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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: 07/04/2025.

— Vamos, Matt, acorda, vamos nos atrasar! — falei, batendo na porta de seu quarto repetidas vezes.
— Que horas são? — ele perguntou, com voz de sono.
— Hora de ir pra escola! — gritei como resposta.
Fiz o café da manhã e tomei às pressas, colocando o de Matt na mesa, já que ele estava demorando.
O loiro chegou à cozinha, ajeitando sua blusa e a mochila em suas costas, seus passos ainda eram sonolentos.
— Matt, eu já falei que fazer maquiagem sempre te atrasa. Acorde mais cedo da próxima vez — falei brincando e ele me mostrou a língua.
— Qual é o seu problema, hein? — ele disse irônico.
— Você. Deveria ter te engolido enquanto estávamos no útero — respondi, também mostrando a língua. Como resposta, ele apontou o dedo do meio para mim e rimos.
— O que foi, por que está parada? — ele perguntou, enquanto tomava o seu café apressadamente.
— Eu estou te esperando para irmos juntos. Perdi minha chave — falei, dando de ombros.
— Viu? Você ama o seu problema — ele disse, me dando um sorriso amarelado e parecendo não se importar muito com o sumiço da chave, já que eu vivia esquecendo das coisas no geral ultimamente.
— Será que ficaremos nas mesmas classes? Eu não suportaria — falei, fingindo uma preocupação dramática.
— Será que ficarei nas mesmas classes que… — Ele se prolonga e já sei de quem está falando, Elena.
— Matt, tente não pensar nisso. Pense em como você… tem uma gêmea mais bonita — falei, tentando aliviar o clima.
— Não posso pensar em mentiras — ele respondeu, entrando na onda, o que me aliviou instantaneamente. — Cadê a Vicki?
— Sei lá — respondi, dando ombros. — Pronto? Vamos? — falei ansiosa.
— Você quer mesmo ir pra escola, né? — ele perguntou, abismado com minha empolgação.
— Não tá óbvio? — respondi sorrindo.

— Será que vai ter… sabe, gente nova? — Caroline falou empolgada.
— Com "gente nova” você se refere a namorado novo? — perguntei, enquanto caminhávamos em direção a Bonnie e Elena, que estavam conversando.
— … Dá um desconto, vocês terminaram recentemente — Bonnie falava, mas mudou de assunto bruscamente assim que me viu. Elena revirou os olhos com a atitude da amiga e se virou para mim.
— Matt está bem? — ela perguntou preocupada.
— Oi para você também — respondi, sorrindo. — Sabe, ele tá na mesma, sofrendo pelo pé na bunda, mas uma hora ele supera — disse, colocando as minhas coisas no meu armário, que ficava ao lado do da Gilbert.
— Será que ele tá legal? — ela insistiu.
— Você pensa em voltar com ele? — perguntei instintivamente. Talvez o modo irmã-super-protetora esteja ligado hoje.
— Não sei — ela respondeu sinceramente.
— Bom, então ficamos avisadas que, a partir de agora, nenhuma das minhas amigas fica com meu irmão, justamente para que isso — disse, apontando para Matt, que estava do outro lado do corredor, e para Elena — aconteça de novo. — Definitivamente o modo estava ligado.
— Ok, , relaxe, você tem a minha palavra — Bonnie disse, cruzando os nossos braços. Caroline fez o mesmo com o meu outro braço e Elena cruzou com o de Bonnie.
— Temos novidades na escola — Bonnie falou e Caroline, como uma águia, avistou um menino.
— Meu. Deus — a loira disse, babando.
— Ele e Elena conversaram — Bonnie continuou, e percebi que Carol ficou um pouco cabisbaixa.
— Não desse jeito, nós só nos esbarramos — ela falou sem graça.
— Calma, gente, mal sabemos quem ele é — disse, o que fez as três pararem de andar imediatamente.
— Ele é meu futuro marido, pai dos meus filhos — disse Caroline, sonhadora.
— Com certeza — falei, reprovando com a cabeça.
— Por que tem que ser sempre tão pessimista? — ela me respondeu.
— Não sou… Só não vejo as coisas da mesma forma. — Dei de ombros.
— Pare de dizer isso e diga logo com quem está ficando. Esse joguinho de “só não vejo as coisas da mesma forma” é novo pra mim — Bonnie disse, cruzando os braços.
— Mas eu não estou ficando com ninguém… — Tentei falar, até que Tyler veio atrás de mim com algo em suas mãos.
, você deixou isso cair perto da minha mesa no grill ontem — ele disse, com um sorriso torto, me entregando minhas chaves.
— Meu Deus, muito obrigada, Tyler — falei, enquanto colocava meu cabelo atrás da orelha. — Eu não sei onde ando com a cabeça ultimamente. — Ofereci-lhe um sorriso gentil.
— Foi um prazer ajudar você. Me avise se estiver com mais problemas… — Ele apontou para a sua cabeça. — Eu quero dizer, se precisar de algo. Se precisar de mim para alguma coisa, eu…
— Ela já entendeu, Tyler. — Matt chegou, apertando seu ombro de maneira não muito amigável.
— Matt. — O repreendi com o olhar. — Não começa.
— Poderiam nos dar licença? — meu irmão falou, perfurando Matt com o olhar e depois olhou suavemente para as meninas, deixando claro que seu pedido servia para elas.
— Nos vemos depois — Caroline sussurrou no meu ouvido, enquanto eu acenei com a cabeça.
— O que está fazendo, ? — Matt disse, assim que todos estavam em uma distância considerável.
— Matt, não aconteceu nada entre mim e o Tyler. Relaxa, ok? — falei, com um pouco de raiva por ele estar querendo me controlar.
— O que acha de voltarmos com aquela regra de não ficarmos com nossos amigos? — ele me perguntou.
— Diz isso agora que você quebrou essa regra? Nossa, Matt, que conveniente — disse, sentindo meu rosto ficar quente de raiva. — Nós não temos nada!
— Mas, aparentemente, estão prestes a ter.
— Meu Deus, ele só me entregou minhas chaves, para que tanto drama?
— Eu não quero que nossa amizade acabe por conta do namoro de vocês. Qual é ? Você é minha irmã.
— Então nesse caso você está falando com a errada — falei, saindo de perto de Matt e indo direto para minha sala.
Durante a aula, fiz alguns desenhos. Só conseguia pensar na discussão que tive com meu irmão e que ele não estava de fato tentando me afastar de Tyler por conta da amizade deles, mas sim por conta da reputação das mulheres na cidade. Já que nossa mãe é… complicada, e Vicki é extremamente parecida. Ninguém espera nada de mim, já que eu sou só mais uma mulher com aparentemente uma maldição, que Matt faz de tudo para que ninguém me olhe como se tivesse.
Por outro lado, Matt é o garoto de ouro e eu tenho orgulho por ele ter conquistado esse título, já que ele realmente é muito especial, embora eu nunca irei admitir para ele todo o orgulho que sinto.

