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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Julho/2024.

acordou com o barulho do celular vibrando e bufou, levando a mão à luzinha em meio à escuridão de seu quarto. Ela olhou a tela inicial e automaticamente franziu a testa, mas não hesitou em atender e, após um silêncio de poucos segundos, ouviu a voz de alguém de seu passado travando do outro lado da linha
, fala mais devagar, não tô conseguindo…
— Eu estraguei tudo, me desculpa. — Ela ouviu, entre os diversos chiados.
— O que tá acontecendo? Você tá bem?
— Eu voltei para a floresta… tinha que provar para mim mesmo que não era real, que estava tudo na minha cabeça… — A garota engoliu em seco. — Mas é tudo real, . Ele é real.
, você tá bêbado? Olha, amanhã no colégio você me procura e a gente pode falar sobre o que você quiser, mas, por favor, descansa.
— Eu o ouvi sussurrar, assim como quando éramos crianças.
— Nós inventamos ele e tudo aquilo. O senhor Red era apenas um jogo infantil estúpido, que acabou saindo de controle. Ele nunca existiu.
— Existe, sim… Ele está bem na minha frente.
— Onde você está?
— Eu consigo ouvir ele nas árvores… Eu o ouvi sussurrar.
Ela afastou o objeto do ouvido ao escutar um barulho áspero de batidas em sua janela, gritando ao ver uma silhueta escura na parte de fora. A garota procurou pela lanterna em seu celular e iluminou o local, podendo visualizar seu amigo.
? Você me assustou, o que tá fazendo aqui?
— Posso entrar?
— Claro… entra aí — ela falou, indo em direção à janela e o deixando entrar, apesar de seu coração ainda estar levemente acelerado, ligando as luzes do quarto depois. — Mas você tem que me explicar o que acabou de acontecer. Começando por como você subiu na minha janela — questionou, ao perceber o quão impossível seria alguém subir em seu quarto, que ficava no segundo andar, sem a ajuda de alguma escada. Porém ela não viu nenhuma.
— Eu escalei.
— Tá certo, homem aranha… Você parecia muito assustado há um minuto…
— Não foi nada. Eu estou bem. Vamos, nós temos que buscar os outros.
— Que outros?
— Nossos amigos! Eu tenho que mostrar algo a vocês, mas preciso que todos estejam juntos.
— Mas, … eu nunca mais falei com nenhum deles desde que éramos crianças… Depois do que aconteceu com a Jane…
— Mas todos têm que estar lá, ! Essa é a regra — ele falou, com uma expressão mais irritada e sentiu o telefone vibrar novamente, suspirando antes de pegá-lo.
— Eu realmente quero te ajudar, mas você tá me assustando muito agora… Daqui a algumas horas, vamos ter nosso primeiro dia no colégio, por que não nos reunimos lá? — Ela sentiu o telefone vibrar novamente e, dessa vez, olhou para a tela inicial, vendo o nome do próprio amigo e atendeu.
— Você ainda tá aí? Acho que estou perdido. Minha bateria está quase acabando, por favor, me ajuda! — Ela derrubou o celular e olhou para a direção do seu amigo.
, o que tá acontecendo?
— Nós temos que voltar para a floresta, . — As luzes começaram a piscar, até que apagaram totalmente e um vento forte veio da janela antes aberta.
Apesar de estar completamente em choque e com as mãos tremendo, se agachou para pegar o celular e iluminou o local com a lanterna do objeto novamente, podendo visualizar um sorriso macabro surgindo no rosto do amigo. A garota começou a ir para trás, à medida que andava em sua direção, mas ele acabou sendo mais rápido e agarrando seu pulso com uma força que ela não pensava ser possível alguém com o porte físico de possuir. tentou de todas as formas se soltar, o empurrando e dando socos em seu peito, porém ele aparentava não sentir nada e a empurrou para a parede, se aproximando lentamente, enquanto ela tentava se recompor do choque contra a superfície dura.
— Você não se lembra? Todos nós temos que voltar. — pressionou a mão contra o pescoço da garota, a levantando pela parede, e ela começou a se debater, conseguindo arranhar seu rosto e observando a pele do que antes parecia ser seu amigo se desintegrando em suas unhas e por todo seu rosto. Ele grunhiu de dor, seu hálito frio cheirando a mofo e sangue e sua voz parecendo mais grossa do que antes. — Todos brincam juntos, .
A garota sentiu sua visão ficar turva, e observou as sombras no canto do quarto escuro parecendo se contorcer e sangrar. Sem força alguma para sequer gritar por ajuda e paralisada pelo medo, ela simplesmente se deixou afundar num vazio negro e frio.
Ela acordou com um grito, a adrenalina queimando seu corpo, enquanto se debatia em cima da cama, até perceber que estava completamente sozinha no quarto e já era de manhã.
— Que sonho estranho — falou, para si mesma, e leva a mão na direção de seu pescoço, estremecendo ao encostar e sentir uma leve dor no local. — Mas que porra… — Ela se levantou em direção ao espelho, com a mão ainda no pescoço, e observou vários hematomas, que aparentavam ser recentes no local. — Isso não pode estar acontecendo. — A garota procurou por seu celular, que estava jogado no chão, suspirando ao pegá-lo só para descobrir que ele estava completamente sem bateria.
Após se trocar e comer rapidamente, saiu de casa, lançando um olhar para a floresta que ficava perto de seu quintal e estremecendo.
— O não pode ter visto o senhor Red, era tudo um faz de conta — ela falou para si mesma, ao descer os degraus da escadaria, virando ao ouvir um latido. — Jelly, o que você está fazendo aqui fora? — a garota perguntou, enquanto guiava a border collie preta e branca para dentro de casa novamente e pôs comida e água para ela. Seus pais haviam viajado há alguns dias para a Europa por conta do trabalho e Jelly seria sua única companhia durante as várias semanas que eles iriam passar lá.
Ela saiu novamente e se aproximou da árvore, que ficava bem em frente à sua casa, pegando algo jogado no solo que havia lhe chamado a atenção. Analisou a pedra estranha com uma runa gravada no meio e uma rachadura em cima dela, se perguntando mentalmente de onde ela havia surgido e quem teria força suficiente para rachá-la. congelou ao sentir um cheiro familiar, o mesmo cheiro de mofo e sangue que havia supostamente sentido em seu sonho e guardou o objeto em sua mochila. Ela seguiu seu caminho para a escola, suspirando ao chegar e visualizar a cena típica de todo início de ano: vários adolescentes correndo de um lado para o outro, animados com o começo das aulas, ou apenas com as diversas festas que iriam ter. A garota respira fundo e entra com o pé direito no local.
— Último ano no colégio Westchester, nada pode dar errado.


Continua...


Nota da autora: Minha primeira fic de terror, e ainda de uma história que eu achei interessantíssima. Espero que gostem e fiquem curiosos para saber as escolhas que os personagens vão tomar, assim como eu fiquei quando estava jogando!!

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