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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: 28/12/2024

Não havia sequer uma árvore de Natal na sala comunal da Grifinória, apenas enfeites flutuantes que a diretora da casa havia colocado, com a ajuda de Onai, e outros alunos que se ofereceram. Normalmente, as decorações surgiam com um simples balançar de varinhas, mas, naquele ano, sendo seu sétimo e último Natal em Hogwarts, sugeriu uma decoração mais tradicional. Apesar de todo o esforço, ela sentia falta da grandiosa árvore de Natal. Quem diria que um dia veria aquele lugar sem uma?
O culpado? Garreth Weasley, o famoso terror ruivo da Grifinória. No Natal passado, ele havia tentado fazer uma poção de logros, mas acabou incendiando a árvore com uma chama arroxeada. Estranhamente, a ideia de decorar sem a árvore partiu da senhorita .
— Espero que seu sobrinho não invente nada este ano. — observava a decoração na sala comunal, sentindo uma pontada de nostalgia.
— Ele sabe que, se fizer isso de novo, passará o Natal em casa.
— Bom, vamos ter que esperar para ver. — sorriu, tentando afastar a preocupação.
— E quanto aos N.I.E.M.s? Você está preparada? — Elas sentaram-se em frente à lareira. — Faz tempo que não me sento aqui.
— A senhora pode vir quantas vezes quiser, professora Weasley. Tenho certeza de que muitos vão adorar. E estou mais preparada do que pensei que estaria.
— Mas Garreth vai achar que estou vigiando ele. — As duas riram. — Ele comentou sobre as provas? Precisa de ajuda?
— Infelizmente, não mais. A última vez que falamos sobre isso, acabamos com uma discussãozinha, mas tenho certeza de que ele está se preparando.
— Espero. — Suspirou, preocupada com o futuro do sobrinho. — Vou voltar às minhas atividades. Qualquer coisa, sabe onde me encontrar.
— Sim, professora Weasley. Até mais.
— Até, senhorita .
Era de se alarmar que Garreth Weasley, no sétimo ano, realmente não estava se preparando como deveria para os N.I.E.M.s. A preocupação de sua tia era compreensível em todas as circunstâncias. Assim como de sua namorada, . Há algum tempo eles haviam combinado de estudar juntos, ajudando um ao outro. No entanto, nos últimos tempos, ele havia abandonado esse acordo, a deixando ainda mais preocupada.
Mas, por ora, só queria apreciar a decoração de Natal que havia feito junto à sua professora e sua amiga Onai. Levantou do sofá e caminhou até o túnel de entrada do quadro da Madame Gorda. Daquele local, ela teria uma boa visão de tudo.
A sala comunal realmente lembrava um dos lugares mais aconchegantes; ao lado esquerdo, as grandes janelas deixavam a claridade iluminar toda a sala principal, enquanto o aroma de lareira recentemente apagada pairava no ar. Alguns alunos estavam pelo ambiente, desfrutando da atmosfera natalina, sentados nos sofás e poltronas, enquanto outros participavam de uma partida de xadrez de bruxo, apostando doces da Honeydukes que estavam ao lado do tabuleiro.
Os milhares de tapetes espalhados pelo chão traziam conforto à torre, especialmente em tempos de frio. Então, passou a admirar a lareira, onde poucas horas antes estivera sentada com a professora Weasley. Ela estava iluminada suavemente pelos pisca-piscas brancos, e as meias penduradas sobre a lareira tornavam o ambiente ainda mais harmonioso. No teto, as bandeiras da casa foram substituídas por pequenos flocos de neve flutuantes, que se iluminavam com o passar do tempo.
Nick, o fantasma da Grifinória, surgiu de uma sacada que dava vista para o piso de baixo. Ele admirava o bom trabalho que ela e os outros alunos haviam feito na decoração, que agora tinha toques dourados para harmonizar com o vermelho — um pouco excessivo, segundo seu gosto.
— Senhorita .
— Nick, que bom vê-lo! O que achou da nossa nova decoração?
— Está adorável, digna de uma torre de Leão.
Ela riu com a comparação.
— Vou ter que concordar com você.
— E estão flutuantes, mas... — Deu uma pequena volta e retornou até ela. — Vejo que não tem nenhuma árvore.
— Ah, isso. — cruzou os braços. — Depois do que Garreth aprontou, a diretora deixou claro que, caso acontecesse novamente, ele receberia uma expulsão de um ano. Então, tive a ideia de retirar a árvore da nossa sala comunal.
— Um ano?
— Sim, e o meu último ano aqui. — Ela respirou fundo. — Mas tudo bem, vamos seguir em frente. A vida continua.
— Você vai se acostumar. Tem outros lugares onde você também pode passar o Natal admirando a árvore.
— Concordo. Senhor Nick, preciso voltar à rotina dos meus estudos.
— Vai se tornar uma auror?
— Bem provável, ou talvez trabalhar apenas para o Ministério em algum departamento de uso indevido de magia.
— Bons estudos! E se precisar de uma companhia fantasmagórica para te manter acordada, é só chamar.
agradeceu ao fantasma da Grifinória e seguiu para o seu dormitório, onde pegou os livros para devolver à biblioteca. Depois, teria um encontro com seu amado Weasley em Hogsmeade.
Por ser um sábado friorento, vestiu seu sobretudo e o cachecol da sua casa, que era o seu favorito. Ele trazia boas memórias; no seu primeiro Natal em Hogwarts, ela e a turma do primeiro ano foram até a estufa de Herbologia. Não havia indícios de que o tempo mudaria radicalmente, mas, como sempre foi friorenta, o frio a pegou despreparada, a fazendo começar a tremer.
Garreth, que estava atrás dela subindo as escadas, escutou conversar com Cressida. Ambas estavam com frio, mas se encolhia na capa da sua casa. Ele desenrolou o cachecol de seu pescoço e, com passos largos, parou ao lado da menina, o colocando sobre ela.
Todas as vezes que ela pegava aquele cachecol, se lembrava dos olhos castanhos que contrastavam com os ruivos dele. Garreth era lindo, e podia afirmar com certeza que era o mais bonito de toda Hogwarts.
? — Onai entrou no quarto, a procurando.
— Oi, estou aqui. — Ela abriu a cortina que a envolvia na cama e sorriu para a amiga. — Me diga, qual a novidade?
— Garreth está te procurando; pediu para ver se você está aqui.
— Ah, é que vamos a Hogsmeade depois, mas precisamos estudar antes.
— Eu não queria ser intrometida. — Onai sentou-se na cama dela. — Mas ele não está com livros na mão, não.
— Como não? — arqueou a sobrancelha. — Ele tem que estar! Esse foi o nosso combinado.
Saiu às pressas do quarto, carregando os livros e o cachecol mal colocado. Garreth estava sentado nos sofás no hall da escadaria dos dormitórios. Ao vê-la descendo rapidamente, um sorriso se formou em seu rosto; ele conhecia muito bem.
— Oi, meu amor. — Ele a saudou, com um brilho travesso nos olhos.
— Garreth.
— Nossa, mas pra que tanta bravura?
— Onai me disse que você estava me procurando. Falei que íamos estudar e depois ir a Hogsmeade, mas ela me avisou que você não estava com seus livros! Garreth!
— O que eu fiz? Vou pegar os livros lá.
— Você tá ficando muito avoado.
, calma. — Ele tentou se aproximar, seu tom suave contrastando com a preocupação dela. — Não precisa ficar assim. Nós vamos para a biblioteca.
— Tá, eu só... — Ela respirou fundo, tentando se acalmar. — Talvez eu tenha compreendido de outra maneira. Me desculpa.
— Não precisa se desculpar. Pronta? Podemos ir?
— Podemos.
— Levo seus livros. — Ele sorriu, um sorriso que misturava charme e brincadeira, como se estivesse prestes a fazer uma travessura.
não sabia ao certo se havia se exaltado sem motivo ou se sua intuição estava certa, mas decidiu manter a calma e estudar com ele. Uma coisa ela tinha certeza: sua intuição nunca falhava, e Garreth estava fugindo da sua última meta dentro daquela escola.

