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Codificada por Vênus 🌪️
Concluída em: 06.09.2024

O barulho da torcida agitada preencheram os ouvidos de , conforme ela se enfiava no meio das pessoas para conseguir chegar até o ringue improvisado. O prédio era tão antigo, igualmente abandonado há tanto tempo, que transformaram-o em um cenário de lutas clandestinas e, por ser localizado mais ao sul da cidade, a parte mais esquecida da civilização, ninguém se preocupava muito em ser pego. Ainda havia risco de batida policial, claro, mas considerando que as chances eram mínimas, os frequentadores podiam se dar ao luxo de pisarem naquele local tranquilamente.
Por estar acostumada a frequentar aquele ambiente desde muito cedo, não se incomodava mais com barulhos altos, xingamentos de baixo nível, sangue, ou até mesmo morte, sendo esse último um evento raro. Ela não ligava para nada do que a violência a propiciava a viver; muito pelo contrário, a jovem foi cercada por ela quase a vida inteira.
Andou por entre a multidão até chegar à banca, onde Trent estava cuidando das apostas com Julie ao seu lado, as pernas da loira jogadas bem em cima do colo dele. parou na frente dos dois e colocou as mãos nos bolsos do moletom velho e gasto, o cabelo dividido em duas tranças boxeadoras, conseguindo a atenção do casal. Trent exibiu um sorriso ao notá-la, como se sempre ficasse feliz ao vê-la e sua recepção carregada de simpatia sempre fazia revirar os olhos.
A hacker nunca entendeu exatamente o porquê ele vivia ali, já que não achava que o ambiente caótico e violento combinava com ele, mas ela também compartilhava da opinião de que cada um tinha suas próprias escolhas de vida e ela já tinha percebido que Trent se dava muito bem cuidando de todas as apostas das lutas.
— O Daniel está te procurando a noite inteira, ! — ele exclamou, inclinando-se contra a mesa. — Vai lutar?
Ela não pôde deixar de notar o tom de esperança na voz dele. No entanto, sua resposta sempre era a mesma.
— Não.
nunca lutava e ele sabia disso, mas nunca impedia-o de perguntar todas as vezes que ela aparecia.
— É uma pena. Qual vai ser sua aposta, então? — ele perguntou, voltando a se encostar na cadeira, puxando as pernas de Julie de volta para o seu colo.
Ela estava prestes a responder, quando o som da torcida gritando cortou o ambiente. Pela posição que estava, não conseguiu ver muito bem o que estava acontecendo, mas pelas reações dos torcedores, podia imaginar. Ela voltou a atenção para Trent, depositando uma nota de dinheiro na mesa dele.
— No mesmo de sempre — ela respondeu. — E não avise ao Daniel que eu estou aqui, Trent, ou eu corto o seu pau.
Julie soltou uma risadinha com a ameaça e a ignorou. Trent exibiu um sorriso debochado, mas nunca duvidando das palavras dela, em seguida, registrou a aposta da hacker. Ela deixou os dois sozinhos novamente e se infiltrou de volta na multidão, parando na primeira fileira. A aposta dela tinha um cabelo grande, um corpo bem definido e uma confiança inabalável em luta; ele quase sempre ganhava e nunca com as técnicas tradicionais. Com um sorriso quase discreto, sem demonstrar a mesma reação entusiasmada das pessoas ao seu redor, ela assistiu quando seu lutador favorito bloqueou o próximo golpe do adversário e segurou seu jab com uma mão, enquanto chutou o peito dele com força, empurrando-o contra as cordas do ringue.
avançou com rapidez, aproveitando a vantagem sobre o oponente. Um chute feroz seguido por duas joelhadas nas costelas de Gunter e, depois, mais uma no queixo. Ele viu os olhos do adversário revirarem antes de desabar no tatame. Respirou fundo, tentando recuperar o fôlego enquanto seu olhar varria a multidão ensandecida ao redor. A adrenalina corria por suas veias, e os batimentos do coração ecoavam em seus ouvidos como tambores de guerra. Um hematoma começava a se formar em sua barriga, seu pulso parecia torcido e o corte em seu supercílio, ainda sangrando, provavelmente precisaria de pontos. Mas, para ele, aquilo era a personificação da vida. A dor, o esforço, o sangue — tudo o fazia sentir-se mais vivo do que jamais poderia estar em qualquer outro momento.
Seu olhar voltou-se para Gunter, caído no chão, sem sinais de que se levantaria tão cedo. O juiz subiu no ringue ao lado do assistente e começou a contagem. Ao chegar no três, a luta foi declarada encerrada e a multidão explodiu em um barulho ensurdecedor. passou a língua pelo lábio inferior, sentindo o gosto metálico do sangue, enquanto um sorriso lento se formava em seus lábios. Howard ergueu seu braço em sinal de vitória e, em meio ao rugido da multidão, gritou:
é o campeão pela sétima rodada seguida!
Um calor, quase como orgulho, encheu o peito de , e ele permitiu-se saborear o sentimento, ainda que brevemente. Sabia que essas emoções nunca duravam muito, então agarrava-se a cada partícula delas, como um homem faminto diante de uma refeição.
— Você foi incrível, cara! — Asher exclamou ao puxá-lo pelos ombros, empurrando uma garrafa de uísque e uma toalha em suas mãos. virou o líquido na boca, sentindo o ardor descendo por sua garganta e intensificando a ardência no corte da boca. Com um gesto rápido, repuxou os cabelos suados para trás antes de devolver a garrafa ao amigo.
— Porra, eu preciso de uma bebida melhor do que essa — resmungou enquanto passava a toalha pelo rosto e pelo peito, limpando o suor e o sangue. Jogou o pano no ringue e deslizou por entre as cordas, pronto para ir até o bar em busca de uma bebida decente, algo que pudesse apagar o gosto amargo do uísque barato que Asher tanto gostava.
voltou para onde Trent estava e pegou o dinheiro que havia acabado de ganhar. O peso das notas em suas mãos deveria ser satisfatório, mas saber que Daniel estava em algum lugar naquele prédio apagava qualquer entusiasmo que poderia sentir. Queria ficar mais um pouco, talvez assistir a mais uma luta, mas a ideia de cruzar com Daniel fazia isso parecer insuportável. Com um suspiro, despediu-se de Trent e Julie, já planejando ir para a sala mais afastada do prédio, onde poderia descontar sua frustração em uma sessão agressiva de socos no saco de areia.
Enquanto se afastava da multidão, sua mente estava tão presa na ideia de liberar a tensão, que seu corpo tropeçou no de alguém. Prestes a soltar uma série de xingamentos, ela levantou os olhos e relaxou ao reconhecer quem estava à sua frente. Era o lutador em quem havia apostado.
— É você — disse, com um misto de surpresa e alívio na voz.
— Sou eu — disse ele, achando graça na situação.
Não sabia se aquilo significava algo, já que nunca a tinha visto ali antes. Ele era bom em lembrar rostos e, certamente, não esqueceria o dela.
