Tamanho da fonte: |

Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Setembro/2024.

Alguns anos atrás...



A noite estava nublada e por isso as ruas mais escuras que o normal. Havia sido uma loucura minha aceitar fugir do colégio interno em Metropolis com algumas amigas para conhecer a intrigante noite de Gotham City. Já se completava cinco anos desde que estive pela última vez naquela cidade, toda a minha família havia se mudado por questões econômicas, os negócios do meu pai necessitavam de sua atenção constante para se desenvolver. Além do fato de não querer competir com as Indústrias Wayne, pertencente a um casal de amigos muito gentis e simpáticos.

Era somente atravessar a ponte, não tinha erro nenhum, entretanto, uma parte de mim se mantinha insegura por aquela pequena travessura. Eu só tinha treze anos, e as veteranas também não tinham chegado à maioridade. Violet, que havia roubado as chaves do zelador e pegado sua caminhonete velha, garantindo que sabia dirigir, pois tinha aprendido com seu pai, lançou um olhar animado ao ligar o motor. Eu duvidei um pouco, mas, como Jack e Maya estavam tão eufóricas por nossa noite de aventuras, tentei conter meu lado filha modelo e aluna aplicada, Fletcher. Violet seguiu com o carro por algumas ruas estranhas, o que me deu um frio na espinha.

— Tem certeza de que está indo pelo caminho certo? — perguntei, correndo meu olhar pelas ruas.
— Claro que sim, estamos quase chegando à ponte — assegurou ela, dando uma gargalhada alta — Você está se preocupando muito, sabia?
— Calma, . Violet sempre foi a melhor aluna em geografia, ela é um GPS ambulante — Jack defendeu a irmã, enquanto retirava seu maço de cigarros, que sempre escondia dentro da bota.
— Você não deveria fazer isso dentro do carro — recriminou Maya. — Que nojo.
— Você não disse que havia parado? — perguntei.
— Nossa, que chatas. — Ela abriu a janela do carro e jogou o maço fora. — Satisfeitas?

Ela bufou.

— Obrigada. — Maya ajeitou sua jaqueta no corpo. — Meu pulmão agradece.

Eu ri de leve. Minhas amigas eram loucas, mas muito divertidas. Eram as únicas que eu havia conseguido no colégio, mesmo sendo mais velhas e com idades diferentes da minha. Talvez por causa da minha família, que intimidava as pessoas por suas influências econômicas, ou por ter voltado recentemente de uma temporada em um colégio interno da Suíça, ninguém queria se aproximar da herdeira de Metropolis. Não me lembrava muito de como havia conhecido elas, mas lembro que foi em um dia chuvoso em que estava fugindo de algumas meninas que haviam jogado ovos em mim, logo quando entrei no colégio.

Jack era a mais velha, estava quase se formando no ensino médio e pretendia fazer graduação em engenharia mecânica, uma jovem meio desleixada e muito extrovertida, que tinha um fraco por motos. Já sua irmã mais nova, Violet, era apaixonada por carros clássicos antigos, poderia considerá-la a pessoa mais comunicativa que eu conhecia, e ambicionava fazer medicina. Já Maya, era a nossa patricinha de porcelana, extremamente delicada, mas super inteligente e estudiosa, porém, em raros momentos, ela gostava de se fazer a menina rebelde, sob influência de Jack.

Mais alguns minutos com Violet se divertindo enquanto dirigia, chegamos à ponte que ligava as duas cidades. De imediato, pude ver a densa neblina que tomava toda a cidade. Ao mesmo tempo que meus olhos certamente brilharam com aquele clima sombrio e misterioso cheio de perigos, meu corpo sentiu um breve calafrio.

— Uau! — Maya se inclinou mais e apoiou sua mão no banco da frente onde eu estava. — Gotham é tão.... Sem palavras.

De repente, Violet freou bruscamente o carro, bem no meio da ponte. Um grupo de quatro homens surgiu entre a neblina, eu consegui notar que um deles estava com um canivete na mão.

— Acho melhor voltarmos — sugeri.
— Da a ré — falou Jack.

Em um susto, um quinto homem apareceu ao lado do carro, e como a janela estava aberta, ele conseguiu destravar e abrir a porta. Maya soltou um grito de desespero, enquanto o homem agarrou Violet e a arrastou para fora.

Nós saímos também para ajudá-la, porém os outros homens se aproximaram.

— Me solta! — gritou Violet, então o homem, já irritado, bateu em sua cara, a jogando no chão.

Eu tentei ajudá-la, já estava ficando ainda mais apreensiva e desesperada pelo que poderia acontecer com a gente. Foi quando outra pessoa se aproximou.

— Que feio... Vocês não sabem que é errado atrapalhar a noite de alguém. — Uma mulher saiu do meio da neblina, com um andar sinuoso em nossa direção. — E pior, bater em crianças.

