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Codificada por: Cleópatra

Finalizada em: 27/08/2024

Los Angeles, California

— Para! — a garota de cabelos escuros disse firmemente, com as sobrancelhas quase grudadas e a testa franzida. — Eu não gosto desse apelido!
— Mas é meu jeito favorito de te chamar, ! é só você e mais ninguém.
Ela sentiu seu coração bater mais forte, mas era por pura raiva. Ele também, no entanto, significava sentimentos pela melhor amiga que nunca poderiam vir a tona.

🎸🎸

11 de junho, 2023

A sensação que ela tinha era como se fizesse parte da banda e fosse participar efetivamente do show de logo mais. sentia o seu coração na boca, a mente a mil e zero vontade de comer alguma coisa, e com o estomago embrulhado. Terminava de arrumar as roupas nas araras do camarim e gostou do que havia feito.

Pegou as placas nas quais havia escrito os nomes de cada um dos membros da The Driver Era e colocou sobre suas respectivas roupas, tendo em vista que os meninos teriam algumas trocas durante o show e aquelas roupas eram todas responsabilidades dela. Mordeu o lábio inferior, dando um passo pra trás e viu o resultado.

— Perfeito! — sussurrou quase pra si, mas ver tudo pronto fez com que seu coração desse uma batida mais forte.

A família de e os Lynch eram amigos desde antes dela nascer, assim que nasceu, já na maternidade, foi colocada no mesmo moisés que Ross Lynch, e bem ali, quando seus pequenos braços se tocaram, as suas mães sabiam que a amizade de ambos seria para sempre. E foi o que aconteceu.

A pequena cresceu sendo uma menina tímida, de poucas palavras e ligada em moda. Amava acompanhar desfiles, comprar tecidos aleatórios e fazer combinações que só faziam sentido na sua cabeça. Após a conclusão da faculdade, abriu seu ateliê no centro da cidade de Los Angeles, não era algo que lhe dava rios de dinheiro, no entanto a fazia muito feliz.

Ross ficou famoso muito jovem por conta de Austin & Ally, um show da Disney para crianças e adolescentes, e ela o acompanhava na maioria das gravações. Gostava de estar perto deles, mas principalmente perto dele.

Foi pra sair do camarim; — onde achava estar sozinha — seu corpo foi de encontro com o de Ross, fazendo com que ela se assustasse e levasse as mãos na boca a fim de conter o grito.

— Porra! — lhe deu um tapa nada dolorido. — Parece um filme de terror. — arrancou uma risada gostosa dele.

— Sozinha? — ele indagou ao olhá-la e deu uma espiada por cima do ombro da mulher.

— Sim. E não! — entrou no campo de visão dele. — Você não pode ver. Esse figurino é surpresa.

Notou como os braços dele estavam a mostra por conta da regata branca e conteve um suspiro baixo, riu e o olhou, mas colocou as mãos a fim de virá-lo e sentiu a pele do amigo quente.

— Por que surpresa? — enquanto era empurrado até a porta do local, o loiro franziu o cenho e a olhou.

— Você vai entender depois. Vai compensar.

Colocou uma mecha do próprio cabelo atrás da orelha ao abrir na porta, riu com Ross parado no batente e ele a fitou. No instante em que a garota entendeu o que era gostar de alguém e como esse sentimento acontecia, sabia que vivia o clichê dos filmes românticos: era apaixonada pelo seu melhor amigo.

No entanto, jamais poderia falar. Ross era ator. Tinha uma banda. E recentemente terminara um relacionamento de anos com outra atriz, e ela sabia que ele havia sofrido com esse término, tanto que muitas músicas da banda escrita enquanto estavam juntos.

— Nos vemos depois? — Ross indagou sorrindo.

— Nos vemos depois. — respondeu à pergunta dele e correspondeu ao sorriso, seu coração novamente deu uma batida mais forte, amava o sorriso dele, desde sempre.

Logo que ele sumiu do seu campo de visão, tombou a cabeça pra trás e deu um suspiro pesado, pegou a chave que estava no bolso da sua calça jeans e trancou aquela porta para que ninguém entrasse ali antes do show.