Ela sorriu minimamente, levantando a nota de dinheiro em sua mão para que ele visse.
— Acho que finalmente tenho a chance de te agradecer por ser tão bom em brigar — completou, o sorriso se ampliando levemente. Não era apenas um elogio; era uma admissão de que sua aposta sempre era nele. Sempre foi.
Assim que ela mostrou o dinheiro, entendeu exatamente o que ela queria dizer. É claro que era por isso que ela o conhecia.
— Acho que você é a primeira pessoa que me agradece por ser bom de briga — admitiu, ainda sorrindo.
— Tenho que agradecer — confessou, guardando o dinheiro da aposta com um leve sorriso. — Isso ajuda a pagar minhas contas.
Agora que ele estava tão perto, se permitiu reparar melhor em sua fisionomia. Ele era incrivelmente bonito, do tipo de beleza que não se consegue admirar apenas uma vez. Seu sorriso, desarmante e marcante, quase conseguia ofuscar os hematomas e o sangue seco que cobriam seu rosto — claras consequências das lutas recentes. Seu olhar desceu para o abdômen nu dele, forte e definido, por um breve momento, esquecendo da multidão ao redor que gritava freneticamente o nome de outro lutador, prestes a iniciar sua própria luta.
A avaliação não passou despercebida e aguardou em silêncio enquanto ela o escaneava. Quando seus olhares se encontraram novamente, ele arqueou uma sobrancelha com um toque de provocação.
— Viu alguma coisa que gostou? — perguntou, a voz carregada de sarcasmo, mas sem perder o tom leve.
— Você inteiro — respondeu ela, sem hesitar, as palavras saindo antes que pudesse sequer pensar nelas.
Mas não se importou com a resposta direta, quase atirada. Tempo era algo que ela não gostava de perder, e oportunidades como aquela definitivamente não mereciam ser desperdiçadas.
— Bom saber — murmurou, admirando a sinceridade. — Fico feliz em ser útil a te ajudar a ganhar dinheiro, mas se você quiser me agradecer ainda mais por isso, aceito uma bebida como recompensa.
— Te deram bebida ruim, não foi? — perguntou, rindo suavemente ao adivinhar. Sabia que aquele lugar deixava a desejar quando se tratava de bebidas, mas como cliente frequente, conhecia os melhores truques.
— Deram, sim, mas a culpa é toda minha por aceitar o que meu amigo me oferece. É sempre a mesma merda... — confessou, balançando a cabeça, como se pudesse se livrar da lembrança do gosto ruim.
Ela passou a língua pelos lábios, ponderando a sugestão dele, e então acenou com a cabeça, decidida. Havia algo naquele homem que a intrigava e a ideia de prolongar a conversa parecia promissora.
— Vem comigo — disse, aceitando sua proposta, apontando com um aceno em direção ao bar. Ela sabia exatamente onde ir para garantir uma bebida muito melhor do que a que ele tinha recebido antes.
— Aliás, sou seu amuleto da sorte? — perguntou, meio brincando, meio sério, enquanto a acompanhava.
Sabia que era bom nas lutas e raramente alguém perdia dinheiro ao apostar nele, o que, além de ser vantajoso para os apostadores, também lhe rendia ótimos prêmios.
— Você precisa de mais do que isso para ser meu amuleto da sorte, lutador — respondeu, dando de ombros com um sorriso enigmático. — Mas é um bom começo.
Dinheiro era sempre bem-vindo e ela gostava de pagar o aluguel em dia. Tinha optado por não viver no dormitório da faculdade, evitando a ideia de dividir o espaço com alguém. Recusara até a proposta de participar de uma irmandade, que em nada combinava com ela. Em vez disso, encontrou um quarto individual, com seus próprios problemas, mas também com o que mais prezava no mundo: sua privacidade.
— Poxa, e eu já estava me sentindo especial — brincou, levando a mão ao peito, só então notando o sangue seco em seus dedos. — E o que é preciso para ganhar o título de amuleto da sorte? — ele perguntou, a voz carregada de curiosidade.
Se ajudá-la a ganhar dinheiro fácil não era o suficiente, ele estava muito interessado em descobrir o que seria.
quase riu da pergunta dele, encolhendo os ombros em um meio pedido de desculpas silencioso, como se não soubesse a resposta daquela pergunta.
— Eu não tenho ideia, lutador — disse, sincera. — Mas posso pensar em algumas sugestões interessantes.
Enquanto continuavam andando até o bar, com ela liderando o caminho, algumas pessoas cumprimentaram-o nesse meio tempo. No entanto, sua atenção continuou presa à última coisa que ela disse, avançou um passo mais próximo dela e conseguiu ficar mais perto ainda, para que suas palavras não se perderem no meio do barulho.
— Ah, é? — ele soltou, arqueando a sobrancelha, mantendo um leve sorriso no canto dos lábios, embora ela não pudesse ver. — Que tipo de sugestões?
— Do tipo que envolve eu, você e uma cama — respondeu, empurrando uma última pessoa até finalmente chegar ao balcão do bar, com ele em seu encalço. — Bem, não precisa ser necessariamente uma cama, não sou uma garota muito exigente.
— Gosto da ideia — ele admitiu, complementando para si mesmo que também não era muito exigente para precisar de uma cama.
Na verdade, o lutador preferia que fosse qualquer outro lugar que não fosse uma cama, mas ele não achou que era uma informação que ela precisava saber, então guardou para si.
se virou para o balcão; o bar estava mais vazio que o de costume, pois a próxima luta iria começar em alguns minutos, o que fazia o pessoal se concentrar em finalizar as apostas e ocupar os melhores lugares para assistir de perto.
— Ei, Tim — ela chamou o cara do outro lado, que estava sempre cuidando do bar, de bêbados e recebendo gorjetas em dobro. — Pode nos servir uma bebida?
— Oi, ! Sem luta hoje? — Tim cumprimentou, seguido de uma pergunta com uma sobrancelha arqueada, como se já esperasse a resposta de sempre.
notou que , como ele descobriu que ela se chamava, parecia bastante familiarizada com o espaço. Como se vivesse sempre ali.
— Sem luta sempre, mas sempre me dou bem — ela respondeu, esperta, apontando para o lutador ao seu lado.
Tim finalmente pareceu notar a presença dele e sorriu, olhando de um para o outro, como se esperasse entender se os dois eram uma boa combinação, no entanto, ele não disse nada a respeito.
— Oi, campeão! — ele cumprimentou o lutador.
— E aí, Tim? — devolveu o cumprimento.
volta para o cara do outro lado do balcão, a expressão motivada e decidida. Ela colocou dois dedos sobre o balcão e tamborilou contra a madeira, mas sem emitir nenhum tipo de som.
— Eu quero as bebidas que estão atrás das prateleiras — ela avisou, como se soubesse algo que ninguém mais sabia, um segredo que poucas pessoas compartilhavam ou tinham acesso.