Os homens a olharam confusos, se afastando um pouco, porém o de moletom cinza escuro foi pra cima dela e segurou forte em seu braço. Em um movimento rápido, ela lançou sua perna no rosto do segundo que se aproximou dela e, escorregando seu corpo para o chão, fez com que o terceiro socasse a cara do homem que a segurava. Eu nunca havia visto alguém se mover de forma tão precisa, fazendo com que a força do seu inimigo caísse sobre ele. Ela pouco bateu naqueles homens, porém fez com que eles lutassem entre si ao tentarem bater nela.

Fascinante.

Senti até mesmo meus olhos brilhando e minhas pupilas dilatarem ao olhar para ela. Parecia até uma cena de filmes de ação.

— Não deveriam estar aqui a esta hora, garotas — disse a mulher, ao socar a cara do último homem que estava de pé, o derrubando no chão.
— Obrigada — disse, em nome de todas.
— Venham, vou levá-las para um lugar mais divertido — continuou a mulher, seguindo até o carro. Ela abriu a porta do motorista e nos olhou. — Ou preferem ficar aqui com eles?

Apressadamente, entramos no carro com ela, e, como sempre, eu fiquei no banco do carona da frente, ainda admirada com tamanha ousadia.

— Quem é você? — perguntei curiosa.
— Podem me chamar de Selina Kyle. — Ela deu um sorriso de canto.

Seu olhar era como de um predador felino pronto para atacar.

Night, night, for a night, for a
Only if for a night.

— Goodnight Gotham / Rihanna





O que dizer sobre uma cidade em que coisas interessantes só acontecem à noite?

Conhecida como a cidade do homem morcego, Gotham era repulsiva e atrativa ao mesmo tempo, para todos que levam uma vida criminosa. Felizmente, este não é o caso da minha família, apesar do meu marido representar setenta por cento da economia que mantém aquela cidade e ser um atrativo para bandidos e ladrões. Eu tinha muitas memórias construídas ali em minha adolescência travessa, tempos estes que ganhei amizades inesperadas e perdi algumas ao longo dos anos.

— De volta a Gotham… — sussurrei, mantendo meu olhar no espelho, enquanto me perdia em meus pensamentos.

Só contava quarenta e oito horas em meu novo lar, e confesso que não seria tão fácil ser esposa de Bruce Wayne quanto imaginei. Não pelos muitos paparazzi rondando, curiosos para saber quem era a nova senhora Wayne que conquistou o “coração” do herdeiro mais cobiçado da cidade. E, sim, por eu ainda não conseguir assimilar tudo, a radical mudança em minha rotina e a realidade do nosso matrimônio nascer puramente de um acordo familiar feito por nossos pais há anos. Acordo esse que incluía muitos negócios financeiros do passado entre o Conglomerado Fletcher e as Indústrias Wayne no pacote.

— Em uma nova realidade — completei, ao retirar uma blusa de linho do cabide e vesti-la, pois o dia havia esfriado de repente.

Contudo, estava eu recém-casada, voltando de uma breve lua de mel em Paris. A partir daquele momento, eu iria conviver com o homem mais rico de Gotham City, e curiosamente mais estranho também. Seria complicado conseguir conviver com um playboy, que passa seus dias gastando a herança deixada pelos pais e deixa sua empresa nas mãos de funcionários. Pelo menos, o senhor Fox era digno de confiança.

Mas enfim, eu estava ali no segundo maior quarto da mansão, encarando minhas coisas no closet, que demorei horas para organizar, devido à quantidade de itens. Deixei algumas roupas que não usava mais na casa dos meus pais, tinha o propósito de vendê-las futuramente em um bazar beneficente.

— Senhora Wayne, posso entrar? — perguntou uma voz, vinda da porta.
— Ah, sim, Alfred. — Eu dei alguns passos para fora do closet — O que houve?
— Vim para saber se a senhora está bem instalada. Precisa de algo a mais?
— Hum, não. — Dei um sorriso singelo. — Estou muito bem, obrigada. Só preciso me acostumar com a nova rotina.
— Tenho certeza de que a senhora irá se adaptar — assegurou ele. — Se precisar de algo, basta me chamar.
— Agradeço.

Ele se curvou de leve e saiu do quarto. Respirei um pouco mais fundo e me voltei para a janela central do quarto. O sol já estava se pondo, certamente eu tinha perdido muito tempo organizando tudo, principalmente meus pensamentos. Saí do quarto e, após caminhar pelo longo corredor do segundo andar, desci os lances da escada, chegando à grande sala de estar. Bruce estava sentado na poltrona perto da lareira, lendo seu jornal, parecia concentrado. A primeira característica que tinha descoberto sobre ele: sempre lia o jornal apenas na parte do folhetim policial. Acho que aquilo poderia ser por causa da morte dos seus pais, eu não sabia muita coisa da história, mas imaginava que ele não era uma pessoa muito feliz devido a essa tragédia.

