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Revisada por Selene

Última Atualização: 03/07/2024

Minha mão segurava o copo com firmeza. Meus olhos estavam fitando com intensidade o líquido amarelado que ia enchendo o vidro, juntamente à espuma branca. Meus ouvidos totalmente alheios a qualquer conversa ao meu redor, enquanto eu enchia aquela caneca de chopp com precisão. Quando finalmente enchi aquele copo, foi como se eu estivesse retornando à realidade, os sons voltaram para seus destinos e as coisas ao meu redor ganharam vida novamente. 
Caminhei até a mulher que tinha pedido a cerveja e coloquei a caneca à sua frente. 
Sorri de lado, enquanto meus olhos encaravam os seus de forma fixa. 
Ela era muito bonita, olhos escuros, pareciam uma floresta sombria, cheia de armadilhas. Seus lábios eram finos e tinha um sorriso atraente neles, aquele que te fode antes mesmo de falar qualquer coisa. Seus cabelos eram castanhos, cacheados e longos, podia até mesmo sentir como seria meus dedos se afundando no meio deles e segurando com força.
A ideia fez meu corpo se esquentar um pouco.
Abri meus lábios para falar qualquer coisa, mas fui interrompido por Lewis, que me puxou pelo braço para longe daquela mulher.
— Qual é, cara! — falei, contrariado.
— Ela é casada,
Rolei meus olhos.
— E está sozinha em um bar — completei, dando um sorriso, e apontei o dedo na direção em que ela estava.
— Não quer dizer que ela esteja disponível.
— Ela com certeza está disponível para mim — argumentei.
Lewis deu uma pequena risada e me empurrou para o caixa. Eu dei uns passos mais largos para não tropeçar em nada e apoiei minhas mãos no balcão.
— Você fica no caixa, eu sirvo as bebidas — avisou.
— Eu ainda sou o seu chefe — falei, dando uma risada.
— Por isso que estou te ajudando. Não quero perder meu emprego caso algum marido enfurecido apareça aqui querendo te matar.
— Isso nunca aconteceu.
— Essa semana…
Acabei rindo um pouco mais e neguei com a cabeça. 
Bem, Lewis tinha um ponto o qual eu não podia dizer que era mentira. Porém, eu não tinha nada a fazer se as mulheres se jogavam em cima de mim, não iria perder a oportunidade. 
Encostei no banco alto do caixa e olhei a mulher que ainda estava na outra ponta do balcão. Ela bebia sua cerveja enquanto fazia questão de me olhar; o enorme anel no dedo anelar da mão esquerda bem à vista. Sabia que estava me provocando, como se mostrasse que eu não podia me aproximar, como um enorme painel fluorescente piscando “propriedade privada”.
De qualquer forma, se o terreno estava abandonado, eu poderia facilmente invadir. Eu não iria fazer morada ali, apenas acampar por uma única noite, e depois ela nunca mais me veria… talvez. Porque era fácil me achar, bastava vir ao Elm Street que iria me encontrar atrás do balcão, atendendo à clientela e até mesmo flertando com algumas delas.
Tinha comprado o bar havia uns três anos mais ou menos, unindo o útil ao agradável. Eu gostava de estar perto das pessoas, bem perto às vezes, além de que adorava fazer drinks. Com isso, também, precisava arranjar um trabalho em que eu não ficasse entediado na primeira hora que chegasse a ele. Então achei esse lugar. Estava caindo aos pedaços, mas eu dei um jeito de se tornar um dos melhores bares da cidade. Deixei uma aparência rústica, um ar pesado, com iluminação indireta e várias referências a filmes e séries de terror e suspense, com quadros, enfeites e até mesmo luminárias. Para combinar com o nome, ao lado da porta de entrada havia o telefone do Freddy, com sua enorme língua caindo pela parte debaixo.
A música ambiente contava com uma playlist de rock antigo, alguns atuais e às vezes uma música mais lenta e sexy, algo puxado para o indie e alternativo também. Dependia do meu humor no dia.
Então, para provocar um pouco aquela mulher, eu decidi trocar a música, colocando na fila Freeform, do BOBI ANDONOV.
Sentei-me no banco, apoiando um pé na madeira e outro no chão. Encostei na parede atrás de mim e passei a mão em meu cabelo, jogando-o para o lado, fazendo os fios caírem na lateral do meu rosto. Meu olhar ficou predatório ao daquela mulher, como se dissesse o que minhas mãos poderiam estar fazendo naquele momento em suas coxas. Subindo, apertando, alisando, indo para a parte interna e pressionando apenas as pontas dos meus dedos em uma pequena provocação, então descendo novamente, fazendo-a suspirar em frustração por desejar mais…
— Sim? — falei, virando meu rosto bruscamente.
