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Revisada/Codificada por: Luasi

Última Atualização: 18/07/2024

Molly Weasley, com o seu característico jeito meigo, entrou no quarto em que Gina dividia com Hermione e . Ela nunca viu a casa tão cheia como estava naquela temporada, e ela estava muito acostumada com casas cheias. As três meninas dormiam tranquilamente em suas camas improvisadas, então a Sra. Weasley as chamou e esperou que levantassem. Nenhuma delas estava muito disposta a levantar tão cedo nas férias, mas aquele dia era especial e tinha uma energia muito contagiante. foi a última das três a despertar, pois tinha chegado de viagem no dia anterior e, devido ao fuso horário, sentiu certa dificuldade para pegar no sono à noite, consequentemente dormindo pouco para já estar de pé àquela hora da madrugada; ainda estava escuro lá fora. Molly observou em seu longo ritual para despertar e a sobrinha reclamou.
— Por que temos que levantar tão cedo?
Esse comportamento lembrava muito seu filho, Ronald, que, independentemente da idade e do lugar, sempre demorava para acordar.
— Oh, querida! Sinto muito, mas é para que vocês consigam chegar a tempo — Molly sorriu para a sobrinha.
Gina e Hermione tomaram a iniciativa, mesmo de maneira lenta, e começaram a se arrumar. A mais nova foi para o banheiro do quarto e a outra para o banheiro do corredor.
— Acho que essa moleza é realmente de família, Rony estava do mesmo jeito há pouco — Molly disse, bagunçando o cabelo da menina e entregando uma das toalhas menos usadas que tinha guardado.
— Vamos, ? — Gina perguntou.
A ruiva mais nova tinha feito sua higiene matinal de forma bem rápida, enquanto a prima tinha acabado de levantar da cama.
— Vamos, mas onde está Hermione?
— Ela estava usando o banheiro do corredor agora há pouco, mas já deve estar acordando o Rony outra vez.
Do mesmo modo que a prima, a ruiva mais velha colocou um casaco confortável e pegou sua mochila. Ela achou que estava faltando algo, mas os Weasley garantiram que ela não morreria congelada se não levasse suas roupas de neve para o passeio, já que o clima estava ameno.
— Hermione levantou muito rápido.
— Você que ainda está dormindo, .
— Eu não dormi quase nada, sua exagerada.
— Aposto que, mesmo com a sua lenga, o Rony ainda não está pronto.
— O seu irmão está em um nível muito elevado.
— Tem razão.
As meninas riram uma para a outra e seguiram para a cozinha da casa.
Na cozinha d’A Toca, metade dos moradores já estavam acordados, organizando os últimos detalhes ou esperando o café da manhã ficar pronto. estava sentada ao lado de Gina e de George que, sem medo nenhum de ser flagrado pela mãe, explicava sobre algumas das Gemialidades Weasley enquanto Fred tentava passar o dedo no canto da panela com o mingau que Molly tinha terminado de preparar e ela o repreendia. O Sr. Weasley, sentado um pouco mais afastado, verificava um maço de grandes bilhetes de entrada em pergaminho. Três crianças a mais, ele já estava preocupado. Quando todos estavam servidos com o mingau, Harry e Rony entraram na cozinha, com uma Hermione logo atrás com cara de poucos amigos. Não era de se estranhar encontrar a menina daquela forma, já que a convivência com aqueles dois demandava paciência em dobro. Hermione atravessou o cômodo em passadas rápidas e sentou ao lado de Gina, que perguntou o que tinha acontecido, mas a outra menina desconversou.
observou cada momento daquele café da manhã com um sorriso no rosto, todos interagiam com certa empolgação pelo evento que se seguiria. Ela amava passar um tempo com os tios e com os primos. O intercâmbio que faria aquele ano seria uma ótima oportunidade; ela sairia de Castelobruxo por um ano. era filha única de Diane e Julius Weasley, irmão mais novo de Arthur. Ela morava no Brasil por conta do trabalho de Julius e Diane no Ministério: Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Desde então, ela estava acostumada à sua vida só com os pais quando não estava na escola de magia e ficava deslumbrada com a família Weasley ali reunida, pois sempre sonhou em ter muitos irmãos.
