Tamanho da fonte: |

Codificada por: Polaris 👩🏻‍🚀

Última Atualização: Fanfic Finalizada.

digitava com pressa, tentando redigir todo o resto de seu trabalho de forma aceitável e rápida.
— Você não precisa socar as teclas para elas escreverem — ouviu a voz de ao seu lado, mas ela preferiu ignorar. — O que elas fizeram de tão ruim à você?
— Será que você poderia, por favor, calar a boca? — a garota se virou na direção do amigo, pressionando as unhas em sua mão para que segurasse sua vontade de socá-lo.
— Desculpa, é só que você parece mais ansiosa que o normal — ele puxou a cadeira que estava ao lado da de , virando-a e se sentando com as pernas abertas.
Ela não quis responder, dando apenas um sorriso besta e voltando a se concentrar em seu computador. Os diversos códigos na tela poderiam a enlouquecer a qualquer segundo e, por isso, seu subconsciente decidiu viajar para outro lugar.
Incrivelmente, depois de tanto tempo, se sentia bem. Se sentia verdadeiramente bem. Assim, é claro que ela não estava no pico de sua vida, mas sentia que estava lidando bem com as situações que a vida passaram a lhe apresentar.
A começar pelo fato de que o bocó ao seu lado havia partido seu coração em diversos pedacinhos ao ficar com , sua melhor amiga. Era triste admitir, mas desde o início, sabia que se apaixonar pelo seu amigo de infância era emboscada na certa – principalmente quando ele mostrava interesse por outra, bem na sua frente.
Apesar do pior ter-lhe acontecido e ele nem ao menos ter noção daquilo, tinha a convicção de que seu coração começara, recentemente, a voltar ao lugar.
— … e é por isso que vim aqui conversar com você — a menina escutou de fundo, finalmente se dando conta de que havia devanado até demais. — , você escutou alguma coisa sobre o que eu acabei de te dizer?
Um sorriso amarelado surgiu em seus lábios à medida que seus ombros se encolhiam em timidez. Ela não sabia mentir, muito menos quando era lhe perguntando algo.
— Você está apaixonada por alguém e não me contou? — ele perguntou do nada, fazendo com que a menina desse um salto na própria cadeira. Por que diabos ele perguntaria algo como aquilo?
— Do nada isso? — engasgou com a própria saliva enquanto ajeitava a postura, desviando o rosto possivelmente corado dos olhos do rapaz.
— É por que você está divagando enquanto conversa comigo, por isso desconfiei.
Sua boca se abriu algumas vezes, mas nenhum som saiu. Como ela poderia contar que, sim, estava apaixonada.
Por ele.
— Hey, ! — disse alto, olhando para além de . Ela apenas virou a cabeça para trás, vendo a ilustre presença de .
Seu vizinho e um dos integrantes do grêmio estudantil.
, — disse brevemente, dando um aperto de mão no amigo. — Não quero tomar muito do tempo de vocês, então serei breve — ele se virou na direção da garota, encarando-a por trás dos óculos. — A Kyle pediu para avisar que ela não poderá vir amanhã na reunião do grêmio com o diretor e ela pediu para você assumir a discussão.
As sobrancelhas de se curvaram imediatamente. Kyle era sempre muito pontual e compromissada com os assuntos do grêmio. Para ela faltar a uma reunião, era porque algo sério havia acontecido.
— Aconteceu algo com ela? — ajeitou melhor sua posição para que pudesse encarar de frente. Ele pareceu dar uma leve travada.
— Não entendi direito, ela só pediu para te avisar e…
— Vou vê-la — concluiu, virando-se novamente para salvar o arquivo no computador e desligá-lo. Olhou rapidamente para o amigo, esquecendo-se de que ainda estava ali, parado. — Pode me levar até lá? A Kyle mora a, sei lá, dois minutos da sua casa.
— A-ah… — ele gaguejou antes de pigarrear. Isso já fora o suficiente para entender que aquilo seria um belo não. — Não é por mal, eu juro que se eu já não tivesse coisa marcada para hoje, eu iria.
