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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Setembro/2024.

— Estamos aqui com , uma das atrizes mais famosas, tanto dos Estados Unidos, quanto do seu país de origem. Qual é a sensação de ser tão querida? — A jornalista apontou um microfone para meu rosto, curiosa com minha resposta.
— Nem sei explicar. Ter fãs que te acompanham… Que te dão apoio… é algo incrível — falei, sorrindo ao me lembrar de todo o amor que recebia de pessoas que não conhecia, mas que pareciam me conhecer melhor do que eu mesma.
— Então, com o lançamento do novo filme com Robert Pattinson… — Lá vem. — Nós acompanhamos vocês e notamos que tiveram alguns encontros — ela disse, erguendo as sobrancelhas e sorrindo. Era mentira, tudo não passava de uma estratégia midiática, me lembrei antes de dar um sorriso forçado. — O que podemos esperar deste casal?
— Bom, estamos nos conhecendo — falei amigavelmente. — Gostamos do tempo que passamos juntos durante a gravação e resolvemos seguir adiante na vida real. — Meu Deus, eu era uma mentirosa nata.
— E sobre o filme… O que podemos esperar de um casal das telas que veio para a vida real? — ela perguntou animada.
— Então, eu simplesmente amei gravar o filme, minha personagem é incrível e foi uma experiência única vivenciá-la. A Lizzie é uma mulher forte e bem difícil de lidar, mas o Ben consegue lidar com tudo muito bem — citei os personagens.
— Para você como pessoa, seria fácil se apaixonar pelo protagonista? — Ela separou a pergunta que me ligava ao Robert. Quase revirei os olhos, mas continuei sorrindo.
— Eu acho que já sabemos a resposta — falei, bebendo um gole da água que estava na mesa.
— Então, com essa breve entrevista a respeito do novo sucesso das telas, “Paper Rings”, na companhia de Lima, encerramos por aqui. — Ela olhou para a câmera e acenou, encerrando a reportagem.

