Revisada por:
Aurora Boreal 💫
Finalizada em: 03/02/2025
estava ficando louca.
Enquanto seguia a recepcionista pelo imenso salão do Craig’s em direção à mesa reservada, tentava racionalizar as razões que a trouxeram até ali. Ela não sabia por que havia concordado com aquilo.
Os olhares na sua direção eram justificados, não estava vestida para um encontro, muito menos em um restaurante como aquele. Craig’s era o restaurante favorito das celebridades. E ela tinha quase certeza que viu Kim Kardashian quando estava entrando. O ambiente era simples, mas muito elegante com decoração rústica amadeirada, com bancos de couro redondos e mesas de toalhas brancas.
Não pretendia ir naquele encontro às cegas, estava decidida a ligar para sua amiga Denise e dizer que surgiu um imprevisto, mas quando a mesma enviou o endereço do restaurante, sentiu-se culpada em cancelar uma reserva que muitos passam dias tentando conseguir.
Denise era uma alma generosa, uma socialite rica e bem nascida, mas com um coração enorme. Ela foi uma das primeiras clientes de quando começou a trabalhar em Los Angeles e a mulher mais velha tornou-se uma figura presente na sua vida. Seu único defeito era não aceitar que fosse solteira e estava sempre com planos mirabolantes de cupido.
― Você é uma mulher linda e inteligente, tenho certeza que é perfeitamente capaz de encontrar alguém sozinha, mas prefere a solidão.
― Denise, obrigada de verdade por se preocupar comigo, mas nós já discutimos sobre isso antes. Kai é minha prioridade no momento. Eu não tenho tempo para sair com ninguém.
― Então deixe-me cuidar disso para você. Não se preocupe com nada, você só precisa aparecer no dia e hora marcada.
desejava do fundo do coração que as pessoas ao seu redor parassem de achar que ela estava deprimida ou que não era feliz de alguma forma. Ela tinha um filho lindo e saudável, e era dona do seu próprio negócio que prosperava sem parar. Nada lhe faltava. Seu trabalho duro estava valendo a pena. Sua vida social, no entanto, não existia.
É verdade que ela estava sozinha há muito tempo, mas ela não estava procurando por um relacionamento, não tinha tempo para isso. Ela duvidava que qualquer homem que Denise conhecesse poderia fazê-la perder o foco. Mesmo assim, não teve coragem de desmarcar e talvez estivesse um pouco curiosa de saber quem era o misterioso homem que a amiga disse ser um par perfeito para ela, mas não iria admitir em voz alta.
― Aproveite o seu jantar, senhora.
A viagem até a mesa foi mais rápida do que esperava. O lugar escolhido era provavelmente o melhor de todo o restaurante, uma bela vista de toda a área. Haviam flores e plantas decorando as mesas. O cheiro das rosas acalmou por alguns segundos.
― Oi? Você deve ser o ? ― perguntou, tirando as mãos dos bolsos da jaqueta.
O homem sentado na mesa à sua frente a olhou e pôde ver a surpresa se formar nas suas feições, tinha certeza que seu próprio rosto mostrava a mesma reação.
Ele se levantou, e ela foi completamente sugada por aqueles orbes azuis que a fizeram prender a respiração. Ele era uns bons quinze centímetros mais alto que ela, os ombros largos a fizeram se sentir um pouco menor.
― Sim, e você deve ser . ― Ele estendeu a mão para ela, suas pupilas claramente dilatadas.
tentava manter a calma, mas seu subconsciente já tentava memorizar cada detalhe do rosto daquele homem tão lindo à sua frente. Ele usava uma camisa branca de botões, que parecia simples enfiada no jeans, mas o blazer preto que completava o visual lhe dava um ar sofisticado.
O homem segurou sua mão um pouco mais longamente, seu olhar de cílios loiros estudando sua figura.
― Por favor, sente-se. É ótimo conhecer você, finalmente.
a olhava intrigado com um pequeno sorriso no rosto, ele não parecia chocado ou constrangido com a sua aparência despojada.
― Me desculpe, eu acabei de sair do trabalho e vim direto para cá.
respirou fundo e antes que o homem pudesse respondê-la, ela continuou com seu discurso ensaiado.
― Serei completamente sincera com você agora, . Eu não queria vir. Isso tudo foi ideia de Denise, ela insistiu muito para eu tentar. Não preciso de um encontro às cegas para arranjar um relacionamento. Realmente não tenho tempo para isso. Tenho um filho de 6 anos que preciso trabalhar muito para criar, então não posso entreter a ideia de um relacionamento agora, ou em um futuro próximo.
Se fosse um babaca, provavelmente a xingaria agora e iria embora encerrando essa noite mais cedo. teve sua cota de homens desagradáveis nos últimos anos. Homens que não aceitavam serem rejeitados, então estava acostumada com o tipo.
― Uau! ― ele disse e riu um pouco. ― Se importa de me dizer por que você veio, então? ― perguntou, a voz embebida em simpatia e curiosidade. Os olhos azuis ainda a encarando intensamente.
ajeitou-se na cadeira e levantou o queixo.
― Me senti culpada, é muito difícil conseguir uma reserva nesse restaurante. E também acredito que você merece a verdade sobre como me sinto sobre tudo isso.
― Obrigado pela consideração! ― disse sorrindo e gesticulou para que o garçom se aproximasse da mesa.
― Deseja realizar o pedido, senhor?
― Eu não posso demorar ― se apressou em deixar claro que não ficaria muito.
― Ok. Qual o prato mais rápido que você me recomenda?
O garçom pareceu surpreso por um momento, mas respondeu rápido.
― Pizza, senhor? O hambúrguer da casa é excelente.
― Quanto tempo?
― 30 minutos, no máximo.
virou-se para , levantando as sobrancelhas.
― Pizza para mim está ótimo. Pepperoni Margherita.
― Buffalo Wing para mim. Obrigado.
O garçom, claramente confuso com o diálogo, olhou para os dois uma última vez e saiu em direção à cozinha.
― Aceita uma taça de vinho? — ele perguntou.
Seus lábios se curvaram em um sorriso que lhe tirou o fôlego, fazendo-a desistir do plano de se levantar e ir embora.
― Sinto muito, mas estou dirigindo ― murmurou apressadamente.
― Tudo bem, eu moro aqui perto, vim andando.
piscou algumas vezes, um pouco surpresa com a tentativa do outro de iniciar uma conversa. Por que aquele homem ainda estava ali sendo tão simpático, como se não tivesse acabado de levar um fora de uma desconhecida?
― Temos 30 minutos até que a pizza chegue. Prefere ficar em silêncio?
cruzou os braços na frente do peito, tentando parecer sério, mas o brilho em seus olhos o denunciava. suspirou, se ajeitando novamente na cadeira para ficar confortável, já que ficaria ali por mais um tempo.
― Desculpe por essa situação, mas eu realmente não estava preparada para vir.
― Não precisa se desculpar. E o que você faz para viver, ?
mordeu os lábios. Não sabia como lidar com essa situação. Estava preparada para dar meia volta e ir para casa após seu desabafo sincero, mas estava agindo como se nada tivesse acontecido.
― O que Denise contou sobre mim?
― Apenas seu nome e sua idade. , 30 anos.
― O mesmo comigo. , 35 anos. ― Ele sorriu e notou que ele tinha um sorriso muito bonito. Sem dúvidas, era um homem atraente.
