Revisada por Aurora Boreal 💫
Finalizada em: 12/06/2025
Esta é a história de como nos tornamos amigas e fizemos a esperançosa promessa de nos casar em um ano. As quatro donzelas mais encalhadas e desafortunadas de Londres, na busca pela tão sonhada aliança no dedo e um amor verdadeiro.
Alice Fletcher, Catherine Sollary, Sollary e Olivia Miller.
Londres de 1847
Acordar cedo não era uma dificuldade para mim.
E naquela madrugada, a tristeza fora minha companheira até clarear o dia. Ainda não acreditava na notícia que estragou minhas férias em Milão, e Cath não havia concordado com a ideia de retornarmos mais cedo para casa, porém, solidarizou-se com minha dor. Após nossa mudança para Londres, mantive meus pensamentos reprimidos para não importunar minha irmã. Ela já possuía vossos próprios problemas com a alta idade, tendo que escolher um pretendente ainda nesta temporada para lhe desposar.
A pedido de minha mãe, meu pai havia concedido-a organizar um baile, para que toda a cidade conhecesse vossas belas filhas. Eu não me importava muito com aquilo, mas ver ela empolgada, dando ordens aos criados, deixava-me mais tranquila. Desci as escadas pela manhã, segurando um livro, enquanto observava toda a movimentação em nossa casa, ao passar pela sala, pedi à Isla que levasse meu café da manhã no jardim.
Um dia ensolarado deveria ser bem aproveitado.
— Como podes fazer isso comigo? — sussurrei, ao ler novamente a carta de , contando sobre o noivado.
Voltei meu olhar para a porta e vi minha irmã se aproximar, dobrei rapidamente a carta e coloquei em uma página aleatória do livro. Fingir estar lendo, para que não desconfiasse de nada. Ela já me recriminava tanto por não ter me declarado para ele quando tive a oportunidade.
— — disse ela, meu nome ao me aproximar e me sentar na cadeira em minha frente.
— Bom dia, flor do dia. — Movi o olhar para ela e sorriu com graça. — Caiu da cama?
Catherine nunca foi de acordar cedo como eu.
Desde pequenas, éramos comparadas ao sol e a lua, ambas diferentes demais uma da outra em nossas convicções. Cath era tão racional e impulsiva, intensa como o sol de verão, já eu, emotiva e acanhada, serena como a brisa da noite proporcionada pela lua. Talvez devesse mesmo seguir os passos de minha irmã e extinguir o amor relutante que mantinha guardado dentro de mim.
— Alguma notícia de vosso amigo? — indagou ela, prosseguindo com o assunto.
— Nada além do noivado inesperado — respondi, rapidamente. — Mas já sabes sobre isso.
— Devo preocupar-me com a notícia? — indagou, referindo-se a como eu reagiria diante da realidade.
— Fique tranquila, irmã, eu ficarei bem — assegurei a ela, tentando animar-me internamente.
Não sabia exatamente quando este amor tinha surgido dentro de mim.
era onze anos mais velho que eu e via-me como uma irmã mais nova, que nunca teve, por ser filho único. O conheço desde sempre, cresci com vossas visitas repentinas em nossa casa quando morávamos em Liverpool, nossos pais sendo amigos de longa data. Meu coração sempre acelerava com ele por perto, e depois que contou-me com empolgação que se tornaria um militar.
A coragem afastou-se por definitivo de mim e não confessei meus sentimentos.
Deixei minha irmã no jardim e voltei ao meu quarto. As lágrimas se apresentavam de tempos em tempos, até que a noite apareceu e os convidados começaram a chegar. Pensei em bater no quarto de Catherine para descermos juntas, porém, minha mãe apareceu no corredor e me arrastou para sala. Segundo ela, queria me apresentar a uma pessoa especial. Eu deveria ter batido na porta de Catherine. Pois a pessoa a quem foi-me apresentada era ninguém menos que a noiva de : Freya Pompeo.
— É um prazer conhecer a famosa — disse Freya, ao sorrir delicadamente.
— Gostaria de dizer o mesmo. — Mantive um sorriso forçado no rosto. — Porém, estou intrigada por dizer que sou famosa.
— sempre fala sobre vossa pessoa — explicou ela, conseguia perceber os traços enciumados por detrás de vosso sorriso gentil. — Fiquei com tanta curiosidade em conhecê-la que não contive-me em pedir aos meus tios que trouxessem-me a este baile.
— Bem, agora conhece-me. — Voltei meu olhar para o lado, vendo mais pessoas chegarem.
— Se está procurando por ele, não pôde vir — disse ela, deixando a voz um pouco mais séria.
— O que disse? — Voltei meu olhar para ela. — De quem está falando?
— , meu noivo e vosso amigo — explicou ela, com um tom superior. — Ele não veio, recebi uma carta pela manhã, infelizmente, vossa dispensa militar foi adiada por mais um tempo.
— Ah, entendo. — Mantive a cordialidade, não deixando aparentar meu desconforto em tê-la em minha casa. — Mas não era por ele a minha procura, e sim, por minha irmã, Catherine.
— Ah. — Logo vossa feição demonstrou estar sem graça pelo comentário sem propósito.
Apenas para reforçar vosso compromisso com .
