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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Agosto/2024.

— Vamos, Matt, acorda, vamos nos atrasar! — falei, batendo na porta de seu quarto repetidas vezes.
— Que horas são? — ele perguntou, com voz de sono.
— Hora de ir pra escola! — gritei como resposta.
Fiz o café da manhã e tomei às pressas, colocando o de Matt na mesa, já que ele estava demorando.
O loiro chegou à cozinha, ajeitando sua blusa e a mochila em suas costas, seus passos ainda eram sonolentos.
— Matt, eu já falei que fazer maquiagem sempre te atrasa. Acorde mais cedo da próxima vez — falei brincando e ele me mostrou a língua.
— Qual é o seu problema, hein? — ele disse irônico.
— Você. Deveria ter te engolido enquanto estávamos no útero — respondi, também mostrando a língua. Como resposta, ele apontou o dedo do meio para mim e rimos.
— O que foi, por que está parada? — ele perguntou, enquanto tomava o seu café apressadamente.
— Eu estou te esperando para irmos juntos. Perdi minha chave — falei, dando de ombros.
— Viu? Você ama o seu problema — ele disse, me dando um sorriso amarelado e parecendo não se importar muito com o sumiço da chave, já que eu vivia esquecendo das coisas no geral ultimamente.
— Será que ficaremos nas mesmas classes? Eu não suportaria — falei, fingindo uma preocupação dramática.
— Será que ficarei nas mesmas classes que… — Ele se prolonga e já sei de quem está falando, Elena.
— Matt, tente não pensar nisso. Pense em como você… tem uma gêmea mais bonita — falei, tentando aliviar o clima.
— Não posso pensar em mentiras — ele respondeu, entrando na onda, o que me aliviou instantaneamente. — Cadê a Vicki?
— Sei lá — respondi, dando ombros. — Pronto? Vamos? — falei ansiosa.
— Você quer mesmo ir pra escola, né? — ele perguntou, abismado com minha empolgação.
— Não tá óbvio? — respondi sorrindo.