❤️


A biblioteca ficava próxima à estufa, do outro lado do castelo, e, por sorte, Garreth estava com para conversarem durante o caminho. Todos os assuntos giravam em torno deles, sobre Hogwarts e como seriam suas vidas. Imaginaram o momento mais propício para morarem juntos. não conseguia deixar de pensar em uma vida além do Ministério, ao lado de seu adorável Garreth.
Ao chegarem ao salão central, passaram pelo moço que nunca parava de tocar uma única nota. Ele os cumprimentou e, juntos, desceram o último lance de degraus. A biblioteca ficava logo à frente da fonte do salão.
— Draco dormiens nunquam titillandus — leu, admirando o entalhe acima do ornamento de madeira que ficava sobre as duas portas laterais da biblioteca. — Acredite, passei meus sete anos aqui e isso nunca fez tanto sentido.
Ela chegou a essa conclusão ao ouvir o dragão roncando.
— Você sabe que ali no canto tem um bruxo, não? — eles olharam para cima.
— Onde?
— Vem aqui. — Ele segurou a mão dela, a levando para o lado direito da fonte. — Ali. — Apontou. — Ele ainda segura uma pena.
— Surreal. — Ela riu. — Hogwarts e seus segredos.
— Daria um bom título para um livro. — Garreth sorriu, com um brilho provocante nos olhos. — "Hogwarts e Seus Segredos: O Guia do Aventureiro".
— Vamos, não podemos ficar admirando um dragão enfeitiçado na parede. — começou a andar.
— Por quê? Ele é bonito! — Garreth a seguiu, um sorriso travesso no rosto. — E, convenhamos, não é todo dia que vemos um dragão roncando em cima de uma biblioteca.
Desceram a escada e abriram a segunda porta para entrar na biblioteca. Garreth recebeu um sinal de silêncio da garota e levantou as mãos, como se estivesse se rendendo ao pedido dela.
Madame Agnes estava em sua mesa, quando apontou para dentro do local; elas sorriram e se cumprimentaram em silêncio. deixou os livros com ela e procurou uma mesa vazia, com Garreth em seu encalço.
— Aqui ou acima? — ele perguntou.
— Acho que lá em cima vai ser melhor. Pode ver se tem alguma mesa livre lá?
— Deixa comigo — ele disse, piscando.
Garreth conseguia extrair os sorrisos mais singelos de ; foi assim que ela se apaixonou por ele.
Com a mesa reservada, os dois pegaram os livros das matérias em que mais tinham dificuldade. História da Magia sempre foi uma das mais perturbadoras para , enquanto Garreth pegou Poções.
Uma, duas, quatro horas estudando, e, ao olhar para o lado, teve uma surpresa: Garreth estava lendo sobre Poções, algo que ele dominava muito mais do que qualquer outro aluno do sétimo ano. Sentiu a fervura da raiva subir pelo seu corpo. Seria a quarta briga deles em um curto período.
— Garreth — ela falou, entre os dentes. — O que você está fazendo?!
, nada demais, só estou lendo sobre Poções — ele respondeu, com um sorriso travesso.
— Você pediu minha ajuda em Adivinhação e agora fica lendo sobre Poções?
As vozes deles estavam em um tom baixo, mas a tensão era nítida.
— Eu não tô acreditando nisso. Por Merlim!
— Calma, não precisa exagerar. — Ele se debruçou na mesa, fazendo a melhor carinha de coitado. — Eu vou, só quero ver uma coisinha. Queria fazer uma poção especial para a despedida dos anos letivos.
— Outra vez?
— É só para a festa! — Ele piscou, com um brilho malicioso nos olhos. — Você sabe que eu adoro surpreender você.
— Tudo bem, mas agora, quando deveríamos usar esse nosso tempo mais tranquilo das aulas, você precisa focar nos estudos para os N.I.E.M.s.
, eu não estou entendendo você. Desde o meio do outono, você tá assim. — Ele se virou para ela, a preocupação evidente em seu olhar. — O que tá acontecendo?
Garreth apoiou os braços, um na mesa e outro no encosto da cadeira. Olhando assim, podia ver todas as sardas em seu rosto. Era tão difícil brigar com ele quando ele a olhava daquele jeito, de baixo pra cima, com um sorriso levemente ardido.
