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Revisada por: Polaris 👩🏻‍🚀

Última Atualização: 10 de dezembro de 2024

— Não... — Estava indignada — NÃO!!!
— O que está acontecendo?
Aproximou uma enfermeira na recepção, e a moça que estava me atendendo, disse:
— Eu não sei, eu apenas mostrei quem era o médico na qual ela ia fazer a consulta e ela, de repente, começou a gritar.
— Não há outro médico de plantão? Pelo amor de Deus, me tira daqui.
— Que esteja disponível, não — disse a enfermeira, ela realmente não estava mentindo, e permaneci em silêncio. Se for o meu destino entrar naquela sala e ficar a sós com aquela pessoa, seja o que Deus NÃO quiser.
— Aguarde um momento que ele já vira te chamar.
Imediatamente e gentilmente, segurei o braço daquela enfermeira que estava prestes a se retirar.
— Você não vai entrar comigo?
— Sayuri? — Uma voz rouca soou ao meu lado, no susto olhei imediatamente e me deparei, justamente, com aquele na qual eu não queria ficar sozinha na sala.
— Zayne. — Assim que meus olhos fixaram-se aos dele, algo parecia estranho,
NÃO ESTO COM BORBOLETAS NO ESTÔMAGO... Mas, ele estava diferente.
— Você é a paciente? — Friamente ele perguntou.
— S... sim. — Eu juro que tentei não gaguejar.
No mesmo instante, soltei aquela pobre enfermeira e acompanhei Zayne até seu consultório, senti um calafrio percorrer por toda minha espinha e não era por causa do ar condicionado. Ao olhar para trás, para ver se ele já se sentou em sua cadeira ou não, o seu rosto já estava próximo ao meu e ele estava na minha altura.
— A que devo a honra de sua vinda a Linkon City? — questionou Zayne.
Eu poderia muito bem dizer: VOCÊ. Mas o que somos? Amigos desde crianças, então eu apenas disse:
— Ah, sabe como é né, cidade nova, vida nova. — Olhei para baixo. — Não é como se eu tivesse dado muita sorte, nesse exato momento.
— Já é uma mulher agora — ele sussurrou, enquanto me olhava de cima abaixo, e imediatamente se afastou, indo até sua mesa.
— Você não foi ao encontro de ex-estudantes ano passado? Você fala como se não tivesse me visto há décadas. E a maneira como você me olhou lá — Apontei meu dedo lá para fora, mas fui interrompida pelo olhar dele e sua voz rouca que invadiu minha fala.
— Que maneira eu te olhei?
— Ah, qual é?! Eu tenho mesmo que descrever? — Meus nervos subiram a cabeça, só faltavam sair pulando. — Zayne, o que há com você? — Ele realmente aparentava estar estranho, mais do que o normal.
— Quais são seus sintomas? — Ele simplesmente se sentou em sua cadeira e pegou a DROGA do caderno pra anotar meus sintomas. Fala sério!

"De qualquer maneira vou dormir na sua casa, não vim preparada pra nada, azar o teu bonitão." Assim pensei.

— Ok, vamos lá. Cheguei hoje da viagem e assim que desci do ônibus, senti umas pontadas afiadas bem.. — Coloquei a mão em meu abdômen procurando a parte em que eu senti dor, e assim desci um pouco mais e pressionei. — Aqui! Parecia cólica, mas, ao mesmo tempo, não era nada comparado, doeu muito.
Ele afastou a cadeira e se levantou, caminhando em minha direção e repentinamente colocou a mão no mesmo lugar onde eu estava pressionando.
— Aqui?
— Hum... Aqui. — Meus olhos fixaram-se aos deles, apesar de estar olhando para onde eu sentia aquela maldita dor que me fez vir até aqui. Até que vi seus olhos se guiarem até os meus, certamente me assustei.
O olhar dele sempre foi cativante dele assim? Tá, confesso, eu tinha uma queda por ele durante a infância (toda..?) mas isso não importava agora, pois ele era um escroto que me deixou naquela droga cidade sozinha.
— Se meu palpite estiver certo, pode ser apêndice querendo inflamar, faça alguns exames antes de ir e em breve te entrego o resultado quando sair — ele disse aquilo tudo, permanecendo com aquele olhar.
Eu, particularmente, sempre achava que saberia adivinhar facilmente o que ele pensava apenas pelo olhar, já que ele era do tipo que não falava muito na maior parte das vezes, mas agora, estando de frente para ele, não consigo decifrar UM terço do que ele pensava. Ficamos tão afastados assim? Nem mesmo sabia o motivo dele ter se mudado para Linkon City, ele simplesmente veio... Sem aviso.
— Te acompanharei ao local que estará hospedada. — Ele se afastou e pegou o casaco.
— Então... Sobre o lugar no qual eu deveria estar hospedada, seria... — Apontei o dedo para ele.
— Eu...? — Pensou um pouco. — Minha casa?