— Bem, por mais que não tenha vindo, alegro-me um pouco, pois terei mais tempo para os preparativos do casamento — continuou ela, voltando ao assunto que machucava-me internamente. — Espero que possas ir, e talvez possas ser nossa dama de honra.
— Ah, farei o possível para estar presente em um dia tão importante para um amigo querido como o . — Tentei disfarçar minha angústia. — Com vossa licença, mas preciso receber os outros convidados.
Me afastei dela o mais rápido que pude e procurei o canto mais escondido para derramar minhas lágrimas. Não conseguia conter a dor em meu coração e o choro que prendia há dias. Ver Freya em minha casa, falando sobre vosso noivado com com a aliança no dedo, me feria ainda mais.
Disfarcei um pouco ao perceber a aproximação de Catherine.
— Por que me olhas assim? — perguntei a ela, limpando discretamente a última lágrima que insistia em cair.
— Está tudo bem? — perguntou ela, sentando-se na cadeira ao meu lado. — Aconteceu algo?
— Acabo de ver a noiva de com vossos tios — respondi, num tom mais baixo — Ela usava o anel de noivado.
— , nem sei como consolá-la, sabes o que acho a respeito deste vosso sentimento, quanto mais o nutrir, mais ficará machucada. — Catherine tentou chamar-me a razão.
Entretanto, eu já estava machucada.
Não demorou para que minha irmã se aproximasse, sentando-se ao meu lado. Trocamos algumas palavras, até que vossa sabedoria em forma de repreensão tocou em minha ferida. Abaixei meu olhar, cruzando meus dedos. Não me sentia nenhum pouco motivada com aquele baile. Após alguns minutos perdida em meus pensamentos, a aproximação de uma jovem moça despertou-me a atenção. Fiquei curiosa para saber quem seria a dama que se aproximou de nós com tanta naturalidade assim. Vosso rosto angelical e suave transmitia certa paz e leveza que apenas as damas da nobreza possuía.
O nome? Alice Fletcher, outra solteira como nós, talvez até mais frustrada pela realidade de seus relatos, pois perdeste o noivo para a eternidade, meses antes de selarem o matrimônio. Fora admirável ver os comentários maldosos de Cath a respeito de vossa situação. Certamente, aquele canto do grande salão havia sido reservado para as donzelas mais desafortunadas da noite, tanto que até uma das criadas envolveu-se no assunto, compartilhando conosco vossa busca por uma realidade melhor.
Lembrava-me vagamente daquela criada chegar pela manhã para ajudar nos preparativos do grande baile.
E dos muitos gritos da senhorita Moodle.
Contudo, surpreendi-me com a história de Ally, ao observar seu olhar saudoso, por uma vida que poderia ter tido ao lado do falecido Liam. Será que ela o amava tanto assim, para passar um ano em luto? Não a julgaria se fosse o caso. Eu era uma pessoa que amava em silêncio, nem a menor possibilidade de poder sonhar com tal amor sendo retribuído.
Ao final de nossa rica conversa, constatei que Alice parecia ser uma pessoa muito bem informada, o que deixou Catherine bastante empolgada a saber de algumas fofocas locais e se atualizar quanto aos cavalheiros que deveríamos evitar. Lorde Bale estava nesta lista. Enquanto isso, Olívia, a garota tímida, demonstrou-se uma pessoa mais realista que não tinha sonhos grandes. Talvez por não ter família e ter passado parte da vida em orfanatos e workhouses. Em Liverpool, eu e Catherine não tivemos muitas amigas, ou melhor, não tivemos nenhuma.
A entrada de Alice e Olivia em nossas vidas, era uma novidade empolgante.
Infelizmente, nosso assunto fora interrompido pela senhora Moodle, que arrastou Olivia consigo para a direção da cozinha. Cath, por sua vez, cansada dos muitos olhares para vossa direção devido ao sinuoso vestido que valorizava as curvas, atravessou o grande salão, ignorando a todos. Vosso refúgio certo era sempre o jardim de inverno, que nos remetia a nossa infância em Liverpool.
Quanto a mim…
Permaneci ao canto da sala, observando os demais convidados em assuntos extensos que pareciam interessantes. Longos minutos de solitude, até que novamente minha ferida fora tocada através da presença de Freya.
— Percebo que não gostas muito de bailes — comentou ela, ao puxar a cadeira e sentar-se ao meu lado.
— Ah… Engano vosso, gosto muito, porém, como é a primeira vez sendo a anfitriã, esqueci-me de guardar energia para o baile em si e a gastei durante os preparativos — comentei, dando uma desculpa convincente para meu ocultamento.
— Compreendo — disse ela, soltando uma leve risada. — Sei bem o quão desgastante é organizar estes eventos… Estou em pleno surto com os preparativos do meu noivado.
Pergunto-me se vossa aproximação foste de propósito para mais uma vez mencionar o compromisso de com ela.
— Como noiva, deves resguardar-se para o momento — aconselhei-a, demonstrando estar alheia ao assunto.
— Sim, minha futura sogra já assegurou que ela me ajudará, pois é tradição da família Dominos — concordou.
— A senhora Dominos é a gentileza em pessoa, certamente moverá céus e terra para que tudo saia impecável — garanti, conhecendo-a bem.