A careta no rosto da garota foi inevitável.
— Compromisso? No meio da semana?
Ela continuava a organizar suas coisas para sair, já de pé, mas seus olhos toda hora iam de encontro aos de , que ainda estava sentado. Ele olhou para seu relógio de pulso antes de pressionar os lábios:
— Tenho um encontro com a .
jurou que seu queixo havia ido de encontro ao chão. Como assim um encontro?
— Estava pensando em pedi-la em namoro hoje… — ele completou, coçando a nuca. — Não quis te contar antes pois sei que você é a melhor amiga dela, então…
Disfarce, ela repetia em sua própria mente, sentindo uma vontade imensa de chorar. Ela estava bem com aquilo, não estava? tinha certeza de que já tinha aceitado a ideia de que e estavam ficando.
Mas agora não vai ser algo sem compromisso, sua mente pareceu a lembrar, deixando-a ainda mais muxoxa. A mudança de expressão foi evidente, mas o amigo achou que fosse pelo fato dela ter que ir sozinha até a casa de Kyle.
— Mas o pode te acompanhar — disse com um sorriso, puxando o braço do outro rapaz. — Não é, ?
— A-ah claro, claro — soltou uma risada nervosa, fechando o punho como em um gesto costumeiro. — Eu te levo lá e depois te deixo em casa, somos vizinhos de qualquer forma.
— Ótimo, então fechou — voltou a falar com a voz mais aliviada, ficando em pé e levantando os braços, como se comemorasse. — Agora eu vou indo pois preciso me arrumar. Tchau , tchau .
Com um simples aceno, ele se virou e saiu pela porta da sala.
ficou intacto, não sabendo como deveria abordar a garota para que fossem logo até a casa de Kyle. Como se não bastasse sua evidente timidez, ele escutou um soluço.
se concentrava para não derramar lágrimas, mas fora em vão assim que a primeira escorreu por sua bochecha direita. Ela estava exausta. Havia se iludido de que havia superado, mas não. Ela ainda sentia aquele aperto no peito quando constatava que ela não era a número 1 dele.
Que ela não era a escolhida.
sabia que estaria, provavelmente, com as mãos nos bolsos e com o biquinho pensativo dele, de quando se sentia perdido. Ela já havia reparado naqueles pequenos hábitos dele nos debates do grêmio.
Respirou fundo, contando mentalmente até dez para se recompor e colocar um sorriso, mesmo que mínimo, no rosto. Suas mãos passaram pelo seu rosto suavemente, secando os resquícios de choro.
— Pode me levar então? — ela deu um meio sorriso, tentando soar normal. Ele a encarou surpreso, abrindo a boca algumas poucas vezes antes de conseguir reagir.
— Claro.

🚗

já estava no volante quando entrou no carro no banco do carona, colocou os cintos e passou a batucar os dedos em sua mochila posicionada sobre o seu colo.
— Pode deixá-la no banco de trás — ele avisou enquanto encarava rapidamente a pequena bagagem da garota ao seu lado.
— Eu prefiro ela aqui por conta da saia — ela respondeu, negando com a cabeça.
O rapaz apenas assentiu antes de dar a partida. Assim que o carro ligou o motor, a tela de controle se acendeu no painel, mostrando a câmera traseira.
— Uuh, não sabia que seu carro era tão legal assim — apontou para o monitor, arrancando uma risada baixa e sem graça de .
— Preocupações extras da minha mãe, mesmo que ela diga que sou um bom motorista.
Ele deu partida, acertando a alavanca de câmbio na ré, para que ele pudesse sair da vaga. Mesmo com a câmera ali, virou a cabeça para trás para conferir se podia sair.
— Ai Deus, eu não tinha pensado nisso — ela falou com uma voz preocupada, chamando a atenção do garoto.
— Nisso o que? — ele perguntou sem olhá-la, concentrado demais em sair com o carro sem nenhum pequeno acidente.
Com uma risada baixa, o encarou e respondeu:
— Eu não tinha pensado na probabilidade de você ser uma mau motorista — ela arregalou os olhos, atuando como se aquilo fosse algo realmente exorbitante. — Estou lascada, não sei mais se quero a carona até em casa.