― Sou advogada e investigadora particular. Divido um pequeno escritório com um sócio, não muito longe daqui.
― E é isso que você sempre quis fazer?
Normalmente, teria considerado todas aquelas perguntas como invasão de privacidade. Não costumava contar tanto sobre si para pessoas que acabara de conhecer.
― Sim, desde pequena, eu sabia que acabaria fazendo algo assim. E você? O que faz da vida?
― Nada tão interessante quanto o que você faz. Sou fotógrafo profissional, tenho uma galeria e um estúdio, e trabalho com algumas revistas.
― Por que está aqui, ?
― O que quer dizer?
― O que um homem como você faz em um encontro às cegas?
― Um homem como eu? ― ele sorriu de lado, olhando-a vagamente divertido antes de tomar um gole da sua taça de vinho. ― O que isso quer dizer, exatamente?
tentou não sorrir.
― Sim, um homem como você. Você é provavelmente bonito, educado e provavelmente rico. Aposto que não faltam opções, caso você queira se envolver com alguém.
Estudou-o um pouco mais por cima da mesa. exalava uma calma que ela nunca havia experimentado na presença de outra pessoa. Ele parecia ser tão leve. E, claro, não dava para ignorar aquele sotaque sensual ou o cabelo loiro cuidadosamente desarrumado, como se ele tivesse acabado de transar com alguém.
― Eu não diria isso.
― Fala sério! Tenho sido sincera com você desde que cheguei. Aposto que modelos e atrizes famosas se jogam aos seus pés.
tentava ler aquelas íris azuis que a fitavam tão profundamente, mas ele mantinha uma calma invejável.
― Não acho que me gabar de ter mulheres se jogando aos meus pés é algo legal para se dizer em um primeiro encontro.
― Isso não é um encontro.
― Claro que não, como pude esquecer disso? ― Ele soltou um risinho irônico. ― Tem razão. Antes de você chegar, pelo menos duas mulheres tentaram flertar comigo.
sorriu vitoriosa.
― Eu sabia. E então? Por que está aqui?
― Não tive nenhum relacionamento duradouro desde que me divorciei há três anos. Meus amigos dizem que preciso conhecer mulheres de verdade e ficar longe das modelos. Não tenho paciência para aplicativos de namoro, não acho que encontros online são para mim. Decidi deixar uma amiga procurar alguém que ela considerasse apropriada.
sentiu-se mal por ser a pessoa que ele conheceu na sua tentativa de algo novo. Ela não estava disponível para um relacionamento sério. Não podia negar que aquele homem a deixava intrigada, mas os dois não tinham nada em comum. Não tinha tempo para se envolver com ninguém, muito menos com ele.
— Vamos encarar a realidade, . Nós dois fomos atraídos para cá porque temos uma amiga em comum que acredita que sabe o que é melhor para nós, quando é óbvio que somos pessoas muito diferentes.
conseguiu observar no rosto dele que suas palavras foram duras o suficiente para machucar um pouco, mas ele não perdeu a postura.
― Talvez, mas você deveria saber que, às vezes, duas coisas diferentes podem funcionar muito bem juntas.
Os olhos dele brilharam, depois se desviaram dos dela, parecendo constrangido por um momento. colocou alguns cachos do seu cabelo atrás da orelha. Não sabia mais o que dizer para provar-lhe que não estava interessada em namorar, esperava ter sido clara o suficiente. Sabia que todo o discurso de não ter tempo ou vida social para fazer mais nada soava patético, mas não se importava. Provavelmente não o veria outra vez depois daquela noite, mas, apesar disso, precisava admitir que era uma figura interessante.
Certamente, ele não estava tentando seduzi-la para uma noite de sexo sem compromisso. Com aquela aparência, ela duvidava que ele algum dia teve que seduzir uma mulher. não queria ser seduzida. Seu corpo estivera congelado por anos, não se sentia atraída por ninguém de verdade há bastante tempo, não era como se não tivesse feito sexo desde que deu à luz, mas a última vez fora há mais de um ano e não foi agradável.
Nesse momento, um garçom se aproximou.
― Posso lhe servir mais uma taça de vinho?
Ele assentiu. Era difícil ler no seu rosto o que ele estava pensando e eles ainda tinham que ficar ali naquela situação por mais alguns minutos até que a comida chegasse e eles pudessem usá-la como desculpa para não falar.
― Hum! Eu já volto.
Sem olhar para ele, levantou-se e caminhou em direção ao que acreditava ser os banheiros do restaurante.
encarou o espelho por alguns instantes. Estava bonita, parecia cansada, mas sua aparência ainda estava boa depois de um dia inteiro de trabalho. Alguém que não a conhecia apenas enxergava a pele negra saudável, os olhos expressivos e os lábios carnudos. Mas, por dentro, não era tão bonita assim. Tinha muitas mágoas, feridas abertas e uma dificuldade enorme em abrir o coração.
Saiu do banheiro controlando a vontade de passar direto para a saída, olhando para frente, sem fazer contato visual com o cara, até estar fora do restaurante. Não podia fazer isso, não era covarde, decidiu ficar e encarar aquela situação como uma adulta até o fim. Sentou-se à frente dele na mesa novamente e teve que conter o riso quando o homem a olhou surpreso, ele provavelmente não acreditava que ela fosse voltar.
A verdade é que ela estava curiosa, era uma brisa de ar fresco na sua vida monótona e parecia um cara genuíno, mas infelizmente, ela não poderia saber mais sobre ele, porque isso a colocaria em uma situação em que ela não queria estar.
não podia se dar ao luxo de ficar interessada em um homem como ele. No entanto, quanto mais ela tentava se convencer disso, mais ela sabia que era mentira.
o olhou curiosa, não pensou que seria ele novamente a quebrar o silêncio constrangedor.
— São Francisco, mudei para cá depois que…
Parou antes de revelar ser viúva, não achava necessário dar esse detalhe de sua vida para alguém que provavelmente não veria novamente. Por outro lado, isso com certeza o assustaria de verdade. Sua história era triste demais para compartilhar, não gostava do olhar de pena que recebia sempre que precisava contar essa parte. queria acreditar que seu passado trágico não a estava perseguindo e influenciando todas as suas decisões, mas não podia ignorar esse pensamento que voltava ocasionalmente.
visitava o pai que conheceria o neto pela primeira vez quando recebeu a notícia. Seu marido morreu em um acidente de carro. Um motorista bêbado ultrapassou um sinal vermelho. Foi horrível. ficou sozinha para criar seu filho recém-nascido e teve que se virar. Podia sentir seus olhos arderem, não conseguia evitar ficar emotiva com as lembranças. Eventualmente, teve que se mudar para Los Angeles para perto do seu pai, que já morava na cidade há alguns anos. A ajuda dele era essencial, ele amava o neto e faria tudo por ele, mas assim como Denise, ele insistia para ela tirar algum tempo para si mesma. não se sentia pronta para isso.
— Depois que meu filho nasceu, acreditei que seria melhor criá-lo perto da minha família. E você?
— Londres — respondeu sucinto, desviando seus olhos azuis para a grande janela de vidro que tinha vista para o jardim. — Mudei para Los Angeles há mais de 10 anos.
― E o que o trouxe para a América?
agora estava realmente curiosa, não tinha vergonha de admitir. Estava explicado a origem do sotaque britânico sedutor, mas não o porquê ele estava tão longe de casa.