— Você me pede ajuda e depois fica só olhando para tudo que é de Poções.
— Isso hoje. Quero saber desde lá de trás. — Ele acariciou o rosto dela. — Não posso deixar você se preocupar sozinha, certo?
— Garreth, eu não tô brincando. — Ela tirou a mão dele de seu rosto. — É sério, vamos sair daqui, vamos para o pátio.
— Assim, do nada?
— Tudo é do nada. — Ela fechou o livro com firmeza, mas com cautela, não queria atrapalhar os estudos de ninguém. Deixou os livros lá mesmo, sem se dar o trabalho de guardá-los.
Garreth precisou correr o mais silenciosamente que pôde, evitando o olhar de reprovação da Madame Agnes. Nos corredores, ela não disse nada, mas assim que chegaram ao pátio e pararam na ponte de pedra, ela parou, e ele a olhou, intrigado.
, por que você está agindo assim? — A pergunta soou tão boba para ela, que não conseguia entender o problema.
Felizmente, a neve não estava caindo, o que tornava a conversa ao ar livre ainda melhor.
— Há alguns dias, ou melhor, meses, você disse que queria passar com a melhor nota no exame e me pediu ajuda. — Ela deu um passo para trás, tentando organizar seus pensamentos. — Você estava tão preocupado, tão certo do que queria, e disse que apenas anotaria e testaria quando sobrasse um tempo. — Se referiu a novas poções.
— Nossa briga é por causa disso? — Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso.
— Claro que não. — Ela olhou em volta, não gostando que outros alunos ouvissem a conversa. — Ai, Garreth, isso começa lá atrás. A gente usava a sala de convívio da Grifinória, mas você insistia em fazer suas gracinhas, enquanto eu fazia os resumos. Depois mudamos para as salas de aula, e você sempre dava um jeito de ficar na sala de Poções. No fim, precisei ir para a biblioteca, já que você passava lá em silêncio para não levar suspensão, mas também não foi muito funcional. — Ela se aproximou, seu tom de voz estava mais trêmulo. — Eu nunca achei ruim, você sabe disso. Sempre fui a primeira a dar ideias de como você poderia aprontar sem ser pego e, no fim, a gente ria junto.
— Eu te atrapalhei? — Garreth perguntou, sério, com o olhar cabisbaixo, como se tivesse perdido toda a sua alegria ao vê-la decepcionada.
— Um pouco. — Ela hesitou.
— A verdade, . — Ele a encarou, insistente.
— Sim, atrapalhou. — A resposta saiu mais rápido do que ela esperava.
Não era isso que ele queria ouvir. Ele realmente queria estar mais presente, mas as palavras pareciam escapar dele. Começou a formular a frase na cabeça, mas todo seu devaneio sumiu quando ouviu a voz dela novamente.
— Podemos dar um tempo, ao menos até o Natal.
— O quê? Uma semana longe de você?! — Ele quase não acreditou.
— Por favor, eu sei que isso é absurdo, mas eu preciso compreender algumas coisas antes e pensar antes de falar. Não quero te magoar e sair magoada também.
Garreth suspirou, passando a mão pelo rosto e puxando o cabelo para trás. Andou de um lado para o outro, antes de voltar a , seus olhos marejados de lágrimas.
— Ok. — A palavra saiu como um sussurro, carregada de resignação.
forçou um sorriso amigável para seu então namorado, ou o que restava disso, ficou nas pontas dos pés e inclinou o corpo para depositar um beijo suave em sua bochecha.
— Te vejo em breve.
Ela se despediu dele, e Garreth se afastou, sentindo um peso enorme no peito. Como poderia imaginar que sua atitude estava incomodando a garota que ele mais amava no mundo? Ele caminhou pelos cantos de Hogwarts, ignorando todos que tentavam conversar com ele. Seria um Natal longe dela, e a segunda-feira parecia ser seu pior dia festivo.
Talvez aquele tempo fosse a solução, e também conseguiria se entender melhor. Ele estranhou sua própria atitude em relação à namorada, nunca havia se comportado assim.