— Exato, eu sei que é uma situação meio... — Ele novamente me interrompeu.
— Então vamos.
— Vamos? Nós... vamos?! Ok, nós vamos então. — Pensei em questionar, mas não farei isso, irei apenas aproveitar o humilde e bom humor de Zayne.

1h de viagem de carro, em completo SILÊNCIO.

— É um apartamento.
Ele não disse nada mesmo após a viagem. Pensativo? Ansioso? Confuso? O que passava pela cabeça dele que eu não conseguia decifrar.
— Não veio com o Rafayel? — ele questionou, de repente.
— Rafayel? Por que está falando dele de repente? Não, eu não vim com ele.
— Vocês estavam bem próximos do evento de ex-estudantes, pensei que estavam juntos.
— COMO? Não... Não estamos. — Logo pensei "Por que ele perguntaria algo assim tão de repente, Zayne é estranho"
Até que meus olhos desceram até seus lábios, notando que ele estava sorrindo.
Ele escorou no balcão e cruzou os braços, eu tinha muitas perguntas naquele momento e que ansiava para que fossem respondidas, mas ele não estava bem naquele auge de "faça e responderei todas".
— Por que foi embora? — perguntei, já na espera dele não responder.
— Tive meus motivos.
— Eu sou o motivo?
— N...
Dessa vez fui eu quem o interrompi.
— Eu fui o motivo, não fui?
Ele me olhou com um olhar de fúria, como se... "Eu realmente acertei?" Assim pensei.
— Por quê? — Me aproximei dele, e dei uma leve tapa em seu peitoral. — Por que foi embora quando eu mais precisei de você?! APENAS ME DIZ O PORQUÊ!
— Já está tarde, vou te mostrar seu quarto. — Ele desencostou do balcão e andou até os corredores, enquanto eu enfurecidamente fui até ele e puxei pelo braço, mas, naquele pequeno deslize tropecei em um dos meus pés, prestes a cair para trás, Zayne notou e me pegou pela cintura, assim deu alguns passos a frente e me colocou de costas para a parede. Eu ofegante perguntei:
— É tão difícil assim responder minhas perguntas?
— É difícil. Não apenas as perguntas...
Ele olhou em meus olhos fixamente, ele tentou dizer algo, mas parecia que não era conveniente.
— Não perguntarei mais então, contanto que..
— Não vou te afastar, eu prometo.

"Minha nossa, que a voz que esse homem fez agora me deu uma baita vontade de agarrar ele..."
Eu o soltei imediatamente, obviamente, e sai andando em rumo ao quarto no qual eu iria ficar. Antes de fechar a porta eu disse:
— Só confiarei em você, por você ser ótimo com promessas.

Com Zayne
Ele caminhou lentamente até a sala e se sentou em uma das poltronas — continha 2 de cada lado—, após isso ele cruzou as pernas e olhou para o chão, dando um breve sorriso, imediatamente retirando-o do rosto e levando sua mão até a testa.
— Era eu quem iria até você, mas como sempre você veio até mim primeiro.
Sussurrou consigo mesmo e imediatamente resolveu se levantar, com as mãos nos bolsos ele foi caminhando até o quarto que Sayuri estava. Ao colocar uma das mãos na maçaneta e girá-la, ele deu uma espiada para ver como ela estava. Ele então entrou e se aproximou da cama, assim se ajoelhou no chão enquanto olhava para o rosto sereno da garota em sono profundo.

"Bem vinda de volta" Ele pensou, enquanto a observava.



— Quando eu adormeci? — falei comigo mesma após me sentar na cama, estava sonolenta ainda, então precisava de um tempo pra acordar direito.
Assim que me levantei, fui até a cozinha a procura de Zayne, porém ele não estava lá, fui até seu quarto e também não estava, nem mesmo sua cama estava bagunçada.
— Ele voltou para o hospital ontem à noite?
Até que lembrei que a enfermeira havia dito que não havia nenhum outro médico de plantão, além de Zayne.
— Ele deve ter vindo apenas para me deixar aqui e depois voltou... — sussurrei comigo mesma.

