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Revisada por: Júpiter

Última Atualização: 28/12/2024

O ano de 1996 não foi fácil para Draco Malfoy. O jovem bruxo se sentia exausto e destruído por dentro com toda a pressão e responsabilidade que seus pais colocavam em cima dele. Ele não queria ser a pessoa a qual eles o criaram toda a vida para ser, não queria fazer as coisas horrorosas que lhe pediam. Draco se sentia uma pessoa horrível, poderia chamá-lo até de monstro (pois era assim que via a si mesmo).
Não era à toa que ele não quis voltar para casa no Natal. Enquanto todos os seus amigos e aproximadamente 90% dos sonserinos foram passar as festas com suas famílias, Draco decidiu permanecer em Hogwarts. Odiava admitir, mas ali ele se sentia mais em casa do que na mansão dos Malfoy. Também se sentia mais protegido e menos… ruim. Hogwarts era o único lugar onde ele se sentia um adolescente normal, onde os problemas dele ficavam para fora do muro (apesar de grande parte das suas preocupações estarem ali, embaixo do mesmo teto).
No entanto, naquele 23 de dezembro, ele estava levemente arrependido de ter ficado. Não tinha absolutamente nada para fazer naquele castelo vazio. Sentia falta dos idiotas Crabbe e Goyle. Por Merlin, sentia falta até de Potter e Weasley, pois sem eles não tinha ninguém para provocar e irritar. Estava ficando louco, com toda certeza. Decidiu, então, mudar os ares e ir para um lugar que pouco frequentava na escola: a biblioteca. Não tinha certeza do que faria lá, mas um bom livro não lhe faria mal algum, e, se tivesse sorte, iria se distrair por horas até a hora do jantar.
O lugar estava em um silêncio insuportável. É claro que uma biblioteca deve ser silenciosa, mas nunca, em anos que estudava em Hogwarts, Draco a viu tão deserta e quieta. Seus passos pareciam estrondos altos, fazendo-o caminhar o mais lentamente possível até a seção de Feitiços. Todos achavam que sua matéria favorita era Poções (na verdade, ele só ia bem pois Snape o adorava), mas tinha adoração pela matéria do Flitwick. Ele não ia nada mal, não era igual a irritante da Hermione, é claro. Aquela espertalhona ia bem em absolutamente tudo. Mas ele era bom, era inteligente. Uma pena quererem usar aquela inteligência para algo ruim.
Depois de longos minutos procurando algum livro que o interessasse, decidiu que queria ler algo sobre quadribol. Não fazia mais parte da equipe a pedido do seu pai, mas ainda amava o esporte. Quem sabe poderia estudar um pouco e voltar para a equipe sem que seu pai soubesse? Ele poderia fazer aquilo, ter de volta uma das poucas coisas que o animavam.
— Eu recomendaria Quadribol Através dos Séculos. — Draco pulou de susto ao ouvir uma voz do além falar com ele. — Tem diversas técnicas antigas que, na minha humilde opinião, se encaixam perfeitamente aos times de hoje.
Draco olhou em volta, sem entender de onde estava surgindo aquela voz. Estava vindo da cabeça dele? Ele estava finalmente enlouquecendo?
— Quem está falando? — o sonserino perguntou, receoso.
— Me desculpe, não quis te assustar.
Dando a volta na estante enorme e repleta de livros, uma garota com vestes da Lufa-Lufa surgiu na sua frente. Seus cabelos cacheados e cheios moldavam seu belo rosto em forma de coração e segurava firme em uma de suas mãos um livro grosso. Aquela era definitivamente a garota mais linda que Draco já vira na vida, e ele se xingou mentalmente ao sentir seu coração errar algumas batidas.
— Sonserino, cabelos platinados, roupas pretas e feitas sob medida... você deve ser o famoso Draco Malfoy.
A lufana se aproximou e esticou o braço livre para que ele apertasse sua mão. Ele se surpreendeu com o quão fria sua pele era.
— E você é…?
— Ah, é claro, estava me esquecendo! — Ela soltou uma risada adorável, e ele se odiou por amar aquele som. — Sou , mas pode me chamar de .
— Agradeço pela indicação, — ele murmurou, sem conseguir segurar o sorriso que logo desfez.
O bruxo procurou o livro na estante, porém não o encontrou. Podia jurar que o tinha visto segundos atrás. Quando se virou para questioná-la, a garota segurava o livro em mãos e sorria largo. Ele o pegou, receoso, e agradeceu novamente. Malfoy seguiu para uma das mesas de madeira. Olhou para o lado antes de abrir o livro e a lufana não estava mais lá. Perguntou a si mesmo como ela era tão rápida?
Draco se concentrou no livro, o achando realmente interessante, especialmente no capítulo sobre os apanhadores. Sentiu uma saudade enorme da sensação de liberdade do voo, da adrenalina enquanto percorria o campo inteiro atrás do pomo de ouro. Tinha tanta raiva de seu pai por ter tirado a única coisa que lhe dava algum prazer na sua vida, que lhe fazia sentir… vivo. Há quanto tempo ele não se sentia assim?