Tim encarou-a, ficou em silêncio, observando tudo com a expressão neutra, sem dizer uma palavra.
— Você sabe que eu não… — Tim começou a dizer, mas nem sequer chegou a completar a frase, deslizou uma nota de 50 dólares, muito mais do que dois copos de bebidas valiam. Tim abriu um sorriso, cedendo. — Beleza, que bebida?
olhou para o lutador ao seu lado, como se esperasse que ele respondesse.
— Você está pagando, você decide — ele disse, jogando a escolha para ela de volta, com um sorriso de canto. — Confio no seu julgamento.
Ela arqueou a sobrancelha, mas não disse nada, voltando-se para Tim novamente.
— Prepara a sua especialidade, então? — pediu. — Com as garrafas da prateleira de trás.
Ela fez questão de frisar a última parte, mas Tim não ousaria usar qualquer outro, pois se havia uma pessoa que saberia diferenciar as bebidas baratas, era . Ela estava mais do que acostumada a beber tudo daquele estabelecimento, elencando o que era bom e ruim. Tim bufou e saiu, deixando os dois sozinhos novamente.
— Você realmente é uma cliente fiel aqui, hein? Eu luto aqui e me encosto nesse bar há meses, mas não faço ideia do que é isso que você pediu — ele confessou, curioso para saber o que viria.
Mesmo que fosse ruim, ele ainda estava confiante que fosse melhor que as merdas que Asher arrumava para ele beber. quase riu.
— Bem, eu meio que cresci aqui — ela respondeu, sem explicar muito. — Não exatamente aqui, mas com essas pessoas. É fácil saber alguns truques na manga.
Ele assentiu.
— Acho que você é a primeira pessoa que eu conheço que realmente cresceu na cidade. Todo mundo parece estar aqui só de passagem durante a faculdade.
Green River não era exatamente uma cidade muito convidativa, exceto na excelência de graduação acadêmica. Era muito comum ter mais gente de fora na Universidade da cidade do que os habitantes que cresceram ali por algum motivo. Nem todo mundo resolvia ficar.
— É, não parece ser um ponto positivo ter crescido aqui, mas é o que sobrou para mim — ela completou, olhando ao redor, parecendo ficar perdida em pensamento por um instante.
Silenciosamente, ela se perguntou se aquele ambiente tinha influenciado na sua personalidade ou se ela já estava predestinada a ser daquela forma: sozinha, com raiva de tudo e tendo que sobreviver sempre a mais um dia.
— Não dá para escolher onde crescer, mas você pode escolher para onde ir — refletiu, chamando a atenção dela.
Ela encarou o lutador. De alguma forma, o conselho pareceu fazer sentido e ela quase sorriu. tinha em mente o aprendizado de que o passado tinha o poder de moldá-los, mas ele também tinha em mente que o mesmo passado não precisava ditar quem eles seriam a vida toda.
— Aliás, você luta? — pareceu lembrar de perguntar.
Ela tinha respondido que não para Tim, mas mesmo assim, ele não achou que o outro teria perguntado sem um motivo. encostou-se contra o balcão, virada de frente para ele, parecendo pensar se responderia.
— Não — respondeu, por fim, a verdade. — Só aconteceu uma vez e foi um erro. Mas Tim e o idiota do Daniel estão sempre tentando me colocar de volta naquele ringue. No entanto, prefiro ser reservada — explicou, deixando os ombros caírem. — Mas, e você? Por que faz isso?
Ela conhecia aquele mundo o suficiente para saber que caras como não lutavam simplesmente só porque gostavam. Sempre havia uma história ou motivo oculto por trás de cada hematoma e sangue seco pelo corpo.
— Eu luto porque tenho contas para pagar — disse. Era uma pergunta a qual ele estava acostumado a receber e para a qual tinha uma resposta na ponta da língua, mesmo que não fosse inteiramente verdadeira. — Além do mais, é uma maneira divertida de liberar os meus demônios… — ele acrescentou, desviando o olhar para a gaiola, onde a luta estava acontecendo. — Se você já lutou, deve saber como é a sensação.
— É, eu sei — concordou.
— Mas por que lutar foi um erro? — voltou a encará-la, curioso.
Mesmo que não acreditasse que ela era do tipo que revelava coisas pessoais para um estranho, isso despertou sua atenção. engoliu a seco com a pergunta, ponderando se realmente deveria responder, mas no fim de tudo, acabou cedendo. Não é como se eu fosse esbarrar sempre com ele por aí, pensou.
— Tenho problemas de raiva. Deixei o oponente em coma — respondeu, umedecendo os lábios.
Ela se arrependia? Sim, claro, mas culpava ainda mais Daniel por ter lhe pressionado tanto. Mesmo avisando que era uma má ideia, aquele idiota nunca a escutava.
— É um bom motivo para não lutar mais — ele murmurou. — Você sente falta?
Ele sentiria, então imaginou que ela também. A adrenalina era um vício, parecia incendiar a alma e trazer vida até as partes mais adormecidas da alma. não se imaginava sem isso, embora a Sra. Montgmoery, sua psicóloga, fosse odiar saber que o progresso nos últimos anos tinha uma grande influência das atividades ilícitas e autodestrutivas que ele tinha se enfiado.
— Ah, eu... — começou a responder, mas parou para pensar melhor antes. nunca se permitia pensar muito naquele tipo de questionamento, porque sabia qual era a resposta. A de verdade, não a que sempre inventava. Voltando a olhar para o lutador, ela recuperou a postura. — Sinto falta, sim. Mas eu tenho a minha própria sala secreta para extravasar sozinha. Não tem risco de eu deixar ninguém em coma.
observou seu rosto, notando sua hesitação antes de responder, o que era compreensível. Mas sua hesitação foi resposta suficiente para ele, mesmo que ela tivesse mentido, era claro que sentia.
— Sua sala parece interessante. Se um dia cansar de extravasar sozinha, posso ser seu saco de pancadas. Sou duro na queda — se ofereceu.
Não estava subestimando as habilidades dela, já que para botar um cara em coma precisava de muita, mas a ideia lhe parecia divertida.
— Proposta interessante, lutador, mas eu devo avisar para você tomar cuidado com o que me oferece — ela avisou, mordendo a bochecha internamente.
— Eu raramente prometo algo que não estou disposto a cumprir, lutadora. — retrucou, usando o mesmo apelido que ela tinha adotado para ele. — A proposta continua de pé — reafirmou, se surpreendendo em como esperava mesmo que ela aceitasse.
Tinha algo muito interessante nela, e nem era só a beleza ou fato de que ela conseguiu deixar um homem em coma. não conseguia explicar o porquê, mas ela lhe atraia.
— Nesse caso, então... proposta aceita — avisou.
