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Revisada por Aurora Boreal 💫
Finalizada em: Abril/2025

é o que chamamos de uma estrela em ascensão. Sua carreira meteórica começou bem cedo, aos oito anos, com uma proposta de trabalho como modelo de uma marca de roupas infantis urbanas. Logo o mundo da moda reconheceu seu potencial, assim como Hollywood. Das constantes sessões de fotos, sua agenda foi se apertando com convites para participações em séries e videoclipes de grandes cantores.
Brown definitivamente havia deixado sua marca em pouco tempo de trabalho. Entretanto, nem tudo são flores na vida e, após completar 16 anos, ela requereu na justiça um pedido de emancipação, pois seus pais divorciados estavam em disputa judicial por sua guarda e controle de seus bens adquiridos. Todo o estresse a levou a um longo período afastada da mídia, em hiatos de todos os trabalhos, foram quatro anos sem dar sequer uma entrevista. Até que finalmente, na festa de aniversário da revista Vogue Italiana, seu brilho voltou a ascender, deixando todos curiosos por seu retorno.

Será que a Brown ainda tinha o mesmo charme de antes?

Era o que os tablóides se perguntavam.
— Bom dia à nossa estrela Vogue — disse Calton, o dedicado assistente que nunca a deixara sozinha nesse tempo de silêncio, ao entrar no quarto de sua chefe, carregando uma bandeja de café nas mãos. — Oh, você já está acordada?!
Ele se espantou ao deparar com assentada em frente à escrivaninha, rabiscando alguns papéis.
— E você não descansa, não? — perguntou ela. — Só estou cuidando da minha estrela — respondeu ele, apoiando a bandeja na mesa de café que havia na varanda do quarto dela. — Você está voltando aos poucos à rotina, então não posso me descuidar com a sua saúde.
— Sei. — Ela manteve seu olhar concentrado no croqui que fazia em uma das folhas.
— E a senhorita, o que faz aí? — perguntou ele ao se aproximar, espichando o pescoço para ver o que a mulher tanto desenhava.
— Unindo o útil ao agradável — respondeu, em poucas palavras.
— O que significa? — reforçou ele, não entendendo o projeto de enigma.
— Minha paixão por estilismo me dando a oportunidade de lucrar mais. — Ela ergueu o papel para mostrar o que tanto desenhava.
— Uau, um croqui de bolsa. — Ele se mostrou boquiaberto. — Ainda fico em choque com o seu talento, .
Ela sorriu de canto, se sentindo orgulhosa de si mesma.
— Você vai mesmo assinar aquele contrato? — perguntou ele.
— Ainda estou pensando, quatro anos fora me fez perder contatos e as coisas mudam com muita frequência no mundo da moda. — Ela respirou fundo. — Você sabe que não me dou muito bem com aquele playboy metido a libertino do século XIX, mas...
— Desde o dia em que ele te alfinetou na entrevista para a W Magazine. — Carlton soltou uma gargalhada moderada. — Você realmente não vai com a cara dele.
— Aquele bastardo — murmurou ela, se espreguiçando, sentindo algumas pontadas nas costas.
havia passado a noite em claro, desenhando sua primeira coleção de bolsas para a marca Louis Vuitton. Uma possível parceria como cortesia contratual do tal playboy, Miller.
— Ele é herdeiro de um enorme conglomerado, podemos dizer que ele é praticamente o dono da Itália, a oportunidade que você estava procurando — comentou o assistente.
— Uma criança mimada com recursos que não sabe como usar — retrucou ela, se levantando da cadeira e dando alguns passos até a varanda. — É um absurdo pessoas como ele ter tanto dinheiro e influência.
— Está com medo do que ele possa fazer com sua carreira? — Carlton manteve a atenção nela, observando-a se aproximar da mesa de café. — Não é novidade os inúmeros comentários duvidosos que ele vem dando sobre você.
— De que adianta ele falar que sou uma excelente profissional, mas pontuar defeitos que só ele enxerga? Você viu o que ele disse sobre meu ensaio de inverno da Gucci? — Ela se sentou na cadeira e mordiscou um morango. — Que vontade de jogar uma bomba nele.
