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Revisada/Codificada por: Pólux

Última Atualização: 20/11/2024
Eu estou aqui, universo, escuta bem!

Jungkook, eu vou te encontrar! Nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida.
— Jeniffer Mendes.



“Ser apaixonada por um idol é algo extremamente doloroso, principalmente quando se trata de Jungkook. Não basta ele ser famoso; ele tem que ser MEGA famoso. Meu amor por ele ultrapassa o bom senso de fã — às vezes, sinto que é algo de outra vida, ou pode ser apenas uma fanfic da minha cabeça. Sei que talvez você esteja pensando que é só uma paixão passageira, algo que vai embora com o tempo. Mas já são três anos desse sentimento e, para você ter uma ideia, terminei meu último relacionamento por causa dele. É… Eu sei, pode me julgar, mas esse amor é mais forte do que qualquer outro que já senti. Infelizmente ou felizmente, não sei qual palavra se encaixa melhor nesse contexto.”
Joguei os braços para o alto, como se o teto fosse uma plateia que esperava pela minha próxima fala. “Mas o Luffy ficaria triste comigo, desistindo tão cedo do meu sonho? Afinal, eu, uma garota normal, com um saldo bancário que chora mais do que qualquer um nos finais de doramas, enfrentaria todos os obstáculos da vida para encontrar meu amado?”
Dei um sorriso sonhador pelo meu enredo de centavos. Mas logo veio a avalanche de pensamentos. “Primeiro problema: eu não falo coreano. Quer dizer, mal consigo pronunciar ‘사랑해 – saranghae’ sem parecer que estou mastigando chiclete. Segundo problema: geografia. Enquanto ele está em Seul, com os palácios, os cafés temáticos e aquela vista do rio Han que só conheço por fotos, eu estou aqui... no meu quarto, cercada por centenas de pôsteres dele e uma parede que já me julgou mais vezes do que posso contar.”
Suspirei, levantando da cama apenas para girar dramaticamente. “Terceiro, e não menos importante: ele é um idol. O idol. O homem que faz corações pararem só de levantar uma sobrancelha. E eu? Eu sou a fã que grita em silêncio para não acordar os vizinhos quando ele posta uma foto sem camisa.”
Parei, olhando para o reflexo no espelho ao lado da cama. “E sabe do que mais? Eu nem tenho um plano. Que tipo de heroína de romance não tem um plano? Vou atravessar o oceano como? De barco? Só se for em um navio pirata, e nem isso eu tenho. Ai, será que eu deveria tentar uma escola de coreano? Aprender a fazer kimchi para impressionar a sogra? Ou, melhor ainda, arrumar um emprego que pague passagens aéreas e um ingresso para um fanmeeting? Porque, claro, o destino de qualquer fã sempre começa com um plano que custa milhares de dólares que eu... não tenho.”
Minha risada se transformou em um suspiro de resignação. Fechei os olhos, tentando aceitar que o Luffy me julgaria por desistir do meu sonho, enquanto o peso da responsabilidade voltava às minhas costas. Senti a ansiedade percorrer meu corpo. Eu precisava me distrair um pouco antes de voltar ao trabalho. “Só uma hora jogando e volto para terminar o TCC. Não é como se fosse um pecado.”
Instalei meu Meta Quest 3, coloquei o visor na cabeça e os controles em cada mão e, por fim, abri o jogo de One Piece. O visor brilhou em um tom azul intenso, projetando um holograma inicial que me fez sentir o cheiro do mar e ouvir o barulho distante das ondas. Era incrível como a realidade virtual enganava nossos sentidos, pois tudo aquilo parecia bastante real. O menu principal surgiu como o convés de um navio pirata, com bandeiras tremulando ao vento e gaivotas voando sobre minha cabeça. Era como se eu estivesse realmente no Thousand Sunny.
Como de costume, era preciso esperar alguém entrar para começar uma partida. Verifiquei a hora: 10 horas da manhã. Quem, em plena quarta-feira, estaria disposto a uma aventura pirata tão cedo? Suspirei, prestes a desistir e voltar para o TCC, quando, de repente, um som de notificação ecoou.
DING DONG!
Uma janela apareceu na minha frente com o nome do jogador recém-chegado: Ian_99. O avatar dele, um pirata de barba rala e bandana vermelha, materializou-se ao meu lado tão rápido que quase dei um pulo.