Do lado de fora d’A Toca, a Sra. Weasley se despedia de todos e dava as últimas recomendações. Um por um, os gêmeos, como sempre, receberam puxões de orelha por ainda estarem com as Gemialidades em posse e observar aquela cena icônica fez com que quase não conseguisse segurar o riso. A tia conjurou todos os itens e seus primos tentaram segurar os que estavam escondidos em suas roupas, deixando a cena ainda mais engraçada. Depois de todo o “show”, Molly aproximou-se de para lhe perguntar coisas importantes, já que a menina não teria tanto tempo assim para fazer compras no Beco Diagonal.
, você quer que eu veja o seu material?
A Sra. Weasley perguntou com um tom de voz totalmente diferente de minutos antes, quando repreendia os gêmeos.
— Eu adoraria, tia, desde que a senhora não fique cheia de trabalho.
— Não se preocupe, querida.
— Vamos demorar tanto assim? — perguntou.
— Às vezes chega a demorar dias, querida.
— Uma vez, a partida demorou uma semana — Fred disse, surgindo de repente no meio delas.
— Sério?
— Sim.
Um pouco à frente, Arthur olhou o relógio novamente e conferiu se todos estavam prontos com suas respectivas mochilas. Já estava na hora de saírem sem se atrasar. Então, tomou a iniciativa de se despedir de sua esposa e finalmente seguir em frente.
— Vamos, pessoal! Ainda temos que andar um bom pedaço — Arthur disse.
— Vamos a pé para a Copa Mundial? — perguntou Harry.
— Não, a Copa vai ser a quilômetros daqui. Só vamos andar até a chave de portal — o Sr. Weasley o respondeu, sorrindo.
— É um evento grande, Harry, não podemos chamar atenção dos trouxas — Hermione explicou, recebendo um revirar de olhos vindo de Rony.
observou aquela cena com curiosidade e cutucou Gina ao seu lado, que observava a cena da mesma forma. As duas desconfiavam que aquelas ações poderiam significar muito mais que só implicância.
Todos começaram a seguir o senhor Weasley floresta adentro enquanto deixavam Molly para trás, acenando freneticamente. Com os braços enlaçados no de Gina, tentava prestar atenção em todas as coisas que Fred e George falavam ao mesmo tempo. Eles contaram curiosidades sobre a Copa Mundial, a escalação de cada time que jogaria naquela final e em como ficariam ricos apostando, tendo uma mudança brusca de assunto quando Gina os desafiou a ter algum dinheiro quando começasse as aulas em Hogwarts. Por hora, o centro do assunto não era mais as finanças dos gêmeos, mas como iria se divertir na escola bruxa e que eles iriam ser o trio dos sonhos. Todos prestavam atenção na narração dos gêmeos de como iriam recrutar e treinar a prima, deixando muito claro sobre qual casa ela seria selecionada.
— Você tem que ser selecionada para a Grifinória — Fred disse de forma exagerada, fazendo Gina revirar os olhos e segurar o riso.
— Por quê? — ela perguntou com uma leve pontada de curiosidade na voz.
Em Castelobruxo não existia essa rivalidade sobre as casas que eles sempre se referiam.
— Porque é a melhor casa, oras — George disse prontamente.
Todos tinham um argumento para mandá-la para Grifinória, mesmo que não quisessem causar tanto alvoroço quanto Fred e George.
— A vai se sair bem em qualquer casa — Sr. Weasley se manifestou pela primeira vez, arrancando caretas dos gêmeos e risada das meninas.
— Menos Sonserina, por favor — Rony arriscou dizer depois.

Depois de tanto conversar, Arthur chamou a atenção dos jovens para que andassem um pouco mais depressa e pontualmente checou o seu relógio mais uma vez. Eles andaram por alguns minutos por entre as árvores, em meio às conversas divertidas sobre os jogos da Copa que Harry Potter tinha perdido por estar na casa de seus tios e, logo depois, todos se envolveram em uma conversa ainda mais legal sobre as suas matérias preferidas, tendo os gêmeos escolhido “detenção”. e Hermione não paravam de conversar, porque tinham descoberto que suas matérias preferidas eram as mesmas, e os outros aproveitaram o restante do tempo para dizer qual era menos pior.
— Eu li uma vez que os estudantes de Castelobruxo são muito bons em Herbologia e Magizoologia, é verdade? — Hermione perguntou depois de um tempo.
— Magi… o quê? — Rony olhou, confuso, tentando acompanhar a conversa das duas.