Ross caminhou em passos lentos até o camarim da banda, no entanto, se pegou olhando pra trás algumas vezes, como senão quisesse ter se afastado de . Era acostumado com ela em sua vida, tão acostumado que depois de terminar com Jaz Sinclair percebeu como seu coração pulsava diferente nos momentos em que estava com a sua melhor amiga.

A risada dela fazia com que ele risse, ele fazia questão de fazer com que as segundas-feiras de fossem incríveis, pois ela odiava segundas-feiras. Todas as sextas, quando não tinha ensaio com a banda faziam uma sessão de filmes de terror antigos, e acabavam gargalhando juntos em partes que julgavam ser meio bobas, comparadas a atualidade. Gostava de cozinhar pra ela, principalmente brownies de Nutella. E principalmente chamá-la de , que era um apelido que ele usava frequentemente na infância para irritá-la, e hoje em dia para deixá-la ainda mais brava, afinal, ela ficava linda.

— Yo! — Rocky falou assim que o irmão abriu a porta.

Eles não eram muito exigentes quando se tratava de um camarim, mas aquele do Teatro Greek possuía um bom tamanho. Havia sofás espalhados, uma mesa de sinuca, ao lado esquerdo portas que davam para quartos individuais, além de mesas com comidas que haviam pedido, já que sentiam muita fome antes, durante e depois dos shows. Uma TV posta na parede passava um filme qualquer.

— Oi, filho. O que foi? — Stormie olhou para Ross.

— Preciso me trocar. Não preciso? — Fez um bico infantil e se aproximou da mãe, curvando-se e se deitando no colo dela. Imediatamente sentiu a mão da mais velha em seus fios.

— Você tá ótimo. O que houve? Conta pra mim.

— Certeza que ele tá desse jeito por causa da ! — Rocky, que anteriormente estava sentado no chão, se colocou em pé.

Dava para ouvir o barulho lá fora, a plateia chegava, e sabiam que iria encher, afinal gravariam um DVD muito especial naquela noite. Ryland entrou pela porta com um copo nas mãos e a deixou entreaberta.

— Ei putos. Ross, que merda é essa?

O loiro levantou o cabeça, olhando para o irmão e franziu o cenho.

— Ross tá triste pela ! — Rocky riu.

— Ela ainda tá ficando com aquele babaca? — Ryland bebeu um pouco da cerveja e ainda os olhava.

— Ele ainda não contou o que sente. — o guitarrista voltou a falar.

As sobrancelhas do mais novo se juntaram e logo depois ele abriu a boca, mas negou a cabeça.

— Não acredito que você ainda não disse o que sente. Faz o que, meses? Porra! Larga de ser bundão. Diz pra ! — aumentou um pouco o tom de voz.

— Diz pra o que? — a garota brotou na porta entreaberta e riu ao ouvir seu nome ser mencionado por um dos Lynch.

Ross se levantou em um pulo e ficou sentado no sofá, trocou olhares com Rocky, que se virou, cumprimentando com um aceno rápido e foi em direção a um dos quartos, ele fez o mesmo após avisar que iria finalmente trocar de roupa, pois o momento do começo do show estava chegando.

— Oi, querida. Ainda não tinha te visto! Cadê os seus pais? — Stormie se aproximou da morena, a abraçando carinhosamente.

— Oi, tia. Estão vindo! — a garota sorriu e se sentiu bem com o toque carinhoso em seu rosto, mexendo em seus fios. — Ansiosa? Tudo vai ser tão incrível.

— Muito. Tenho certeza de que o que você preparou também vai estar.

Concordou com a cabeça e no mesmo instante ouviu batidas na porta, se virou e viu um rapaz da coordenação do espetáculo ali, com uma credencial no pescoço e um fone de ouvido, além de prancheta em mãos.

— Meninos? Vocês entram em 10 minutos! — declarou.

Imediatamente sentiu o seu coração bater mais rápido, mordeu o lábio inferior e viu Riker entrar, logo depois com Savannah que correu até ela, a abraçando.

— Mulher, achei que você não fosse aparecer. — Riu depois de beijá-la na bochecha.

— Estarei performando hoje, ! — a morena piscou fazendo com que ela risse.

— Dança, né?

— E você deveria dançar com o Ross e não deixar aquela loira pegar o seu homem. — a cutucou com o cotovelo. Instantaneamente as bochechas de esquentaram e ela sabia que era visível, pois Savannah deu uma gargalhada gostosa.

