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Revisada por: Aurora Boreal 💫

Última Atualização: 13/08/2024

A maioria dos irmãos que conheço, mesmo gêmeos, como eu e , eram bem diferentes entre si. Contudo, nós compartilhávamos muitas coisas — o quarto, as roupas, os livros, séries favoritas e tudo o mais. As pessoas costumavam brincar dizendo que ele era “uma versão melhorada” de mim, até porque era carismático e tinha um sorriso invejável e cheio de personalidade que conquistava quem quisesse. Já eu... Bem... Era tímido, pessimista e inseguro demais. Era difícil ser uma pessoa incrível quando seu ideal realmente existia e as pessoas contribuíam, nos comparando o tempo todo.
Ainda assim, sempre me fazia sentir bem. Segundo ele, eu era “a melhor coisa que já aconteceu em sua vida”. Éramos unidos e só precisávamos de nós mesmos.




Westville é uma cidade minúscula. É localizada no extremo oeste do Reino Unido, em uma ilha muito pequena chamada Rockall. Como nenhum dos países afirmou-a como sua propriedade, Westville e sua vizinha, Saint Peter, são consideradas condados semi-independentes.
Ainda assim, ambas são reconhecidas mundialmente por conta da educação. Saint Peter abriga o Instituto Rutherford para Garotos, que é caracterizada pela disciplina, rigidez e por formar alguns dos maiores líderes mundiais. Já Westville, é conhecida pela Academia de Artes de Westville, que é um colégio conhecido pela criatividade, originalidade e livre expressão, tendo formado grandes artistas.
Eu, no entanto, não tive a chance de estudar em nenhum desses. Na verdade, já me ofereceram uma bolsa para Rutherford, mas tive alguns problemas e não pude ir. Além do mais, não seria a mesma coisa sem o meu irmão, .
Estudamos em uma escola perto de nossa rua, que fica do lado oposto da localização da Academia. A Offshoot Road foi o início da cidade. Era onde ficavam as casas tombadas, velhas e elizabetanas que geralmente precisavam de reforma a cada cinco anos. A casa da família era uma dessas. Na verdade, seu primeiro dono foi um antepassado meu, que se chamava Diggory Davies. Alguém da família dele teve apenas meninas, e uma delas se casou com outro antepassado chamado Mitchell , que acabou dando origem ao meu atual sobrenome: David .
A família da minha mãe era de Cabo Verde. Eles são bem orgulhosos de sua história e, por isso, eu e todos os meus irmãos falamos português e cabo-verdiano também. Eles formavam a família Moniz, mas nós não usamos muito o sobrenome. Meus avôs se tornaram grandes amigos quando o meu avô materno, Diego Moniz, e sua família, migraram para a Escócia, de onde minha família paterna são. Assim, seus filhos também fizeram amizade. Minha mãe engravidou do primeiro filho aos 18, acidentalmente. Daí nasceu o meu irmão, Lucas. Dois anos depois, viemos eu e . E três anos mais tarde, minha irmã Kristen.
Eu tenho muita sorte no quesito família. Meus pais se amam muito, meus irmãos estão sempre presentes, vivem para encher meu saco. Moramos na Escócia até meus treze anos, quando viemos para cá. Eu, que tinha bem pouco, perdi tudo. Meus amigos, meus primos e meus avôs e avós viraram uma lembrança distante, que eu só podia recuperar uma vez ao ano, nas férias, quando voltávamos para casa.
Foi fácil para recomeçar. Ele é simpático e adorava conversar e fazer amigos. Já eu, estava sempre com raiva. Ele se tornou popular e eu, sua sombra. Vivi assim até a primavera do ano de 2024.