— Magizoologia nada mais é do que o estudo das criaturas mágicas. O bruxo que atua nesse campo pode ser chamado também de naturalista — Hermione respondeu.
— Isso mesmo, e em Castelobruxo estamos sempre em contato com a natureza — e Hermione trocaram olhares cúmplices e continuaram o assunto, até serem interrompidas por Rony um minuto depois.
— Você é boa nessa matéria, ? — Rony perguntou, realmente interessado.
— Estou sem acreditar que você consiga pensar em um assunto que não seja quadribol — Hermione disse, fingindo incredulidade.
tentou disfarçar o seu divertimento com a cara contrariada do primo com a fala da amiga, mas tudo o que conseguia fazer era uma careta, resultado do riso preso.
— Sim, Rony, mas não sou tão boa quanto alguns alunos que escolheram se especializar e aprender sobre as subcategorias. Charlie, por exemplo.
— Isso é muito para a minha cabeça, nem me esforçando eu consigo acompanhar. Não sabia que Charlie tinha estudado tanto para poder ir para a Romênia — Rony disse, fazendo as garotas gargalharem da sua piada sobre si mesmo.
No fundo, as duas sabiam que ele não parava de subestimar- se. O garoto seguiu para o lado de Harry, que conversava com os gêmeos, e Gina enlaçou os braços nos de e Hermione, começando a participar da conversa anterior. Alguns minutos depois, um chamado cortou as conversas.
— Amos! Meu querido amigo. — Escutaram a voz de Arthur Weasley.
Todos pararam enquanto observavam Arthur ir em direção a um homem um pouco mais baixo do que ele, acompanhado de um jovem rapaz conhecido por quase todos ali por também estudar em Hogwarts.
— Crianças! Este é Amos Diggory, ele trabalha comigo no Ministério — o Sr. Weasley apresentou o homem.
Eles se cumprimentaram com um firme aperto de mãos enquanto se mostravam sorridentes e empolgados. Amos apresentou o jovem rapaz que o acompanhava a Arthur e, enquanto as apresentações aconteciam, não conseguia parar de observar o garoto mais velho apresentado como Cedrico. Ele parecia ser, no máximo, um ano mais velho que os gêmeos e ela poderia jurar que ele a observava do mesmo modo com aqueles olhos acinzentados que a fariam perder a noção do tempo e espaço sem qualquer esforço.
— Este rapaz quase maior do que eu deve ser Cedrico — Arthur continuou, sorridente, enquanto os outros iam ao seu encontro. — Creio que você já conhece todos do meu grupo, Amos.
— Acho que alguns. São todos seus?
— Ah, não, somente os ruivos. Hermione e Harry são amigos de Rony — Arthur apontou para os dois, que acenaram, um pouco sem graça.
— Tem a também — um dos gêmeos disse.
A menina despertou do então transe no ato e sorriu, sem entender ao que se referiam, ao notar todos virados em sua direção. O tio achou que toda aquela situação era engraçada demais, pois nunca imaginou que teria que corrigir uma frase como aquela. Na maioria das vezes, ou quase todas as vezes, todos os ruivos eram seus. Ao lado do pai, o motivo da desorientação da menina a olhava. Cedrico não fez questão de esconder o riso com a careta que ela tentava disfarçar, ao notar que suas bochechas deveriam estar quase que da cor de seu cabelo.
— Como pode perceber, nem todos os ruivos são meus — Arthur disse, ainda risonho. — Lembra-se do meu irmão Julius? A é a filha dele.
— Claro! Como eu poderia não lembrar dele? — Amos disse.
— Foi transferido para o Departamento de Cooperação Internacional.
— Sem dúvidas a melhor escolha.
— A última vez que você os viu, era um bebê e agora já está quase se formando — Sr. Weasley disse, com o peito estufado de orgulho.
— O meu Ced também. Ele é o melhor aluno do seu ano e ainda arrisco dizer que de Hogwarts — o homem continuou a falar, deixando o filho envergonhado.
— Os filhos crescem muito rápido, em um ano você os deixa em Hogwarts e no outro eles estão se mudando da sua casa.
— Como está seu pai, querida? — o Sr. Diggory perguntou à menina.
— Muito bem, vários acontecimentos internacionais ao mesmo tempo o deixam com bastante trabalho.
— Espero que você aproveite seu período aqui e sinta-se à vontade para nos visitar sempre que quiser.
