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Codificada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Setembro/2024.

O Queens estava agitado.
A cidade em si estava imersa em agitação, especialmente o trânsito que naquele horário era um verdadeiro caos. Contudo, isso não tinha tanta importância no momento. Não quando o USTA Billie Jean King National Tennis Center estava lotado, com uma plateia animada e eufórica, aguardando apenas a entrada de na quadra.
Não era apenas o fato de o rapaz estar no centro das atenções com aquele torneio. Ele era um dos melhores jogadores de tênis da temporada, algo que não surpreendia ninguém.
Seu desempenho era excepcional. jogava incrivelmente bem.
Ele tinha plena consciência de sua habilidade e não se deixava abalar. Sabia o quanto era bom e que ninguém ousava ser melhor que ele. Podiam até tentar, mas sequer chegavam próximo a ele.
E ouvir a multidão gritar seu nome naquela imensa quadra só reforçava ainda mais sua confiança.
O rapaz praticamente dedicou sua vida ao tênis. Desde muito jovem, sabia que o esporte conquistaria seu coração e, desde então, não conseguia se imaginar fazendo outra coisa além de praticar o tempo inteiro. O resultado de toda essa dedicação estava ali, diante de seus olhos.
Passou uma das mãos pelos cabelos escuros e, com a outra, girou o cabo de madeira da raquete. Precisava admitir que estava ansioso, especialmente ao ver tantas pessoas presentes.
— Para você — John, seu assessor, se aproximou com uma garrafa d'água nas mãos, oferecendo ao rapaz. — Como está se sentindo?
— Muito bem — respondeu, fixando o olhar no homem ao seu lado. — Acho que nunca me senti tão bem. Você está ouvindo?
Ele ergueu o indicador em direção à plateia do lado de fora. John assentiu com a cabeça, soltando uma pequena risada ao ouvir claramente o nome de ser gritado pela maioria das pessoas.
— Claro que estou. Já é um fato que você é o melhor — comentou o assessor, colocando uma das mãos no bolso da calça social.
— Isso eu já sei.
riu suavemente, balançando a cabeça.
O rapaz permaneceu ali por mais algum tempo conversando com seu assessor, discutindo o torneio e como aquilo poderia garantir mais uma vitória para . Como já mencionado, era um dos melhores jogadores de tênis e, para ele, ninguém poderia superá-lo.
Era o que acreditava.
— Faltam pouco menos de quinze minutos. Tente relaxar um pouco mais e termine de beber essa água — disse John, claramente mais nervoso do que o próprio tenista. — Não parece que vai ser uma partida rápida.
— E por que não? — respondeu, confiante.
franziu o cenho, tentando compreender. Se dependesse dele, a partida acabaria rapidamente.
— Parece que a campeã da liga feminina vai competir no torneio de hoje — disse seu assessor, lhe lançando um olhar cauteloso. — E você sabe de quem estou falando.
— Só pode estar brincando…
A frase saiu quase como um rosnado.
mal podia acreditar que ela estaria ali, especialmente porque sabia o que estava prestes a acontecer. Desde o primeiro momento em que viu , soube que a mulher seria um problema. Quando trocaram os primeiros cumprimentos, ficou claro que ela não estava ali para brincadeiras, assim como . tinha o mesmo objetivo que o rapaz e foi aí que tudo começou.
Desde que se conheceram, a troca de insultos e ofensas havia sido mais do que evidente, assim como os olhares desafiadores nos torneios em que competiram um contra o outro.
não a suportava, e o sentimento de com toda certeza era recíproco.
— Só vou pedir que você não deixe todo esse sentimento interferir na quadra. Você sabe o que aconteceu da última vez, e todo esse seu ego quase te fez perder — John comentou, escolhendo as palavras com cuidado, como se pisasse em ovos, mas sabendo que era necessário. precisava manter o controle. — Concentre-se apenas em vencer e no troféu que te espera. É só isso.
— Você não pode simplesmente me pedir isso. Aquela mulher é insuportável revirou os olhos.
— Posso sim, e estou pedindo, . Não são crianças. Lidem com isso de forma madura.