— Esse capítulo é o meu favorito.
Draco se assustou pela segunda vez em menos de meia hora. estava bem ao seu lado, com o mesmo sorriso irritantemente encantador moldado pelas mãos que seguravam seu próprio rosto.
— Como você faz isso? — ele a questionou, confuso.
— Faço o quê?
— Você some e reaparece do nada!
— Agilidade — respondeu, dando risada. — Isso é bem importante para um jogador de quadribol como você, não é? Principalmente para um apanhador.
O sonserino estreitou os olhos, desconfiado.
— O que está fazendo em Hogwarts em pleno Natal? — ela perguntou na intenção de mudar de assunto, sua voz baixa e suave entrando como música nos ouvidos do garoto.
— Meus pais não são do tipo que comemoram feriados festivos — respondeu, amargurado. — E você?
— Vou em algumas horas — ela respondeu, distraída, pois toda a sua atenção estava no garoto à sua frente. — Você vai ficar aqui sozinho?
— Por que se importa? — Sua voz era irritada e se assustou quando Draco fechou com força o livro.
— Eu acredito que ninguém deva ficar sozinho no Natal — ela respondeu sem disfarçar a chateação em sua voz. Deu de ombros. — Nem mesmo você.
— Nem mesmo eu… — O garoto falou com desdém, levantando-se para devolver o livro. — Diz com tanta confiança, como se me conhecesse há anos.
— Pode-se dizer que sim — ela murmurou, seguindo-o para fora da biblioteca.
Quando passou por Madame Irma, a senhora cumprimentou apenas ele, o que o incomodou profundamente. Achou uma enorme falta de educação que ela não se despedisse da lufana ao seu lado, quando ela era tão simpática e educada. Esse pensamento o fez perceber que ele mesmo não estava sendo muito simpático com a bruxa, não podia julgar os demais se sua atitude não era exemplar. Draco parou depois de dar alguns passos e se virou para a garota para se desculpar. Para a sua surpresa (ou nem tanto), não estava mais lá.
Ele jantou sozinho e ficou extremamente pensativo. Não tirava os olhos da mesa da Lufa-Lufa, se perguntado onde deveria estar a garota que acabara de conhecer na biblioteca. Passou horas deitado na cama, sem conseguir parar de pensar nela e em toda a situação. Por que raios ele se importava tanto com onde ela estaria, como se ele fosse imediatamente ao seu encontro se soubesse? E por que a jovem dizia o conhecer, sendo que ele mesmo nunca a tinha visto pela escola? Draco Malfoy não podia dizer que era a pessoa mais simpática do mundo, mas também não era cego ou burro, ela definitivamente teria reparado em uma garota como , mesmo sendo de outra casa.
O sonserino não percebeu quando pegou no sono, mas sim quando alguém o cutucou e chamou seu nome, aquela voz suave e doce se misturando com as confusões de seu sonho.
— Acorda, Draco. — Ele sentiu um empurrão mais forte em seu braço, o fazendo despertar na mesma hora.
Levou um susto quando percebeu quem era e olhou em volta para garantir que ninguém a tivesse visto ali, mesmo sabendo que estava, novamente, sozinho.
— O que está fazendo aqui? — ele sussurrou, assustado. — Garotas não podem entrar no dormitório dos garotos, principalmente sendo de outra casa!
— Ora, não é como se tivesse fazendo algo muito errado como matar uma pessoa! Só vim te chamar — se defendeu, parecendo indignada.
— Está sim fazendo algo errado, ! Afinal, como entrou aqui?
A garota pareceu confusa por um segundo, demorando para pensar na resposta certa.
— Escute, não temos muito tempo! Prometo te explicar tudo depois, mas quero te levar a um lugar antes. Coloque algo quente, está nevando lá fora.
Lá fora? Nós não podemos sair! — Draco retrucou, indignado. — Para uma lufana, está quebrando regras demais.
— É por uma boa causa — respondeu, dando um sorriso largo que fez o coração — ridículo, segundo ele — de Draco errar algumas batidas.
— Qual é a boa causa?
— Você pergunta demais! — ela reclamou, revirando os olhos. — Vamos logo! Vou te esperar lá embaixo.
O deixando extremamente confuso e curioso, desceu rapidamente para a Sala Comunal. Draco, então, fez o que ela pediu, se agasalhou bem e olhou pela janela, vendo a quantidade de neve que se acumulava lá fora. Não podia negar que estava animado por vê-la novamente, mas estava assustado por todos os mistérios que a garota deixava para trás toda vez que aparecia e sumia com a mesma rapidez.
Outra coisa que o assustava era o quão bem se sentia ao seu lado.