— Será que vai ter… sabe, gente nova? — Caroline falou empolgada.
— Com "gente nova” você se refere a namorado novo? — perguntei, enquanto caminhávamos em direção a Bonnie e Elena, que estavam conversando.
— … Dá um desconto, vocês terminaram recentemente — Bonnie falava, mas mudou de assunto bruscamente assim que me viu. Elena revirou os olhos com a atitude da amiga e se virou para mim.
— Matt está bem? — ela perguntou preocupada.
— Oi para você também — respondi, sorrindo. — Sabe, ele tá na mesma, sofrendo pelo pé na bunda, mas uma hora ele supera — disse, colocando as minhas coisas no meu armário, que ficava ao lado do da Gilbert.
— Será que ele tá legal? — ela insistiu.
— Você pensa em voltar com ele? — perguntei instintivamente. Talvez o modo irmã-super-protetora esteja ligado hoje.
— Não sei — ela respondeu sinceramente.
— Bom, então ficamos avisadas que, a partir de agora, nenhuma das minhas amigas fica com meu irmão, justamente para que isso — disse, apontando para Matt, que estava do outro lado do corredor, e para Elena — aconteça de novo. — Definitivamente o modo estava ligado.
— Ok, , relaxe, você tem a minha palavra — Bonnie disse, cruzando os nossos braços. Caroline fez o mesmo com o meu outro braço e Elena cruzou com o de Bonnie.
— Temos novidades na escola — Bonnie falou e Caroline, como uma águia, avistou um menino.
— Meu. Deus — a loira disse, babando.
— Ele e Elena conversaram — Bonnie continuou, e percebi que Carol ficou um pouco cabisbaixa.
— Não desse jeito, nós só nos esbarramos — ela falou sem graça.
— Calma, gente, mal sabemos quem ele é — disse, o que fez as três pararem de andar imediatamente.
— Ele é meu futuro marido, pai dos meus filhos — disse Caroline, sonhadora.
— Com certeza — falei, reprovando com a cabeça.
— Por que tem que ser sempre tão pessimista? — ela me respondeu.
— Não sou… Só não vejo as coisas da mesma forma. — Dei de ombros.
— Pare de dizer isso e diga logo com quem está ficando. Esse joguinho de “só não vejo as coisas da mesma forma” é novo pra mim — Bonnie disse, cruzando os braços.
— Mas eu não estou ficando com ninguém… — Tentei falar, até que Tyler veio atrás de mim com algo em suas mãos.
, você deixou isso cair perto da minha mesa no grill ontem — ele disse, com um sorriso torto, me entregando minhas chaves.
— Meu Deus, muito obrigada, Tyler — falei, enquanto colocava meu cabelo atrás da orelha. — Eu não sei onde ando com a cabeça ultimamente. — Ofereci-lhe um sorriso gentil.
— Foi um prazer ajudar você. Me avise se estiver com mais problemas… — Ele apontou para a sua cabeça. — Eu quero dizer, se precisar de algo. Se precisar de mim para alguma coisa, eu…
— Ela já entendeu, Tyler. — Matt chegou, apertando seu ombro de maneira não muito amigável.
— Matt. — O repreendi com o olhar. — Não começa.
— Poderiam nos dar licença? — meu irmão falou, perfurando Matt com o olhar e depois olhou suavemente para as meninas, deixando claro que seu pedido servia para elas.
— Nos vemos depois — Caroline sussurrou no meu ouvido, enquanto eu acenei com a cabeça.
— O que está fazendo, ? — Matt disse, assim que todos estavam em uma distância considerável.
— Matt, não aconteceu nada entre mim e o Tyler. Relaxa, ok? — falei, com um pouco de raiva por ele estar querendo me controlar.
— O que acha de voltarmos com aquela regra de não ficarmos com nossos amigos? — ele me perguntou.
— Diz isso agora que você quebrou essa regra? Nossa, Matt, que conveniente — disse, sentindo meu rosto ficar quente de raiva. — Nós não temos nada!
— Mas, aparentemente, estão prestes a ter.
— Meu Deus, ele só me entregou minhas chaves, para que tanto drama?
— Eu não quero que nossa amizade acabe por conta do namoro de vocês. Qual é ? Você é minha irmã.
— Então nesse caso você está falando com a errada — falei, saindo de perto de Matt e indo direto para minha sala.
Durante a aula, fiz alguns desenhos. Só conseguia pensar na discussão que tive com meu irmão e que ele não estava de fato tentando me afastar de Tyler por conta da amizade deles, mas sim por conta da reputação das mulheres na cidade. Já que nossa mãe é… complicada, e Vicki é extremamente parecida. Ninguém espera nada de mim, já que eu sou só mais uma mulher com aparentemente uma maldição, que Matt faz de tudo para que ninguém me olhe como se tivesse.
Por outro lado, Matt é o garoto de ouro e eu tenho orgulho por ele ter conquistado esse título, já que ele realmente é muito especial, embora eu nunca irei admitir para ele todo o orgulho que sinto.

— Então, Tyler Lockwood? — Caroline dizia, do outro lado da linha.
— Não — falei, enquanto escolhia uma roupa para ir trabalhar.
— Por que não? Ele é um partidão! — ela disse, rindo.
— Ele quer ficar com a Vicki, se não já ficou. Eu não sou fácil, Carol.
— Eu sei… Pena que as outras pessoas da cidade não pensam assim, embora te conheçam há muito tempo. — Ela suspirou e eu fiz o mesmo.
— Pois é… Mas se você acha que o Tyler é um “partidão” — imitei sua voz. — Por que não fica com ele?
— Aí, não. Por Deus, . Meu coração já está reservado para Stefan Salvatore.
— Meu Deus. Está mesmo animada com isso, né? — falei, me divertindo com o jeito da loira.
— Nós vamos nos casar! — ela disse, dando gritinhos.
— Carol, tenta não insistir muito nisso se não der certo… tá? — falei, enquanto colocava minha calça de trabalho que dizia estou-trabalhando-mas-posso-ir-para-uma-festa-depois-do-expediente.
— Ele e a Elena já conversaram… Você acha que eu tenho chances? — ela disse um pouco cabisbaixa.
— Talvez? — falei, colocando uma regata rosa choque.
— Como assim “talvez”? — ela perguntou, parecendo angustiada.
— Vocês mal o conhecem. Deixem as coisas… acontecerem?
— Você é péssima dando conselhos amorosos. Vá logo dar uns amassos no Tyler, ! — ela falou, desligando o telefone. Carol é maluca.

