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Revisada por Aurora Boreal 💫
Finalizada em: Janeiro/2025

é uma atriz recém formada na The Juilliard School e, por ser filha de dois grandes produtores de grandes filmes, já era extremamente requisitada para diversos filmes. Sua mãe, Dayane, ficou conhecida por ser produtora de Senhor dos Anéis; já seu pai, Victor, foi produtor de Harry Potter e sempre levava para as gravações.
sentou-se na poltrona de couro macio em seu apartamento no Brooklyn, o roteiro da série sobre os Marotos repousando em seu colo. Ela ainda não acreditava que havia recebido uma proposta da Netflix para estrelar uma das séries mais esperadas do ano, uma adaptação focada nos anos de juventude de James Potter, Remo Lupin, Peter Pettigrew e, claro, Sirius Black.
O simples fato de que ela seria o par romântico de Sírius já era surreal. Mas, como se isso não fosse suficiente, o ator escalado para interpretar o icônico bruxo rebelde era ninguém menos que Ben Barnes, cuja atuação em papéis complexos e cativantes já havia conquistado seu coração desde a adolescência.
— Você tem que aceitar isso, ! É a oportunidade da sua vida! — A voz de sua melhor amiga, Emily, ecoou pelo viva-voz do celular, que estava em cima da mesa de centro.
suspirou, olhando para o roteiro novamente. A personagem que ela interpretaria era uma bruxa original, criada exclusivamente para a série. Ela era uma aluna de Hogwarts da mesma época dos Marotos, uma rebelde com um toque de inteligência afiada, que inevitavelmente se envolvia no turbilhão de caos e charme de Sirius Black.
— Eu sei, Em. Mas... Você sabe como vai ser. Todo mundo vai dizer que eu só consegui o papel porque meu pai produziu Harry Potter. Eles vão me crucificar antes mesmo de a série estrear.
— E daí? — Emily rebateu. — Você é talentosa. Você trabalhou duro na Juilliard, . Ninguém pode tirar isso de você. Além disso... Ben Barnes. Ben. Barnes. Você realmente vai recusar a chance de ser o par romântico dele?
não pôde deixar de rir. A ideia de estar em cena com ele era intimidante, mas ao mesmo tempo, tentadoramente empolgante. Ela folheou o roteiro, seus olhos pousando em uma das cenas principais: uma discussão acalorada entre sua personagem e Sirius, cheia de tensão não resolvida, que culminava em um beijo apaixonado no Salão Principal vazio.
Seus pensamentos foram interrompidos pelo toque de uma mensagem. Pegando o celular, ela viu que era de sua mãe, Dayane:

", querida, acabei de saber sobre a proposta da Netflix. Não tenha dúvidas, essa é uma chance única. Sei que o legado de seu pai pode te assustar, mas você é mais do que isso. Você nasceu para brilhar. Confie em si mesma."

suspirou profundamente, sentindo uma onda de emoções. O incentivo da mãe era tudo o que ela precisava naquele momento. Seu pai sempre disse que ela tinha o "talento dos grandes", mas ouvi-lo de Dayane, que raramente era emocional, significava ainda mais.
Na manhã seguinte, entrou no prédio da Netflix, em Manhattan, para a reunião com os produtores. Enquanto ela esperava na recepção, ajustando nervosamente os punhos de sua camisa de seda, a porta da sala se abriu, e uma figura familiar e impressionante apareceu.
Era Ben Barnes. Ele parecia ainda mais encantador pessoalmente, com seu sorriso caloroso e um charme que parecia quase mágico. Ele se aproximou, estendendo a mão para cumprimentá-la.
— Você deve ser — ele disse, sua voz tão suave quanto ela imaginava. — Tenho ouvido coisas incríveis sobre você. Parece que seremos... bastante próximos no set.
Ela apertou a mão dele, tentando esconder o rubor que subia em seu rosto.
— Parece que sim — respondeu , tentando soar confiante, mas sentindo seu coração acelerar.
A reunião correu bem, com os produtores explicando o tom da série, as expectativas e a visão criativa por trás da história. Eles queriam dar uma perspectiva mais profunda aos personagens, mostrando os desafios e as falhas dos Marotos, mas também o coração por trás de suas travessuras. Quando saíram da sala, Ben a acompanhou até o elevador.
— Você está nervosa? — ele perguntou, olhando para ela com curiosidade genuína.
— Um pouco — admitiu . — Mas acho que nervosismo é bom, não é? Significa que importa.
Ben sorriu.
— Concordo. Acho que vamos nos dar bem.
sentiu que talvez ele estivesse certo. Talvez esse fosse o papel que não apenas mostraria ao mundo o que ela era capaz de fazer, mas também a ajudaria a descobrir algo novo sobre si mesma.


O som de passos apressados ecoava pelos corredores do imenso set de filmagens. ajeitou o figurino da sua personagem enquanto seguia para a área onde gravariam a primeira cena. O uniforme de Hogwarts que ela usava parecia surreal — como se ela tivesse entrado, de verdade, no mundo mágico que admirava desde criança.
No set, o cenário era impressionante. Eles estavam no que seria o Salão Principal, com as longas mesas alinhadas sob as velas flutuantes, recriadas com perfeição pela equipe de efeitos visuais. sentiu um arrepio de nostalgia, lembrando-se de quando visitava os sets de Harry Potter com seu pai. Mas agora, ela não era apenas uma visitante; ela fazia parte daquela história.
— Você está pronta?— Uma voz familiar soou atrás dela.
Ela se virou para encontrar Ben Barnes, já caracterizado como Sirius Black. O cabelo negro caía desordenadamente sobre seus ombros, e a expressão maliciosa, tão característica do personagem, era perfeitamente capturada por ele. Ele segurava a varinha em uma das mãos, mas seu sorriso amigável contrastava com a pose rebelde de seu personagem.
— Pronta? Eu acho que nunca estarei completamente pronta para isso — brincou, tentando mascarar o nervosismo.
— Ah, não se preocupe. Eu prometo não te assustar... muito — ele respondeu com um sorriso provocador, enquanto ajustava o colarinho do uniforme.
A primeira cena que gravariam era intensa: e Ben, como Sirius e sua personagem, Evelyn Hart, estavam em uma discussão fervorosa nos corredores de Hogwarts, logo após uma das famosas travessuras dos Marotos dar errado. A tensão emocional era alta, e os dois personagens precisavam demonstrar sentimentos conflitantes — raiva, frustração e, ao fundo disso tudo, uma atração que nenhum dos dois admitia.
Enquanto ensaiavam os diálogos, Ben notou algo em . Ela tinha um talento genuíno para transmitir emoção; sua entrega era crua e real. A cada palavra trocada, ele sentia uma energia que ia além do script.
Quando o diretor deu o sinal de ação, a cena tomou vida.
— Você acha que tudo isso é uma brincadeira, não é, Black?— exclamou, sua voz carregada de indignação. Ela deu um passo à frente, encarando Ben com firmeza. — Talvez para você, mas algumas pessoas têm que lidar com as consequências do que vocês fazem!
Ben respondeu com a intensidade característica de Sirius.
— E você? Por que você sempre se acha superior a todo mundo? Talvez você precise aprender a se soltar um pouco, Evelyn!
Houve um momento de silêncio carregado. Ambos se encararam, a proximidade entre os dois criando uma tensão palpável no ar. Quando o diretor gritou “corta!”, o set explodiu em aplausos.
— Isso foi incrível! — o diretor elogiou. — , Ben, a química de vocês está simplesmente perfeita. Continuem assim!
Ben deu um sorriso largo para .
— Você realmente trouxe tudo para essa cena. É difícil acreditar que você acabou de sair da Juilliard.
— Bom, acho que posso agradecer aos anos observando sets de filmagem com meu pai — ela respondeu, com um sorriso tímido.
Nos dias que se seguiram, as gravações continuaram em ritmo intenso. Mas algo começou a mudar. Ben percebeu que, mesmo fora das câmeras, ele procurava no set, como se sua presença trouxesse uma energia que ele não conseguia ignorar. Ele se pegava sorrindo com os comentários sarcásticos dela, observando como ela tratava todos — dos diretores aos estagiários — com a mesma gentileza e carisma.
Uma noite, após um longo dia de gravações, Ben se aproximou enquanto estava sentada em um dos bancos do cenário do Salão Principal, revisando suas falas para o dia seguinte.
— Você sempre estuda tanto? — ele perguntou, quebrando o silêncio.
olhou para ele, surpresa.
— Eu gosto de me preparar. Você não?
Ben deu de ombros, sentando-se ao lado dela.
— Eu prefiro improvisar. Às vezes, a melhor atuação vem do que você sente no momento.
— Então, o que você sente agora? — ela provocou, sem perceber o peso de suas palavras.
Ben ficou em silêncio por um instante, os olhos escuros fixos nos dela. Ele percebeu que, talvez, o que sentia não fosse algo que deveria ser discutido naquele momento.
— Que você é ainda mais impressionante fora das câmeras do que nelas — ele respondeu, finalmente, com um sorriso que fez desviar o olhar, corando levemente.
E assim, algo começou a surgir entre os dois. Uma conexão que ia além de seus personagens, algo que talvez nem eles pudessem controlar.