— Espero que esteja bem instalada — disse ele, com seu tom de voz baixo, porém firme, mantendo sua atenção no jornal.
— Sim. — Assenti, dando alguns passos até o sofá que ficava de frente à lareira. Me sentei de forma silenciosa, mantendo minha atenção voltada para o fogo.
— Agora você é dona desta casa tanto quanto eu. Se quiser alterar alguma coisa, basta falar com o Alfred — continuou ele.
— Eu gosto de como está — retruquei. — Parece mais familiar para você.
— E não deveria ser familiar para você? — Ele fechou o jornal e me olhou.

Havia profundidade naquele olhar.

— Logo vou me acostumar, então em breve será. E também me faz lembrar de momentos da nossa infância, do tempo que morei em Gotham antes da minha família se mudar para Metropolis. — Dei um tempo em minha fala e me levantei repentinamente. — Devo contar com meu marido para o jantar?
— Talvez. — Ele se levantou também e seguiu em direção à biblioteca.

Eu não sabia como me aproximar dele. Bruce possuía um olhar enigmático combinado a um sorriso malicioso, com uma grande fama de conquistador antes do nosso casamento. O que sempre lia nos jornais sobre ele era como aproveitava suas noites em casas noturnas e um lado libertino que mantinha com a máxima discrição. Contudo, agora com o nosso matrimônio, eu não sabia como ele começaria a agir, pois, apesar de ser arranjado, eu era oficialmente a senhora Wayne.

Pensar sobre isso me fazia lembrar da minha primeira noite com ele. Eu estava tão nervosa e assustada, fiquei surpresa com como ele me tratou como um perfeito cavalheiro, me dando a liberdade de escolher entre consumar, ou não, nossa noite de núpcias.

Bem, havia um contrato em jogo e acordos foram assinados.

— Senhora Wayne — disse Alfred, ao entrar na sala.
— Sim? — Eu o olhei.
— Deseja algo em especial para o jantar de hoje?
— Hum? Eu não havia pensado sobre isso. — Respirei fundo. Era estranho uma simples pergunta me deixar confusa. — O que o Bruce costuma comer?
— Bem, o patrão Bruce não costuma jantar, raramente se alimenta à noite — respondeu ele.
— Acho que não precisa se preocupar então, talvez ele nem fique em casa esta noite. — Eu me afastei um pouco, em direção às escadas. — E eu estou sem fome.

Voltei para meu quarto. Eu já estava sentindo que minha noite seria longa e solitária. Certamente foi proposital quando o senhor Wayne propôs que dormíssemos em quartos separados. A desculpa? Ele não desejava tirar minha liberdade e privacidade, pois, como sempre lembrava, nosso casamento era um acordo entre famílias. Caminhei até a escrivaninha e peguei o livro que tinha deixado sobre ela. Me sentei um pouco inclinada em minha cama, abri o livro na página onde parei e comecei a ler, pelo menos no romance de Jane Austen eu poderia sonhar com um cavalheiro como o senhor Darcy.

Poderiam ser horas proveitosas e leitura, porém, minutos depois, acabei adormecendo.

---

Selina Kyle



Aquela era uma bela noite…

Propícia para me divertir um pouco pelas interessantes ruas de Gotham.

Já estava sentindo falta de um pouco de adrenalina de verdade em minha vida, após ficar tanto tempo parada, na pacata cidade de Metropolis. Caminhando com tranquilidade pela rua secular, até chegar à esquina do Beco do Crime, senti que precisava rever os velhos amigos e saber das novidades. As coisas aconteciam muito rápido em Gotham, assim como também estava um pouco complicado manter-se no crime, principalmente por causa do tal Batman. Eu ainda não tinha tido o prazer de esbarrar com este vigilante noturno, mas estava curiosa para vê-lo de perto e tirar minhas próprias conclusões.