Recebeu uma mensagem dos seus pais, pedindo que os encontrasse na entrada do local e foi andando em passos ligeiros, depois de avisar os Lynch. Assim que o fez, os trouxe para o camarim, no entanto a banda já estava saindo e indo para o palco.

! — Ryland se aproximou com o celular nas mãos. — Pode gravar algo para o Instagram da banda? Preciso resolver um problema rapidinho.

— Claro. — Sorriu abertamente e pegou o aparelho das mãos dele. Abriu a rede social começando uma live, não demorou nada para que os números no canto superior aumentassem e comentários pipocassem na tela.

Manteve-se ao lado de Rocky, que já estava com a sua guitarra apoiada no corpo e olhou para Ross do outro lado que usava uma camisa em tons de vermelho e brilhos, sorriu com isso, vendo que ele ficava bonito de qualquer jeito. Percebeu ele levantar o rosto e olhá-la, compartilharam um sorriso por longos segundos e logo desviou o olhar, sentindo a mão que segurava o celular levemente tremula. Viu David, o baterista, se aproximar.

— Tá todo mundo pronto? — ele perguntou esticando a mão no meio do grupo, como sempre faziam.

O barulho lá fora agora estava mais alto do que nunca, era muita gritaria e sentia-se da mesma forma que as fãs, talvez até um pouco mais ansiosa por estar presenciando tudo de tão perto. Viu os meninos colocarem as mãos no meio, gritarem alguma coisa e foi para acompanhá-los até a entrada do palco.

Sentindo o rosto quente de nervosismo e o corpo tremendo pela animação que antecedia o show, desligou a live e fez um bico ao ver alguns comentários de fãs dizendo que gostariam de estar ali, mas pensou no conteúdo que filmavam, valeria a pena esperar.

No minuto em que a primeira música começou, o barulho de gritos foi ensurdecedor e um sorriso brotou nos lábios de . Ela possuía um orgulho gigantesco de todos, havia crescido com eles, então acompanhou todo o desenvolvimento da banda. Deu uma olhada entre as cortinas e olhou adiante, viu como a plateia pulava em frente ao palco.
— “A little more, little more, little more, little. I want it all, want it all, want it all, want it
Cantarolou o começo de Feel You Now, sentindo seu corpo responder a letra da música, o arrepio percorreu sua espinha, a forma como sentia dentro do seu coração, em como sua pele respondia. Focou em Ross, que apontava para o público, a gritaria retornou aos seus ouvidos, ela notou como ele movia o quadril.

Não. Era seu melhor amigo. Seu melhor amigo de infância. E ele era famoso.

— “Close your eyes and surrender to me

Quando estava cantando Ross não tinha um foco, ele apenas fazia o que havia nascido pra fazer, cantar as suas músicas, tocar, entreter as pessoas, fazer com que elas se divirtam, ser feliz. Ele não focava em uma pessoa no público, era impossível.

Mas sua mente fixou em . O som da risada dela ecoou em seus ouvidos, não sabendo como, na hora que movia o braço em direção as cordas da sua guitarra, com a boca no microfone, gritando aquela letra para aquelas pessoas.

— “I like that I can feel you now” — cantou ao fechar os olhos.

Momentos dos dois juntos brotaram em sua mente, como se fosse um filme. Lembrou-se da primeira vez que correram juntos atrás de um caminhão de sorvete e ela acabou caindo e ralando o joelho, de como a melhor amiga gostava de pipoca extremamente apimentada, em como ela gostava de dormir virada para a parede, constatou isso nas inúmeras vezes em que dormiu na casa dela.

A música acabou alguns minutos depois e Ross sentia o seu corpo pulsar de uma forma que não havia sentido antes, nem com o seu último relacionamento. Estava elétrico e parecia que poderia fazer qualquer coisa, se aproximou de onde a bateria estava e pegou um copo com água, bebendo vários goles.

— Oi. — Se aproximou do microfone e sorriu, ouviu gritos e pigarreou. — Hoje é uma noite muito especial, de acontecimentos marcantes, espero que vocês aproveitem o tanto quanto vamos aproveitar. Por favor, hoje é a melhor noite das nossas vidas.