Tanto faz.
bufou, ajustando a headband na testa mais uma vez. Estava tranquilo até receber aquela notícia. Como poderia se concentrar no torneio se só de olhar para o rosto de sentia vontade de arremessar a raquete para longe?
A verdade era que ele queria enfrentar um oponente de verdade. Em sua opinião, ela não chegava nem perto e mesmo que fosse bonita e boa o suficiente, jamais admitiria isso.
Com algum esforço, afastou esses pensamentos invasivos e começou seu aquecimento assim que ouviu a voz do locutor ecoar pelo salão. Precisava confessar que seu coração batia acelerado no peito. adorava aquela sensação, especialmente quando entrava quase correndo pelo pequeno corredor cercado de arquibancadas que levava à imensa quadra.
Assim que pisou no gramado artificial, foi recebido por uma enxurrada de flashes no rosto. Não conseguiu evitar um sorriso. Ele era a celebridade ali, e isso era mais do que esperado.
Inclinou a cabeça em cumprimento, acenando para a plateia enquanto trocava a raquete de mãos.
— Sejam bem-vindos ao USTA, onde estamos acompanhando as finais deste incrível campeonato nacional — a voz do locutor ecoou pelo estádio mais uma vez. — Eu sou Bryan Davidson, e ao meu lado está Dylan Grayard, do USTA Chicago. O que você espera dessa partida, Dylan?
— Preciso admitir que temos jogadores excepcionais, e estou certo de que essa será uma das disputas mais acirradas e aguardadas — respondeu Dylan, enquanto uma das câmeras permanecia focada em .
— Com toda certeza! Especialmente porque temos a presença do campeão do último campeonato de 2019, .
Ao ouvir seu nome ser mencionado novamente, sorriu, satisfeito ao escutar a multidão vibrar nas arquibancadas. Faltavam poucos minutos para o início do torneio, e ele já estava se posicionando no seu lado da quadra, pronto para começar.
— O mais interessante é que, neste torneio especial, teremos uma competição igualitária, com a liga masculina, a feminina, e a mais aguardada de todas: a liga masculina contra a feminina — Bryan anunciou com entusiasmo, recebendo o mesmo entusiasmo do colega ao lado. — Acho que podemos esperar muitas emoções!
— Concordo plenamente!
A multidão respondeu com agitação, enquanto as vozes dos dois locutores se misturavam ao burburinho crescente. Gradualmente, o único som que restou foi o dos cochichos animados, enquanto Bryan começava a narrar o início da partida.
, por um breve momento, quase sentiu vontade de bocejar. Embora jamais subestimasse seus oponentes, precisava admitir que se cansava de ver tanto esforço sem resultados concretos.
Era frustrante.
quicou a bola duas vezes no chão da quadra antes de lançá-la ao alto e arremessá-la com força para o outro lado, onde o adversário estava. Este correu quase desesperadamente em direção à bola, mas, quando estava prestes a acertá-la, a bola passou rapidamente pela sua raquete.
Ponto para .
Ele balançou a cabeça com firmeza, esboçando um pequeno sorriso de lado diante da situação. Por um instante, se sentiu um pouco egoísta.
Ao notar a expressão decepcionada do adversário, acenou levemente, oferecendo um gesto de encorajamento.
A cena exibida no telão fez com que a plateia explodisse em gritos de empolgação. Eles jogaram por mais algum tempo, até que finalmente venceu a partida. Embora se sentisse maravilhosamente bem, deixou o ego de lado e caminhou até o adversário, apertando-lhe a mão antes de se despedirem.
Outra partida começou rapidamente, agora com outros jogadores. Até aquele momento, os únicos classificados eram e mais dois rapazes que, embora não fossem tão excepcionais, já haviam alcançado bastante ao chegarem até ali.
— E não nos decepciona, pessoal! — a voz de Bryan ecoou pelo estádio mais uma vez.
— E quando foi que isso aconteceu, Bryan? — respondeu Dylan em tom brincalhão, arrancando risadas das arquibancadas. — Podemos perceber que as partidas estão ficando mais acirradas a cada momento.
— Parece que a tensão só aumenta. Será que é por causa do que está por vir?
Os dois se encararam por alguns segundos, enquanto eram exibidos no telão, criando um clima de suspense.
— O que vem por aí, Grayard? — perguntou Bryan.