— Então, Tyler Lockwood? — Caroline dizia, do outro lado da linha.
— Não — falei, enquanto escolhia uma roupa para ir trabalhar.
— Por que não? Ele é um partidão! — ela disse, rindo.
— Ele quer ficar com a Vicki, se não já ficou. Eu não sou fácil, Carol.
— Eu sei… Pena que as outras pessoas da cidade não pensam assim, embora te conheçam há muito tempo. — Ela suspirou e eu fiz o mesmo.
— Pois é… Mas se você acha que o Tyler é um “partidão” — imitei sua voz. — Por que não fica com ele?
— Aí, não. Por Deus, . Meu coração já está reservado para Stefan Salvatore.
— Meu Deus. Está mesmo animada com isso, né? — falei, me divertindo com o jeito da loira.
— Nós vamos nos casar! — ela disse, dando gritinhos.
— Carol, tenta não insistir muito nisso se não der certo… tá? — falei, enquanto colocava minha calça de trabalho que dizia estou-trabalhando-mas-posso-ir-para-uma-festa-depois-do-expediente.
— Ele e a Elena já conversaram… Você acha que eu tenho chances? — ela disse um pouco cabisbaixa.
— Talvez? — falei, colocando uma regata rosa choque.
— Como assim “talvez”? — ela perguntou, parecendo angustiada.
— Vocês mal o conhecem. Deixem as coisas… acontecerem?
— Você é péssima dando conselhos amorosos. Vá logo dar uns amassos no Tyler, ! — ela falou, desligando o telefone. Carol é maluca.

Cheguei ao Mystic Grill, e lá estavam as pessoas com quem eu estudava e tinha que servi-las, enquanto era humilhada por não ter dinheiro suficiente para nos estabelecermos e pagar as contas, que nossa mãe não pagava, pois não tinha dado notícias. Respirei fundo e entrei. Estava com meus pés, pelo que parecia, colados no chão da entrada, até sentir um empurrão que praticamente me derrubou.
— Me desculpe — disse um homem com cabelos escuros e olhos claros, que me encarou por uns segundos, enquanto eu tentava levantar.
— Tudo bem, não precisa se preocupar, sempre acontece esse tipo de coisa comigo — eu falei, rindo de mim mesma e indo arrumar as coisas e começar a trabalhar.



Depois do meu expediente, resolvi dar uma breve passada na festa de boas-vindas do novo ano do colégio. Os estudantes faziam uma fogueira, colocavam uma música alta e era óbvio que tinha muita bebida envolvida.
Coloquei uma jaqueta por cima da roupa que estava antes de ter colocado o uniforme e parti em direção à festa.