Sentiu um alívio enorme quando a encontrou perambulando pela sala, admirando os detalhes da Comunal. Aquele breve momento de distração deixou Malfoy completamente maravilhado, porém, ele não sabia dizer o porquê. Não sabia se era a forma como ela olhava encantada para cada item da sala ou como ela encostava com extrema delicadeza nos objetos que mais gostava, mas sentia que poderia observá-la a noite toda e provavelmente não se cansaria.
— Gosta do que vê? — Draco perguntou, dando um sorriso torto.
— Escura demais, se comparada com a sala da Lufa-Lufa, mas tem um certo charme — respondeu com um sorriso brincalhão no rosto. Draco apenas revirou os olhos em clara discordância. — Pronto?
Os dois saíram com cautela da Sala Comunal da Sonserina, andando em uma direção que apenas sabia qual era. Depois de longos minutos andando, Draco percebeu que não iam em direção à porta principal, mas sim a um canto de Hogwarts que o garoto nunca estivera antes. Então finalmente passaram por uma porta de madeira e puderam sentir os flocos de neve caindo em suas cabeças. Os olhos de se iluminaram tanto quanto as luzes de Natal que enfeitavam o castelo. Draco costumava achar a decoração ridícula, mas a garota na sua frente, que rodopiava sorrindo de orelha a orelha, fazia tudo ficar mais encantador. Ele não conseguiu segurar o sorriso que surgiu em seus lábios enquanto observava jogar neve para o alto e tocá-la como se fosse a coisa mais mágica que já tinha visto, o que era estranho para uma bruxa que já deveria ter se acostumado com a neve ou, claro, com coisas mágicas.
— Ah, como é bom poder sentir a neve de novo! — ela exclamou, voltando a se aproximar do loiro.
— Fale baixo! — ele a repreendeu, olhando em volta. — Não deveríamos estar aqui, esqueceu?
— Deixa disso, Malfoy! Se divirta uma vez na vida! — A garota se abaixou e pegou um punhado de neve na mão, moldando-a em formato de bola.
— Não faça o que você está pensando em… — Tarde demais, a bola acertou a barriga do garoto em cheio. — Você só pode estar brincando!
— Bom… É, eu estou brincando! — confirmou com um sorriso largo no rosto que ela custava em desfazer.
Ela ameaçou se abaixar de novo para montar uma nova bola, mas Draco foi mais rápido e jogou uma nela; conseguiu desviar.
— Essa foi por pouco! — ela exclamou, gargalhando.
Para sua própria surpresa, Draco estava realmente se divertindo. Deixou de se importar se alguém fosse ouvir ou os pegar ali, apenas desejou que não acontecesse para que ele pudesse passar horas ouvindo a risada da nova amiga; ele nem ao menos percebia as horas passarem, pois estava completamente envolvido com o momento.
Quando uma bola gelada acertou seu rosto corado com força, Draco correu atrás da garota que continuava gargalhando enquanto tentava fugir dele. Claramente mais ágil, Malfoy a agarrou e a derrubou no chão, caindo por cima dela. Sempre que a tocava, ele se impressionava com o quão gelada ela estava, e reparou que só usava sua capa e o cachecol, ambos da Lufa-Lufa. Draco a observou enquanto ela parava de rir aos poucos, a fumaça do ar congelante saindo dos seus lábios os tornavam irresistíveis. , por sua vez, apenas pigarreou e o empurrou com delicadeza para o lado, se sentando na neve fofa.
— Não está com frio? — ele perguntou, também se sentando. Ameaçou tirar seu casaco quente, mas ela levantou a mão, impedindo-o.
— Está perfeito, eu gosto do frio.
— Mas você pode ficar doente!
— Acredite, isso não vai acontecer. Eu não fico doente há anos, Draco — sorriu com certa melancolia, desviando o olhar para a ponta dos dedos.
— Impossível — ele a acusou, franzindo a testa. Depois, apenas deu de ombros. — Se quiser o casaco, é só pedir.
— Na verdade… eu quero voltar para o castelo, se não se importar.
— Mas já? — Draco não pôde conter a decepção em sua voz, pois ele realmente estava decepcionado.
Não queria entrar, por pior que estivesse o frio; ele queria poder ficar ali e congelar aquele momento igual a neve congelada embaixo deles. Ele não se divertia há muito tempo e definitivamente nunca antes havia encontrado uma garota como ela.
— Já… — também estava decepcionada, podia até dizer triste, com o fato de ter que se afastar do sonserino.
Ainda sentada na neve, ela levantou a mão gelada e tocou o rosto do garoto, que fechou os olhos assim que seus dedos tocaram sua pele. Ele os abriu novamente e ficou encarando-a com seriedade por longos segundos, seus olhos tentando decorar cada detalhe daquele rosto.
— Gosta do que vê? — ela o questionou, repetindo a pergunta que o sonserino a fez mais cedo.
— Muito, mas muito mesmo — ele respondeu com certa urgência na voz.
