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Codificada por: Cleópatra

Finalizada em: 24/08/2024

Chelsea, Londres — Inglaterra

O som de passos apressados vindo do corredor quebrou a corrente de silêncio que preenchia a sala branca. Normalmente, eu não era tão distraída àquele ponto, mas, esfregando a têmpora com uma força desnecessária, enquanto havia uma pilha de papéis sobre a mesa, dos quais eu precisava assinar e analisar, me dei por vencida e aceitei a derrota de que eu não estava com cabeça para nada.
Bufei alto, esfregando o rosto com as duas mãos, enquanto me xingava mentalmente. Não era para aquilo estar acontecendo.
Não era para nada daquilo ter acontecido.
Uma batida na porta despertou a minha atenção e, imediatamente, assumi a minha postura e olhei na direção da porta, encontrando um dos jogadores do Chelsea.
— Ah, oi, — cumprimentei, com um sorriso que eu acreditava ser genuíno. — Precisa de alguma coisa?
O meio-campista do time não me respondeu de imediato. Havia um sorriso nos seus lábios, meio contido, como se ele tivesse tentando decidir se veio mesmo por algum motivo plausível. Encarei-o com um misto de confusão e incerteza, acenando levemente para que ele entrasse na sala de uma vez.
?
Ele fechou a porta atrás de si e me encarou, esfregando as mãos. Dava para perceber que ele estava completamente suado através da camisa de treino.
— Desculpa, , é… — ele começou a dizer. — Não estou precisando de nada. É só que… você está brava com o ?
A simples menção do nome fez meu coração disparar uma oitava mais rápido. Eu odiava não conseguir controlar as emoções do meu corpo. Não achei que alguém fosse ter esse poder pequeno sobre mim, no entanto, tinha esse efeito.
— O quê?
O crachá no meu pescoço me anunciava como parte da equipe médica da seleção do Chelsea: , nutricionista. Aceitei o cargo temporário para que Carrie pudesse tirar a licença maternidade sem nenhum problema e, por ser um emprego com data de validade, não quis me envolver muito com o pessoal do time. No entanto, eles tinham outros planos. Carrie me avisou que costumava ser próxima dos jogadores e, como sua substituta por alguns meses, eles me tratavam como se eu fosse parte da equipe há anos. Me chamavam pelo primeiro nome e estavam sempre me convidando para suas farras particulares, embora eu nem sempre fosse. Eu me dava bem com todos eles, sem exceção.
Era só que… era o problema.
Quando cheguei aqui, três meses atrás, o time estava em uma temporada muito ruim nos jogos da Premier League. Ele era meio explosivo com quase tudo e estava sofrendo pressão, tanto da mídia, quanto dos fãs. Seu humor chegava a ser impossível em alguns dias e, em um dia de revisão das dietas dos jogadores, ele começou a se refugiar na minha sala e acabamos criando um vínculo.
Um vínculo que levou a outra coisa, que foi levando a outra coisa e…
— Perguntei se você está brava com o explicou, coçando a nuca.
Respirei fundo e encarei-o, ainda meio confusa.
— Eu entendi o que você perguntou — respondi. — Mas por que eu estaria brava com ele?
Certo, eu não falava com o alemão há uma semana. Provavelmente era uma atitude babaca da minha parte estar evitando ele o tempo todo, mas eu não tinha aceitado o trabalho de ser substituta da Carrie para sair com a fama de alguém que se envolvia com os jogadores. Isso não me tornava nem um pouco profissional, então, depois da festa do Chilwell, em que finalmente nos beijamos, entrei em pânico e fui embora.
Não era culpa dele. Ele tinha uma carreira muito bem consolidada dentro do clube e podia se envolver com quem quisesse, mas eu não. Eu era uma mulher em um ambiente majoritariamente masculino e qualquer atitude podia ser vista e transformada em algo maior do que era. não entendeu; recusei todas suas mensagens e suas ligações e pedi que ele parasse de me visitar na minha sala.