Caminhou pelo terreno de Hogwarts, passou pela cabana do zelador e chegou ao lago, onde normalmente ia apenas com Nat e Cressida. Sentou-se em uma pedra que fazia de banco e ficou observando as árvores se mexerem, ouvindo o som das corujas que voavam acima no corujal. Fechou os olhos e sentiu a brisa fresca, permitindo que a calma da natureza o envolvesse, mesmo com o frio típico das terras altas.
O que o despertou foi o som de pedrinhas sendo pisadas atrás de si. Ao olhar, viu Nat segurando um copo que ele nunca tinha visto antes.
— Oi. — Ela sorriu, tentando esconder a tristeza.
— Oi. — Nat sentou ao lado dela. — Está tudo bem eu ficar por aqui?
— Sim, sem problemas. Como você sabia que eu estava aqui?
— Eu me encontrei com o Garreth voltando para a torre. Achei que ele tinha esquecido algo e você ficou do lado de fora, mas não.
— Vocês conversaram?
— Não. — Nat lembrou do copo. — Antes que esfrie, é chocolate quente. Pedi para os elfos prepararem. — Ela entregou o copo. — E, sim, conversamos. Ele falou que vocês vão ficar uma semana separados.
— Obrigada. Nós vamos — respondeu, com um sorriso triste nos lábios.
— Quer compartilhar?
— É uma história um pouco longa.
— Estou todos os ouvidos, temos tempo de sobra.
sorriu, um pouco mais animada.
— Bom, lá vai. — Ela limpou a garganta. — Desde o meio do outono, Garreth começou a ficar preocupado com o N.I.E.M. Eu já imaginava que isso ia acontecer, até porque, nas últimas férias, os pais dele cobraram muito, principalmente quando fui lá e eles perguntaram sobre a profissão que eu queria seguir.
— Já vi como é a pressão.
— Pois é. E eu entendo os dois lados, especialmente o dele. Garreth não é exatamente a pessoa mais séria do mundo. Ele é... — tocou a orelha, ao encolher os ombros, sem encontrar uma palavra que o definisse além de: — O Garreth.
— E isso sempre foi assunto. — Nat se lembrou do burburinho que aconteceu naquela época. — Vocês sempre foram o oposto um do outro. Você, tão centrada, quieta e na sua, mal saía para ir a Hogsmeade comigo ou com a Cress. Começou a namorar o Garreth e todo mundo falou que ele devia ter te dado uma poção do amor.
gargalhou, se lembrando da verdade. Três anos atrás, quando assumiram o namoro, os garotos de todas as casas juravam que ele a havia enfeitiçado.
— Nunca que isso aconteceu! Foi exatamente ele desse jeito que me conquistou. — Ela começou a refletir. — Só que então... — Movimentou as mãos e deu uma leve palma. — Eu sinceramente não sei o que aconteceu. Ele começou a relaxar, focando apenas nas novas poções, mantendo algumas gracinhas no meio disso tudo. — Virou-se para Nat, colocando uma perna em cima da pedra. — Eu não me importaria se ele ficasse fazendo isso longe de mim, digo, longe do momento em que estou estudando. Mas do nada ele acordou um belo dia e disse: “Vou atazanar a vida da pré-N.I.E.M.” — Ela respirou aliviada. — Compreende?
— Não, até porque eu e a Styles... bem, não chegamos a esse ponto ainda.
— E espero que nem cheguem. Não digo sobre o tempo de namoro, mas nesse dilema igual ao meu e do Garreth.
— Relaxa, eu entendi. Porém, , posso falar o que vejo de fora?
— Pode.
— Você decide se leva para o coração ou não.
— Ih, lá vem.
— Calma. — Nat riu brevemente. — Não é nada disso. É que eu conheço você e sei que todo esse seu estresse pode ser também uma cobrança que você faz em si mesma.
— Hã?
— Você quer ter boas notas, e nossa! Desde quando você não acerta algo? Você acerta quase tudo, se não todas. Ele sabe disso e, para você não ficar paranoica, ele tá tentando te ajudar dessa forma.
— Não, claro que não. Isso, não.
— Certeza?
— É claro que tenho certeza, Nat. Vamos voltar para o castelo? Está começando a nevar.
— Vamos. Minha mãe não vai gostar muito de me ver fora do castelo nessa neve.
— Acho que nenhum professor.
Saíram da pedra e voltaram para o castelo juntas, caminhando próximas para não sentirem tanto frio. terminou sua bebida e prometeu entregar o copo a Nat mais tarde. A conversa com Nat foi uma das melhores coisas que aconteceu naquele final de tarde; desabafar com alguém que sabia conduzir a conversa trouxe ótimas recordações.