O show prosseguiu com músicas que ela não conseguia ficar parada ou não cantar, conhecia todas as letras de olhos fechados, e foi o que fez. Ficou daquela forma, apenas aproveitando a melodia e como seu coração seguia o ritmo com toda aquela energia.

— Vamos entrar na próxima música. — Ouviu uma voz atrás de si, era do produtor. Viu Savannah, com a loira que ela havia dito ao seu lado, a morena sorriu pra ela, no entanto não gostou da loira. Lembrou do que Savannah havia lhe dito no camarim: “E você deveria dançar com o Ross e não deixar aquela loira pegar o seu homem”, pressionou os lábios, segurando uma risada.

— Deveria ser você aqui. — Savannah passou por ela e falou próximo ao seu ouvido, fazendo que ela sorrisse.

Observou as duas entrarem no palco, mais luzes, mais gritaria e a forma como Riker olhou Savannah fez com que ela mordesse o próprio lábio, eles eram um lindo casal. Todavia, a sua atenção foi para Ross e a loira, uma música começou a tocar, cantada por Rocky, e ambos os casais iniciaram a dança.

A forma como Ross segurou na cintura dela a incomodou bastante, engoliu seco, sentindo seu próprio corpo se arrepiar e fez uma careta com isso. A proximidade dos seus corpos era nítida, a loira mantinha um dos braços por cima dos ombros de Ross e movia o corpo sensualmente, enquanto ele a acompanhava, movimentando o seu também, fazendo com que os dois tivessem uma sincronia perfeita.

O coração de batia forte, sua boca estava seca e o incomodo continuava lá. Em determinado momento, sentiu seus batimentos cardíacos quase doerem e perdeu um pouco o ar que respirava, a gritaria não parava, e ela torceu para que aquele momento passasse ligeiramente.

— Que merda! — murmurou baixo consigo mesma.

Queria pegar algo pra beber, mas paralelamente queria ficar ali até o fim. Mudou seu foco, olhou para Savannah e Riker que pareciam se divertir imensamente pelo que faziam e sorriu com isso.

Agradeceu mentalmente quando a dança acabou, pensou se as fãs dele haviam gostado disso, não que elas devessem aprovar qualquer coisa que ele fizesse, mas ela se sentia da mesma forma?

! — o rapaz da produção voltou a se aproximar e ela se virou para olhá-lo. — A roupa do terceiro ato está próxima? Vamos ter apenas 6 minutos para os meninos se trocarem!

— Vou buscar as araras e deixá-las no camarim, pode deixar. — Sorriu em resposta.

Deu as costas para sair dali ligeiramente, pois não queria ver Ross sair com a loira, foi caminhando pelos corredores e logo chegou ao cômodo onde estavam as araras, destrancou com a chave e sorriu assim que as viu.

Ela mesma havia desenhado e costurado. Todas.

Conforme voltava até o camarim sua mente lhe pregava peças fazendo com que ela lembrasse da loira com Ross, balançou a cabeça e fez uma careta, sem demora deixou a arara no canto, próxima a um dos sofás para que os meninos vissem quando chegassem e fosse mais rápido e prático, uma vez que o tempo para troca era escasso.

— Agora eu espero aqui...

Aproveitou que estava sozinha e foi até o frigobar, pegando uma garrafinha de água e abrindo com certa ansiedade, bebeu alguns goles e fez uma careta com a temperatura do líquido. Decidiu voltar para onde estava e acompanhar o restante da primeira parte do show.

A última música antes da primeira parada foi tocada de forma acústica, era um dos jeitos que ele mais gostava de cantar, só ele e o violão. O público enlouqueceu com o fim, viu como havia vários celulares em mãos, como os fãs da primeira fileira se encontravam em êxtase, essa era uma das suas melhores recompensas.

— Sabe, você deveria levar as suas falas mais a sério. — Ouviu Rocky ao seu lado assim que se aproximou e pegou novamente o copo com água.

— Sobre? — o olhou.

Mas seu olhar caiu em Riker, que saia em direção ao camarim, teriam que trocar de roupa. Viu o irmão mais velho acenar, ainda sim olhou para Rocky, confuso.

— Fala. Com. Ela.

Bebeu o líquido novamente e sentiu a sua garganta doer e uma sensação de apavoro tomar conta do seu corpo, saiu ao lado do irmão em direção ao camarim, vendo que o rapaz da produção acenava para eles.