— Ora, ora, ora… Quem está de volta a Gotham City — disse uma voz sinuosa, atrás de mim.
— A boa filha à casa retorna — eu disse, mantendo meu olhar em um grupo de homens, que fumavam mais à frente.
— Boa? — Ele riu ironicamente. — Por onde estava andando?
— Curtindo minhas férias. — Eu ri de leve, recordando o que realmente estava fazendo em meu tempo de hiatos. — E você, Pistoleiro? Como saiu da cadeia novamente?
— Digamos que tive um bom comportamento. — Ele riu também. — Soube das novidades?
— Estou na cidade há poucas horas, de quais novidades está falando?
— Do homem morcego — respondeu ele num tom amargo. — Ele voltou à cidade depois de alguns meses fora.
— Batman, eu li sobre ele nos jornais de Metropolis — comentei.
— Então era lá que estava passando suas férias? — indagou ele.
— Talvez. — Eu suspirei um pouco. — Mas você sabe o motivo para ele ter sumido por tanto tempo?
— Ninguém sabe. Só que ele desapareceu pouco depois que ajudou a prender o Joker — contou ele, com um olhar pensativo.
— Ah, nosso rei tinha que estar envolvido. — Eu ri de leve. — Será que o morceguinho achou que o crime acabaria?
— Talvez, não sei, só acho que você também deveria tomar cuidado — alertou ele.
— Quantas mulheres além de mim você está vendo aqui? — Eu me virei para ele, arqueando minha sobrancelha direita.
— Sei que você é diferente de todas que já tentaram se estabelecer em Gotham, mas vamos combinar que a cada dia fica mais tenso com esses heróis idiotas — argumentou ele.
— Eles e nada para mim dá no mesmo — desdenhei um pouco.
— Mas você se esqueceu da rainha Harley Quinn — disse ele com prepotência.
— A Arlequina? — Eu ri. — Aquela louca só se sente poderosa ao lado do Joker.
— Modere suas palavras, as paredes têm ouvidos, e você sabe como o soberano age quando falam da mulher dele — alertou ele. — Além do mais, ela é uma pessoa até legal de se conviver.
— Quem é você e o que fez com o Pistoleiro que conheço? — Ri de leve novamente.
— O mundo dá voltas, minha amiga. — Ele riu junto.
— O Joker está plenamente destronado, uma carta fora do baralho, como você muito bem me informou. — Eu suspirei um pouco. — Mas, atualmente, você sabe quem está comandando? Quem é o novo rei do crime?
— Um ser estranho chamado Dimitri.
— Pelo menos o nome é bonito. — Eu ri. — Nossa conversa está muito boa, mas tenho outras coisas em mente para fazer esta noite.
— Está pensando em algum lugar específico?
— Eu soube de uma exposição maravilhosa de pedras preciosas, na galeria de arte das Indústrias Wayne — respondi com satisfação.
— Hum, está mexendo em um vespeiro. Da última vez que alguém invadiu um lugar da família Wayne, toda a polícia ficou atrás.
— Se for para retornar, tem que ser em grande estilo. — Eu virei minha face para frente, sorrindo. — Além do mais, quero ter a oportunidade de conhecer o tal morcego.
— Está querendo brincar com fogo? — perguntou ele.
— Eu nasci do fogo. — Olhei de relance para ele e segui em direção ao norte. — Além do mais, gatos possuem muitas vidas.

Minha meta estava traçada.

Assim que passei pelos homens que estavam fumando, eles mexeram um pouco comigo, me dando boas-vindas pela minha volta. Eu já tinha estudado toda a planta interna e externa do prédio, que, para minha surpresa, tinha uma arquitetura bem futurista. Para não perder o costume, entrei pela porta da frente e instantaneamente o alarme disparou. Claro que eu esperava por isso. Andei pelo saguão central até chegar às escadas que davam para o segundo andar, subi sinuosamente e caminhei em direção ao salão onde estava acontecendo a exposição.

Eu comecei a olhar pelas mesas de exposição. A cada pedra preciosa diferente, mais meus olhos brilhavam, me deixando confusa em decidir qual eu iria pegar primeiro. Parei por um momento na mesa em que vários tipos de esmeraldas estavam expostas, sibilei um pouco, olhando aquelas pedras diante de mim. Até que comecei a ouvir uma certa movimentação vinda atrás de mim, eram os seguranças do prédio, que tinham vindo do estacionamento por causa do alarme que tocava continuamente.

Eu me virei com um leve sorriso nos lábios. Havia dois seguranças, ambos apontando suas armas em minha direção.

— Parada aí, senhorita — disse o mais gordinho.
— Mas eu não estou andando — retruquei com ironia, erguendo minhas mãos para cima.
— O que a senhorita está fazendo aqui? — perguntou o outro mais alto.
— Estava apreciando a exposição — respondi, segurando o riso. — Está tão linda que não resisti à tentação.
— Senhorita, se afaste das pedras — disse o gordinho.
— Com prazer. — Eu sorri, abaixando minhas mãos e seguindo em direção a eles.

Assim que cheguei perto o bastante, levantei minhas mãos novamente com cautela, o policial mais alto guardou sua na arma no coldre e veio até mim. Assim que ele retirou um lenço de seu bolso para amarrar minhas mãos, eu dei um giro completo, pegando sua arma e lançando minha perna nele, o derrubando no chão. Assim, eu apontei para o segurança gordinho, dando um sorriso de canto malicioso.

— Eu te convido a largar isso e sair daqui. — Eu olhei bem no fundo dos seus olhos, dava para perceber que era um homem covarde. — Eu juro que não conto para ninguém.

Sem pensar duas vezes, ele largou sua arma no chão e saiu correndo. Eu joguei a arma que estava em minha mão longe e continuei rindo, voltando meu olhar para a mesa onde estavam as pérolas. Porém, como uma atração magnética, meu olhar seguiu até o grande diamante rosa, que estava exposto no centro do salão. Meu olhar estava atento àquela pedra magnífica, mas não significava que não estava atenta a tudo ao meu redor.