A Saint Elizabeth High School tinha um ótimo programa de intercâmbio. Dependendo das notas e históricos, eles davam uma bolsa de 100% para quem se inscrevesse. Naquele ano, tivemos uma boa notícia — teríamos duas intercambistas para o ano seguinte.
Dois dos meus melhores amigos, e Eddie, eram inscritos no programa como anfitriões. Eu estava ansioso: talvez aparecesse pessoas legais, com quem eu poderia fazer amizade. Soubemos um pouco antes das férias que seriam suas famílias que receberiam as garotas, e ficamos tão animados que decidimos comemorar.
O grupo era formado por eles dois, eu, minha prima Rebecca, com quem eu mais implicava, e Newton, seu namorado e meu melhor amigo. Eddie e eram chamados de “veteranos”. Conheciam-se desde que nasceram, e ambos possuíam dupla nacionalidade, sendo britânicos e brasileiros. Eddie era o mais velho, com dezoito anos, enquanto éramos um ano mais novos. Seus cabelos escuros e lisos costumavam ser cortados curtos e com as laterais raspadas. Tinha a pele marrom avermelhada, herança da família paterna, que era descendente dos Navajo, povo indígena norte-americano. Seus olhos eram pequenos e castanhos escuros, e ele era muito alto e musculoso. era seu melhor amigo, e eles estavam sempre juntos, fazendo alguma coisa idiota, mas muito divertida, que sempre acabava sendo algo incrível para mim e meu irmão.
Eu e AJ chegamos aqui com treze anos. De lá para cá, mudamos bastante, principalmente de aparência. Tínhamos poucas diferenças físicas, como o fato de que eu era ainda mais magro que AJ, e algumas características na arrumação de nossos cabelos. Eu também usava óculos, de armação fina e preta, e meu irmão, apesar de tão míope quanto eu, optava por lentes de contato.
Depois que nos mudamos, Rebecca acabou se aproximando do pequeno grupo. Ela, , e Eddie, contudo, eram a alma da festa, o que fazia com que eu e Newt nos sentíssemos deslocados. Eles dois tinham um namoro reservado e quase nunca falavam com as pessoas sobre sua relação, mas pareciam bem unidos. Eram melhores amigos acima de tudo e isso era algo que eu admirava. Becca se parecia comigo e , apesar da pele branca e dos cabelos avermelhados. Mesmo naturalmente ruiva, ela sempre matizava as madeixas com creme vermelho, para que fossem um destaque onde passasse. Era alta, curvilínea e tinha olhos grandes e claros, assim como os meus. Becca era incrivelmente estilosa e sabia se vestir como ninguém. Era o contrário de Newt, que era quieto e discreto: quem o conhecesse, o acharia arrogante por sua usual expressão aborrecida, mas ele era legal e gentil. Era loiro, com cabelos milimetricamente bagunçados semelhantes ao estilo das séries dos anos 2000, e sua pele pálida e levemente cadavérica, junto aos olhos pequenos, baixos e castanho escuros davam uma impressão que era completada pelo corpo esguio e as olheiras marcadas.
Normalmente nos reunimos na cafeteria perto da casa de Newton, que morava em um condomínio no centro da cidade. O nome do local era Cookies 'N Cream, e era uma empresa familiar, o que fazia com que o ambiente fosse caseiro e aconchegante. Naquela tarde, estávamos comemorando tanto a chegada das garotas, como o início das férias. Diferente dos outros anos, eu e permaneceríamos em Westville, e apenas nossos pais iriam viajar para cuidar de alguns detalhes da faculdade de Lucas. Sendo assim, nossa expectativa era ser babá de uma pirralha.
— Isso é uma pena, cara — Newt comenta, enquanto come um cookie de chocolate com M&Ms. — Ainda bem que sou irmão mais novo.
