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Revisada por: Júpiter

Última Atualização: 11/08/2024

Era o filme que precisava para sua carreira de atriz, as gravações haviam sido um sucesso na divulgação também, não havia como nada dar errado. No dia do lançamento, não teve dúvidas que sua carreira ia começar a tomar o rumo que desejava. Depois de tanto desfilar para inúmeras grifes, ela estava no ramo que tanto sonhou.
Tudo estava dando certo, tudo! Só não esperava que, depois de dois meses de estreia no filme, tivesse que jogar tudo para o ar e ajudar em casa com o problema familiar. Iria ajudar seu pai, sua mãe e a irmãzinha.
— Pearl. — A mulher que estava cuidando da entrevista coletiva do filme chegou até ela cautelosamente. — Está tudo bem? — questionou, já que ela não havia voltado do intervalo.
— Preciso ir para casa — disse, olhando para o visor do celular. — Eu prometo mandar mensagem para você, de verdade, mas no momento eu não tenho tempo, minha família precisa de mim mais do que em qualquer outro momento.
— Tudo bem, mas você sabe, né?
— Sim, sim. — Enxugou a lágrima. — Mas eu preciso realmente ir, me desculpe, não tenho condições para permanecer na entrevista e em tudo o que pode acontecer mais para frente.
— Compreendo, boa sorte e, por favor, me deixe informada de tudo.
— Deixarei, obrigada.
— Por nada.
Se despediram com um abraço apertado. Kelly sentiu muito por Pearl, sabia que ela lutou tanto para ter o reconhecimento que estava tendo e, por um problema familiar — não julgando a atitude dela —, acabou deixando um sonho por amor à sua família.


Não estava sendo fácil ver sua mãe acamada sem poder se mexer e tendo que redobrar mais ainda a atenção. Seu pai estava terminando de dirigir um filme, o mesmo que ela insistiu para que ele não parasse de fazer.
— Seu pai terminou o filme hoje — disse sua mãe, olhando para sua filha, sentada ao seu lado na poltrona mamãe e bebê, fazendo um crochê.
— Sério? Ai, que maravilha. — Seus olhos azuis brilharam. — Fico tão feliz, ele estava louco para terminar o filme.
— Eu também, além disso, minha felicidade veio de você o fazer terminar o filme.
— Não poderia deixar de fazer isso, você tem eu e a vovó, nós conseguimos cuidar de você. Bom, no momento só eu, mas está tudo certo — deu uma risadinha sutil.
— Você é tão especial para mim.
— E você para mim, mamãe. — Colocou a linha e a agulha ao seu lado.
— Por favor, não ache que é uma despedida. — Fez um movimento sutil com a mão para segurar a mão dela. — Você pode não ser minha filha de sangue, mas eu agradeço muito por me aceitar como sua mãe, foi tudo recente quando as coisas aconteceram e você foi um anjo comigo.
— Mas isso tudo foi graças a você, com seu jeitinho, cuidado e o amor por mim. Marie, você não sabe de algo e não quer contar para a gente, não é?
— Não, não, Pearl, está tudo certo, eu prometo — sorriu para Pearl. — Filha, poderia pegar minha vitamina?
— Claro, mãe, já volto.
Foi o tempo certo, exatamente certo, de ela sair para pegar a vitamina para sua mãe, que ela desmaiou de tanta dor. Não teve como gritar por ela, foi de surpresa, em milésimos de segundo. Pearl se assustou ao chegar ao quarto e ver sua mãe mole, desmaiada e nitidamente com a bolsa estourada.
— Ai, meu Deus! — Deixou o copo cair junto do remédio. Pegou seu celular rapidamente e ligou para a emergência.
O tempo todo ficou ao lado de sua mãe. Sua avó e seu pai chegaram rápido ao hospital e foi quando tudo desmoronou para ela. A pequena havia nascido bem e saudável e estava tudo certinho com ela, mas com Marie… Ela acabou perdendo muito sangue durante o parto, acabou ficando em observação e estava fraca. Seria assim até ela se recuperar e Pearl torcia muito que fosse assim até o momento que sua irmãzinha saísse do hospital. Infelizmente, sua mãe iria ter que ficar mais tempo no hospital, igualmente à sua irmã, que nasceu prematura.


Alguns dias depois.