— Vocês vão descobrir logo após o nosso intervalo!
E, com isso, deu uma piscadela para a câmera à sua frente.
A verdade é que todos ali já sabiam o que estava prestes a acontecer, especialmente , que começava a sentir o desgosto crescendo dentro de si. Não precisava nem dizer o quanto odiava aquela situação — não por estar jogando, mas por ter que enfrentar alguém que ele realmente não queria.
Preferia competir contra alguém à sua altura, alguém como Serena Williams.
Não .
Bufando, pegou sua garrafa com um dos assistentes antes de voltar para a parte interna do estádio. Se pudesse escolher, nem competiria mais.
Mas, por outro lado, talvez valesse a pena.
Talvez valesse a pena mostrar que ele era, sim, o melhor.
E seria um prazer ver a expressão de derrota estampada no rosto dela.

🎾


sentia as mãos suadas, mas isso não o incomodava.
Para ele, não era algo ruim. Faltava pouco para a programação do torneio recomeçar e para que voltasse à quadra de tênis.
Ele tomou mais um gole de água e respirou fundo, enquanto a voz do locutor preenchia o estádio do lado de fora.
— Está cansado? — John se aproximou, segurando o celular nas mãos. balançou a cabeça rapidamente em negativa.
— Nem um pouco — O rapaz o olhou por alguns instantes. — Acho que agora vai ser a melhor parte.

— John — o interrompeu. — Não vou fazer nada além de me concentrar na partida e no troféu que me espera. Certo?
— Espero que sim.
John o olhou de soslaio e respirou fundo, torcendo para que estivesse falando sério desta vez e não agisse como uma criança, como fizera da última. Esperava também que fosse mais maleável e ignorasse o conflito entre eles.
O barulho do estádio estava intenso. Era uma das últimas partidas, e a animação dos presentes era evidente. Apesar do cansaço da equipe que o acompanhava, era o único que parecia verdadeiramente elétrico e havia um motivo especial para isso.
Assim que foi anunciado novamente, se aqueceu rapidamente e pegou sua raquete, a girando na mão mais uma vez.
Era a hora.
— E para nossa última rodada deste fim de tarde, o torneio mais aguardado da USTA — Dylan anunciou com um sorriso radiante, balançando as mãos como se estivesse tocando um tambor. — Estão preparados, Nova Iorque?
Os gritos ansiosos encheram o local, e a multidão levantou as mãos, demonstrando sua animação.
— Todos sabem que esta última rodada é uma das mais esperadas e comentadas pela ESPN, especialmente porque e não têm exatamente uma amizade — acrescentou Bryan, arqueando uma das sobrancelhas.
— E teremos a chance de ver isso em ação nest
e torneio!
atravessou novamente o pequeno corredor cercado pelo público e, como antes, a equipe de filmagem e fotografia se aproximou, focando em seu rosto.
Se limitou a sorrir.
Seguiu em direção ao seu lado da quadra, onde um assistente lhe entregou uma garrafa d'água gelada, agradecendo e se afastando. Ficou ali por um tempo, notando que o lado da quadra destinado a ainda estava vazio.
Foi então que viu, no corredor oposto, a mulher aparecendo em meio aos flashes, andando com uma calma surpreendente. arregalou os olhos brevemente e sentiu a garganta secar.
estava... Diferente. Que diabos estava acontecendo?
A mulher usava os cabelos castanhos escuros presos em um rabo de cavalo alto, com algumas mechas soltas ao redor do rosto e a viseira branca realçava ainda mais o visual.
notou o sorriso discreto no rosto dela, que, embora sutil, mantinha seu caráter travesso e provocante.
Respirou fundo e tentou desviar o olhar daquela cena, mas não conseguia.
Não quando a roupa de atraía a atenção de todos ali.
usava uma minúscula saia azul escura que rodava na cintura e um collant da mesma cor que a saia, que se ajustava ao seu corpo e busto. No pulso esquerdo, usava uma munhequeira branca, combinando com sua viseira, e sua mão segurava sua icônica raquete amarela e preta, que a mulher costumava descrever como seu amuleto em várias entrevistas.
olhou com desagrado.