Se sentia um bobo com todas aquelas borboletas idiotas dando piruetas em seu estômago quando viu se aproximar, parecendo receosa e ansiosa ao mesmo tempo. Mas é claro que não seria assim tão fácil.
— Malfoy! — A voz de Hagrid trovejou a alguns metros de distância.
— Droga… — Com raiva, o garoto se levantou e olhou para onde o meio gigante, Professor e Guardião das Chaves de Hogwarts, caminhava em sua direção.
— O que faz aqui fora a essa hora, Draco? E nesse frio? — O professor cruzou os braços, levemente ofegante por causa da caminhada. Ele estava com dois casacos de pele e um cachecol enorme.
— Estava apenas brincando na neve com a , não é, ?
Para seu desespero e sua surpresa, a garota havia sumido de novo. Ele olhou em volta, desesperado, se perguntando para onde ela teria ido daquela vez.
Draco engoliu em seco e olhou desesperado para Hagrid.
— E-eu juro que ela estava aqui! Tinha uma garota aqui comigo, ela tem cabelos cacheados, se chama
— Eu não vi ninguém com você, Draco — Hagrid respondeu, também olhando em volta. — Quem é essa ?
— A ! Aluna da Lufa-Lufa! Ela estava aqui agora com o uniforme e tudo!
— Você, Malfoy, andando com alguém que não seja da Sonserina? — o gigante deu uma risada alta. — Sem ofensas, garoto, mas essa é difícil de acreditar.
Draco o fuzilou com os olhos, tamanha era sua raiva, e saiu marchando para dentro do castelo sem dizer nada, deixando Hagrid para trás, ainda rindo.
A irritação o incomodava demais. Se perguntava sem parar como pôde deixá-lo, sem mais nem menos, enquanto ele se responsabilizava por algo que foi ideia dela. Sabia que não daria certo sair escondido em um horário não permitido, mas a ideia de poder passar um tempo com a garota era simplesmente irresistível, ele era incapaz de negar. Sua casa perderia pontos por aquilo, porém não podia negar que não se arrependia das escolhas que fez.
Naquela noite fria, ele foi dormir novamente pensando nela, decidindo que, se a encontrasse de novo, não se deixaria levar por seus encantos.
Enquanto Draco comia suas torradas no dia 24 de dezembro, ele não pôde deixar de se perguntar onde estava e por que, novamente, ela não apareceu para a refeição. Sentiu uma pontada de tristeza no peito ao perceber que, enfim, ela deveria ter ido para sua casa passar o Natal com a família. Ele estava sozinho, definitivamente sozinho.
A torrada não parecia mais tão apetitosa. Draco largou-a no prato e se levantou, saindo em seguida do Salão Principal, sem ter muita certeza para onde ir. Não tinha muito o que fazer e começou a se perguntar se deveria ir para casa com seus pais. Esse mesmo pensamento lhe deu calafrios, então a ideia não era nem uma possibilidade. Por fim, se encontrou embaixo de uma árvore, folheando o livro Hogwarts: uma história. Não poderia ter feito uma escolha mais entediante, logo percebeu. Porém, antes de largar a leitura na metade, uma coisa chamou sua atenção: a parte em que falava sobre os fantasmas do castelo.
Malfoy conhecia bem os fantasmas que circulavam pelo castelo, todos eram brancos, quase transparentes; podiam passar pelas paredes e conversar com qualquer um — esteja essa pessoa viva ou não — e cada Casa de Hogwarts tinha seu próprio fantasma. O da Sonserina era o Barão Sangrento, mas o garoto não se lembrava do nome do fantasma da Lufa-Lufa, nunca se importou em saber.
Enquanto folheava e lia com mais atenção, Draco descobriu que esse não era o único tipo de fantasma que habitava em Hogwarts. Segundo o livro, “um raro tipo de fantasma perambula entre os corredores da escola, um tipo que aparece apenas de tempos em tempos — em uma determinada época escolhida pelo próprio fantasma — para se materializar quase como um humano vivo”.
Esse trecho prendeu sua atenção enquanto ele observava algumas imagens do que pareciam ser fantasmas interagindo com os humanos, os tocando e abraçando.
“Apenas por alguns dias, o fantasma pode andar e tocar nos humanos normalmente, sem deixar sua essência fantasmagórica de lado. Entretanto, não precisam comer, dormir ou fazer qualquer outra necessidade que apenas os vivos possuem”.
Por que isso lhe pareceu tão familiar?
Hogwarts: uma história?
Draco Malfoy podia jurar que seu coração parou totalmente por um segundo quando ouviu a voz de tão perto do seu ouvido. Ele a olhou com os olhos arregalados, tentando desacelerar seu coração que teimava em bater rápido demais para seu próprio bem. Ele fechou o livro com rapidez.
— Escolha interessante, com certeza não seria a minha caso estivesse entediada e sem nada para fazer…
— Você tem que parar de me assustar desse jeito! — ele exclamou, ainda a olhando, chocado.