Ouvi alguém chamar minha atenção, me levando de volta à realidade.
Lambi meus lábios e me levantei do banco. 
Tinha uma mulher parada na frente do caixa, e não pude deixar de notar o quão linda ela era, capaz de causar um belo estrago por onde passasse. Tinha até feito meu ar sumir por um milésimo, mas ele voltou em seguida. Então meus olhos ficaram presos em seu rosto por alguns segundos; admirando. 
— Eu pedi duas doses de tequila. — Um sorriso zombeteiro se formou nos lábios da mulher enquanto ela erguia uma de suas sobrancelhas. 
Seu olhar foi de mim para o outro lado do balcão, como se entendesse perfeitamente o motivo da minha distração. Tinha ficado bem óbvio que eu estava secando a outra mulher que eu tinha atendido, mas não achava que aquela que estava me fazendo o pedido iria me provocar com aquilo. De qualquer forma, não me importei. 
Passei a língua pelos meus dentes enquanto a olhava com atenção, deixando meu olhar descer lentamente pelo seu rosto e parar em seus lábios. Como seria mordê-los? Será que ela gemeria quando meus dentes passassem apertados pela sua carne de forma bem vagarosa? Aquele pensamento me fez querer rir de leve, porém me contive.
— Foi mal, eu estava distraído — respondi, já fazendo seu pedido pelo ponto de venda. — Vinte dólares e o seu número — falei de forma natural, como se estivesse informando onde iria retirar as doses de tequila.
— Eu percebi. — Seu sorriso aumentou antes de ela deixar uma risada baixa escapar.
Seus olhos passearam por mim, me avaliando de forma descarada antes de me estender o dinheiro. Não tinha nem como negar que eu adorei, ela podia me olhar daquele jeito por quanto tempo quisesse, em qualquer posição também. Ela fazia meu corpo esquentar, e isso me fazia querer puxa-lá por cima do balcão. 
 — Não dou meu número para desconhecidos que encontro em bares assim, por mais deliciosos que eles pareçam — respondeu, atrevida.
Eu adorava provocações, me excitava, e ela estava pegando no meu ponto fraco. Peguei o dinheiro e lhe devolvi o troco, juntamente à nota do pedido. Porém, no momento em que ela foi pegá-lo da minha mão, eu puxei de volta, em uma pequena provocação.
— Pode se tornar conhecido no momento que você quiser.
Sorri de lado e dei uma pequena piscadinha para ela. Eu gostava de seduzir, era meio que algo incontrolável que habitava em mim, e, quando me dava conta, já estava fazendo de novo e de novo. 
Sua expressão não se alterou, era como se a mulher estivesse esperando por uma resposta daquelas.
— Ah, pode? Achei que estivesse bem ocupado. — Riu e fez menção de puxar a nota da minha mão.
Recuei minimamente para que não alcançasse.
— Para você, estou totalmente desocupado. — Meu olhar agora desceu lentamente pelo seu corpo. — O tempo todo, todos os dias…
— Eu deveria me sentir lisonjeada? — Ela ergueu uma sobrancelha, enquanto o tom zombeteiro tornou a aparecer. Percebi que se inclinou um pouco mais na minha direção e lambeu o lábio inferior. — É uma pena que não caio muito nessa conversa de o tempo todo, todos os dias… — Riu mais uma vez.
— Bem, você quer se sentir assim? Lisonjeada? — questionei, deixando meu olhar ficar intenso ao dela. — Porque eu poderia fazer você bem mais do que apenas isso.
— Nem um pouco. — Ela me encarou, e pude notar um tom de malícia enquanto o fazia. — Fiquei curiosa. O que vai fazer comigo, desconhecido do bar? — provocou.
— Agora você quer saber? Pensei que não iria, quando nem ao menos quis passar o seu número para um desconhecido. Estendi a nota para que pegasse e fosse retirar no balcão com Lewis. Então olhei por cima do seu ombro para ver se tinha alguém atrás dela para fazer o pedido. Olhando com um pequeno descaso, apenas para irritar. Eu era um provocador.
— Não se ofenda, bonitinho. Eu já assisti filmes de terror o suficiente para aprender a estudar bem o caçador antes de me tornar a presa. — Ela piscou ao aceitar a nota. — Para quem estava desocupado, você desiste fácil demais.
Acabei rindo fraco.
— A vida não é um filme, baby — respondi, unindo as sobrancelhas. — Ah, desculpe, baby. Eu acabo me distraindo fácil — pedi, de forma falsa. — Precisa de mais alguma coisa?