O set estava mais movimentado do que o normal naquela manhã. Os assistentes corriam de um lado para o outro, ajustando luzes, microfones e câmeras para a gravação de uma das cenas mais importantes da série. Para Ben Barnes, no entanto, o caos do set era apenas um fundo distante para o turbilhão que acontecia dentro dele.
Ele não conseguia negar o que vinha sentindo nos últimos dias. tinha uma presença única, que o fazia esperar ansiosamente pelo momento em que ela chegaria ao set. Ele tentava racionalizar — era apenas o impacto de trabalhar com uma atriz talentosa, nada além disso. Mas a verdade era que não era apenas talentosa; ela era cativante de um jeito que ele não sabia descrever.
E naquele dia, a ansiedade de Ben estava especialmente alta. Eles filmariam a cena em que Sirius Black confessava seu amor por Evelyn, mas Evelyn se recusava a acreditar, a personagem de . Uma cena crucial, que marcava a quase virada no relacionamento entre os dois personagens.
Enquanto esperava no camarim, Ben folheava o roteiro, mas seus olhos não se fixavam nas palavras. Ele conhecia as falas de cor — isso não era o problema. O problema era a ideia de encarar naquela cena, de olhar nos olhos dela e transmitir emoções que, de certa forma, já não pareciam inteiramente fictícias.
Quando finalmente chegou ao set, já estava lá, ajustando os detalhes do figurino com a figurinista. Ela sorriu ao vê-lo, aquele sorriso brilhante que parecia iluminar qualquer lugar.
— Pronto para hoje? — ela perguntou, casualmente, enquanto amarrava a capa de sua personagem.
Ben tentou sorrir de volta, mas sentiu o nervosismo crescer.
— Acho que sim. Você está pronta para que Sírius se declare? Espero que Evelyn não seja muito cruel.
riu, o som leve e descontraído, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
— Bom, depende de como você interpretar. Se for convincente o suficiente, talvez ela dê uma chance ao Bad Boy de Hogwarts.
Ben apenas assentiu, tentando esconder o quanto a brincadeira dela o deixava ainda mais nervoso.
A equipe chamou os dois para o cenário. Era uma sala vazia, com luzes suaves que criavam um clima íntimo. Na cena, Evelyn e Sírius teriam um confronto sincero e vulnerável, onde ele finalmente revelaria o que sentia por ela.
Quando o diretor deu o sinal de início, o mundo ao redor desapareceu, e era apenas Sírius e Evelyn.
— Por que você insiste em me evitar, Evelyn? — Ben começou, com uma voz carregada de emoção. Ele deu um passo à frente, aproximando-se de . — Você acha que não sei o que você está pensando? Que é só mais uma distração para mim? Alguém que eu possa ignorar facilmente?
o encarou, os olhos brilhando com intensidade.
— E o que mais você poderia ser, Black? Você nunca leva nada a sério. Por que eu deveria acreditar que isso é diferente? Se todas as vezes que você age assim é por uma maldita aposta.
Ben engoliu em seco. Ele sabia sua próxima fala, mas sentiu uma onda de nervosismo tomar conta. Não era apenas Sirius confessando seu amor — era ele, de alguma forma, colocando um pedaço de si mesmo naquela declaração.
— Porque você está errada — ele disse, sua voz saindo mais baixa e trêmula do que o esperado. Ele se aproximou ainda mais, tão perto que podia sentir o perfume dela. — Você acha que eu me importaria tanto se fosse apenas uma distração? Você acha que eu pensaria em você o tempo todo, a ponto de não conseguir dormir? Eu... eu amo você, Evelyn. E isso é a única coisa da minha vida que eu tenho certeza de que é real.
O silêncio caiu sobre o set, e piscou, claramente mergulhada na intensidade das palavras dele. Por um momento, Ben teve a sensação de que ela não estava apenas atuando — a reação dela parecia genuína.
Ela finalmente respondeu, a voz suave e cheia de emoção.
— Se isso é verdade, Black... então por que demorou tanto para me dizer, pra ter tempo de montar o texto e a encenação perfeita?
Antes que ele pudesse responder, o diretor gritou “Corta!”, interrompendo o momento. A equipe aplaudiu, e o diretor caminhou até os dois com um sorriso satisfeito.
— Isso foi incrível! A química entre vocês é palpável. Exatamente o que precisamos!
sorriu para Ben, seu rosto ainda corado pela intensidade da cena.
— Você foi incrível. — disse, com os olhos brilhando.
Ben sentiu o coração acelerar.
— Você também — respondeu, mas sua voz estava mais baixa. Ele não conseguia desviar o olhar dela.
Enquanto o set era ajustado para a próxima cena, Ben se afastou por um momento, tentando processar o que acabara de acontecer. Ele sabia que a cena havia sido forte, mas o que ele sentiu não era apenas atuação. E isso o deixava ainda mais ansioso — porque ele não sabia se sentia o mesmo.


Ben Barnes estava perdendo o controle de seus próprios pensamentos. A cada dia de gravação, ele sentia uma ansiedade crescente. Não era apenas por causa das cenas intensas ou da pressão de interpretar um personagem tão icônico. Era . Sempre .
Ele a observava de longe, rindo com Lucas, o assistente de produção que parecia estar sempre por perto. Era impossível não notar como ela ficava à vontade na companhia dele, como seus olhos brilhavam ao ouvir alguma piada ou comentário casual. E, a cada risada que escapava dos lábios dela, Ben sentia o peito apertar um pouco mais.
Ele tentou convencer a si mesmo de que estava exagerando, mas o desconforto crescia. O que ele tinha a oferecer para , afinal? Ela era talentosa, carismática e cercada de pessoas que a admiravam. Para ela, ele era apenas mais um colega de trabalho, alguém com quem dividia cenas e conversas ocasionais no set.
Naquele dia, a gravação seria especialmente desafiadora. Eles filmariam a cena onde Evelyn, a personagem de , declararia publicamente seu amor por Sirius Black. A cena aconteceria no grande pátio de Hogwarts, diante de dezenas de figurantes. Evelyn finalmente admitiria o que sentia por Sirius, uma confissão poderosa e cheia de emoção.
O set estava perfeitamente preparado. O céu nublado criava uma atmosfera dramática, e a grandiosidade do castelo ao fundo tornava o momento ainda mais intenso. já estava posicionada no centro do pátio, ajustando os últimos detalhes de seu figurino. Ben a observava à distância, tentando ignorar o nervosismo que fazia seu coração disparar.
Ela parecia tão calma, tão serena, enquanto brincava com Lucas antes de se dirigir à equipe. Ele viu Lucas sorrir para ela de um jeito que fez seu estômago revirar. Ela está feliz perto dele. Não há espaço para mim aqui, pensou Ben, engolindo em seco.
Mas quando o diretor chamou os atores para as posições, Ben respirou fundo e tentou se concentrar. Ele era profissional, e aquela cena precisava ser perfeita.
entrou na personagem imediatamente. Assim que o diretor gritou “Ação!”, o pátio inteiro mergulhou na tensão do momento.
— Você acha que é fácil ignorar a maneira como você me olha? — ela começou, a voz carregada de emoção. Evelyn estava encarando Sirius, seu olhar firme, mas vulnerável. — A forma como você me olha, como tenta esconder o que sente? Eu sei, Sirius. Sempre soube, porém, eu tinha receio que fosse mentira.
Ben deu um passo à frente, entrando na pele de Sirius Black, a raiva e a paixão borbulhando sob a superfície.
— E por que você nunca disse nada? Por que você me deixou achar que eu estava sozinho nisso? E por que você quis me quebrar quando me abri pra você?
respirou fundo, como se estivesse reunindo toda a coragem do mundo. O silêncio ao redor deles era quase ensurdecedor, com figurantes e equipe prendendo a respiração enquanto ela se preparava para a confissão de Evelyn.
— Porque eu estava com medo— ela disse, a voz tremendo de emoção. — Medo de admitir que eu amo você, Ben. O mundo pareceu parar.
A frase ecoou pelo set como uma bomba, deixando todos atordoados. piscou, como se suas próprias palavras demorassem um momento para alcançá-la. Seu coração disparou, e o sangue pareceu fugir de seu rosto. Ela não tinha acabado de dizer “Ben”, tinha?
Ben ficou imóvel, encarando-a com uma expressão que misturava surpresa, incredulidade e algo que ela não conseguiu decifrar.
O silêncio era absoluto. Nenhum figurante se mexeu. O diretor, que sempre tinha algo a dizer, ficou sem palavras.
finalmente quebrou o momento, a mão cobrindo a boca em choque. — Oh, meu Deus... eu quis dizer Sirius! — ela exclamou, a voz esganiçada. — Eu... foi um erro! Um erro estúpido!
Os olhos dela estavam arregalados, procurando desesperadamente por alguma reação nos rostos ao redor. Mas todos ainda estavam em silêncio, tentando processar o que tinham acabado de ouvir.
— Tudo bem, pessoal, pausa de cinco minutos! — o diretor finalmente gritou, tentando aliviar a tensão sufocante no ar.
não esperou por ninguém. Ela girou nos calcanhares e saiu correndo do set, o coração martelando em seu peito.
Ben hesitou por um momento, mas logo seguiu atrás dela. Ele a encontrou em uma sala vazia ao lado do set, andando de um lado para o outro enquanto murmurava algo para si mesma.
— ele chamou, a voz suave, mas carregada de emoção.
Ela parou imediatamente, o rosto ainda vermelho de vergonha.
— Ben, eu... eu sinto muito. Foi um erro. Eu estava nervosa, e... e acabou saindo errado.
Ben se aproximou lentamente, o olhar fixo nela.
— Foi mesmo um erro?
abriu a boca para responder, mas as palavras não vieram. Havia algo nos olhos dele, algo intenso e sincero, que a fez hesitar.
— Eu não sei — ela finalmente disse, a voz baixa e incerta. — Eu não sei o que estou sentindo. Só sei que estou confusa.
Ben deu um passo mais perto, tão próximo que ela podia sentir a intensidade da presença dele.
, se você não sabe, eu também não sei. Mas o que você disse... aquilo me deu esperança. E eu não consigo mais fingir que não sinto nada por você.
Ela o encarou, as palavras dele pairando no ar como uma confissão crua. O coração dela estava acelerado, e pela primeira vez, percebeu que talvez o que sentia por Ben fosse mais forte do que ela queria admitir.
O silêncio entre eles foi quebrado por um assistente chamando-os de volta ao set. desviou o olhar, ainda nervosa, mas com algo novo brilhando em seus olhos — algo que Ben percebeu e guardou consigo.