— No mínimo 6 minutos e no máximo 10, tá bom? Sejam rápidos. É só trocar de roupa.

— Certo!

Jogou o copo por fora em um lixo que passaram, ao entrarem no camarim, viu que Riker se trocava com a ajuda de Savannah e ajudava David com a camisa social.

— Ah, chegaram! — instantaneamente um sorriso brotou nos lábios dela.

O cantor viu a amiga se aproximar sorridente e não conseguiu tirar os olhos dela, era como se estivessem apenas os dois naquele momento. Concordou com a cabeça a respeito do que ela havia dito e ouviu uma risada sair entre os lábios de Rocky.

— Esse é o meu? — pegou a roupa no cabide. — Obrigado.

Rocky entrou em um dos quartos, Riker e Savannah saíram, pois o guitarrista disse que precisava fazer xixi e do outro lado do camarim David estava entretido em seu celular.

— Sim. Esse é o seu! — alcançou a roupa e entregou nas mãos dele.

— Você pode, huh, vem cá.

Se aproximou de uma das portas, a abrindo e viu que o quarto estava vazio, deixou que entrasse primeiro e fechou os dois lá dentro, os trancando.

— Tá tudo bem? Você odiou, você odiou, certo? É horrível? Meu Deus, tá feio? Pequeno?

Suas perguntas eram desesperadas fazendo com que o loiro risse e negasse com a cabeça.

— Se acalma. A roupa é perfeita, ! Eu queria...

Viu que por sorte a sua mochila estava por ali, se aproximou, pegando um desodorante e pensou como falaria o que gostaria de falar. E se a amizade deles acabasse? E se ficasse estranha? Talvez ele não devesse falar nada.

Começou a tirar a própria roupa. Quantas vezes já havia ficado apenas de cueca na frente dela? Várias. Incontáveis, no entanto aquele momento parecia tão diferente que hesitou um pouco e a olhou.

Percebeu que ela o olhava.

Por um instante fitou os lábios da garota, sua boca estava entreaberta, e os lábios levemente vermelhos, será que ela tinha os mordido? Essa imagem passou pela mente de Ross e ele sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Notou como que naquele momento ele a desejava.

— Mac & Cheese...

Colocou a roupa de qualquer jeito, mal ajeitando a gravata que era parte do figurino de gala, engoliu seco, tentando disfarçar o nervosismo que sentia e a forma descompassada que seu coração batia. Todavia ele não aguentava mais resistir.

Fala. Com. Ela

A voz de Rocky ecoou em seu ouvido.

Notou a expressão confusa no rosto da amiga e ela ficava linda assim, suas sobrancelhas se juntavam e um buraquinho se formava em sua testa, ele quis sorrir, mas se controlou. E em passos rápidos se aproximou dela, determinado em fazer o que o seu coração pedia há tempos.

Diminuiu a distância dos seus corpos e dos seus lábios, pois fez com que os seus tocassem os dela no mesmo instante. Nunca havia se sentido tão nervoso por beijar alguém. Manteve as mãos no rosto da garota, a acariciando com as pontas dos dedos e sentiu uma das mãos dela em sua nuca, entrelaçando em seus cabelos.

Moveu as mãos, descendo pelo corpo de e ao mesmo tempo, entreabriu a boca, permitindo que suas línguas se encontrassem e isso fez com que um arrepio percorresse o corpo dele. Ela sentia-se entregue, era como se estivesse nas nuvens, de olhos fechados e deixava que ele a guiasse.

O beijo tornou-se mais rápido, seus movimentos se intensificaram e a vontade que os dois tinham um do outro fazia com que eles quisessem suprir o tempo. Ross a mordeu no lábio inferior, fazendo com que a garota soltasse uma arfada baixa e puxou os fios loiros do cantor, respondendo as caricias.

Mesmo de olhos fechados, desceu as suas mãos até a roupa que havia feito, ela conhecia os detalhes como ninguém. Desabotoou ansiosamente os botões, sentindo o seu coração errar as batidas, e passou as mãos pelo peitoral do amigo. Isso fez com que seu corpo se esquentasse ainda mais, e assim, entrelaçou os braços no pescoço dele, o abraçando pra si, e ainda movimentando a sua cabeça, não querendo partir o beijo.