Ainda assim, eu não tinha nenhum motivo plausível o suficiente para estar brava com ele. Na verdade, a situação deveria ser totalmente o contrário.
— A dieta — tornou a falar, como se essa frase fosse suficiente para me fazer entender o que estava acontecendo. No entanto, ao ver que minha expressão confusa continuava a mesma, ele adicionou: — Você cortou os refrigerantes da dieta dele, sabe o que isso significa?
Ah, merda.
Todos eles seguiam uma dieta individual, mesmo se houvesse semelhanças no cardápio. Cada jogador tinha necessidades diferentes, como era o caso de , que era um viciado assumido em Coca Cola e Fanta. Ele sentia que precisava tomar, pelo menos, uma lata de refrigerante por dia, acreditando que isso fazia seu desempenho nos jogos serem melhores e, ainda que eu tivesse dito que isso podia ser psicológico e mero efeito placebo, continuava sendo um vício. Por isso, sua dieta, aprovada pela Carrie antes de mim, permitia um pouco de refrigerante por dia. E eu não tinha mudado nada.
— Não estou brava com ele — esclareci, me virando para as pilhas de papéis espalhadas na mesa. — E não cortei nada da dieta dele. Eu ia fazer uma nova revisão na semana que vem, mas mesmo assim, não pretendia cortar nada.
cruzou os braços, encostando a cintura na minha mesa como apoio. Comecei a procurar uma pasta específica, querendo me certificar o que tinha acontecido.
— Ele está em um humor horroroso, , há dias — o meio-campista desabafou. — É quase insuportável treinar com ele. Cortar os refrigerantes da dieta dele não parece algo que vá deixá-lo melhor.
Umedeci meus lábios e virei o rosto para o jogador.
— Eu já disse que não cortei nada da dieta dele, pode parar com a indireta. — Me defendi, finalmente encontrando a bendita pasta com o nome de . — Chegaram três estagiários essa semana, eles tinham a tarefa de decorar a porra da dieta de vocês e não alterar.
Respirei fundo, tentando não me alterar. Minha cabeça começou a latejar lentamente, aumentando o meu forte desejo de estar enfiada em uma cama quente e dormir o resto do dia só para evitar possíveis estresses.
— Desculpa, .
Não era do meu feitio ficar soltando palavrões na frente dos jogadores e nem com ninguém com quem eu costumava dividir o expediente de trabalho. Eu tentava, a todo custo, me manter impecável no ambiente profissional, mas às vezes, as coisas escapavam.
— O que aconteceu na festa do Chilwell? — Ele ignorou meu pedido de desculpas, sendo tão direto na pergunta que quase me pegou de surpresa.
Eu não esperava que fosse mesmo sair por aí contando que tínhamos nos beijado, mas imaginei que pelo menos saberia disso. Ele sabia quase tudo.
Soltei o ar pela boca, controlando a minha agitação e, ignorando a pasta no meu colo, levantei o rosto para encarar o meio-campista.
— Ele me beijou.
abriu a boca, mas fechou logo em seguida, como se não soubesse exatamente o que dizer. Ainda assim, sua expressão não parecia surpresa, o que me indicava que ele suspeitava daquilo.
— Ah, espera aí, foi recíproco? — perguntou, com dúvida. — Digo, ele não te beijou contra a…
— Não, , claro que não — interrompi o seu raciocínio antes mesmo que ele completasse a frase, entendendo a sua preocupação. — Eu também quis isso.
Que merda, como eu ia explicar a situação? Era estranho estar desabafando com alguém que era o meu paciente, ao mesmo tempo que também sempre estava disposto a ser um amigo, um rosto conhecido em um lugar totalmente novo para mim. Quando cheguei aqui e fiquei perdida, se disponibilizou a me apresentar cada pedaço do espaço do Clube.