— Hahaha, engraçadinha — afetou a voz, debochando e a olhando de volta assim que saiu da vaga em segurança.
Quando seus olhares se encontraram, ambos pararam de falar e fazer qualquer outra coisa. Nunca tinha prestado atenção nos olhos dele, a voz de sua própria consciência soou na mente de , mas ela preferiu ignorar.
— Ham… — desviou o olhar, engolindo em seco e segurando o volante com força com as duas mãos. — Eu… Eu vou precisar do endereço da Kyla.
piscou algumas vezes antes de notar que aquele havia sido um pedido implícito para que ela conseguisse o endereço. Puxou o celular do primeiro bolso de sua mochila, pesquisando rapidamente o nome da rua e o número da casa da garota em sua conversa no Kakao. — Pode seguir o mapa — ela disse enquanto abria os itinerários. — Eu serei sua copilota.
— Certo — respondeu ainda sem jeito, sentindo um incômodo na garganta e tossindo sem querer. — Desculpa pedir isso, mas você pode pegar minha garrafinha de água na minha mochila no banco de trás? Acho que fica mais fácil de você pegar do que eu.
Sem assentir nem nada, apenas virou a cabeça para trás e viu que a garrafinha azul estava lindamente colocada em um dos bolsos laterais. Assim que ela se esticou para pegá-la, deu a partida de vez e começou a dirigir para fora do estacionamento, evitando a todo custo o lado direito do seu campo de visão.
De acordo com a lei de Murphy, tudo o que puder dar errado, dará. E não fora diferente com pois, assim que deu um leve tranco, a garota se estabanou completamente.
A garrafinha, que ela havia acabado de pegar, tombou na direção do colo de , abrindo a tampa e derramando uma quantidade considerável de água sobre a perna do rapaz. Ele olhou rapidamente para ver o estrago, com a boca levemente aberta.
— Meu Deus, desculpa — a garota disse travada na mesma posição, sem saber ao certo o que deveria fazer.
— ‘Tá tudo bem–
— Olha o tanto de água, meu Deus. Desculpa, desculpa, desculpa… — começou a repetir a palavra inúmeras vezes enquanto sua voz subia alguns tons, indicando que ela estava levemente alterada.
O desespero – e a vergonha – causavam isso nela.
parou o carro no meio do estacionamento, virando-se para a garota e pegando em seus pulsos. — Não tem problema, foi só um acidente.
— Mas…
— Água seca, não vou ficar bravo por uma coisa dessas — ele deu uma risadinha, tentando quebrar o clima ruim que se instaurou entre eles.
Apesar dela ter concordado com a cabeça, jurou ter enxergado algumas lágrimas se formando na base de seus olhos.
Se antes o clima já não estava dos melhores, depois do acidente, tudo piorou. mordeu o próprio lábio, esforçando-se para não chorar. Contudo, apenas ao se lembrar da novidade que havia lhe contado pouco tempo antes, as lágrimas automaticamente escorreram pela sua bochecha.
não sabia ao certo o que fazer. Havia percebido que tinha voltado a chorar, mas não tinha certeza em como ajudá-la. Deveria dar um abraço? Tentar conversar?
Uma ideia, então, lhe veio à mente.
— Preciso passar em um lugar antes de irmos até a casa de Kyle — disse de repente, chamando a atenção de . Olhou-a de relance — Você se importa?
Ela passou as mãos rapidamente pelo rosto, tentando secar o molhado e dando um sorriso amarelado.
— Sem problemas.

🚗

O caminho foi silencioso, com apenas o som do rádio soando. quem escolhera a música – um pedido de para deixar claro que ele não estava nem um pouco bravo com o pequeno acidente.
Mesmo prestando atenção no caminho, ele não pôde deixar de notar os pequenos hábitos da garota ao seu lado. À medida que a música ia aumentando o ritmo, ela batia levemente com os dedos sobre as coxas, seguindo a batida. Sua cabeça acompanhava o ritmo também, revezando o movimento frente-trás e direita-esquerda.