— Será que não é? — Ela riu de forma sombria, e sua expressão se transformou em uma de divertimento. — Olha só, ele ficou irritado! A sua sorte é que o bar é legal. — Então sorriu irônica. — Não, obrigada. 
E se afastou para ir pegar as bebidas.
— Se fosse, eu seria dono do Overlook, e não de um bar na rua 7 — disse com simplicidade, sabendo que ela estava me ouvindo. — E estou bem longe de estar irritado, baby. Se esforça mais pra isso.
Dei um pequeno riso, atendendo o próximo cliente.
Ela me provocava uma pequena faísca de uma breve irritação, mas nada que realmente fosse me incomodar. 
— Podia aproveitar e explodir junto a ele, né? — ela retrucou, enquanto entregava a nota do pedido e esperava.
A olhei por um momento, com um sorrisinho em meus lábios, e os umedeci em seguida. O pior era que eu tinha gostado da sua resposta, porque queria dizer que ela conhecia a referência de um dos meus filmes favoritos. 
— Você vai explodir junto? — Ergui as sobrancelhas.
Voltei a atenção para a tela de pedidos.
— Não, bonitinho. Eu é que vou acender a caldeira. — Ela pegou uma das doses de tequila e virou de uma vez.
Entreguei a nota do pedido para o cliente e olhei de novo para a mulher.
— Pelo jeito ela já está acesa. Cuidado para não se queimar.
Meu olhar desceu por ela como se fosse capaz de sentir o quão quente aquela mulher poderia ser.
— Não se preocupe, não. O que é uma queimadura depois de ficar aqui aturando você? 
Ela me atiçava. 
Peguei um pano seco e me aproximei do balcão que ela estava encostada, passando o tecido de algodão sobre a madeira lentamente. Meu olhar vagou até a mulher; peguei o copo de tequila que estava vazio e coloquei na pia, sem falar nada. Então voltei até onde ela estava e encarei seus olhos com intensidade.
— Para quem está me aturando, você está tempo demais pendurada no meu balcão falando comigo — argumentei em um tom sério, mais baixo e de forma provocativa. — Estarei livre quando o bar fechar. Se quiser esperar, eu posso te dar um pouco de atenção. 
Eu poderia tirar um intervalo e sugerir irmos ao banheiro, mas o que eu estava com vontade de fazer com aquela mulher não teria hora para terminar. Não queria ser rápido, queria saborear lentamente cada parte sua e sentir o sabor do seu mel.
Ela soltou uma risada e me encarou de cima a baixo mais uma vez.
— Você acha mesmo que eu sou o tipo que espera por atenção? Não confunda tédio com interesse, bonitinho.
— Bem, você quem sabe. — Dei de ombros e me afastei, voltando para atender o caixa.
A mulher revirou os olhos antes de pegar o outro copo com tequila e virá-lo, puxando uma das banquetas para sentar-se diante do balcão. A vi pegar o celular de dentro da bolsa e começar a mexer, parando para tirar uma selfie.
Meu olhar oscilava entre ela, a tela de pedidos e o cliente na minha frente. Porém, estava perdendo a concentração no que fazia, porque eu queria olhá-la e ver o que estava fazendo, queria ter mais dos seus olhos nos meus. Queria mesmo era puxar ela para cima do balcão e a devorar ali mesmo. Aquele tipo de pensamento me fazia respirar profundamente e imaginar aquela cena, mas sabia que poderia enlouquecer rapidamente caso não fizesse aquilo.
Mordi a ponta da minha língua, ignorei-a totalmente e prestei atenção no que estava fazendo. Meus dedos tocavam rapidamente a tela de pedidos, com os olhos vidrados. Até o momento em que não tinha ninguém para atender ali.
Encostei no banco alto e olhei para a mulher novamente. Ela parecia bastante entretida no celular, ou fingia que estava, porque flagrei o momento em que seu olhar veio até mim e se desviou novamente. Acabei rindo fraco e abaixei a cabeça, negando lentamente.
Então me aproximei outra vez.
— Está esperando alguém? 
Ela ergueu o olhar para mim, e pareceu ponderar antes de responder.
— Não. Estou entediada.
— Hm, achei que estivesse esperando — comentei, ainda olhando-a com atenção. — Pediu duas tequilas e depois sentou. Achei que estivesse esperando alguma amiga, ou um cara, talvez.
— Esse é o seu jeito de me perguntar se estou acompanhada? — Ela riu. — Não estou. Vim sozinha. Não conheço muitas pessoas que gostam desse estilo de ambiente. — Deu de ombros.