— Foi mal, eu juro que não é intencional — ela respondeu, mas sem convencê-lo em nada, pois sustentava um sorriso brincalhão no rosto. — Como está a leitura?
— Esclarecedora — Draco retrucou, observando-a com os olhos semicerrados. — Achei que tivesse ido para casa.
— Bom, eu estou em casa! — respondeu simplesmente, dando um sorriso encantador enquanto apontava para o castelo. — E não queria te deixar sozinho no Natal. Quem brincaria com você na neve além de mim?
— Bem lembrado! — ele exclamou, se levantando em um salto. — Você me deixou sozinho quando Hagrid apareceu! Isso não foi nada legal!
— E-eu… — a garota começou a gaguejar, olhando em volta como se procurasse por ajuda. — Eu tive que fazer uma coisa, mas eu voltei depois! E vocês não estavam mais lá, então e-eu fui para o meu dormitório e…
— Que “coisa” você teve que fazer? — Malfoy retrucou, ainda a olhando com desconfiança.
— Ué… uma coisa! Uma… uma coisa de garotas, é isso! Você não entenderia, porque é um garoto!
Irritado, Draco cruzou os braços, pensando se deveria acreditar no que dizia. Igualmente irritada, ela imitou seu gesto, apertando firme os braços.
— Você não acredita em mim, não é? — ela murmurou, parecendo extremamente chateada. — Quer saber? Fique sozinho, eu vou para… Para minha casa.
A chateação em sua voz aumentava a cada palavra. O coração do garoto se partiu quando viu as lágrimas rolarem pelo rosto de , além de pensar na triste possibilidade de não tê-la mais por perto nos próximos dias. Ela pareceu muito surpresa; encostou os dedos no rosto úmido e admirou, encantada, as lágrimas em sua mão. Como se tivesse se lembrado de algo, ela o olhou com tristeza.
— Adeus, Draco. — Ao se despedir, a garota simplesmente saiu correndo para atrás da árvore.
, espera! — exclamou o jovem, correndo atrás dela. E, como sempre, ela havia desaparecido.
As suspeitas de Draco persistiram até a manhã seguinte. Dormiu tão pouco e tão mal; sentia-se cansado e chateado demais para se animar com o dia de Natal. Ignorou os presentes que apareceram magicamente ao pé da sua cama e desceu para mais um café da manhã solitário. A decoração estava linda e impecável como sempre, mas nada disso o alegrava. Olhou, como nos últimos dias, para a mesa da Lufa-Lufa apenas para encontrar dois alunos comendo e conversando animados enquanto mostravam os presentes um para o outro.
não estava ali.
Com passos cautelosos, Malfoy andou até a mesa dos professores, onde o diretor Alvo Dumbledore saboreava uma torta de amoras deliciosa. Ele não era grande entusiasta do diretor, no entanto, o mais velho sorriu simpático quando o aluno se aproximou da mesa.
— Ah, olá, Draco! Feliz Natal! Fico contente em te ter aqui nesse dia maravilhoso! Recebeu meu presente? Espero que caiba em você!
— Feliz Natal, Diretor Dumbledore. Ainda não abri meus presentes, mas obrigado — respondeu com um sorriso sem graça. — Posso lhe fazer uma pergunta?
— Quantas quiser, meu jovem.
— Você conhece a aluna da Lufa-Lufa?
? — O diretor pareceu espantado ao ouvir o nome. — Ora, não ouço esse nome há muito tempo… O que tem ela?
— Bom, nada… Só queria saber se o senhor também a conhecia.
— Ah, sim, eu a conheci… Grande aluna era a . Tão inteligente e cativante, encantava a todos com seu sorriso largo e com sua simpatia. Uma pena que não conseguiu completar seus estudos.
Draco ficou levemente perdido com a fala do diretor, ainda mais com a forma como ele tratou no passado.
— Como assim não conseguiu completar seus estudos? ainda estuda aqui, eu a vi todos esses dias.
Dumbledore o olhou com curiosidade, um pouco assustado com a resposta do garoto. Ninguém nunca havia perguntado sobre Scamander antes, o que achava uma lástima, pois a garota era brilhante e uma das alunas mais geniais de sua época, mas tinha certeza absoluta que aquilo foi a mais de 50 anos atrás. Também sabia com certeza que não havia passado nenhuma por Hogwarts desde sua época. Era improvável que não estivessem falando da mesma pessoa.
— Venha comigo, Draco. Irei te mostrar uma coisa.
Dumbledore caminhou com Draco em seu encalço até os portões enormes de Hogwarts. O diretor esticou o braço para o aluno, que o olhou, confuso.
— Segure firme em meu braço — ele pediu, mas o garoto hesitou. — Ande logo, confie em mim!
Assim que Draco encostou a mão no braço do homem, sentiu como se tivesse sido sugado por um buraco estreito e apertado. Aterrissou em um gramado fofo, sentindo-se tonto e enjoado. Olhou em volta, esperando que tudo parasse de girar, e finalmente percebeu onde estava: em um cemitério. O gramado enorme e as lápides espalhadas pelo local estavam cobertos de neve. Draco não queria descobrir o que estavam fazendo ali, pois, se era o que estava pensando, seu coração provavelmente não aguentaria.
