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Era possível ouvir a respiração estressada de . Heeseung, por outro lado, já havia se conformado com o fato de estarem presos no elevador havia alguns minutos. Ele até poderia usar a situação a seu favor, e cogitou que seria uma oportunidade para tentar romper as barreiras de estranhamento que existiam entre os dois.
— Tem uma coisa que eu tenho tentado te dizer há um tempo, mas nunca tive oportunidade. — olhando-a cautoso, ele iniciou.
— Seja lá o que for, prefiro que guarde pra você mesmo. — ela cruzou os braços, continuando a ignorar a existência dele.
— Eu acho incrível como você é tão dona de si, .
De qualquer forma, ele estava decidido.
Talvez essa tenha sido a primeira vez que Heeseung usou o tom mais sereno possível com ela. estava pronta para retrucar e até mesmo implorar que ele ficasse em silêncio enquanto esperavam alguma ajuda.
Ela não gostava nem um pouco do tom sempre carregado de flerte que ele usava com todas e em qualquer ocasião. Virou apenas o olhar para ele, ainda duvidando que Heeseung pudesse estar oferecendo uma espécie de trégua e, mais do que isso, que estivesse sendo realmente genuíno em seu tom limpo.
— Por que isso agora? — sua voz saiu por um fio.
— Porque esta é a minha oportunidade. Estamos juntos nessa, não estamos?
— Infelizmente. Se não fosse por causa de Sunghoon, eu estaria no conforto da cobertura bebendo um champanhe.
Heeseung olhou fixamente para a porta do elevador, mordiscando as bochechas por dentro. Em sua cabeça, quando dissesse para aquilo que tanto guardava, ela reagiria diferente. Não que esperasse que se tornassem grandes amigos, mas ao menos um "obrigada" ele esperava — na verdade, até o silêncio dela seria melhor. Já tinha entendido a apatia da colega em relação a ele, ainda que isso fosse um combustível para intrigar qualquer sentimento em relação a ela.
— Qual o seu problema comigo? — ele perguntou, esticando as pernas e relaxando os ombros. — Desde que chegou na Hybe, você evita toda e qualquer ocasião que podemos ter de pelo menos nos respeitar.
— Eu nunca desrespeitei você. — ela o encarou com ultraje.
— Não estou dizendo isso. — ele se desesperou, gesticulando com as mãos. — Desculpe, me expressei errado.
— Tudo bem. Já estou acostumada com o seu tipo.
— Meu tipo?
— Sim. Você é o tipo perfeito de cara errado, Heeseung. — cansada de como o assunto estava seguindo, desabafou, enfim olhando nos olhos dele. — É sinceridade que você quer? Pois bem, saiba que você é o típico cara feito pra quebrar o coração de garotas como eu: donas de si. E qualquer chance que exista de você se aproximar, se é nisso onde está querendo chegar, saiba que eu não vou permitir. Somos colegas de empresa, nada mais. Sequer somos da mesma subsidiária.
Inquieta, ela se levantou.
Por segundos, a mente dele trabalhou no banho de palavras proferidas por ela.
— Não, espera aí! — ele se levantou atrás dela, parando ao seu lado. — O que isso quer dizer? Você gosta de mim? É por isso que me evita?
virou o rosto, olhando-o tão perto, e o encarou com tédio.
— Pelo amor de Deus, eu preciso sair deste elevador. — resmungou.
— Me responde, . — Heeseung insistiu.
— Alguém me ajuda! — o ignorou, gritando perto da porta e batendo nela.
— Não seja infantil. Olha pra mim! — ele tentou mais uma vez, hesitante em tocá-la.
— Por favor! Alguém ajuda!
! — rapidamente, e completamente atordoado, Heeseung a puxou pelo cotovelo, levando-a até a parede gélida de metal e a prensando ali. — Você pode, ao menos uma vez na sua vida, agir como se não me odiasse?
— E o que eu ganho com isso? — ela tentou se esquivar, mas ele não deixou.
— Isso não é uma competição pra ter prêmio, . Somos dois adultos conversando, e eu tô tentando resolver qualquer que seja a diferença entre nós simplesmente porque não aguento mais.