— Na verdade eu não me importo se você está acompanhada, não faz muita diferença no final — eu disse, e soltei um pequeno riso. — Bem, aqui tem muitas pessoas que gostam desse ambiente.
A olhei mais por um momento.
— Não sei o seu nome ainda — falei, sem estar debochando agora, realmente querendo saber como ela se chamava.
— ela respondeu, e ajeitou um pouco a postura. — A maioria dos meus amigos me acha estranha por gostar de terror, mas eu não ligo. Não faz diferença. — Sorriu de leve. — E você, como se chama?
— Interessante, gostei do seu nome. — Fui sincero naquele momento. — Sinto lhe informar, seus amigos são chatos. — Fiz uma careta. — . — Estendi a mão em sua direção com um ar de riso em meus lábios.
— Nome de assassino. Gostei. — Ela riu e segurou minha mão. — Não ligo. Sempre acabo me divertindo, no fim das contas.
— Certo, agora me conte qual é seu clássico de terror favorito.
Analisei-a com um pouco mais de interesse.
— Que tal um jogo? Se você conseguir adivinhar, te dou o meu número. Agora você já não é mais um desconhecido, . — Um brilho divertido tomou seus olhos.
Encarei seus olhos por um momento, analisando agora, deixando meu olhar passar pelos seus detalhes, suas roupas, suas mãos, até chegar aos seus orbes. Ela tinha uma vibe intensa e dark. Suas roupas pretas me levavam para muitas alternativas, mas seu olhar me dizia que ela gostava de algo misterioso, com um toque de suspense e adrenalina. Halloween, talvez? Sexta-feira 13… Ou então Pânico. 
— Pânico — falei, porém achando que iria errar.
Ela sorriu largamente, satisfeita com a resposta.
— Parabéns. Você acertou.
— Sério? — Fiquei surpreso. 
— Eu tenho uma coleção de máscaras do Ghostface. — Assentiu, enquanto me olhava divertida e um tanto impressionada. 
Pelo jeito, ela também não esperava que eu fosse acertar assim de cara.
— Não mesmo, nem fodendo! Duvido! — exclamei, sem acreditar que realmente tinha uma coleção de máscaras. 
Ela riu.
— É sério! Quer que eu prove pra você? — Ergueu uma sobrancelha.
— Quero. Óbvio que quero. 
Ergui as sobrancelhas, realmente duvidando daquilo, mas curioso para ver também.
riu mais uma vez antes de pegar o celular e procurar alguma coisa na galeria. Segundos depois, ela me entregou o aparelho, para que eu visse uma foto do que parecia ser uma parte do quarto dela. Olhei a foto e puxei o zoom, vendo cada peça que tinha ali, as máscaras e as edições de colecionador. Aquilo era muito foda! Fiquei bem empolgado.
— Se ainda te restarem dúvidas, posso te mostrar pessoalmente. — Sorriu de canto.
Fiquei olhando para por um momento enquanto devolvia o seu celular.
— E se você for uma serial killer? Está muito fácil esse lance de ir à sua casa e ver a sua coleção — impliquei, segurando o riso.
Afinal, ela não queria nem me dar o seu número e agora ofereceu de ver sua coleção pessoalmente? Ficou fácil demais, tinha coisa ali. E se ela me prendesse em cativeiro e me usasse como escravo sexual? Bem, eu iria gostar, mas isso não vem ao caso. 
Ela revirou os olhos, então me encarou fixamente e umedeceu os lábios.
— Acho que você vai ter que pagar para ver, bonitinho.
Estreitei os olhos em sua direção.
— Vou pensar no seu caso e olhar um dia na minha agenda para ver se terei disponibilidade — falei, rindo um pouco.
— Você não consegue não ser um babaca, né? É de nascença? — Ela bufou, incrédula.
— Quer que eu vá tanto assim à sua casa? — perguntei, com um sorriso de lado vindo aos meus lábios lentamente. 
— Quero que você se exploda. — Se irritou, levantando da banqueta.
— Não, espera aí — pedi, dando risada da situação.
Estiquei meu corpo por cima do balcão para pegar sua mão, mas não consegui.
— Tem mais alguma gracinha pra dizer? — ergueu uma sobrancelha, me olhando ainda irritada.
— Você fica nervosa muito rápido. — Ri de leve. — Eu gostei da sua coleção, achei foda. Porém você não me deu o seu número pra gente marcar de ir lá ver pessoalmente.
