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Codificada por vênus. 🛰️
Atualizada em: 24.11.2024

secou algumas lágrimas que insistiam em escorrer enquanto saía da sala de aula apressadamente. Com a visão embaçada, acabou trombando em alguém.
— O que foi, ? — a senhorita Park, uma das professoras novatas, se agachou para ficar da altura da garotinha. — Aconteceu alguma coisa?
— Todo mundo me odeia, professora — ela disse pausadamente, embolando-se com os próprios soluços.
— Por que está dizendo uma coisa dessas? — a mulher sentiu o coração se apertar ao ver tampar os olhos com suas duas mãozinhas, tentando esconder o choro, enquanto soluçava.
Senhorita Park pegou a aluna pelo tronco e segurou-a em seus braços até que parasse de chorar, acariciando suas costas levemente, em uma tentativa de acalmá-la. fungou mais algumas vezes depois das lágrimas pararem de escorrer.
— Pode me contar o que aconteceu? — a professora perguntou com a voz aveludada, tentando não assustar a criança em seu colo. suspirou, com o olhar em seus dedos, que se entrelaçavam. Respirou fundo antes de contar:
— O Sung roubou meus doces hoje. Ele sempre faz isso — sua voz saiu meio abafada por conta do choro recente, mas a garotinha se concentrou para não permitir que as lágrimas escorressem. — O Sung é malvado comigo, professora. E ninguém fica do meu lado.
— Ele é mau com você? O que o Sung geralmente faz? — a mulher manteve a voz serena, mesmo que seus nervos pulsassem de nervoso ao ver sua aluna chorando por conta de um garoto com aquela idade.
Quer dizer, tinha apenas quatro anos. Não precisava conhecer o lado trágico dos homens ainda. Era cedo demais, não?
— Ele rouba o meu lanche, meus brinquedos e meus doces. E me chama de gorda também. — a garotinha levantou o rosto em direção da professora — Uma vez, eu caí durante o recreio, e ele começou a rir de mim. Os outros também riram.
— Todos os seus amigos riram de você? — a mulher arregalou os olhos, assustada com os próprios alunos.
— Eles não são meus amigos. Eu não tenho nenhum amigo, senhorita Park — a menininha mordeu o interior da bochecha, chateada.
A professora parou de mexer as pernas, que ela nem mesmo havia percebido que se moviam de frente para trás, como se dançasse, e fixou o olhar no rosto de . Seus olhos eram tristes demais para uma criança de quatro anos, pareciam acinzentados e perdidos.
Com o coração dando um solavanco e uma lembrança passando diante de seus olhos, a senhorita Park sorriu levemente antes de deixar no chão. Continuou agachada, refletindo sobre o que faria em seguida.
— Eu quero te dar um presente — falou calma, encarando os olhinhos inchados de , com uma das mãos segurando as pequenas dela. — Eu já volto, me espere aqui.
Com os passos ligeiros, correu até a sala dos professores, de onde havia acabado de sair, e pegou um objeto de dentro de sua bolsa.
— Minha professora me deu quando eu era pequena, que nem você — tornou a falar assim que se agachou em frente à garotinha.
— Uma boneca? — apertou os olhos, estranhando.
— Um boneco de pano — a senhorita Park sorriu. — Ele sempre foi o meu melhor amigo, acho que você vai gostar dele também. É um presente.
torceu a boca, sem saber o que dizer sobre o que havia ganhado. Não que ela tivesse desgostado, era apenas... aleatório?
— Guarde-o na sua mochila e brinque com ele quando chegar na sua casa. Ele é um bom amigo, pode acreditar — a professora pediu, esperançosa de que se importasse com o boneco. Oras, dar aquele presente a alguém significava um passo muito grande na vida dela, por mais estranho que isso soasse.
A garotinha levantou os ombros, agradecendo a lembrancinha, e prometeu cuidar do boneco de pano.
— Qual o nome dele?
— Hm... — a senhorita Park sorriu novamente, com a lembrança de ter feito aquela mesma pergunta para sua professora, anos antes. — Você vai descobrir.




continua...


Nota da autora: Espero que você tenha amado esse prólogo tanto quanto eu. Para saber mais do meu mundinho de fics, me siga no insta!
.xo


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