Além dela estar sempre murmurando a letra da música, com a voz bem tímida – mas linda.
— Você precisava parar em um Subway? — perguntou assim que olhou para a conveniência, depois que estacionou o carro rente à calçada. — Achei que era algo urgente.
— De certa forma — ele deu de ombros, desafivelando o cinto e saindo rapidamente do carro. fez o mesmo, fechando a porta com cuidado. — Vem.
conferiu duas vezes se havia trancado o carro e acionado o alarme e, quando notou que tinha-o feito, seguiu para dentro do estabelecimento.
Imediatamente, o rapaz seguiu até o balcão e começou a fazer o seu pedido. ficou estática perto da porta, com as mãos juntas na frente do corpo, apenas observando a movimentação de . O Subway estava completamente vazio, tendo apenas eles dois além dos atendentes.
— Não vai querer nada? — ele se virou para trás, encarando-a. subiu as sobrancelhas antes de conseguir responder qualquer coisa.
— N-não, fica tranquilo.
Com o nariz enrugado, se virou para a atendente que fazia seu hambúrguer e disse calmamente:
— Faz outro igual ao meu, por favor — virou-se novamente para trás, agora apontando para uma das mesas disponíveis. — Se senta, mulher.
encolheu os ombros sem jeito, dando pequenos passos na direção da mesa apontada por e sentando-se timidamente. Ela não sabia se mexia no celular enquanto esperava, mas optou por não fazê-lo.
Você é viciada demais, parece falta de educação, lembrou-se de uma das vezes em que havia lhe dito aquelas palavras. Estremeceu.
— Deixou seu celular no carro? — se aproximou com uma bandeja nas mãos. Os dois sanduíches estavam bem embrulhados, além de uma latinha de refrigerante no canto e dois copos de plástico. — Quer que eu pegue para você?
— Não… — respondeu simplesmente, ainda encolhida.
levantou uma das sobrancelhas ao notar as ações mínimas e reservadas de , estranhando. Ele sabia muito bem que ela não era tão… Quieta.
— Você ‘tá bem?
— Mais ou menos — ela deu de ombros, soltando-se um pouco. — Ainda estou envergonhada por conta da garrafinha.
Ele deu uma risada, abrindo o sanduíche e empurrando a bandeja na direção da garota sentada à sua frente.
— Para você, e não aceito não como resposta — ele avisou a olhando por cima do próprio lanche, abocanhando-o. mastigou algumas vezes antes de colocar uma das mãos na frente da boca e continuar a falar. — E eu já disse que está tudo bem sobre a garrafinha, era só água.
— Mas te molhou e…
— ele a chamou, fazendo com que a garota arregalasse os olhos. ajeitou o corpo, tomando uma postura mais séria. — Olha, se você for se sentir mais confortável, eu derrubo água em você também e ficaremos quites, que tal?
Ela piscou algumas vezes, tombando a cabeça para o lado, sem saber ao certo se ele estava brincando ou não. Quando viu o sorriso dele, percebeu que era apenas mais uma tiração com a sua cara.
— Come — ele empurrou a bandeja mais uma vez. — Desconta sua frustração na comida dessa vez, é um presente.
— Não posso engordar — retrucou, não querendo aceitar o lanche. — Você já está me dando carona.
— Estamos indo para o mesmo lugar, e por Deus, você é minha vizinha, .
— Mesmo assim — ela empurrou de volta, agora realmente já se sentindo mais à vontade. — Não estou com fome, obrigada.
E como em um timing perfeito, sua barriga fez um barulho alto, contestando. não segurou a risada. , por sua vez, quis enfiar a cara debaixo da mesa. Se antes estava envergonhada, agora ela queria desaparecer da frente dele.
— Notei sim — ele disse depois de rir por um tempo, novamente empurrando a bandeja. — Eu faço questão que você coma, vamos. Tenho certeza que sua última refeição foi aquele almoço terrível que nos serviram hoje.