— Está atrasado, senhor morcego — disse, sentindo a presença dele.
— Você não deveria fazer o que está pensando — disse aquela voz grossa que fazia meu corpo se arrepiar.
— Então você é o homem que veio aqui me educar? — Mantive meu olhar em direção ao diamante. — Acho que está acostumado com criminosos desqualificados, mas eu não sou uma qualquer.
— Você é o quê? — Um homem apareceu diante de mim como um piscar de olhos. — Uma mulher atrás de uma máscara?
— Hum? — Eu ri debochadamente. — Olha só quem fala, senhor morcego. Não sou louca e imprudente como a Arlequina, você não vai atrapalhar meus planos.
— Quer apostar? — O tom da sua voz demonstrava ainda mais seriedade.
— Aquele diamante! — Eu apontei para a pedra. — No final desta noite, será meu.


"So shine bright, tonight, you and I
We're beautiful, like diamonds in the sky
Eye to eye, so alive
We're beautiful, like diamonds in the sky."

— Diamonds / Rihanna




Nunca tive dificuldades com meu sono, porém, me senti estranha ao acordar pela manhã, e não era pelos raios de sol que adentravam a janela, direcionados propositalmente ao meu rosto. Ao abrir de leve os olhos, uma sutil dor de cabeça foi se formando, acompanhada de latejos de dores nos músculos do meu corpo. Certamente, mais uma vez eu havia estranhado aquele colchão que me fazia sentir falta de casa. Ao me espreguiçar um pouco, levantei da cama, e a primeira coisa que pensei em fazer era tomar uma ducha quente, quem sabe assim meu corpo não voltaria ao eixo para me animar.

Um suspiro fraco e voltei meu olhar para a cama, apesar de ser nova e muito confortável, era um fato que eu não conseguiria dormir bem na primeira noite naquela casa. Após longos minutos no banheiro, entrei no closet e fiquei olhando para as prateleiras. Demorou um pouco para eu decidir o que vestiria, muitas opções e nenhuma ideia do meu cronograma para aquele dia. Voltei para o quarto ainda de roupão, pensativa em como seria minha vida agora como a senhora Wayne. Me aproximei da janela, estava um lindo sol de outono. Mesmo com as folhas caindo das árvores, a paisagem continuava linda no jardim da mansão, linda a ponto de Alfred servir um café da manhã ao ar livre.

Retornei ao closet e coloquei um vestido floral com tonalidades de amarelo, prendi meu cabelo e coloquei o colar que minha mãe havia me dado de presente. Saindo do quarto, segui em direção ao jardim. Alfred estava parado perto da mesa preparada, Bruce ainda não havia acordado, pelo que aparentava.

— Bom dia Alfred — disse, ao me sentar.
— Bom dia, senhora Wayne — disse ele, começando a me servir.
— Por favor, me chame somente de — disse a ele, dando um sorriso suave. — Não me acostumei ainda com este sobrenome. Wayne se tornou uma palavra muito forte na minha vida.
— Imagino. — Assentiu ele, despejando um pouco de suco em meu copo. — A senhora teve uma noite confortável?
— Um pouco, meu corpo estranhou a cama, mas logo vou me adaptar. — Eu suspirei um pouco. — Por acaso você sabe quando o Bruce retornou?
— Não, senhora. Eu já havia me recolhido pouco depois que ele saiu — respondeu ele, de uma forma estranha, como se estivesse pensando nas palavras para dizer.
— Bem, acho que terei que ver os jornais para saber. — Suspirei fraco.
— Tenho certeza de que o patrão Bruce não faria nada que pudesse manchar sua imagem, senhora — assegurou ele.
— Todos esperamos isso — disse, num tom de brincadeira, para deixar o clima mais leve.
— Esperam o quê? — perguntou Bruce, ao se aproximar de nós.
— Sua presença na mesa do café — disse, de imediato, cortando o assunto. — Bom dia.
— Bom dia — disse ele, se sentando. Estava de óculos escuros e bocejava um pouco.

Certamente, sua noite havia sido em claro, mas… na companhia de quem? Tentei não manter minha atenção nele, entretanto, quanto mais eu desviava meu olhar, mais eu queria analisar suas expressões faciais e corporais, desejando saber pelo menos um terço de seus pensamentos a respeito do nosso casamento. Se era ou não importante para ele, afinal, não era um matrimônio tradicional. Alfred o serviu de imediato, e logo Bruce pegou seu jornal, começando a folhear tranquilamente.

— Eu ouvi o som do seu carro ontem à noite — comecei minhas indagações, escolhendo bem as palavras. — Foi a algum lugar em especial?
— Não, só precisava respirar ar puro — respondeu ele, num tom sereno.
— Imagino. — Respirei fundo, voltando meu olhar para o copo de suco em minha frente. — As noites de outono são bem refrescantes.
— Aonde quer chegar? — perguntou ele, fechando o jornal e me olhando com mais seriedade.
— A lugar nenhum. — Desviei meu olhar para Alfred, que atendia uma ligação.
— Patrão Bruce, para o senhor — disse ele, entregando o telefone.
— Sim. — Bruce, ao atender, se levantou e afastou da mesa.

Certamente para que eu não ouvisse a conversa.