— Ei, podemos conversar? — Matt disse, pegando no meu braço assim que cheguei.
— O que você quer, Matt? Não tô afim de drama hoje. Especialmente do seu — falei um pouco irritada com a nossa conversa mais cedo.
— É sobre isso mesmo que quero conversar — ele disse, me olhando preocupado.
— Acho que não estou mais afim da festa — falei, revirando os olhos e tentando me livrar de sua mão para sair.
, por favor — ele insistiu, segurando meu braço um pouco mais forte.
— Matt, se você insistir mais, eu juro que te jogo nessa fogueira! — Quase gritei as palavras e ele me soltou, colocando suas mãos para o alto como se estivesse se rendendo.
— Eu quero me desculpar! — ele disse, e agora, sim, tinha toda minha atenção. Cruzei meus braços e esperei por sua explicação. — Agora eu sei que tenho sua atenção e que você não vai fugir, não é mesmo, ?
— Talvez, Matt. Talvez. Comece a falar — falei, segurando a risada enquanto ele me provocava.
— Eu queria me desculpar pelo o que te disse hoje. Sei que peguei pesado com você e que estava errado.
— Você sempre está errado, Matt! — disse, rindo e o empurrando de leve, fazendo com que ele se desequilibrasse e encostasse na árvore que estava atrás dele. — Ai meu Deus, Matt. Você tá bem?
— Tô bem, relaxa. Só pega mais leve da próxima vez, tá? — ele disse, enquanto olhava sua mão, que estava sangrando.
— Você está sangrando! — eu falei, entrando em desespero.
— Ei, se acalma, não foi nada demais. — Ele tentou me tranquilizar rápido.
— Matt, sangue — eu disse desesperada. Minha respiração estava acelerada e eu não conseguia parar de mexer minhas mãos para tentar me acalmar.
! Relaxa! — ele disse, tentando fazer com que me acalmasse. Eu odiava sangue e ele sabia daquilo mais do que ninguém. — Olha, a Caroline! Vai falar com ela enquanto eu cuido disso.
— Matt, me desculpa mesmo. Eu não quis fazer isso com você — falei, lacrimejando e tentando deixar minha respiração estável.
— Não tem problema nenhum, , eu sei disso. Vai dar uma volta — ele falou, com um tom meigo.
— Tá — disse, saindo de perto do meu irmão o mais rápido que pude para não ter que vê-lo mexendo no sangue de suas mãos.
— Aí está você! Estava te procurando — Carol me disse. Respirei fundo e a escutei tagarelar sobre o quanto ela achava Stefan Salvatore perfeito.
— Carol, você por um acaso viu alguém diferente aqui? Além do Stefan? — perguntei, depois de tomar coragem para tocar naquele assunto com ela.
— Não, por quê? — ela disse curiosa.
— Eu vi um homem hoje no Grill. Ele era lindo — admiti, me lembrando de seu rosto.
— Parece que você está interessada em alguém, não é mesmo? E o papo de hoje de manhã? — ela falou, sorrindo.
— Meu Deus, esquece que eu te perguntei isso — falei arrependida de tocar no assunto.
, como meu papel de sua melhor amiga, irei vasculhar Mystic Falls completa à procura do seu amor. Tudo bem para você? — ela disse, sendo melodramática.
— Se fizer isso, não vou reclamar.
Estava conversando com a loira, até ver Vicki entrar na floresta com Tyler.
— Vicki está aqui? — perguntei a Caroline, que pareceu meio confusa com minha pergunta.
— Sim? — ela disse, sem ter certeza do que estava afirmando.
— Era para ela estar trabalhando agora. — Pensei, alto um pouco irritada comigo mesma por ter me lembrado daquilo.
— Droga — Caroline soltou baixinho.
— É, droga! — eu falei brava, indo atrás de minha irmã adentrando da floresta.

— Vicki? Vicki? — gritei, esperando uma resposta, sem sucesso. Avistei Tyler e corri atrás dele. — Tyler, cadê a Vicki? — perguntei preocupada.
— A vadia está pra lá — ele me respondeu bravo.
— Qual é o seu problema, Tyler? — falei, o empurrando.
— Desde quando sua irmã diz não para um cara? Talvez você seja mais fácil que a Vicki! — ele disse, se aproximando de mim de maneira que a vastidão da floresta parecesse minúscula. Colocou seus braços ao redor de minha cintura e consegui sentir o cheiro forte da bebida vindo de sua boca. Sem saber o que fazer, apenas desliguei o meu autocontrole e despejei o meu nojo por suas palavras em seu rosto.
— Vai se ferrar, Tyler! — gritei, me desfazendo dele.
— Vadia! — ele falou.
— Quando estiver sóbrio, fale isso para mim de novo e talvez você não leve apenas uma cusparada na cara — falei, andando e tentando achar Vicki.
— Eu vou! — Escutei sua resposta vindo de longe. Nós dois sabíamos que aquilo não iria se repetir.
— Vicki? — Continuei com o meu objetivo inicial, pensar em quebrar a cara de Tyler Lockwood agora não iria me ajudar a achar minha irmã. — Vicki, pelo amor de Deus! O que você está fazendo da sua vida! — gritei para as árvores, folhas e para a lua. Parecia que nada que eu dissesse chegaria até a minha irmã.
Depois de alguns minutos andando em silêncio, me paralisei ao ver Vicki no chão. Havia um homem em cima dela, com o rosto em seu pescoço. Prendi o meu pé em algo muito escuro para que eu pudesse identificar, caí, e o homem se levantou em um piscar de olhos. Tentei me levantar, acho que torci meu pé, mas consegui fazer isso rápido.
— Vicki? — falei, indo até ela mancando. — O que estava fazendo? — falei, tentando encarar o homem no escuro enquanto ia em direção à minha irmã. — Ai, meu Deus! — A luz do luar me fez enxergar seu pescoço ensanguentado. Minha respiração começou a acelerar imediatamente, juntamente ao meu coração. — O que fez com ela? — gritei, vendo o homem se aproximar. Meus olhos tinham lágrimas e não suportava ver o estado de minha irmã. — O que você fez?
— Eu só me alimentei — disse o homem, que eu imediatamente reconheci. Era o cara bonito do grill.
— Meu Deus — falei baixinho.
— Saia. — Ele me encarou e ordenou.
— Não — disse, me levantando com dificuldade e retribuindo o seu olhar.
— Saia — ele repetiu.
— Não!
— Eu disse para sair! — ele falou, me encostando contra uma árvore tão rápido que não pude notar seu movimento.
— E eu disse que não. — Ele era forte, sua mão estava em meu pescoço, me segurando, mas minha vontade de proteger minha irmã era maior do que qualquer coisa maluca que pudesse me matar.
— Por que não me obedece? — ele perguntou confuso.
— Qual é? Mulheres não obedecem mais os homens — falei, e ele me soltou com força, batendo minha cabeça na árvore e me fazendo gritar com a dor.
Com minha mão, tentei ver se a dor que vinha da minha cabeça era apenas dor e, para minha infelicidade, não era. Minha mão estava infestada de sangue e agora o desespero tomou conta de todo o meu ser. Eu iria morrer.
— O que foi? — Ele se abaixou para ver o que estava fazendo.
— Sangue — eu falei, como se explicasse tudo. Virei o meu rosto para evitar olhar o que sairia da minha cabeça, lágrimas escorreram pelo meu rosto. — Você vai me matar, não é?
— Vou. Mas primeiro beba isso — ele disse, mordendo o seu pulso e me forçando a beber o líquido que saía dele, me causando arrepios e um medo que jamais senti em toda minha vida.
— Eu preciso que faça algo por mim antes — falei, com nojo de mim mesma por ter bebido sangue. — Deixe minha irmã em paz e você poderá fazer todas essas esquisitices comigo.
— Tudo bem, eu posso fazer isso.



