Revisada por: Lightyear 💫
Finalizada em: 06/05/2025Prestar um favor a Nalla Miller não foi um sacrifício para .
Ainda mais por um pedido direto de Donna Fletcher. Ela tinha algumas dívidas com a sliter do Dominos — dívidas de um passado meio conturbado devido aos conflitos que viveu no Brasil, o país natal de sua mãe. Já era incomum ser filha de um gringo britânico e uma brasileira crescida na comunidade mais violenta de São Paulo; ver seu pai sendo morto em sua frente após um tiroteio entre gangues a deixou ainda mais fria com a vida.
E, mesmo com todo o carinho de sua mãe, os passos traçados pela moça foram em direção ao que era atualmente: uma assassina de aluguel. Sua primeira vítima? O próprio chefe do morro — o homem que causou toda a confusão e acertou seu pai sem o menor remorso. Passar a infância remoendo isso, e arquitetando cada detalhe do seu plano de vingança, foi um mero detalhe para Donna Fletcher, que a recrutou aos 10 anos sem pensar duas vezes. Foi assim que se juntou à Continuum, executando inúmeros trabalhos para a sociedade comandada por Lionel Tenebrae.
— Está muito silenciosa hoje — comentou , ao erguer seu corpo e beijar de leve o ombro dela, que se mantinha sentada na cama. — Não gostou da nossa manhã privativa de amor?
— Desculpa — ela sorriu de leve, tocando em seu cabelo, não sendo tão agressiva, o fez se aninhar mais a ela. — Só estou pensando em muitas coisas ao mesmo tempo.
— Tenho minha esposa uma vez a cada quinze dias e ainda não a tenho somente para mim? — reclamou ele, encaixando seu queixo no ombro dela, envolvendo os braços em sua cintura. — O que te preocupa tanto a ponto de não pensar em estar somente comigo?
— Você. — disse ela.
— Eu?
— Sim.
— Já disse para não se preocupar comigo, Fulhan, sei muito bem qual é o seu trabalho e o quanto é incerto trabalhar para pessoas da Continuum — assegurou o homem, fazendo-a se virar para ele. — O que mais te preocupa? Eu sei tomar conta de mim mesmo.
— Eu sei disso, mas não pode se proteger de mim. — Ela manteve um olhar sério para ele.
— E por que iria querer me proteger da mulher da minha vida? — ele sorriu de canto e, se impulsionando, beijou-lhe no pescoço. — Você é quem deve se proteger de mim.
— Estou falando sério — Ela o afastou com a mão direita. — Você tem inimigos?
— Não que eu saiba — disse ele.
— O que você fez de errado? — insistiu ela.
— De errado? Nada… — manteve um olhar confuso para ela. — De onde tirou isso? Qual o propósito dessas perguntas?
— Por que uma pessoa me pagaria para te matar? — Ela se levantou da cama, inconformada por ter aceitado o serviço.
Porém, sabia que se não fosse por ela, seria por outra pessoa, e da forma mais dolorosa possível.
— Por que alguém da Continuum quer te matar? — ela voltou seu olhar para ele, controlando a raiva.
— O quê? — ele a olhou confuso e surpreso por suas palavras — Como assim?
se levantou da cama para se aproximar dela.
— , quem iria querer te ver morto? — Ela tentou se afastar mais, vasculhando em sua mente todas as informações que tinha recolhido sobre a família de seu marido.
sabia muito bem que se apaixonar, ter uma família, sendo quem era, poderia ser perigoso. Tanto para ela quanto para a outra parte interessada. Porém, foi em um de seus serviços que conheceu o atrapalhado agente de seguros de carros — que tentava lhe vender um pacote de seguro de sua empresa, bem no momento em que se preparava para executar um serviço. As ligações insistentes dele ao longo dos dias a deixaram curiosa para conhecer o homem que tentava vender o serviço com tanta persistência. Claro que a bonificação por torná-la uma cliente não foi o que mais o deixou satisfeito por não desistir.
É certo que seu jeito cativou e derreteu o iceberg que ela tinha no lugar do coração.
— Eu não sei. — Ele levantou mais a voz, fazendo-a olhá-lo. — Confesso que estou curioso para saber quem te contratou.
— Eu… Não posso dizer — disse ela — Vai contra minhas regras…
Ele a interrompeu com um beijo desesperado e, ao mesmo tempo, apaixonado, envolvendo-a em seus braços, aproximando mais a mulher dele.
— Eu não me importo. Se for para escolher como morrer, por suas mãos seria mais do que um presente — sussurrou ele, mantendo seus rostos próximos.
— Eu te odeio, sabia? — disse ela, reprimindo seus sentimentos. — Por dizer isso.
— Eu te amo — disse ele, de volta.
— Eu também te amo. — Ela se afastou dele, deu dois passos até a mesa de apoio perto da porta. — Lamento por ficar viúva.
Em um piscar de olhos, puxou uma arma debaixo do móvel e atirou nele. O som não pôde ser ouvido pelo seu silenciador. Logo, o corpo de jazia sobre o chão. Ela esticou o pescoço, vendo um fio de sangue já escorrer em sua boca. Voltando-se para a porta, abrindo-a, deparando-se com três pessoas, todas trajando um jaleco branco.
— Pontuais como sempre — disse, abrindo mais a porta para entrarem — Agradeço pela discrição da Darko neste trabalho.
— Não se preocupe, senhora Fulhan, o levaremos diretamente para a Dra. Irina Baker. — assegurou a mulher, voltando o olhar para os dois homens que a acompanhavam. — Retire-o com cuidado.
Os homens assentiram à ordem.
— Quanto tempo terei que esperar? — perguntou .
— Até sair a nota do suposto falecimento dele, umas vinte e quatro horas. — respondeu ela. — Mas já pode dizer ao seu cliente que o alvo está abatido.
— Perguntei sobre a cirurgia — explicou.
— Primeiro, vamos imobilizar o estrago e retirar a bala. Foi exatamente onde disse que seria o tiro. Duas semanas de recuperação para, assim, fazermos a cirurgia plástica — completou a moça, dando as informações solicitadas.
— Agradeço, diga a Irina que lhe devo um favor — disse .
— É sempre um prazer, senhora Fulhan. — A moça se retirou.
Fulhan retirou seu celular de trabalho de dentro da bolsa e mandou uma mensagem ao seu cliente, marcando um encontro pessoal. Ela ainda não sabia a quem pertencia o número desconhecido e sem registro que lhe mandava mensagens, mas já estava ardente de desejo de pegar seu pagamento pessoalmente e lhe dar um singelo bônus por contratar seus serviços.
— Vou descobrir quem é você, senhor T. — sussurrou ela, ao ver a mensagem de resposta do cliente. — E vai me pagar caro por isso.
Você quer falar sobre isso?
Estou implorando pra você se pôr em meu lugar a qualquer momento
Olho no relógio até que você se descontraia
Então reze
Porque eu não irei embora daqui sem você.
— Natural Born killer / Avenged Sevenfold
Estou implorando pra você se pôr em meu lugar a qualquer momento
Olho no relógio até que você se descontraia
Então reze
Porque eu não irei embora daqui sem você.
— Natural Born killer / Avenged Sevenfold
"Coragem: Até onde iria para salvar quem ama?"
— Pâms