— Não se preocupe, a sensação ruim já vai passar. — Ouviu Dumbledore dizer, se lembrando da presença do diretor. — Siga-me, Malfoy.
Eles foram andando por entre as lápides com diversos nomes, alguns completamente desconhecidos e outros, nem tanto. Foi então que pararam na frente de uma lápide simples, onde o sobrenome da pessoa lhe chamou a atenção, mas o nome fez seu coração se despedaçar. Ele se agachou e limpou a lápide, tirando o excesso de neve para poder ler direito, apesar de ter certeza do que estava escrito ali.

Scamander. 1927-1942”

era filha do famoso magizoologista Newt Scamander — Dumbledore murmurou depois de longos minutos em silêncio. — Ela foi minha aluna em Hogwarts um pouco antes de me tornar diretor. Ninguém se surpreendeu quando ela foi escolhida para a mesma casa de seu pai, ela era tão genial quanto ele. No entanto, mesmo sendo da Lufa-Lufa, me confessou que queria ser aurora assim como sua mãe Porpentina ou, como a conhecem, Tina.
Infelizmente, não conseguiu passar do sexto ano de Hogwarts.
Dumbledore fez uma pausa para observar o aluno para se certificar se ele prestava atenção em sua explicação. Draco deixara escapar algumas lágrimas, algo bem incomum, já que ele odiava chorar ou mostrar fraqueza aos outros. Mas ali, com apenas Dumbledore ao seu lado e a lápide de na sua frente, ele se permitiu sentir. Afinal, não foi isso que a garota fez durantes os últimos breves dias? Ela o fez sentir, permitiu que se sentisse vivo novamente.
Draco não conseguiu evitar pensar na ironia disso: uma pessoa morta o fez se sentir vivo.
— Como ela morreu? — falou Malfoy com a voz fraca.
— Ela foi uma das vítimas do Basilisco na primeira vez que a câmara foi aberta. Uma grande perda para o mundo mágico, ela teria sido uma aurora impecável.
Os dois ficaram em silêncio enquanto Draco tentava controlar o choro, enxugando as lágrimas com certa raiva. O homem que seu pai tanto idolatrava foi o responsável pela morte da garota.
— O que me despertou a curiosidade, Draco, foi o que disse mais cedo. Você disse que a viu pelo castelo nos últimos dias?
— Sim, nos últimos dois dias. Eu a encontrei na biblioteca, depois na Sala Comunal da Sonserina… — Ele soltou um suspiro de frustração, passando a mão pelo rosto úmido. Bom, agora eu sei como ela conseguiu entrar lá.
— Ela é uma fantasma, sim… mas não costuma viver em Hogwarts.
Dumbledore conjurou uma rosa branca e deu um beijo nas pétalas antes de depositá-la em frente à lápide. Depois, conjurou mais uma e entregou para o aluno. Draco se agachou novamente, colocando com cuidado ao lado da rosa do diretor; ele beijou as pontas dos dedos e encostou na lápide, sentindo seu coração doer tanto que lhe faltou o ar por alguns segundos.
Os dois voltaram a caminhar para longe, voltando para a entrada do cemitério.
— Eu li no livro Hogwarts: uma história sobre um tipo de fantasma que aparece só de tempos em tempos.
— Ah, sim, é claro! — Dumbledore exclamou com um sorriso no rosto. — São meu tipo favorito. Podemos tocá-los novamente, nos divertir com eles como quando estavam vivos. É uma pena tê-los por tão pouco tempo.
— Isso significa que nunca mais vou ver a ? — A tristeza e a dor eram evidentes em sua voz, partindo o coração velho do diretor.
— Creio que sim, meu caro. Sinto muito por isso.
Draco ainda chorava quando sentiu ser puxado novamente por um túnel estreito, sendo transportado por Alvo Dumbledore.
A primeira coisa que fez ao chegar ao castelo foi correr para o corredor onde ficava a Sala Comunal da Lufa-Lufa, acreditando que a encontraria ali, mas, como todo o resto do castelo, ele estava vazio. Gritou seu nome, como se pudesse convidá-la se a chamasse alto o suficiente. Para sua decepção, não surtiu efeito algum.
Decidiu, então, ir à biblioteca, onde a encontrou pela primeira vez, e começou a chamá-la em alto e bom tom, levando uma baita bronca da Madame Irma Pince e de alguns poucos alunos que estavam ali. Percorreu toda a escola, perguntou para todos os fantasmas — inclusive o Frei Gorducho, fantasma da Lufa-Lufa — para no final desistir, se sentindo exausto quando foi para o único lugar que ainda não tinha ido.