― No começo, eu só queria ser famoso, modelo ou ator, e acabei como fotógrafo. A vida de celebridade não é para mim. ― Ele a encarou de repente com aquelas íris azuis tão intensas.
Ela tinha que admitir que o cara era legal o suficiente para que ela continuasse a conversar com ele, então, por que a ideia de continuar a perguntar sobre sua vida a deixava nervosa? Ela repetia para si mesma que o interesse não era romântico e, sim, puramente profissional. Ele poderia ser um exercício para o seu trabalho de investigadora.
O restaurante estava cheio, mas o barulho das conversas nas mesas não era o suficiente para distraí-la naquela hora. ainda a observava. Balançou a cabeça para ver se colocava alguma razão em seus pensamentos e respirou fundo.
― Se não acha que consegue ser famoso, por que não voltou para casa?
― Eu me apaixonei pela cidade.
― Deve ser bom para seus negócios. Ficar perto da agitação. Tipo baladas, modelos, atrizes, gente rica.
― Me aposentei da animação. Tive minha cota de aventuras, acredite. Os negócios vão muito bem sem eu precisar estar fora de controle todas as noites.
— Fora de controle, hum? Como assim?
— Não quero te dar uma má impressão de mim no nosso primeiro não encontro.
abriu um sorriso bonito, tomando outro gole do seu vinho. E não pôde evitar sorrir também. Sentindo a garganta seca, ela fez o mesmo com a taça de água na sua frente.
— Certo. Então me conte sobre você e o seu trabalho. Quero saber um pouco mais, parece muito interessante.
— O que quer saber?
― O que você faz exatamente? É como o trabalho da polícia?
— Não, meu trabalho é mais contido, a polícia não quer civis se metendo onde não devem. Geralmente sou contratada para realizar o trabalho que a polícia não quer fazer.
— Você passa seus dias seguindo maridos infiéis?
— Por incrível que pareça, não recebo muitos casos de mulheres traídas.
Finalmente o garçom se aproximou e serviu a mesa com o prato escolhido e seus acompanhamentos. esperou que aquilo fosse tirar o foco da conversa de si mesma, mas quando os dois ficam sozinhos novamente, retomou o assunto.
― Dá para notar que seu trabalho é muito importante para você.
— E você? Por que fotografia?
— Sempre foi a minha coisa. Desde criança. Por isso achei que seria modelo — disse, antes de começar a comer.
― Você parece um modelo.
deu uma risada. E novamente riu com ele.
― Você tem um sorriso lindo — ele disse, olhando nos olhos dela.
desviou o olhar para seu prato, sem saber como reagir ao elogio repentino. Ele estava tentando flertar com ela?
Depois disso, os dois comeram em um silêncio confortável. Nos minutos seguintes, ele falou brevemente sobre a comida, mas a deixou comer sem puxar assunto novamente. Ele abriu um sorriso quando o garçom chegou para limpar a mesa, e continuou em silêncio até que terminasse.
Quando a conta chegou, ela deixou que ele pagasse por tudo, não parecia justo, já que ela não lhe ofereceu nenhum tipo de entretenimento durante aquela última hora, mas mesmo sem o conhecer o suficiente, ela tinha certeza que ele não permitiria que ela pagasse metade do valor total.
Na frente do restaurante, lado a lado, os dois esperavam o manobrista trazer o carro de . O que ela deveria dizer para se despedir? Certamente aquela situação era estranha, mas o jantar não havia sido ruim, ela conseguia imaginar como aquela noite poderia ter sido bem pior.
― Bom, isso não foi tão ruim como eu pensei que seria quando resolvi ficar.
Ele riu.
― Sério? O que estava esperando?
― Após ter lhe dado um fora tão diretamente no exato momento que te vi, eu imaginei que você me xingaria por fazer você perder seu tempo sem nem ao menos se dar bem no fim da noite.
Ele ergueu as sobrancelhas.
― Você foi estranhamente compreensivo com toda a situação, e não é isso que costuma acontecer. Os homens conseguem ser muito babacas. Sem ofensas.
Seus lábios se curvaram de novo.
― Não fiquei ofendido. ― Os olhos dele escanearam seu rosto. ― Posso ser sincero com você, ?
Ela ficou surpresa com o apelido que pareceu tão natural para ele, como se os dois se conhecessem há anos.
― Claro.
― Entendo e respeito que você não esteja à procura de um relacionamento, mas você é uma mulher linda e qualquer homem que disser que não se sente atraído por você após alguns minutos na sua presença, estará mentindo.
sentiu-se envergonhada pela segunda vez naquela noite. Sua mente estava uma bagunça. De repente, a proximidade deles a deixou ansiosa por algo que ela nem mesmo sabia o que era. Ele enfiou as mãos no casaco e olhou para frente em direção à rua, não parecia esperar alguma resposta. Assim de perfil, seu rosto era perfeito. Distraída, não percebeu que ele agora olhava para ela.
Antes que pudesse dizer algo, seu carro já estava pronto para ir. Recebeu as chaves da mão do manobrista e agradeceu antes de virar-se novamente para , que ainda a encarava.
― Me desculpe novamente por tudo isso.
― Não tem nada para se desculpar. Eu tive uma noite muito agradável. Boa noite, . Se cuida.
Sem esperar que ela respondesse, caminhou em direção à rua.
― Boa noite! — respondeu baixinho. Observou ele caminhar pela rua por alguns segundos antes de entrar no seu Jeep e dirigir para casa.
***
Passava das 22 horas quando entrou em casa e encontrou seu pai na sala de estar, distraído com um livro no seu colo.― Oi, pai! ― disse, trancando a porta atrás de si.
O homem parecia não ter notado que ela entrara, mas abriu um sorriso assim que a viu.
― Oi, ! Você demorou. Muito trabalho?
― Não. Na verdade, eu estava em um encontro. Um encontro às cegas, para ser mais específica.
Ela riu e sentou ao seu lado no sofá. Seu pai não disfarçou a surpresa, fechou o livro e virou-se para ela, ansioso por mais detalhes.
― E como foi?
tirou a jaqueta, deixando-a de lado. Ignorou como a resposta para aquela pergunta era tão fácil.
― Surpreendentemente, não foi ruim.
― Isso significa que-
― Não significa nada, pai. Não existe espaço para outro amor na minha vida, por enquanto. Por falar nele, Kai está dormindo?
― Deveria estar. Coloquei ele na cama uma hora atrás.
Sob o olhar preocupado do seu pai, andou em direção à escada.
― Obrigada. Vou dar uma olhada nele e depois vou para cama. Boa noite, pai!
Ela subiu as escadas segurando os longos cabelos cacheados no alto da cabeça, enrolando-o em um coque bagunçado. No quarto ao lado do seu, Kai dormia profundamente, ainda segurando seu tablet. Sorriu para si mesma, ajeitou o cobertor sobre ele e debruçou-se beijando sua testa.
Seu coração se apertou, tinha tanto amor pelo filho e pela pequena família que eles tinham. Ela realmente acreditava ser suficiente. Tinha que ser. No seu quarto, ela abriu a janela de vidro para que um pouco de ar entrasse. A noite de março estava fria. Ela respirou fundo, a lua cheia alta brilhando ao longe. A solidão bateu. Ela estava tão cansada.