— Dá play, rápido! — surgiu no chat em letras maiúsculas, e eu podia quase sentir a urgência naquelas palavras.
— Calma aí, marinheiro impaciente — murmurei, apertando o botão para iniciar a partida.
O cenário ao meu redor se transformou. O chão do convés parecia tremer, as velas brancas se inflaram com um vento inexistente, e um clarão tomou conta do meu campo de visão. Um frio percorreu minha espinha, e por um segundo, senti que algo não estava certo. Aquilo nunca tinha ocorrido antes.
DING DONG!
Um som estranho, mas profundo, reverberou em meus ouvidos. A interface do jogo piscou freneticamente, e um alerta vermelho apareceu: “Erro de sincronização de usuário. Reiniciando a simulação...”
— O que...? — mal tive tempo de processar antes que uma sensação de queda me engolisse. O chão desapareceu sob meus pés, e tudo ao meu redor girou como um redemoinho.
Fechei os olhos instintivamente, sentindo meu corpo ser sugado por uma força invisível. A pressão era tão intensa que achei que meu coração fosse sair pela boca. Quando a sensação de queda finalmente parou, abri os olhos devagar, e a luz forte começou a se dissipar.
O cheiro do mar, que antes era apenas da minha imaginação, agora era pungente e salgado, invadindo minhas narinas de forma avassaladora. “Será que eu estava dentro de um sonho lúcido? Ou era viagem astral? Talvez a realidade desejada?” Minha cabeça estava explodindo ao ver aquela realidade em desenho/real à minha volta.
Uma brisa fresca soprou e me despertou; senti o vento roçar minha barriga. Instintivamente, coloquei a mão sobre o abdômen, onde a pele era lisa e bronzeada, um contraste gritante com o que eu estava acostumada. A sensação era tão real que meu coração disparou.
Meus olhos desceram devagar, e foi então que a realidade me atingiu com força: meus seios estavam bem maiores do que o normal, empinados e levemente cobertos por um biquíni verde e branco, amarrado com precisão nas costas. Minhas mãos, agora mais finas, subiram até tocar meu cabelo, que dançava ao vento. Os fios alaranjados e sedosos escorriam entre meus dedos, confirmando a suspeita impossível.
Baixei o olhar para minhas pernas, que estavam revestidas por uma calça jeans justa e decorada com um cinto de fivela circular. Cada detalhe da roupa, desde as pulseiras no pulso até a tatuagem azul visível em meu braço esquerdo, me dizia a mesma coisa: eu era Nami. Eu realmente estava no corpo dela.
— Isso não é possível... — sussurrei, reconhecendo a voz da navegadora, que agora soava como a minha própria.
Antes que eu pudesse processar completamente o que estava acontecendo, uma voz familiar e exageradamente encantada cortou o ar.
— Namii-swaan! — Sanji surgiu do nada, deslizando até mim com um sorriso radiante e olhos em forma de coração. O susto foi tão grande que minhas pernas vacilaram sob o salto alto das sandálias, algo com que eu não estava acostumada a usar. A sensação de instabilidade foi instantânea, e senti meu corpo se desequilibrar para trás.
— Cuidado, minha deusa! — ele exclamou, com a voz cheia de preocupação, enquanto me segurava com seu braço ágil antes que eu caísse no chão. O calor das mãos dele contra a minha cintura e o olhar ansioso me deixaram ainda mais sem palavras. Ele se inclinou, examinando meu rosto com uma expressão de adoração. — Você está bem, Nami-swan? Parece um pouco pálida...
— Eu... sim, estou bem — respondi, tentando soar como a verdadeira Nami. O toque dele era caloroso, e a intensidade com que me olhava, fazia meu coração bater mais rápido de nervosismo e confusão.
Foi então que uma risada alta e despreocupada ecoou pelo convés, cortando o momento como uma faca. O som era inconfundível e trouxe um arrepio pela minha espinha. Luffy. Ele estava por perto, e aquela risada despreocupada era exatamente como nos episódios que eu assistia.
Virei a cabeça em direção ao som, ainda apoiada por Sanji, e vi Luffy — com o chapéu de palha sobre a cabeça, rindo como se nada no mundo pudesse perturbá-lo. Seus olhos se encontraram com os meus, e um sorriso travesso surgiu em seu rosto.