— De onde era? — perguntei ao Alfred.
— Das Indústrias Wayne — respondeu ele.
— Algum problema? — indaguei.
— Me parece que alguma coisa aconteceu na galeria de arte da empresa.
— Hum. — Voltei meu olhar para Bruce.

Até então eu não tinha percebido nada de diferente nele, porém, pouco embaixo do seu queixo tinha dois riscos, como se tivesse sido arranhado por algo, ou alguém.

— Alfred, peça para preparar meu carro. Após o café, irei à empresa.
— Sim, patrão Bruce. — Alfred se afastou de nós.
— Você se machucou? — perguntei a ele.
— O quê? — Ele olhou para mim, demonstrando surpresa pela pergunta.
— Você se machucou? — repeti a pergunta.
— Bem. — Ele elevou a mão até o arranhado. — Ah, isso foi com a lâmina de barbear, nada demais.
— Hum. — Eu não estava convencida com aquela explicação falsa.

Aquele machucado tinha mesmo características de um arranhão feito com garras. Traduzindo, certamente era de unhas femininas. Mesmo não querendo, aceitei sua explicação, ele já teria muitos problemas na empresa para ter que se preocupar com sua esposa talvez ciumenta. Ele terminou de tomar seu café tranquilamente. Antes de se retirar, me deu um beijo suave no alto da minha testa.

Eu não sabia definir o porquê ele tinha feito aquilo, talvez para que eu não pensasse em besteiras como traição, ou somente porque, de alguma forma, ele queria se aproximar de mim. Bruce não queria forçar nenhum tipo de vínculo entre nós, apesar do nosso casamento ter sido meio forçado diante do acordo de nossos pais no passado. O fato é que ele era muito cavalheiro para me obrigar a ter algo com ele. O que fazia acreditar que nossa noite de núpcias certamente seria a primeira e talvez a última vez que seria tocada por meu marido, e, bem, minha única função agora seria manter as aparências.

Assim que Alfred retornou, eu pedi para que preparasse outro carro para mim, eu queria saber de perto o que tinha acontecido na noite anterior. Dirigi em direção à galeria. Assim que cheguei, tinha faixas de isolamento e alguns policiais e peritos ainda examinando a área. Para minha surpresa, Bruce ainda não havia chegado.

— Senhora Wayne — disse o comissário Gordon, ao se aproximar.
— Bom dia, comissário — o cumprimentei, dando um sorriso. — Como está sua esposa?
— Muito bem, obrigado. — Ele deu um suspiro, parecendo estar preocupado. — A senhora veio para ver o que aconteceu?
— Talvez. Bem, Bruce recebeu uma ligação mais cedo, senti que precisava entender também o que houve — expliquei a ele minha presença ali.
— Hum. — Assentiu ele, com a face.
? — disse uma voz atrás de mim, que, de forma inesperada, fez meu corpo arrepiar.

Era ele, meu marido.

— Bruce. — Olhei para trás.
— O que está fazendo aqui? — perguntou ele, seu habitual tom sério.
— Basicamente o mesmo que você — respondi enigmaticamente. — Pensei que já estivesse aqui.
— Passei na empresa primeiro. — Ele desviou seu olhar para o senhor Gordon. — Bom dia, comissário.
— Bom dia, senhor Wayne. — O comissário respirou fundo. — Já que ambos estão aqui, gostaria que vissem uma coisa.

O comissário Gordon nos levou até a sala dos seguranças e nos fez assistir a fita de vídeo das câmeras de vigilância. Algo inacreditável. Uma mulher, com trajes de couro e com uma máscara preta cobrindo parte de seu rosto, entrando na galeria e seguindo em direção ao segundo andar.

— Ela age como se o alarme não fosse o problema — sussurrei de leve, tentando disfarçar minha admiração pela ousadia.
— É assim que ela trabalha, senhora Wayne. Uma boa forma de confundir seus rivais e a própria polícia — explicou o comissário Gordon. — Nas ruas, a chamam de Mulher Gato, também conhecida como Selina Kyle.
— Impressionante — disse, ao ver ela pegando a arma do policial. — Ela é bem rápida.
— O mais impressionante está por vir — garantiu o comissário.
— O que tem a mais? — perguntou Bruce.
— Isso! — Assim que o comissário apontou para a tela, o Batman apareceu no vídeo.

Foi como um piscar de olhos. Eles estavam conversando e começaram a lutar de forma harmoniosa, como se estivessem seguindo o ritmo de uma dança clássica. A forma com que a tal mulher gato conseguia se desviar com agilidade, usando a força do homem morcego contra ele mesmo, era impressionante e difícil de descrever. De alguma forma, lá no fundo, aquela mulher me lembrou alguém do meu passado, uma velha amiga a qual não via há muito tempo.