— Algo me gera curiosidade — comentou ela, mudando o assunto.
— O que seria? — Olhei-a.
— Como ambos tornaram-se amigos — indagou. — Afinal, a distância de idade é um tanto quanto visível.
— Nossas famílias são amigas desde sempre, e nossos pais se conhecem desde a infância também — contei a ela, com um gostinho de vitória por ser alguém importante para ele. — Crescemos juntos com passando os verões em nossa casa de campo.
Seu olhar impressionava, forçou-a abrir um sorriso sutil.
Definitivamente, não havia gostado dela, e não era pelo fato de ser noiva de , mas por me passar falsidade em admirar a vida simples que meu amigo ambicionava seguir. Dias passaram e em por convite de Alice, nos reunimos para um chá da tarde na casa de vossa tia.
A missão?
Avaliar a lista de pretendentes que a sra. Smith havia feito com zelo para sobrinha e amigas. Uma senhora divertida e compreensiva, sendo de família da nobreza, o fato de ter se casado com um burguês mostrava vossa simpatia por pessoas de nossa classe. Apesar de ter notado alguns olhares de reprovação ao se deparar com a presença de nossa humilde amiga, Olivia. Não entendia o motivo, ela tanto quanto nós, merecia sonhar com um futuro melhor, do que apenas ser a criada de famílias ricas.
— Então, voltemos ao assunto inicial, a lista de nomes — Catherine disse. Empolgada. — O amor tem pressa para todas nós.
Todas rimos e continuamos com a sra. Fletcher nos apresentando aos cavalheiros solteiros e mais cobiçados de Londres.
Sim, o amor tinha pressa.
Contudo, em meu caso, talvez ele tivesse desistido de aparecer e saído de férias. De certa forma, nenhum dos cavalheiros na lista conseguiriam tirar de meus pensamentos, era uma realidade a ser considerada.
— Passou a maior parte do tempo em silêncio na casa da senhora Smith — comentou Cath, ao adentrar com suavidade em meu quarto. — Ainda mantém-se fechada às possibilidades?
— Não exatamente — respondi, observando-a se aproximar. — Minha mente entende o que vivo e que preciso desapegar-me, mas meu coração não corresponde conforme o roteiro.
— Em algum momento terá que encarar a realidade, aquela em que ele desposa a Freya e vós casa-se com outro. — Catherine sempre com vossas duras palavras de conselho. — Não deixe para aceitar a ideia quando estiveres nas núpcias com alguém do qual vosso coração não aceitaria de início.
— Agradeço por vossos conselhos de sabedoria. — Soltei um suspiro fraco. — Me esforçarei para que o meu coração aceite a realidade o mais breve possível.
Cath veio até mim e logo abraçou-me de forma reconfortante, demonstrando vosso apoio incondicional à irmã emotiva. Agora, não tinha apenas ela para compartilhar meus infortúnios e nutrir o pensamento de um futuro melhor, havia mais duas loucas no grupo.
Perseverantes o bastante para não desistir do felizes para sempre.
Enquanto nossa esperança se mantinha acesa com nossos encontros semanais e cartas compartilhadas de motivação, a vida se encarregou de mudar todos os planos para nós quatro. A começar por Alice, que precisou viajar novamente para Limerick. Segundo vossa carta, havia uma possibilidade da promessa de vossos avós ser honrada, pois vosso noivo falecido tinha um irmão mais velho, que atualmente se dedicava à vida de celibato sendo um aspirante a padre.
Enquanto isso, as situações em nossa casa se tornaram bem mais delicadas, após o jantar oferecido ao lorde Bale, conde de Bramley, e ao vosso filho, o senhor James Bale. Catherine não gostava daquele libertino conquistador, que passou todo o jantar com a atenção fixa em minha irmã como se a desejasse despi-la da forma mais maliciosa possível. E fora nada discreto em vossos olhares para o decote de Cath, um desconforto causado por nossa mãe, ao obrigá-la a vestir-se de forma sinuosa e provocativa. Ainda não conseguia entender as razões de nossa mãe implicar tanto com a primogênita da casa.
Após desfrutarmos do banquete que a nova cozinheira fizera a partir dos cortes nobres enviados pelo açougueiro, nos reunimos na sala de música. Meu pai pediu para que eu tocasse alguns sonetos recém aprendidos para divertir nossos convidados. Sentei-me na banqueta e comecei a dedilhar as teclas do piano. Aos poucos, recordei de quando ensinou-me uma bela canção de Mozart, minha favorita atualmente.
Tudo estava em paz, até que o assunto mais impactante da noite se iniciar.
Após o anúncio do noivado de Cath e o libertino senhor Bale, minha atenção voltou-se para ela, que visivelmente não demonstrava contentamento com a decisão dos patriarcas. Me sensibilizei com a vossa situação desafortunada, pois ambas sonhamos o casamento pelo amor e não por arranjos familiares. Voltei-me para o piano e continuei a tocar, após o olhar de pedido de meu pai. Os convidados se despediram pouco depois do brinde entre nossos pais, selando o noivado.
Catherine confrontou nossos pais, do vosso jeito audacioso de ser.