Os dias seguintes foram um turbilhão de emoções para . Desde o incidente em que trocou o nome de seu personagem pelo de Ben, parecia que todos no set estavam comentando sobre o ocorrido, mesmo que tentassem disfarçar. Sempre que ela passava, percebia olhares curiosos, sussurros abafados, e até Lucas, o assistente de produção, parecia mais cauteloso ao se aproximar dela.
Ben, por outro lado, parecia ter mudado. Ele ainda era profissional e dedicado às gravações, mas havia algo diferente em seu comportamento. Ele estava mais reservado, mas, ao mesmo tempo, mais atento à . Ela sentia o olhar dele sobre ela em todos os momentos — durante as cenas, entre os intervalos, e até quando ela estava do outro lado do set.
tentava se concentrar no trabalho, mas a tensão entre eles era quase palpável. A confissão que Ben fizera naquele dia, embora implícita, ecoava em sua mente. Ele não dissera diretamente que a amava, mas havia algo em suas palavras que sugeria um sentimento mais profundo, mais sincero do que ela estava pronta para lidar.
E então veio o dia da cena seguinte: o baile de inverno de Hogwarts. Evelyn e Sirius, finalmente admitindo seus sentimentos, dançariam sob as luzes mágicas, cercados por outros alunos. A cena seria romântica, íntima, e ambos sabiam que exigiria deles uma entrega emocional completa.
O salão principal estava deslumbrante. Flocos de neve mágicos caíam do teto, pairando no ar sem tocar o chão. As mesas estavam cobertas por toalhas de veludo azul-escuro, e um lustre brilhava suavemente acima, iluminando o ambiente com um brilho dourado. Figurantes vestidos como alunos dançavam ao som de uma música encantadora, enquanto e Ben se posicionavam no centro, prontos para filmar.
Ben estava inquieto. Seus dedos brincavam nervosamente com a ponta do casaco de Sirius, e ele evitava olhar diretamente para . Ela estava linda em seu vestido azul-claro, o tecido fluindo ao redor dela como se fosse parte de sua pele. Quando ela finalmente olhou para ele, seus olhos encontraram os dele, e, por um momento, o mundo ao redor pareceu desaparecer.

— Tudo bem?— ela perguntou suavemente, percebendo a tensão nos ombros dele.
Ele respirou fundo e assentiu.
— Estou bem só... nervoso. É uma cena importante.
— Para mim também — admitiu, sua voz quase inaudível.
Quando o diretor deu o sinal, a música foi reduzida, e a câmera se concentrou nos dois. Ben deu o primeiro passo, estendendo a mão para ela.
— Você confia em mim?— ele perguntou, exatamente como no roteiro.
colocou a mão na dele, mas quando respondeu, havia algo mais do que atuação em suas palavras.
— Sempre confiei.
Eles começaram a dançar, os movimentos suaves e sincronizados, como se fossem realmente Evelyn e Sirius, perdidos no mundo mágico que os cercava.
A tensão entre eles aumentava a cada giro, a cada toque. Quando a música suavizou, Ben — ou melhor, Sirius — segurou a mão de com mais firmeza e a puxou para mais perto, até que seus rostos estivessem a poucos centímetros de distância.
— Evelyn — ele disse, a voz baixa e carregada de emoção. — Eu faria qualquer coisa para te proteger. Você sabe disso, não sabe?
olhou nos olhos dele, sua respiração acelerada.
— Eu sei — ela respondeu, e por um momento, esqueceu-se completamente de onde estava.
A câmera capturou o momento em que Ben inclinou ligeiramente a cabeça, como se Sirius estivesse prestes a beijar Evelyn, mas a música foi interrompida pelo grito do diretor. “CORTA!”
A magia foi quebrada, e piscou, voltando à realidade. Ben soltou sua mão lentamente, o calor do toque dele ainda pulsando em sua pele.
— Foi ótimo, pessoal — o diretor comentou, parecendo satisfeito. — Vamos ajustar alguns ângulos para o próximo take, mas adorei a emoção. Cinco minutos de pausa!
saiu do set rapidamente, o coração martelando. Ela precisava de ar, de espaço. Algo estava mudando entre ela e Ben, e ela não sabia se estava pronta para lidar com isso.
Ela foi até uma das varandas externas do estúdio, onde o ar fresco a envolveu como um abraço reconfortante. Enquanto olhava para o horizonte, tentando acalmar a mente, ouviu passos atrás de si.
— Você sempre foge quando as coisas ficam intensas? — A voz de Ben soou baixa e quase hesitante.
Ela se virou, encontrando-o parado ali, com as mãos nos bolsos do casaco de Sirius. Ele parecia vulnerável, diferente do homem confiante que costumava ser.
— Não estou fugindo — ela respondeu, embora soubesse que era uma meia verdade.
Ben deu um pequeno sorriso.
— Não parece. Parece que você está tão confusa quanto eu.
Ela não respondeu de imediato, e ele deu mais um passo na direção dela.
, eu preciso saber. O que você sente quando estamos juntos? Porque, para mim, é... impossível ignorar.
Ela o encarou, o coração acelerado. Queria dizer algo, mas as palavras pareciam presas na garganta. Finalmente, ela encontrou coragem para sussurrar:
— Eu sinto tudo ao mesmo tempo, Ben. E é isso que me assusta.
Ben parou, absorvendo as palavras dela. Então, sem dizer mais nada, ele se aproximou ainda mais, tão próximo que ela podia sentir o calor dele.
— Se você sente tudo isso — ele disse, a voz baixa —, então talvez não devêssemos ignorar.
O momento parecia eterno, mas antes que qualquer um deles pudesse fazer ou dizer mais alguma coisa, Lucas apareceu, chamando de volta ao set.
Ela deu um passo para trás, desviando o olhar.
— Precisamos voltar.
Ben assentiu, mas enquanto ela se afastava, ele não pôde evitar um pequeno sorriso. Porque, mesmo sem respostas claras, sentiu que eles estavam um passo mais perto de algo real.