Acordei em uma casa bonita e antiga, nunca tinha estado aqui antes em toda minha vida. Sem noção do que estava acontecendo, eu me sentia diferente. Algo em meu peito me incomodava, o colar que Caroline me deu ardia em minha pele. O joguei para longe, assustada. Me sentei no cômodo, que estava escuro e vazio, e observei, na espera de alguém.
— Damon, por que fez isso? — Escutei, do outro lado da sala.
— O motivo… não interessa, irmãozinho. Você vai me ajudar nessa, ou não? — aparentemente Damon respondeu, e reconheci sua voz da noite anterior.
A porta se abriu, revelando rostos familiares.
— Stefan? — falei surpresa. — Você tem que me ajudar! Ele… O que fez comigo? — perguntei para o homem.
, calma — Stefan disse, a fim de me tranquilizar.
— Ele quase matou a minha irmã! Ele quase me matou! — falei com desespero e medo na voz.
— Correção, querida, eu te matei — ele disse, e eu zombei de sua cara.
— Você precisa de algo? — Stefan falou para mim e repreendeu Damon com o olhar.
— Eu estou com fome — disse, dando ombros. — Tenho que ir para casa e arrumar minhas coisas para escola — falei, levantando do chão e indo em direção à porta.
— Calminha aí. Você não vai a lugar nenhum. — O homem de olhos claros me impediu.
— Por que não? — disse um pouco irritada.
, por favor. Você precisa ficar aqui por um tempo. Até… explicarmos algumas coisas para você.
— O que vocês querem explicar para mim? Por que estou trancafiada em uma sala? Por que estou na sua casa? Por que esse… homem fez aquilo comigo? Por que não posso ir à escola? Por que estou com tanta fome? — falei agoniada.
— Seria mais fácil se eu te mostrasse — Damon falou, indo em direção à janela e a abrindo, permitindo que o sol batesse e me atingisse, queimando a minha pele e me fazendo gritar de dor. Ele rapidamente fechou as persianas.
— Como isso aconteceu comigo? — falei em choque.
— Você está diferente agora, — Stefan disse, em um tom gentil.