Com verdades sendo lançadas como adagas nas feridas.
Nossa mãe deu-lhe um tapa em vossa cara, sem piedade.
— Mãe! — Soltei um grito de imediato, e tentando conter-me, levei a mão na boca, assustada com a cena.
— Nunca mais ouse pronunciar tais palavras — ordenou nossa mãe, segurando as emoções para não olhar para a governanta.
Era um fato que todas as famílias tinham vossos segredos, e aquele era o nosso.
Assim que Catherine foi levada, também me retirei da sala em silêncio e segui para meu quarto, estava tão desnorteada com os últimos acontecimentos, primeiro o noivado de que deixou-me por demasiado abalada. Agora o de Catherine, que surpreendeu-me tanto quanto. Não demorou muito até que minha mãe entrasse e fechasse a porta. Seu olhar sereno deixou-me temerosa sobre o que poderia dizer a mim.
— Não preocupe-se, querida, tudo se resolverá. — Ela forçou um sorriso.
Tinha a visto muitas vezes na biblioteca derramando lágrimas pelas infidelidades que ocorriam em vosso matrimônio. Contudo, o sorriso mantinha-se estampado no rosto, demonstrando estar em plena alegria matrimonial.
— Do que falas, mamãe? — perguntei, confusa.
— Vejo que ficaste triste pela notícia do casamento de vossa irmã, contudo, saiba que eu e vosso pai estamos procurando um noivo para ti também — explicou ela. — Em breve, também será desposada.
— O quê? — Respirei fundo, controlando o desespero que se apresentava dentro de mim. — Não estou triste por isso, e não penso em casar-me agora.
— , estás na idade de se casar, não vou deixá-la ficar velha como vossa irmã. — retrucou ela, impondo a autoridade de sempre.
— Mamãe, a diferença entre minha idade e a de Catherine é de três anos, e ela não está velha para se casar, não diga estas palavras — defendi minha irmã.
— Sem questionamentos. — Ela tocou na maçaneta da porta. — Em breve também lhe apresentarei vosso futuro noivo, e casarás conforme o desejo de vosso pai.
Engoli a seco as vossas palavras e a observei se retirar.
Meus olhos encheram-se de lágrimas, que não impedi que caíssem. Meu coração já estava em prantos pelo noivado de , agora tudo seria bem pior ao me imaginar nos braços de outro homem. Por certo, as palavras anteriores de Cath começavam a fazer sentido.
Como poderia eu casar-me sem amor?
Com alguém que não conheço?
Na manhã seguinte, recebi uma carta de dizendo ter chegado à cidade recentemente, pedindo para ver-me em particular, em oculto do conhecimento de nossas famílias. Por mais que nossos pais fossem amigos, minha mãe mantinha uma certa implicância com ele. Talvez por achar que nossa proximidade como amigos poderia atrapalhar-me fazer um bom casamento, ou algo assim. Afinal, nunca tive coragem de contar a ela meus sentimentos. Minha mãe, infelizmente, sempre mostrou-se uma mulher amarga que jamais teve a oportunidade de conhecer o verdadeiro amor.
Certamente por isso apoiava o casamento arranjado de Catherine.
Minutos após o almoço, pedi para dar um passeio pela cidade na companhia de uma das criadas, já que Catherine continuava presa em vosso quarto. Usei o habitual argumento de querer visitar a delicatessen de doces e sobremesas recém inaugurada. Minha mãe assentiu, pedindo para que lhe comprasse alguns brownies. Bem no meio do caminho, consegui distrair a criada e me afastar dela. Senti um pouco da adrenalina de provavelmente estar fazendo algo escondido. Comecei a rir sozinha, até que uma mão tocou em meu braço me puxando para longe do fluxo da avenida principal. Era , trajado com a farda militar vermelha, que o deixava ainda mais atraente ao meu olhar. Deixei-me ser guiada por ele, e seguimos por mais algumas ruas até chegar ao Regent’s Park, bem distante de onde residia.
— Ficas muito bonito em vossa vestimenta — disse, ao abrir um largo sorriso para ele.
— Agradeço, fico feliz por ter gostado. — Ele abaixou o vosso olhar, demonstrando frustração repentina. — Freya se sente incomodada com minha farda, vive dizendo que deveria retirar-me do serviço militar.
— Não dê ouvidos a ela, este é vosso sonho , deves segui-lo — o encorajei, como sempre o fazia.
— Logo ela será minha esposa, talvez, devesse ouvi-la. — retrucou ele. — Por isso estou aqui.
— Como assim? Não entendo. — O olhei, preocupada. — Aconteceu algo ?
— Sim, preciso dos conselhos e do apoio de minha irmã adotiva. — Ele voltou o olhar para mim.
Sabia que o termo “irmã adotiva” referia-se a mim.
Eu odiava quando me chamava assim, era como um punhal perfurando meu coração repleto de dores latejantes. Sempre lembrando-me que aquele era o único olhar que manteria a meu respeito, machucando-me ainda mais.
— E que conselho vieste pedir? Sobre deixar o serviço militar? — perguntei, curiosa.
— Não. — Ele suspirou fraco. — Sobre… Se devo realmente casar-me com Freya.