Ela parou em seu lado da quadra, rodeada por duas assistentes, e trocou a raquete de uma mão para a outra, mantendo aquele sorriso irritante nos lábios.
começou a sentir uma crescente agonia, sem entender bem a sensação. Só queria acabar com aquilo o mais rápido possível.
Foque no torneio e no troféu que te espera.
Por alguns instantes, a frase ecoou na mente de , e decidiu se concentrar apenas nisso — ou pelo menos tentaria.
se posicionou, girando a raquete preta várias vezes na mão, e observou por alguns segundos. Ela estava surpreendentemente calma.
Talvez até demais. Parecia tão leve e tranquila que aquilo não parecia normal.
Mas não deixaria isso abalar seu desempenho. Ele era melhor que isso.
Melhor que ela.
iniciou a rodada e ao ver a encarar desafiadoramente, sabia que aquela seria uma partida interessante. Apesar de não suportar o rapaz, gostava de tirá-lo do sério dessa maneira.
Se preparou com uma pose magnífica e lançou a bola amarela para cima, direcionando-a para . Ele rebateu, mandando a bola de volta para o lado dela, e assim continuaram por um bom tempo.
A plateia estava em alta tensão.
Conheciam bem a fama dos dois e, sempre que se enfrentavam, mesmo em uma partida amistosa, parecia quase como se a quadra estivesse em chamas.
A partida daquela rodada terminou de forma tensa, com um empate — algo que nunca havia experimentado contra outro adversário.
Droga.
Tinha que admitir que era boa. E estava jogando muito bem.
Aquilo não podia estar acontecendo.
Foque, . Foque.
— Bom, Bryan, a tensão entre os dois só está aumentando. Será que está começando a se abalar? — Dylan perguntou, com um tom de preocupação crescente.
— Podemos ver isso pela expressão dele.
parecia irritado, e de fato estava um pouco. O que mais o incomodava, porém, era ver como alguém que ele mal suportava estava começando a se igualar a ele.
Ela estava alcançando seu nível. E isso realmente não podia estar acontecendo.
pressionou as têmporas levemente, tentando se acalmar.
À distância, avistou John o observando com as mãos na cintura, claramente mais nervoso do que ele próprio. Balançou a cabeça em sinal de que estava tudo bem, para acalmar seu assessor.
Rodou o corpo, inclinando-se, e ao tomar mais um gole de água, avistou de relance. Agora, ela não parecia mais calma.
estava inquieta, visivelmente nervosa, embora tentasse esconder.
Isso, de certa forma, tranquilizou . Um pequeno sorriso começou a aparecer no canto de seus lábios.
Ela já não parecia tão confiante.
O último apito foi ouvido, e os dois se posicionaram em cada lado da quadra, prontos para encerrar a partida da melhor ou da pior forma.
queria muito ganhar aquele torneio. Desejava tanto mostrar a que ele não era nada além de mais um jogador, que queria diminuir a sua arrogância e colocá-lo em seu devido lugar.
Mas a pressão era enorme.
Ele realmente era muito bom, e isso a irritava. Não sabia o que fazer e era evidente que estava dando seu máximo.
Observou a bola se aproximar e rebateu, repetindo o movimento várias vezes até a velocidade aumentar. jogava com uma rapidez impressionante, se deslocando de um lado para o outro como se a bola fosse um ímã.
tentava acompanhá-lo, lutando para não tropeçar em seus próprios pés, apesar do cansaço extremo.
Ela nunca havia treinado tanto e não queria ser derrotada pelo seu maior adversário.
Em um movimento ágil, alcançou a bola e a atingiu com força, enviando-a de volta para .
Desta vez, a mulher correu em direção à bola, mas ao tentar devolvê-la, acabou caindo de lado no chão da quadra.
O som de sua queda ecoou pelo estádio, e sentiu o coração apertar de forma avassaladora. Não pelos comentários do público ou do locutor, mas por saber que, naquele momento, a decisão estava tomada.
era o novo campeão mundial do Grand Slam 2020.
À medida que seu rosto queimava, percebeu que ainda estava no chão, como se tudo estivesse em câmera lenta. Observou o olhar perdido de do outro lado da quadra e viu algumas pessoas se aproximando.
Ela não sabia exatamente o que estava sentindo.
