrew estava hospedado em uma rua calma de New York. Se dirigiram diretamente para o restaurante, optando por uma mesa no canto do enorme salão, recheado de mesas redondas que pareciam aconchegantes.
O lustre de cristal no teto alto chamava a atenção, o que fez com que Tom esbarrasse em uma das cadeiras e pedisse desculpas para um rapaz sentado sozinho.
— Por favor, senta antes que você quebre alguma coisa. — Garfield riu e apontou a cadeira à sua frente.
— Bonito aqui, né? — Tom se sentou e puxou a cadeira a fim de que ficasse mais próximo da mesa. — Quando você vai embora?
— Provavelmente daqui a dois dias. Quero passar o Natal em casa. E você? — Tomou o cardápio em mãos, olhando as opções.
Holland começou a falar, e Garfield focou nas opções que poderia vir a pedir, mas estava com fome, então queria comer. Ao notar que havia opções de bebidas e chás, isso fez com que um sorriso brotasse em seus lábios e uma saudade tocasse seu coração ao lembrar-se de . Não a via há três dias.
Sem pensar duas vezes, pegou seu celular de dentro do bolso e abriu o aplicativo de entregas, e, em poucos toques, chegou ao Café com Conforto. Sem demora, encontrou o local onde mandaria uma mensagem.
— Você já escolheu?
— Espera aí — pediu Garfield.
Riu de si e mordeu a parte interior da sua bochecha. Não era muito bom nisso, afinal, ele não possuía nenhuma rede social.
“Oi, é o pior Homem Aranha. O delivery ainda está aberto? Queria fazer um pedido para amanhã. O mesmo de três dias. Estava maravilhoso.”
— Espera. O que eu vejo é um sorriso nos seus lábios? — Ouviu a voz de Tom.
— O que, como assim? Não. — Imediatamente, Andrew colocou o aparelho sobre a mesa.
— Me pareceu um sorriso, eu vi dentes.
— Você está enganado.
Agradeceu mentalmente ao ver o garçom se aproximar e tomar o pedido deles. Tudo foi feito de forma tão ligeira que acabou soltando um suspiro baixo.
Breves segundos de silêncio se fizeram presentes na mesa de ambos. Andrew olhou por cima do ombro do amigo e outro suspiro saiu entre os seus lábios.
— Ok, há uma garota. — Alcançou a taça com um pouco de água ao voltar a olhá-lo.
— Ok, eu preciso de mais detalhes! — Um sorriso enorme se moldou nos lábios do mais jovem.
Bebeu um pouco do líquido e ganhou certo tempo ao colocar a taça de volta à mesa. Sentiu o olhar de Tom sobre si.
— Não tenho muito do que falar, Thomas. — Viu o outro revirar os olhos ao chamá-lo daquela forma e segurou a risada. — Eu estava fugindo de algumas fãs e entrei na cafeteria dela. Conversamos. Ela fez um chá preto incrível pra mim...
— Oh, eu adoro chá preto!
— E... — O fitou por longos segundos antes de voltar a falar. — Foi isso. Conversamos.
— E você quer conversar com ela novamente?
Garfield coçou a cabeça de leve e deu um riso nervoso.
— Eu... hã, não sei. Eu vi a respeito do chá no cardápio e senti saudade dela. É estranho. Mal nos conhecemos, mas quero vê-la. O som da risada dessa mulher é algo sensacional, eu...
Sua fala foi interrompida por um barulho vindo do seu celular, era uma mensagem.
— O que diz? — Tom estava empolgado.
Pegou o aparelho com cuidado e leu o conteúdo na tela:
“Uau. Já vou ter um delivery amanhã? Feito. Levo para você o meu chá preto, que é muito melhor do que o dos britânicos.”
Uma risada ecoou nos lábios do rapaz.
“Já está marcado. Tenha uma ótima noite!”
Digitou aquilo com as mãos levemente trêmulas e a garganta seca. Em questão de segundos, os pontinhos apareceram ao lado da dela, indicando que a mulher escrevia a resposta.
O seu coração batendo forte indicava que ele ansiava pela resposta. A verdade é que ansiava pelo dia que estava por vir.
“Tenha uma ótima noite também, Andrew.”
Novamente, o aparelho foi colocado de lado e pegou a taça de água, bebendo vários goles, e, ao colocar de volta ao seu lugar, o olhar curioso de Tom queimava em si.
— Eu vou vê-la amanhã.
— Onde? Quando? Como?
— Eu não vou te contar. — Riu.
— Você deveria.
— Mas não vou.
Todos os momentos que passava com Tom eram divertidos, não tinha como não estar rindo ao ficar na companhia do mais novo. Mas, ainda assim, Andrew estava com o coração batendo de forma descompassada ao pensar em , e vários arrepios o atingiam. Ele queria que o dia seguinte chegasse em um piscar de olhos.