Pearl esperava na sala de recepção para ser chamada pela enfermeira ou a médica de Marie. Uma movimentação começou no local, mas isso não a preocupou tanto. Não que ela não se importasse, mas a verdade é que ela acreditava piedosamente que não era com Marie, tinha certeza que ela estava bem, afinal, no dia anterior ela estava melhor do que nunca.
— Senhorita, Mackie — uma enfermeira falou na frente das cadeiras. Pearl olhou para a frente com um sorriso.
— Sim, sou eu.
— Poderia me acompanhar?
— Claro.
— Bom dia.
— Bom dia — Pearl respondeu.
— Preciso avisar você sobre o quadro de saúde da paciente Marie, ela está em observação. Ela teve complicações, pegou uma infecção hospitalar, a estamos medicando, mas tudo vai ocorrer bem. — Pararam na frente do quarto dela.
— Brincadeira. — Apoiou na parede. — Essa correria toda… foi para ela?
— Sim, mas agora ela se encontra bem e só precisa se recuperar. Como os remédios foram fortes, neste momento ela se encontra dormindo. Pode entrar para vê-la, não tem problema, só não vai conseguir falar com ela.
— Eu quero, quero sim, preciso vê-la, achei que nós três iríamos para casa hoje.
— Irão apenas você e sua irmãzinha. Vou deixar vocês a sós, qualquer coisa, pode chamar por nós.
— Claro, obrigada.
— Por nada.
Ela entrou no quarto e sentou ao lado de sua mãe. Segurou a mão dela e fez um carinho. Pelo menos estava bem, na mão de bons médicos, e logo, muito logo, ela estaria em casa com a família toda reunida. O dia terminaria da forma que Pearl não desejava: Pearl e Violet iriam para casa juntas, sem Marie.


Duas semanas se passaram.

— Filha, realmente está tudo bem, você pode ir tranquila, sua vó vai me ajudar.
— Você tem certeza, pai? Não quero deixar vocês dois, e se a mamãe precisar de você?
— Vai, pode ir, você está aqui desde que as coisas complicaram. — Chegou perto de sua primogênita. — Minha doce e adorável Pearl, não precisa ficar assim, vá, você sempre colocou sua família em primeiro lugar, coloque-se em primeiro lugar ao menos uma vez — disse, segurando sua mão. — Você não será menos honrosa caso precise de algum tempo para si, vai fazer um mês desde que lhe avisamos tudo. — Havia se esquecido que tinha passado tanto tempo assim. — Pode ir, em caso de emergência, te ligo no exato momento.
— Está bem, pai. — Respirou fundo. — Te mando uma mensagem quando chegar e esperarei uma sua, caso for necessário.
Pearl abraçou seu pai e deu um beijo na bochecha do homem, depois subiu para arrumar suas malas e viajar para algum lugar que ainda não tinha em mente. Sua avó havia chegado bem no exato momento em que desceu, conversaram brevemente e ela saiu um pouco mais aliviada.
Seu destino seria West de Hollywood, juntamente do carro de seu pai, que um dia sonhava em conseguir convencê-lo em dar para ela. Waco ficaria para trás juntamente com as vinte e duas horas dirigindo. Podia ir de avião, mas não queria, gostava de dirigir pela cidade e estradas eram uma forma de lhe manter calma.


Casa alugada em West de Hollywood.