— Obrigada, Sr. Diggory.
— Lana ficará muito feliz em ver o quão crescida e bonita você está — Amos disse, olhando de para Cedrico, notando uma sutil troca de olhares.
— Será um prazer revê-la depois de tanto tempo.
— Agora, sigam-me! Ced e eu encontramos a chave, ela está um pouco à frente — Amos disse por fim.

Todos seguiram o Sr. Diggory em direção à chave de portal que ele tinha apontado estar mais à frente. Entre algumas passadas rápidas da caminhada até concluir a subida ao morro, pegou Cedrico a encarando algumas vezes, como se fosse difícil demais não desviar o olhar. Ela o encarou de volta com a mesma curiosidade e retribuiu o sorriso que ele direcionou a ela, chamando atenção das meninas ao seu lado, que a encheram com cutucadas. O rapaz quebrou o contato a contragosto quando Amos e Arthur o incluíram na conversa que se seguia, falando sobre quem já estava na Copa Mundial e a quanto tempo, e sobre o próximo ano letivo de Hogwarts. Aos poucos, todos pararam ao redor de uma bota velha e alguns aproveitaram para recuperar o fôlego, a subida do morro tinha sido realmente difícil.
— Aqui! Todos aqui — Arthur disse, chamando a atenção de todos para o par solitário de uma bota bastante surrada. — Encontrem um lugar confortável ao redor da bota e a toquem ou segurem. Vou iniciar a contagem.
Ele iniciou uma contagem mental para se certificar de que todos estavam ali e entendendo a informação que era passada. Gina puxou para seu lado e as duas se olharam, empolgadas. Assim que todos estavam tocando a bota, Arthur fez a contagem que dissera e uma sensação agonizante de que um gancho estava sendo puxado por dentro dos seus umbigos os atingiu. Seus pés deixaram o chão e todos avançaram vertiginosamente em meio ao uivo do vento. Da mesma forma que ocorreu após a contagem do Sr. Weasley, totalmente de repente a sensação de despencar sobre o ar os atingiu e a agonia de antes cessou assim que eles sentiram o chão. não conseguia lembrar da última vez que tinha sentido algo assim, porque normalmente viajava pela rede de flu ou de avião — um tipo de transporte trouxa. A chave despencou perto de Harry enquanto o menino tentava se desvincular de Rony. fez o mesmo com Gina e, quando estava prestes a levantar, notou uma mão na sua frente.
— Obrigada, Cedrico — ela disse, aceitando a mão estendida do rapaz.
Ele acenou com a cabeça e se pegou paralisada, observando o quão bem ele estava, mesmo com o que se seguiu ao tocar a chave.
— Não precisa agradecer — ele disse cordialmente e saiu em direção ao seu pai.
Um pouco à frente, encontravam-se dois homens com roupas surradas e um deles anunciou a chegada de todos.




Desde que chegou ao acampamento, o Sr. Weasley estava pensativo e o motivo nada mais era do que nostalgia. Ele estava mais do que satisfeito por ter todas as crianças reunidas com ele naquele evento e não parava de observar com alegria a interação dos seus filhos com a sua sobrinha. Tê-la por perto fazia com que o homem lembrasse da infância com seu irmão, Julius, e de seus momentos antes da mudança para outro continente. Arthur sabia que o seu irmão estava feliz daquele jeito e a maior prova era a forma como criou . O homem passou os olhos por toda a barraca e encontrou os gêmeos conversando na cozinha sobre o jogo que aconteceria à noite e bons pontos para se apostar com alguém. O trio de ouro tinha saído para apanhar água e as duas ruivas estavam sentadas entre as almofadas em outro canto, gargalhando de alguma coisa dita entre elas. Ele olhou o seu relógio de bolso e estava prestes a sair quando notou as meninas, que antes estavam afastadas, vindo em sua direção.
— Tio! — o chamou. — Aconteceu algo? — a menina perguntou.
As duas meninas tinham percebido que Arthur tinha mudado completamente de animado e falante para quieto e pensativo.
— Estava viajando por aí — Gina disse, fazendo o homem rir.
— Tem razão. Estava viajando por aí, pensando em como é bom ter a com a gente. Arthur abraçou a sobrinha pelos ombros, fazendo as duas meninas sorrirem.
— Papai está um pouco sentimental — Gina disse novamente.