Dei de ombros, com a cabeça apoiada em uma das mãos.
— Ela é um porre. Não sei como vou aguentar.
— Bom, pode ser algo completamente diferente. Talvez não seja limitado só a cuidar da Kris — fala. Estava pensativo naquele dia, provavelmente analisando como usaria a palavra do dia em uma oração que não parecesse ensaiada. Ele tem isso, uma espécie de calendário com palavras difíceis para que pudesse aumentar o vocabulário, já que está sempre escrevendo ou compondo. De repente, sorri ladino, enquanto coloca um pedaço de torta de limão na boca. — Vai que as novatas finalmente tomem o seu coração, 2?
Reviro os olhos. Primeiro por conta do apelido, que me incomoda. era o 1, e eu o 2. Não porque ele fosse mais velho, nós não sabíamos quem havia nascido primeiro, mas sim, porque ele é mais legal.
Além disso, porque eu não tinha interesse nenhum em namorar ou mesmo me apaixonar. Não que eu seja amargurado ou tenha alguma espécie de trauma. Eu só não via necessidade, sentido, ou ainda não costumava me sentir atraído por ninguém.
— Ia ser uma boa — comenta, sorrindo. — Dezesseis anos na cara e nunca nem beijou.
— Ah, falem sério! — eu digo, vermelho. — Quanto ganham para cuidar da minha vida?
— Posso fazer isso de graça. É um prazer — Eddie responde, fazendo os outros rirem. — Mas se você não quiser ficar com ninguém, deixa que fico por você.
— Você fica com todo mundo! — Rebecca alfineta, e ele concorda, rindo.
Eu gostava desses momentos. Ficar com meus amigos, mesmo que fossem chatos de vez em quando, é o que me faz bem. Sentia-me amedrontado com a chegada de dois elementos estranhos, que poderiam alterar toda a nossa dinâmica.
Foi isso o que falei com Newt, no dia seguinte, enquanto andávamos de bicicleta pelo parque da cidade. Ele não pareceu concordar e, na verdade, revirou os olhos quando mencionei isso.
Talvez por sermos deixados de lado às vezes, nos tornamos melhores amigos e sempre estávamos juntos. Ele me contava tudo, seus problemas com o pai, a falta que sentia da mãe, que morreu quando era bem pequeno, e também sobre a relação com a madrasta, que ficara com sua guarda. Em troca, eu falava sobre minhas inseguranças e minha família. Felizmente com ele, era uma amizade de mão dupla.
— Acho que você tem medo, porque se sente substituível...
— Exatamente! — concordo, parando a bicicleta em frente a um grupo de crianças brincando. Elas parecem felizes e em harmonia, o que me fez pensar que talvez nunca fosse me sentir assim. — E se elas forem mais legais, a ponto de me ignorarem?
— Sabe que nunca faríamos isso. Nós adoramos você!
— Não, todos adoram o conjunto e — diz, suspirando tristemente.
— Eu não. E quer saber? Acho que tem medo de que venha alguém que também não pense assim. Alguém que te escolha.
— Eu não... — começo, mas ele logo me interrompe.
— Não digo no sentido romântico. Imagina uma pessoa que seja para você assim como o é para o Eddie? Ou como você é para o ? — Ele levanta uma sobrancelha, me fazendo refletir um pouco.
— Como assim? — pergunto, por fim.
— Alguém que te admire de verdade. Que faça você notar o quanto é bom e que te eleve.
Não disse mais nada, mantendo uma expressão emburrada. Ainda assim, continuei pensando sobre suas palavras durante o resto do dia, sem parar. Alguém que me eleve... E se acontecer mesmo? Como seria viver sem pensar que você não é uma metade, mas alguém inteiro e que vale a pena?