Um ano atrás

Estava muito animada com a oportunidade de trabalho que tive recentemente. Estava há anos tentando entrar no mercado de trabalho como atriz, o que vinha sendo muito difícil para mim, já que era brasileira, mas, recentemente, consegui um teste para um filme. Vim para os Estados Unidos após perceber que na minha cidade natal não haveria chances de conseguir ser uma atriz famosa reconhecida mundialmente. Me encontrava em uma das últimas fases de testes para um papel no filme de comédia romântica, Paper Rings.
Acabei de descobrir que o protagonista escalado para o filme era ninguém mais, ninguém menos, do que Robert Pattinson. Estava me preparando psicologicamente para realizar o teste de química com ele nos minutos seguintes. Não poderia deixar de destacar que era uma honra conhecê-lo, já que sempre admirei seu trabalho.
Fui para o palco e percebi que ele já está lá, à espera das minhas concorrentes para o papel. Ele parecia tranquilo com a situação, acredito que já tinha se acostumado a fazer aquilo muitas vezes. Ele era realmente mais bonito do que eu já tinha visto nos filmes. Minha respiração começou a falhar quando dei passos vacilantes em sua direção.
Não tivemos tempo para cumprimentos ou coisas do tipo, começamos a atuar com o os papéis que foram designados para que criássemos para o teste. Em algum momento da apresentação, estava tão nervosa que minhas mãos começaram a suar e as palavras fugiram da minha mente, me obrigando a improvisar, afinal era o que artistas faziam. Robert percebeu o que estava fazendo e entrou na onda, logo estávamos improvisando juntos e acho que estávamos nos saindo muito bem com isso.
Dei uma olhada de soslaio em direção aos avaliadores, que estavam sorrindo diante da situação, aparentemente gostando, o que me deixou mais confiante e fez com que eu repetisse suas expressões. Finalizamos o teste com a etapa final, um beijo. Admito que me senti nas nuvens por estar beijando o homem com o qual sonhava desde que tinha visto os seus primeiros trabalhos, era como se fosse uma grande realização.
Mais tarde, estava perdida entre os bastidores e não sabia como sair dali, ou se precisava ficar por mais tempo para que resolvessem se conseguiria ou não o papel. Me deparei com Robert, que estava conversando com um dos apresentadores e dizia algumas coisas sobre o teste. Fiquei escondida no meio das cortinas, escutando o que estavam dizendo no palco.
— Não quero que ela consiga o papel, sua atuação foi forçada e muito estranha. Não parecia digna de um filme, ou de qualquer outra coisa no meio artístico. Eu não quero estar em um filme com alguém que atua assim! — Ele pareceu um pouco zangado.
— Você vai contracenar com quem acharmos melhor. — O diretor chegou e disse, dando a palavra final.
— O teste foi um fiasco! — Pattinson protestou, e logo associei ao nosso teste, me sentindo mal por ter tido aquela performance.
— Eu confio no que a minha equipe escolhe. O que eles decidirem, será feito. Vá para casa e agradeça por estar fazendo parte desse novo sucesso. Deixe que eu resolva isso. — O diretor encerrou o assunto e saiu.
— Mas e quanto a… — o outro avaliador continuou a conversa com o ator, após o chefe sair, mas já não tive mais vontade de ouvi-la.
Tentei achar a saída desesperadamente, zonza com a sensação de que fui uma péssima atriz durante todo esse tempo que mantive esse sonho vivo, e de que não conseguirei o papel, voltando à estaca zero, o que poderia fazer com que eu voltasse para o Brasil e escutasse o julgamento dos meus familiares por eu ter seguido meu sonho de infância.
Fui para o apartamento que dividia com e cheguei pálida, com a sensação de estar quebrada em pedaços.
— Meu Deus, o que houve? Você está parecendo um fantasma! — ela disse preocupada, quando me viu entrando às pressas e com a cabeça contra a porta, de olhos fechados. Pude sentir o cheiro bom vindo da cozinha, ela estava preparando uma refeição, a refeição a qual me prometeu fazer graças ao teste, o qual ela tinha certeza de que eu passaria. — , como foi? Você acha que passou?
— Não sei, … — falei e ela correu para me dar um abraço. Nada como um abraço reconfortante da sua melhor amiga.
Ela me ajudou a respirar e contei sobre meu dia a ela, tirando a parte a qual ouvi. Do jeito que é maluca, ela seria capaz de caçar Robert Pattinson e matá-lo de variadas maneiras. Socos, envenenamento, atropelamento etc. Decidi então que, para o bem maior, e para que ela não fosse presa, iria omitir essa parte.

1 semana depois

Acordei com o barulho do celular tocando “Shake It Off”, estava recebendo uma ligação. Atendi rapidamente, sonolenta.
— Alô? — disse, bocejando.
Lima? — uma mulher perguntou gentilmente.
— Sim?
— A equipe Hollywood Studios gostaria de te informar que… — Me endireitei na cama e limpei as remelas, imaginando a forma como eles me rejeitariam. — Que você foi escalada para interpretar Elizabeth Evans em “Paper Rings” — anunciou ela. Meu coração disparou e involuntariamente soltei um grito de empolgação muito alto, fazendo com que fosse até o meu quarto, assustada. — , a senhora está bem?
— Mais que bem! Obrigada pela notícia, tenha um ótimo dia e bom trabalho — disse, em pé na cama, e desligando o celular antes de deixar que a mulher completasse sua frase. Estava emocionada demais.
— O que aconteceu, ? — perguntou curiosa.
— EU PASSEI! — falei, pulando na cama. abriu um sorriso e se juntou a mim, nos abraçamos, pulando na cama e dando gritando de felicidade.
Eu finalmente faria um grande papel para um grande filme. Finalmente poderia mostrar meu talento para outras pessoas.