Cheguei ao Mystic Grill, e lá estavam as pessoas com quem eu estudava e tinha que servi-las, enquanto era humilhada por não ter dinheiro suficiente para nos estabelecermos e pagar as contas, que nossa mãe não pagava, pois não tinha dado notícias. Respirei fundo e entrei. Estava com meus pés, pelo que parecia, colados no chão da entrada, até sentir um empurrão que praticamente me derrubou.
— Me desculpe — disse um homem com cabelos escuros e olhos claros, que me encarou por uns segundos, enquanto eu tentava levantar.
— Tudo bem, não precisa se preocupar, sempre acontece esse tipo de coisa comigo — eu falei, rindo de mim mesma e indo arrumar as coisas e começar a trabalhar.



Depois do meu expediente, resolvi dar uma breve passada na festa de boas-vindas do novo ano do colégio. Os estudantes faziam uma fogueira, colocavam uma música alta e era óbvio que tinha muita bebida envolvida.
Coloquei uma jaqueta por cima da roupa que estava antes de ter colocado o uniforme e parti em direção à festa.

— Ei, podemos conversar? — Matt disse, pegando no meu braço assim que cheguei.
— O que você quer, Matt? Não tô afim de drama hoje. Especialmente do seu — falei um pouco irritada com a nossa conversa mais cedo.
— É sobre isso mesmo que quero conversar — ele disse, me olhando preocupado.
— Acho que não estou mais afim da festa — falei, revirando os olhos e tentando me livrar de sua mão para sair.
, por favor — ele insistiu, segurando meu braço um pouco mais forte.
— Matt, se você insistir mais, eu juro que te jogo nessa fogueira! — Quase gritei as palavras e ele me soltou, colocando suas mãos para o alto como se estivesse se rendendo.
— Eu quero me desculpar! — ele disse, e agora, sim, tinha toda minha atenção. Cruzei meus braços e esperei por sua explicação. — Agora eu sei que tenho sua atenção e que você não vai fugir, não é mesmo, ?
— Talvez, Matt. Talvez. Comece a falar — falei, segurando a risada enquanto ele me provocava.
— Eu queria me desculpar pelo o que te disse hoje. Sei que peguei pesado com você e que estava errado.
— Você sempre está errado, Matt! — disse, rindo e o empurrando de leve, fazendo com que ele se desequilibrasse e encostasse na árvore que estava atrás dele. — Ai meu Deus, Matt. Você tá bem?
— Tô bem, relaxa. Só pega mais leve da próxima vez, tá? — ele disse, enquanto olhava sua mão, que estava sangrando.
— Você está sangrando! — eu falei, entrando em desespero.
— Ei, se acalma, não foi nada demais. — Ele tentou me tranquilizar rápido.
— Matt, sangue — eu disse desesperada. Minha respiração estava acelerada e eu não conseguia parar de mexer minhas mãos para tentar me acalmar.
! Relaxa! — ele disse, tentando fazer com que me acalmasse. Eu odiava sangue e ele sabia daquilo mais do que ninguém. — Olha, a Caroline! Vai falar com ela enquanto eu cuido disso.
— Matt, me desculpa mesmo. Eu não quis fazer isso com você — falei, lacrimejando e tentando deixar minha respiração estável.
— Não tem problema nenhum, , eu sei disso. Vai dar uma volta — ele falou, com um tom meigo.
— Tá — disse, saindo de perto do meu irmão o mais rápido que pude para não ter que vê-lo mexendo no sangue de suas mãos.
— Aí está você! Estava te procurando — Carol me disse. Respirei fundo e a escutei tagarelar sobre o quanto ela achava Stefan Salvatore perfeito.
— Carol, você por um acaso viu alguém diferente aqui? Além do Stefan? — perguntei, depois de tomar coragem para tocar naquele assunto com ela.
— Não, por quê? — ela disse curiosa.
— Eu vi um homem hoje no Grill. Ele era lindo — admiti, me lembrando de seu rosto.
— Parece que você está interessada em alguém, não é mesmo? E o papo de hoje de manhã? — ela falou, sorrindo.
— Meu Deus, esquece que eu te perguntei isso — falei arrependida de tocar no assunto.
, como meu papel de sua melhor amiga, irei vasculhar Mystic Falls completa à procura do seu amor. Tudo bem para você? — ela disse, sendo melodramática.
— Se fizer isso, não vou reclamar.
Estava conversando com a loira, até ver Vicki entrar na floresta com Tyler.
— Vicki está aqui? — perguntei a Caroline, que pareceu meio confusa com minha pergunta.
— Sim? — ela disse, sem ter certeza do que estava afirmando.
— Era para ela estar trabalhando agora. — Pensei, alto um pouco irritada comigo mesma por ter me lembrado daquilo.
— Droga — Caroline soltou baixinho.
— É, droga! — eu falei brava, indo atrás de minha irmã adentrando da floresta.