SEJAM BEM VINDAS

e

— Acha que exageramos? — diz Eddie, olhando para , que faz um não com a cabeça.
— Está estupendo! — ele diz, fazendo um sinal positivo. Apesar disso, usava seus óculos escuros, que não tinham grau. Provavelmente não estava vendo nada. — 2, o que está escrito ali? — ele me pergunta, sussurrando. Eu rio baixinho e leio a frase. — Ah, então tudo bem.
não consegue resistir e começa a gargalhar audivelmente.
A faixa atravessava a rua, sendo amarrada entre o poste em frente à casa de Eddie e o que fica em frente à casa de . Ambos são vizinhos de frente, e a rua é um pouco estreita, mas ainda assim, a faixa ficou enorme. Não consigo rir, mas mantenho uma expressão confusa. Becca e Newt ainda não chegaram — foram comprar alguns lanches para comermos quando as garotas finalmente conhecessem a turma.
Sabemos seus nomes agora. e . me conta que, por foto, parece uma daquelas pinturas de rainhas inglesas. Eu apenas sorrio, esperando que ele não faça esse trocadilho com a esperança em conquistá-la, até porque a maioria das rainhas inglesas não eram tão bonitas assim.
— Seus pais já foram para o aeroporto? — pergunto para Eddie. O pai dele havia tirado uma folga, e sua mãe estava de férias, já que era professora em nossa escola. Ele faz que sim com a cabeça, olhando o celular rapidamente e confirmando que já saíram e estão a caminho de casa.
— Falta tão pouco! — exclama, tão animado que até mesmo dá alguns pulinhos de alegria. — Daqui a pouco vou conhecer a garota que vai dominar minha casa!
Eddie se aproxima de mim, olhando para com cara de quem vai rir a qualquer momento.
— Ele já fez toda uma história de amor na cabeça dele — comenta e eu sorrio, acenando em concordância. — Mas você não parece muito feliz…
Edward sabe ler pensamentos como ninguém. Não adianta mentir para ele, pois sempre descobre a verdade. Eu suspiro e digo que não é nada, mas ele insiste para que eu fale algo.
— Fico pensando que talvez elas mudem tudo, sabe? — falo, por fim. Ele para alguns segundos para pensar e depois dá de ombros.
— Apenas se permitirmos. Além disso, elas podem nos fazer mudar para melhor, certo?
Faço que sim, deixando ele me abraçar. Eddie é quase da minha altura, mas parece bem maior por conta dos músculos. Ele basicamente me envolve por completo e sinto que poderia sumir em seu abraço. Contudo, sou acordado de meus devaneios quando uma buzina se faz ouvir e todos nós olhamos para a direção do som.
O primeiro a sair é o pai de Edward, Jackson Stewart. Apesar de ser descendente indígena por parte de mãe, seu pai é branco, o que o fez ter um nome americano. Ele possui monoparesia em uma das pernas e anda com a ajuda de uma bengala. Por causa disso, dirige um carro específico, que conta com algumas adaptações, principalmente nos pedais, sendo substituídos por uma única alavanca que serve tanto como acelerador quanto como freio. É muito parecido com o filho, tendo o mesmo tom de pele, cor dos olhos e feições. Seus cabelos alcançam a nuca e contam com poucos fios brancos, mais por estresse que por velhice. É musculoso, mas não de uma maneira exagerada, parecendo por vezes menor que Eddie. O garoto vai até seu encontro e tenta ajudá-lo a sair do carro, mas ele apenas faz um movimento com a mão e sai sozinho.
"Eu vivi uma vida antes de você. Espero viver com você também". É o que sempre diz para Eddie sobre sua deficiência. Segundo ele, a monoparesia nunca o impediu de fazer as coisas que gosta e ele não pretende viver como um coitado. Sempre rio quando ele diz esse tipo de coisa, pois me lembra do meu próprio pai, que perdeu a perna direita em uma missão, quando ainda era do exército. Ambos são teimosos e seguros, tentando viver o máximo que podem.