— Nami, você parece diferente hoje — disse ele, ainda com a risada ecoando em seu tom, os olhos brilhando com a empolgação típica de quem estava sempre pronto para a próxima aventura.
— Ah, deve ser só impressão sua, Luffy — falei, tentando soar natural enquanto o nervosismo sutil se espalhava por mim. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Sanji, ainda ao meu lado, soltou um suspiro dramático.
— Nami-swan, preciso ir preparar algo especial para o almoço. Não posso deixar que minha deusa passe fome — disse ele, piscando para mim com olhos apaixonados antes de se afastar em direção à cozinha, suas passadas elegantes desaparecendo pelo corredor. A coisa mais adorável do mundo, nunca pensei que encontraria Sanji. Nem nos meus sonhos.
Luffy riu novamente e, com um pulo, subiu no mastro, gritando:
— Estou com fome, Sanji! Não demora! — O eco da sua risada preencheu o convés enquanto ele balançava com a despreocupação de sempre.
Aproveitei o momento de alívio para respirar fundo e me acalmar. Eu precisava de um lugar para pensar sozinha, e o melhor seria o quarto de Nami no navio. No entanto, de onde eu estava, demoraria para chegar lá e teria que interagir com os outros do bando no caminho, mas eu deveria ir, meu eu precisava de um espaço.
Olhei em direção a Zoro, que estava encostado no mastro com os braços cruzados sobre o peito, as espadas cuidadosamente empilhadas ao seu lado. Ele parecia estar cochilando, a expressão tranquila de quem não tinha preocupação alguma no mundo. "O que a Nami faria no meu lugar?" Essa pergunta ecoava na minha mente enquanto eu me aproximava com passos firmes.
— Zoro, vai dormir aí o dia todo enquanto os outros trabalham? — perguntei, com um tom de provocação que a própria Nami usaria para cutucar o espadachim.
Ele abriu um olho preguiçoso e me olhou com aquela expressão que misturava tédio e leve irritação.
— A menos que tenha algo mais interessante para fazer, sim — murmurou ele, fechando o olho de novo e soltando um suspiro, como se já estivesse cansado da conversa.
Revirei os olhos, plantando as mãos nos quadris de forma autoritária.
— Ah, claro, que novidade... O grande Zoro dormindo enquanto eu cuido do resto — retruquei com sarcasmo, um sorriso malicioso surgindo nos meus lábios. Vi os músculos do maxilar dele se contraírem levemente, como se estivesse lutando contra a vontade de responder.
Ele abriu o olho novamente, desta vez com um brilho desafiador.
— Se você acha que precisa de mim pra cuidar das coisas, Nami, deve estar mais preocupada do que eu pensei — rebateu ele, agora com uma ponta de humor na voz.
— Pelo menos tente fingir que se importa, espadachim — cruzei os braços e lancei um olhar afiado.
A resposta fez um pequeno sorriso surgir em seus lábios antes de ele se acomodar de volta contra o mastro, fechando os olhos mais uma vez.
— Você sabe que estou pronto se algo der errado. Só não desperdice minha energia à toa — disse ele, quase como um aviso, mas com a segurança de quem sabia que eu não o levaria tão a sério.
Soltei um suspiro, mas no fundo, ver aquela troca tão natural, me trouxe uma sensação estranha de pertencimento.
Caminhei até Usopp, que estava sentado com uma pilha de ferramentas e peças espalhadas ao redor, trabalhando em uma nova engenhoca que parecia uma mistura de catapulta e estilingue gigante. O suor escorria pela testa dele enquanto murmurava para si mesmo sobre cálculos e ajustes. Quando ele ergueu o olhar e me viu, um sorriso orgulhoso iluminou seu rosto.
— Ei, Nami! Espere até ver o que estou fazendo! Vai ser incrível! — disse ele, com entusiasmo, as mãos ágeis gesticulando para o emaranhado de peças à sua frente.
Observei a engenhoca por um momento, tentando manter a expressão de Nami, mas não pude evitar a curiosidade que crescia dentro de mim. Inclinei-me um pouco, fingindo interesse crítico.
— Espero que seja útil desta vez, Usopp — brinquei, arqueando uma sobrancelha. Ele fez uma careta dramática, levando a mão ao peito como se tivesse sido atingido.