, do outro lado, experimentava uma sensação de desorientação, tentando processar o que acabara de acontecer.
Ele havia vencido. Era o campeão. O troféu era seu.
No entanto, havia algo estranho no que sentia. Não parecia certo.
A visão daquela cena o incomodava.
Droga. Mil vezes droga. O que estava acontecendo?
— Você se machucou? — perguntou um dos membros da equipe.
— Não, estou bem.
passou rapidamente uma mão pelo rosto e se preparava para se levantar quando alguém apareceu à sua frente, prestes a ajudar.
— Você está bem?
Ao ouvir a voz de próxima a si, ergueu o olhar e o viu observando-a calmamente, talvez até com um toque de preocupação.
sentiu a irritação que havia sentido antes, retornar à mente. Ele estava tentando fazer uma boa ação para os outros verem? Foi a primeira coisa que pensou.
Por que a ajudaria? Sempre se enfrentaram e trocaram insultos. Isso não era do seu feitio.
Não fazia sentido.
A mão estendida de foi afastada pelo tapa de .
Ao ver a expressão de confusão no rosto dele e na equipe ao redor, ela se levantou rapidamente, ajeitando a roupa.
— Não tente se passar por bom moço, . Você já ganhou o torneio. Era isso o que queria. E eu não preciso da sua ajuda.
Quase cuspiu as palavras antes de se afastar, marchando para longe sem permitir que ele respondesse.
piscou algumas vezes, tentando entender o que acabara de acontecer.
Respirou fundo e se praguejou mentalmente. Era óbvio que aquilo não daria certo. Para que inventar? Se sentia um idiota, ridículo.
Passou a mão pelo rosto e alisou os cabelos, ajeitando os fios teimosos.
Depois, se virou e caminhou em direção ao seu assessor, tentando agir como se nada tivesse ocorrido.
— Pode me explicar o que acabou de acontecer? — John perguntou, entre dentes, enquanto tentava manter um sorriso forçado para as câmeras.
— Nada. Exatamente nada o olhou rapidamente e sorriu de volta, com a mesma expressão forçada. — Agora vamos acabar com isso de uma vez. Não vejo a hora de sair daqui.
Com isso, se preparou para a rápida entrevista com os repórteres que o aguardavam ansiosamente. Ele falaria o necessário e sairia o mais rápido possível, apesar de saber que os pensamentos sobre ainda o atormentavam.
Droga! O que aquele inferno de mulher tinha feito?

🎾


sentia os ombros pesados, quase como se estivesse latejando de tensão e cansaço. No vestiário, poucas pessoas de sua equipe ainda estavam por lá. A maioria já havia começado a se preparar para ir embora, e também faria o mesmo se não estivesse tão suado e exausto.
Ele ansiava por um banho em casa, mas sabia que não conseguiria suportar até lá. Já que estava no vestiário, decidiu aproveitar para tomar um banho rápido antes de partir.
Passou a toalha branca pela testa, enxugando o suor e puxou sua mala da Adidas de dentro de um dos armários, preparando uma muda de roupa leve e fresca.
Enquanto fechava a mala e se preparava para ir em direção ao chuveiro, uma voz chamou sua atenção.
parecia estar comentando sobre sua frustração com alguém, mas não conseguia identificar a outra voz. Era como se ela estivesse falando sozinha do outro lado.
— Eu me sinto tão... desapontada. Jurava que seria melhor desta vez — disse, com a voz baixa e abatida. se aproximou lentamente, ouvindo a voz dela ficar mais clara e a viu sentada em um dos bancos do vestiário. A mulher mantinha a postura ereta, mas a cabeça baixa, e o telefone estava colado ao ouvido. — Eu sei, mãe. Sempre haverá um momento certo. Ah…
Antes que pudesse continuar, virou o rosto rapidamente, levando um pequeno susto ao ver parado ali, provavelmente a observando por algum tempo.
franziu o cenho, confusa com a situação e suspirou, fechando os olhos.
— Olha, eu te ligo amanhã de manhã, tudo bem? Tenho que ir.
Em um instante, desligou o celular e abaixou a mão. Então, olhou para novamente e bufou.
— O que você quer? — Ela murmurou, o olhando com desconfiança. — Espera. Acho que já sei.