Logo em seguida, a senhora Stewart sai do carro. Ela é uma mulher elegante e aparenta maturidade, apesar de ter pouco mais que quarenta anos. Seus cabelos castanhos escuros caem como uma cascata sobre os ombros de tom oliva e ela veste um terno feminino composto por um blazer e uma saia lápis, ambos de um tom de verde escuro. Possui olhos pequenos e castanhos e bochechas redondas e rosadas. Ela nos cumprimenta calorosamente antes de olhar a faixa que os garotos colocaram com certa curiosidade.
— O que está acontecendo aqui? — pergunta.
— É para que elas se sintam especiais! — explica, coçando a nuca.
— Como a padroeira de uma cidade? — ela continua, com um tom irônico, e eu e rimos baixo.
— Hm, tipo isso — Eddie fala, ainda próximo ao carro. Está abrindo a porta para as meninas e eu sinto minhas mãos suarem com o nervosismo. A primeira garota a sair é alta e usa uma camisa branca e um conjunto de moletom e calça. É muito bonita e logo os garotos a cercaram, perguntando seu nome. Ela sorri docemente, antes de responder: — Sou a ... — diz, timidamente.
— Achei que era uma rainha, mas a beleza é de deusa... — falou, segurando sua mão e a beijando. Não consigo segurar o riso, cobrindo a boca com a mão. Era o único que não rodeava o carro, mas ainda assim, não percebo quando alguém se aproxima de mim, carregando uma bolsa cor de rosa.
— Ele é sempre assim? Já vi que viver por aqui vai ser tão monótono quanto estar em casa. — Dei um pulo assustado quando a menina ao meu lado se pronunciou. Ela apareceu ao meu lado de repente, quase como... Um ninja? — Te assustei? Bem, me desculpe. — Ela sorri, pendendo a cabeça para o lado. — Meu nome é , e o seu?
A garota à minha frente usa um casaco grande e azul bebê, com uma camiseta amarela por baixo e calças jeans. Nos pés, botas com pompons na ponta do cadarço. Era um visual divertido, eu achei. Fez-me sorrir. Ela tinha também manchas cor de rosa no nariz e nas bochechas, assim como a cor de seus lábios, talvez pelo frio suave do fim do verão em agosto.
Elas haviam chegado durante o fim das férias, o que fez com que nossas férias fossem regadas a ansiedade e tensão. Pelo menos as minhas. Ainda assim, os olhos da menina me deixam curioso e, ao mesmo tempo, confortável. Era como se algo que eu esperasse por muito tempo tivesse acabado de chegar.
— E-eu... — Limpo a garganta. Ainda estou um pouco assustado pela chegada silenciosa dela e acabo gaguejando. — Sou o .
— Nome bonito... — ela elogia. — Tem algum apelido? Eu, por exemplo, gosto quando me chamam de .
— Bom, me chamam de ... — digo, pensando um pouco. É a minha chance de causar uma boa impressão e eu quero começar escondendo o fato de que me chamam de 2.
? — Ela gargalha. — De onde saiu isso?
— Do meu sobrenome — explico, e ela faz uma careta de compreensão. — É . .
— Ah... Então vou te chamar de . Posso? — ela pergunta, estendendo uma mão para que eu a cumprimente. Sorri, apertando-a.
— Combinado, . Mas vem cá, como chegou perto de mim sem que ninguém notasse?
— Tenho poder de invisibilidade. — Sorri, com ironia. — Quando minhas amigas estão por perto, chamam muita atenção. Eu sou... Menos bonita. Então acabo escondida. — Ela dá de ombro e me sinto mal por um instante. Sei como é se sentir inferior porque as pessoas não prestam atenção em você. Tento abrir a boca para dizer que a achei bonita, mas ela me interrompe antes que possa falar algo. — Nem pense em me elogiar. Não estou me fazendo de coitada, e sim, afirmando um fato.
— Como sabia que eu ia te elogiar? — Me inclino para frente, falando em tom de desafio. Ela ri, com sua natural aura de esperteza.
— As pessoas costumam ter pena quando alguém fala algo do tipo. Não percebem que é o que achamos de verdade, e não há palavra no mundo que faça isso mudar.
— Nós... Quem?
Ela sorri de lado.
— Desculpe, às vezes falo no plural por alguma razão... — Ambos rimos.
Contudo, nosso momento dura pouco e os outros finalmente percebem que estamos ali. Eddie é o primeiro a se aproximar, sorrindo.
— Você é a ! — ele exclama e a garota faz que sim com a cabeça. — Seja bem-vinda! Eu sou o Edward, mas pode me chamar de Eddie. Você vai ficar na minha casa.