— No final, parece que ela conseguiu levar o que queria — comentei, assim que o comissário pausou o vídeo.
— Sim. — Assentiu ele. — Não é à toa que ela se compara a um felino. Os gatos tendem a ser assim, flexíveis, precisos e astutos.
— Mas e esse Batman? Ele vai atrás dela? — perguntei.
— Quem sabe — disse Bruce, desinteressado.
— Certamente, sim. Ele está sempre nos ajudando contra o crime em Gotham City. — Assentiu o comissário.
— Se ele fosse mesmo útil, teria conseguido prender essa ladra — reclamou Bruce, parecendo desdenhar do trabalho dos outros. — Eu tenho outros assuntos para me preocupar. Comissário, se souber de mais alguma coisa, pode se reportar ao senhor Fox.
— Como quiser, senhor Wayne. — Assentiu o comissário, se afastando de nós.
— Não precisava ter falado daquela forma. Eu não acho que o Batman seja uma pessoa inútil. Pelo que leio nos jornais, ele tem ajudado muito a polícia.
— Os jornais podem ser sensacionalistas às vezes — retrucou ele.
— Sendo ou não, você não deixa de ler todos os dias — retruquei.

Por alguns instantes, ele pareceu estar sem argumentos.

— Não importa. — Ele suspirou um pouco. — Te aconselho a voltar para casa, as ruas de Gotham não são tão seguras assim.
— Fala isso por ler nos jornais sensacionalistas? — o perguntei ironicamente.
— Falo isso por ver pessoalmente — respondeu ele, com segurança.

Não sei por que, mas me lembrei de seus pais no mesmo momento. Talvez ele realmente estivesse preocupado comigo.

— Te vejo à noite? — perguntei.
— Provavelmente. — Assentiu ele.

Eu respirei fundo e me afastei dele, seguindo para a saída do prédio. Enquanto não pensasse em alguma atividade para preencher meu dia de uma forma produtiva, já havia entendido que a mansão Wayne seria meu local de exploração. Não que eu fosse uma garota mimada que adora reformas desnecessárias por não gostar da cor das cortinas, ou do mogno da sala de jantar. Eu tinha um diploma na gaveta e um pequeno sonho que deixei em off, devido ao anúncio do casamento. Contudo, mal havia completado quinze dias de casada e já estava pensando em uma profissão além da senhora Wayne. — Senhora Wayne — disse Alfred, ao me ver retornar, um olhar surpreso. — Alfred, já combinamos de deixar o senhora de lado — pedi a ele, num tom singelo, com um sorriso. — Estarei na biblioteca até o jantar, preciso ocupar minha mente com um pouco de leitura. Quem sabe os romances de Jane Austen me dessem algum tipo de inspiração… ---

Selina Kyle



Lá estava eu, apreciando meu diamante mais uma vez antes de vendê-lo para o novo rei do crime, esperando por sua presença, sentada na janela de seu escritório, sentindo a lua tocar minha pele. Em instantes, lancei meu olhar para a porta assim que a maçaneta se mexeu. Ao abrir, um homem loiro e alto entrou. Analisei um pouco seu terno de marca, tinha uma postura chamativa que me lembrava mafiosos da Itália.

— Boa noite, majestade — disse, cruzando minhas pernas. — Estava ansiosa para conhecê-lo.
— O sentimento é mútuo — disse ele, dando alguns passos para dentro do escritório. — Presumo que seja a Mulher Gato de que todos falam.
— Deixemos de formalidades, pode me chamar de Selina. — Eu o olhei tranquilamente, levantando o diamante em minha mão. — Soube que estava ansiando por isso.
— O diamante de Gotham — disse ele, focando seu olhar na pedra. — Quando soube que tinham roubado e que era você, confesso que fiquei com certa inveja por não trabalhar para mim.
— Digamos que eu sou autônoma. Tenho uma queda pelo mercado de empreendedorismo. — Eu ri um pouco. — E gatos não são domesticados.
— Ouvi sobre isso também — concordou ele.
— Mas podemos negociar. — Me afastei da janela, dando alguns passos até ele. — O que acha?
— Quanto você quer por ele?
— Quanto você acha que vale? — retruquei.

Dimitri caminhou até um dos quadros que estava pendurado na parede. Retirando, tinha um cofre atrás. Após digitar rapidamente a senha, retirou de dentro uma maleta prateada. Ele se virou para mim e abriu a maleta, mostrando a quantidade de dinheiro dentro. Eu arqueei a sobrancelha direita, olhando todas aquelas notas.

— O que me diz? — perguntou ele. — Temos um acordo?
— Claro — disse, esticando o diamante.
— Muito bem. — Ele fechou a maleta e esticou para mim.

Fizemos a troca juntos, ele tinha o que queria e eu tinha o que no momento precisava, uma troca justa. E… se eu mudasse de ideia, seria fácil pegar o diamante de volta, afinal, tinha decorado sua senha.

— Ficará por mais tempo em Gotham desta vez? — perguntou ele.
— Talvez sim, talvez não. — Nem eu mesma tinha esta certeza.
— E como poderei vê-la novamente? — insistiu ele.

Quanto interesse por mim.

— Não vai. — Dei alguns passos até a janela. — A menos que eu queria.