Lynch aproveitou a proximidade dos seus corpos tão logo que sentiu as mãos da garota em seu corpo e a direcionou até a parede mais próxima, mesmo cegamente. No instante em que encontrou, partiu o beijo e desceu os seus lábios ao pescoço de , gemido baixo saiu da boca da mulher e aquilo fez com que ele sorrisse.

Mais. Pensou.

A pele dela era tão convidativa, ele queria ter mais tempo. Gostaria de estar em um local melhor para que os dois pudessem aproveitar, porém precisava saciar os seus desejos e sabia que ela se sentia da mesma forma, afinal, a pele dela se encontrava arrepiada igual a dele.

Afastou os lábios do corpo da garota e aproximou seu rosto do dela, riu fraco, sentindo como seu corpo estava quente e arrepiado e passou a língua pelo lábio inferior dela, notou a mão dela grudar em seu braço e apertá-lo com as unhas.

— Ei! Já terminou? — ouviu uma batida na porta e a voz de Rocky.

— Estou começando. Vai sem mim! — Ross respondeu.

quis rir ao abrir os olhos, mas se segurou. Passou a língua pelos lábios e o gosto diferente fez com que o calor crescesse em suas coxas. Viu o loiro na sua frente sorrir, correspondeu enquanto mordia seu lábio inferior e ouviu uma risada sair dos lábios dele.

— Caralho! É tão bom te ver mordendo o lábio inferior.

Fitou seus olhos, sem conseguir desviar por nenhum segundo. Riu dele, mas seu corpo pedia pelo dele. Sentia a excitação percorrendo os seus músculos e a deixando quente, com certeza estava com as bochechas coradas e o lábio inchado.

Ross se aproximou mais, deixando seus corpos mais grudados e ofegou com a aproximação. Seus seios pareciam sensíveis tamanha era a excitação que sentia, pegou em uma das mãos dele, querendo senti-lo e trouxe até um dos seus seios.

A mão quente fechou por toda a extensão, mesmo por cima da camiseta que usava, no momento, ela quis se livrar daquela peça e foi o que fez. A tirou, ficando de sutiã e notou a forma como os olhos dele brilharam e não teve tempo de rir, pois o cantor tomou seus lábios ao mesmo tempo que suas mãos abriam o feixe da peça na parte de trás.

Um gemido mais alto saiu entre os seus lábios ao sentir a boca dele com a língua envolta do seu mamilo enrijecido, desesperadamente procurou por algo e uma das suas mãos encontrou os fios do loiro, os entrelaçando em seus dedos e mordendo o lábio inferior tão forte que achou que fosse machucar.

Ele quis gemer da mesma forma, afinal, de olhos fechados conseguia sentir como o sangue circulava fervorosamente em seu corpo fazendo com que seu membro ficasse duro em questão de segundos, e aquilo fez com que sua mente se embaralhasse um pouco.

— Porra! — resmungou baixo ao se afastar.

Outra vez grudou seus lábios nos seios da mulher, mas ao fazer isso, abriu o botão da calça jeans, fazendo o mesmo com o zíper e puxando a peça para baixo em uma ansiedade gritante. Sabia que logo viriam bater na porta novamente e não poderia sair dali daquele jeito. Possuía 0% de concentração com o show nesse momento.

Com certa dificuldade, ainda sim com a ajuda dela, tiraram a calça pelos pés e deixaram em um canto qualquer do cômodo, no instante em que foi pra se aproximar novamente, sentiu a mão dela descer pelo seu abdômen, enquanto passava as unhas, o deixando arrepiado. Contudo, desceu um pouco mais e o acariciou por cima das vestes.

!

Soprou o nome da garota manhosamente e o corpo dela soltou ondas de prazer que foram sentidas dos pés até a cabeça. Querendo mais, adentrou a mão na calça do rapaz e agarrou o membro dele, sem pensar duas vezes e focou em sua expressão. O rosto dele se encontrava vermelho e sua mão foi até a glande, fechando em concha no local e descendo até a base.

Conteve um gemido mais alto e focou nos olhos dela, e ela nos dele. sorriu com o que fazia, via que o que queria estava dando certo. Notava como a extensão dele ficava ainda maior em sua mão, não parou de movê-la, mesmo de forma mais lenta.