Ela deu um sorrisinho tímido, não sabendo mais como fugir daquele lanche. Sim, ela estava com fome, mas a vergonha de aceitar aquela comida parecia ser ainda maior do que sua vontade de comer. E não, nem ao menos tinha almoçado aquela gororoba do refeitório.
Suas mãos deslizaram até o lanche embrulhado, tirando-o do pacote e logo o trazendo para perto de sua boca, dando uma mordida pequena. Ela ainda tentava manter a postura de que não estava faminta, apesar de seu estômago já tê-la denunciado.
— Aí sim — ela o escutou dizer com a boca cheia, causando-lhe uma vontade de rir.
Ambos se encaravam em alguns momentos, mas não diziam nada. Pareciam estar concentrados demais em seus próprios sanduíches, suprindo a necessidade de comer.
— Eu disse que precisávamos passar em um lugar primeiro — ele disse aleatoriamente, puxando assunto. concordou, agora sem mais vergonha de comer de pequenas em pequenas mordidas.
— Obrigada por me convencer a comer — ela murmurou antes de abocanhar o lanche mais uma vez.
— De nada — sorriu, descansando o restante do lanche sobre a bandeja e limpando a mão em um guardanapo. Ele puxou a latinha de refrigerante em sua direção e pôs ambos os copos lado a lado, despejando o líquido em um deles. — Você toma Coca?
— Não precis–
serviu o outro copo rapidamente, empurrando-o na direção de . Ela revirou os olhos com um sorriso, pegando o copo e agradecendo.
— Você sempre nega as coisas, mesmo querendo? — ele questionou depois de engolir o refrigerante, rapidamente dando outra mordida em seu sanduíche e encarando a garota. Ela deu de ombros.
— Acho que fui criada assim.
— Mas você faz isso só com comida ou com outras coisas também? — terminou de mastigar antes de perguntar.
, que estava mastigando o próprio lanche, parou por um tempo. Seus olhos focaram na blusa de , fugindo de seu olhar.
?
— Hm? — ela levantou o olhar, levando a mão até a boca. Voltou a mastigar vagarosamente antes de respondê-lo. — Acho que faço isso com tudo.
— Hm… — murmurou enquanto descia o olhar para o sanduíche. estalou a língua no céu da boca antes de descansar o lanche na bandeja e limpar os dedos, cruzando as mãos antes de encarar mais uma vez. — Acha que isso faz bem para você?
Ela deu uma risadinha incrédula, também largando o Subway na mesa.
— Quer virar meu psicólogo? — falou com a voz divertida, mas percebeu que não abrira um sorriso tão grande quanto ela esperava. Engoliu a própria saliva antes de pegar o copo de Coca e dar um bom gole, nervosa.
— Se você quiser nomear assim — ele soltou ar pelo nariz, tentando descontrair um pouco. — Eu só percebi que você não estava tão sorridente hoje e estranhei.
— Você acha que eu sorrio demais? — ela arregalou os olhos, impulsionando o corpo levemente para frente. arqueou uma das sobrancelhas antes de continuar.
— O que? Não, , eu acho seu sorriso lindo. Sorrir nunca é demais.
A garota sentiu as bochechas se ruborizarem minimamente assim que ouviu o elogio. Então ele já havia notado em mim? E ele gosta do meu sorriso? — Eu só queria deixar claro que — sua voz a fez desviar de seus próprios pensamentos. — Sempre que precisar, pode desabafar comigo, mesmo que a gente não seja tão próximo assim.
— Obrigada — ela pressionou os lábios, segurando a vontade de contar absolutamente todos seus pensamentos daquele dia e despejar tudo nas costas de .
Meio minuto se passou até que ambos voltassem a comer em silêncio, apenas aproveitando o sabor do lanche. não sabia dizer o que se passava na cabeça do rapaz naquele instante; seus olhos estavam calmos e revezando entre o próprio lanche e algum ponto aleatório na mesa. Já a mente dela trabalhava incansavelmente.
Ele falou que eu poderia desabafar, então ele não se importaria de me ouvir chorar pelo meu melhor amigo, certo?