Ela se sentiu estranhamente ansiosa por aquilo, mas abandonou a sensação antes que se afundasse mais um pouco em uma coisa que ainda não aconteceu. Se ele estava mesmo prometendo algo e pretendia cumprir, ela só podia esperar que fosse verdade.
— Me dê seu número e vamos combinar o dia e o horário. — arqueou a sobrancelha, achando oportuna a desculpa para conseguir seu telefone.
Escolhendo esse momento para aparecer, Tim voltou com dois copos de bebidas, cheios de líquido rosa meio espumando que pareceu suspeito para .
— Obrigada, Tim — agradeceu e ele assentiu com um sorriso, antes de voltar a atender os outros.
— Experimente uma das melhores bebidas da sua vida. É ruim no começo, mas eu juro que você se acostuma. — Ela empurrou o copo para ele, sorrindo. — E depois, posso te ajudar a cuidar desses ferimentos.
— Isso parece algo usado para desentupir pias. — fez uma careta ao pegar o copo e cheirar, mas o cheiro era mais aceitável do que a aparência. — Eu ganho uma bebida e uma enfermeira? Acho que nunca fui tão bem cuidado na vida.
Ele sentia que precisava de um banho primeiro, na verdade. O sangue seco começava a coçar e endurecer depois de certo tempo, e flertar com essa aparência não era algo que ele estivesse acostumado, embora não parecesse incomodar ela.
— Você vai odiar — avisou sobre a bebida. Todo mundo odiava o primeiro gole. E o segundo. E talvez o terceiro. — E, na verdade, estou oferecendo meus serviços com segundas intenções. Acho que você vai aprender que nunca faço nada sem receber algo em troca. — Ela lambeu os lábios, sem se importar de deixar aquilo bem claro.
Os olhos de acompanharam a boca dela quando lambeu os lábios e todas as intenções passaram por sua cabeça.
— Vamos acabar logo com isso e descobrir suas segundas intenções, então. — Ergueu o copo, e fez o mesmo, bebendo ao mesmo tempo.
Ele não pensou muito antes de virar a bebida na boca, mas estremeceu assim que sentiu o gosto. Ainda não conseguia distinguir bem o que tinha ali, mas com certeza tinha alguma mistura de pimenta e cravo. nem sequer piscou ao finalizar a bebida dela, rindo com a reação exagerada do lutador.
— Porra, acho que prefiro o whisky barato — admitiu, o rosto contorcido em uma careta.
— Não prefere, não — ela discordou, sorrindo.
— Você queria me envenenar, por isso me ofereceu isso, né? Apostou no meu adversário e queria vingança? Conta a verdade, . — semicerrou os olhos para ela antes de desviar para Tim, acenando para chamar a atenção do barman. — Uma dose de Blue Label, por favor!
— Acredite se quiser, mas não é assim que eu te envenenaria — ela se defendeu, girando o dedo para apontar as pessoas ao redor. — Testemunhas demais.
— Não? E como seria? — Arqueou as sobrancelhas. — Nesse caso, o número de testemunhas poderia ser positivo para você. Ninguém te viu colocar nada na minha bebida, nos encontramos por acaso e você nem me conhecia. Aparentemente não tinha nem motivos — acrescentou, dando uma olhada ao redor. — Mas o Tim poderia ser culpado já que ele me entregou a bebida.
— Bem, eu gosto de me prevenir, mas é difícil pensar em como matar um rostinho bonito como o seu — respondeu, sincera. Ponderando sobre o seu argumento, estalou a língua no céu da boca. — Você sabe que acabou de me ensinar a como te matar sem suspeita?
Na verdade, assassinato estava longe de ser algo que queria fazer com ele. queria se divertir com . Ou, melhor, queria mais que ele se divertisse com ela.
— É bom saber que meu rostinho bonito também me livra de assassinato — ele soltou uma risada nasalada.
— Fazer o quê? Alguns têm sorte, outros nem tanto... — Ela deu de ombros, com uma falsa modéstia, como se ele ser bonito realmente não fosse grande coisa.
Mas sua beleza era o seu primeiro destaque; a segunda era a forma como ele lutava. Ela lembrava perfeitamente do primeiro dia que o encontrou no ringue e o assistiu todos os dias desde então, sempre que podia, principalmente quando entendeu que ele era o único que não fodia suas apostas. Ela sempre acertava as lutas dele.
— Aqui, campeão… — Tim voltou com um copo de whisky para , que quase suspirou de felicidade. — O whisky barato parece muito bom agora, não é?
— Muito melhor que a coisa que essa mulher me arranjou… — lançou um olhar ameaçador para . — Coloca essa na conta do Evan, por favor, Tim. Obrigado.
levou o copo até os lábios, tomando tudo em um único gole. A acidez lavou sua garganta, tirando o gosto ruim da bebida anterior e espalhou o calor familiar que o whisky costumava provocar. Ao colocar o copo no balcão, olhou para e Tim com o espírito renovado.

Ela riu, se voltando para Tim.
— Pode pedir que levem mais bebidas para a minha sala? — perguntou, e o barman concordou com um aceno. soltou um beijo no ar para ele, recebendo um revirar de olhos antes de voltar a encarar o lutador. Os gritos ao redor estavam começando a incomodar. — Vem comigo.
Ela chamou, andando à frente, esperando que ele a estivesse seguindo. arqueou as sobrancelhas, mas não fez perguntas antes de segui-la. guiou o caminho pela lateral, evitando esbarrar nos outros, e não demoraram para chegar em frente à uma porta branca. já tinha passado por ali várias vezes, mas nunca se importou em descobrir o que havia por trás dela.
tirou a chave do bolso e a abriu, acendendo o interruptor, revelando um espaço bastante amplo, que dava acesso a um banheiro privativo. entrou logo atrás, realmente surpreso com o espaço. O lugar era impressionante e quando falou sobre a sala secreta, definitivamente não era isso que estava esperando.
— Feche a porta e fique à vontade — ela avisou, caminhando até o outro lado, onde abriu um pequeno armário para pegar a caixa de primeiros socorros.
empurrou a porta com o pé e passou a chave, ainda olhando tudo ao redor. O local tinha um ringue montado, diversos sacos de areia pendurados, colchões espalhados pelo chão e um sofá acabado no canto da sala, ao lado de um pequeno frigobar. Alguns espelhos cobriam as paredes, refletindo os sacos de areia e as luzes quentes.
— Como você consegue manter isso aqui em segredo? — ele perguntou.
O ringue dela causaria inveja na maioria dos lutadores que ele conhecia e que precisavam treinar na academia, inclusive ele.
— Conheço as pessoas certas — respondeu, sem se explicar muito.
não conseguiu evitar se sentir orgulhosa ao perceber a surpresa dele. Aquele era seu lugar favorito no mundo e talvez não devesse tê-lo levado até lá tão rapidamente, mas não importava. Sempre havia uma exceção.
— Entendi. — Ele não perguntou mais nada, percebendo que ela não estava disposta a compartilhar, mas isso não significava que sua curiosidade estivesse saciada.