— Vicki? Vicki? — gritei, esperando uma resposta, sem sucesso. Avistei Tyler e corri atrás dele. — Tyler, cadê a Vicki? — perguntei preocupada.
— A vadia está pra lá — ele me respondeu bravo.
— Qual é o seu problema, Tyler? — falei, o empurrando.
— Desde quando sua irmã diz não para um cara? Talvez você seja mais fácil que a Vicki! — ele disse, se aproximando de mim de maneira que a vastidão da floresta parecesse minúscula. Colocou seus braços ao redor de minha cintura e consegui sentir o cheiro forte da bebida vindo de sua boca. Sem saber o que fazer, apenas desliguei o meu autocontrole e despejei o meu nojo por suas palavras em seu rosto.
— Vai se ferrar, Tyler! — gritei, me desfazendo dele.
— Vadia! — ele falou.
— Quando estiver sóbrio, fale isso para mim de novo e talvez você não leve apenas uma cusparada na cara — falei, andando e tentando achar Vicki.
— Eu vou! — Escutei sua resposta vindo de longe. Nós dois sabíamos que aquilo não iria se repetir.
— Vicki? — Continuei com o meu objetivo inicial, pensar em quebrar a cara de Tyler Lockwood agora não iria me ajudar a achar minha irmã. — Vicki, pelo amor de Deus! O que você está fazendo da sua vida! — gritei para as árvores, folhas e para a lua. Parecia que nada que eu dissesse chegaria até a minha irmã.
Depois de alguns minutos andando em silêncio, me paralisei ao ver Vicki no chão. Havia um homem em cima dela, com o rosto em seu pescoço. Prendi o meu pé em algo muito escuro para que eu pudesse identificar, caí, e o homem se levantou em um piscar de olhos. Tentei me levantar, acho que torci meu pé, mas consegui fazer isso rápido.
— Vicki? — falei, indo até ela mancando. — O que estava fazendo? — falei, tentando encarar o homem no escuro enquanto ia em direção à minha irmã. — Ai, meu Deus! — A luz do luar me fez enxergar seu pescoço ensanguentado. Minha respiração começou a acelerar imediatamente, juntamente ao meu coração. — O que fez com ela? — gritei, vendo o homem se aproximar. Meus olhos tinham lágrimas e não suportava ver o estado de minha irmã. — O que você fez?
— Eu só me alimentei — disse o homem, que eu imediatamente reconheci. Era o cara bonito do grill.
— Meu Deus — falei baixinho.
— Saia. — Ele me encarou e ordenou.
— Não — disse, me levantando com dificuldade e retribuindo o seu olhar.
— Saia — ele repetiu.
— Não!
— Eu disse para sair! — ele falou, me encostando contra uma árvore tão rápido que não pude notar seu movimento.
— E eu disse que não. — Ele era forte, sua mão estava em meu pescoço, me segurando, mas minha vontade de proteger minha irmã era maior do que qualquer coisa maluca que pudesse me matar.
— Por que não me obedece? — ele perguntou confuso.
— Qual é? Mulheres não obedecem mais os homens — falei, e ele me soltou com força, batendo minha cabeça na árvore e me fazendo gritar com a dor.
Com minha mão, tentei ver se a dor que vinha da minha cabeça era apenas dor e, para minha infelicidade, não era. Minha mão estava infestada de sangue e agora o desespero tomou conta de todo o meu ser. Eu iria morrer.
— O que foi? — Ele se abaixou para ver o que estava fazendo.
— Sangue — eu falei, como se explicasse tudo. Virei o meu rosto para evitar olhar o que sairia da minha cabeça, lágrimas escorreram pelo meu rosto. — Você vai me matar, não é?
— Vou. Mas primeiro beba isso — ele disse, mordendo o seu pulso e me forçando a beber o líquido que saía dele, me causando arrepios e um medo que jamais senti em toda minha vida.
— Eu preciso que faça algo por mim antes — falei, com nojo de mim mesma por ter bebido sangue. — Deixe minha irmã em paz e você poderá fazer todas essas esquisitices comigo.
— Tudo bem, eu posso fazer isso.