— Você que é convencido demais para o meu gosto — ela bufou, mas voltou a se aproximar. — Isso não é nem a metade do que eu tenho. Há uma boa razão para me acharem estranha. Tenho certeza de que vou me arrepender disso, mas… onde eu anoto? — Me olhou, tentando se manter séria, mas percebi que segurava o riso.
— Você gosta. — Pisquei um olho para ela. — A menos que você recrie os crimes, nada deve ser estranho — respondi.
Peguei meu celular no bolso e entreguei desbloqueado para
— Vou deixar que sonhe com isso. — Ela piscou de volta e riu. — Já pensei em recriar algumas vezes. É como dizem: existe uma linha bem tênue. — Sorriu maldosa, anotando seu número no meu celular e o devolvendo logo depois.
Um arrepio correu em minha espinha enquanto eu pensava besteiras, mas não deixei aquilo ficar à mostra em meu rosto. 
— Eu deveria tomar cuidado, então.
Dei um sorrisinho de lado e a olhei, antes de voltar meu olhar para o celular e salvar seu contato como Ghostface”.
— Nunca se sabe quando os pensamentos podem virar desejos — ela retribuiu, divertida.
— Pensamentos intrusivos são realmente um problema, eu geralmente sigo o que eles me mandam fazer — admiti, rindo de leve e negando um pouco com a cabeça.
— Por isso que faz merda o tempo todo — Lewis falou, passando por trás de mim para pegar alguma coisa.
riu um pouco mais alto com aquilo e balançou a cabeça em negação.
— Que tipo de coisas eles te mandam fazer? — Ergueu uma sobrancelha, curiosa.
— Enfiar o pau em mulher casada — Lewis disse irritado, se metendo na conversa.
Olhei para ele, fazendo uma falsa cara de chocado. Eu sabia que ele estava irritado comigo por causa da última confusão que arrumei com a sua vizinha. Não tinha culpa se ela era gostosa, estava me dando mole e era casada. A errada era ela, não eu. E outra, eu não sou de desperdiçar. Mas o marido dela foi arrumar confusão com o Lewis por minha causa.
— Você não estava indo atender alguém? Vai lá, vai — eu disse, empurrando o meu amigo para sair dali.
— Se você for casada, mande seu marido ter cuidado. — Lewis apontou em direção à .
Ela gargalhou enquanto olhava para Lewis e de volta para mim.
— Não sou, não. Isso é algum pré-requisito? — zombou.
— Minha filha, o pré-requisito desse aqui é ter um buraco — meu amigo contou.
Eu comecei a rir e empurrei Lewis para ir atender o pessoal nas mesas.
— Isso é mentira, só pra deixar claro — me defendi logo em seguida.
— Minhas bolas, ! — Lewis disse de longe.
Apenas dei o dedo do meio para ele calar a boca.
Ela deu mais risadas enquanto acompanhava nossa interação, então voltou seu olhar para mim, mais uma vez me encarando de cima a baixo.
— Então qual é, ? — disse, atrevida.
— Qual é o quê? — perguntei, por estar na dúvida do que ela se referia.
— O seu pré-requisito. Já que o seu amigo está mentindo. — Piscou, fingindo que acreditava naquilo.
Lambi meus lábios, rindo um pouco.
— Depende para qual funcionalidade eu quero — respondi, olhando dentro dos seus olhos. — Se for só para transar, eu pego o que chamar a minha atenção. — Dei de ombros. 
— Hmm… E o que chama a sua atenção, ? — Ela retribuiu meu olhar, sem desviar.
— Você. — Meu olhar ficou mais intenso no seu.
— Você é um babaca. — umedeceu os lábios. — Mas não posso negar que é um babaca que também chama a minha atenção.
— Está me chamando de babaca só por estar sendo sincero? — Ergui uma sobrancelha. — Se quiser mentiras, você pode ir atrás dos caras que frequentam o bar do outro lado da rua. 
— Não. Estou te chamando de babaca porque é uma delícia ver você irritadinho.
Olhei ela por inteira e estalei a língua no céu da boca. Ela gostava de me provocar, e eu gostava de ser provocado. 
— Eu preciso trabalhar. — Me afastei do balcão.
Ela riu e negou com a cabeça.
— Não estou te impedindo. — Deu de ombros. — Fique à vontade.
Eu falaria que ela atrapalhava a minha concentração, mas não quis dar mais aquele gosto. Então apenas me virei e voltei para o caixa. seria um problema para a minha sanidade se eu lhe desse mais atenção. 



Continua...


Nota da autora: Gente, olha aí a collab de milhões na inauguração do FFVERSE! Como não surtar com esses dois? Eles são a definição pura de fogo e gasolina hahaha.
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Até a próxima.
Ste e Jaden. ♥

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