Os rapazes, que eram irmãos e tinha bem mais que dezessete anos, passaram horas tentando me fazer entender o que eu era agora e como viveria com isso.
— Quando você me disse que eu estava diferente, não imaginava que viraria uma história para dormir. Eu… não quero ser diferente. Eu quero, sei lá, ser líder de torcida, ficar velha, ter filhos, todas essas coisas — falei, enquanto tentava processar tudo.
— Eu sei disso. Mas você ainda pode fazer várias coisas — ele falou compreensivo.
— Pode desfazer isso? — perguntei a Damon.
— Eu não posso, nós não conseguimos fazer isso — ele falou, lamentando.
— Por que fez isso comigo? — falei frustrada.
— Eu não sei! Eu não queria que você morresse, sei lá.
— E agora eu sou imortal.
— É. Acho que meu plano deu certo — ele falou sarcástico e na defensiva.
— Preferia que não tivesse.
— Eu sei que é trágico, mas você tem que aceitar — ele falou, enquanto colocava uma bebida em seu copo. Cruzei meus braços e evitei olhar em seu rosto.
— Eu não acredito que vou dizer isso, mas Damon está certo… — Stefan começou a dizer.
— Viu? — Ele cortou a fala de seu irmão.
— … Você tem que conviver como uma de nós agora — ele falou, sendo solidário.
— Eu não posso ao menos ver a luz do sol, isso é… torturante — disse, dando de ombros e triste.
— Eu sei… Vamos tentar dar um jeito nisso.
— E quanto à minha fome? Vocês realmente bebem…? — comecei a dizer, mas a palavra me causava arrepios.
— Sim, nós bebemos. Estava fazendo isso com sua irmã antes de você chegar — Damon falou.
— Eu… não quero fazer isso — falei, um pouco desesperada.
— Você pode entrar em uma dieta. Fazer isso só com animais. — Stefan deu uma ideia, me fazendo ter esperança. — Assim como eu. — Ele ofereceu um sorriso.
— Ela é uma novata, não podemos fazer isso. Ela precisa de sangue humano — Damon disse, um pouco frustrado com o que falava. Me levantei com as mãos sobre a cabeça e comecei a andar de um lado para o outro. — Você tá legal?
— Se eu tô legal? É claro que não! Horas atrás eu entrava em pânico só de ver sangue e agora eu preciso disso pra sobreviver — falei frustrada e, como se fosse mágica, o moreno apareceu em minha frente e, sem pensar muito, eu o abracei.
— Vamos te ajudar com isso — ele disse em meu ouvido, e eu concordei com a cabeça.
— Preciso mesmo beber sangue? — disse, me desfazendo do abraço um pouco envergonhada.
— Você precisa se alimentar, … Se não completar a transformação, você… morre — o irmão “mais novo” me disse.
— Mas eu já não estou… sabe, morta? — falei a última palavra como um sussurro.
— Você não precisa fazer da palavra morte algo muito importante. — Damon suspirou e segurou meus braços gentilmente. — Vamos resolver isso hoje à noite.
— Não — Stefan o repreendeu. — Temos sangue aqui, você pode bebê-lo — ele disse, olhando para o irmão, que logo assentiu e saiu da sala.
— E se eu não me acostumar com… sangue? O que eu vou fazer? — falei, um pouco desesperada.
— Você vai. E se tiver problemas com controle, o Damon pode te ajudar ele é bom nisso — ele disse calmo.
— Eu vou viver para sempre? — falei nervosa com a ideia.
— Sim. Mas você tem que tomar muito cuidado com estacas de madeira no coração.
— Ok, obrigada pelo aviso — disse, tentando dar um sorriso.
— Fica calma, você vai ficar bem. Eu sei como é difícil no início, mas depois…
— Cheguei. — Damon voltou com uma bolsa de sangue do hospital.
— Vocês roubaram isso? — falei, um pouco surpresa.
— Encare como algo de boa fé. Somos vampiros e, em vez de matar humanos, bebemos apenas o sangue deles — Damon disse, sorrindo.
— Justo.
Ele me entregou a bolsa e quando a senti em minhas mãos, entrei em um pânico que logo se dissipou quando me veio uma vontade incontrolável de tomar o sangue que ali continha. De repente, tudo o que me fazia sentir repulsa me fez sentir desejo. Logo virei a bolsa de sangue, me deliciando com o sabor. Pude sentir meu rosto se modificar conforme o cheiro vinha até minhas narinas. Agora era oficial, eu era uma vampira.
— Como isso pode ser tão… bom? — perguntei aos rapazes, surpresa.
— Bem-vinda ao mundo dos vampiros, querida — o mais velho disse, sorrindo maliciosamente.