— Não é isso…
— Será que quer jogar na minha cara a derrota? Ou quer que eu veja seu reluzente troféu?
arqueou a sobrancelha.
Por um breve momento, sentiu vontade de sair dali e deixá-la falando sozinha, mas sabia que não era o certo. Havia algo em sua expressão que o fazia sentir que precisava ficar.
Ela parecia imensamente desiludida.
— Não vim aqui para fazer nenhum dos dois, – Suspirou, passando a mão pelos cabelos. Ela não conseguiu desviar o olhar dele. — Embora você conheça meu ego e o quanto gosto de mostrar que sou bom no que faço, não acho que o que aconteceu foi justo.
— Ah, claro – Ela ironizou. — E vai me dar seu troféu, por acaso?
— É óbvio que não – deixou escapar uma risadinha. A risada dele quase fez sorrir, mas se controlou e continuou o observando. — Só queria te dizer que ganhar dessa forma não me deixou satisfeito, especialmente sabendo que você estava dando o seu melhor e não pôde chegar ao final.
Aquela frase a pegou de surpresa. nunca imaginou que poderia ser amigável assim, ou pelo menos fingir com tanta sinceridade.
Ela precisou de alguns segundos para processar o que ouvira e limpou a garganta, erguendo-se novamente.
— Não precisa fingir, – disse com uma risadinha cansada, se levantando para pegar suas coisas. Já havia passado o suficiente e não precisava de mais isso. — Eu sei que seu ódio por mim é mais do que evidente, e posso garantir que é recíproco.
— Eu não odeio você, . Só não suporto você.
Eles se encararam por alguns segundos e o sentimento entre eles não era mais o mesmo de antes.
Não, tinha que ser o mesmo.
Eles não podiam estar sentindo essa conexão. Que merda!
Mil vezes merda, pensaram simultaneamente.
— Você não sabe o que está falando – disse com firmeza, observando o corpo do rapaz enrijecer instantaneamente.
sentia suas mãos começarem a suar.
— Eu sei, sim. Sei que você sente o mesmo e que isso está longe de ser ódio. E você sabe que estou certo.
Ela se praguejou mentalmente, se xingando e tentando lidar com a situação.
A verdade era que estava certo, e isso a incomodava profundamente. Não podia acreditar que estava se sentindo atraída por , não depois de tudo o que havia acontecido.
Se aproximou ao notar o olhar confuso nos olhos dela, sentindo seu próprio corpo ser atraído para o dela. Os dois perceberam que estavam se olhando profundamente, de uma maneira diferente das outras vezes.
— O que você pensa que está fazendo? — a voz de saiu como um sussurro.
— O que poderíamos ter feito se essa droga de implicância não existisse — respondeu, passando a língua pelos lábios.
não aguentaria. E muito menos.
— Não vou tomar uma atitude se você me disser para parar, — continuou , estendendo uma das mãos em direção a ela. Era algo que ela não poderia negar.
Droga. Ela não queria sair dali, nem mesmo recusar o toque dele.
— Você tem ideia do que pode acontecer se isso não der certo? Eu só vou te odiar ainda mais.
soltou uma risadinha abafada ao ver os olhos de observando-o, negando com a cabeça.
— Você não me odeia. Nunca odiou – Deu de ombros, sentindo o calor dos ombros dela em suas mãos. — Como disse antes, eu não te suportava. Você pode sentir o mesmo, mas ódio? Não.
— Você se convence de muitas coisas o tempo todo — comentou, estreitando os olhos. Era uma das características de que, apesar de tudo, não podia deixar de admirar.
— Só quando estou certo.
Ele piscou, agora observando os lábios macios e umedecidos de .
A tentação era intensa.
— E o que te garante que está certo neste momento?
— Seus olhos perdidos e sua boca nervosa me chamando para beijá-la.
Aquelas palavras foram o ponto decisivo para .
Com um pouco de ansiedade, um sorriso travesso apareceu em seus lábios.
— Então espero que não demore para fazer isso.
A deixa foi tão irresistível que não hesitou. Seus movimentos foram rápidos e decididos; ele entrelaçou suas mãos no cabelo de e a puxou para mais perto.