A atmosfera no set estava diferente naquele dia. Havia uma energia mais pesada, como se todos soubessem que a cena que estavam prestes a filmar não seria apenas importante para a história de Evelyn e Sirius, mas também para os dois atores que os interpretavam.
sabia o que estava por vir desde que leu o roteiro pela primeira vez, mas só agora, enquanto revisava suas falas pela enésima vez, ela sentiu o verdadeiro peso da cena. Evelyn e Sirius, depois de tantas trocas de olhares, confissões implícitas e momentos de quase contato, finalmente cederiam à paixão em uma sequência íntima.
Ela respirou fundo, tentando afastar a ansiedade. Sabia que era apenas atuação, mas não conseguia evitar a tensão que percorria seu corpo. Especialmente porque, nos últimos dias, cada interação com Ben parecia carregada de algo que ela não conseguia definir — algo que ia além do profissional.
Ben, por sua vez, estava igualmente nervoso. Ele sempre foi um ator experiente e profissional, mas, naquele momento, a ideia de estar tão próximo de em uma cena tão íntima o deixava inquieto. Era mais do que apenas nervosismo pelo trabalho; era a consciência de que, para ele, aquilo não seria apenas atuação.
O diretor explicou a cena para a equipe, pedindo o máximo de cuidado para que e Ben se sentissem à vontade. O cenário era uma sala de aula vazia em Hogwarts, iluminada apenas pela luz de velas. Evelyn e Sirius, fugindo de uma patrulha de Filch, se esconderiam ali. Mas o momento de adrenalina daria lugar à confissão dos sentimentos que haviam sido reprimidos por tanto tempo.
Ben e tomaram seus lugares no set. Ele já estava na personagem, o olhar intenso de Sirius Black fixo nela. podia sentir o coração acelerado enquanto tentava se concentrar em entrar na mente de Evelyn.
“Ação!”
A câmera começou a girar e a cena se desenrolou como ensaiado.
— Filch está lá fora — Ben murmurou, a voz rouca enquanto Sirius encostava a porta da sala. Ele olhou para Evelyn, os olhos brilhando com adrenalina. — Acho que estamos seguros... por enquanto.
deu um passo para trás, encostando-se na mesa no centro da sala, tentando parecer tranquila.
— Você chama isso de seguro? Estamos no meio de uma escola cheia de professores que adorariam nos expulsar.
Ben riu baixinho, aproximando-se dela.
— Ah, Evelyn, sempre tão cautelosa. Talvez você devesse relaxar um pouco.
O tom provocador de Sirius fez o corpo de reagir involuntariamente e ela percebeu que não era apenas Evelyn quem estava tensa. Ela ergueu o olhar para ele e seus olhos se encontraram.
— Relaxar? — ela murmurou, tentando manter o tom desafiador. — Com você por perto, isso parece impossível.
A linha de diálogo soou mais verdadeira do que pretendia e Ben claramente percebeu. Ele parou, seu rosto a poucos centímetros do dela.
— Por que parece impossível? — ele perguntou, a voz baixa, quase um sussurro.
sentiu a respiração dele contra sua pele, e por um momento, esqueceu que estava em um set.
— Porque… — ela começou, mas sua voz falhou.
Era o momento que o roteiro pedia. Sirius, incapaz de resistir mais, se inclinaria para beijar Evelyn, e ela o corresponderia com a mesma intensidade. Mas, quando Ben avançou, sentiu como se o mundo ao seu redor tivesse desaparecido.
O beijo começou como ensaiado, mas rapidamente se tornou algo mais profundo, mais real. As mãos de Ben seguraram delicadamente o rosto de , enquanto ela o puxava para mais perto. A sala parecia mais quente, e o som de suas respirações preenchia o silêncio.
“CORTA!”
A voz do diretor ecoou pelo set, mas Ben e demoraram um segundo a mais para se separar. Quando finalmente o fizeram, ambos estavam ofegantes, os olhos arregalados enquanto se olhavam.
— Excelente, pessoal — o diretor elogiou, parecendo satisfeito. — Acho que conseguimos capturar o que precisávamos. Vamos ajustar a iluminação para o próximo take!
deu um passo para trás, tentando controlar a respiração. Ela sentia as bochechas queimando enquanto evitava olhar para Ben. Ele, por outro lado, parecia estar em uma batalha interna, como se quisesse dizer algo, mas não soubesse como.
Quando o diretor chamou uma pausa de quinze minutos, saiu apressada do set, procurando um lugar para ficar sozinha. Ela precisava de um momento para processar o que acabara de acontecer.
Ben hesitou por alguns instantes antes de segui-la. Ele sabia que não deveria pressioná-la, mas também sabia que não podia continuar ignorando o que estava acontecendo entre eles.
Ele a encontrou no camarim, encostada contra a mesa, o olhar fixo no espelho. Ela parecia perdida em seus próprios pensamentos; Ben bateu levemente na porta antes de entrar.
— ele chamou, a voz suave.
Ela ergueu o olhar, encontrando o dele pelo reflexo no espelho.
— Ben, eu...
— Foi mais do que uma cena para mim — ele interrompeu, aproximando-se. — E acho que você sabe disso.
desviou o olhar, as emoções conflitantes claramente estampadas em seu rosto.
— Ben, isso é complicado. Estamos no meio de uma produção. Não podemos...
— Eu sei — ele disse, interrompendo-a novamente. — Mas isso não muda o que eu sinto. Eu não consigo mais fingir que o que acontece entre nós é apenas atuação.
Ela se virou para ele, finalmente encarando-o.
— E se for apenas atuação para mim?
Ben deu um sorriso de lado, embora houvesse dor em seus olhos.
— Se fosse, você não teria hesitado antes de dizer isso.
O silêncio se instalou entre eles, pesado e carregado de tudo o que ainda não havia sido dito. sabia que Ben estava certo, mas admitir isso em voz alta parecia um passo grande demais.
— Precisamos voltar para o set — ela finalmente disse, quebrando o momento.
Ben assentiu, mas antes de sair, ele parou na porta e olhou para ela uma última vez.
— Seja o que for, , eu só espero que você não tenha medo de sentir.
E com isso, ele saiu, deixando-a sozinha com seus pensamentos — e um coração que batia mais rápido do que ela gostaria de admitir.


O clima no set parecia eletrizado naquela manhã. Todos estavam cientes da complexidade da cena que seria gravada, mas ninguém além de e Ben parecia sentir o peso que ela realmente carregava. Era uma sequência intensa, o ápice da relação de Evelyn e Sirius, em que os personagens finalmente se entregariam um ao outro.
Para , cada passo em direção ao set era como entrar em um território desconhecido. Depois da conversa no camarim, as palavras de Ben ficaram gravadas em sua mente: "Seja o que for, só espero que você não tenha medo de sentir." Mas sentir era justamente o que a assustava.
Ben já estava no set quando ela chegou. Ele estava em pé ao lado do diretor, conversando sobre os detalhes da cena. Quando seus olhares se encontraram, ele deu um pequeno sorriso, como se quisesse tranquilizá-la. tentou sorrir de volta, mas a ansiedade ainda estava evidente em seus olhos.
O diretor explicou o que esperava da cena, pedindo delicadeza e intensidade na medida certa. Ele também garantiu que tudo seria feito com o máximo respeito ao conforto de ambos. A sala estava praticamente vazia, com apenas o essencial da equipe presente. As luzes eram baixas, criando uma atmosfera íntima.
e Ben se posicionaram no set. Era um quarto na Torre da Grifinória, iluminado apenas pela luz do luar que entrava pela janela. Evelyn e Sirius, após dias de tensão e sentimentos reprimidos, estariam finalmente sozinhos, longe dos olhos curiosos de Hogwarts.
O diretor deu o sinal e a cena começou.
Sirius entrou no quarto, o olhar sombrio enquanto fechava a porta atrás de si.
— Você não deveria estar aqui — ele murmurou, aproximando-se de Evelyn.
, como Evelyn, respondeu com um misto de provocação e vulnerabilidade.
— E você deveria ser mais discreto, mas aqui estamos.
Ben avançou, sua presença dominando o espaço. Ele parou na frente dela, tão próximo que sentiu o calor de seu corpo.
— Eu tentei me afastar na frente dos marotos — ele disse, a voz carregada de emoção. — Mas você está em todos os lugares, Evelyn. Nos meus pensamentos, nos meus sonhos... Eu não consigo mais lutar contra isso.
sentiu as palavras dele como uma verdade não apenas do roteiro, mas da vida real. Quando ela respondeu, sua voz estava baixa, quase um sussurro.
— Então pare de lutar.
O beijo que se seguiu foi arrebatador. Não era apenas paixão; era um desabafo de tudo o que eles haviam reprimido. As mãos de Ben seguraram a cintura de com firmeza, enquanto ela se agarrava aos ombros dele, completamente entregue ao momento.
A cena continuou, com a intensidade aumentando gradualmente. sabia que cada toque e cada olhar eram parte do roteiro, mas, ao mesmo tempo, havia uma sinceridade ali que não podia ser fingida.
“CORTA!”
A voz do diretor ecoou pelo set, mas, mais uma vez, e Ben demoraram a se separar. Quando finalmente o fizeram, ambos estavam ofegantes, os olhos brilhando.
— Excelente trabalho, vocês dois — o diretor disse, satisfeito. — Vamos fazer uma pausa antes do próximo take.
deixou o set rapidamente, sentindo o rosto quente. Ela foi até o canto mais afastado do estúdio, tentando recuperar o fôlego. Mas, antes que pudesse se recompor, Ben apareceu ao seu lado.
— Precisamos conversar — ele disse, a voz baixa, mas firme.
Ela o olhou, ainda tentando processar tudo o que sentia.
— Sobre o quê?
— Sobre isso — ele respondeu, gesticulando entre eles. — Sobre nós.
cruzou os braços, uma barreira instintiva.
— Ben, isso é complicado. Estamos trabalhando juntos. Se alguém descobrir….
— Eu não me importo — ele interrompeu, dando um passo em sua direção. — Eu não me importo com o que os outros vão pensar. O que importa é o que está acontecendo aqui, entre nós. E você sente isso tanto quanto eu.
Ela abriu a boca para protestar, mas as palavras não saíram. Ele estava certo, e ela sabia disso.
Ben se aproximou ainda mais, colocou o queixo dela entre o polegar e o indicador para que o olhasse nos olhos.
— Se você quiser fingir que isso é só atuação, tudo bem. Eu vou respeitar isso, mas, se há uma chance de que você sinta o mesmo, mesmo que um pouco, então precisamos ser honestos.
hesitou, os pensamentos girando em sua mente. Finalmente, ela suspirou, baixando os braços.
— Eu sinto, Ben. Claro que sinto. Mas... isso pode complicar tudo.
— Então complicamos — ele respondeu com um sorriso suave. — Desde que seja com você, vale a pena.
não conseguiu evitar um pequeno sorriso.
— Você tem noção de como isso é arriscado?
— Sim — ele respondeu, sem hesitar. — E estou disposto a correr o risco. Mas só se você estiver.
Ela mordeu o lábio, ponderando. Finalmente, ela deu um passo em direção a ele.
— Se fizermos isso, tem que ser em segredo. Pelo menos por enquanto.
Ben assentiu, com os olhos brilhando.
— Segredo. Só nosso.
E, naquele momento, enquanto o caos do set continuava ao redor deles, Ben se inclinou e a beijou novamente, desta vez sem câmeras, sem roteiro, e sem ninguém para assistir. Apenas eles, finalmente admitindo o que sentiam.