— E sente-se, por favor — pediu. — Vou cuidar dos seus ferimentos, porque estou morrendo de agonia de te ver cheio de sangue. Apesar disso te dar um charme.
abriu um pequeno sorriso.
— A maior parte do sangue não é meu, então um banho seria mais efetivo — disse, mas fez o que ela pediu e se sentou no sofá no canto da sala. Ele tinha pelo menos um corte na boca, no supercílio e no abdômen, que poderiam ser tratados, então aceitou.
— Está me chamando para tomar banho com você? Porque aqui tem um banheiro também — brincou, apontando para uma porta do outro lado.
Ela puxou um banco e se sentou na frente dele, com a caixa de primeiros socorros no colo. Molhou o algodão em álcool e o encarou, agora sem camisa, prestando atenção de verdade nele, dessa vez bem mais de perto. Engoliu em seco e se obrigou a decidir por onde começar a limpar as feridas.
— Se eu dissesse que a ideia não me passou pela cabeça, estaria mentindo — admitiu, sem vergonha alguma.
A ideia de segurar o corpo dela molhado contra a parede do box era boa demais para não ficar tentado, ainda mais com ela tão perto, como estava agora. Ela passou o algodão primeiro sobre o supercílio dele, limpando o sangue seco e notando que o corte não era muito profundo.
— Só passou pela sua cabeça ou você realmente quer fazer isso? — ela provocou em um sussurro, descendo para o corte na boca dele.
No entanto, ele não respondeu de imediato, apenas sorriu.
O olhar dela estava fixo em seus lábios, fazendo o sorriso aumentar ainda mais, algo que a distraía facilmente, mesmo se esforçando para manter o foco em terminar de limpar o sangue. Os olhos de seguiam o movimento da mão dela, alternando entre o olhar concentrado de e a estranha suavidade com que limpava o ferimento.
Ele não estava acostumado com aquilo, porque geralmente ele mesmo cuidava dos ferimentos depois de uma briga. Tinha aprendido a costurar os próprios cortes, colocar o joelho ruim no lugar e até conseguia receitas médicas que lhe deixavam comprar analgésicos fortes. Ter outra pessoa fazendo isso parecia… íntimo. E impressionantemente bom.
— Pronto — ela murmurou, passando o polegar devagar no corte, agora limpo.
Sem conseguir se controlar mais, se inclinou para perto de , apoiando as mãos em suas coxas, a puxando para a beirada do banco. Ela prendeu a respiração por um momento quando ele se inclinou em sua direção, sentindo-se quente com as mãos dele em suas coxas. Não reclamou nem um pouco quando ele a puxou para a beira do banco, quase como se ela fosse cair, mas ele a segurou firmemente.
— Se você não se opuser, eu gostaria muito que me acompanhasse naquele banho, lutadora — sussurrou, roçando sua boca na dela levemente, apenas para provocar. Os olhos dela queimaram de desejo em sua direção e ela aproveitou a sensação quando ele roçou a boca na dela. — O que me diz?
— Eu... — tentou responder, mas ele não lhe deu a oportunidade.
Subindo uma das mãos para a nuca dela, entrelaçou os dedos nos cachos dela e, sem mais delongas, a beijou. Mesmo pega de surpresa, correspondeu de imediato, apoiando uma mão no peito dele e a outra em seu ombro para se equilibrar, retribuindo o beijo com um desejo que não sabia que estava sentindo.
Sentiu o gosto metálico do resquício de sangue do corte no lábio dele, mas não se importou. Com uma necessidade crescente de estar ainda mais próxima dele, ela deslizou do banco para seu colo, com as pernas abertas de cada lado da cintura dele, aproveitando para aprofundar o beijo enquanto suas unhas exploravam toda a extensão do peitoral dele.
Uma onda de calor se espalhou pelo corpo de quando ela colocou a mão em seu peito, e um dos braços dele envolveu a cintura dela, assim que se sentou em seu colo. Um som de satisfação brotou em sua garganta ao sentir as unhas dela, o obrigando a segurar a nuca da mulher com mais firmeza, puxando levemente o cabelo perto da raiz.
O desejo dela por uma distração era maior do que ela imaginava e estava proporcionando exatamente o que ela precisava, embora não soubesse até que ponto isso poderia ser perigoso.
deixou escapar um gemido contra a boca dele ao perceber o quanto gostava de sua mão segurando sua nuca e puxando a raiz de seu cabelo de maneira mais selvagem. Ela queria se entregar completamente à sensação inebriante do beijo, do toque, do corpo dele junto ao seu.
— Talvez eu comece a gostar daquela bebida que você me fez provar, murmurou, puxando o lábio inferior dela entre os dentes. — Mas só se eu puder provar da sua língua.
Quase riu do comentário dele, mas não teve tempo para responder, pois ele a beijou novamente, fazendo-a se inclinar ainda mais contra ele. Deslizando a mão até a bunda dela, apertou com força, puxando-a ainda mais fundo em seu colo, exatamente onde queria senti-la.
— Me leve para o banheiro — ela sussurrou, afastando o beijo por um instante apenas para fazer seu pedido e recuperar o fôlego, mas logo voltou a beijá-lo, agora com ainda mais intensidade.
— Porra, com todo o prazer — disse, levantando-a com uma única mão, enquanto envolvia as pernas ao redor da cintura dele.
Ele atravessou a sala em direção ao banheiro meio às cegas, tateando a parede distraidamente até encontrar o interruptor. Com um suspiro, entrou no box espaçoso, encostando contra a parede sem muita delicadeza. Um grunhido e um gemido escaparam dela ao sentir suas costas baterem contra a parede do box. Seu corpo tremeu com o choque da água gelada quando ligou o chuveiro, mas sua irritação momentânea por Brad não ter consertado o chuveiro duas semanas antes foi esquecida quando começou a chupar a pele do pescoço dela, fazendo uma corrente elétrica percorrer todo o seu corpo, completamente excitada.
Ele chupou e marcou a pela dela como se fosse sua para fazer o que quisesse. A blusa dela estava praticamente transparente agora, lhe dando uma bela visão dos mamilos duros contra o tecido fino.
— Gosto da sua escolha de roupa, lutadora — ronronou, escorregando a boca mais para baixo, para o topo dos seios dela. — Gosto muito.
— Vai gostar mais ainda se me ver sem ela — retrucou, com a voz quase falhando. Acostumando-se com a água gelada que escorria sobre os dois, ela passou os dedos pelos cabelos dele, agora molhados.
continuou espalhando chupões na pele úmida, aproveitando o decote para lamber o vão entre os seios de . Ele beliscou o mamilo dela com os dentes, ainda por cima da blusa, a provocando um gemido que se misturou ao som da água corrente.
Sentindo-se completamente à mercê dele, ela se permitiu não pensar em nada, deixando que ele a explorasse e provocasse à vontade. Levantou os braços para ajudá-lo a tirar sua blusa, expondo seus seios, cujos bicos estavam duros, tanto pela excitação, quanto pela água gelada.