Passando pela pequena e estreita porta de madeira, ele saiu para os fundos do castelo onde a garota o levou na noite anterior. Já havia escurecido, perdeu completamente a noção do tempo enquanto procurava pela garota dentro do castelo. Pisou com cuidado na neve fofa e se sentou ali mesmo, observando os flocos de neve caírem com delicadeza em seu casaco, estendendo a mão para deixar alguns caírem em sua palma. Deu um sorriso largo quando percebeu que não estava sozinho. Daquela vez, ele não se assustou.
— Te trouxe um presente — falou, sentando ao lado dele. — Espero que goste.
Ela lhe entregou um embrulho malfeito com desenhos natalinos e deu um sorriso torto, como se pedisse desculpas pelo trabalho ruim. Com certa urgência, Draco tentou não rasgar o papel, pois pretendia guardá-lo para sempre. No entanto, o que estava dentro roubou toda a atenção do garoto: era um globo de vidro com um mini castelo de Hogwarts dentro, coberto por neve. Na base do globo estava escrito “Para Scamander”. Ele balançou o objeto e a neve flutuou por cima do castelo, exatamente como acontecia naquele instante.
— Meu pai me deu quando recebi a carta, ele disse que eu traria mais magia para o castelo.
— Realmente trouxe… — Draco sussurrou, sem tirar os olhos do globo. — Não posso aceitar, . É seu.
— O que um fantasma vai fazer com um globo de neve, Draco? — ela riu, vendo-o arregalar os olhos. — É, eu sei que você descobriu. Vi você e o Professor Dumbledore… Quero dizer, Diretor Dumbledore, irem até o meu túmulo. Ele te contou tudo, não é?
O menino apenas assentiu, engolindo o nó que se formou em sua garganta, tentando não chorar pela segunda vez no dia.
— Eu sinto muito — ele murmurou com a voz falha.
— Ora, Draco, não precisa sentir muito por algo que aconteceu há 54 anos. Está tudo bem, sério. E eu fico feliz de estar aqui hoje, e por ter te conhecido.
— Também fico feliz por ter te conhecido. — Draco não conseguiu mais segurar as lágrimas, algumas escaparam por seu rosto e ele logo tratou de secá-las. — Quanto tempo temos?
— Acredito que só mais algumas horas. Devo partir à meia-noite. — A garota fungou, parecia também estar chorando.
— Então o que estamos esperando?
Draco deixou o globo em um lugar seguro e se levantou, pegando um punhado de gelo e formando uma bola. Rapidamente, fez o mesmo, e a segunda guerra de neve começou com os dois gargalhando e correndo um atrás do outro enquanto atacavam bolas atrás de bolas, às vezes acertavam e às vezes desviavam com maestria.
Ao longe, na porta do castelo, Hagrid e Dumbledore observavam a cena em um silêncio que logo foi quebrado.
— Aquela é a ? — o gigante perguntou, boquiaberto. — Achei que Draco estava delirando!
— Não, meu caro Hagrid, ele não estava — respondeu Dumbledore, dando um sorriso triste. — Na verdade, eu nunca o vi tão lúcido.
Quando, enfim, se cansaram, e Draco se deitaram no chão e ela contou ao bruxo sobre como era Hogwarts a 50 anos atrás, deixando de lado — para o alívio de ambos — o ex-aluno da Sonserina, Tom Riddle, responsável pela morte da garota.
— Faltam dois minutos — Draco falou, olhando para o relógio em seu pulso.
Um nó se formou novamente em sua garganta, tornando difícil respirar. Ele se sentou e fez o mesmo, pigarreando como se tentasse desfazer o mesmo nó preso em sua garganta.
— Obrigada por tornar essa experiência inesquecível. — A jovem passou as mãos pelos cabelos platinados de Draco, fazendo-o se arrepiar. — Vou sentir sua falta.
— Obrigada por não me deixar sozinho. Também sentirei sua falta — ele respondeu, limpando as lágrimas que caíam dos olhos da morena. Ela se aproximou dele, dando um sorriso triste.
— Feliz Natal, Draco Malfoy.
— Feliz Natal, Scamander.
Draco sentiu os lábios de encostarem nos seus e não se incomodou nada com o quão gelados eles eram, simplesmente não queria mais separar-se deles. Suas mãos tocaram os cachos da garota, depois o seu rosto e quando finalmente abriu os olhos, ela não estava mais lá. A mão de Draco pairou no ar conforme suas lágrimas voltavam a cair e dessa vez ele permitiu que o soluços voltassem impiedosos e livres.

Alguns dias depois…

Os alunos voltaram animados depois do recesso de Natal e Ano Novo. Todos exibiam seus presentes, dos mais caros aos mais simples, fora os doces e chocolates que devoravam sem piedade. Sentado em sua cama, Draco balançava seu presente favorito: o globo de neve com Hogwarts dentro. A saudade que sentia da sua recém-amiga, Scamander, era uma das dores mais insuportáveis que sentiu na sua vida até aquele dia.