Senti-me meu zonza por aquilo, minhas pernas falharam um pouco. E logo a mão de tocou em minha cintura amparando-me de imediato. Ele demonstrou preocupação por mim.
— Está tudo bem? — perguntou.
— Sim. — Respirei fundo, porém, sentindo o perfume que vinha dele, estremeci por dentro. — Acho que é pelo calor, hoje está um dia quente, não achas?
— Sim, está quente. — Ele guiou-me até um dos bancos, onde nos sentamos.
O silêncio pairou sobre nós por alguns minutos. Eu não sabia como reagir ao fato dele possivelmente estar indeciso em casar-se com Freya ou não.
— Porque sentes indeciso agora? — Quebrei o silêncio, ao fazer-lhe a pergunta.
— Não sei. — Ele suspirou fraco. — Venho pensando sobre isso desde o ano passado, quando mencionei sobre casar-me com ela… Talvez, não… — Ele voltou vosso olhar para mim. — Eu deveria tê-la perguntando antes de propor tal coisa a Freya.
— A mim? Sobre casar-se com ela? — Dei uma risada fraca de desespero. — Oras , o que tenho eu com a vossa vida? Sou somente vossa… Amiga…
— És a pessoa em que mais confio e apoio-me neste mundo, . — A sinceridade em vossa voz arrepiava meu corpo.
— Pare de pronunciar tal coisa. — Voltei meu olhar para frente, escondendo minha tristeza. — Sou apenas a criança que viste nascer e cuidou como uma irmã mais nova… És assim que me vê, sempre reforçastes tais palavras.
As lágrimas começaram a se juntar no canto dos olhos.
Disfarcei um pouco para limpá-las.
— ?! — Ele segurou minha mão. — O que está acontecendo?
— Nada. — Soltei-me dele e me levantei. — Preciso voltar, a criada deve estar em prantos a procurar-me, não posso permitir que ela se prejudique por minha causa, e ainda devo comprar brownies para minha mãe.
— Tem certeza de que estás mesmo bem? — perguntou ele.
— Sim, estou. — Dei um passo para trás. — Ficarás por mais tempo em Londres?
— Irei para Bradford amanhã. — respondeu ele.
— Não iria para Liverpool? — perguntei, intrigada.
— Minha mãe adoeceu um pouco e achou melhor recolher-se em nossa propriedade em Bradford — explicou ele. — Segundo o doutor Grimer, o ar puro do campo faz bem à saúde.
— Bem, aproveite a paisagem e refresque a vossa cabeça no lago de vossas terras, assim não ficará com indecisões em optará pela melhor escolha — o aconselhei.
Me despedi dele e segui para a delicatessen.
Precisava dos meus álibis, os brownies e a criada, para enfim retornar para casa. Passaram-se os dias e recebemos uma carta de Alice, contando as novidades que lhe ocorriam. Ao que tudo indicava, não estava muito diferente de nós, com vossa luta obstinada pela felicidade. No dia seguinte, escrevi juntamente com Catherine uma resposta a ela e enviamos outra carta à Olivia também. Nossa amiga desafortunada havia se mudado para Derbyshire, com uma pequena ajuda da senhora Smith, para trabalhar na casa da família Bellorum, e relatava passar por diversas dificuldades de adaptação à rotina da nova função de turora.
Cada uma de nós com vossa novidade e contratempo do destino, com a distância, não conseguiríamos nos ajudar fisicamente e somente as cartas poderiam nos motivar a não perder as esperanças.
Assim, a sorte estava lançada para as quatro amigas.
Quando dizemos que a vida é imprevisível, não imaginamos que ela pode nos surpreender a cada momento. Saber sobre o mal-estar da sra. Dominos foi somente a ponta do iceberg que faria o barco da minha vida naufragar. A mãe de havia escrito uma carta a minha mãe, pedindo para que eu viajasse a Bradford, para assim ajudá-la nos preparativos do jantar oficial de noivado de vosso filho único. Com a saúde frágil, eu era a única pessoa em quem confiava em organizar tudo de acordo com os vossos sonhos, não dando oportunidades para os desejos da noiva em questão.
Seria demais para meu coração suportar isso.
Contudo, a sra. Dominos me considerava tanto que não consegui negar vosso pedido e parti para cumprir minha missão. Ao descer da carruagem e olhar para a Don House, as lembranças de quando criança tomaram-me com intensidade, fazendo algumas lágrimas aparecerem de surpresa. Estar ali pelo motivo que eu estava, trazia tristeza e angústia ao meu coração.
— . — A sra. Dominos me olhou com carinho e logo abraçou-me. — Que bom que vieste, não sei o que faria se tivesse recusado.
— Jamais recusaria um pedido vosso. — Sorri de leve para ela. — És como uma segunda mãe para mim.
— Que lindas palavras, minha querida. — Ela acariciou minha face. — Uma pena que meu filho não a veja como uma mulher, seria tão bom que fosses a noiva dele, e não aquela esnobe filha de aristocratas.
Vossas palavras deixou-me paralisada.
Uma surpresa a sra. Dominos não gostar de Freya e aparentemente não aprovar o futuro casamento de vosso filho. Mais ainda, ela queria que eu fosse a noiva dele. Pela primeira vez, após todo aquele tempo de dor, meu coração aqueceu-se um pouco.