— Você sempre duvida do grande capitão Usopp! — retrucou com uma voz ofendida, mas logo um sorriso travesso voltou ao seu rosto. — Mas quando isso funcionar, vai ser a melhor invenção que já fiz! — disse, voltando sua atenção para apertar um parafuso com precisão exagerada.
Revirei os olhos, mas um sorriso escapou antes que eu pudesse evitar. Usopp sempre tinha uma maneira de trazer leveza ao ambiente, mesmo quando suas invenções eram mais desajeitadas do que eficazes. Ao meu lado, ele continuava murmurando planos mirabolantes de como aquela engenhoca seria usada para enfrentar inimigos em uma batalha épica.
— E quando isso estiver pronto, vamos ter uma vantagem que ninguém vai esperar! — ele disse, com os olhos brilhando de excitação. Por um instante, a maneira como ele falava e se movia me fez esquecer que eu não era realmente Nami, mas sim Jeniffer, uma intrusa em um mundo que eu só conhecia de longe.
— Vou aguardar ansiosamente, Usopp — falei, tentando esconder o tom emocional que ameaçava escapar. Ele me olhou surpreso pela resposta sincera, mas antes que pudesse dizer algo, um ruído alto de martelo ecoou ao fundo, provavelmente de Franky trabalhando em outra de suas invenções.
Deixei Usopp focado em sua engenhoca e me afastei, observando o convés enquanto tentava acalmar o turbilhão de pensamentos na minha mente. Mais adiante, vi Chopper me observando com seus grandes olhos curiosos, a cabecinha inclinada de lado, como se tentasse ler minha expressão. Quando percebeu que eu estava olhando, ele se aproximou, balançando suas pequenas patas com uma mistura de preocupação e doçura. "Como podia ser tão fofo?"
— Nami, você está bem? Sua expressão parece diferente — perguntou, a preocupação genuína em sua voz pequena e aguda me fez sorrir involuntariamente. O jeito carinhoso de Chopper sempre fora algo que eu adorava na série, e agora, vendo isso de perto, era quase demais para processar.
Por um momento, a ternura daquela cena quase me fez esquecer onde eu estava. Inclinei-me, colocando a mão suavemente sobre sua cabeça peluda, sentindo os pelos macios entre meus dedos.
— Estou ótima, Chopper. Obrigada por perguntar — disse, com a voz mais suave do que eu planejava, mas que parecia se encaixar na situação.
Chopper corou instantaneamente, suas bochechas se avermelhando de forma adorável enquanto ele sorria timidamente e olhava para o chão.
— Ah! E-eu só queria ter certeza! Se precisar de alguma coisa, estou aqui! — Ele deu um pequeno salto de animação e correu de volta para seus frascos e ervas, murmurando para si mesmo sobre fórmulas e misturas para garantir que todos estivessem saudáveis.
Meu sorriso foi inevitável. Era realmente bom estar naquele lugar. Eu deveria me preocupar em ir embora? E se eu estivesse apenas sonhando? Eu poderia aproveitar um pouco, não? Mas se fosse um sonho lúcido ou uma viagem astral, eu já deveria ter acordado pelo meu desespero — pelo menos sempre foi assim antes.
Observei-o por mais alguns segundos, o coração apertado de uma maneira que misturava carinho e um desconforto crescente. Era tudo tão real que quase fazia minha mente girar. A sensação de pertencimento e estranheza se misturava, e a dúvida voltou a pesar em meus pensamentos: eu não era Nami, eu era Jeniffer, uma intrusa nesse mundo.
E se fosse uma realidade desejada? Como todas aquelas histórias de TikTok, mas não fazia sentido, eu nunca fiz nenhuma prática. E eu não estava dormindo. Eu estava jogando. Quando a realidade bate, ela dói muito. Respirei fundo, tentando levar mais oxigênio ao cérebro para que talvez assim me ajudasse a pensar melhor sobre aquilo.
Passei por Brook, que estava afinando seu violino com movimentos precisos, os ossos de seus dedos rangendo levemente a cada ajuste. Ele cantarolava uma melodia alegre e, ao me ver, ergueu o olhar vazio de suas órbitas e sorriu com seu habitual entusiasmo.