Ali mesmo, sentada no degrau da casa com uma cerveja ao seu lado, contemplava o clima e os sons. Se sentia melhor do que nunca e isso lhe trazia uma pequena paz. Tinha saído, andando pela cidade, indo à lugares que sempre gostava e dando atenção aos fãs, uma rotina boa para quem queria sair de Waco.
Com a noite caindo, ela resolveu ir a um pub. Não tinha muitas pessoas alteradas, o som da música estava agradável, o lugar era perfeito para si. Ajeitou o colar de coelho que havia ganhado de sua mãe no retrovisor e deixou o carro com o manobrista que ali estava.
Caloroso e amigável, nitidamente mais jovens frequentavam o lugar, o que a deixou mais confortável. Quem diria que aquele lugar seria ao menos bom para passar um momento da noite.
Sentou-se em uma mesa primeiramente e analisou o local e as bebidas que ficavam no bar enquanto batia devagar na mesa enquanto tocava uma música aleatória no local. Pediu uma bebida ao barman e uma porção de fritas, já que tinha o estômago fraco para bebidas. Estava apenas curtindo enquanto escutava conversas aleatórias, uma mais engraçada que a outra, vindo do grupo de jovens bêbados. Até que uma em si lhe chamou a atenção quando foi até o bar.
Duas mulheres, bonitas e bem arrumadas, falavam sobre um homem. Alto, magro, semblante marcante, ela também procurou pelo homem, mas não encontrou, mesmo depois de disfarçar inúmeras vezes.
— É ele, não é? — Ouviu uma mulher perguntando para a amiga.
— Sim... Na verdade, eu acho, essa luz não ajuda em nada. — Forçou os olhos. — Não tenho certeza, mas eu acho que sim, me espera aqui.
A amiga fez um sinal concordando enquanto viu a mulher avançar. Passou pelo homem e fingiu dar licença para outra pessoa passar enquanto mexia no celular; como estava com a cabeça baixa, a mulher pôde ter a certeza que era o homem no qual estavam em dúvidas.
— É ele — disse, confirmando. — Podemos simplesmente ignorar.
— Ou fornecer informações — a outra falou.
— Deixo você escolher.
ainda olhava na direção do homem, até que uma pequena fresta de luz pairou no rosto dele. Agora sabia muito bem quem era. Pegou sua bolsa depois de ouvir a resposta da mulher e tentou de uma forma simples e, principalmente, natural, alertá-lo.
— Oi — Pearl disse ao lado do homem.
— Oi. — O sotaque leve irlandês lhe fez sentir um frio na barriga. O frio na barriga apareceu, estranho, já que estava acostumada a ficar de frente para homens extremamente bonitos. Sabia que aquilo poderia acontecer, mas na mais baixa probabilidade.
— Tudo bem eu me sentar aqui temporariamente? Estou esperando acharem meu carro, já que não lembram onde colocaram, casa cheia, sabe como é.
— Claro — deu espaço para ela. — Você vem sempre aqui? — Ele, por pura educação, começou a conversar com ela, já que estavam dividindo a mesma mesa.
— Não, nem sempre, na verdade, e você?
— Quando tenho tempo vago, o trabalho vem consumindo muito o meu tempo.
— Entendo perfeitamente. — Bebeu um pouco. — Pearl — se apresentou, estendendo a mão.
— Cillian — apertou a mão dela.
Então estava certa, mas não conseguia mais focar em outra coisa. A cada gole que tomava, parecia que sua bebida estava com álcool. Pediu mais uma, se sentindo mais solta, realmente havia álcool na bebida, tudo por um mal-entendido do barman. Cillian estava gostando da companhia dela: além de a conversa fluir muito bem, ela não fez nenhuma pergunta sobre a fama dele e, principalmente, da série. E o carro, que foi um grande pretexto para sentar-se junto a ele, foi esquecido durante a conversa, até mesmo o propósito de ela ter ido até a mesa dele.
— Eu acho que bebi demais — ela disse, colocando, o copo na mesa. Não estava muito alterada, mas também não tinha condição de dirigir um carro, até porque ela tinha juízo. — Seria meio incômodo pedir para você me levar até onde eu estou hospedada? Eu tô de carro, eu só não esperava que esta bebida teria álcool. — Bem o suficiente para saber o que estava pedindo para Cillian.
— Você tem certeza?
— Ah, sim, eu estou lúcida ainda, mas odeio pegar um carro para dirigir enquanto eu tenho uma taxa de álcool no corpo, erro meu também, que devia ter parado de tomar, mas eu já tinha pagado por dois copos.
— Tudo bem — ele sorriu. — Vamos, eu te levo. — Ia ao menos tirá-lo dali antes de fotos de Cillian aparecerem na revista com as segundas intenções das duas mulheres. Deu certo.
Quando Pearl conheceu Tucsy na sua adolescência — um rapaz legal na frente dos outros, mas que andava cem por cento fora da linha —, pequenas marcas dele ficaram nela e uma delas foi passar o tempo como bem entendesse e quisesse. Um relacionamento de altos e baixos, sem apoio e com apenas o interesse do dinheiro e sexo que tinha, tudo chegou ao fim quando ela resolveu pôr um ponto final, depois que ele chegou sem nenhum pingo de consciência de uma festa, dirigiu como um louco, colocando a vida dos dois em risco, e quando ele quase conseguiu transar com ela sem o seu consentimento.
As lembranças passaram a tomar conta de seus pensamentos e deixá-la nervosa. Talvez tenha sido uma péssima ideia, ir dirigindo muito devagar seria uma ótima escolha, não estava com alto teor de álcool mesmo.
— Pearl? — Ouviu Cillian lhe chamar.
— Sim.
— Essa casa mesmo?
— Isso, essa mesma, muito obrigada.
— Não precisa agradecer — sorriu. — Eu me lembro de você de algum lugar…
— Fiz o último filme que saiu da Morgan.
— Ah, sabia, seu rosto era bem familiar.
— Quer entrar?
— Claro.
Desceram do carro e ela destrancou a porta da casa, o deixou entrar primeiro e se certificou que nenhum paparazzi havia seguido eles.
— Pode ficar à vontade, só vou colocar uma blusa mais soltinha — sorriu.
— Obrigado.
Sem demora nenhuma, Pearl voltou para a sala do cômodo, sentou ao lado de Cillian com alguns salgadinhos que tinha em casa e um whisky. Conversaram de filmes que fizeram, assuntos banais, gostos, de tudo, até o momento que ela resolveu contar para ele a verdade entre cervejas e salgadinhos. O calor foi subindo, as bebidas não iam ajudando muito.
Cillian acompanhava a movimentação dos lábios dela enquanto ela falava. Ela era uma mulher atraente, os olhos azuis, os fios loiros bagunçados, alguns colados em seu pescoço, e as curvas sexys de Pearl. Se tivesse oportunidade, ficaria com ela naquela noite mesmo, sem pensar.
Pearl umedeceu os lábios, levando a atenção de Cillian para eles. Estavam mais próximos um do outro, podia sentir o perfume dele levemente cítrico. Sentiu os dedos frios de Cillian tocar seu rosto, fechou seus olhos, o deixando conduzir o primeiro passo do beijo, calmo, aproveitando cada momento. O sabor de morango dos lábios dela com o do whisky era uma combinação perfeita.
A mulher separou o beijo, mantendo seus olhares, sentou no colo dele e lentamente o beijou; enquanto se movimentava no colo dele, podia sentir seu cabelo sendo puxado levemente e os beijos descendo para seu pescoço, as respirações estavam acelerando, ficando cada vez mais ofegantes.
Pearl se levantou e o conduziu até seu quarto, fechou a porta enquanto Cillian tirava sua camisa e a esperava, porém, sem dizer nenhuma palavra, Pearl o empurrou na cama, fazendo-o deitar. Ela deitou por cima dele depois de tirar sua blusa, sua atenção estava totalmente nos lábios do ator enquanto sentia-o soltar seu sutiã.
Os lábios úmidos de Cillian passeavam pelo seu pescoço, a deixando com mais tesão, as mãos dele pela cintura, pressionando contra seu membro ainda por cima da roupa. Pearl não pensou duas vezes em pular as preliminares e começar a senti-lo dentro de si.
Aquela noite foi, sem dúvida, inesquecível para os dois.