Garreth, estranhamente, passou o resto do dia na pequena sacada, sem ver chegar com Nat e sem tirar a roupa que usou o dia todo. Estava com os pensamentos tão distantes, colocando perguntas na frente de outras perguntas, tentando entender onde havia errado na história deles. Ele não havia mudado nada; sempre fez as mesmas coisas, do jeito que ela sempre amou.
Deitado ali, naquele sofá confortável, Garreth acabou adormecendo até o outro dia, perdendo o café da manhã.

❤️


Os dias estavam se arrastando, parecendo infinitos para ambos. A falta da presença um do outro era imensurável; não havia um momento em que não pensassem em ir conversar ou contar algo que tinham visto pelos corredores.
Garreth, por sua vez, contava com a companhia de Sebastian e sua namorada para passar um tempo estudando na sala de Runas Antigas. Mas sempre que o nome de surgia, ele desviava o assunto ou fingia que uma dúvida tinha acabado de aparecer. Ele fazia o possível para esconder e evitar que o nome dela ecoasse pelos corredores de Hogwarts em seu último ano.
— Obrigado por ajudarem — ele disse, com um sorriso agradecido.
— Não precisa agradecer. Quando precisar, pode sempre nos procurar — Grace respondeu, animada. — E vê se a não quer vir junto na próxima vez — Grace sugeriu, piscando para ele.
— Verei, mas preciso ir. Quero ver como ela está — Garreth mentiu, dizendo que estava com uma forte dor de cabeça.
— Vai lá, melhores estimas! — Grace gritou, enquanto ele se afastava. — Eles são tão fofinhos juntos!
— E a gente, não? — Sebastian levantou uma sobrancelha, dando um sorriso malicioso.
— Eu diria que somos outra coisa. — Grace selou brevemente os lábios dele, deixando um ar de mistério.
Garreth praticamente correu pelos corredores de Hogwarts até chegar à torre da Grifinória. Ele não aguentava mais ficar longe de . Amanhã seria véspera de Natal, e ele só queria passar aquele tempo ao lado dela, a abraçando e a sentindo contra o seu peito.

Ofegante de tanto correr, até o frio do inverno já não era um incômodo. Ele respirou fundo enquanto observava a Madame Gorda arrumar-se no quadro.
— Qual a senha? — ela perguntou, com um sorriso.
— A… Grata Domum.
O quadro se abriu e ele passou pelo túnel curto, correndo até os pés da escada do dormitório feminino. Andava de um lado para o outro, esperando que alguém conhecido aparecesse para que ele pudesse pedir gentilmente que descesse.
— Esperando alguém? — Nat perguntou, surgindo de repente.
— Nat! — ele exclamou, aliviado.
— Eu!
— Você poderia chamar a ?
Nat apertou os lábios, expressando que aquele favor não seria cabível para ela.
— Não vai dar.
— Por quê?
— Ela não está aqui. Desde que você saiu, ela também saiu minutos depois. Até agora não voltou.
— Você sabe me dizer se…
— Não, não sei se saiu acompanhada.
— Tudo bem. — Ele passou as mãos pelo cabelo, frustrado. — Vou esperar por ela.
— Logo ela volta. Deve ter ido a Hogsmeade estudar um pouco. Tchauzinho! — Nat se despediu, deixando Garreth ainda mais inquieto.
Ele não ficou nem um pouco feliz. Queria vê-la naquele instante, abrir seu coração e mostrar o quanto havia mudado. Infelizmente, sua única opção era esperar e passar o tempo lendo algo nas prateleiras da sala comunal.
— Tédio — ele murmurou, fechando os olhos.
— Aguardando alguém? Talvez a senhorita ? — Nick apareceu, com um sorriso curioso.
— Nick! — Garreth abriu os olhos, surpreso. — Está procurando um aluno da Grifinória para conversar?
— Estou só passando desta vez. Mas e você, esperando a ?
— Sim, ela saiu e até agora não voltou.
— Eu a vi pelos corredores.
— Onde? — Garreth perguntou ansioso.
— Tenha calma, rapaz. Vamos conversar primeiro. Temos um assunto sério a tratar.
— Aqui? — ele indagou, intrigado.
— Na sacada do dormitório masculino.
O fantasma flutuou, atravessando as paredes chegando primeiro que Garreth. O aluno, que se encostou no parapeito que se parecia com uma torre de castelo, admirava a decoração.
— A vista daqui de cima é linda, não é? — o fantasma começou a conversa.
— É, realmente — Garreth respondeu.
— E essas decorações de Natal ficaram muito agradáveis.
— Foi a Matilda que colocou — ele mencionou, se referindo à tia. Olhando para o fantasma da casa.
— Mas não sozinha. e outros alunos a ajudaram. Cada decoração foi pensada por ela, para não te atrapalhar.
— Me atrapalhar? — Garreth perguntou curioso.
— Sim. A ideia de enfeites flutuantes foi dela, assim você não teria que se preocupar se algo desse errado enquanto pratica suas alquimias.
— Poções — ele corrigiu, com um sorriso malicioso.
— Veja por si mesmo. — O fantasma gesticulou, o convidando a olhar para a decoração. — Ela pensou em tudo para você e até convenceu a vice-diretora Weasley de que uma árvore não seria adequada. Ela fez isso.
Garreth se lembrou do famoso incidente; seria hilário se não tivesse lhe custado quase seis anos letivos.
— Mesmo com todo o amor que ela tem por árvores de Natal, ela preferiu deixar você mais à vontade aqui.
— Eu não sabia — ele murmurou surpreso.
— Como imaginava, ela fez tudo isso e não te contou nada.
A ficha caiu por completo. o apoiava em tudo, mas seu medo de perdê-la ao entrar para o ministério foi maior que suas atitudes sensatas. Garreth percebeu que estava no modo automático, tentando fazer de tudo para que ela não se concentrasse nos estudos, mas isso estava custando seu namoro.
— Você não está falando isso só por falar — Garreth disse, com um ar provocador.
— Sei que vocês deram um tempo, mas também não contei a mais ninguém. Tenho uma sugestão: ali naquele canto. — O fantasma apontou para a sacada onde costumavam ficar juntos. — É o único lugar que ela não decorou muito, quase nada.
— Obrigado, Nick. Agora preciso de um fantasma para me dar conselhos amorosos. — Ele riu da situação, quase se sentindo no fundo do poço. — Se ela procurar por mim, não diga que estou preparando uma surpresa.
Se deixasse, Garreth estragaria a surpresa com toda aquela animação. Ele tinha menos de vinte e quatro horas para fazer a véspera de Natal do jeito que havia imaginado.