— Yohohoho! Nami-san, quer ouvir uma nova música? Prometo que desta vez não vai ser sobre calcinhas... a menos que você queira! — disse ele com sua risada característica, ecoando pelo convés e arrancando risos dos poucos tripulantes que ouviram.
Deixei escapar uma risada, incapaz de conter o divertimento que sempre vinha das piadas bobas de Brook.
— Talvez mais tarde, Brook. Estou curiosa para ver o que você vai tocar, mas preciso resolver umas coisas antes — respondi, dando um sorriso que, por um momento, me fez esquecer da minha situação peculiar.
— Entendo, entendo! Uma dama ocupada como você sempre tem muitos tesouros para gerenciar — ele disse, inclinando-se em uma reverência exagerada. — Mas quando estiver pronta, prometo que a canção será tão bela quanto o oceano que nos cerca! Yohohoho!
Brook começou a dedilhar as cordas de seu violino, arrancando uma melodia suave que parecia preencher o ar com notas de nostalgia. Eu o observei por um instante, o som tocando algo profundo dentro de mim. Aquele mundo, que antes era apenas uma fantasia distante, estava agora ao meu redor, com todos os seus detalhes vibrantes e cheios de vida. No fundo da minha alma, eu queria muito que ele tocasse "Binks no Sake", mas sabia que seria difícil ou até estranho eu pedir por aquela música.
— Vou contar com isso, Brook — falei, me afastando enquanto ele começava a tocar com mais entusiasmo, os acordes ressoando pelo navio.
Durante o caminho, encontrei Franky, que estava em sua área de trabalho improvisada, cercado por ferramentas, engrenagens e pedaços de metal que brilhavam sob a luz do sol. Ele estava inclinado sobre seu braço robótico, apertando parafusos com uma precisão impressionante. O som de metal contra metal e o clique constante de suas ferramentas ecoavam pelo navio.
Quando me aproximei, ele levantou a cabeça, o brilho de suas lentes de óculos refletindo a luz, e um sorriso largo se espalhou em seu rosto. As estrelas tatuadas em seus antebraços se destacavam enquanto ele mexia o braço para testar o ajuste.
— Nami! Está super pronta para a próxima aventura? — perguntou ele, com a voz grave e cheia de entusiasmo. O peito robótico, decorado com o enorme "SUPER" em destaque, subia e descia com o movimento de sua respiração artificial. Ele piscou, as sobrancelhas de metal arqueando-se com um brilho excêntrico no olhar. Franky de perto era muito incrível de se ver.
Soltei uma risada que esperava parecer natural, cruzando os braços e inclinando levemente a cabeça para ele.
— Sempre, Franky! — respondi, tentando imitar a confiança despreocupada de Nami.
Ele soltou um riso barulhento, tão exagerado quanto sua personalidade, e bateu com força no próprio peito, produzindo um som metálico que reverberou pelo convés.
— Isso é o que eu gosto de ouvir! Estamos a todo vapor, e nada vai nos parar! — disse ele, seus olhos brilhando com intensidade.
Observei o amontoado de peças ao redor dele, algumas delas eram engrenagens que pareciam saídas de um relógio gigante, enquanto outras lembravam componentes de uma catapulta. A curiosidade me atingiu, mas o turbilhão de pensamentos sobre a minha situação e sobre Ian ainda rodopiava na minha mente.
— O que você está construindo agora, Franky? Parece... ambicioso — comentei, forçando um tom de interesse enquanto minha mente tentava se organizar.
Ele soltou uma risada e passou a mão pela franja azul vibrante, como se estivesse prestes a revelar um grande segredo.
— É um upgrade para o Sunny! Vai ser super revolucionário, algo que nos dará uma vantagem em qualquer batalha! — Ele piscou, como se soubesse que eu ficaria impressionada, mesmo que não entendesse metade das invenções que ele criava.
— Bem, vou deixar você trabalhar, Franky. Estou ansiosa para ver isso em ação — disse, dando um aceno com a cabeça enquanto me afastava. Ele voltou a trabalhar com um aceno animado e um sorriso. Voltei a caminhar rumo ao meu destino.
Por fim, avistei Robin sentada em uma cadeira de madeira próxima à porta que levava ao interior do navio, as pernas cruzadas e um livro grosso repousando em suas mãos. A expressão dela era tranquila, os olhos azuis absorvendo as palavras como se cada linha fosse uma conversa silenciosa com o passado. O vento fazia suas mechas de cabelo negro balançarem suavemente, conferindo-lhe um ar ainda mais enigmático.