— Bem, existem certas ocasiões em que os pais não conseguem escolher com quem os filhos se casam — disse à ela, tentando consolá-la.
— E por falar no assunto, como está o noivado de vossa irmã? Soube recentemente da notícia. — O olhar dela ficou curioso.
— Devo confessar-lhe que nos pegou de surpresa. — Sorri, disfarçando meu choque a considerar a reação dela. — Cath ainda mais, porém, já se acostumou com a ideia, presumo eu.
— Que bom, pois tenho certeza que vossos pais não a deixariam desistir. — Ela soltou uma gargalhada alta e meio maldosa.
A sra. Dominos me guiou até o quarto onde ficaria.
Não sei dizer se foi proposital, mas ficava ao lado do quarto de . Assim que ela saiu, deixando-me sozinha, desfiz as malas e guardei as poucas roupas nos armários. Aproximei-me da janela e fiquei olhando por toda a extensão das terras da família Dominos. Foi quando vi cavalgando em direção a casa, logo afastei-me da janela e saí do quarto. Descendo as escadas, o vi passando pela porta de entrada.
Seu olhar parecia mais vívido e animado.
— . — Ele abriu um largo sorriso ao ver-me.
Daqueles sorrisos que me derretiam por dentro.
— Bom dia, tenente Dominos — disse, com mais formalidade, pela presença de vossos pais.
— Ah, por favor, sem o tenente, não estou à serviço. — Ele riu de leve e se aproximou mais. — Quando chegaste?
— Há poucos minutos — respondi, desviando meu olhar para vossa mãe que mantinha um sorriso no rosto ao nos ver próximos.
— Estou feliz que esteja aqui. — Ele manteve o sorriso no rosto, mas com um olhar diferente.
Caminhamos todos para o jardim, onde aproveitamos o frescor do dia para saborear um brunch preparado para minha chegada. O verão tinha terminado e uma nova estação se iniciava em nossas vidas. Descansei um pouco à tarde, até que me reuni na biblioteca da casa com a sra. Dominos para falar do jantar de noivado. Não consegui atentar-me às vossas palavras, pois a cada vez que o nome de Freya era pronunciado…
Uma pontada de dor me surgia.
Pensei que minha primeira noite ali seria um tanto quanto tranquila, porém, a insônia atacou-me de repente e perdi o sono. Ao levantar da cama, senti um pouco de sede e desci para o primeiro andar, caminhando em direção à cozinha. Após pegar um copo de água, ouvi um barulho vindo da biblioteca. Não deveria, mas me aproximei da porta e vi, entre a fresta, sentado no chão com algumas garrafas vazias ao lado, aparentemente em lágrimas. Cortou meu coração vê-lo assim, e sem saber o motivo.
Toquei a porta para que abrisse e entrei no cômodo.
— — sussurrei ao aproximar dele. — Está tudo bem?
— Sim. — Ele fechou os olhos, certamente para que eu não confirmasse que chorava. — Está tudo bem, volte a dormir.
— Não. — Me abaixei, ajoelhando em frente a ele e pousei minha mão em vosso ombro. — Posso dizer que o conheço desde o dia em que nasci, William Dominos, não podes mentir para mim, conheço todas as vossas variações de humor.
— . — Ele abriu os olhos novamente e os direcionou para mim.
Estavam um pouco avermelhados.
— Diga… O que está acontecendo? — insisti.
— Queres mesmo saber? — retrucou ele.
— Sim. — Assenti, convicta de que precisava ajudá-lo, seja qual fosse o problema.
Em um piscar de olhos, impulsionou o vosso corpo para cima do meu e beijou-me de forma doce e intensa. Minha mente paralisou aos vossos movimentos rápidos, em contraste com o meu coração que acelerou precisamente. Não era certo o que estávamos fazendo, mas era o que eu esperava há tanto tempo, que esvaziei minha consciência por um tempo, e somente aproveitei o curto espaço de tempo.
Era de uma malícia escondida com um toque de sutileza.
— , não podemos — disse, afastando-me dele, em resposta ao meu lado racional. — Estás comprometido… E sou vossa irmã, não é mesmo?
— . — Somente naquele momento senti a vossa falta de sobriedade.
Talvez pelas garrafas vazias ao lado.
— Não diga mais nada, voltarei aos meus aposentos. — Me levantei apressadamente e segui para o quarto.
O que deveria ser a madrugada de outono mais triste, se tornou a mais intensa de minha vida. Um turbilhão de emoções e sentimentos tomou conta de mim. Com aquele beijo, será que não me via mais como uma simples criança que sempre protegia do escuro? Quanto mais tentava fugir do ocorrido na biblioteca, mais eu pensava sobre isso e sentia o gosto do vosso beijo, desejando ser novamente tocada por mais lábios.
Mais dias se passaram...
Enviei cartas para as minhas amigas, assim como para a Cath também.
Nossos desabafos em palavras nos traziam forças para aguentar os contratempos da vida. Olivia, em vossa carta, relatou que passava por alguns conflitos com lorde Bellorum, mas que tinha se apegado muito à pequena Molly, filha dele. Alice continuava em vossa busca tendo o padre, ou melhor, Vincent Tenebrae, como vosso guia para encontrar o noivo perfeito para ela. Já minha irmã, em vossa carta, contava-me sobre a conversa que tivera com Isla, a respeito de casamentos arranjados.