❤️


Algumas horas antes, antes de Garreth procurá-la.
Cress e estavam a caminho da sala de Poções do professor Sarp. Ele havia cedido a sala para que elas treinassem algumas poções, e a única que Cressida não conseguia acertar as proporções dos ingredientes era a Amortentia.
— Pronta? — perguntou, animada.
— Sim, posso mexer? — Cress estava angustiada por ter feito errado da última vez; ela só saberia o resultado se sentisse os aromas da pessoa amada.
— Pode, mas não esqueça: sempre para um lado só, lentamente. E preste atenção ao borbulhar; quando isso acontecer, apague imediatamente o fogo.
Cressida olhava atentamente para , que passava as instruções.
Nos primeiros segundos, a jovem tirou sua dúvida, mas, assim que a poção foi concluída, Cress percebeu que havia acertado.
— Eu sabia, garota! Você ia conseguir! — comemoraram, batendo as mãos uma na outra. — Está sentindo os cheiros?
— Sim. — Cress sorriu acanhada.
— Eu também — respondeu, seu coração estava apertando ao sentir os aromas.
Para , o cheiro se misturava com gengibre, folhas de laranjeira e livros velhos; todos trazendo à mente apenas um garoto: Garreth Weasley. A saudade tomou conta do seu coração, a apertando quase que infinitamente. Seus olhos desceram e ela colocou a garrafinha ao lado do caldeirão, desistindo de engarrafar a poção.
, está tudo bem? — Cress perguntou, percebendo a mudança no rosto da amiga.
O sorriso que antes estava nos lábios de desapareceu.
— Está, é só que... — Levantou a cabeça com o melhor sorriso falso que conseguiu. — Nada, vamos focar na poção, pode ser?
— Você tem certeza de que não é nada mesmo?
— Claro — respondeu, tentando disfarçar.
— Tudo bem então. — Cress deu de ombros, mas seu olhar ainda estava preocupado.
— Você sabe, né? — perguntou.
— Eu sei, sim, mas só eu sei — Cress respondeu, com um tom de cumplicidade.
— Quem mais sabe?
— Realmente, só eu. Nat veio conversar comigo; ela estava bem preocupada com você.
— Em relação ao Garreth? — se sentou no banquinho, um pouco mais tranquila.
— Em relação a você, por você cobrar tanto de si mesma que acabou descontando tudo nele. — Cress puxou o banquinho para perto da amiga e se sentou ao lado dela. — E acredite, eu concordo com ela.
— Não, eu não estou sob pressão de mim mesma.
, a primeira coisa que você quis ao entrar aqui foi focar para o N.I.E.M. Não teve um dia sequer que você não se preparou para essa prova.
— Cress… — murmurou, com tristeza.
— Eu entendo muito bem, nós já compartilhamos isso milhares de vezes. E acredite, você não vai voltar para seu país natal e não vai ficar por lá. Isso eu garanto. — Cress segurou a mão da amiga. — Garreth também sabe disso, e aposto que todas as tentativas dele de “atrapalhar” eram para deixar você mais tranquila para o fim do ano letivo.
— Realmente não pensei por esse lado. Fiz uma péssima escolha, não?
— Não, o bom foi que você percebeu muitas coisas durante esse tempo todo. Conheceu seus sentimentos e fez disso um grande aprendizado.
ainda permanecia quieta, refletindo sobre tudo.
— Vamos até Hogsmeade! A Sirona está servindo chocolate quente para os alunos. Assim, você se distrai e conseguimos sair do castelo. Estou cansada de ficar aqui — Cressida disse animada.
— Pode ser, só me deixa pegar meu cachecol — respondeu, se levantando para ir até a sala comunal.
! — Cressida a chamou.
— Eu? — perguntou confusa.
— Você deixou o cachecol ali. — Cressida apontou.
— É verdade! Então vamos. — pegou o cachecol e o enrolou no pescoço.
A ideia de visitar Sirona era ótima para deixar com a mente mais leve. Cressida sabia, assim como Nat e Garreth, que a situação na casa dos pais de não era tão boa quanto ela desejava, ou melhor, na casa da mãe dela.
Depois que o pai — bruxo — faleceu de um mal súbito, sua mãe se casou com um muggle. Ele aceitava que sua esposa fosse uma bruxa, mas as filhas dele — as gêmeas que nasceram como squibs — e sendo bruxa deixaram o homem atormentado, a proibindo de voltar para casa. chegou a ouvir que sua mãe havia parado de fazer magia e não visitava mais a família, todos bruxos. Era triste para ela ver a mãe dependente de um amor que só lhe fazia mal.
Por isso, se recusava a voltar e estava mais feliz em Londres, morando com sua tia paterna.