O Sr. Weasley bagunçou o cabelo da mais nova e deu uma piscadela.
— Por que vocês duas não saem um pouco?
— É uma boa ideia — concordou.
— Ainda falta muito para o jogo começar.
— Vou apresentá-la a alguns amigos, então — Gina disse e deu uns pulinhos empolgados.
— O senhor vai ficar bem sozinho? — perguntou, um pouco preocupada.
— Estou com os gêmeos — ele disse
— O mesmo que nada… — Gina cantarolou.
Arthur tentou ficar sério, mas ele sabia que aquela implicância entre irmãos era saudável e ele nunca se sentiria sozinho com algum dos filhos por perto, então negou com a cabeça quando olhou para Gina e o olhar dela dizia que não estava falando totalmente sério.
— Sim, podem ir! Mas cuidado para não passar o horário do almoço.

As duas se despediram do Sr. Weasley e seguiram para fora da cabana que estavam, se distanciando do acampamento deles. nunca tinha conseguido ir à uma Copa Mundial e estar ali com parte da sua família era tudo o que ela mais desejava desde o ano anterior, quando descobriu sobre o Torneio Tribruxo. A menina seguiu a prima por entre as barracas e observou com atenção cada família que ali festejava. Alguns mais discretos, contudo, a maioria era exagerada e totalmente louca; levavam a torcida muito a sério. Ela sentiu Gina puxar seu braço para que andassem mais rápido e não se perdessem uma da outra, até que, mais à frente, tropeçou e acabou tombando com alguém um pouco mais alto do que ela. No instante em que levantou os olhos, deu de cara com Cedrico Diggory, o rapaz que encontraram na floresta mais cedo com o pai. Eles se encaram como antes; de modo intenso, estabelecendo uma comunicação imediata. Os dois se sentiam em uma bolha quando estavam perto um do outro e aquilo era tão estranho, eles tinham acabado de se conhecer.
— Nos desculpe, não estávamos prestando atenção no caminho — Gina disse.
Os dois despertaram do transe e começaram a prestar atenção na Weasley mais nova.
— Não tem problema, eu estava andando distraído — Cedrico disse, tentando não deixar transparecer a timidez.
— Vamos encontrar alguns amigos de Gina — disse, tendo a atenção do rapaz outra vez.
— Estou indo encontrar alguns amigos também — Cedrico disse, olhando de modo fixo para ela.
— Então nos vemos a qualquer hora — Gina disse e puxou para longe dali.
Ced, ainda parado no mesmo lugar, tentava entender o que aconteceu. Ele não acreditava que tinha ficado travado. Normalmente ele puxava assunto e perguntava alguma coisa interessante, mas, quando apareceu, todas aquelas coisas sumiram da sua cabeça e ele até esqueceu que sabia falar. Gina continuou puxando a mais velha para longe e a menina tentava acompanhar seus passos.
— Calma! — parou bruscamente. — Por que está tão apressada?
— Estou tentando te salvar — Gina disse simplesmente.
— Salvar de quê?
— De fazer papel de bobona. Você ficou encarando o Cedrico quase de boca aberta.
— Eu não fiz isso — rebateu.
— Claro que fez e ele também, mas eu sou sua prima e tenho que te dar uma moral.
Gina puxou o braço da prima e continuou andando.
— Tadinho do Cedrico, o deixamos sem entender nada.
— Melhor assim! Vocês terão tempo em Hogwarts.
— Tempo para...?
— Tempo para se conhecer, é claro — Gina sorriu, descontraída.
Um pouco mais adiante, elas encontraram um grupo de meninas mais ou menos da idade da mais nova e quase todas da Grifinória, a casa de Gina. Elas estavam em barracas próximas com as suas famílias e ficaram super empolgadas quando Gina disse que era sua prima e que estudava em uma escola de magia em outro continente, e então milhares de perguntas choveram em direção à mais velha, que respondeu cada uma de bom grado. Depois do papo ter sido colocado em dia com as amigas de Gina e ter sido aceita pelas grifinórias, ela foi apresentada a Dino e Simas, que passavam por ali, o que levou Gina a admitir outro crush de Hogwarts para sua prima. As duas decidiram voltar para a barraca dos Weasley, pois a barriga começou a roncar e tiveram a impressão que o tempo mudou de repente. Chegando perto, as ruivas avistaram todos sentados ao redor de uma fogueira já acesa na frente da barraca, servindo salsichas com ovos entre si com acréscimo de mais três ruivos Weasley no grupo. Billy e Charlie conversavam com Arthur enquanto os gêmeos se ocupavam em perturbar Percy. Harry e Rony estavam conversando em outro canto, possivelmente sobre Viktor Krum, a nova fixação do ruivo no quadribol. E Hermione esperava que as meninas se aproximassem mais para entregar suas refeições.