Os olhos de devoraram cada centímetro de pele exposto, os mamilos perfeitos para chupar. O pau dele ficou ainda mais duro, apertando contra o short.
— Quero muito te foder, , mas quero provar você antes.
Um pequeno sorriso curvou os lábios dele antes que fechasse a boca ao redor do peito dela, usando a mão para apertar o outro. Puxou o mamilo dela entre os dentes e beliscou o outro entre os dedos. A respiração de se tornou mais ofegante e um gemido mais alto escapou quando o prazer a consumiu, enquanto ele puxava, mordia e beliscava seus seios, fazendo-a esfregar os quadris contra os dele, querendo ainda mais.
Suas unhas cravaram no ombro dele, sabendo que deixaria marcas, mas não se importava. O prazer que ele estava proporcionando era tão intenso que ela duvidava que ele sequer notasse a dor, acostumado como estava a sofrimentos piores.
— Gostosa demais — sussurrou, sufocando um gemido de prazer contra a pele dela, o ardor das unhas em seu ombro, o pegando com força.
... — murmurou, o tom de voz cortado, a boceta latejando e os sons que saíam da sua boca eram gemidos desconexos.
Ela deslizou um pouco mais para baixo, mantendo as pernas firmemente ao redor do corpo dele, enquanto uma de suas mãos descia até o volume dentro do short de malha que ele usava. Sentiu-o duro e, sem hesitar, enfiou a mão dentro do tecido, encontrando a pele quente, acariciando a cabeça do pau dele, o líquido pré-gozo molhou sua mão e ela deslizou os dedos ao longo de toda a extensão, sentindo sua própria excitação aumentar ainda mais. A necessidade de ter seu pau dentro dela se sobressaia a qualquer outra coisa.
A respiração de se tornou ainda mais descompassada, lhe arrancando um grunhido. Ele moveu o quadril contra a mão dela, seu corpo ansiando por mais contato.
… — ele gemeu, os olhos pesados.
… — ela o chamou em um tom de aviso, mas ele não parou, mantendo a boca no outro seio dela.
Ela revirou os olhos de prazer quando ele mordeu o mamilo com força suficiente para arrepiá-la, a deixando ainda mais molhada.
— Podemos brincar de provocar um ao outro depois? — ela perguntou, com a respiração pesada e o coração acelerado.
Em um movimento lento e torturante, começou a masturbá-lo, sentindo as veias pulsando contra sua palma. Com a outra mão, ela puxou os fios do cabelo dele, erguendo seu rosto para que ficasse na altura do dela. Seus olhos se encontraram e ela deslizou a boca perto da dele, os lábios quase se tocando, mas sem beijá-lo.
— Por que a pressa? — ele provocou, mordendo o lábio inferior e contendo outro grunhido enquanto ela começava a masturbá-lo lentamente, puxando seus cabelos com a outra mão e aproximando seu rosto do dela.
O olhar dela era afiado, assim como sua voz, e ele gostava disso.
— Quer me foder com força? — ela provocou contra a boca dele, beijando o canto dos lábios dele antes de deslizar a mão de volta até a cabeça do seu pau, apertando levemente. estremeceu, segurando-a com mais força — É melhor garantir que eu não consiga andar direito quando sair daqui, lutador.
— Vou te foder... — ele reafirmou, envolvendo o pescoço dela com uma mão e segurando sua cabeça contra a parede enquanto sua boca devorava a dela sem qualquer gentileza. Ela arfou baixinho quando a mão dele envolveu seu pescoço, prendendo-a ainda mais contra a parede. Retribuiu o beijo com a mesma intensidade que ele entregava, apreciando a falta de delicadeza. Arranhou o pescoço dele, esperando que ele revelasse todo o seu lado selvagem, algo que a excitava. Sem interromper o beijo, ele a colocou no chão, sentindo imediatamente falta do toque dela quando tirou a mão do seu pau. Ele abriu o zíper e abaixou o jeans, levando a calcinha junto, mordendo o lábio dela antes de se afastar. — Mas vou te provar antes, como falei — ele lembrou, ajoelhando-se diante dela.
Ele terminou de tirar a calça dela, jogando o tecido molhado para longe, e ergueu o olhar para apreciar a visão de totalmente nua à sua frente. Um gemido escapou dela quando seus olhares se encontraram e ela viu de joelhos, cumprindo uma promessa que ela não sabia que ele havia feito.
Ela nunca criava expectativas ao transar com alguém, preferindo se preparar para uma possível decepção. Contudo, o olhar dele, ao enganchar uma perna dela em seu ombro e beijar o interior da coxa, deixou claro que ele faria tudo, menos decepcioná-la.
continuou beijando o interior da sua coxa, subindo lentamente até que a boca encontrou a boceta dela. Ele enganchou a outra perna dela em seu outro ombro, erguendo-a até que ela não estivesse mais tocando o chão, apenas apoiada contra a parede, sentada em seu rosto.
Um grunhido satisfeito escapou de seus lábios ao sentir como ela estava molhada em sua língua.
— Eu seria o pior dos canalhas se te fodesse antes de sentir o seu gosto, — murmurou, enchendo as mãos com a bunda dela e trazendo seu quadril ainda mais na direção dele.
— Porra. — Outro gemido escapou enquanto o prazer a envolvia. Agora, com as duas pernas sobre os ombros dele, ela não sentia o chão. Esperava que ele fosse firme o suficiente para continuar segurando-a, porque suas pernas já estavam tremendo, e ele mal havia começado a lambê-la.
Ela tentou não colocar todo o peso em seus ombros, mas como ele não parecia incomodado, segurando-a pela bunda, ela se esfregou contra a boca dele. A água ainda escorria sobre seus corpos, mas ela não sentia mais frio. Não, estava queimando por dentro, o clitóris latejando, os dedos dos pés arqueando com a onda de prazer que a consumia. Ela não se importava de gemer alto, ninguém além deles, ouviria. mergulhou a língua na boceta dela, circulando o clitóris, explorando-a como se estivesse faminto, o que talvez estivesse. Ele não tinha o costume de transar casualmente, preferindo ouvir seu corpo quando ele realmente pedia. E havia despertado esse desejo após meses, deixando-o, de fato, faminto.
— Isso é tão... — Ela pressionou as costas contra a parede, mordendo o lábio inferior com força, puxando os cabelos dele com a mesma intensidade, sem perceber.
Cada parte dele implorava para se afundar na carne macia entre as pernas de , mas ele queria que ela gozasse primeiro. prendeu levemente o clitóris dela entre os dentes, puxando-o antes de voltar a lamber, suavizando qualquer resquício de dor.
— Porra! — exclamou, sentindo-o atingir um ponto sensível, misturando uma pequena dor com um nível de prazer que ela ainda não havia experimentado.