— Eu preciso… — Stefan começou a dizer, enquanto nós três estávamos conversando sobre controle.
— Vai — Damon disse. Me levantei no mesmo instante e estava decidida a ir para a escola.
— Eu preciso ir. Tenho que lidar com muitas coisas e preciso falar com Matt. Eu não fui trabalhar e não coloquei os pés em casa — falei, um pouco desesperada para sair.
— Você não pode, . O sol vai te queimar. Até encontrarmos uma bruxa e você ter total controle, não pode sair.
— Não queremos ver você queimada e muito menos chamar atenção para o que somos — o mais velho disse.
— Poderia ter pensado nisso antes de colocar Vicki em um hospital — Stefan retrucou.
— Espera, Vicki está…? Ai meu Deus, você me prometeu que não mataria ela! — falei com um pouco de raiva.
— E eu cumpri com minha parte do acordo. Ela não está morta, está quase — ele disse, sendo sarcástico.
Minha raiva aumentava a cada segundo, fazendo eu me desconhecer durante esse tempo, nunca tinha sentido algo tão fortemente. Parti para cima do homem de olhos claros, o derrubando com meu antebraço em seu pescoço.
— Damon… — Stefan o repreendeu. — , suas emoções estão ampliadas agora, então… tente pensar em outra coisa.
— Não pense em como você está tentando me sufocar. Pense no que está sentindo agora, em cima de mim — ele disse, sorrindo maliciosamente, me fazendo revirar os olhos, mas tendo resultado, já que eu o soltei. Rapidamente, ele estava sobre mim e agora eu é quem estava no chão.
— Como você faz isso? — falei, achando um saco ele ter tirado minha vantagem e ser tão rápido.
— Benefícios de ser um vampiro — ele disse, com o seu rosto bem próximo ao meu. Nossas bocas estavam a milímetros de distância e me senti loucamente tentada a beijá-lo, meu corpo se arrepiou e engoli seco, tentando afastar esse pensamento.
— Bom, vou para escola. Lidem com… isso — o irmão disse, saindo de casa, com estranheza em sua voz após presenciar a cena.
— O que está sentindo agora, ? — Damon disse, parecendo não se importar nem um pouco com a presença ou a falta de Stefan no ambiente. Continuamos do mesmo jeito.
— Nada… — falei, com minha respiração falhando.
— Deixou de sentir raiva para sentir o quê? — Ele chegava mais perto de mim, como se isso fosse possível.
— Acho que ainda continuo com vontade de te matar — disse, tentando disfarçar seja lá o que tinha sido ampliado.
Ele me encarou por alguns segundos que pareceram durar uma eternidade e depois saiu de cima de mim, indo para o meu lado.
— Preciso beber alguma coisa — ele disse, assim que me sentei no chão, e saiu da sala, me deixando um pouco pensativa.
As cortinas estavam fechadas, impedindo que eu me machucasse com a luz do sol. A luz que eu tanto gostava e que para mim era tão boa pouco tempo atrás pode me matar se eu não estiver protegida agora, acho que esse é um dos lados negativos de ser uma vampira. Fui em direção às tapadeiras e hesitei em colocar minhas mãos nelas. Meus pensamentos intrusivos me pediam para abri-las e sentir o calor se alastrar em meu corpo para que toda essa agonia acabasse, essa agonia que uma parte de mim gostava de estar sentindo. Engoli seco e fui procurar outra distração.
Observei mais à frente e avistei um carrinho com bebidas ao qual Damon não foi, talvez ele não quisesse estar no mesmo ambiente que eu. Havia muitos livros na sala, estantes repletas de histórias, alguns diários que fiquei um pouco tentada em descobrir se Damon os escrevia, mas logo dispensei a ideia de que ele pudesse sentir algo para fazer isso. Peguei um dos livros da estante, tomando cuidado suficiente para que não fosse um dos diários. Me sentei na poltrona e comecei a ler para que o tempo passasse.
— O que está fazendo? — Ele voltou ao cômodo com algo vermelho em dois copos, que logo pude identificar como sangue.
— Tentando não surtar com o fato de ser uma vampira agora — respondi, olhando para ele.
— Sabe, você meio que está na minha poltrona de leitura — ele disse, me entregando um copo. Estava prestes a me levantar, mas fui interrompida. — Sinta se à vontade para usá-la.
— Obrigada — falei, agradecendo pelas duas coisas.
Olhei bem para o sangue e analisei a cor, o jeito que o vidro evidenciava o conteúdo e como eu não sentia mais nada além de vontade de ingerir.
— Você controla, né? — perguntei e tomei um gole.
— O quê? — ele perguntou um pouco confuso.
— A vontade. Você não saía por aí tomando sangue de todo mundo, né? — perguntei um pouco ansiosa, pois me lembrei dos meus irmãos e das minhas amigas.
— Relaxa, você vai conseguir lidar com isso — ele disse, levantando seu copo e se saboreando com o sangue.
— Como tem tanta certeza disso?
— Você vai. E eu até ajudaria você, se isso não fosse um problema para mim. — Ele ficou de pé.
— Por que me ajudar seria um problema para você? — falei, me levantando e indo ao seu encontro.
— Porque não posso lidar com distrações agora — ele me disse, olhando em meus olhos. Estávamos perto um do outro, assim como hoje mais cedo, e aquela sensação que não soube identificar voltou.
— Ótimo! Então por que não pensou nisso antes de me fazer virar uma vampira? — Recorri à raiva para esquecer o que estava sentindo anteriormente, me distraindo de mim mesma.
— Porque… — Ele parecia sem respostas. — Por que não continua o que estava fazendo? — ele me disse, parecendo irritado.
— Ótimo! — pronunciei alto.
— Ótimo! — ele disse, saindo da sala.
— Mais do que ótimo! — gritei para suas costas para ter a minha voz como a última da discussão.

— Está com saudades de tomar uma vitamina D? — Damon entrou na sala novamente, enquanto eu lia em sua poltrona.
— Acho que não faz muita diferença, considerando que estamos mortos — disse, abrindo um sorriso irônico.
— Você tem um ótimo ponto.
— Eu sempre tenho — falei, voltando a prestar atenção no livro.
— Sabe… — ele falou, colocando o livro para baixo em minhas pernas cruzadas, enquanto me perfurava com seus olhos. — Estava pensando…
— Nossa, você faz isso? — falei, fingindo surpresa.
— Por que não conseguiu obedecer às minhas ordens ontem? — ele perguntou curioso.
— Por que eu não quis? — pronunciei, como se fosse o óbvio.
— Eu sei gênia, mas não era para isso acontecer. — Ele soou um pouco preocupado e franziu as sobrancelhas. — Cadê o colar que você estava usando ontem?
— Você reparou que eu estava usando colar? — disse, erguendo uma das sobrancelhas. Damon engoliu seco e foi até as bebidas.
— Só estou curioso. — Ele deu ombros.
— Eu o tirei hoje, ele me queimou — falei, me recordando e estranhando o fato.
— Verbena. — Ele ficou preocupado.
— O que isso quer dizer? — perguntei, tentando entender.
— Quem te deu o colar? — Ele ignorou minha pergunta.
— Por que quer saber? — Estava curiosa com ele. Tudo parecia enigmático e isso só aumentava a lista.
, quem? — Ele insistiu.
— Liz! A xerife — falei, por fim.
— Eles sabem — Damon simplesmente disse, enquanto eu ainda mantinha o olhar de: sabem o quê? Que merda você está falando? Ele suspirou após ver meu rosto e se aproximou com um copo com bebidas de verdade agora. — Eles sabem da existência de vampiros.
— Como?! — exclamei, genuinamente confusa. Talvez todos soubessem menos eu.
— Quando você ganhou o colar? — ele me interrogou, parecendo cada vez mais preocupado.
— Não sei… Faz tempo que tenho ele. Ganhei quando era criança.
— As pessoas daqui já sabem disso faz tempo. Famílias fundadoras.
— Então a cidade inteira sabe que existem malucos que bebem sangue de pessoas? — Surtei com a ideia de que Mystic Falls pudesse ser de fato perigosa. Segurei meus cabelos, perambulando pela sala.
— Agora você é um dos malucos — ele falou sarcástico.
— O que faremos agora? — perguntei agitada.
— Eu vou bolar um plano.