Os corpos se chocaram com intensidade e agarrou a lateral da blusa dele, instintivamente. Sentir o peitoral de pressionado contra seu busto era quase surreal.
Por que havia demorado tanto para chegar a isso?
Com dificuldade, devido à urgência do beijo, começou a guiar em direção ao chuveiro privado do vestiário. Sua mente estava focada em uma única coisa: vê-la molhada de todas as formas possíveis.
Cambaleando para dentro do espaço, usou um dos pés para empurrar a porta e, enquanto a mulher começava a retirar o conjuntinho minúsculo apertado. E ele fez o mesmo com seu próprio conjunto de roupas.
Quando seus olhos encontraram , ficou completamente extasiado.
A visão dela era simplesmente deslumbrante.
Gostosa. Apetitosa.
O top quase transparente mal cobria seu busto e só conseguia pensar em removê-lo rapidamente.
sorriu para ele e embora soubesse que tinha um corpo invejável, ver seu peito nu e perfeitamente definido era como contemplar a perfeição em pessoa.
Se sentiu um pouco tola por pensar assim e ainda mais por perceber que o homem que havia sido alvo de sua raiva no tênis estava agora no centro de seus pensamentos de uma maneira tão intensa.
— Você está me deixando louco. Que raiva rosnou, a puxando para perto.
Ele começou a beijar o pescoço de com fervor, enquanto ela lutava para tirar o short folgado que ainda usava.
— Que raiva digo eu, — murmurou, observando o volume visível sob a cueca dele. A expressão atrevida de fez sorrir. — Olha a que ponto chegamos.
— O ponto que imaginei desde que vi você mordendo os lábios — respondeu, voltando a beijá-la. — Maravilhosos.
— Você não tem ideia do que eles podem fazer.
— Então me mostre, .
Ela o encarou uma última vez antes de se abaixar e levar suas mãos até o membro ereto de . Ele arfou ao sentir a mulher começar a movimentá-lo, e lutou contra a vontade de xingá-la pela sensação intensa.
Satisfeita com a resposta do rapaz, rapidamente envolveu o membro de em sua boca. O prazer que causou fez soltar um resmungo de satisfação.
Caralho!
— Não está bom, ? Posso parar, se quiser.
fez uma expressão de falsa inocência e começou a recuar um pouco. Em um impulso desesperado, a puxou de volta, a forçando a engoli-lo novamente.
— Não ouse, . Nem fodendo.
Ela soltou uma risadinha e continuou, se movendo até sentir que estava perto do limite. No entanto, antes de terminar, as mãos dele seguraram seus cabelos e a puxaram para cima, a deixando frente a frente com ele.
Os dois se encararam, e percebeu que aquilo estava além do que podia imaginar. Não era apenas prazer. Era muito mais que aquilo.
— Diz que me odeia — sussurrou, deixando um beijo molhado no canto dos lábios dela. — Diz que me odeia e vou fazer você se arrepender.
— Eu te odeio, respondeu, mordendo o próprio lábio inferior. — Agora faça com que eu me arrependa profundamente disso.
Enquanto a água do chuveiro escorria sobre os corpos quentes, pressionou contra a parede, fazendo com que seu membro roçasse na curva perfeita de sua bunda. O gemido suave que escapou dos lábios da mulher fez sorrir satisfeito com o efeito que estava causando.
Era mais do que ele poderia desejar.
Com uma das mãos prendendo os cabelos dela e inclinando seu pescoço para trás, guiou os dedos para a região íntima de , encontrando o local úmido e quente que ele havia imaginado. Sentiu o clitóris pulsante dela enquanto mordia seus lábios, observando o corpo de se contorcer.
— Já está assim, ? — provocou, movimentando os dedos com intensidade. — Tão molhada.
— Cale a boca, — rosnou com os olhos fechados, se sentindo prestes a explodir. parou abruptamente, fazendo com que o olhasse com uma expressão mortal.
Ele apenas sorriu e, com a mulher ainda de costas para ele, a empurrou para frente, intensificando o momento.
— Vou fazer você me odiar ainda mais agora.
Antes que ela pudesse responder, a invadiu lentamente, até se sentir inteiramente dentro dela. queria gritar, queria urrar.