Com Zayne
9h da manhã
— Doutor Zayne, o senhor já esvaziou sua agenda, por que não voltou para casa
ainda? — questionou a enfermeira.
— No caso de emergência estarei aqui, avise aos outros para descansarem. — Após beber um copo de café, me levantei da cadeira e andei pela cafeteria do hospital.
— Era ela? — Uma voz rouca soou por trás de Zayne.
— Você sabe o quão patético está agindo agora, não sabe? Além de jogar ela nos meus braços ou do Rafayel, você fugiu como um covarde. — Xavier chegou com as mãos no bolso e parou só lado de Zayne, e assim olhou de lado.
— Desde quando você voltou? — questionou Zayne
— Voltei no caso de você machucar ela novamente. — Riu baixo — Não foi apenas eu quem voltei, Rafayel também voltou.

"De alguma forma, ouvir o nome daquele homem me incomodava, pois eu já sabia as intenções dele com Sayuri" assim Zayne pensou.

— Por que não a manteve afastada de Linkon City? Você prometeu.
— Como eu iria impedi-la? Ela se lembra de você. Apesar das Time- Lines estarem tão confusas atualmente. — retrucou Xavier.
— As Time-Lines?
— Ela... Não te contou?

Com Sayuri
— O apartamento é tão grande. — Após dar uma volta pelos cômodos e conhecer mais a casa, resolvi me sentar no chão da sala, apoiei o cotovelo no sofá e parei para pensar um pouco: "eu fui muito dura com ele?"

Com Zayne
— Ela só tem você agora, vocês cresceram juntos por isso ela veio imediatamente para cá — disse Xavier
— Por isso. — Zayne estava inconformado.
— Por isso eu disse que as Time-Lines estão estranhas, ela pode correr perigo a qualquer momento.

19h, atualmente
Zayne havia acabado de chegar em seu apartamento e o encontrou vazio, ele andou pelos cômodos chamando pelo nome dela.
— Sayuri? — Hesitou um pouco antes de abrir a porta do quarto, mas mesmo assim o fez. — Sayuri?
A expressão de Zayne mudou imediatamente para preocupação, ele correu do quarto e foi até a cozinha, ao pegar a chave do carro ele caminhou até a saída, mas logo se deparou com Sayuri entrando, por um momento ele se assustou.
— Que cara é essa? — Ela olhou para ele sem entender.
Ele colocou a mão para trás, escondendo a chave do carro.
— Eu apenas ia pegar algo que esqueci no estacionamento. — Ele passou pela jovem e fechou a porta, assim respirou bem fundo e expirou. — Céus...

Com Sayuri
— O que deu nele? — Olhei para a porta confusa, mas logo ignorei e andei até a sala e me sentei no chão, bem naquele momento a porta se abriu e Zayne passou por ela. — Mas já?!
— Onde você tinha ido? — Ele simplesmente ignorou minha pergunta. Novo hobbie dele, talvez. — Você não estava em casa quando cheguei.
— Me tratando como criança novamente, não posso mais sair? Eu não tenho um emprego aqui ou algo do tipo, o que eu vou fazer trancafiada nesse lugar?!
Zayne se aproximou de mim e ajoelhou, levando sua mão até minha cabeça e... Acariciou?
Ele então logo em seguida, levou sua outra mão até minha cintura e me puxou para seu colo, dando um caloroso abraço.
— O que há de errado? — perguntei, por não fazer a menor ideia do motivo dele estar fazendo isso.
— Uma recepção calorosa, apenas isso.

Flashback de Zayne
— Houve uma explosão na residência da avó dela e do irmão-adotivo, nenhum deles sobreviveram, exceto ela. Ela desmaiou logo em seguida e não se lembra exatamente dessa situação. Simplesmente acordou no hospital e começou a chorar, diz ela que não se lembra o motivo. Os médicos disseram que foi devido ao trauma, e o cérebro dela apagou parte desse trauma. Logo depois ela disse que queria vir até você, não pude dizer não, ela só tem você agora, vocês cresceram juntos, por isso ela veio imediatamente para cá — disse Xavier
— Qual o motivo da explosão? — Zayne ainda estava em choque ao saber de parte da história.
— Eu não queria dizer isso, pois é apenas uma teoria, mas... Hunters.