A manhã seguinte trouxe um misto de ansiedade e euforia para . Apesar do acordo que fizeram na noite anterior, a ideia de manter algo em segredo parecia mais fácil na teoria. No entanto, a realidade de ter Ben Barnes a poucos metros dela, em um set cheio de olhares atentos, fazia cada interação parecer uma coreografia cuidadosamente ensaiada.
O dia prometia ser longo. A agenda incluía várias cenas em que Evelyn e Sirius enfrentariam desafios perigosos juntos, o que significava que e Ben passariam boa parte do dia lado a lado.
Quando chegou ao set, Ben já estava lá, conversando com o diretor. Assim que a viu, ele deu um sorriso discreto, o tipo de sorriso que poderia ser interpretado como parte de sua personalidade charmosa por qualquer outra pessoa, mas que sabia que carregava um significado mais profundo.
— Bom dia — ele disse, casualmente, quando ela se aproximou.
— Bom dia — ela respondeu, tentando soar igualmente despreocupada.
Os dois conseguiram manter a fachada profissional durante as primeiras cenas do dia. Eles trocaram diálogos intensos e executaram as ações perfeitamente, mas não pôde deixar de notar os pequenos gestos de Ben — a forma como ele colocava a mão em sua cintura durante uma cena ou como seus dedos roçavam os dela em um movimento que não estava no roteiro.
Na pausa para o almoço, encontrou um canto mais isolado do set para descansar, mas não demorou muito para que Ben a encontrasse. Ele se aproximou com dois copos de café na mão e um sorriso travesso nos lábios.
— Espero que tenha acertado o seu pedido — ele disse, entregando um dos copos a ela.
pegou o café, arqueando uma sobrancelha.
— Você decorou meu pedido?
— Claro — ele respondeu com naturalidade. — Um bom parceiro de cena precisa saber dessas coisas.
Ela riu, balançando a cabeça.
— Você é impossível.
— Talvez — ele admitiu, inclinando-se ligeiramente para ela. — Mas impossível é mais interessante, não acha?
olhou ao redor, certificando-se de que ninguém estava prestando atenção.
— Ben, isso é exatamente o tipo de coisa que precisamos evitar.
— Relaxa — ele disse, a voz baixa e reconfortante. — Ninguém está prestando atenção em nós. Eles estão ocupados demais com seus próprios assuntos.
Ela suspirou, tentando manter a compostura.
— Você facilita demais para me esquecer disso, sabia?
Ben sorriu, o olhar brilhando de diversão.
— E quem disse que quero que você esqueça?
Antes que ela pudesse responder, um assistente de produção apareceu para chamá-los de volta ao set. e Ben trocaram um último olhar antes de seguir em direções opostas, ambos sentindo o peso do que estavam tentando esconder.

Mais tarde, no set

A última cena do dia envolvia Evelyn cuidando de um ferimento em Sirius após uma batalha contra os Comensais da Morte. A tensão entre os personagens estava escrita no roteiro, mas sabia que o desafio real seria não deixar suas emoções pessoais transparecer demais.
A cena começou com Evelyn ajoelhada ao lado de Sirius, limpando cuidadosamente o ferimento em seu braço. “Você é imprudente, sabia disso?” ela disse, a voz carregada de preocupação.
— Eu sobrevivi, não foi? — Sirius respondeu, tentando disfarçar a dor com um sorriso.
— Por pouco — ela retrucou, os olhos brilhando de raiva e alívio.
Ben, como Sirius, olhou para ela com uma intensidade que quase fez perder o ritmo.
— Eu sobreviveria a qualquer coisa se soubesse que você estaria aqui para me salvar.
sentiu o peso das palavras, tanto do personagem quanto de Ben. Seu coração disparou, mas ela manteve a expressão séria, exatamente como Evelyn faria.
— Você não pode continuar contando com isso, Sirius. Um dia, eu posso não estar por perto.
— Então eu vou ter que me certificar de que você esteja — ele respondeu, sua mão alcançando a dela.
O toque foi breve, mas carregado de significado. sentiu os pelos de sua nuca se arrepiarem, mas manteve a postura até que o diretor finalmente gritou “Corta!”
Quando a cena terminou, os aplausos tímidos da equipe ecoaram pelo set. Ben se levantou e, antes de sair, sussurrou para , enquanto passava por ela:
— Você está tornando isso impossível, sabia?
Ela apenas olhou para ele, sem saber o que responder. Mas, enquanto o observava sair do set, soube que ele não era o único que estava lutando contra o impossível.


Os rumores sobre a série dos Marotos estavam começando a se espalhar como fogo. Entre os fãs de Harry Potter e os entusiastas de séries, a produção já era um dos projetos mais aguardados do ano. O set, que antes era um ambiente tranquilo e isolado, agora vivia cercado de fotógrafos e jornalistas tentando capturar qualquer detalhe.
Naquele dia, enquanto se preparava no camarim, ela viu no celular uma notificação sobre um evento em que Ben Barnes faria uma aparição para promover um de seus projetos recentes. Ela tentou não pensar muito nisso, mas o coração acelerou ao imaginar as perguntas inevitáveis que ele enfrentaria. Horas depois, enquanto estava no set, um burburinho começou a se espalhar entre os membros da equipe. Um vídeo da entrevista de Ben havia começado a circular, e aparentemente ele havia mencionado algo... intrigante.
tentou se concentrar nas cenas que estava filmando, mas era impossível ignorar os sussurros e olhares lançados em sua direção. Quando finalmente teve uma pausa, foi até o canto mais isolado que conseguiu encontrar e abriu o vídeo no celular.
No vídeo, Ben estava cercado por repórteres em um tapete vermelho. Ele estava deslumbrante em um terno preto, o sorriso encantador e confiante como sempre.
— Ben — começou uma repórter, a voz cheia de entusiasmo. — Os fãs estão enlouquecidos com os rumores da série dos Marotos. Podemos esperar grandes surpresas?
Ele riu suavemente, ajustando o microfone.
— Acho que vocês vão adorar. É um projeto especial e todo o elenco está dando tudo de si.
Outra repórter interrompeu, mudando completamente o foco da conversa:
— E falando em surpresas, os fãs estão curiosos... você está solteiro no momento?
segurou a respiração, incapaz de desviar os olhos da tela.
Ben riu, parecendo hesitar por um momento antes de responder.
— Na verdade... não, eu não estou solteiro.
A declaração fez os repórteres explodirem em perguntas, mas a mais alta se destacou:
— É verdade que você está namorando a Amanda Seyfried? Vocês foram vistos juntos em um evento recentemente.
Ben balançou a cabeça, claramente divertido.
— Não, não é a Amanda. Embora ela seja incrível, a pessoa com quem estou é... bem, eu diria que é ainda mais bonita.
A resposta causou um frenesi entre os jornalistas.
— Quem é ela, então? — perguntou uma repórter, inclinando-se para mais perto.
Ben sorriu, e percebeu o brilho travesso em seus olhos.
— É alguém especial, mas prefiro manter isso em segredo por enquanto. No entanto...— Ele fez uma pausa, olhando diretamente para a câmera. — Se ela estiver assistindo isso, quero que saiba que estou pensando nela. E que mal posso esperar para vê-la novamente.
sentiu o rosto esquentar enquanto o vídeo terminava. Sua mente estava em um turbilhão. Ele havia acabado de mandar um recado para ela? Em rede nacional?
De repente, o som de passos a tirou de seus pensamentos. Quando olhou para cima, encontrou Ben parado ali, com um sorriso calmo e o olhar divertido.
— Você viu? — ele perguntou, casualmente, como se não tivesse acabado de deixar implícito para o mundo inteiro que estava em um relacionamento secreto.
cruzou os braços, tentando parecer séria, mas não conseguindo conter um pequeno sorriso.
— Você acabou de praticamente gritar para o mundo que está com alguém.
— Eu não disse quem era — ele respondeu, se aproximando mais. — E, tecnicamente, só enviei uma mensagem para minha namorada secreta. Você está reclamando disso?
Ela suspirou, balançando a cabeça.
— Você é impossível, Ben.
— E você gosta disso,— ele retrucou, o sorriso alargando.
olhou ao redor, certificando-se de que ninguém estava por perto, antes de relaxar e deixar um sorriso escapar.
— Você vai causar problemas para nós dois, sabia?
Ben deu de ombros, os olhos brilhando de malícia.
— Se for para causar problemas, que sejam com você. Vale a pena.
Antes que ela pudesse responder, um assistente apareceu para chamá-los de volta ao set. e Ben trocaram um último olhar, cheio de cumplicidade, antes de seguir para suas posições.
O mundo estava começando a suspeitar, mas, naquele momento, eles só tinham olhos um para o outro.