— O beijo foi ruim? — ele tornou a perguntar. — Não acho que o tem a fama de espantar as mulheres tão rápido assim, mas tudo tem uma primeira vez, certo?
Eu ri, balançando a cabeça. Ajeitei as pastas do meu colo, colocando-as de volta em cima da mesa, com a ficha de em cima do topo.
— Quantas mulheres trabalham aqui? — comecei a falar, encarando-o com uma expressão neutra.
Sua testa ganhou uma nova ruga de confusão, os braços cruzados na altura do peito, os fios do cabelo contra a testa, molhados de suor.
— Não estou brava com o , não tenho nem mesmo um bom motivo para isso — expliquei, levantando da cadeira. — O beijo não foi ruim, pelo contrário, foi tão bom que… — bufei, esfregando a minha têmpora novamente, abrindo um sorriso pequeno, os olhos fixos em . — Não posso me envolver com ele, . Eu trabalhei muito para conquistar meu espaço e, ainda assim, não estou aqui por definitivo. Estou substituindo a Carrie e sei que tipo de rumores iria começar a rolar pelos corredores no momento em que descobrissem que eu estou envolvida com um jogador do time. Esse é um ambiente majoritariamente masculino e preciso ficar provando o meu valor o tempo todo.
não disse nada imediatamente. Ele respirou fundo e me lançou um olhar com uma expressão que não consegui decifrar. Achei que ele não fosse dizer nada, mas então, me surpreendeu:
— Provar para quem? — ele questionou. Eu estava prestes a abrir a boca e responder, mas, aparentemente, ele não estava esperando uma resposta, então continuou: — Você merece estar aqui. Merece estar em qualquer lugar e isso deveria ser suficiente para você, .
Pisquei meus olhos, me sentindo surpresa com as palavras, mas ao mesmo tempo, estranhamente confortável. Eu não precisava que ninguém me validasse em alguma coisa, mas também não podia negar a sensação de ser tão bem pertencida à algum lugar.
— Entendo a sua posição, mas não acho que você deveria deixar a sua vida girar em torno disso — o meio-campista continuou. — Pode estar perdendo coisas incríveis, sabia? E o é… — Ele meio que revirou os olhos, me arrancando um sorriso genuíno, dando de ombros. — Você sabe que estamos em uma temporada ruim aqui no Chelsea. Antes disso, o também passou por momentos ruins na Copa com a Alemanha. Tudo isso somou uma enorme pressão em cima dele como jogador, exigindo que ele começasse a dar resultados positivos.
Engoli a seco, lembrando da primeira vez que vi na porta do meu consultório, os nós dos dedos machucados. Ele tinha uma expressão derrotada e um humor pior ainda, mas nunca descontou nada em mim.
— O que eu estou dizendo é o seguinte. — Ele desencostou da mesa e ficou na minha frente, uma distância a mais entre nós. — O estava se sentindo um merda há meses. Nada o motivava e isso estava começando a ficar irritante. Todos nós temos alguns períodos assim, mas o dele estava durando muito tempo, mais do que o normal. Quando você chegou, alguma coisa mudou, . O cara gosta mesmo de você.
Senti meu coração errar uma batida. Eu tinha consciência daquilo, mesmo já havia me dito, mas ter outra pessoa apontando tudo isso na minha cara era uma percepção diferente. Eu estava arriscando uma coisa boa por um emprego que nem era definitivo. Meu contrato temporário acabaria em duas semanas, quando Carrie finalmente voltaria. O que eu tinha a perder?
— Não estou te pressionando a fazer nada — esclareceu, com um sorriso tranquilizador. — Mas não há nada errado em se arriscar um pouco, às vezes.
Ele piscou para mim e acenou uma despedida, me deixando sozinha em seguida, o som da porta sendo fechada me despertando do estupor dos meus pensamentos. Umedeci meus lábios e encarei a pasta no topo das outras, o nome de escrito com a minha caligrafia em um post-it laranja colado.