Fim do Flashback
— Você não é bem uma pessoa que simpatiza com a palavra "caloroso". — Eu apenas aproveitei então sua humilde "recepção calorosa" e envolvi meus braços em volta dele. Senti que precisava daquilo, por qual motivo? Eu não sei, mas me reconfortou.
Afastei um pouco e olhei para o rosto dele, ele estava diferente.
"Eu alguma vez te enxerguei como um homem?" Eu queria poder lhe fazer essa pergunta, mas não devia.
"O que aconteceria se.." aproximei meus lábios do dele "por acaso.."
Sentindo sua respiração e seu toque, apenas me fazia ansiar por mais do que um abraço, engoli a seco e meu coração pulava feito louco.
— O que vai fazer? — ele sussurrou, enquanto olhava para meus lábios e logo em meus olhos.

Com Zayne
— O que você vai fazer? — Olhei para os lábios da garota em meu colo, eu só precisava daquela atitude dela. Se eu tomasse, temia que pudesse assustá-la. Sayuri, eu anseio pelo seu toque como louco, que cada centímetro, cada parte de seu corpo pertecesse a mim, que o centro da atenção em meio à multidão fosse eu quem se destacaria entre todos, assim como você se destaca para mim.
— Não posso fazer isso. — sussurrei e gentilmente a tirei de cima, me levantei e caminhei até meu quarto. — Eu realmente não posso.
Olhei para as minhas mãos e elas estavam congelando,
" Às vezes eu esqueço dessa bendita maldição.."

Com Sayuri
— Às vezes eu tento te entender, mas é tão difícil. — Olhei para ele enquanto se distanciava a cada passo que dava, deixando aquela sala vazia.



Após aquela situação, me levantei do chão e caminhei ate a porta do quarto de Zayne, posicionei minha mão prestes a bater e chamar por ele, mas logo hesitei. Apesar de ser uma situação estranha, senti que havia algo que ele estava me escondendo desde o momento eu quem eu cheguei, não... Desde que ele foi embora pra cá.
“O que é que você tanto quer esconder ao ponto de fugir de mim?”


Dia Seguinte

Eram 5h da manhã e sem querer derrubei um copo de vidro enquanto tentava tomar um copo de água, AZAR DO CÃO. Então me agachei e fui catando bendito do caco de um por um, até que senti um puxão atrás e cai de bunda no chão.
— AI, QUE QUE É?! — Nem precisei virar o rosto para trás, aquele toque e o cheiro do perfume já deixavam bem claro que ele estava atrás de mim.
— Se machucou? — ele perguntou.
— Não, não há nada com que se preocupar. — Retirei a mão dele de mim naquele momento e ajoelhei no chão, assim catei o resto dos pedacinhos de vidro, assim me levantei e joguei-os em um saco de lixo.
— Pode voltar a dormir, desculpe por te acordar. — Nem sequer ousava olhar na cara dele, não apenas por vergonha, mas por raiva de ter me deixado daquela maneira. Virei meu corpo para o lado e passei por ele, até que ouvi sua voz:
— Desculpe por ontem.
— Tudo bem, mas há outras formas de rejeição ao invés de sair daquela maneira — falei virada de costas para ele, apenas virei minha cabeça para o lado.
— Rejeição...? — ele perguntou, logo então começou a rir.
— Ah claro, ria a vontade. — Balancei a mão e comecei a andar até os corredores, até que me lembrei de algo e voltei. — Aliás, consegui um lugar para ficar.
— Você não vai ficar?
— Está bem claro que é exatamente isso que você quer. — Cruzei os braços e o encarei, ele fez uma cara como se não tivesse gostado e suspirou.
— Eu nunca disse isso.
— Mas foi o que deu a entender.
— Eu não quero que você vá.
— ENTÃO O QUE RAIOS VOCÊ QUER INFERNO? Eu me aproximo e você se afasta, faço perguntas e você não me responde nenhuma delas, mas quando eu menos espero que você faça algo, você vem e me abraça. Que inferno tá acontecendo que eu não estou entendendo? — retruquei.
De repente alguém tocou a campainha, Zayne que estava prestes a falar algo perdeu sua oportunidade e foi até a porta atender.
E a voz dele de repente engrossou e seus punhos se fecharam.
— O que faz aqui a essa hora? — ele perguntou.
— Eu quem deveria perguntar, por que vocês estão gritando tanto quando o sol nem sequer nasceu ainda? Mas respondendo sua pergunta, vim buscar a my lady. — O rapaz então estendeu a mão — Caso não se lembre de mim, prazer, Rafayel.
— Você quem o chamou? — Zayne hesitou um pouco em perguntar aquilo, e olhou para Sayuri.
— Eu te disse que eu havia arrumado um lugar pra ficar... Eu apenas.
Ele a interrompeu e se sentiu um pouco decepcionado.
— Apenas o chamou para te levar.
— Pra logo a Sayuri querer sair de um lugar por conta de alguém, a pessoa tem que ter realmente feito algo horrível — sussurrou Rafayel consigo mesmo, mas, alto o suficiente para Zayne escutar também. Logo estendeu a mão para a Sayuri — Vamos, my lady.