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Sirona serviu uma caneca cheia, quase transbordando, e as garotas ficaram lá até o começo do anoitecer. Ao voltar para o castelo, Nat a esperava no hall da escadaria dos quartos, lendo um livro para passar o tempo e torcendo para encontrar um feijãozinho de sabor agradável.
— Natsai! — chamou, acenando. — Se aventurando com os feijõezinhos?
— Não consegui resistir! Vocês passaram o dia todo fora? — Nat fez um gesto para que se sentassem.
— Estudamos poções — começou a explicar. — Depois conversamos e, por fim, fomos ao Três Vassouras.
— Agora ela acredita — Cressida comentou. — Falamos sobre a auto pressão que ela estava se impondo.
— Precisou ouvir isso, não? Eu te avisei que estava se cobrando demais. — Nat olhou para com compreensão.
— Ah, Nat, você sabe como sou.
— Com certeza sabemos. E só para avisar: o Garreth queria falar com você.
— Parecia ser urgente?
— O que não parece ser urgente para ele? — Elas riram.
— Vou ver isso amanhã, estou bem cansada hoje.
— É amanhã que acaba? — Nat questionou.
— Sim, é amanhã. Você chegou a vê-lo depois disso?
— Não.
— Bom, então ele deve estar no quarto dormindo, e eu farei o mesmo. — se levantou, segurando o cachecol.
— Vou junto. — Cressida deu uma leve corridinha até a escada. — Vai ficar aí?
— Estou esperando a Styles.
Sem se incomodar, Nat acenou para as amigas, dando um tchauzinho de boa noite. Entraram no quarto sem fazer muito barulho, pois já havia alunas dormindo. se ajeitou na cama, deixando o cachecol na mesinha de cabeceira. Estava exausta, mas seu último pensamento antes de cair no sono era sobre o que Garreth queria conversar com ela.

❤️


Como explicar aquela manhã? Hogwarts parecia mais linda, mais viva do que nunca! se espreguiçou ao acordar e, ao olhar para frente, viu Cressida colocando um lindo arquinho branco e vermelho, parecendo parte da decoração.
— It’s tiiime! — celebrou, ao ver que a amiga acabara de acordar.
— Ah, não, vou fingir que estou dormindo. — puxou a coberta.
— Nem pensar! Levanta! — Cressida insistiu.
— Nossa, como você consegue? — fingiu estar magoada. — Nem um bom dia você fala.
— Bom dia, ! — Nat entrou no dormitório. — Vejo que ela esperou você acordar.
— Bom dia, Nat! E acredite, nem um bom dia ela falou.
— Para mim também. — Nat riu.
— Vocês são muito amarguradas! Estamos no dia vinte e quatro! Precisamos nos animar! É nosso último Natal em Hogwarts, temos que fazê-lo ser o melhor!
— O que tem em mente? Eu preciso fazer minha higiene matinal ainda — perguntou, deixando claro que queria fazer tudo com calma.
O passatempo de Cressida seria um pouco mais movimentado, pois queria deixar o último Natal delas em Hogwarts cheio de ótimas lembranças. Desde o café da manhã no salão principal até uma passagem pelo vilarejo de Brocburrow, e terminando com um belo fim de tarde no Três Vassouras.
Os rumores sobre o café da manhã para o sétimo ano eram verdadeiros: havia um pouco de tudo, de todas as receitas natalinas do mundo bruxo que conhecia. Foi um café da manhã farto, que a deixou satisfeita até o fim daquela tarde.
O próximo lugar a visitar era a sala de Trato de Criaturas, onde a professora Howin estava com um pequeno grupo de bezerros apaixonados. As garotas não perderam a oportunidade de vê-los de perto.
A felicidade de ter as meninas como suas melhores amigas só animou ainda mais a véspera de Natal.