Revisei todas as informações, encontrando a alteração na sua dieta, assinada por um estagiário e refiz tudo. Quando os novos papéis estavam impressos e corretos, joguei os outros fora, assinei o que era pra assinar e anexei tudo dentro da pasta novamente. Segurando-a em uma mão, ajeitei o meu cabelo em um coque, tirei o jaleco branco e fiquei somente com o meu crachá no pescoço, saindo da sala.
A conversa com ainda estava fresca na minha mente. Meu coração continuava batendo mais rápido que o normal, meu pulso acelerado, a ideia de uma decisão arriscada nascendo em mim. Naquele momento, eu não queria pensar muito.
Enquanto andava pelos corredores que me levariam até o campo, dei meia volta e entrei no enorme refeitório.
— Ei, Carter — cumprimentei o garoto atrás do balcão. — Como vai?
Ele abriu um sorriso contagiante para mim, levantando a mão fechada em um soquinho para trocar uma batida comigo, da qual retribuí. Ele era muito mais novo do que eu e trabalhava na cantina por meio período, enquanto fazia faculdade.
— Oi, — ele disse. — Como posso ajudar?
— Ouvi dizer que o anda de mal humor — respondi, expressando uma careta.
Carter riu, concordando com um aceno.
— E a culpa é de quem? — ele rebateu, divertido. — Alguém alterou a dieta dele.
Neguei com um aceno, balançando a pasta no ar, apontando para ele.
— Foi um mal-entendido — expliquei. — Que eu preciso consertar. A dieta dele ainda é a mesma de antes, ok? Pode me entregar uma lata de Coca?
Ele assentiu, indo até a geladeira e, em menos de 30 segundos, voltou me estendendo uma lata de Coca bem gelada. Agradeci e me despedi, voltando a refazer o meu caminho pelo corredor, mas quando eu estava prestes a chegar no local de treino, estava vindo exatamente até mim, a cabeça baixa, uma mão segurando uma toalha no seu pescoço.
Ele parecia o mesmo de sempre, os músculos tensos, o corpo suado, os fios de cabelo colados à sua testa. Ainda não tinha me visto, no entanto, resolvi anunciar a minha presença. Não havia mais ninguém além de nós dois ali.
— Oi.
Ele parou de andar imediatamente ao reconhecer o som da minha voz. Percebi que minhas mãos estavam meio suadas, uma segurando a pasta e a outra segurando a lata de Coca. O atacante ergueu os olhos para mim, a expressão meio dura e meio confusa, como se tentasse entender alguma coisa.
— Isso é para você.
Andei um pouco mais, quebrando a distância entre nós, mas mantendo um espaço seguro. Estendi a lata de Coca para ele que, hesitando, aceitou.
— O que você está fazendo? — finalmente me questionou.
— Melhorando o seu humor — respondi.
encarou a lata, depois manteve os seus olhos fixos em mim. A toalha ficou pendurada no seu ombro e, mesmo que ele estivesse todo suado, eu ainda conseguia sentir o cheiro de lavanda do seu sabonete. E eu nem estava tão perto dele assim.
Quando ele levantou uma sobrancelha, pedindo silenciosamente por uma explicação, deixei meus ombros caírem e ergui a pasta na frente do meu queixo, mostrando a ele o seu nome com a minha caligrafia.
— Eu dei uma tarefa aos novos estagiários — comecei a explicar, sem querer desviar os olhos dele nem mesmo por um segundo sequer. — Eles precisavam estudar a pasta de cada um de vocês, porque alguns de vocês têm dietas diferentes. Se achassem que alguma coisa deveria ser alterada, deviam falar comigo antes, mas não fizeram isso. Eu não tirei seu vício da sua dieta, , você ainda pode beber um pouco de refrigerante por dia.
Ele assentiu, uma expressão impassível. O silêncio entre nós durou longos segundos, até que finalmente ele disse alguma coisa.