No geral, a futuro não se mostrava fácil para nenhuma de nós.
Era complicado fingir que nada tinha acontecido.
Principalmente com os olhares nada discretos de para mim, o que me forçava a não ficar sozinha em um mesmo ambiente com ele. O que eu estava fazendo? Em toda a minha vida desejava que ele me olhasse não como uma criança e sim como uma mulher, vossa quem sabe, futura esposa. E agora, eu só tentava me esconder e lutar contra vossa aproximação.
Na primeira tarde de inverno do mês, ainda na Don House, recebi o convite de casamento de Alice. Algo que deixou-me surpresa e alegre ao mesmo tempo. Eu voltaria para Londres na semana seguinte, assim que a neve desse uma trégua, pois o jantar de noivado fora cancelado após o natal, devido a um desentendimento do senhor Dominos com o pai de Freya, a respeito do dote. Não me continha em iludir-me, ao pensar que tudo estava caminhando a meu favor. Poderia sentir-me grata a Deus pela oportunidade de voltar a sonhar?
Entretanto, como poderia ficar feliz pela tristeza dos outros?
Quando a conheci, Freya se mostrou feliz e empolgada pela ideia do noivado.
— Estás a fugir de mim? — O som da voz de despertou-me de minha leitura silenciosa.
— Como?! — O olhei confusa de início. — Não entendi a vossa indagação.
— Entendestes sim. — Ele que manteve parado na porta, adentrou mais. — Estás a me evitar.
— Impressão vossa, . — Sorri sem graça, voltando o olhar para o livro.
Em instante, ele aproximou-se tão rapidamente que pegou o livro de minha mão no impulso da irritação.
— Ei?! — reclamei ao olhá-lo. — Não podes fazer isso.
— Posso sim — assegurou, levando a mão para trás, para esconder o objeto. — Somente desta forma consigo vossa atenção.
— ?! — reclamei novamente.
— Assim como me conheces bem, eu também conheço a vós. — Seu tom sério, estremeceu-me internamente. — Ignora-me quando estou perto, se mantém afastada quando estamos na presença de outros, para um bom dia, sinto a dificuldade em vossa fala.
Oh céus, estava tão grave assim?
— Se queres ignorar o beijo, tudo bem, ignores e não ficarei magoado… — A sinceridade exalava de vosso olha.r — Mas não me prive de vossa amizade, a tenho como uma pessoa importante em minha vida.
— … — sussurrei, sem saber como reagir.
Ele respirou fundo e virou-se para se retirar.
No impulso das minhas descontroladas emoções, eu o abracei por trás, cruzando meus dedos na frente de vosso corpo, não o deixando prosseguir. Fechei meus olhos, segurando as lágrimas, com o pulsar forte que abala minhas estruturas. Apenas desejava permanecer assim para sempre, com o tempo paralisado e ambos tão próximos quanto poderíamos estar naquele momento.
Mais semanas se passaram.
O casamento de Alice foi realizado em um domingo, manhã de primavera, no castelo dos pais do lorde Tenebrae, regado aos perfumes das flores do campo. Um vasto banquete foi oferecido para os amigos íntimos.
Era nossa primeira vez reunidas após a distância imposta.
Com as palavras de agradecimento de Ally, deixei escapar um brilho em meu olhar. Com meu coração aquecido e alegre pela felicidade de minha amiga e um breve vislumbre de realizações para mim.
A vida não parecia ser tão carrasca quanto pensava antes.
Nós quatro rimos bastante dos muitos comentários de Cath, sobre a possibilidade do agora esposo de Ally, ser tão casto quanto ela. Contudo, era bonito e motivador ver a felicidade de nossa amiga. A primeira de nós a se casar. O sinal de que nem tudo estava perdido e o amor poderia ser real.
— Vais me privar das novidades da Don House? — indagou Cath, discretamente, ao se aproximar de mim, pouco antes de nos retirarmos da festa de Ally.
— Não sei do que estás a falar. — Me fiz de desentendida.
Se Cath soubesse de toda a situação, certamente cortaria a minha cabeça.
— Estás certa de que não sabes mesmo? — Ela colocou a mão na cintura, balançando a cabeça negativamente, desaprovando minhas ações.
— És minha irmã e eu a amo, mas existem coisas das quais não posso lhe contar, pois envergonho-me de meus atos profanos — contei a ela, partes restritas do que sentia.
— O que fizestes em vossa temporada próxima a ? — Vosso olhar preocupado constrangeu-me.
— Por favor, Cath, não me olhes assim — pedi, com clemência, — Ainda possuo minha integridade e honra intacta.
— Não devo mesmo preocupar-me com minha irmã caçula? — reforçou ela.
— Não, não deves, lhe asseguro. — Para ela, demonstrei segurança e firmeza.
Todavia, para mim, não estava certa de nada.