— No que está pensando? — perguntou Robert, segurando em minha cintura cuidadosamente, de uma forma respeitável. Em resposta, o meu corpo automaticamente relaxou e me arrepiei ao seu toque. Olhei para suas mãos e tentei o tirar de foco.
— Eu preciso de vocês presentes aqui. Ok, ? Já estamos acabando… — disse a fotógrafa, que estava há um tempão tentando tirar a foto perfeita para a divulgação do filme. Eu engoli seco e acenei com a cabeça, forçando um sorriso, coisa que aprendi a fazer trabalhando como atriz.
— Podemos fazer uma pausa? — Pattinson perguntou à moça, me fazendo revirar os olhos. — Posso falar com você a sós? — Ele se virou para mim, e andamos até o canto.
Eu estava encostada na parede, enquanto ele ficava em minha frente, desviando minha visão de tudo que não fosse ele.
— No que está pensando? — ele insistiu em sua pergunta anterior, seus olhos azuis me fitavam como se estivessem olhando no fundo da minha alma.
— Nada — respondi um pouco seca, evitando o contato visual. Foi difícil lutar contra isso nas gravações, ele realmente sabia fingir um olhar preocupado, ou até mesmo apaixonado quando necessário.
— Olha, eu sei que você me odeia. — Pelo menos disse algo que não era tão mentira durante esse tempo. — Mas tenta se esforçar nisso.
— Primeiro, eu não te odeio! — falei, sussurrando.
— Não é o que você demonstra.
— Você por um acaso é fiscal do ódio? — perguntei, e ele deu um sorrisinho. Sua mão estava na parede e seu rosto a alguns centímetros do meu.
— Eu andei pesquisando sobre o que você fala de mim na sua língua — ele falou, se aproximando cada vez mais, fazendo minha respiração falhar. — Cheguei à conclusão de que você me odeia. — Droga. Por que ele pesquisa o significado dessas coisas?
— Eu acho que você pode simplesmente ter colocado as palavras erradas, erros acontecem. — Lhe ofereci um sorriso forçado e coloquei minhas mãos em seu peitoral para que eu pudesse sair e para que esse laço se desfizesse rapidamente.
— Espere! Perfeito! — A fotógrafa nos ofereceu uma enxurrada de flashes. — É disso que estou falando! — ela disse contente, enquanto Robert e eu nos olhávamos um pouco constrangidos com a situação.

Um ano atrás:

— Nervosa? — perguntou a maquiadora, que aplicava produtos os quais eu não fazia a menor ideia da existência até o momento.
— Muito — respondi tensa.
— Relaxa, e se não conseguir, você é atriz, finja que está tudo bem! — ela disse de maneira engraçada, e rimos.
— Você lida com pessoas nervosas todos os dias, né? O que elas fazem para que isso pare? — perguntei inquieta, pois eu estaria pronta em instantes para gravar a minha primeira cena.
— O segredo é fingir ser confiante até realmente se tornar. Tudo vai mudar a partir do segundo que aquelas câmeras ligarem, você não será mais a . — Uau. Ela é boa com as palavras. Me tranquilizei após nossa conversa e, antes de sair, dei um abraço na mulher que me ajudou a respirar.

Os nossos personagens são totalmente opostos. Eu, ou melhor, Elizabeth faz artes, enquanto o Ben é um advogado rico e famoso na cidade a qual Lizzie acabou de chegar. Ela tem certas dificuldades na questão financeira, fazendo de tudo para esconder as tais, quando ela conheceu o Bem. Ele faz de tudo para esconder sua alta reputação, e eles acabam se apaixonando por uma série de fatos.
Esse papel me chamou atenção por muitos motivos. Acredito que o principal foi eu ter me visto como a personagem antes de me mudar e começar uma nova vida. Eu não tinha nada, eu não tenho nada, mas agora posso ter tudo o que um dia sonhei.
Não vou deixar que um famoso (e um belo de um famoso) estrague tudo.
Meu celular começa a vibrar em meu bolso e vejo que são mensagens de , sorri ao vê-las praticamente instantaneamente.