“Meus olhos não podem focar em você Rafayel, mas também não podem mais focar no Zayne.”

Havia minha mochila na sala, eu já estava pronta para ir após ele chegar, então a peguei e segurei a mão de Rafayel, antes de passar pela porta olhei para o Zayne.
— Vai ser assim? — Zayne perguntou, não por estar bravo ou algo do tipo, apenas não esperava aquela atitude de Sayuri.
— Não posso mais ficar aqui dessa maneira. — Olhei nos olhos do rapaz.

“Isso não pode ir além de amizade.” Ambos pensaram a mesma coisa.

No Carro de Rafayel
— Não diga nada — disse após Rafayel entrar no carro, obviamente ele queria perguntar algo a respeito do que aconteceu no apartamento.
— Eu apenas ia dizer que estranhei sua ligação repentina no meio da noite só para te buscar, ele te fez algo ruim? — ele perguntou e ao mesmo tempo ligou o carro.
— Ele não fez nada. Eu apenas... — pensei logo em seguida “confundi amizade com amor, achei que ele me via da mesma forma que eu o vejo.”


Anos atrás
(Zayne com 18 e Sayuri com 14)


— Zayne, só falta mais um ano pra você encerrar a escola, como se sente? — perguntou Sayuri, enquanto Zayne estava próximo dela segurando no ferro do ônibus.
— Hum... É estranho. — Ele olhou para ela. — Quem mais vai ficar assim, atento para caso o ônibus pare imediatamente e impedir de você voar para o chão?
— Haha, olhe para ele todo protetor. — Ela se aproximou e colocou as mãos na bochecha do rapaz, apertando-as. — Eu sei me cuidar, apenas se forme e seja um bom médico. Aliás, antes você sempre dizia que desejava ser pianista, por que de repente mudou para medicina?

“Essa foi umas das perguntas que ele nunca me respondeu..”

Flashback de Zayne Eles se conheceram com 14-10, enquanto brincavam na rua. 1 anos depois dessa amizade.

— O que ela tem? Por que ela esta assim? Por que ela não me responde? — Zayne estava sentado ao lado de uma maca, segurando a mão de alguém.
— A Evol dela está fraca demais, temo que teremos que apagar sua memória e dize-la que é incapaz de usar o Evol, é a única forma de salvar ela — disse Xavier, de pé do outro lado.
— Não tem outro jeito? E se, talvez eu passar parte do meu Evol pra ela, o que eu posso fazer?
— Zayne, seu Evol apenas mataria ela, seu Evol é gelo, neve, frio, ela não suportaria.
— Por isso eu a trouxe em sua time-line — disse Xavier, se aproximando. — Apague as memórias dela Zayne, fique perto dela e faça acreditar que é apenas uma humana.
— Vou fazer isso, mas vou estudar um jeito dela voltar ao normal, sem risco algum. Ela vai se lembrar de mim depois, não vai? — Zayne levou sua não até o rosto de Sayuri e acariciou, sentindo uma dor no peito ao ver ela tão vulnerável.
Fim do flashback


Tempo atual


Com Zayne
— Sinto que ela se lembrar de mim, posso fazer ela se lembrar de outros acontecimentos também. E do primeiro acidente — disse Zayne, tampando o rosto com as mãos e dando um breve suspiro. — Talvez seja melhor ela ir com ele.
Sinceramente é realmente uma situação confusa e de anos, que todos queriam esquecer.
Até mesmo Rafayel, que esteve presente



(7h da manhã)

— Vai adiantar você ter saído da casa dele? Ele ainda vai continuar sendo seu médico — disse Rafayel após chegar em casa e colocar a mochila de Sayuri em cima da cadeira da cozinha.
— Você voltou a pintar? — Passei, olhando para os quadros no chão, a maioria estavam uma bagunça, além de todos eles terem uma marca de um corvo no canto. — Algo andou te perturbando?