— Só pra constar — iniciou, segurando a lata. — Eu não achei que você tivesse alterado nada. Seria uma vingança um pouco cruel.
Soltei uma risada, abaixando a pasta.
— Não tenho motivos para me vingar de você.
engoliu a seco. Mal percebi que ele tinha se aproximado dois passos e estava perigosamente perto de mim, os nossos rostos a um palmo de distância. O cheiro de lavanda que ele exalava intensificou ainda mais e eu meio que prendi a respiração.
— Pensei que você fosse continuar me ignorando — ele confessou em um sussurro.
Meu coração pesou dentro do peito e minhas mãos formigaram para tocar a pele do seu rosto.
— Não tenho meios de ignorar você, — eu disse, como se aquilo fosse óbvio. — Ainda sou sua nutricionista por mais duas semanas.
Ele deu de ombros.
— Aparentemente, você tem estagiários agora — rebateu, com uma simplicidade impressionante. — Podia falar através deles.
— Gosto de ser profissional.
desistiu de continuar aquela pequena discussão. Ao invés disso, seus olhos escureceram e ele me encarou com uma intensidade nova, me surpreendendo com uma declaração que eu já tinha ouvido antes, mas que ainda me causava o mesmo efeito.
— Eu disse que gostava de você — ele sussurrou.
Engoli a seco, afetada por suas palavras. Eu me sentia uma completa idiota adolescente, agindo como se fosse a primeira vez que alguém dizia que gostava de mim. Eu era jovem o suficiente para ter experimentado as famosas borboletas no estômago, mas era diferente daquela vez. Mais intenso.
— Não — sussurrei de volta, segurando a pasta com força contra meus dedos. — Você disse “eu acho que gosto de você”.
umedeceu os lábios e acenou devagar, olhando para os lados rapidamente, antes de voltar aqueles olhos claros para mim.
— Eu gosto de você — ele se corrigiu e eu deixei o ar escapar pela boca.
tinha razão.
Percebendo agora o efeito que estava tendo sobre mim naquele mesmo instante, eu não conseguia entender uma razão com clareza do porquê eu não deveria estar fazendo aquilo. Abri um sorriso genuíno e sugestivo e, procurando um espaço mais particular, segurei a sua mão com delicadeza e puxei-o para entrar comigo na sala de massagem que, por sorte, estava vazia.
Ele não hesitou e nem reclamou. Apenas me seguiu silenciosamente e se enfiou dentro da sala enquanto eu trancava a porta atrás de mim. Joguei a pasta em uma mesinha pequena de centro que havia ali e não tirei os olhos, nem sequer por um segundo, daquele homem.
— Me beije de novo — pedi.
A expressão dele era puro desejo. Ele se livrou da toalha e da lata de Coca, colocando-o no mesmo destino da minha pasta e, sem perder tempo nenhum, quebrou a distância entre nossos corpos e chocou o seus lábios contra os meus, a mão agarrando a raiz da minha nuca com força suficiente para me deixar inebriada. Seu cheiro me invadiu mais intensamente e tentei decifrar todas as sensações que estava experimentando com seu beijo e seu toque íntimo na minha pele, mas era demais.
Ao invés disso, foquei nas sensações físicas. Levei minhas mãos até o seu pescoço, bagunçando ainda mais os fios molhados do seu cabelo e fui empurrando-o devagar até uma cama pequena de massagem que era disponibilizado na sala. Quando não havia mais caminho a percorrer, o beijo foi quebrado quando ele caiu sentado sobre a cama, me puxando junto para seu colo.
— Você é tão lindo, — sussurrei, sentindo que eu podia falar todas essas coisas agora.
Toquei a face do rosto dele com as duas mãos e me derreti quase por completo quando ele me presenteou com o seu sorriso. O jogador alemão alisou as partes internas das minhas coxas e foi subindo pela lateral do meu corpo.
.