Subi na janela e pulei no beiral do prédio ao lado. Movi meu corpo até alcançar a escada externa e subi até o telhado. Comecei a andar livremente pelos telhados dos prédios, até que parei em um, me posicionando em um canto escuro. Fiquei observando dois homens que acusavam uma mulher em um beco qualquer. Aquilo parecia um pouco estranho para mim, algo estava me incomodando, como se não fosse exatamente uma cena real. Em instantes, uma sombra passou diante dos meus olhos. Quando olhei novamente, lá estava o homem morcego sendo o herói da noite. De repente, mais oito homens saíram de trás das lixeiras, com tacos de basebol em suas mãos.

— Como eu previ, uma armadilha — sussurrei, para mim mesma. — Veremos como você se sai nesta luta — sibilei um pouco. — Apesar de estar meio em desvantagem, vai ser interessante ver isso.

Fiquei atenta aos movimentos do morcego. Ele era, sim, muito forte e ágil, uma decepção para mim, que na noite anterior consegui escapar dele com facilidade, talvez por eu ser uma mulher e ele só querer me imobilizar. Mas era impressionante vê-lo em ação, e, por mais que estivesse em desvantagem, não significava muito.

De certa forma, comecei até a ter pena daqueles homens, que apanhavam incansavelmente, até que começaram a ficar caídos no chão. Assim que Batman terminou, a mulher que estava sendo coagida correu para ele, agradecendo, entretanto, aquilo era o que eu já esperava, a parte vital da armadilha para pegar o morcego. A mulher o abraçou e, em um movimento rápido, injetou algo em seu pescoço.

— Eu sabia que você estava envolvida. — Ri baixo, vendo o morcego começar a cambalear um pouco.

Os homens começaram a se levantar, mesmo com o corpo dolorido por terem apanhado, e, pegando seus tacos, começaram a bater no Batman. Eu fiquei olhando aquela cena por alguns minutos, decidindo se iria ou não participar daquela pequena festa. Senti até mesmo meus olhos brilharem, em uma vontade grande de interferir.

— Olá, rapazes — disse, após pular do prédio, caindo em cima de uma das lixeiras. — Dando uma festinha sem me convidar?
— Selina — disse um dos homens. — Isso não é problema seu, volte para o lugar de onde veio.
— Ah… Eu não gosto quando me dizem o que eu deveria fazer. — Desci da lixeira e dei alguns passos até ele, fazendo uma cara de choro. — Gatos não são domesticados…

Assim que me aproximei, a mulher veio em minha direção com outra seringa em suas mãos. Eu larguei minha maleta no chão e dei um giro curto, pegando no braço dela, e, movendo seu corpo para trás, cravei minhas unhas em sua jugular. Forcei seus braços para frente até encostar a agulha no pescoço dela, retirei minhas unhas da sua jugular e peguei na agulha, fincando no seu pescoço e empurrando o líquido.

Os homens, ao verem que eu fiz aquilo, em poucos segundos, vieram todos para o meu lado. Eu já tinha enfrentado gangues maiores, com eles não seria diferente. Sempre que me desviava de um, usava o outro para atingir seu próprio companheiro. Agilidade, rapidez e instinto. Usar a força do meu inimigo contra ele mesmo era uma das minhas habilidades.

No final, todos estavam devidamente estirados no chão, com as marcas das minhas garras em seus corpos. Eu suspirei um pouco, sentindo uma mudança no tempo. Logo um forte barulho veio do céu e a primeira gota caiu em meu rosto. Gatos não gostavam de chuva. Dei alguns passos até minha maleta e peguei. Ao olhar para o lado, vi ironicamente um guarda-chuva encostado na porta.

Sem cerimônias, peguei o guarda-chuva e abri. Por um instante, pensei em sair logo dali, mas não podia perder a oportunidade.

— Ora, ora — disse, ao me aproximar do Batman e virar seu corpo com o meu pé. — Me parece que você não é muito popular por aqui.
— Hum. — Mesmo após injetarem algo nele, apanhar dos homens e com a face toda ensanguentada, ele ainda estava meio consciente. — Você.
— Sim, eu. — Abaixei, o olhando. Logo seu rosto também foi coberto por meu guarda-chuva. — Acho que me deve um agradecimento.

Sorri de canto.

Naquele momento, estava curiosa para saber quem ele era, seria uma oportunidade única para isso.


"Quando o sol brilhar, brilharemos juntos,
Te disse que estaria aqui para sempre,
Disse que sempre seria sua amiga,
E o que eu jurei eu vou cumprir até o fim.
[...]
Você pode ficar sob meu guarda-chuva."

— Umbrella / (feat. Jay-Z) Rihanna



Continua...


Nota da autora: Sem nota.

🪐


Nota da Beth Saturno: Que capítulo foi esse? Amei a Selina salvando o Batman. Já quero mais!

Se você encontrou algum erro de revisão ou codificação, entre em contato por aqui.
Para saber quando essa fanfic vai atualizar, acompanhe aqui.