O loiro levou uma das suas mãos até a mão da amiga, a segurando com firmeza e fazendo com que ela parasse imediatamente. Dessa forma, a pressionou mais na parede e abaixou as suas próprias vestes nervosamente e assim que puxou as coxas dela pra cima, fazendo com que ela colocasse as pernas envolta da cintura dele, deixando a calcinha dela de lado.

Com suas testas encostadas, ao encaixar-se, praticamente deslizou para dentro. Um gemido contido saiu das bocas de ambos, fechou uma das mãos no ombro de Ross e ele a apertou na cintura, ao fechar os olhos. Iniciou movimentos rápidos com o quadril, a ouvindo gemer novamente e riu, unindo seus lábios e os deixando próximos.

A mão da garota saiu do ombro do cantor e entrou em seus fios, os puxando conforme ele movimentava o seu quadril em uma velocidade mais alta, tentou acompanhar com o seu, o movimentando de volta e entrando em uma sincronia perfeita. Quis gemer, pois a forma como seu clitóris era estimulado fazia com que pudesse ver estrelas.

Fincou suas unhas nas costas do amigo, mesmo por cima das vestes e gemeu, não aguentando segurar, gemeu baixo em seu ouvido, pedindo para que ele fosse mais rápido, afinal estava chegando ao seu ápice. Seu corpo era dele naquele momento, ela não possuía controle algum. Fez o que ela pediu, moveu seu quadril com mais afinco, sentindo seu membro pulsar cada vez mais ao passo que entrava e saia.

Foi questão de segundos para que o prazer percorresse seu corpo inteiro, apertou os olhos, gemendo baixo e movendo seu quadril contra ela mais fortemente enquanto se deleitava, abaixou o rosto, a mordendo no ombro descoberto e por alguns segundos continuou com movimentos.

— Caralho!

— Porra!

— Ross? Você tá passando mal? — outras batidas e dessa vez era Ryland.

Lynch pigarreou antes de falar.

— Estou saindo. Juro!

— O show começa com ou sem você, babaca.

Ross beijou nos lábios de um jeito delicado e com calma soltou as pernas dela, fazendo com que a amiga colocasse os pés no chão e se afastou, arrumando as suas vestes ligeiramente.

— Realmente preciso ir. — Murmurou ao olhá-la.

— Por favor. Termina o show. Depois a gente se fala. — Ela começou a ajeitar a sua roupa e sorriu com isso. — Vai, sério!

Recebeu novamente um selinho demorado em seus lábios e sorriu com isso, ainda com os lábios dele grudados nos dela, o viu ir até a porta, passar as mãos pelos cabelos e a olhar pela última vez.

Enquanto ajeitava a gravata caminhou pelo corredor e chegou no local que saiam para o palco, viu Rocky, Ryland, Riker e Savannah.

Pensou no que havia acabado de acontecer e seu coração batia firmemente, tomado por uma felicidade imensa, algo que não sentia há tempos. Sorriu, mordendo o próprio lábio e passou o dedo no canto da boca aproximando-se dos outros.

— Que porra foi essa? — Rocky o olhou.

— Diz que você estava batendo uma é a melhor desculpa. — Ryland riu.

— Savannah está aqui tenha respeito. — Ross respondeu ajeitando a sua roupa.

Sentiu a mão de Savannah em sua gravata, a ajeitando e ela sorriu. Deu um selinho rápido em Riker e olhou para Ross.

— Fico feliz por você e a ! Agora vai! — deu tapinha no ombro dele.

— Pode ser nosso segredo?

— Sempre. Vai! — riu.

Assim que subiu no palco novamente, os gritos voltaram, as luzes se apagaram e ele sentia-se diferente. Sorriu, sorriu verdadeiramente, estava com o gosto dela nos lábios, o cheiro dela impregnado em suas narinas e em suas roupas. Não queria nunca mais ficar longe dela.

Repetiriam. E seria naquela noite.



Fim.


Nota da autora: Quero agradecer a Naya, ela me ajudou com o nome da pp e sempre apoiou a escrita dessa short. Obrigada, sweetie. Por tudo.
E também você por ter lido até aqui, obrigada. É uma honra fazer parte desse especial.

Se você encontrou algum erro de codificação, entre em contato por aqui.