Senti-o duro abaixo de mim, a urgência da sua boca buscando a minha de novo. Saciei-o com um beijo ainda mais urgente que o anterior e aproveitei para me livrar da sua camisa de treino, nossas bocas se afastando por um segundo muito rápido, tempo suficiente para a camisa passar pela sua cabeça e ser jogada no chão. Satisfeita, comecei a explorar sua pele agora nua, minhas unhas curtas arranhando cada pedaço de pele definida, os gemidos escapando por entre o beijo.
— Isso não é justo — ele sussurrou contra a minha boca, brincando com a barra da minha camisa. — Quero lamber seus peitos. Posso?
Senti algo quente no meio das minhas pernas, a excitação aumentando a cada minuto. Ajudei-o a se livrar da minha camisa e do sutiã, revelando os meus seios inchados, o bico duro, mais rosado do que eu jamais vi. Fiquei ansiosa pelo toque da sua boca, mas primeiro segurou os dois seios com as mãos e trilhou um caminho de beijos, começando pelo meu pescoço e foi descendo até, finalmente, finalmente, abocanhar um dos seios com uma fome que eu não sabia que ele estava sentindo.
.
Ele mordeu e chupou, me causando uma fricção de prazer enlouquecedora. Minha boceta começou a latejar, incomodada contra a calcinha, a umidade encharcando o pano de algodão. Sei que, se ele deslizasse um dedo dentro de mim, entraria escorregando, com uma facilidade impressionante. Eu estava molhada por ele havia meses, sem nem mesmo me tocar, só acumulando a porra do tesão, sonhando com o momento em que tudo aquilo se tornaria realidade. Como eu podia não me permitir aquilo? Às todas as maravilhas que sua boca estava realizando?
.
Gemer o nome dele era a minha nova coisa favorita e a julgar pela sua reação ao meu corpo, eu diria que também era a nova coisa favorita dele. Eu gostava daquela intimidade crescente entre nós, do fato dele estar explorando meu corpo como se fosse a única coisa que importava, como se o trabalho da sua boca fosse estar exatamente sugando o meu seio, como se, ah, céus, aquilo era muito bom.
alternou entre um seio e outro, as batidas do meu coração mais rápidas que o normal. Quando me remexi em seu colo, rocei contra o seu pau ainda mais duro, um gemido dolorido escapando dos lábios dele. Enfiando os dedos pelos fios do seu cabelo, afastei o rosto dele dos meus seios e encarei seus olhos.
— Também quero te chupar.
piscou os olhos, meio atordoado, como se tivesse sido pego de surpresa, mas se recuperou rapidamente, as mãos apertando a pele ao redor da minha cintura.
— Eu… — ele tentou dizer, mas as palavras não saíram; ao invés disso, ele concordou com um aceno rápido e ansioso. — Sim, por favor, .
Exibi um sorriso para ele e saí do seu colo, me ajoelhando bem na sua frente. Ele estava prestes a tirar o restante da própria roupa, mas afastei a sua mão com um tapa, arrancando uma risada gostosa dele, que fingiu se render, as mãos levantadas com as palmas viradas para cima.
— Não sabia que você gostava de ser agressiva — ele provocou.
Pousei a minha mão no pau duro dele, ainda por cima do pano, e massageei levemente, as pupilas dos seus olhos reagindo ao meu toque.
— Vai descobrir que eu gosto de fazer muitas coisas — provoquei de volta, começando a puxar a bermuda azul escura, uma cor característica do Chelsea. — Espero que uma delas seja chupar você.
Ele arquejou, levantando o quadril o suficiente para que eu conseguisse passar as suas peças de roupa pelas coxas.
— Também acho que vou descobrir que gosto muito desse seu lado — ele murmurou, um sorriso curto nos lábios.