Acordei em uma casa bonita e antiga, nunca tinha estado aqui antes em toda minha vida. Sem noção do que estava acontecendo, eu me sentia diferente. Algo em meu peito me incomodava, o colar que Caroline me deu ardia em minha pele. O joguei para longe, assustada. Me sentei no cômodo, que estava escuro e vazio, e observei, na espera de alguém.
— Damon, por que fez isso? — Escutei, do outro lado da sala.
— O motivo… não interessa, irmãozinho. Você vai me ajudar nessa, ou não? — aparentemente Damon respondeu, e reconheci sua voz da noite anterior.
A porta se abriu, revelando rostos familiares.
— Stefan? — falei surpresa. — Você tem que me ajudar! Ele… O que fez comigo? — perguntei para o homem.
, calma — Stefan disse, a fim de me tranquilizar.
— Ele quase matou a minha irmã! Ele quase me matou! — falei com desespero e medo na voz.
— Correção, querida, eu te matei — ele disse, e eu zombei de sua cara.
— Você precisa de algo? — Stefan falou para mim e repreendeu Damon com o olhar.
— Eu estou com fome — disse, dando ombros. — Tenho que ir para casa e arrumar minhas coisas para escola — falei, levantando do chão e indo em direção à porta.
— Calminha aí. Você não vai a lugar nenhum. — O homem de olhos claros me impediu.
— Por que não? — disse um pouco irritada.
, por favor. Você precisa ficar aqui por um tempo. Até… explicarmos algumas coisas para você.
— O que vocês querem explicar para mim? Por que estou trancafiada em uma sala? Por que estou na sua casa? Por que esse… homem fez aquilo comigo? Por que não posso ir à escola? Por que estou com tanta fome? — falei agoniada.
— Seria mais fácil se eu te mostrasse — Damon falou, indo em direção à janela e a abrindo, permitindo que o sol batesse e me atingisse, queimando a minha pele e me fazendo gritar de dor. Ele rapidamente fechou as persianas.
— Como isso aconteceu comigo? — falei em choque.
— Você está diferente agora, — Stefan disse, em um tom gentil.