O verão chegou e curiosamente dias após o casamento de Catherine, fomos convidados a passar alguns dias na Don House. O aniversário da sra. Dominos se aproximava e ela desejava comemorar cercada pelos amigos. Uma calorosa noite de verão, me recolhi mais cedo, logo após o jantar. Ainda não conseguia encarar , mesmo feito “as pazes” como amigos, era complexo não lembrar-me do vosso beijo, que persistia a fixar-se em meus pensamentos. Passei um tempo ao lado da janela com as cartas de minhas amigas e minha irmã nas mãos. Voltei meu olhar para os papéis e sorri.
Era divertido ler os relatos de minha irmã sobre o plano de seduzir o marido. Ela estava mesmo inclinada a não perder o foco e tornar o único alvo do olhar do senhor Bale. Foi quando ouvi batidas na porta de meus aposentos. Quem seria a esta hora? Deixei as cartas em cima da mesa ao lado da cama e segui para a porta. Abrindo, meu corpo gelou, ao ver os olhos de .
— O que desejas? — perguntei, em sussurro, para que nossos pais não ouvissem. — Deverias estar na sala com nossos pais.
— Eu sei, mas não consegui, por pensar muito em vós — confessou ele.
— Em mim? — Respirei fundo. — , já tivemos essa conversa.
— Sabes que não — retrucou ele, e pedindo: — Permita-me entrar um instante?
Assenti, um pouco relutante, e o deixei entrar.
— Não deves ficar dizendo essas coisas — disse, lhe ao fechar a porta. — Imagine o que diriam se nos ouvissem.
— Meus pais sabem — afirmou ele.
— Sabem? — Suas palavras fundiram minha mente. — Sabem o que?
Tentei não me desesperar.
— Meus pensamentos, não escondo nada deles — admitiu ele, olhando-me atentamente. — O noivado foi cancelado, não pelo dote, mas por um pedido meu.
— Um pedido vosso? O que o levou a isso? Disse para não se deixar ficar indeciso sobre isso — comentei, surpresa.
— Não estou indeciso, nunca estive tão certo de meus sentimentos como estou agora — assegurou ele, com um olhar esperançoso. — Entretanto, eu preciso confirmar algo, senão, não conseguirei seguir em frente.
— O que precisa confirmar? — perguntei.
— O que sentes por mim? — respondeu com outra pergunta. — Me amas?
Meu coração acelerou.
O que ele pretendia com esta pergunta?
— Que pergunta, claro que te amo, és meu amigo. — Dei um sorriso nervoso.
— Não foste isso que vos perguntei. — Ele se aproximou de mim e tocando de leve em minha cintura, vosso olhar ficou intenso. — , me amas?
— Esta pergunta, nunca quis tanto ouvi-la. — confessei.
Não me importava mais com o que poderia acontecer.
A confirmação do rompimento de e Freya já estava estabelecida.
E claramente ele sentia algo por mim.
— Mas… — continuei, insegura. — Tenho medo de responder a esta pergunta e acabar me machucando mais uma vez.
As lágrimas foram se formando no canto dos meus olhos.
— Lembro-me de quando foi para o exército, tentei me declarar e não deixaste. — A primeira lágrima caiu. — Então, veio a carta dizendo que cortejava Freya, matando-me ainda mais por dentro.
— . — Vosso olhar parecia arrependido. — Perdoe-me por te causar tanto sofrimento… Por tê-la visto nascer, por termos crescido juntos, ser tão mais velho que vós, sempre relutei em vê-la como uma mulher… Repetia a mim mesmo que eras somente a criança de quem eu deveria cuidar e não deixar afogar-se no lago… Mas cresceste e se tornaste uma linda mulher, que me toma os pensamentos a todo momento.
— O que quer dizer com isso? — Eu já nem sentia meu coração de tão acelerado que estava.
— Que me aproximei de Freya para tentar esquecer-te e não me apaixonar por vós — confessou ele. — Entretanto, não se pode esquecer a pessoa que ama.
Não me contive em segurar em vossa mão e entrelaçar nossos dedos.
Nossos olhares fixos um no outro. foi se aproximando cada vez mais, até que os vossos lábios tocaram os meus, fazendo meu corpo arrepiar. Dentro de mim, a certeza de que estaria sempre ao meu lado foi crescendo mais e mais.
Aquele beijo não selava somente nosso amor, iniciava nossos sonhos e planos para uma vida juntos, após nosso casamento.
Em vossos braços, eu sempre estaria segura.
A resposta é você
Minha resposta é você
Eu te mostrei tudo de mim
Você é o meu tudo, eu tenho certeza
Eu serei mais cuidadoso e te protegerei
Então o seu coração nunca será machucado
Eu nunca me senti assim antes
Como se minha respiração fosse parar.
- My Answer / EXO
Minha resposta é você
Eu te mostrei tudo de mim
Você é o meu tudo, eu tenho certeza
Eu serei mais cuidadoso e te protegerei
Então o seu coração nunca será machucado
Eu nunca me senti assim antes
Como se minha respiração fosse parar.
- My Answer / EXO
“Amor: Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. [1 Coríntios 13:7]” - by: Pâms
Fim.
Nota da autora: Welcome to Pâms' Fictionverse!!!
Fic integrante da Saga 4 Estações do Amor - Terceira história.
Fic integrante da Saga 4 Estações do Amor - Terceira história.
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