— Não aguenta o quê? Uma pessoa que não caiu facilmente nos seus encantos? Por que isso é importante pra você? — riu fraco. — Acorda, Heeseung, você vai fazer comigo o que faz com todas. Vale a pena? Porque, pra mim, não valeria. Eu não sou como você.
— Não fale como se me conhecesse. — a feição dele se tornou muito séria. — Só você não vê que eu tô tentando, desde o início, me aproximar. Você criou uma narrativa sobre mim só sua, e por quê? Por que quer se blindar de mim? Eu sou tão irresistível assim, que não podemos ao menos ser amigos, do mesmo jeito que você é dos meus parceiros? Qual é o motivo de você me evitar?
— Porque eu não quero me apaixonar por você! — respondeu alto, completamente frustrada. — Você não largaria essa sua vida perfeitinha de pegador por alguém como eu. Qual é?
— Quem te disse isso? — o rosto dele se aproximou mais.
— Ninguém precisou me alertar sobre você. Tem um outdoor enorme ao seu redor escrito "problema" em letras muito brilhantes.
— E se eu fizesse diferente com você?
Ela riu. Já não se esforçava para sair do "aperto" dele.
— Nenhum homem muda por outra pessoa, Heeseung. E eu não te pediria isso porque eu sou exatamente o oposto de você. Até porque estamos fadados ao infeliz destino de sermos idols neste caso.
A maneira fria como se manteve, mesmo com a descoberta daquela situação, fez Heeseung vacilar por alguns segundos, e com isso ela se desvencilhou dele. Mas não por um minuto inteiro.
Já fazia muito tempo que Heeseung queria colocar aquilo para fora.
— Mas eu não vou te prometer que irei mudar, na verdade, não quero isso. — segurou o braço dela de novo. — Ser idol não pode me impedir de te beijar, . Não pode me impedir de te dizer que quero tentar ao menos ser seu amigo.
Ela olhou para a mão dele e, em seguida, para seus olhos. sentiu o coração continuar acelerando com o toque da mão dele rodeando sua pele.
Droga!, ela praguejou internamente.
Fugiu tanto, acreditou tanto, mas agora nada fazia sentido.
— Eu não sei viver apenas um lance. É isso que preciso que você entenda. — sua voz saiu baixa.
— Mas não é o que eu tô te pedindo. Eu quero... Eu gostaria de tentar. Podemos começar sendo amigos e... E... E se acontecer, aconteceu.
Ela engoliu em seco, sentindo-se patética. Ele se aproximou mais e a outra mão a trouxe colada em seu corpo ao ser passada por sua cintura.
— E se você errar comigo? — sussurrou, erguendo um pouco do rosto.
— Você pode me odiar para o resto da vida.
Em questão de segundos, Heeseung selou os lábios dela e não se opôs. Pelo contrário. O beijo era uma representação muito real do quanto um desejava o outro. Tão intenso e verdadeiro que, em momento algum, perceberam a porta abrir e revelar um Sunoo boquiaberto, acompanhado de Sihiyeon.
— Vocês estão vendo o mesmo que eu? — a voz de Sunoo ecoou empolgada, embora baixa, e atraiu a atenção dos demais.
Menos dos dois envolvidos.
— Alguém filma isso!
Foi quando Jungwon aplaudiu que tanto quanto Heeseung se atentaram ao que estava acontecendo. Se afastaram em completa vergonha.
— Ah, finalmente! — tentou disfarçar. — O elevador tinha parado!
— Parado? — Sunoo estranhou.
— É. Ficamos um tempo...
— Esperando ele se mover? — Sihiyeon perguntou.
— Isso!
... — a amiga riu fraco, usando o ombro de Sunoo para se apoiar. — Vocês não saíram do lugar... Tipo, literalmente.
— O quê? — Heeseung exclamou incrédulo.
— Você não tinha apertado o botão, garoto? — o fulminou com o olhar e ele coçou a nuca.
— Acho que não.
— Claro! — ela respirou fundo, saindo do quadrado. — Se vira indo buscar a exigência do seu amigo!
, volta aqui! A gente precisa conversar. — ele foi atrás.
Sunoo e Sihiyeon se entreolharam e fizeram um toque de mãos.
— Missão concluída com sucesso. — Sunoo se virou para a direção de Sunghoon bem distante deles e fez um aceno positivo de cabeça.
Foi um plano muito bom e deu certo.
Pelo menos por ora.




Continua...


Nota da autora: Espero que goste dessa aventura que está por vir! Até a próxima.


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