Pensou em mais uma vez, no fundo da sua mente, desejava que ele não a esquecesse. Desejava que aquela noite estranha ficasse na sua memória por alguns dias. Nem que fosse como a lembrança do pior encontro que ele já teve.
O cliente que a procurou naquela manhã era de uma família rica e pediu urgência e confidencialidade no seu caso. Quando começou a estudar as pistas no seu intervalo na hora do almoço, descobriu que elas levavam até uma galeria de arte e fotografia em São Francisco, e com uma rápida pesquisa no Google, descobriu que ela pertencia ao famoso e prestigiado fotógrafo . Isso era com certeza uma coincidência muito estranha.
Agora que sabia quem ele é, estava surpresa por ele não ter se mostrado, ele tinha motivos de sobra para contar vantagem, mas aparentemente ele não era assim. Apesar de rico, atraente e o ar de confiança e a calma que ele emanava, ele não era arrogante. Ele não parecia ser do tipo que queria apenas dar uma rapidinha com uma mulher bonita. Ele também não disse nada para Denise sobre o encontro, não pediu seu telefone ou foi atrás dela depois daquela noite, ele respeitou sua vontade de estar sozinha.
Seria uma grande mentira dizer que não pensou em nos dias que se seguiram ao encontro. Pensou nele, no dia seguinte, quando Denise apareceu no escritório perguntando detalhes da noite passada. Pensou nele novamente quando, alguns dias depois, passou em frente ao restaurante. E alguns dias depois, na solidão escura do seu quarto, se pegou pensando: por que não? Porque não terminou a noite na cama com aquele homem.
Nos minutos finais daquele encontro, ele deixou claro que se sentia atraído por ela, mas durante toda a noite havia sido um perfeito cavalheiro. E se não fosse o caso? E se ele tivesse sido ousado e a convidado para ir a sua casa? Ela teria aceitado? Provavelmente não. Não estava pensando em sexo naquele momento. Naquela noite, não havia se dado conta do quão havia ficado atraída por ele. Estava muito concentrada em deixar claro que não queria se envolver com ninguém.
Os dias passaram, e a memória dele foi ficando mais fraca e agora meses depois, ela estava dirigindo até ele. Apertou a direção do carro entre os dedos, precisava manter tudo isso no campo profissional. Era um cliente importante e estava pagando muito bem, não podia deixar seus pensamentos confusos por aquele britânico estragarem tudo.
Sem problemas. Ela saberia lidar com ele.
***
Depois de mais alguns minutos no trânsito, estacionou finalmente a alguns metros do prédio da galeria. Não havia ninguém no balcão de entrada além do segurança mal-encarado. Decidiu andar pelo lugar e não demorou muito para que uma mulher de cabelos cor de fogo e olhos muito verdes viesse na sua direção com um sorriso simpático.― Boa tarde! Posso ajudá-la?
― Estou procurando o dono da galeria? ?
― Oh! ? Ele está em algum lugar por aqui ― a ruiva olhou em volta por um momento ― ele gosta de falar com as pessoas. Por que não tenta o andar de cima? Siga este corredor até o final e você verá a escada.
― Vou fazer isso. Obrigada!
A galeria era maior do que parecia pelo lado de fora. Pessoas admiravam as obras em algumas salas e era possível ver pequenos grupos divididos e concentrados.
Distraída, quando virou uma esquina, bateu com força em um peitoral masculino musculoso.
― Ai, meu Deus! Desculpe! ― Exclamou e ergueu os olhos.
― Não, eu que peço desculpas… ― o homem começou a falar.
Seus olhares se encontraram e ficaram em silêncio por um momento até que se deram conta.
― !
estava ali muito próximo dela, lindo como da primeira vez que o viu.
― Eu mesma.
olhou para baixo, para observar o resto do corpo dele. Como não havia reparado na primeira vez que o viu? O homem era todo musculoso, provavelmente tinha um peito definido e quase dava para ver através da camisa branca que ele usava com as mangas enroladas no antebraço.
Quando seu olhar voltou a encontrar o dele, seu sorriso ficou mais largo. deu um passo para trás tentando colocar alguma distância entre eles.
― Que bom ver você outra vez. Como você está? O que faz aqui?
Ele parecia genuinamente feliz em revê-la. Ela não sabia como interpretar aquilo.
― Oi! .
― Por favor, me chame de .
― . Me desculpe aparecer assim, mas estou aqui a trabalho. Será que podemos conversar em particular?
Sua postura mudou e sentiu uma ponta de arrependimento em ter que desmanchar aquele sorriso.
Ele a guiou até seu escritório, uma grande sala com janelas de vidro e sofás de couro. Conseguiu olhar ao redor rapidamente prestando atenção na decoração moderna. Não havia uma mesa para reuniões, ou cadeiras como nos escritórios que ela estava acostumada a frequentar, tudo era bem minimalista. observou o homem se sentar em uma elegante poltrona de cor vermelho vinho e sentou-se à sua frente ainda um pouco intimidada.
― Seu olhar está me deixando nervoso.
Ele cruzou as pernas, apoiando o tornozelo no joelho.
― Que olhar?
torceu os lábios.
― Você está muito séria. Disse que era algo relacionado a trabalho? Posso te ajudar em algo?
― Não é nada tão sério assim. Recebi um caso hoje e acredito que você possa me ajudar.
tentou fazer um bom trabalho resumindo o seu novo caso.
Um casal de uma família bem tradicional da cidade estava à procura da filha mais nova de 22 anos que fugiu da faculdade com o namorado há dois meses e se recusava a voltar para casa. A polícia não podia fazer nada já que ela é adulta e não foi sequestrada. precisava rastrear a herdeira para que seus pais pudessem ter uma chance de persuadi-la a voltar para sua vida.
a ouviu com atenção, esperando para entender em que ele poderia ser útil em todo aquele drama familiar. A jovem fugitiva havia sido vista por alguns conhecidos naquela galeria duas semanas atrás, mas não havia nada nos gastos do cartão de crédito que indicasse que ela havia estado na cidade. precisava ter certeza.
― Claro que posso ajudar. Não vou questionar se isso é ilegal ou não. ― Ele sorriu ― Você é uma amiga pedindo um favor e eu fico feliz em ajudar.
Ela tentou ignorar o estranho incômodo que sentiu ao ser chamada de amiga por ele. ― Muito obrigada!
― Se você tiver uma foto dela e uma data exata, posso pedir a alguém que verifique as câmeras de segurança.
agiu rápido, chamou alguns funcionários e passou instruções.
― Já que isso vai demorar um pouco, aceita tomar um café enquanto esperamos?
― Café?
― Sim, você toma café? ― Ele riu.
Ela ficou calada. Ele a estava convidando para sair? Não poderia ser isso.
― É só café, , a cafeteria fica ali do outro lado da rua. Não há nada além de duas pessoas conversando. Minha companhia é tão desagradável assim?
― É claro que não. Nós podemos ir.
― Ótimo, por aqui, por favor.
Os dois caminharam em silêncio por alguns metros, o lugar estava movimentado naquele fim de tarde, a decoração grunge era bonita e mesmo que ela soubesse que a intenção era fazer o lugar parecer acessível, tudo ali era possivelmente bem caro para seu bolso. Estava feliz por decidir colocar seu melhor jeans e botas novas.
Sentaram-se em uma mesinha nos fundos um pouco distantes da aglomeração.
A garçonete se aproximou rindo para , como se estivesse vendo uma estrela de cinema.