O sonserino daria tudo para poder vê-la de novo, talvez até a própria vida, se isso o levasse até ela.
No café da manhã, ele fingiu prestar atenção no que seus amigos falavam animados, mas era visível que seus pensamentos estavam longe demais, tornando-o incapaz de interagir. Seus olhos o traíam e o tempo todo iam até a mesa da Lufa-Lufa, esperando ver aquela que ele sabia que não estaria ali, mas não conseguia conter a esperança.
Foi então que ele a viu. Mal podia acreditar no que estava vendo, acreditou fielmente que seus olhos ou seu cérebro estavam lhe enganando, aquilo com toda certeza era um truque da sua imaginação misturado com a saudade dos breves momentos que teve com . Contudo, era real demais… Estava bem ali, levantando-se da mesa da Lufa-Lufa e indo em direção à saída do Salão.
Ignorando as perguntas dos amigos, se levantou e saiu correndo atrás dela, gritando seu nome como fez a alguns dias atrás quando tentava encontrá-la pelo castelo. A bruxa não respondia e não olhava para trás, apenas continuou seu caminho, totalmente alheia.
, espera! — Draco finalmente conseguiu segurar seu braço, assustando-a. — Sou eu, o Draco!
— Eu sei quem você é… — ela respondeu ao puxar o braço para si com cuidado, parecendo confusa, mas enchendo o coração do garoto de alegria. — Só não pensei que você soubesse quem eu sou.
— Claro que sei, ! — ele riu incrédulo, e segurou o rosto dela que estava… quente? O rosto dela não era quente, não era quente.
— E-esse não é meu nome, por que está me chamando assim? — A lufana tirou com delicadeza as mãos pálidas de Draco do seu rosto, vendo-o desmanchar o sorriso. — Desculpa, acho que está me confundindo com outra pessoa. Meu nome é Olivia. Olivia Scamander.
Uma Scamander, é claro! Draco não pôde disfarçar a decepção em finalmente perceber que não era a garota que ele tanto procurava, mas se surpreendeu por encontrar uma Scamander que era quase idêntica à que ele conheceu e (era tão difícil admitir) se apaixonou. Olivia o olhava com clara confusão nos olhos enquanto ele a encarava de volta com surpresa e certo encantamento.
— M-me desculpe… — gaguejou, piscando algumas vezes. — Você é realmente parecida com outra garota…
— Bom, estranho você me chamar … eu tive uma tia com esse mesmo nome, mas nunca a conheci, ela faleceu a muitos anos atrás. Meu avô diz que sou muito parecida com ela.
— Seu avô...?
— É, eu sou neta do Newt Scamander… — Ela parecia envergonhada ao dizer isso, suas bochechas corando violentamente. — Minha tia era filha dele, mas faleceu quando tinha a nossa idade. Ela também era da Lufa-Lufa, acredita?
Draco sorriu e assentiu, dizendo que sim, ele acreditava.
— Posso te acompanhar até sua sala? — ele pediu. Mesmo surpresa e sem entender por que raios Draco Malfoy estava querendo acompanhá-la, Olivia aceitou o convite.
Os dois seguiram para a aula de Feitiços enquanto Olivia tagarelava animada sobre sua família. Draco se deliciou em ouvir mais sobre , nem que fossem informações vagas e pequenas que a sobrinha conhecia. A partir desse dia, ele e Ollie (como gostava de chamá-la) se tornaram bons amigos, a longo prazo até mais que isso, e Draco pôde sentir novamente que Hogwarts era sua casa e que, assim como a tia, Olivia dava uma magia a mais para o lugar. No final do dia, ele sempre balançava seu globo e conversava com ele como se conversasse com , sempre lhe agradecendo por ter tornado aquele o melhor Natal da sua vida.



FIM.


Nota da autora: Oi, meus amores!! 2024 já acabou, que maluquice! Esse ano foi um ano muito importante para a autora Patricia D., foi o ano em que determinei que voltaria, e quase desisti ao pensar em voltar para o lugar onde postava. Paralelo a isso, 2024 foi o ano do nascimento do Ficsverse, e quando nossos caminhos se encontraram, foi inevitável não voltar. E ainda bem!! Me enfiei em novos fandons (virei kpoper, meu deus...), fiz novas amizades, criei novas histórias!! Sério, que ano bom!
Obrigada a todes que estão comigo desde 2020, aos que chegaram agora, e aos que ainda chegarão. Vocês são grande parte do motivo de eu estar aqui, o incentivo de vocês é extremamente importante. Muito obrigada por tudo, por cada comentário, por cada mensagem de carinho, por cada visualização. Em 2025 tem mais, hein? <3
Feliz Natal e um ano novo incrível para vocês!
OBS: e como sempre reforço que eu não compactuo com os ideais da autora de Harry Potter, eu e minhas histórias não temos relação alguma com as atrocidades e preconceitos dela. Pessoas trans existem, a vida delas importa e elas merecem respeito!

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