O frenesi causado pela entrevista de Ben não demorou a atingir o set da série dos Marotos. Na manhã seguinte, a produção estava em alerta, com jornalistas rondando os portões e fotógrafos tentando capturar qualquer interação suspeita. Para , a tensão no ar era palpável.
Ela mal conseguia sair de seu trailer sem sentir os olhares curiosos da equipe. Sabia que as palavras de Ben na entrevista despertaram suspeitas, e a ideia de alguém juntar os pontos a deixava inquieta.
No entanto, Ben parecia estar lidando com tudo de forma descontraída. Quando o encontrou no set, ele estava encostado em uma pilastra, conversando com um dos assistentes de câmera. Assim que a viu, sorriu daquele jeito travesso que fazia seu coração disparar.
— Bom dia — ele disse, aproximando-se com um copo de café na mão.
— Você parece bem relaxado, considerando a bagunça que causou ontem — respondeu, cruzando os braços.
— Ah, você se refere à entrevista? — Ele fingiu surpresa, o sorriso crescendo. — Não acho que foi uma bagunça. Achei bem sutil, na verdade.
Ela revirou os olhos, mas não conseguiu conter um sorriso.
— Sutil? Você praticamente declarou que está apaixonado.
Ben inclinou-se para mais perto, a voz baixa para que ninguém ouvisse.
— E não é verdade?
sentiu o rosto esquentar e desviou o olhar. Antes que pudesse responder, o diretor chamou a atenção de todos para uma reunião rápida sobre as cenas do dia.

Horas Depois

A cena principal daquela tarde era uma das mais emocionantes da série até então. Evelyn e Sirius, após semanas de desencontros e perigos, finalmente teriam um momento de vulnerabilidade juntos. Era uma cena carregada de emoção e o diretor queria que fosse o mais autêntica possível.
se posicionou no cenário: um espaço iluminado pela luz bruxuleante de um feitiço Lumos, com livros e pergaminhos espalhados por toda parte. Ben, como Sirius, estava sentado à mesa, o olhar perdido em pensamentos.
— Câmera rodando! — disse o diretor.
entrou em cena, movendo-se lentamente até ficar ao lado de Sírius. A tensão entre os dois personagens era palpável e ela podia sentir Ben canalizando cada emoção.
— Você não precisa carregar tudo isso sozinho, Sirius — Evelyn disse, sua voz suave, mas firme.
Ben levantou o olhar para ela, os olhos brilhando com uma mistura de dor e desejo.
— Evelyn... você não entende. Se algo acontecer com você por minha causa, eu nunca me perdoaria.
deu um passo mais perto, a expressão de Evelyn cheia de determinação.
— Então pare de me afastar. Estou aqui porque quero estar. Porque eu... eu te amo.
As palavras saíram do roteiro, mas o tom com que as disse parecia mais real do que qualquer coisa que ela já havia feito. Por um momento, o silêncio tomou conta do set, e Ben, como Sirius, se levantou lentamente, seus olhos fixos nos dela.
— Eu também te amo — ele respondeu, sua voz baixa, mas carregada de intensidade.
O beijo que se seguiu era parte do roteiro, mas algo naquele momento parecia mais verdadeiro do que nunca. O toque, a forma como Ben segurou o rosto dela com as mãos, a maneira como se entregou... nada parecia apenas atuação.
“CORTA!”
O diretor parecia satisfeito, elogiando a química dos dois. Mas e Ben demoraram um segundo a mais para se afastar, os olhares ainda conectados.

Mais Tarde, no Trailer de

Quando finalmente teve um momento de privacidade, não demorou muito para ouvir uma batida na porta. Ela abriu, encontrando Ben do lado de fora, com o mesmo sorriso de sempre, mas um brilho mais sério nos olhos.
— Podemos conversar? — ele perguntou.
Ela o deixou entrar, fechando a porta atrás dele.
— Se for para reclamar da cena, já vou dizer que achei que você foi ótimo — ela brincou, tentando aliviar a tensão.
Ben deu uma risada curta antes de se aproximar dela.
— Não é sobre a cena. É sobre nós.
cruzou os braços, inclinando a cabeça para o lado.
— O que tem “nós”?
— Eu sei que você está preocupada com o que os outros vão pensar, com os rumores, com a mídia — ele começou, a voz sincera. — Mas o que aconteceu hoje... , isso não é só atuação. Pelo menos para mim, não é.
Ela o encarou, o coração disparado.
— Ben...
— Eu sei que é arriscado, mas não quero mais fingir que isso não está acontecendo — ele continuou. — Eu não me importo com o que a mídia vai dizer, com o que a produção vai pensar. O que importa é o que você sente. E se você sentir o mesmo que eu, quero que a gente viva isso de verdade.
ficou em silêncio por um momento, sentindo as palavras dele ecoarem em sua mente. Finalmente, ela respirou fundo e deu um pequeno passo em sua direção.
— Ben... eu sinto. Mas isso não significa que vai ser fácil.
Ele sorriu, dando de ombros.
— Nada que vale a pena é fácil.
E, antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, ele a beijou, selando o que eles haviam mantido escondido por tanto tempo.


O dia amanheceu com um clima mais ameno em Londres, e se sentia leve pela primeira vez em semanas. A tensão de manter o relacionamento em segredo parecia ter diminuído desde a conversa decisiva com Ben na noite anterior. Eles haviam combinado que, embora não fossem anunciar nada publicamente, também não iriam mais viver com tanto medo de serem descobertos.
Por isso, naquela manhã, aceitou de bom grado o convite de Ben para um café rápido antes das gravações. Era um lugar pequeno e discreto no centro da cidade, um refúgio que Ben dizia frequentar há anos sem ser incomodado.
Quando chegaram, o local estava relativamente tranquilo, com apenas alguns clientes espalhados pelas mesas. Eles pediram seus cafés — um cappuccino para ela e um expresso duplo para ele — e se sentaram no canto mais afastado, próximos à janela.
— Parece que finalmente temos um momento só nosso — Ben comentou, dando um gole em seu café e sorrindo de forma despreocupada.
brincou com a borda de sua xícara, olhando pela janela para o movimento da rua.
— Isso se ninguém nos reconhecer — disse, embora sua voz estivesse mais relaxada do que apreensiva.
Ben inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos na mesa e olhando para ela com intensidade.
— E se reconhecerem? Não vamos nos esconder para sempre, . Não precisamos sair gritando para o mundo, mas também não precisamos nos esconder como se fosse errado.
respirou fundo e abriu um pequeno sorriso.
— Você faz parecer tão fácil.
— Talvez porque com você, tudo parece fácil — ele respondeu, o sorriso que fazia seu coração disparar surgindo em seus lábios.
Eles estavam tão envolvidos na conversa que não perceberam o homem sentado a duas mesas de distância, com uma câmera discretamente posicionada.

Horas Depois

Quando chegou ao set para a gravação da tarde, o clima estava diferente. Alguns membros da equipe olhavam para ela com curiosidade, outros sussurravam entre si. Ela tentou ignorar, convencida de que era apenas paranoia. Mas, ao entrar no camarim, seu telefone começou a vibrar incessantemente.
Ela pegou o aparelho e viu várias notificações: mensagens de amigos, alertas de redes sociais, e uma ligação perdida de sua mãe, Dayane. Seu coração acelerou, mas antes que pudesse processar, o telefone começou a tocar novamente. Era sua mãe.
— Oi, mãe — atendeu, tentando soar casual.
— Oi, querida — Dayane respondeu, com uma voz que oscilava entre preocupação e humor contido. — Você está bem?
— Sim, estou. Por quê? — perguntou, sentindo um frio na espinha.
— Honey, acho que você deveria dar uma olhada nos jornais ou nas redes sociais. Você e Ben estão em destaque.
O estômago de revirou.
— O que quer dizer com destaque?
— Digo que vocês dois foram fotografados juntos em uma cafeteria esta manhã. E agora a mídia está em polvorosa tentando descobrir o que está acontecendo entre vocês.
ficou em silêncio por um momento, absorvendo a informação. Finalmente, suspirou.
— Isso não é tão ruim, certo? Quero dizer, só estávamos tomando café.
— Sim, mas a forma como ele olhava para você… — Dayane hesitou, e podia imaginar o sorriso no rosto de sua mãe. — É óbvio que vocês estão juntos. Até os repórteres estão comentando sobre a química de vocês.
— Ótimo — murmurou, massageando as têmporas. — É exatamente disso que eu precisava.
— Dayane continuou, agora com um tom mais sério. — Você sabia que isso ia acontecer em algum momento. Está pronta para lidar com isso?
respirou fundo, tentando manter a calma.
— Sim, mãe. Estou pronta. Só não esperava que fosse tão rápido.
— Bom, pelo menos você está com alguém que parece realmente se importar com você — sua mãe disse, suavizando o tom. — E, para ser sincera, eu aprovo. Ben parece um ótimo rapaz.
sorriu, sentindo-se um pouco mais tranquila.
— Obrigada, mãe. Eu precisava ouvir isso.
Depois de encerrar a ligação, abriu as redes sociais pela primeira vez naquele dia. Não demorou muito para encontrar as manchetes:

“Ben Barnes e Fontaine: novo casal de Hollywood?” “Estrela da série dos Marotos é vista em momento íntimo com colega de elenco!” “Ben Barnes manda recado para namorada secreta em entrevista. Seria ?”