: Vai com tudo, amiga, sei que você consegue!
: Quando for beijar o Robert Pattinson, se lembre de quão sortuda você será por beijar o vampiro mais disputado da história. 😘🥳


Presente:

— Eu só gostaria de parabenizar a todos vocês por esse trabalho incrível que fizemos! — disse o diretor de filmagens com uma taça de champanhe, propondo um brinde ao nosso esforço.
Estávamos na última reunião de equipe antes do lançamento do filme, aqui tenho lembranças dos meses incríveis que passei gravando e de como meu futuro pode ser decisivo a partir dessa obra. Meus pensamentos me deixavam entretida, tanto que mal consigo piscar, ou prestar atenção no que está à minha volta.
De repente, senti um sopro quente em minha orelha e ouvi um sussurro que me trouxe de volta a realidade. A voz era obviamente conhecida, já que passei um ano a ouvindo.
— No que está pensando? — Ele parecia curioso.
— Você gosta dessa pergunta, né? — falei sorrindo, hoje estava de bom humor, consegui aturá-lo por um ano e em breve nosso “namoro” terminaria.
— Gostaria mais ainda se você a respondesse — ele disse perto demais, geralmente quando isso acontece ele não parece ser tão ruim assim, tudo nele é tão… convidativo. Mas quando lembro do que aconteceu ano passado, no que eu ouvi… — Está fazendo de novo.
— O quê? — perguntei, sem entender ronde ele queria chegar.
— Sabe, viajando — ele respondeu, dando ombros. — Eu achava que fazia muito isso até conhecer você.
— Eu não…
— Não adianta negar, só me conte o que está pensando. — Engoli seco, eu estava pensando nele. Me senti encurralada, senti minhas mãos suadas e simplesmente me levantei e fui em direção ao banheiro.

— Calma. Atriz. Você é uma atriz, é só atuar — falei para o espelho, fingindo sorrir. — Eu não estou pensando em nada. — Tentei parecer séria, não sabia se estava funcionando. Respirei fundo e saí para voltar à mesa.
Antes que pudesse me mover após abrir a porta, dei de cara com a região do peitoral de Robert.
— O que é isso? Perseguição? Você realmente é parecido com o Edward! — falei, tentando quebrar o clima, totalmente desajustada.
— Na verdade, eu vim usar o banheiro.
— Então não entre no feminino.
— Eu não entrei — ele disse, apontando a placa. Após perceber o que fiz, coloquei minha mão na cabeça. Meu Deus, como não vi que tinha entrado no banheiro masculino? Ainda bem que ninguém estava usando! — Parece que eu realmente te desconcerto.
— Precisa fazer muito mais para me deixar assim — falei, fingindo que a situação toda não era bizarra e que não estava nem um pouco constrangida.
— Por que não saímos, então? — ele me sugeriu.
— Você não tinha que usar o banheiro? — perguntei, tentando mudar de assunto.
— Sabe, se você saísse da porta, me ajudaria muito — ele respondeu, deixando minhas bochechas coradas de tanta vergonha. Por que não reparei nisso antes?
— Ah, claro… — falei, me afastando, no intuito de chegar até a mesa, abrir um buraco, cavar bem fundo e ficar lá para sempre.
… — Sua mão segurou meu braço, fazendo com que eu interrompesse o meu plano perfeito. — Que tal amanhã, às 20? — ele perguntou decidido.
— Amanhã não dá. — Fingi tristeza, precisava arrumar uma desculpa, e rápido. — Vamos fazer uma festa com a equipe — inventei e logo me arrependi, não sabia inventar desculpas.
— Eu resolvo isso.


Continua...


Nota da autora: Espero que gostem da fic feita com todo carinho por mim. ❤️

🪐


Nota da Beth Saturno: Gente, o berro que eu dei com ela entrando sem querer no banheiro masculino kkkkkk. O jeito que ela ainda tentou arrumar uma desculpa foi tudo. Tô ansiosa por esse encontro dos dois.

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