― O que vão querer?
― Capuchino, obrigada.
― Um americano para mim, por favor.
não sabia bem onde aquela conversa iria, mas decidiu que por educação, que deveria ser a primeira a falar.
― Sua galeria é muito bonita. As fotos são incríveis.
a encarou em silêncio por um momento, então lentamente abriu um sorriso sexy.
― Muito obrigado. Fico feliz que tenha gostado.
Por um segundo, ela ficou olhando para ele como uma boba sem saber como continuar aquela conversa.
Sentar frente a frente com dessa vez não era nada como a primeira. Agora ela não podia negar o efeito que ele causou nela da primeira vez. era um homem atraente, e sentia-se atraída por ele.
― Realmente não acreditei que a veria outra vez, , então me desculpe se estou agindo um pouco estranho. Mas vamos lá, me diga, você está bem?
De certa forma era bom saber que ele também não esperava por aquele reencontro. Os dois partiram naquela noite como estranhos ou duas pessoas que se conheciam de vista e não tinham nada em comum.
― Sim, estou bem. Trabalhando bastante. Não tenho muito tempo para outras coisas esses dias. Nada mudou na minha vida. E você, como está?
― Meu apartamento ficou pronto finalmente. Agora tenho um estúdio completo onde posso trabalhar nos dias em que eu não queira vir para a galeria.
― Isso acontece muito?
― Bastante ultimamente, às vezes preciso ficar sozinho para trabalhar.
Um sorriso preguiçoso se formou em seu rosto bonito enquanto ele passava a mão por seu cabelo de fios desalinhados que faziam sua mão coçar com vontade de tocá-los. Era difícil não encarar cada movimento dele.
Ela se ajeitou na cadeira.
― Fico feliz que não tenha ficado nenhum ressentimento entre nós depois daquela noite ― ele continuou ― Foi um bom jantar, apesar das circunstâncias. Conversei com Denise e pedi que parasse com a operação cupido, por enquanto.
Isso significava que ele ainda estava solteiro?
― Não fiquei brava com ela, e muito menos com você, que também não sabia de nada. Tenho certeza que você pode encontrar alguém legal sem precisar de ajuda.
A garçonete se aproximou e serviu as bebidas rapidamente.
― Tem razão. Não preciso. Mas se quer saber, eu fiquei feliz que você tenha aparecido, foi bom conhecer você. No meu primeiro e único encontro às cegas, eu conheci alguém como você. Chamo isso de sorte.
Por que o coração dela estava batendo com tanta força? Ele estava flertando com ela? Uau, fazia tempo que ela não se sentia tão atraída por alguém a ponto de querer flertar de volta. perdeu a capacidade de falar, e ele continuou tomando seu café, parecia que ele sabia exatamente o que causou. Enquanto isso, seu Capuccino estava intacto.
― Também tive uma noite muito agradável.
Decidiu dizer por fim. Não sabia se aquilo era flertar de volta, mas tentou ser sincera.
Durante a meia hora seguinte, a conversa continuou e um café acabou virando um delicioso pedaço de torta de maçã. Conversar com era mais fácil do que gostaria de admitir. Ele era um ouvinte fantástico e estava sempre interessado no que ela tinha para contar e respondia ou fazia comentários no momento certo.
― Alguém já lhe disse que você tem um sorriso lindo? ― perguntou.
foi pega de surpresa pelo elogio.
― Obrigada. Posso te perguntar uma coisa? ― ela disse.
― Tenho a sensação de que você vai perguntar de qualquer jeito.
― Você está flertando comigo?
levantou uma sobrancelha e seus ombros ficaram tensos. Um momento de constrangimento se estabeleceu entre eles.
― Depende.
― Depende do quê?
― Você ficou desconfortável?
pensou por um momento. Ela estava ciente do efeito que ele vinha causando em seu corpo desde que se chocou contra ele na galeria. Não fazia sentido mentir agora.
― Não.
O telefone dele tocou, tirando os dois daquela tensão sexual que pairava pesada sobre eles. limpou os lábios com um guardanapo antes de enfiar a mão no bolso da calça e tirar o aparelho.
― Parece que encontraram o que você precisa. Podemos ir?
De banho tomado e vestindo nada além de um short velho de pijama que mal cobria sua bunda, e uma camiseta estampada com uma foto de Jimi Hendrix, ela se acomodou no sofá da sala. Ela amava aquele silêncio apenas interrompido pelo som baixo da TV e pelo seu celular que estava vibrando bastante nos últimos 15 minutos. Ela sabia quem era. Estava conversando com ele desde a hora do almoço. Uma imagem de passou pela sua cabeça. O que havia nele que despertava tanto interesse nela? Aquele homem era perigoso para sua paz de espírito.
O celular vibrou novamente e dessa vez não parou. Pegou-o, checou o identificador de chamadas e apertou o botão.
― Alô!
― Boa noite, !
A cadência sexy daquela voz britânica sempre a pegava desprevenida.
― Estou começando a me arrepender de ter te dado meu telefone.
Ele riu.
― Sério? E eu achando que você estava muito grata pela minha ajuda no outro dia. ― Ele fez uma pausa. ― Você me agradeceu. Não estava sendo sincera?
Sério? Aquele homem sabia como deixá-la sem palavras.
― Claro que estava sendo sincera. Realmente agradeço sua ajuda, e fiquei te devendo uma, mas…
― Então venha jantar comigo. Apenas jantar, . Duas pessoas conversando enquanto aproveitam boa comida. E dessa vez nada de restaurante das celebridades.
Ela ficou calada por um momento.
― Não acho que seja uma boa ideia.
― Você acabou de dizer que me deve uma pela ajuda que te dei, e o que eu quero em troca é só isso, que você venha jantar comigo, amanhã.
O coração dela disparou. Não podia fazer isso, mas queria tanto que a vontade de vê-lo novamente a assustava.
― Estou sozinha em casa esse fim de semana, e queria descansar…
― Perfeito. Te pego na sua casa, nós vamos comer e te levo de volta a tempo de dormir cedo.
― Obrigada pelo convite, , mas não posso…
― Vou buscá-la amanhã, por favor, me mande seu endereço por mensagem.
suspirou alto e ficou em silêncio por um momento. Estava horrorizada em constatar que queria muito dizer sim, mas também não queria ceder tão facilmente.
― ?
― Estou pensando.
― Tudo bem, eu posso esperar. Podemos falar sobre outra coisa enquanto você pensa. Como foi o seu dia?
Ela levou uma das mãos à cabeça e esfregou a têmpora.
― Bom… Ótimo. Muito trabalho. Não faz muito tempo desde que cheguei em casa e estava prestes a pedir comida quando você ligou.
― E o que você vai comer, ?
― E para que você quer saber, ?
― Para eu aprender o que você gosta.
Ela suspirou novamente. Decidiu que seria melhor relaxar um pouco e suavizar o tom da voz. Não queria parecer estar sempre na defensiva.
― Pizza, ou hambúrguer com fritas. Talvez os dois. A verdade é que estou faminta.
riu do outro lado da linha.
― Então amanhã tomaremos cervejas e comeremos carne em algum lugar.
― Ei, eu nunca disse que ia sair com você. ― Ela fechou os olhos. ― Eu disse que iria pensar.
― Mas você vai. Não vai, ?