As fotos estavam por toda parte. Eles dois sentados à mesa, Ben olhando para ela como se ela fosse a única pessoa no mundo. sentiu o rosto esquentar, mas também um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.

No Set

Quando finalmente saiu de seu camarim, encontrou Ben no corredor, encostado na parede com os braços cruzados. Ele tinha um celular na mão e parecia estar lendo as mesmas manchetes que ela.
— Então, fomos descobertos — ele disse, erguendo os olhos para ela com um sorriso despreocupado.
— Você não parece muito preocupado — respondeu, parando na frente dele.
— Por que eu estaria? Agora que já estamos na mira da mídia, pelo menos não precisamos mais fingir que não estamos juntos e agora todos sabem que você é a minha princesa — ele respondeu, estendendo a mão para tocar a dela.
olhou ao redor, preocupada que alguém os visse, mas Ben parecia tão tranquilo que acabou cedendo, entrelaçando os dedos nos dele.
— Isso vai ser um caos — ela murmurou.
— Talvez — ele respondeu, sorrindo. — Mas com você, vale a pena.
E, pela primeira vez desde que tudo começara, sentiu que talvez ele tivesse razão.


As gravações da série dos Marotos estavam entrando em sua reta final e a atmosfera no set era um misto de nostalgia e alívio. Para , era difícil acreditar que aqueles meses intensos estavam chegando ao fim. Mas, enquanto o trabalho no set diminuía, a intensidade fora dele só aumentava.
Mesmo após semanas desde que ela e Ben foram fotografados juntos na cafeteria, a mídia parecia obcecada com o possível relacionamento deles. Sites de fofocas, programas de TV e até grandes jornais continuavam especulando, analisando cada interação pública, cada entrevista e até mesmo as fotos de bastidores da série que surgiam ocasionalmente nas redes sociais.
fazia o possível para ignorar os holofotes, mas havia momentos em que o peso da exposição a atingia. Caminhar pelas ruas de Londres sem ser reconhecida era praticamente impossível, e os jornalistas estavam sempre à espreita, esperando capturar qualquer momento dela e Ben juntos.
No entanto, Ben parecia lidar com a situação de forma exemplar. Sempre que podia, ele fazia questão de protegê-la do assédio, mantendo-a calma com seu jeito descontraído e seu humor. Ele parecia genuinamente feliz, mesmo com toda a atenção indesejada.

No Set

Naquela tarde, a cena final de Evelyn e Sirius seria gravada. Era um momento crucial da série, onde os dois personagens, agora profundamente conectados, precisavam enfrentar uma despedida inevitável. Para e Ben, era mais do que apenas uma cena: era uma espécie de despedida do tempo que passaram juntos como esses personagens.
O cenário estava montado em uma colina com vista para Hogwarts. O vento frio soprava e a equipe se apressava para ajustar os últimos detalhes. estava em seu trailer, ajustando os últimos retoques de figurino e maquiagem, quando alguém bateu na porta.
— Entre! — ela chamou.
Era Ben. Ele estava vestido como Sirius, mas seu sorriso caloroso era todo dele.
— Pronta para nossa última grande cena?
sorriu, embora houvesse uma pontada de tristeza em seu olhar.
— Pronta... eu acho.
Ben se aproximou, pegando sua mão.
— Ei, só porque as gravações estão terminando, não significa que isso aqui — ele disse, apertando a mão dela de leve —, precisa terminar também.
Ela riu, balançando a cabeça.
— Você é sempre tão positivo, não é?
— Com você? Sempre, Honey — ele respondeu, inclinando-se para beijá-la suavemente.
Eles se separaram antes que o momento pudesse se alongar, sabendo que qualquer atraso chamaria atenção indesejada.

A Cena Final

A gravação foi emocionalmente carregada. Evelyn e Sirius estavam em pé lado a lado, olhando para Hogwarts à distância. Era um adeus, um momento que marcava o fim de uma era para os dois personagens.
— Você sabe que eu voltaria se pudesse — Sirius disse, a voz de Ben embargada, mas firme.
— Eu sei — Evelyn respondeu, as palavras de repletas de dor contida. — Mas isso não torna mais fácil te deixar ir.
Eles se aproximaram, o vento soprando ao redor deles enquanto o silêncio se instalava. Ben olhou para , e por um momento, ela sentiu que ele não estava apenas sendo Sirius — ele era Ben, dizendo adeus de verdade.
O diretor gritou “CORTA!” e aplausos ecoaram pelo set. Era o fim de uma era e todos sabiam disso. sentiu os olhos se encherem de lágrimas enquanto olhava para Ben. Ele abriu um pequeno sorriso, como se dissesse: Estamos bem.

Mais Tarde, no Evento de Encerramento

Após o último dia de gravações, a produção organizou uma pequena festa de encerramento para celebrar o trabalho de todos. Era um evento descontraído, com música, comida e discursos emocionantes dos produtores e do diretor.
estava conversando com alguns dos outros atores quando ouviu alguém atrás dela pigarrear. Ela se virou e encontrou Ben, segurando duas taças de champanhe.
— Vim roubar você por um minuto — ele disse, oferecendo uma das taças, fazendo Aaron e Andrew darem risadas se afastando.
Ela riu, pegando o copo.
— E por que eu deveria deixar você me roubar?
— Porque eu tenho algo importante para te dizer — ele respondeu, puxando-a para um canto mais tranquilo.
Quando estavam longe o suficiente dos outros, Ben se virou para ela, o sorriso descontraído de sempre sendo substituído por algo mais sério.
, eu sei que o que temos vivido nos últimos meses não foi exatamente fácil. A mídia, o assédio, tudo isso… — Ele respirou fundo, parecendo escolher cuidadosamente as palavras. — Mas eu nunca fui tão feliz como sou quando estou com você. Não importa o que venha depois disso, eu quero que você saiba que estou disposto a enfrentar tudo se for para estar com você.
sentiu os olhos se encherem de lágrimas novamente, mas dessa vez, era por outro motivo.
— Ben...
— Eu só queria que você soubesse — ele continuou, sorrindo suavemente. — Porque o fim das gravações não é o fim de nós. Certo?
Ela assentiu, sorrindo enquanto segurava a mão dele.
— Certo.
E ali, sob as luzes suaves do salão e longe das câmeras e dos olhares curiosos, eles compartilharam um momento que era só deles.


O tão aguardado dia da estreia da série dos Marotos finalmente havia chegado. O evento era grandioso, realizado em um teatro histórico de Londres, com um tapete vermelho impecável que serpenteava até a entrada principal. As luzes dos flashes já iluminavam o local desde o início da tarde, enquanto celebridades, jornalistas e fãs se aglomeravam para testemunhar o lançamento de uma das produções mais esperadas do ano.
chegou no auge do evento, sendo a última do elenco principal a pisar no tapete vermelho. Ela usava um deslumbrante vestido azul real, com um decote delicado em forma de coração e uma fenda lateral que a fazia parecer uma verdadeira estrela de cinema. Seus cabelos estavam presos em um coque sofisticado, com algumas mechas soltas enquadrando seu rosto e ela usava um par de brincos de safira que complementavam perfeitamente o vestido.
Assim que saiu do carro, o burburinho aumentou. Os fotógrafos praticamente enlouqueceram, os flashes piscando em sua direção como se não houvesse amanhã. mantinha um sorriso elegante, parando para posar em diferentes ângulos, enquanto acenava suavemente para os fãs que gritavam seu nome.
Ela mal havia começado a caminhar pelo tapete quando avistou Ben, que já estava sendo entrevistado mais à frente. Ele estava impecável em um smoking preto clássico, mas o que mais chamou sua atenção foi o olhar que ele lançou em sua direção. Era intenso, quase hipnotizado, como se ela fosse a única pessoa naquele lugar lotado.
Ben apressou-se em encerrar sua entrevista e foi direto ao encontro de . Quando ele chegou, a mídia se agitou ainda mais, todos tentando capturar o momento em que os dois estavam lado a lado.
— Você está... absolutamente deslumbrante — Ben sussurrou para ela, sua voz baixa o suficiente para que ninguém mais ouvisse.
— Obrigada — respondeu, sentindo o rosto esquentar, apesar de estar acostumada com elogios. — Você também não está nada mal.
Eles caminharam juntos pelo tapete, parando para tirar fotos individuais e em dupla. A química entre eles era inegável e os jornalistas pareciam famintos por qualquer interação que pudesse confirmar os rumores sobre o relacionamento deles.