Era uma sensação tão intensa e deliciosa que parecia quase inacreditável.
Aquilo era tão bom. Ele era todo gostoso.
Puta que pariu.
Os gemidos de começaram a ecoar mais intensamente pelo vestiário, enquanto aumentava o ritmo, suas estocadas ficando cada vez mais rápidas e profundas. O movimento se tornava mais vigoroso, mas sem causar dor, apenas alimentando a necessidade de mais.
— Droga, ! — gemeu, chamando-o pelo nome. Ele respondeu com um gemido profundo, sua excitação crescendo. — Não vou aguentar por muito tempo.
Eu também não.
sussurrou próximo ao ouvido dela, mordendo o lóbulo, o que provocou um grito agudo de . Seu corpo esquentou por completo, e no mesmo momento, o gemido de ecoou tão alto quanto o dela.
Os dois haviam explodido juntos, em um êxtase indescritível.
Era como se tudo ao redor tivesse desaparecido.
Que droga! Como podia ter sido tão sensacional assim?
Ainda sob o jato da água, se virou, permitindo que os olhares de ambos se encontrassem. O olhar de estava diferente, curioso, como se ele estivesse a vendo pela primeira vez.
— Não sei o que dizer — murmurou, olhando para os lábios avermelhados de .
Ele sorriu de canto, afastando os fios molhados do rosto da mulher.
— Não precisa dizer nada.
Com um gesto calmo, girou o registro do chuveiro, o desligando.
O silêncio preencheu o espaço, agora apenas a presença de ambos ocupava o box do banheiro, mas de uma forma, aquilo não era desconfortável.
Os dois estavam surpresos com a intensidade do momento, e era algo que queria lembrar por um bom tempo.
Com ao seu lado, procurou uma toalha para se secar, observando os ombros largos e ainda molhados do rapaz.
Era engraçado como seus sentimentos por ele haviam mudado tão rapidamente.
Era algo louco e inexplicável.
passava a toalha pelos cabelos, os secando, e sorriu ao encontrar o olhar de . Sem dizer mais nada, a mulher se enxugou, pegou suas coisas e se preparou para ir embora.
Embora soubesse que o que havia acontecido foi intenso e que havia gostado, um sentimento estranho a dominava.
Como seria a partir daquele momento?
— Para onde você vai? — perguntou, se aproximando enquanto procurava por suas roupas secas em sua pequena mala. Começou a se vestir.
— Preciso ir embora e descansar. Parece que meu dia não foi o melhor — respondeu, antes de se sentir um pouco envergonhada. Notou a curiosidade no olhar de e sorriu com a sua confusão. — Quer dizer… acho que você entendeu.
— Não se preocupe. Não vou levar a mal.
Ele colocou sua bolsa esportiva no ombro esquerdo e bagunçou os cabelos escuros com a mão, antes de se aproximar da mulher agora vestida.
— Agora você pode começar a me odiar novamente, se quiser — Ela brincou, com um sorriso de canto.
olhou para ela e acenou com a cabeça.
estava diferente agora, mais descontraída e leve, sem a pressão de estar em sua presença.
— Para todos os efeitos, ainda te odeio. Muito. E espero que você sinta o mesmo — deu uma piscadela, tocando levemente seu queixo. — E, se quiser, no próximo torneio podemos jogar de forma justa.
— O próximo torneio é só no ano que vem, .
balançou a cabeça em descrença, com um sorriso divertido surgindo em seus lábios. Estava se divertindo com o lado inocente e curioso .
— Não disse onde seria, mas já que mencionou… — deu de ombros e se afastou, pronto para ir para casa. — Esse torneio vai ser na minha casa. De preferência na minha cama, e com você sem nada sobre ela.
não podia acreditar no que acabara de ouvir. Mas, apesar do passado complicado entre os dois e toda a rivalidade que estava presente, começava a considerar a ideia.
Ela que não iria negar, certo?


FIM


Nota da autora: Oi, pessoal! Cheguei com uma nova shortfic para vocês! Espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar um pequeno feedback com o que acharam!
E para quem se interessar em outras histórias minhas, o link da minha página de autora vai estar logo aqui embaixo. Um beijão a todas, e volte sempre <3
Página de autora (Isy).


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