— Vocês demoraram uma eternidade. Até os meninos chegaram primeiro — Hermione disse para as duas.
— Obrigada por se preocupar, Mione — as ruivas disseram, juntas.
— Quando vocês falam assim, parecem com os gêmeos.
— É totalmente sem intenção — Gina respondeu
— Obrigada por separar nossa comida — disse.
Hermione sorriu com o agradecimento e começou a perguntar sobre o breve passeio, que não tinha sido tão breve assim, no final das contas.
— Encontramos alguns conhecidos de Gina, conheci várias pessoas da Grifinória e elas foram bem receptivas.
— A encontrou o Cedrico.
— Já estão amiguinhos? — Hermione cutucou a mais velha e Gina riu da reação da prima. tinha ficado corada.
— Acho que ele não quer só amizade — Gina disse, a fim de deixar a prima mais sem jeito.
— Acho que Harry também não quer só amizade, não é Gina? — continuou a comer e segurou a risada com a careta que a prima fez.
— Golpe baixo! — Hermione provocou Gina.
— Sério, Granger? Aposto que o Rony vai adorar saber que você está gostando dele.
— Você está gostando do Ron? — perguntou um tanto surpresa. — Eu pensei que estava vendo coisas.
— Não estava. Ela gosta dele, mas ele é muito lerdo para perceber — Gina explicou à prima.
— Garotos são todos uns lerdos — concordou com ela.
— Menos o Cedrico — Hermione tentou voltar a conversa para
— Aceita minha mão para levantar? Eu sou muito cavalheiro — Gina engrossou a voz em uma tentativa de imitar o rapaz.
As três romperam em gargalhadas altas, chamando a atenção de alguns dos meninos.
— Do que vocês estão rindo tanto? — Charlie se aproximou das meninas e elas encerraram o assunto.
— Charlie, quanto tempo, querido primo. — levantou-se e deixou o prato que estava em mãos no banquinho que estava sentada, abraçando o rapaz pela cintura enquanto as meninas tentavam segurar o riso.
— Nem tenta mudar de assunto, , sabemos que estavam falando sobre garotos — Billy disse, surgindo ao lado de Charlie.
— Nossa, Billy! Que susto — levou a mão livre ao peito.
— Vocês dois estão muito fofoqueiros — Gina disse.
— Aposto que a tia Molly vai adorar chamar vocês dois para o chá com a minha mãe no Natal — disse e todos riram, imaginando a cena dos quatro falando de todo o mundo bruxo enquanto tomavam chá da tarde.
O papo se estendeu até que Ludo Bagman apareceu e se tornou o centro das atenções. Todos já tinham terminado suas refeições e o Sr. Weasley conversava com o homem recém-chegado. Os dois estavam bem empolgados e o Sr. Weasley agradeceu mais uma vez pelas entradas para o jogo. Ludo era bem extrovertido e tratou de incluir todos em sua conversa com Arthur depois que ela deixou de ser sobre o Ministério. Ele apostou com os gêmeos sobre o placar do jogo e perguntou à como estava seu pai, já que uma Copa Mundial exigia muito do setor em que ele trabalhava. Um tempinho depois, o Sr. Crouch apareceu e Percy não perdeu tempo em bajulá–lo e então o homem também chamou Arthur para conversar. Era algo sobre o evento que aconteceria em Hogwarts, coisa que já sabia por conta de seus pais que trabalhavam no Ministério, e era também um dos motivos de a menina querer tanto o intercâmbio daquele ano.