O Momento Inesperado

Após algumas entrevistas e fotos, foi chamada para uma sessão de fotos solo em frente ao grande painel da série. Ela posava com elegância, ajustando levemente o vestido e lançando olhares confiantes para as câmeras, quando, de repente, houve um movimento ao seu lado.
Ben surgiu no meio da sessão, caminhando até ela com um sorriso nervoso. arqueou as sobrancelhas, confusa, enquanto os flashes disparavam incessantemente.
— Ben, o que você está fazendo?— ela sussurrou, ainda tentando manter a compostura diante das câmeras.
Ele não respondeu de imediato. Em vez disso, posicionou-se ao lado dela e pegou um microfone que alguém havia deixado por perto para as entrevistas.
A multidão ficou em silêncio, exceto pelo clique contínuo das câmeras. olhou para ele, incrédula, enquanto ele ajustava o microfone.
— Desculpem-me por interromper — Ben começou, a voz ecoando pelo local. — Mas eu preciso aproveitar esse momento... porque há algo muito importante que eu quero dizer.
sentiu o coração disparar, seus olhos arregalados enquanto ela tentava processar o que estava acontecendo.
Ben virou-se para ela, segurando sua mão com firmeza.
Fontaine, nos últimos meses, você se tornou a pessoa mais importante da minha vida. Você é inteligente, talentosa, engraçada e absolutamente incrível em tudo o que faz. E, bom... eu sei que talvez isso seja um pouco exagerado — ele riu nervosamente —, mas eu quero que o mundo todo saiba o quanto você significa para mim.
Ele então colocou o microfone de lado, puxando algo do bolso de seu smoking. viu um pequeno anel com um design simples, mas elegante, e cobriu a boca com as mãos, completamente surpresa.
— Eu sei que estamos apenas começando essa jornada juntos, mas quero fazer isso direito. , você aceita ser oficialmente minha namorada?
O silêncio foi quebrado por um coro de suspiros e aplausos vindos da equipe e do público que assistia à distância. sentiu as lágrimas se formarem em seus olhos, mas conseguiu sorrir, abaixando as mãos para que sua resposta fosse clara.
— Sim, Ben — ela disse, a voz embargada. — Eu aceito.
A multidão explodiu em aplausos, e Ben, visivelmente aliviado, colocou o anel em seu dedo antes de puxá-la para um abraço apertado.
Não demorou muito para que Aaron Taylor (James Potter) e Andrew Garfield (Remo Lupin) se aproximassem, ambos com sorrisos travessos nos rostos.
— Olha só, Barnes — Aaron disse, batendo no ombro de Ben. — Você realmente não sabe ser discreto, não é?
— É, cara — Andrew acrescentou, rindo. — Você acabou de colocar todos nós no chinelo. Como vamos competir com isso agora?
riu, enquanto Ben revirava os olhos, tentando conter o riso.
— Vocês dois só estão com inveja porque não conseguem ter metade do meu charme.
— Ou porque não temos coragem de fazer algo assim na frente de milhares de pessoas — Aaron rebateu, piscando para . — Mas, sério, parabéns. Vocês dois são incríveis juntos.
— Concordo — Andrew disse, levantando sua taça de champanhe imaginária. — Agora, Barnes, é melhor tratar bem nossa estrela aqui, ou terá que lidar conosco.
Ben colocou um braço ao redor de , sorrindo.
— Eu não faria nada além disso.
olhou para ele, sentindo-se a pessoa mais sortuda do mundo. Mesmo com todas as atenções voltadas para eles, ela sabia que, com Ben ao seu lado, podia enfrentar qualquer coisa.
E naquela noite, enquanto os créditos da primeira temporada rolavam pela tela durante a exibição especial, percebeu que, embora o capítulo dos Marotos estivesse chegando ao fim, sua história com Ben estava apenas começando.


Anos se passaram desde a estreia da série dos Marotos. O tempo parecia ter voado, mas cada momento era precioso na vida de e Ben. Desde aquele pedido de namoro no tapete vermelho, o casal havia enfrentado altos e baixos, mas seu amor apenas cresceu. Agora, casados há três anos, eles viviam uma vida tranquila, longe dos holofotes constantes de Hollywood.
havia conquistado reconhecimento por seu talento, estrelando diversos filmes aclamados pela crítica. Ben, por sua vez, continuava sendo um dos atores mais queridos da indústria. Mas a maior conquista dos dois não estava na tela: era um menino de dois anos, , que carregava os olhos brilhantes da mãe e o sorriso encantador do pai.
Naquela manhã ensolarada em Londres, a casa da família estava cheia de risos. corria pelo jardim com uma capa de bruxo, sua varinha de brinquedo em punho, enquanto Ben o seguia, fingindo ser um comensal da morte. observava da varanda, rindo da cena enquanto segurava uma xícara de chá.
— Vou pegar você, pequeno maroto! — Ben dizia, com uma entonação dramática que fazia gargalhar.
— Você nunca vai me pegar, papai! — o menino respondeu, correndo em círculos ao redor de uma árvore.
balançou a cabeça, sorrindo. Era nesses momentos simples que ela encontrava toda a felicidade do mundo.
Enquanto brincavam, ouviu o som de seu telefone tocando na mesa ao lado. Ela o pegou, vendo o nome de seu antigo agente na tela.
— Chris, oi! — ela atendeu, curiosa.
— Oi, ! Espero não estar interrompendo nada importante, mas eu tenho uma proposta que achei que você gostaria de ouvir.
arqueou as sobrancelhas.
— Proposta? Do que se trata?
— Bem, parece que a Warner Bros. e a Netflix estão se unindo para produzir uma minissérie especial dos Marotos. Algo como uma retrospectiva, explorando momentos nunca vistos e o impacto que os personagens tiveram no mundo mágico. Eles querem trazer o elenco original de volta... incluindo você e Ben.
piscou, surpresa. Era uma ideia que ela nunca havia considerado.
— E por que acham que eu toparia? Faz tanto tempo...
— Porque você foi uma das estrelas que marcou a série, . E, bem, aqui vai a cereja do bolo: eles querem incluir o em algumas cenas. Seria algo pequeno, como uma participação especial, mas ele interpretaria o filho de Evelyn e Sirius. É simbólico, sabe?
ficou em silêncio, processando a proposta. Quando desligou, ela encontrou Ben e se aproximando da varanda. Ben carregava o menino nos ombros, ambos ofegantes de tanto correr.
— Quem era? — Ben perguntou, enxugando o suor da testa com a manga da camisa.
— Chris. Ele tem uma proposta... sobre os Marotos.
Ben inclinou a cabeça, curioso, enquanto esticava os braços para que a mãe o pegasse. o segurou, olhando para Ben com um pequeno sorriso. “Eles querem nós três. Você, eu... e o .”
Ben arqueou as sobrancelhas, surpreso.
— Eles querem o ?
— Sim. Para interpretar nosso filho na série. Algo pequeno, mas significativo.
Ben olhou para o menino em seus braços, que agora brincava com o colar da mãe.
— O que você acha disso, pequeno maroto? Quer ir para Hogwarts com o papai e a mamãe?
riu, sem entender completamente, mas balançou a cabeça afirmativamente.

De Volta a Hogwarts

Alguns meses depois, a família se encontrava no mesmo set que, anos atrás, havia marcado o início de sua história. Hogwarts parecia tão mágica quanto da primeira vez, com suas torres imponentes e o Salão Principal brilhando com velas flutuantes.
sentiu uma onda de nostalgia enquanto caminhava pelos corredores, agora segurando a mão de , que olhava tudo com os olhos arregalados de fascínio. Ben caminhava ao lado deles, igualmente emocionado.
— Lembra da primeira vez que pisamos aqui?— ele perguntou, olhando para .
— Como esquecer? — ela respondeu, apertando sua mão.
As filmagens começaram, e , apesar da pouca idade, se saiu surpreendentemente bem em suas cenas. Ele parecia ter herdado o talento dos pais, encantando a equipe com seu carisma natural.
No final do dia, enquanto e Ben assistiam a uma das cenas na tela de revisão, o diretor os parabenizou.
— Vocês têm algo muito especial aqui. Não só como artistas, mas como família. Isso transparece em cada cena.
olhou para Ben, sentindo-se inundada por gratidão. Tudo começou ali, entre os corredores de Hogwarts, e agora, anos depois, estavam de volta, não apenas como colegas de elenco, mas como uma família completa.
Quando as gravações terminaram, a equipe tirou uma última foto: , Ben e em frente ao Castelo de Hogwarts, com o pequeno segurando uma varinha e rindo.
E assim, enquanto o sol se punha atrás das torres do castelo, percebeu que a magia dos Marotos nunca realmente havia terminado. Ela estava viva, não apenas na série ou nos corações dos fãs, mas na vida que ela e Ben construíram juntos — e na nova geração que estava apenas começando a descobrir o mundo mágico.
E, com isso, a história dos Marotos continuava, em mais de uma forma.




Fim.


Nota da autora: "E assim você viveu feliz para sempre com Ben Barnes e Ethan Fontaine Barnes. Fim" ❤️

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