— Ah, então você é o Eddie? — Ela arregala os olhos, estendendo a mão. Ele a cumprimenta. — É um prazer. Pode me pedir ajuda com o que quiser! Finja que estou aqui há tempos.
— Ei! — Ele ri, e eu me sinto um tanto de lado na conversa. Seriam quase irmãos a partir de agora e eu sabia que eles se dariam bem, pois Edward é gentil e calmo, sempre agindo de forma protetora. Todos gostavam dele quando o conheciam. — Essa fala é minha! Espero que goste de ter alguém para te encher o dia todo.
— Sempre quis um irmão mais velho. — sorri de lado e os dois riem, como se já compartilhassem uma piada interna.
A outra menina logo se aproximou, junto de e , que provavelmente disputavam sua atenção. Ainda assim, ela não parece se importar muito. Estava mais interessada em olhar a paisagem e captar cada detalhe, que em flertar com meus amigos. Seus olhos pareciam pesados, assim como os de . Foi observando isso que lembrei que um voo longo nem sempre é muito confortável.
— Vocês... — Pigarreei, limpando a garganta antes de continuar. — Precisam descansar, certo? Devem estar exaustas.
— Seria ótimo! — A mais alta fala. — Inclusive, sou a . Ainda não conheci você…
— Só o meu clone... — falei, rindo, e ela sorri de volta. — Sou o . — Aperto sua mão. — É bom conhecer você.
— Digo o mesmo!
— Pode chamá-la de diz, novamente aparecendo ao meu lado e me fazendo tomar um susto. — Caraca, você tem um coração frágil, hein? Tome cuidado, se continuar se assustando assim, pode ter algum problema.
— Há, há. Hilário — Eu digo, revirando os olhos.
é assim sempre — adiciona. — Ela implica com todo mundo…
A mais baixa apenas dá de ombros, sem tirar o sorriso do rosto.
— Sério? — se aproxima dela, com os olhos avelã brilhando de animação. — Eu também! Vamos implicar com as pessoas juntos! Vamos ser melhores amigos!
— Isso vai ser incrível! — dá um toque nas mãos do garoto, fazendo com que todos os olhassem com uma expressão confusa. já é um saco na maioria das vezes. Se ele se juntar com ela…
— Jesus, me salva... — Acabo pensando em voz alta, o que leva todos a darem altas gargalhadas. Vermelho, contribuo com um sorriso sem jeito.
Becca e Newt acabaram se atrasando um pouco. Segundo eles, o trânsito estava cheio entre seu condomínio e a Offshoot Road. Eles moravam no mesmo bloco do condomínio Jeremiah Cowen, nomeado a partir de um escritor de romances clássicos. Eles demoraram tanto que já haviam comido parte dos lanches, o que me deixou muito triste... Por sorte, e estavam tão cansadas que apenas se apresentaram. Em seguida, Eddie e as levaram para suas respectivas casas, onde caíram na cama, assim que entraram em seus quartos. Enquanto isso, eu, , Newt e Becca ficamos na sala de Edward, conversando sobre as primeiras impressões enquanto eu comia os chocolates da sacola trazida pelo casal.
— A é a mais alta — explicava, gesticulando para tentar ilustrar suas palavras. — Ela é incrível! É inteligente e bonita pra caramba... — dizia, enquanto eu revirava os olhos. Não era preciso muito para impressionar meu irmão. Talvez seu critério fosse apenas a pessoa ser capaz de respirar. — Não conversei muito com a . Mas ela parece ser bem legal, e paciente, já que ficou um tempão de conversinha com o . — Ele pisca para mim, fazendo Becca rir.
— Teve um crush nela, 2? — ela me pergunta, com um sorriso malicioso. Eu apenas faço que não com a cabeça, enquanto termino de mastigar meu Twix.
— Achei ela legal — falo, ao terminar, e logo os três se inclinam para perto de mim, com feições curiosas. — O quê? Ela só tem uma conversa fácil. Não é como se eu quisesse casar com a garota.
— Ainda, , ainda... — completa, me fazendo ficar emburrado enquanto riam da minha expressão.


Continua...


Nota da autora: Espero que gostem! É a minha primeira fanfic interativa.

💫


Nota da Beth Aurora Boreal: Coitado do J2, deve ser realmente uma merda se sentir assim o tempo todo, mas algo me diz que as coisas estão prestes a mudar....

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