Eu vi Damon sequer tocar no assunto sobre o conselho das famílias fundadoras saberem sobre a existência de vampiros, enquanto Stefan estava presente, o que me deixou nervosa enquanto estávamos na mesa.
— Elena me chamou para jantar, preciso ir — o mais novo falou, assim que chegou em casa.
— Eu também fui convidada. — Contei para ele, que parou no mesmo instante ao me ouvir. — Ela tentou falar comigo durante boa parte do dia.
— Você não pode ir — ele me ordenou.
— Por que não? É de noite e… — comecei a sussurrar. — Acho que posso muito bem lidar com sangue.
— Você não tem uma desculpa para o tempo que passou fora. — Ele argumentou, e eu cruzei os braços.
— Desculpa chegando — Damon disse, passando seu braço por volta do meu pescoço como se fôssemos próximos. Ele usava uma jaqueta de couro preta e parecia… bonito.
— Nem pensar — Stefan disse, como se fosse nosso pai.
— Por que não? — Damon e eu falamos em um uníssono.
— Você não pode aparecer com roupas do… Guarda-roupas do Damon? — Ele inventou uma desculpa.
— Elas ficaram bem melhores em mim.
— Ei! — Damon protestou.
— Stefan, parecemos um casal para você, não é? Sim, ótimo, vamos — falei, tentando convencê-lo.
— Podem ser o casal mais disfuncional do universo. Ninguém vai acreditar nisso.
— Lógico que vão, minhas qualidades atraíram , e agora ela está perdidamente apaixonada por mim — o mais velho falou, e o repreendemos com o olhar.
— Está decidido. Vocês não vão de jeito nenhum — ele respondeu, colocando um ponto final na história.
— Tudo bem irmãozinho — Damon disse conformado, me fazendo estranhar, mesmo não o conhecendo muito bem, já que ele não parecia do tipo que obedecia ordens. Stefan pareceu ter a mesma reação, mas deixou para lá e saiu.
Ainda estávamos na mesma posição de antes e demoramos nossos olhares um no outro. Minhas bochechas coraram e logo nos desfizemos. Subi as escadas e fui em direção a um dos quartos da casa, os irmãos me deixaram ficar ali enquanto eu me adaptava à minha… nova vida.
Fui tomar um banho, e, enquanto a água caía, me lembrei de como as coisas deviam estar em casa. Não apareci no trabalho e provavelmente já estava demitida. Se não aprendesse logo a viver desse jeito, Matt teria que trabalhar para pagar as contas, já que Vicki usava o dinheiro dela para outros fins… Me cansei só de pensar no assunto e saí do chuveiro.
Estava de toalha na suíte, me olhando no espelho grande, até que levei um susto após ver Damon no batente da porta.
— Calma, Barbie, eu sou um vampiro, não uma assombração — ele falou, sorrindo de canto.
— Meu Deus… Aconteceu alguma coisa? — falei, tentando me recuperar do susto, e coloquei o meu cabelo atrás da orelha para ficar mais apresentável… Por que quero ficar mais apresentável para Damon?
— Sim. Vamos sair — ele disse, entrando no quarto e ajeitei a toalha. — O que foi? — ele perguntou, e olhei para o meu estado como se fosse óbvio. — Ah… isso. Relaxa, loira, coloca isso aqui — ele disse, colocando um vestido na cama.
— Stefan disse para não irmos — falei, dividindo olhares no vestido e nele.
— Eu sou o irmão mais velho, eu decido onde vamos ou não. — Ele deu de ombros.
— Ele vai querer te matar.
— Ele já quer.