Uma atmosfera de excitação e ansiedade se espalhou pelo acampamento todo ao passo que a tarde avançava. Quando a noite chegou, os últimos vestígios de fingimento desapareceram e o Ministério parou de combater os indisfarçáveis sinais de magia que irrompiam por toda parte; as pessoas pareciam ainda mais despreocupadas, o jogo aconteceria em instantes. Ambulantes aparatavam de um lado a outro com bandejas e mercadorias diversas para torcer pelos dois países. Os meninos estavam muito animados, mas ninguém se comparava a Rony, que só falava sobre o apanhador da Bulgária. puxou Gina até um vendedor e comprou quase tudo do carrinho. A prima ficou de boca aberta, mas não disse nada; estava adorando ser mimada pela ruiva mais velha. No final de tudo, tinha comprado uma echarpe búlgara para ela mesma, chapéus verdes enfeitados com trevos para Gina, Fred e George, uma bandeira da Irlanda, miniaturas de Firebolts para todos e um par de Onióculos — óculos mágicos que poderia rever o lance, passar em câmara lenta e ver uma retrospectiva lance a lance. O Sr Weasley não queria deixar que a menina pagasse nada daquilo, mas ela insistiu tanto; quase não gastava o dinheiro que ganhava dos pais — ela sempre estava visitando algum país com eles ou estava em Castelobruxo. Chegando à barraca dos Weasleys, ela entregou os chapéus aos gêmeos, que ficaram muito agradecidos, e começou a se arrumar com Gina e Hermione. Quando todos já estavam vestidos a rigor com as cores e objetos de torcida, eles ouviram um gongo grave e ensurdecedor bater em algum lugar por ali e lanternas verdes e vermelhas se acenderam entre as árvores, iluminando o caminho até o campo.
— Está na hora! — exclamou o Sr. Weasley.
Ele estava tão animado quanto a turma que o acompanhava.
— Andem logo, vamos! — ele continuou.

Eles seguiram as luzes coloridas por entre as árvores para atravessar a floresta e as pessoas ao redor estavam tão animadas que era contagiante; a travessia havia se tornado algo totalmente surreal. A mistura de milhares de pessoas não poderia ser mais excitante. O Sr. Weasley estava mais à frente, guiando o grupo que se dividiu de maneira aleatória. Percy estava ao seu lado e pela primeira vez não falava sobre o Ministério ou qualquer coisa/pessoa ligada a ele; logo atrás estava Gina e os gêmeos, sendo seguidos por Harry, Rony e Hermione; caminhava por último com Billy e Charlie, conversando sobre a vida deles, já que fazia muito tempo desde que a visita dos três coincidia.
— Está empolgada para chegar à Hogwarts? — Charlie perguntou à menina.
— Sim, muito. Eu esperei tanto por isso que nem consigo acreditar — o respondeu, batendo palminhas.
— Estou feliz que tudo tenha dado certo, lembro da época que eu tentei fazer intercâmbio — Billy disse, abraçando a prima de lado. — Queria que o tio Julius fosse o representante no Brasil quando eu tentei ir.
— Sinto muito, Billy. Foi realmente triste você não conseguir. Se papai estivesse lá, teria dado certo com certeza — concordou.
— Vocês estavam nos Estados Unidos, não? — ele perguntou.
— Sim.
— Pelo menos você pegou o melhor ano — Charlie disse, sorridente. — Vários eventos, , estou empolgado por você.
— Não precisa fazer suspense, gente, eu sei o que vai rolar em Hogwarts. — A menina riu da cara de indignação dos dois.
— Quem te contou? Papai ou tio Julius? — Billy perguntou.
— Os dois.
— Os gêmeos vão pirar quando descobrirem que você sabia desde o início — Charlie disse enquanto tentava conter o riso, mas só de imaginar Fred e George fazendo drama, ele não conseguia segurar a risada.
— Eu não vou dizer que eu já sabia.
— Mas que graça isso teria? — Billy bagunçou o cabelo da prima sendo seguido por Charlie, que começou a fazer cócegas nela.
— Vocês são uns covardes — ela gritou, sem conseguir parar de rir.
— Agora um assunto sério — Billy parou a brincadeira e olhou para . Charlie também a encarava e esperava o irmão prosseguir.
— O Diggory, hein? — Billy piscou para como se já soubesse de muita coisa.
— Até vocês?
— Ele parece ser gente boa, lembro um pouco dele — Charlie sorriu para a menina, que parecia um pouco sem graça, mas eles se davam tão bem, apesar da diferença de idade, que ela não tardou em admitir.
— Eu o conheci hoje, pessoal.
— Não quer dizer nada — Charlie disse, encenando seriedade.
— Eu até acho ele bonitinho.