Poucos homens sabiam do que ela gostava, e ela encontrou poucas exceções que a satisfizeram.
— Goza para mim e eu vou te foder até você sair daqui com as pernas tremendo, lutadora — ele provocou, seus olhos voltando para cima, famintos pela expressão de prazer que contorcia o rosto dela.
— De novo — ela pediu, a respiração irregular, o peito subindo e descendo rápido. — Faça isso de novo.
Se ele ainda não havia percebido que a dor estimulava o prazer dela, perceberia agora. Ela passou a língua pelos lábios e abaixou o olhar, encontrando os olhos dele, uma promessa silenciosa passando entre os dois enquanto piscava intensamente.
— Faça por merecer — ela provocou de volta. — E eu gozo.
— Seu pedido é uma ordem — respondeu ele, mordendo o clitóris dela mais uma vez, puxando entre os dentes com o incentivo dela, antes de golpear com a língua para apaziguar a dor.
E repetiu, mordendo, girando a língua, e mordendo novamente. A provocação dela o fez soltar uma risada abafada, tão obscena quanto o olhar que lançou na direção dela.
Ela queria mergulhar naquele mar de sensações que ele estava provocando, sentindo que era uma distração mais do que bem-vinda para sua mente. Sua respiração ficou ofegante em resposta, mas logo o prazer a tomou como uma onda quando ele atendeu à sua sugestão. Mais um gemido escapou involuntariamente enquanto ela sentia a familiar dorzinha e um sorriso se abriu em seus lábios. Ela rebolou o quadril contra a boca dele, pedindo silenciosamente por mais, e ele entregou. Na mesma medida em que ele causava dor, ele também aliviava, criando uma constância de prazer que lentamente a enlouquecia.
O corpo dele respondia a cada toque dela, querendo mais, cada gemido o incendiando. A ardência da água batendo nos arranhões que ela deixava era fodidamente boa. Seus dedos se enroscaram nos cabelos dele enquanto ele chupava sua boceta, os olhos fixos nos dela, observando o sorriso malicioso que se estendia por seus lábios.
chupou o clitóris dela, empurrando dois dedos para dentro, sentindo a boceta quente e escorregadia apertar ao redor deles, o que o fez gemer. Seu coração batia forte no peito, acompanhando o ritmo em que seu pau pulsava. Ele movimentou os dedos, entrando e saindo, primeiro lentamente, depois mais rápido, a língua acompanhando o ritmo até penetrar mais fundo, até as juntas dos dedos e o som dos movimentos se misturarem aos gemidos dela.
Poucas pessoas a haviam chupado tão bem e ela estava sentindo falta de ser tão bem comida. se contorceu contra a parede e girou a mão para desligar a corrente de água entre eles, suas pernas tremiam, e ela mordeu o lábio inferior com força.
rebolava em seus dedos e em sua boca, e por mais que ele estivesse morrendo de vontade de estar dentro dela, também poderia passar a noite inteira apreciando a forma como se contorcia na parede e como seus gemidos preenchiam o banheiro. Ele girou os dedos dentro dela, mordeu o clitóris, e a sentiu se desfazer. Ela estava prestes a atingir seu ápice com só mais um pouco de incentivo, mas ele apressou seu orgasmo ao morder seu clitóris.
A boceta dela contraiu e pulsou ao redor dos dedos de , os gemidos mais altos enquanto ela gozava. Os olhos dele brilhavam em deleite, o pau pulsando com desejo puro.
— Fiz por merecer? — perguntou, tirando os dedos dela e lambendo cada um deles.
— Você pode fazer bem mais — respondeu, sem dar o gosto da satisfação completa.
Um sorriso surgiu lentamente em seu rosto e ela se deleitou com a visão dele lambendo os dedos depois de tirá-los de dentro dela. Ele soltou um riso incrédulo com a resposta espertinha dela, mas seu olhar turvo e a respiração ofegante lhe deram a resposta que ela se negava a admitir. Ele a segurou com mais força ao se levantar, acomodando as pernas dela de volta em sua cintura, incapaz de aguentar mais um minuto sem se enterrar nela. Ele deslizou as costas dela pela parede até que estivesse na altura perfeita e posicionou a cabeça de seu pau na entrada dela, sem esperar que ela se recuperasse do orgasmo antes de penetrá-la com um movimento firme.
estava tão molhada que ele entrou facilmente, a boceta quente apertando-o, enquanto as unhas curtas dela se fincavam na pele dos ombros dele a cada centímetro que ele avançava, até estar completamente dentro dela.
— Porra, . Você vai me matar... — grunhiu, e sua boca encontrou a dela em outro beijo exigente e faminto. Ele queria devorar todos os pedaços que ela lhe desse agora.
Ele tirou o pau até deixar só a cabeça, depois penetrou de novo, de uma vez só, repetindo o movimento, estabelecendo um ritmo rápido, profundo e brutal, obrigando o corpo dela a receber cada centímetro seu até suas bolas baterem na pele dela, seus gemidos abafados na boca dela.
— Isso... — gemeu em aprovação, contraindo sua boceta ao redor do pau dele, sentindo-o duro e pulsante.
Ela estava desesperada por outro orgasmo, nunca se dando por satisfeita. Sempre queria mais.
— É melhor não morrer, está me fodendo tão bem — provocou, antes que os lábios dele tomassem os dela em outro beijo.
Ela impulsionou seu corpo ainda mais contra o dele, descendo as mãos por suas costas, arranhando a pele com gosto, com vontade. Queria que ele a tomasse como se fosse a última vez que foderia alguém, que desse tudo de si para ela, que a entregasse de tudo um pouco para que ela experimentasse contra o seu corpo.
Seus gemidos se tornaram abafados com as bocas coladas uma na outra, e ela se tornou ainda mais selvagem assim que ele estabeleceu um ritmo rápido, forte e firme. Ele se enterrava tão fundo que era possível ouvir o som de seus corpos se chocando, do membro dele entrando e saindo de sua intimidade, do resquício de seu gozo ainda deslizando por suas coxas. Ela afastou a boca da dele, ofegante, mordendo a pele de seu lábio.
— Mais forte — pediu, a voz falhando. Desceu a boca para o queixo dele, onde deixou outra mordida, até chegar ao pescoço, onde arranhou com os dentes e deixou um chupão. — Não tenha pena de mim, , mais forte.
— Você é uma criatura exigente, não é? — ele sorriu, fechando os olhos enquanto a boca dela descia por seu pescoço, mordendo e chupando. — Mas tudo bem por mim, lutadora.
— Você não tem ideia do quanto — ela sussurrou em resposta, suas unhas marcando a pele dele. — Isso aqui é só uma prévia do que mais eu poderia ter exigido.
Ele parecia ser o tipo de cara que cumpriria suas exigências, mas ela decidiu não abusar. Podia se contentar com isso sendo suficiente. Um sorriso se espalhou pelo rosto dela ainda mais quando ele a desencostou da parede e a colocou de pé.