— Somos um casal, nós nos conhecemos há pouco tempo, mas já estamos completamente apaixonados um pelo outro. — Damon disse a história que falaremos enquanto andamos até a casa. Parei bruscamente após ver a frente do lugar onde passei boa parte da minha infância. — O que houve? — ele sussurrou, ao me ver encarando.
— E se… eu não me controlar? — Engoli seco e tremia ao pensar na ideia.
— Ei… — O moreno colocou as mãos em meu rosto, me fazendo mudar o foco da casa para os seus olhos azuis. — Você vai se sair bem. Eu tenho certeza. — Assenti com a cabeça e fomos até a porta de mãos dadas.
Estava nervosa por estar com ele daquela forma e pelo que poderia vir a seguir. Ele tocou a campainha e logo Elena apareceu.
— Ai meu Deus! Finalmente — ela disse, aliviada ao me ver. Fui tentar abraçá-la, mas fui interrompida pelas mãos de Damon.
— Entra, ! — ela disse animada. Dei passos vacilantes para dentro da casa e pudemos enfim dar um abraço rápido.
— Esse é Damon… Estamos juntos — falei, dando um sorriso tímido, e ele retribuiu do lado de fora.
— E o motivo do seu sumiço — ela falou sorrindo e eu minhas bochechas ficaram vermelhas, coloquei meu cabelo atrás da orelha e concordei com a cabeça.
— Você pode… — A morena começou a dizer, mas foi interrompida pelo braço de Stefan em seu ombro.
— Não — ele protestou, e ela o olhou confusa, mas deu de ombros.
— O que houve, irmão? Está com algum problema? — Damon perguntou, fingindo uma preocupação que aparentemente apenas Stefan e eu conseguimos identificar.
— Entre, por favor. — Ela ofereceu um sorriso amigável a ele.
Caroline nos viu do outro lado da sala e ficou boquiaberta, o mais velho estava atrás de mim, quando Care veio em minha direção, me dando um abraço demorado, que me deixou zonza e desnorteada com a sensação incontrolável de provar seu sangue. Segurei forte o seu braço com minha mão para que ele entendesse. Não demorou muito tempo para ele inventar uma desculpa que me separou da loira.
— Obrigada — balbuciei para ele e recebi uma piscadela.

— Vou arrumar algumas na cozinha — disse Elena, depois do nosso jantar ter sido um sucesso, já que ninguém está morto, mas não anulava o fato de que foi um pouco constrangedor.
— Vou com você. Vamos, Care? — disse tentando, me livrar da dinâmica entre os irmãos e os olhares castanhos que perfuravam Damon.
— Não, obrigada — ela disse rindo, e o mais velho a encarou.
— Você vai ajudar a Elena na cozinha — disse ele sorrindo.
— Me parece uma boa ideia. Vamos, ! — ela disse empolgada, me deixando boquiaberta. Ser vampira tinha suas vantagens.
— Ok — pronunciei feliz por ter encontrado uma fuga da conversa, dou alguns passos antes de perceber que minha felicidade durou pouco. Stefan segurou meu braço.
— O que vocês estão fazendo aqui?! — Ele sussurrava com desespero.
— Relaxa, tá tudo bem. — Tentei acalmar as coisas.
— Não tá tudo bem, você ainda não pode voltar pra escola, é tudo muito perigoso. Agora você vai ter que inventar outra coisa… Não era para estarem aqui. — Ele parecia tentar arrumar o plano que parecia perfeito em sua cabeça. — Por que veio? Eu sei que quer ficar com suas amigas, eu entendo, mas é perigoso para elas. — Suas palavras me fizeram olhar para o chão, ele tinha razão. Quase machuquei Caroline hoje, a noite poderia ter sido diferente…
— Foi minha ideia, não precisa ficar assim, cara. — Damon se meteu na conversa.
— Por que você sempre estraga tudo? — Stefan disse, colocando a sua cabeça sobre as mãos.
Eu precisava de ar. Coloquei pessoas que amo em perigo justamente porque as amava e não conseguia ficar sem elas. Infelizmente, farei isso novamente.
Mesmo estando oficialmente morta e agora mais forte do que nunca, me sinto fraca, como se pudesse quebrar a qualquer instante. Quando me sinto assim, só uma pessoa pode me ajudar, mesmo eu não querendo encarar o risco, eu preciso. Talvez eu seja egoísta demais.
Meus pés seguiram meu pensamento e lá estava eu, na porta de minha casa, pensando se deveria ou não ver meu irmão. Fiquei alguns minutos parada, decidindo se iria bater. O dilema me fez cair na real, a resposta tinha que ser não. Suspirei e comecei a andar, talvez voltar para a casa dos Salvatore.
? — Matt falou, saindo de casa. Me virei e, quando o vi, meu peito se encheu de felicidade e fui ao seu encontro para dar-lhe um abraço. Senti vontade de provar seu sangue, mas empurrei esse pensamento, assim como fiz com ele. — O que houve? Onde você foi parar? — ele perguntou preocupado.
— Eu… Não posso ficar — falei com pesar, ao perceber que ele abriu a porta para me ver ir embora.
— Você não pode. A Vicki está no hospital… Eu estou sozinho — Ele disse, tentando se aproximar.
— Você não está sozinho, eu sempre estarei ao seu lado — falei, olhando para o meu rosto versão masculina. Suspirei e tomei coragem. — Agora esqueça que eu vim aqui e não se preocupe comigo.
Ele voltou para casa e me virei para ir embora novamente, Damon estava à minha espera do outro lado da rua, me olhando, ele com certeza ouviu o que aconteceu instantes atrás.
— Vamos, vou fazer você pensar em outra coisa — ele sussurrou e eu ouvi perfeitamente, o mais velho estava me aguardando para entrelaçar nossos braços e voltar à sua casa.


Continua...


Nota da autora: Sem nota.

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