— Bonitinho? Coitado, como você diz isso? — Billy fingiu uma expressão de incredulidade e os outros riram.
— Vocês são péssimos, já disse isso?
— Na verdade, se contar que o pai dele trabalhou com seu pai quando você era uma bebezinha fofa, vocês podem até ter brincado juntos — Charlie disse
— Bem pensado — Billy concordou.


continuou o caminho de braços dados com os primos enquanto se provocavam e tiravam risadas uns dos outros. Ela achava que as coisas não poderiam ficar melhores, e então viu Cedrico de longe com o seu pai, acenando para ela. Ele estava muito fofo, parecia estar corado e um sorriso tímido desenhava seus lábios. Seu tio Arthur conversava com Amos e parecia esperar os três para entrar de vez. Todos entraram juntos e Cedrico cumprimentou os Weasley que faltavam, demorando seu olhar em . Os seus primos começaram a conversar com ele enquanto seguiam lado a lado até o camarote de honra. Chegando o mais alto possível, encontraram os seus lugares entre duas balizas de ouro. Gina tinha guardado um lugar para , que se despediu dos meninos e sentou entre a prima e Rony. Eles não paravam de falar um só minuto e se manter em somente uma conversa era uma tarefa quase impossível. A empolgação era tanta que a maioria nem deu bola às provocações de Draco Malfoy e seu pai a Harry Potter. Algum tempo depois, Ludo Bagman apareceu e fez as honras.
As mascotes entraram em campo primeiro e depois os jogadores. Com o barulho que as cem mil pessoas faziam, era impossível não acompanhar e fazer também. Com o cachecol da Bulgária e um chapéu verde, vibrava a cada passe feito e jogadores perto demais dos aros. Depois de muitas emoções e algumas faltas, todos se juntaram ali mesmo na arquibancada para comemorar a vitória da Irlanda. Krum tinha pegado o pomo, mas não adiantou muito: por dez pontos, o time adversário tinha ganhado.
O caminho de volta teve mais algazarra do que no da ida. estava colada com Gina e Hermione, que conversavam sobre os melhores momentos do jogo. Aos poucos, as garotas foram se silenciando e aumentaram os passos para chegar logo à barraca. Rony não parava de falar sobre Krum e o quão bom ele tinha sido, de longe o melhor jogador da partida, não tão triste ou revoltado com a vitória da Irlanda, mas com a derrota de Krum. Os gêmeos comemoraram o dinheiro recuperado e o Sr. Weasley observava a cena como se quisesse eternizar aquele momento. Quando eles chegaram à frente das barracas, se despediram e entraram para enfim descansar. As meninas não demoraram muito em pegar no sono, mas algumas horas depois foram acordadas por Hermione, que estava pálida e tremia um pouco. As três apanharam seus agasalhos e seguiram para a outra barraca, na qual quase todos já estavam prontos para sair dali para algum lugar seguro; estavam sendo atacados. O Sr. Weasley passava os olhos ao redor em total alerta e contava as crianças. Quando Billy, Charlie e Percy se juntaram a eles, Arthur começou a designar para onde cada um iria. No final das contas, ele seguiu com os três mais velhos em direção aos baderneiros para ajudar o Ministério e mandou que os outros fossem para a floresta. Aparentemente, eram seguidores do Lorde das Trevas ou bruxos loucos o suficiente para insinuar aquilo.
Eles correram por entre as árvores como se a vida deles dependesse daquilo, mas acabaram se separando de Harry, Rony e Hermione. Era agonizante pensar no que estava acontecendo, não conseguia raciocinar com todo aquele pânico. A garota só estava conseguindo se mover porque Fred a puxava pelo braço. Todos pararam de repente quando visualizaram o sinal de Você Sabe Quem no céu.


Continua...


Nota da autora: ISSO É UM COMEBACK!!! Estou muito empolgada por estar mandando essa historia para o ficsverse e espero que gostem de alguns ajustes e mudanças que eu fiz. Gostaria de agradecer a cada uma das pessoas que veio falar comigo sobre a leitura dessa historia e sobre cada incentivo. Amo vocês ♡
🪐

Nota da beth: Essa fic é definitivamente o tipo de problema que eu queria ter na vida: ter Cedrico Diggory interessado em mim logo de cara hahahahaha e não bastasse isso, a ainda é uma Weasley! Ansiosa por mais 💜

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