Ele veio em minha direção e tampou os quadros com um pano branco, assim me olhou:

— São apenas rabiscos.
— Não fique frustrado por estar sem inspiração, as vezes isso acontece.
— Quando é sua próxima consulta com ele? — perguntou Rafayel
— Ahm… amanhã? Ainda não peguei o resultado dos exames, estava esperando que pegasse pra mim.



— É totalmente ridículo você continuar indo atrás desse cara quando ele, nem sequer, se importou com você.
— Vocês se odeiam e isso é nítido, mesmo que eu não saiba o motivo. Mas eu confio nele.
— Vá dormir, você mal deve ter fechado os olhos. — Rafayel saiu da sala e foi para seu próprio quarto e assim se trancou lá.


12h da tarde.
Com Sayuri

— Será que ainda tem aquela cafeteria que eu costumava ir? — Enquanto eu andava e me afastava cada vez mais da casa de Rafayel, fui olhando ao arredor e percebi que a cidade mudou muito, mas, por incrível que pareça, meus olhos ficaram naquela cafeteria, ela ainda está lá, do mesmo jeito. — Que alívio.

Andei até lá e entrei, a procura de um lugar para sentar, mas parecia haver muitas mesas ocupadas.

— Boa tarde, está procurando um lugar para sentar, não? Infelizmente está lotado, se você não se importar em sentar com alguém — disse a garçonete, apontando para uma das mesas, e meus olhos se guiaram até as costas de um rapaz, parecia familiar.
— Zayne?

Ele me olhou um pouco surpreso.

— Vocês se conhecem? Ótimo! Por que não dividem a mesa? — A garçonete deu a sugestão, mas imediatamente balancei a mão e recusei.
— Não há necessidade, volto outro dia.
— Eu não mordo. — Zayne cruzou os braços e me olhou.
— Bom. — Olhei para a garçonete e para Zayne novamente — Acho que posso me sentar aqui.

Zayne deu um breve sorriso e pegou seu celular.
Ficamos sentados sem conversar durante um bom tempo até o meu pedido chegar.

— Ah, o clima tá ótimo. — Olhei para a janela enquanto tentava puxar o bonde da conversa.
— Está nublado.
— E dai? Ainda está um bom clima. — Fiz beiço, incrédula com a resposta dele. Logo perguntei — Você está chateado?
— Não estou, você tem o direito de decidir com quem deseja ou não deseja ficar. — Ele respondeu sem hesitação.

"Ficar ou não ficar? Em que sentido ele disse isso?" Assim pensei, mas logo deixei essa questão de lado após meu pedido chegar, era um sorvete que vinham em um copo infantil (uma gracinha).

— Volta… — Zayne, com sua voz grossa, murmurou. E, naquele momento, antes de colocar o sorvete na boca, coloquei de volta no pote e olhei para ele. — Voltar? Por que quer que eu volte?
— Não quero que você fique longe de mim.
— Ahn?

Ele se aproximou e pegou a colher da minha mão, assim colocou tomou um pouco do meu sorvete.

— Meu sorvete!
— Estou tomando o sorvete da pessoa que eu gosto. — Zayne largou a colher e cruzou os braços enquanto me olhava.
— Ah… O… O que que há com você hoje? Você está estranho. — Eu realmente não esperava por esse tipo de atitude e palavras vindo do ZAYNE.


Com Zayne

"Eu não sei se consigo ficar longe de você por mais tempo novamente. Apesar de..."

Olhei para a minha mão e senti meu braço inteiro se adormecer e começando a gelar.
"Tá tudo bem, por você... eu aguento"

— Zayne, então por que está tão estranho comigo?

— Fiquei com medo do seu retorno, te deixei lá exatamente por achar que fosse seguro para você, mas eu estava enganado. Também tenho receio de não conseguir te proteger, ao mesmo tempo receio de não poder segurar sua mão e lutar contra o que eu sinto. — Não conseguia encarar Sayuri enquanto falava tudo aquilo que pensava, metade do que eu pensava, mas logo levantei minha cabeça e a olhei.

Peguei a mão dela naquele momento e levei até meu rosto.

— Não acho que consigo viver sem você… Não, eu não... posso.



Continua...


Nota da autora: Sem notas.



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