No meio da noite, Pearl recebeu uma mensagem importante, seu celular vibrou duas vezes debaixo do travesseiro onde colocou depois de eles terminarem aquele minuto de ficarem juntos. Era de seu pai, o homem foi breve na mensagem e tinha certeza que era muito importante, já que ele errou algumas palavras.
Respondeu que estava voltando para casa naquele exato momento e que era para manter a calma, era com sua mãe. Sabia que tudo que tinha em mente dela melhorar naquele meio tempo foi apenas imaginação.
— Me desculpa, eu não queria realmente deixar você aqui depois dessa noite, que noite! — sussurrava enquanto se vestia. — Agradeço, de verdade, mas eu preciso ir, e muito rápido. Prometo explicar tudo depois quando a gente se ver. — Sabia que ele não ia lembrar das palavras, mas, ao menos, aquele ato lhe confortava.
Sem fazer muito barulho, Pearl saiu do quarto e foi rapidamente para o seu carro, torceu que ele não fizesse tanto barulho ao sair. Não era mulher de sair de uma noite assim, ainda mais de uma que lhe deixou em delírios por mais de uma vez.

Com o sol aparecendo pelas pequenas fendas da cortina, Cillian acordou com seu celular vibrando. Ajeitou o lençol branco em seu corpo e atendeu. Acreditando que a mulher estava ao seu lado ainda, ele se mexeu com cautela na cama para o lado dela e se deparou com o lado vazio.
— Pearl? Pearl, bom dia.
A chamou, colocando sua camisa. Andou pela casa, procurando pela mulher, mas não a encontrou, nem mesmo um bilhete explicando algo. Entretanto, na sala de visita, estava a corretora do imóvel, estava ali para recolher a chave da casa.
— Senhor Murphy?
— Sou eu.
— Bom dia. Me chamo Nicole — estendeu a mão.
— Bom dia.
— Estou aqui para recolher a chave da casa e também avisar que Pearl teve uma emergência e precisou voltar para a residência.
— Sabe se já está tudo bem?
— Desculpa, mas não tenho essa informação. Caso você queira tomar o café da manhã aqui, sinta-se à vontade.
— Agradeço, mas vou indo também, tenha um bom dia.
— Igualmente.
Cillian saiu um pouco decepcionado, havia esquecido de pedir o número de Pearl e também não queria ser muito evasivo. Ele voltou para sua rotina, mas com um pequeno vício nos lábios dela.
A cada dia que passava, ele lembrava vagamente dos lábios com leve sabor de gim, não conseguia também tirá-la de seus pensamentos, a mulher o marcou de um jeito inesquecível e apenas a podia ter em seus pensamentos.
Torcia para que em uma noite ela pudesse aparecer novamente e beijá-la como naquela noite no pub.



Continua...


Nota da autora: Espero que tenham gostado do capítulo. ❤
"Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo" – Alanzoka. ❤
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