A voz dele mexia com ela de um jeito inexplicável. Mesmo pelo telefone, sem o ver, ele conseguia a deixar completamente desnorteada. Por que ele não podia ser igual aos outros e simplesmente desistir dela?
― Você está me matando ― resmungou no telefone.
Ele riu e o som da risada dele a fez sorrir.
― Isso é um sim?
― Ok! Vou sair com você, .
― Perfeito. Vou buscar você às 19 horas, me mande seu endereço por mensagem. Vou desligar agora, você precisa se alimentar. Boa noite, .
Mais tarde, enquanto se ajeitava na cama para dormir, no escuro, repassou mentalmente a conversa dos dois. Ela tinha um encontro marcado com um homem e não conseguia entender como aquilo estava acontecendo.
O Blue Moon Bar e Grill era o novo lugar mais badalado da cidade, não era necessário fazer reserva com meses de antecedência, e nem era frequentado por famosos, mas era preciso sorte para conseguir uma boa mesa em um sábado à noite. Ou no caso de , um sorriso bonito também ajudava.
Sentado atrás de um prato de churrasco, estava lindo com seu habitual cabelo desgrenhado, e seus olhos azuis atentos a cada movimento que ela fazia. Não havia constrangimento dessa vez, conversar com ele era natural e agradável. Ele conseguia flertar e deixá-la envolvida em tensão sexual, mas também conseguia esfriar a conversa falando sobre arte e marcas de cerveja que ele gostava.
― Diga-me algo sobre você, . Sinto que ainda há tanto para descobrir.
― O que você quer saber?
quase conseguia ver as engrenagens na cabeça dele girarem, ele estava curioso sobre alguma coisa.
― Posso saber porque cria seu filho sozinha? Não lembro de você mencionar um divórcio.
espetou um pedaço de carne com um garfo e tomou um gole do seu chopp.
― Meu marido morreu quando Kai tinha menos de dois meses de nascido.
O sorriso dele se desmanchou imediatamente. Ele parecia mortificado.
― Me desculpe, , eu não fazia ideia. Sinto muito mesmo. Não devia ter-
― Está tudo bem ― ela o interrompeu. ― Você iria saber de qualquer jeito mais cedo ou mais tarde.
Graças a ela, o clima divertido foi destruído. O observou por um segundo. Ele parecia desconfortável com a direção da conversa, mas não tinha a mesma expressão de pena que estava acostumada a ver nas pessoas quando esse era o assunto.
― Eu sinto muito. Isso deve ser difícil de lidar. Mas sinto que agora te entendo um pouco melhor.
― É bem difícil, mas o pior já passou, nós estamos bem.
sorriu com a lembrança do sorriso feliz do seu filho. sorriu para ela do outro lado da mesa e então, ele mudou de assunto.
Todo o nervosismo que sentiu mais cedo enquanto o esperava ainda em casa havia desaparecido. Sentia-se tão à vontade na sua presença como se aquela não fosse apenas a terceira vez que o via.
― Na próxima vez, vou cozinhar para você.
Ela levantou uma sobrancelha. Estranhamente a ideia de uma próxima vez não foi o que a deixou surpresa.
― Você cozinha?
― Por que isso é tão surpreendente? ― Ele riu. ― Você ainda vai descobrir muitas coisas sobre mim.
Ela pegou uma batata frita e apontou para ele.
― Ainda não consigo acreditar que me convenceu a sair com você.
Ele se inclinou e mordeu a batata frita dos dedos dela. Aquilo fez todos os pelos do seu corpo se arrepiarem.
― Você não parece arrependida de ter vindo. Quero conhecer você melhor, . Mas estou em uma posição difícil aqui. Sei que você não está procurando por um relacionamento, e quero respeitar sua vontade, mas, ao mesmo tempo, a menos que eu tenha entendido errado todos os sinais, você sente algo por mim também. Consigo ver uma chama nos seus olhos. Me diga se estou maluco.
Seus olhos se encontraram com os dele. estendeu a mão e pegou a dela. respirou fundo antes de colocar as cartas na mesa.
― Não quero um relacionamento, pelo menos não agora. Mas também não me sinto mais na idade para sexo casual.
― Não desejo você apenas por uma noite, .
Ela riu daquela situação. Estava confusa, não sabia se deveria se jogar em seus braços ou correr para bem longe dele. Notando que não receberia uma resposta, ele soltou sua mão e continuou a conversa, mudando novamente de assunto. Permaneceram na mesa por um tempo mesmo após comerem, a conversa fluindo naturalmente. E assim o encontro seguiu tranquilo.
Cumprindo o que prometeu, a levou cedo para casa. Os dois saíram do bar de mãos dadas, e ela não fazia ideia de como aquilo aconteceu. Ele dirigiu devagar pelo trânsito e abriu a porta para ela descer. Segurando sua mão, ele permaneceu perto olhando para ela, e podia jurar que ele iria beijá-la. Mas em vez disso, ele se inclinou até ela poder sentir a respiração dele no seu rosto. Com a boca dele tão perto do seu ouvido, ela não conseguia pensar em mais nada além do perfume masculino delicioso que ele usava.
― Então. Quando posso vê-la de novo, ?
Ela queria tanto que ele a beijasse, e se odiava um pouco por se sentir assim. soltou sua mão e deu um passo para trás. Com o corpo quente por estar tão perto dele, ela precisou de alguns segundos para acalmar seu coração.
― Me liga amanhã. Preciso pensar e não consigo fazer isso agora com você tão perto.
Ele olhou para baixo antes de mostrar seu sorriso torto e arrogante que sempre a derretia.
― Boa noite, .
Ela sorriu de volta para ele e se virou em direção à casa, mas antes que chegassem muito longe, seus pés a levaram de volta na direção do carro. A atração era mais forte que ela. Andando a passos largos, chegou até ele e agiu depressa. Segurou suas bochechas, e antes que ela percebesse suas costas, estavam encostadas no carro. Colou seus lábios nos dela e sem perder tempo, mergulhou a língua na sua boca. Seu beijo era intenso e gentil ao mesmo tempo. Ele inclinou a cabeça aprofundando o beijo e ela gemeu com a sensação daquele corpo firme pressionado contra o seu. envolveu as costas dele com os braços, e cravou suas unhas ali quando sentiu ele agarrar sua bunda. Os dois se tocaram desesperadamente perdidos naquela sensação.
Quando o beijo terminou, os dois estavam ofegantes. foi a primeira a falar ainda tentando controlar a respiração.
― Uau!
― Deus, eu quis fazer isso a noite toda.
Ela sorriu.
― Eu me diverti muito, . Por favor, me ligue amanhã.
Ela caminhou depressa, lutando para se afastar dele, e entrou na casa, batendo a porta com força, se apoiando contra ela. O que diabos estava fazendo?
Ainda assim, mal podia esperar para ver aquele britânico novamente.
Movida por essa atração que crescia dentro dela, decidiu tomar a iniciativa, queria surpreendê-lo e decidiu visitar o seu trabalho novamente.
Ela estacionou não muito longe da entrada e olhou-se no espelho retrovisor, ajeitando os cachos. Ela também vasculhou sua bolsa antes de tirar um tubo de batom vermelho-escuro. A cor parecia incrível contra sua pele negra.
Normalmente, ela não se preocupa tanto com maquiagem, mas como iria se encontrar com , ela queria parecer meio decente.
Suspirando com o pensamento, colocou o tubo de volta na bolsa, frustrada consigo mesma. Ela o desejava, não podia mais negar e iria agir.