Um gemido insatisfeito escapou do fundo da garganta dela quando ele saiu de dentro dela, mas logo ele a virou de costas para si, e ela abriu as pernas, sabendo exatamente o que ele estava pedindo com aquela nova posição. Sua boceta latejava de expectativa, os bicos dos seus seios rígidos.
— Segure na parede — avisou.
Ele inclinou o tronco dela para frente, segurou seu quadril firmemente com uma mão e guiou seu pau de volta para dentro dela com dureza. Seu quadril se chocou contra a bunda dela com força e o barulho ecoou pelo banheiro, junto com os gemidos de ambos. Sua outra mão acertou a bunda dela com um tapa ardido, antes de deslizar por sua coxa, até seus dedos encontrarem seu clitóris.
mordeu o lábio com força ao sentir o tapa, sem saber exatamente porque gostava tanto daquilo, mas gostava. Seu prazer se elevou a um nível único e ela se rendeu a todas as sensações que ele estava provocando.
— É forte o suficiente para você, ? — ele grunhiu em seu ouvido, mordendo seu ombro com força, enquanto começava a girar seus dedos em seu clitóris na mesma velocidade em que seu pau entrava e saía dela.
— Você é rápido em descobrir do que eu gosto — murmurou, sentindo a dor da mordida dele em seu ombro se transformar em prazer.
— Você é bem clara em dizer o que gosta e eu costumo aprender rápido — ele comentou, beliscando o lóbulo da orelha dela com os dentes, afundando os dedos em sua pele com mais força quando inclinou o quadril ainda mais contra o dele.
Ele umedeceu os lábios e fechou os olhos, concentrando-se na sensação deliciosa da boceta dela apertando seu pau, o prazer crescendo dentro dele. Quando os dedos dele começaram a girar em seu clitóris, a região já estava tão sensível que ela se tremeu, sabendo que não conseguiria segurar o segundo orgasmo.
— Vai gozar no meu pau sem pena também? — gemeu, metendo mais forte.
— É isso que você quer, lutador? — Aproveitando a provocação, se inclinou ainda mais contra o quadril dele.
O som das estocadas ecoava pelo ambiente, o suor escorria entre seus seios e costas, os cachos grudavam na pele do seu rosto, seu corpo começava a amolecer.
— Se eu soubesse que você fode tão bem quanto luta, eu teria te procurado antes. — Sua boceta contraiu, apertando o pau dele dentro de si, um gemido longo escapando de seus lábios.
Ele estava indo tão rápido e tão forte quanto ela exigiu. Ela podia perceber, pela forma como o corpo dele também tremia e pelos gemidos que ecoavam, que ele também estava tão perto de gozar quanto ela. Ela se empurrou para trás, fazendo-o se enterrar ainda mais fundo, até atingir o clímax. Ela gozou tão forte e sem pena que precisou não só se segurar na parede, mas também se encostar no peito dele.
— Porra... — ele murmurou, segurando contra seu peito, gemendo e tremendo enquanto gozava. Ele espalhou a mão na barriga dela para firmá-la melhor, empurrando o quadril contra o dela. — Você é uma delícia quando goza assim.
Ele diminuiu o ritmo até parar, esperando que ela se recuperasse, mas seu corpo parecia prestes a explodir e seu pau latejava, tão perto de gozar também.
— Não... — A voz dela saiu sem fôlego quando percebeu que ele lhe deu um instante antes de continuar metendo.
Balançando a cabeça, o tirou de dentro de si, virando-se para ficar de frente para ele, sem saber o que era gota de água e o que era gota de suor ali. Ele resmungou algo incompreensível, quase sentindo dor física antes de entender o que ela queria fazer.
Com um olhar completamente vidrado, ele se apoiou na parede e lambeu os lábios ao ver cair de joelhos na sua frente.
— Você sentiu meu gosto, é minha vez de sentir o seu — avisou.
Ainda sentindo o resquício do seu gozo escorrendo pelas coxas, ela o empurrou um pouco para trás e, dessa vez, foi ela quem se ajoelhou. Segurou o pau duro dele na palma da mão e passou a língua pela extensão da cabeça, sentindo seu próprio gosto ali. Ela brincou com as veias saltadas antes de finalmente começar a chupá-lo, ansiosa para que ele gozasse assim mesmo.
... — ele murmurou, enfiando os dedos nos cachos dela e puxando os fios pela raiz, assim que ela lambeu a cabeça de seu membro, delineando o contorno das veias como uma tortura deliciosa.
Um rosnado vibrou no peito dele quando ela começou a chupá-lo, a boca tão quente e macia quanto sua boceta era. Ele arfou, conduzindo a cabeça de na velocidade perfeita, enquanto os lábios dela deslizavam pelo seu membro, lambendo e provocando até que ele chegasse ao limite.
— Essa boca... Porra. — Com um gemido longo e alto, ele gozou na boca dela, seu corpo estremecendo com a onda de prazer.
Ele respirou ruidosamente, o peito subindo e descendo rapidamente, sua cabeça foi se tornando menos enevoada conforme os efeitos do orgasmo diminuíam. se levantou e ele a puxou para perto, limpando com o polegar o resquício do gozo no canto da boca dela.
— Aliás, pode me agradecer mais vezes por ser bom de briga — ele disse, com um sorriso malicioso.
Eles recolheram suas roupas do chão e ele aceitou a toalha que ofereceu ao saírem do chuveiro. vestiu a roupa que tinha, que era o suficiente para sair dali e ir para o vestiário, onde estavam suas coisas. Antes de sair, ele se virou para ela mais uma vez, puxando sua cintura e capturando seus lábios em um último beijo.
Ela estava acostumada com aquilo. Não era o tipo de pessoa que estendia o contato para além do sexo e não esperava que ele ficasse. Aquilo nem mesmo estava nos seus planos para acontecer, uma oportunidade que ela abraçou com muito prazer, boa demais para desperdiçar no calor do momento.
Por isso, não estranhou e nem disse nada quando o beijo teve o gosto da despedida. Era bem melhor quando eles entendiam que podiam ir embora sem criar o clima estranho de ter que dispensar um ao outro.
— Sabe onde me encontrar, se quiser uma luta justa ou mais disso, lutadora — ele murmurou contra os lábios dela, antes de se afastar e ir em direção à porta.
Fora da sala de , o clube ainda estava na mesma loucura de antes, mas ele desviou da multidão e seguiu para o vestiário, precisando de um banho de verdade agora. A ex-lutadora apenas balançou a cabeça e se obrigou a não pensar muito no que tinha acabado de acontecer. Apenas recolheu a própria roupa e procurou outra mais limpa para vestir, decidida a continuar enfiada entre as paredes da sua sala secreta, enquanto alimentava a sensação de que aquela não era a última vez que eles se veriam.
Ele tinha razão.
Ela sabia onde encontrá-lo.




FIM.


Nota da autora: Sem nota.


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