Os rapazes, que eram irmãos e tinha bem mais que dezessete anos, passaram horas tentando me fazer entender o que eu era agora e como viveria com isso.
— Quando você me disse que eu estava diferente, não imaginava que viraria uma história para dormir. Eu… não quero ser diferente. Eu quero, sei lá, ser líder de torcida, ficar velha, ter filhos, todas essas coisas — falei, enquanto tentava processar tudo.
— Eu sei disso. Mas você ainda pode fazer várias coisas — ele falou compreensivo.
— Pode desfazer isso? — perguntei a Damon.
— Eu não posso, nós não conseguimos fazer isso — ele falou, lamentando.
— Por que fez isso comigo? — falei frustrada.
— Eu não sei! Eu não queria que você morresse, sei lá.
— E agora eu sou imortal.
— É. Acho que meu plano deu certo — ele falou sarcástico e na defensiva.
— Preferia que não tivesse.
— Eu sei que é trágico, mas você tem que aceitar — ele falou, enquanto colocava uma bebida em seu copo. Cruzei meus braços e evitei olhar em seu rosto.
— Eu não acredito que vou dizer isso, mas Damon está certo… — Stefan começou a dizer.
— Viu? — Ele cortou a fala de seu irmão.
— … Você tem que conviver como uma de nós agora — ele falou, sendo solidário.
— Eu não posso ao menos ver a luz do sol, isso é… torturante — disse, dando de ombros e triste.
— Eu sei… Vamos tentar dar um jeito nisso.
— E quanto à minha fome? Vocês realmente bebem…? — comecei a dizer, mas a palavra me causava arrepios.
— Sim, nós bebemos. Estava fazendo isso com sua irmã antes de você chegar — Damon falou.
— Eu… não quero fazer isso — falei, um pouco desesperada.
— Você pode entrar em uma dieta. Fazer isso só com animais. — Stefan deu uma ideia, me fazendo ter esperança. — Assim como eu. — Ele ofereceu um sorriso.
— Ela é uma novata, não podemos fazer isso. Ela precisa de sangue humano — Damon disse, um pouco frustrado com o que falava. Me levantei com as mãos sobre a cabeça e comecei a andar de um lado para o outro. — Você tá legal?
— Se eu tô legal? É claro que não! Horas atrás eu entrava em pânico só de ver sangue e agora eu preciso disso pra sobreviver — falei frustrada e, como se fosse mágica, o moreno apareceu em minha frente e, sem pensar muito, eu o abracei.
— Vamos te ajudar com isso — ele disse em meu ouvido, e eu concordei com a cabeça.
— Preciso mesmo beber sangue? — disse, me desfazendo do abraço um pouco envergonhada.
— Você precisa se alimentar, … Se não completar a transformação, você… morre — o irmão “mais novo” me disse.
— Mas eu já não estou… sabe, morta? — falei a última palavra como um sussurro.
— Você não precisa fazer da palavra morte algo muito importante. — Damon suspirou e segurou meus braços gentilmente. — Vamos resolver isso hoje à noite.
— Não — Stefan o repreendeu. — Temos sangue aqui, você pode bebê-lo — ele disse, olhando para o irmão, que logo assentiu e saiu da sala.
— E se eu não me acostumar com… sangue? O que eu vou fazer? — falei, um pouco desesperada.
— Você vai. E se tiver problemas com controle, o Damon pode te ajudar ele é bom nisso — ele disse calmo.
— Eu vou viver para sempre? — falei nervosa com a ideia.
— Sim. Mas você tem que tomar muito cuidado com estacas de madeira no coração.
— Ok, obrigada pelo aviso — disse, tentando dar um sorriso.
— Fica calma, você vai ficar bem. Eu sei como é difícil no início, mas depois…
— Cheguei. — Damon voltou com uma bolsa de sangue do hospital.
— Vocês roubaram isso? — falei, um pouco surpresa.
— Encare como algo de boa fé. Somos vampiros e, em vez de matar humanos, bebemos apenas o sangue deles — Damon disse, sorrindo.
— Justo.
Ele me entregou a bolsa e quando a senti em minhas mãos, entrei em um pânico que logo se dissipou quando me veio uma vontade incontrolável de tomar o sangue que ali continha. De repente, tudo o que me fazia sentir repulsa me fez sentir desejo. Logo virei a bolsa de sangue, me deliciando com o sabor. Pude sentir meu rosto se modificar conforme o cheiro vinha até minhas narinas. Agora era oficial, eu era uma vampira.
— Como isso pode ser tão… bom? — perguntei aos rapazes, surpresa.
— Bem-vinda ao mundo dos vampiros, querida — o mais velho disse, sorrindo maliciosamente.


Continua...


Nota da autora: Sem nota.

🪐


Nota da Beth Saturno: Damon sendo Damon e transformando as pessoas do absoluto nada kkkkk. Que saudades dessa vibe do início de TVD, ai ai. Stefan é um fofo, como sempre.
Ansiosa para ver como a pp vai se sair para se adaptar à vida de vampira.

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