Revisada: Lightyear 💫
Última Atualização: Finalizada“Um término sob os holofotes” — TMZ
“Ela o deixou ir” — The Sun
— Estamos de volta com uma convidada especial. está aqui conosco! — Ellen DeGeneres anunciou com empolgação, apontando para a cantora. — Já falamos sobre música, turnê e seu novo álbum, mas preciso perguntar: é verdade que você e terminaram?
Ela sabia que a pergunta viria. Respirou fundo mais uma vez.
— Sim, é verdade! — confirmou, ouvindo a plateia suspirar em uníssono melancólico.
— Como isso aconteceu? Vocês se conheciam há bastante tempo, certo?
— Sim, foram seis anos juntos. — fez uma pausa, escolhendo cuidadosamente suas palavras. — Acho que foi uma decisão de ambos. Percebemos que queríamos seguir caminhos diferentes, então decidimos que seria melhor assim.
— Então os boatos que surgiram recentemente não são verdadeiros?
Ela engoliu em seco.
— Não, apenas boatos. — Mentiu, sustentando um sorriso ensaiado. Era mais fácil assim.
chegou ao seu apartamento por volta das nove da noite, exausta após um longo dia de compromissos. A rotina, os flashes, as perguntas — tudo parecia sugar suas energias. Tomou um banho quente, pegou uma maçã e se jogou no sofá, esperando que o cansaço a consumisse por completo. Mas o silêncio gritava.
Seus olhos pousaram sobre a mesa de centro. Lá estava o porta-retrato. Ela e , deitados exatamente naquele sofá, sorrisos despreocupados congelados no tempo. Ela não teve coragem de tirar aquela foto dali. Assim como não teve coragem de se livrar das camisetas que ele deixou, do perfume que ainda impregnava seu travesseiro, das músicas que agora doíam quando tocavam no rádio.
Pegou o celular, buscando distração. Abriu o Twitter.
stardancer: não consigo acreditar que meu ship favorito acabou.
Uma foto do casal no Coachella anexada ao tweet.
A pior parte de ser famosa era namorar publicamente. O término não era só dela, era de todos. E mesmo que quisesse seguir em frente, era impossível escapar. Eram as manchetes, as perguntas, os vídeos antigos, as lembranças espalhadas pela internet. A cada deslizar de tela, uma nova facada no peito.
Suspirou e bloqueou o celular. Fixou o olhar no teto.
— Por que é tão difícil superar alguém que se ama? — murmurou para si mesma.
O telefone fixo tocou. Ignorou. Voltou a tocar. Mais uma vez. E outra. E outra.
Perdeu a conta de quantas vezes o som ecoou no apartamento. Apenas encarou o teto, imersa na dor que tentava ignorar. Mas a caixa postal foi ativada.
— Oi, sou eu.
Seu corpo inteiro estremeceu ao ouvir a voz dele. Virou-se devagar, encarando o telefone sobre a mesinha de canto. A respiração ficou presa na garganta.
— Só liguei porque vi sua entrevista no Ellen e queria agradecer por ter me acobertado... pela merda que fiz. — Ele suspirou. — E também queria dizer que me arrependo. Muito.
Tarde demais, ela pensou.
— Queria que soubesse que você ainda é minha princesa. Você é o amor da minha vida, . Por favor, não esqueça das promessas, das risadas, de tudo o que passamos juntos...
O bip indicou o fim da mensagem.
desabou. As lágrimas vieram sem esforço, como se tivessem sido represadas por tempo demais. O término já era doloroso. Mas o peso do arrependimento, da traição, de tudo o que poderia ter sido... isso era insuportável.
Pegou o celular com mãos trêmulas e discou o número que conhecia de cor. Cada toque parecia durar uma eternidade, até que ele atendeu.
— Não esperava sua ligação. — A voz dele veio hesitante, surpresa.
— Também não esperava ligar. — Ela fechou os olhos, tentando organizar os pensamentos. — Quero que me desculpe, por tudo isso. Não sei como chegamos a esse ponto.
Houve silêncio do outro lado da linha. Depois, um suspiro.
— Tínhamos tanta coisa planejada... Éramos inseparáveis. O que aconteceu?
— Não sei. — Ela engoliu em seco. — Acho que provamos que nada é para sempre.
— Mas não significa que temos que desistir de encontrar alguém.
— Claro que não. — apertou os joelhos contra o peito. — Mas também não dá para superar alguém assim, sendo questionada o tempo todo, vendo fotos nossas em todo lugar, ouvindo você me ligar e dizer que ainda me ama.
— Eu sinto muito.
— Pare de sentir, por favor. — Sua voz quebrou. — Isso não muda nada.
Outro silêncio se instalou. O tipo de silêncio que diz mais que qualquer palavra.
— Eu fui naquela padaria que você gosta hoje. Foi sem querer, mas, quando cheguei lá, não consegui não lembrar de você.
fechou os olhos. Ele não podia fazer isso com ela agora.
— O porta-retrato continua na minha mesa de centro. Estou encarando-o agora. — confessou.
— Minha mãe falou sobre viajar para as Maldivas ontem. E lembrei que a gente planejava ir para lá no próximo verão...
Ela quis rir. Mas não conseguiu.
Ambos ficaram em silêncio. Dois mundos distintos, duas realidades separadas. Mas um só amor ainda pulsando entre eles.
— Acho que é isso. — finalmente disse. — Temos que nos afastar. Mesmo que o mundo não deixe, precisamos seguir em frente. Se cuida, .
Ele demorou um momento para responder.
— Tudo bem. Se é isso que você quer... Mas não esqueça que eu ainda te amo, .
A chamada caiu. O silêncio voltou a reinar no apartamento.
Ela encarou o porta-retrato uma última vez antes de deitá-lo de costas. Se quisesse seguir em frente, precisava deixar ir.
O amor lembraria. Sempre lembraria. Mas isso não significava que deveria prender-se ao passado.
Era hora de recomeçar.
Love will remember me