Quando me aproximei, ela ergueu o olhar e sorriu de forma serena, a calma de sua presença era bastante reconfortante.
— Nami, está tudo bem? — perguntou Robin, a voz baixa e ponderada, como se pudesse ver além da superfície da minha resposta.
— Sim, está — menti suavemente, forçando um sorriso que sabia que não a enganaria. Robin tinha uma habilidade quase sobrenatural de perceber quando algo estava errado, e por um instante, temi que ela pudesse pressentir minha verdadeira natureza.
Robin manteve o olhar em mim por um segundo a mais, como se ponderasse sobre minha resposta. Depois, fechou o livro com um movimento delicado e se levantou, ajeitando a roupa de forma graciosa.
— Bem… Acho que vou me deitar um pouco. Esse sol forte me deu vontade de descansar — pensei em uma desculpa para sair daquela situação. Havia algo nos olhos dela, como se estivesse sempre à procura de respostas invisíveis.
— Claro, descanse bem, Nami — respondeu, com os olhos vidrados em mim.
Ela deu um leve aceno de cabeça, com aquele meio sorriso que parecia conter segredos do mundo inteiro, e se virou, abrindo novamente o livro onde estava lendo. Eu abri a porta que levava ao interior do navio e entrei. Assim que a porta se fechou atrás de mim, percebi que estava longe de qualquer pessoa por ali. Deslizei rente a porta, tentando acalmar a minha mente. Sabia que eu não poderia ficar tanto tempo assim, mas precisava daquele pouco de descanso.
Meus olhos vagaram pelo ambiente e uma pergunta começou a pulsar com mais força. “E se eu tivesse ido parar no jogo?” O cenário era muito parecido com o do jogo, desde as roupas até os detalhes da embarcação. “Mas se eu tivesse mesmo no jogo, então a outra pessoa que estava no mesmo grupo deveria estar comigo. Ian... ele estaria aqui também?” E se estivesse, quem ele seria? Essa inquietação começou a tomar conta de mim, e eu sabia que precisava de respostas.
Provavelmente, como eu, ele tentaria agir como o personagem para não ser descoberto. “Mas quem poderia ser?” Olhei ao redor, buscando qualquer pista que pudesse confirmar minha teoria, mas a familiaridade do navio apenas reforçava a dúvida. Tudo era tão real, tão palpável, que a linha entre a fantasia e a realidade se tornava cada vez mais tênue.
Antes que eu pudesse me torturar ainda mais com aqueles pensamentos, um som leve e crescente, seguido por um barulho profundo, sacudiu o barco. A madeira rangeu sob a pressão, e os instrumentos de Usopp tilintaram em alerta, ecoando o som de perigo iminente. Um arrepio forte percorreu meu corpo; se eu já não estivesse sentada, aquele movimento inesperado certamente teria me derrubado.
Pude ouvir a movimentação intensa do lado de fora, vozes elevando-se em um tom de alarme. Levantei-me rapidamente, e o sangue pulsava em minhas têmporas. Assim que estava completamente de pé, vi Sanji surgir no corredor, sua expressão séria e os olhos estreitados com determinação, o que aumentou minha preocupação. Ele passou por mim em um piscar de olhos, seus passos rápidos ecoando pelo corredor de madeira, indo em direção à porta que levava ao convés.
Eu me endireitei, o coração acelerado e os pensamentos zunindo em minha cabeça. A única pergunta que pulsava incessantemente em minha mente era: O que está acontecendo?




Continua...


Nota da autora: Oi, pessoal! Jeniffer aqui!
Se tem duas coisas que eu amo: One piece e Jungkook! Nada melhor que misturar esses dois mundos.
Espero que você tenha paciência lendo, pois o romance vai demorar um pouco, mas prometo bastante aventura até lá :3
Se você gostou da minha escrita, você pode encontrar minhas outras fanfics aqui:
[página de autora]
Só tenho agradecer a todos que me ajudaram até aqui e a você leitor.
Muito obrigada! <3
O que você acha que aconteceu até então?

Se você encontrou algum erro de codificação, entre em contato por aqui.



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