No fim da tarde, quando elas voltaram de Hogsmeade, no meio da neve, as garotas se dispersaram, deixando sozinha depois de tanto tempo juntas. Ela se banhou após o frio da caminhada e, desta vez, era ela quem procurava por Garreth. Andou por todo o castelo, até mesmo na sala de Poções, mas não o encontrou.
Estava prestes a desistir da busca quando, ao se virar, viu o fantasma mais querido.
— Oi. — abriu um sorriso ao ver o fantasma.
— Olá, senhorita — respondeu ele, com um tom divertido.
— Perambulando pelo castelo?
— Sim, e evitando que o Pirraça atrapalhe a ceia de hoje.
— Ele é impossível! — riu. — Senhor Nicolas, posso te fazer uma pergunta?
— Claro, se sinta à vontade.
— Você viu o Garreth?
— Bem lembrado.
— Como assim?
— Se você não me falasse esse nome, eu teria esquecido o motivo de estar aqui.
— Lembrar o quê?
— O senhor Weasley pediu que você o encontrasse naquela pequena sacada onde vocês sempre ficam, na torre da Grifinória.
— Agora? — seu coração acelerou.
— Seria às onze horas. Você está com o relógio?
— São exatamente... — Puxou a manga, revelando o relógio. — Quinze para as onze! Eu já vou, muito obrigada! — Saiu correndo.
— Não precisa agradecer. Esses adolescentes de hoje em dia... — o fantasma comentou, voltando à sua patrulha, esperando que os dois se entendessem novamente.
Sem saber se chegaria a tempo de percorrer quase todo o castelo, decidiu usar a rede de flu, que ficava em pontos específicos, chegando assim à sala comunal da Grifinória. Ao entrar, olhou para o lugar onde costumavam ficar, que estava escuro. Com um tempinho extra, decidiu passar pelo quarto, trocando de roupa e colocando um laço no cabelo. Depois de dar uma última olhada no espelho, ajeitando sua saia preta, seguiu para o ponto de encontro.
Agora tudo estava iluminado, com uma luz acolhedora. Ao empurrar a porta, viu que aquele único lugar que ela não havia decorado estava repleto de enfeites. No canto esquerdo, havia uma linda e pequena árvore de Natal, toda decorada com bolas e laços.
— Garreth! — exclamou, ao vê-lo parado ao lado da árvore, segurando um presente.
— Oi, meu docinho. — Ele sorriu, com um brilho nos olhos.
— Ai, você e esse "docinho"! — riu.
— Espero que tenha gostado.
— Está muito linda!
— Fico feliz. Foi o melhor que consegui fazer nesse curto prazo. Queria ter conseguido uma maior, mas isso fica para outro dia.
— Não se preocupe com isso, essa está realmente perfeita.
, antes de te entregar o presente, eu queria conversar contigo.
— Eu também, Garreth.
— Pode falar primeiro.
— Não, você me chamou para vir aqui.
Garreth se aproximou de , deixando o presente no sofá. Seus olhos transmitiam a saudade que sentia por passar tanto tempo longe dela.
, eu queria me desculpar, não só por esses tempos em que te atrapalhei no seu grande sonho, mas também por não ter reconhecido seus gestos que me mantinham seguro de mim mesmo. — Ele a fez rir. — Eu deveria ter te respeitado mais. Quando eu não queria mais estudar, não me afastei, ocupando seu espaço. Fui egoísta, pensando que o que você precisava para ter um momento leve eram as minhas gracinhas.
— Garreth. — passou os braços ao redor do pescoço dele. — Não quero que você se desculpe por isso. Eu também tenho uma parcela de culpa. Me cobrei desde o primeiro ano e você sabe o motivo. Deixei subir na minha cabeça o meu "fracasso" que nem sequer existe, e, no fim, descontei tudo em você, que sempre esteve ao meu lado. Sou eu quem deve desculpas nesse meio todo.
— Então, acho que ambos devemos desculpas. Nossos medos quase colocaram nosso relacionamento em risco. Deveríamos ter conversado um com o outro sobre como estávamos nos sentindo.
— Verdade. A partir de hoje, vamos passar a fazer isso. E eu prometo pegar mais leve nos estudos, sem barrar você nas suas gracinhas.
— Mas isso é fundamental! Às vezes, não sei parar. Você me conhece, não resisto a criar poções para divertir todos. — Ele sorriu de lado, com seu melhor sorriso travesso.
— Bom, podemos decidir isso depois? Agora eu só quero admirar essa linda árvore.
— Ah, e, falando em árvore, me desculpe por te fazer escolher não ter uma este ano. Sei que a culpa foi minha. E essa é para compensar, ela é totalmente sua.
— Como assim, totalmente minha?
— Porque ela faz parte do seu presente. — Ele se soltou dos braços dela. — Abra, por favor. — Entregou a caixa.
Cautelosamente, abriu a caixa, revelando um globo de neve vazio, apenas com a data daquele Natal: vinte e cinco de dezembro de mil oitocentos e vinte e quatro. Sem entender nada, olhou para ele, com um olhar de "você tem certeza de que é isso?".
— Já é meia-noite e não posso deixar de dizer o quanto eu te amo. Meu desejo de Natal é apenas você, . — Garreth movimentou devagar a varinha, fazendo a árvore de Natal ser conjurada dentro do globo de neve, com um pequeno casal simbolizando os dois.
— Pelas barbas de Merlim! Garreth, você é perfeito! Eu te amo! — Pulou nos braços dele, o apertando com todas as suas forças.
Agora, ela sempre teria uma árvore de Natal, aquela que Garreth reproduziria em todos os natais ao lado de sua amada , até mesmo depois de casados.
— Feliz Natal, .


FIM


Nota da autora: Feliz Natal! Feliz Ano Novo!
Desde o momento que comecei HL, eu olhei e gritei "Ai, Garreth". Ele e Sallow tiraram meu foco, junto do Ominis... espero que vocês gostem.

Leia também:
• A Slytherin Christmas Tale
• Under the Ravenclaw Christmas Lights
• My Gryffindor Christmas Wish
• Christmas Love in Hufflepuff

🪐


Nota da Beth Saturno: Ai, que história linda. Amei que eles conseguiram se entender e perceberam que o diálogo é a melhor coisa. Amei demais! ♥

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