Não sei se um dia vou conseguir compreender o que eu sentia por esse homem, mas resolvi deixar para ter pensamentos racionais uma outra hora. Naquele momento, eu só queria uma coisa e meu corpo implorava por isso, então, quando seu pau finalmente pulou para fora depois de eu ter jogado suas peças de roupas no chão, junto das outras, segurei-o com uma mão, sentindo a aspereza da sua pele. respirou pesado e fechou os olhos por alguns segundos, aproveitando a sensação de prazer que eu estava lhe causando quando comecei a massageá-lo tão devagar que eu parecia estar sendo torturada ali.
Ansiosa por mais, aproximei o meu rosto e finalmente coloquei-o na minha boca, minha língua tomando o lugar da minha mão na massagem. Ele abriu os olhos e me encarou com uma intensidade pura, minha nuca se arrepiando. Eu queria guardar aquele momento por muito tempo em minha memória. Continuei o movimento de vai e vem, sentindo os gemidos dele preencherem o ambiente, seu corpo ficando ereto para que ele conseguisse usar suas mãos em um caminho pelo meu corpo. Ele alcançou meus ombros, apertando-os e chupei com ainda mais vontade, enfiando-o na minha boca até onde coubesse.
— Você é tão… — ele tentou falar, em meio aos gemidos, mas as palavras não saíram.
arqueou as costas, minha outra mão apertando suas bolas. Ele segurou meus cabelos pela minha nuca, com força suficiente para que eu ficasse ainda mais excitada e empenhada em continuar dando prazer a ele. Minha boceta continuava latejando, encharcando a minha calcinha e quando ele percebeu que eu estava começando a esfregar as minhas coxas pelo pequeno incômodo, tirou o pau da minha boca, sob meu protesto.
— Venha aqui.
O atacante me pôs no seu colo, tirando os fios de cabelo do meu rosto, acariciando a minha bochecha esquerda. Era um momento tão íntimo que, por um segundo, fiquei sem graça de estar sendo alvo do seu olhar intenso.
— Você me salvou, sabia? — ele sussurrou.
Balancei a cabeça, minhas duas mãos segurando cada lado do seu rosto, me sentindo um pouco mais atingida que o normal com as suas palavras. Sim, ele estava péssimo quando eu cheguei, quase beirando à própria autodestruição, mas eu não era responsável por sua salvação.
— Isso é muito gentil — sussurrei de volta, com um sorriso. — Mas você sabe que isso não é verdade.
Ele soltou um som de protesto, me puxando ainda mais pela cintura, o choque dos nossos lábios me arrepiando outra vez. O beijo não era mais urgente; não tinha necessidade de pressa para conhecer um ao outro. Ao invés disso, ele começou lento, explorando, me causando sensações que jamais pensei sentir outra vez.
— Você me salvou — ele voltou a afirmar contra a minha boca e entre beijos. — Quando, mesmo que não fosse a sua obrigação, ficava me ouvindo reclamar por uma hora inteira dentro da sua sala.
Ele me fez levantar rapidamente, apenas para que eu me livrasse do restante das roupas e finalmente estivéssemos da mesma forma. Ele encarou meu corpo com um sorriso novo e me puxou de volta para o seu colo, buscando pela minha boca, minha boceta perigosamente perto do seu pau, mas ele não se importou com aquela aproximação.
Nós dois tínhamos obrigações a cumprir lá fora, mas nenhum parecia inclinado a terminar aquilo tão rápido. Não quando esperamos meses para isso.
— Quando me fazia comer pizza, mesmo sendo minha nutricionista e a primeira a recomendar que eu cortasse esse tipo de coisa da minha dieta — ele continuou, me arrancando uma risada sincera. — E me fazia esquecer dos problemas do mundo lá fora com filmes longos e intermináveis, que eu nunca descobria o final, porque dormia no meio.
Ele me beijou de novo e eu sorri contra a sua boca.
— Um defeito tolerável — confessei.