Após ser anunciada pela secretária, ela entrou no escritório enquanto ele aparentemente já se preparava para encerrar o dia. Quando a viu, seu rosto se iluminou, os olhos azuis brilharam.
— , que surpresa.
— Me desculpe, eu deveria ter avisado que viria.
— De jeito nenhum, você pode vir aqui quando quiser.
Ele se levantou e foi até ela, mas não a tocou. queria que ele a tocasse, que a recebesse com um beijo, mas ele estava sendo o cavalheiro de sempre e deixando-a decidir o que fazer. Era sexy e irritante ao mesmo tempo.
Percebendo seu nervosismo, ele se aproximou um pouco mais.
— , relaxe. Estou feliz que você veio. Muito feliz, não parei de pensar em você desde aquele beijo.
respirou fundo, seu coração acelerado só de ver aquele rosto lindo tão perto do seu. Cada vez que ela respirava, inalava o delicioso perfume dele.
— Você precisa parar com isso.
franziu a testa.
— Parar com o quê?
— Precisa parar de me dar espaço, não quero mais ser racional, preciso que você comece a fazer o que tem vontade de fazer comigo.
Sua voz saiu apressada. Os olhos dele escureceram, sua respiração ficou pesada.
— Cuidado, .
Ele a encostou na parede atrás dela, com o corpo largo a pressionando, e aproximou a boca da sua. Ele esperou, não fez nenhum movimento, como se quisesse que ela tomasse a iniciativa mais uma vez. E assim ela o fez.
A boca de era um sonho. Melhor do que a primeira vez, seus lábios eram macios, a língua que parecia de veludo logo encontrou a sua e foi explorando cada canto da sua boca, brincando e mordiscando seu lábio inferior. Ele apertou mais forte seu quadril contra o dela e ela pôde sentir o volume da ereção dele despertando.
gemeu com os beijos e enfiou as mãos no cabelo dele, puxando para mais perto e esfregando os seios no peito musculoso de . Ele segurou o rosto dela com as duas mãos e interrompeu lentamente o beijo até descolar seus lábios do dela.
— Abre os olhos, — ordenou.
Ela obedeceu e viu os olhos azuis dele pegando fogo de tesão.
Ela já estava úmida entre as pernas e mal podia se lembrar da última vez que isso aconteceu durante uma troca de beijos.
Com as mãos no pescoço dela, ele começou a fazer carinho com o polegar na pele exposta.
— Você me deseja também, .
— Como você sabe?
Sua voz saiu baixa.
Ele grudou novamente os lábios nos dela e a beijou devagar.
— Posso ver no seu olhar o jeito como você reage quando toco em você.
Ele ainda a segurava, suas costas na parede, seu quadril colado no dele. Ela estava zonza.
Três batidas na porta assustaram os dois e deu um passo para trás. Os dois arrumaram as roupas amarrotadas rapidamente.
— Entre.
A secretária dele abriu um pouco a porta e enfiou apenas sua cabeça para dentro.
— Estou indo, ainda vai precisar de mim?
— Não, pode ir. Obrigado.
Ela acenou para e fechou a porta.
respirou fundo. Seu coração ainda pulsava rápido no peito.
lançou um olhar de desejo para ela e segurou sua mão.
— Vem para casa comigo?
— Sua casa?
— Quero você de verdade, . Debaixo de mim. Fica comigo hoje à noite?
— Ok.
A resposta saiu mais rápida do que era a sua intenção, mas não havia mais como adiar aquilo. Ela também o desejava.
Ela o seguiu para um prédio lindo de vidro que se destacava pela arquitetura moderna. Era uma construção elegante e parecia como um lugar onde viveria.
segurou a mão dela, quando entraram e o porteiro os cumprimentou quando passaram por ele. A pressão constante da mão dele nas suas costas a guiou para dentro do elevador. Havia uma tensão entre os dois que a estava sufocando, ela não via a hora de sentir a explosão daquilo tudo.
Quando destrancou a porta do apartamento e deixou que ela entrasse na frente, só teve tempo de dar uma rápida olhada ao redor antes que ele a empurrasse contra a parede mais próxima.
Ele se moveu tão rápido que ela sequer teve tempo de reagir. segurou o rosto dela e a trouxe com força para seu corpo. Aproveitando-se da sua surpresa, ele enfiou a língua na sua boca. Ele a beijou intensamente, a devorou, segurando-a pela cintura, empurrando os quadris para ela sentir sua ereção.
Quando ele se afastou, ambos estavam ofegantes.
— Você é tão sexy, . Você não faz ideia do que faz comigo — falou contra a pele do seu pescoço, a respiração quente arrepiando sua pele.
Ele esfregou a barba pelo seu pescoço e meteu a mão por dentro da sua blusa para pegar um seio. engasgou com o toque das mãos quentes dele explorando seu corpo. Ela arqueou o tronco, empurrando seu seio contra a mão dele. Ele achou seu mamilo por trás da renda do sutiã e o apertou, soltando um gemido doloroso.
— , aqui não… Uma cama… — Ela o empurrou um pouco. — Precisamos de uma cama.
Ele tirou a mão do seu seio e de dentro da sua blusa e a levou até o pescoço dela. Ele respirou fundo uma, duas vezes.
— Tem razão, me desculpa. É que você me deixa maluco.
concordou com a cabeça, mas não disse nada. A verdade é que teve que se controlar muito para não deixar que ele a tomasse ali mesmo, em pé. Mas ela queria que a primeira vez dos dois fosse especial.
Eles caminharam mais para dentro do apartamento e pode confirmar a decoração sóbria e elegante que ela imaginou que encontraria, tudo era bem a cara dele. Ela se aproximou da grande janela de vidro para conferir a vista. Era perfeita, uma vista de tirar o fôlego.
— É muito bonito aqui. A sua casa é linda.
— Nada é mais bonito do que você — ele disse, e parecia desesperado para tocá-la novamente.
Antes que ela pudesse dizer mais, ele a pegou nos braços, a levou para um quarto escuro e cuidadosamente a colocou de pé. Soltando-a, ele deu um passo para o lado para acender a luz.
Um brilho suave e quente inundou o quarto, iluminando uma cama de dossel. Os lençóis eram brancos com bordas marrom-escuras, um esquema de cores predominante em todo o quarto. Pinturas contemporâneas e fotografias decoravam as paredes, e um vaso vermelho com flores exóticas ficava em uma cômoda no canto.
Era um quarto masculino, feito com bom gosto, e em circunstâncias diferentes, ela adoraria explorar. não lhe deu tempo de observar mais nada. Ele deu um passo para trás e a puxou para ele com um braço em volta da sua cintura e uma mão no seu cabelo, a segurando para outro beijo profundo e carnal.
Enrolando os braços em volta do seu pescoço, o beijou de volta com a mesma fome, chupando sua língua e mordendo seus lábios. Ele gemeu, apertando a mão no cabelo dela com mais força, quase a ponto de doer. Então, ele se afastou, deixando alguns metros entre eles.
— Tira a roupa — ele ordenou com a voz rouca, agarrando a bainha do suéter que estava usando e puxando-o sobre a cabeça.
Ficar nua não a assustava. não era do tipo tímida. Era a intimidade daquele momento que ela achava difícil de processar. Fazia muito tempo desde que esteve com alguém que ela desejava tanto.
não tirou os olhos dela, enquanto ela se despia, e mesmo que tentasse prestar atenção na cena dele se despindo, o olhar dele a desconcertava.