— A senhorita também não fica atrás com suas postagens no Instagram. — Ele colocou a mão na cintura. — Ando curioso, ele tem pegado no seu pé desde a festa da Vogue do ano passado. Sempre me perguntei o motivo de ter voltado tão cedo, já que a festa marcou seu retorno à moda. O que aconteceu?
— Eu dei um fora nele — respondeu ela, com tranquilidade. — O bastardo achou que seria mais uma presa fácil na cama dele.
Carlton soltou uma gargalhada alta.
— Socorro. Que eu havia percebido um certo interesse no olhar dele para você, sim, mas será que isso é vingança?
— E você ainda acha? Aquele playboy mimado. — Ela manteve sua atenção na bandeja, voltando a desfrutar de seu café.
As horas se passaram e finalmente se aprontou para seu encontro inadiável. Com seus perfeitos croquis em uma pasta branca, vestida com um terno feminino vermelho bordô e um scarpin preto, ela parecia mesmo uma executiva pronta para dar o segundo passo em sua carreira profissional. Seu desejo era deixar de lado a imagem de uma garota frágil que se deixou abater pela ganância dos pais e mostrar ao mundo uma mulher totalmente forte e criativa.
Brown não queria apenas voltar a ser uma mera modelo ou atriz, ela ansiava ter sua própria marca de bolsas. Então teria que começar de alguma forma.
— Boa noite, Brown — disse , ao se deparar com a atraente mulher à sua frente.
— Espero não estar atrasada — disse ela, se mantendo de pé.
— Não se atrasou, você é bem pontual, como me disseram. — Ele sorriu de canto.
o observou levantar-se e ir até ela, para lhe puxar a cadeira.
— Agradeço — disse Brown, ao se sentar, mantendo a postura séria e serena.
— Eu que agradeço por ter aceitado o meu convite — disse ele, ao se sentar novamente. — Pensei que ainda tivesse algum ressentimento.
— Se está falando de seus comentários sobre minhas fotos, não tenho mais ressentimentos. — Ela sorriu, com certa ironia no olhar.
— Vamos aos negócios então? — Ele tentou analisar as expressões frias vindo dela, mantendo seu olhar fixo.
— Aqui estão meus croquis, antes de assinar o contrato, queria que visse primeiro, assim não restará dúvidas do meu potencial — disse ela, ao lhe entregar a pasta.
— Eu já não tinha dúvidas, mas se você prefere assim. — Ele pegou a pasta e silenciosamente começou a folhear.
não queria dar o braço a torcer, mas tinha mesmo talento para os desenhos. Lindos e muito bem detalhados, sua criatividade não tinha explicação.
— Me impressionou, como imaginei. — Ele devolveu a pasta para ela e lhe entregou outra com o contrato. — Sabe que é sigiloso todos os termos que está escrito aí.
— Claro que sei. — Ela riu baixo, pegando a pasta e começando a ler.
Em termos, na mente de era mesmo um contrato de negócios, afinal, aquilo poderia lhe custar sua herança. E mesmo que o achasse apenas um playboy mimado, ele também tinha seus dramas familiares. Miller sendo criado pelo avô desde pequeno, tinha uma singela cláusula do testamento dele que poderia colocar seu futuro a perder. O velho senhor Miller havia exigido do neto um casamento estável antes de sua morte, para que ele pudesse continuar sendo seu o único herdeiro.
De todas as mulheres que conheceu, apenas uma despertou sua curiosidade e a ideia sagaz de um contrato de casamento para não perder sua fortuna para os muitos acionistas do conglomerado. Brown receberia todo o apoio da empresa de seu avô para sua carreira como estilista ser um sucesso, a começar pela linha de bolsas e acessórios assinada para a marca LV.
— Então, o que me diz? — perguntou ele.
— Hum. — Ela o olhou, dando um sorriso de canto, sarcástico.
Era uma boa oportunidade para ela. E para ele, uma solução prática para seus problemas.
Mas será que estava disposta a assinar aqueles papéis?

Não quero nenhum negócio furado
Não vou dar minha vida com uma assinatura
Para alguém que tenha os recursos
Mas não saiba como usá-los.
- Paper Gangsta / Lady Gaga


“Escolhas: A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás.” - by: Pâms





Fim


Nota da autora: Welcome to Pâms' Fictionverse!!!

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