— Mas você me salvou, , quando começou a acreditar em mim, quando tudo o que eu fazia era duvidar — disse. — Eu sentia o mundo contra mim, mas você fazia parecer exatamente o contrário.
Minha respiração pesou e dessa vez, eu o beijei, sentindo meu coração acelerar mais que o normal. Ele não podia continuar me dizendo aquelas coisas. Seria impossível não me afundar na onda de sentimentos que eu estava começando a compreender que sentia. Se eu mergulhasse, não haveria mais volta.
.
Seu polegar acariciou a minha bochecha e me senti contemplada sob seu olhar intenso.
— Sim?
Sentindo mais do que necessidade, remexi meu quadril contra o seu colo e finalmente falei:
— Por favor, me fode.
Ele sorriu. No segundo seguinte, não perdeu tempo e, testando a minha umidade com dois dedos, ele finalmente entrou dentro de mim, o gemido preso na minha garganta, enfim, escapando.
— Ah, isso, é…
As palavras também não saiam da minha boca. Cravei minhas unhas nos ombros dele, suas mãos presas na minha cintura, me ajudando a mover o quadril em um movimento lento de sobe e desce. Seu pau me preenchia por completo e assisti quando ele levou os dois dedos de antes até a boca, experimentando onde tinha me tocado. Não desviamos o olhar um do outro por sequer meio segundo. Nossos gemidos se misturavam, nossas bocas buscavam uma à outra, nossas mãos exploravam o corpo um do outro, aumentando os mistos de sensações novas e intensificando o prazer, conforme ele aumentava a velocidade das estocadas.
Nossos corpos suavam juntos, nossas bocas sussurravam palavras desconexas e nossas risadas se tornavam uma só.
deitou nossos corpos, ficando por cima de mim, nunca parando de manter a consistência das estocadas. Ele aproveitou a mão livre e começou a acariciar o meu clitóris inchado e sensível e eu não era mais capaz de silenciar os meus gemidos e sua boca precisou me calar, enquanto eu sentia meu corpo inteiro começar a ter espasmos de prazer.
— sussurrei contra a sua boca, incapaz de dizer mais do que isso.
Ele se chocou ainda mais contra mim, o rosto contraído de excitação, nossas bocas a centímetro uma da outra.
— Eu sei, eu só… — ele devolveu e eu assenti.
Movi meu quadril de encontro ao seu, entrelaçando as minhas pernas, querendo que nossos corpos continuassem o mais juntos possível, o contato pele a pele me confortando. Eu estava prestes a gozar, mas não queria fazer isso sem ele, então tentei segurar o máximo possível para que ele também conseguisse atingir o seu ápice junto ao meu.
— Porra — ele gemeu, enconstando a testa contra a minha, parando de massagear o meu clítoris.
Quando ele apertou as minhas coxas e seu corpo inteiro se arqueou contra o meu, percebi que ele estava perto. deu uma última estocada, o orgasmo me atingiuz, e saiu de dentro de mim, seu gozo sujando o espaço ao nosso redor.
Ele esfregou o rosto com as duas mãos e se jogou ao meu lado, nossos corpos satisfeitos e suados. Tentei normalizar a minha respiração e virei o meu rosto, encarando a silhueta do seu corpo, a expressão relaxada pós-prazer. Ele ainda encarava o teto e, sem pensar, minha mão procurou a sua e eu entrelacei meus dedos aos seus, chamando a sua atenção para mim.
Ainda me sentia incapaz de começar a compreender meus sentimentos naquele momento, mas eu sabia o suficiente para ter certeza do que eu queria.
— Você é linda pra caralho — ele soltou, apertando seus dedos contra os meus.
Eu sorri e me aproximei. Quando meu rosto estava próximo ao seu, roubei um selinho e encarei os seus olhos.
— Quer saber de uma coisa, ? — sussurrei, assistindo seus olhos iluminarem-se. — Acho que também gosto de você.





Fim.


Nota da autora: Sem nota

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