Quando ela estava apenas de calcinha, ele voltou a tirar a própria roupa, ainda sem tirar os olhos dela. Ela observou enquanto ele revelava centímetro por centímetro delicioso de pele. Quando ele pegou o cinto, ela afastou as mãos dele e assumiu a tarefa. Sentia-se tão confiante de repente. A fivela do cinto tilintou quando ela o removeu. Primeiro, ela abriu o botão. Depois o zíper. A mão dela mergulhou dentro da braguilha dele e segurou sua ereção.
Ele gemeu. Seus dedos deslizaram em seus cabelos, segurando novamente com força. Ela queria empurrá-lo para a cama e colocá-lo na boca. Mas ela precisava muito que ele a tocasse o mais rápido possível.
Ela o beijou dessa vez e ele respondeu com a mesma intensidade. Ele segurou os seios dela e passou os polegares sobre os mamilos. Em apenas alguns toques, o corpo dela pegou fogo. Por pura força de vontade, ela conseguiu ficar parada. Mas quando ele abaixou a cabeça e usou a língua, movendo para frente e para trás em uma tortura sensual e lenta, os joelhos dela cederam. Lutando para ficar de pé, ela se segurou nos ombros dele.
O jeito como ele a lambeu e chupou a pele macia, fez sua cabeça cair para trás. Ela esqueceu o quão bom isso poderia ser.
A mão dele viajou por seu corpo. Parada ali em nada mais do que uma minúscula calcinha preta de renda, a necessidade a dominou. Ela colocou os braços em volta do pescoço dele e praticamente pulou em cima dele.
Sem hesitar, ele a pegou. Seus dedos agarraram a parte de trás de suas coxas nuas enquanto ela prendia os tornozelos em volta de sua cintura. O quarto girou ao redor dela. As paredes entraram em foco novamente quando suas costas bateram na cama. Então, tudo o que ela podia ver era ele, sobre ela, tocando seu corpo.
Ele a beijou, roubando seu fôlego novamente. O gosto dos seus lábios era como uma droga para ela. Ela gemeu frustrada quando a boca dele desceu pelo corpo dela até o peito. Seus seios doíam com a atenção e tudo dentro dela começou a apertar. Aquelas preliminares iriam fazer ela gozar muito rápido.
Antes que ela pudesse implorar por mais, ele leu seus pensamentos. A boca dele viajou sobre o estômago dela. Enquanto os lábios dele tocavam o elástico da calcinha dela, o dedo dele deslizou para dentro. Aquela língua roçou sobre ela através do tecido fino. Para frente e para trás, língua e dedos. Ele esfregou e acariciou até que as costas dela se ergueram da cama.
— , por favor… — ela implorou, finalmente.
A mão dele deslizou pela frente da calcinha dela, então ele a puxou para baixo. Arrastou-a pelas pernas dela e jogou-a no chão.
Então, ele se levantou, enfiou a mão no bolso de trás da calça e tirou uma camisinha. O ar se recusava a encher seus pulmões enquanto o coração dela batia forte em seus ouvidos. queria ele tanto. Não era sobre precisar sentir algo. Era sobre precisar dele. Seu toque, seu corpo, seus beijos.
A realização a atingiu. Ela estava na cama dele, totalmente nua. Aberta para ele e disposta a lhe dar qualquer coisa. Ela estava se apaixonando por aquele homem.
Ela observou enquanto ele tirava as calças, os músculos se esticando. Cada parte dele era impressionante.
Ele colocou a camisinha e abriu ainda mais as pernas dela. O dedo dele deslizou para dentro dela novamente, bombeando para dentro e para fora. A cabeça dela rolou para o lado enquanto ela esperava ali na beirada da cama, prestes a gozar antes mesmo de começar. Tudo o que precisou foram os dedos e a boca dele para deixá-la quase lá. Ela estava molhada e pronta e…
— … — ela implorou novamente.
Ele empurrou as pernas dela para trás, mais perto do peito dela. A frente das coxas dele tocou a parte de trás das dela. E ele entrou nela. Centímetro por centímetro, ele empurrou para dentro em um movimento fluido e poderoso. Os músculos dela se apertaram ao redor dele, enquanto o corpo dela se ajustava ao dele. Ele foi tão fundo e começou a se mover quase que imediatamente. Foi dolorido, mas tão gostoso que ela não iria reclamar.
Ele bombeava para dentro e para fora, ganhando velocidade enquanto ela gemia e tentava respirar, sentindo seus pulmões reclamarem por oxigênio.
Quando ele deslizou um dedo sobre ela, para esfregar seu clitóris, uma onda de prazer a atingiu, suas costas arquearam. Sua mão pressionou contra a dele, guiando seus dedos exatamente para onde ela os queria.
A excitação aumentou. Ela estava tão perto que, com a próxima estocada, ela atingiu o clímax. Ela gozou com um gemido longo e rouco.
Sua visão ficou branca enquanto seu corpo assumia o controle. Ela se moveu com ele até não ter mais energia. Ela podia ouvi-lo gemer em cima dela e tentou abraçá-lo enquanto ele gozava, mas seus braços não se levantavam. Cada músculo ignorou as ordens de seu cérebro. Ela entrou em um estado de relaxamento enquanto o corpo dele estremecia e se movia uma última vez acima do dela.
Os braços dele cederam e ele caiu sobre ela. Ela não reclamou. O calor do corpo dele era tão bom contra ela. Sua respiração pesada roçou seu pescoço.
Ela arrastou os dedos sobre as costas dele, enquanto eles ficaram ali em silêncio por alguns minutos. Os dedos dele brincaram com os cachos do cabelo dela, enquanto seu corpo esfriava.
E então ele se apoiou em um cotovelo e olhou para ela.
— Eu realmente estou me segurando para não falar algo que vai assustar você. — Ele fez uma pausa analisando cada detalhe do rosto dela. — Você é perfeita.
O coração dela acelerou novamente, porque ela sabia o que ele queria dizer, ela estava pensando o mesmo.
— Não sou não. Não tem nada especial sobre mim. — Ela riu e acariciou o rosto dele. Ele tomou a boca dela em um beijo que terminou com ele mordendo o lábio inferior dela antes de soltar.
— Errado. Você é perfeita para mim, em todos os sentidos. E eu vou te provar isso todos os dias de hoje em diante. Você vai ser minha namorada, ?
Deus sabia que ele a fazia se sentir especial. E ela agora estava mais do que disposta a ser imperfeita para ele.
Com os outros homens com quem ela fez sexo nos últimos anos, era sempre apressado e ela só conseguia pensar em terminar para poder ir embora. Com ele, ela realmente queria passar a noite. A necessidade desesperada de sair correndo da cama e chegar em casa não a atingiu no meio do peito. Ela se sentia tonta, a intensidade de seus sentimentos, o fato de ela ter sentimentos reais dessa vez, era o sinal de que ele era especial.
— Sim. Quero ser sua namorada, quero passar a noite com você.
Isso era só o começo do que ela queria. Eles conversaram sobre ir devagar e construir algo. Eles fariam isso, mas ela sabia onde isso terminaria para ela. Para sempre. Ele era tudo que ela nem sabia que precisava. Ela já sentia que eles seriam perfeitos juntos.