Balançou a cabeça afastando aquele questionamento. Mesmo que ela já o conhecesse de debates passados, não era bem aquele que poderia chamar de amigo. Eram colegas de grêmio e apenas aquilo.
Ela não poderia despejar seus desabafos em um colega de grêmio.
— Olha, caso você esteja achando que seria estranho demais desabafar com um quase desconhecido — disse depois de um tempo. só reparou naquele momento que ele já havia terminado seu lanche. — Eu posso te contar algumas coisas sobre mim se você quiser.
— Adoro saber sobre a vida dos outros — a garota deu um meio sorriso, arrancando a penúltima mordida do sanduíche. Reparou na risada nasal que dera antes de encarar o teto, como se buscasse algum assunto.
— Acho que você já sabe minhas informações básicas — se ajeitou na cadeira, encarando nos olhos. — , 19 anos, membro do grêmio estudantil e líder do clube do livro.
— Você ‘tá no clube do livro? — ela curvou as sobrancelhas, recebendo apenas um aceno com a cabeça de resposta. — Achei que estivesse em algum esporte.
— Já joguei futebol, mas não é minha praia — deu de ombros, não se importando. — Não sei exatamente o que contar. Quer saber sobre o que?
levantou os ombros.
— Sei lá, me conta sobre seus amigos, sua família, de quem você gosta… Não sei — ela mordiscou o último pedaço, largando o papel sobre a bandeja e pegando um guardanapo para limpar a boca.
piscou algumas vezes, desviando o olhar. Naquele instante, achou que havia tocado em algum assunto sensível. Não é possível que eu só faça merda. — Não tenho muitos amigos além de Jeno e Mark — a garota demorou para assimilar os rostos gravados em sua mente. — Você deve conhecê-los, eles jogam com o no time de futebol.
— Ah! — exclamou com uma palma. — Sei, não conheço bem, mas parece gostar muito deles.
— Aham — assentiu, colocando a mão no queixo. — Minha família não é grande. Sou filho único e meus pais são casados. Meu pai trabalha na aeronáutica e minha mãe gosta de fazer bolos para vender.
— Vou comprar o bolo da sua mãe algum dia, então — sorriu para o rapaz, que retribuiu.
— São deliciosos, tenho certeza de que irá gostar — ergueu os ombros. — E eu gosto de uma garota, mas acho que ela não me conhece.
— Certeza? — ela tombou a cabeça. Ele assentiu. — Deve conhecer, sim. Todo mundo conhece os alunos do grêmio.
— Não, tipo — ele estendeu uma das mãos, negando. — Ela sabe quem eu sou, só acho que nunca me notou lá. Como alguém para se gostar e tal.
— Ah… — se encolheu, identificando-se com o que ele dissera. — Sei bem como é esse sentimento.
— Pois é… — sua voz baixou repentinamente, fazendo a garota piscar em desconfiança. — Mas por que você acha que o cara nunca te notou?
Ela prensou os lábios algumas vezes antes de conseguir responder.
— Porque ele só me vê como amiga.
Um silêncio. continuou encarando-a, mesmo que, depois daquela confissão, tenha desviado o olhar e passado a reparar nas marquinhas de cimento entre os ladrilhos do chão. Ela estava envergonhada, sentindo-se como um livro aberto.
— Acho que ela me vê só como um colega também — ele disse de repente, chamando sua atenção.
o encarou por um tempo, sustentando o olhar dele. Era como se ela pudesse sentir-se acolhida apenas ao olhá-lo. Uma sensação reconfortante que ela jurava só ter sentido com .
Até aquele momento.
— Sabe, esticou a mão na direção da dela sobre a mesa, acariciando levemente. Ela não recuou. — Esse cara não sabe quem ele ‘tá perdendo.
Um sorriso tímido se formou nos lábios da garota, que não conseguiu mais sustentar o olhar quando sentiu as bochechas esquentando.
— A gente precisa ir ver a Kyle… — disse com a voz tímida, tentando mudar de assunto.
soltou uma risada nasal, encarando o próprio colo antes de recolher sua mão e se levantar com um sorriso. o acompanhou com o olhar.
— Vamos então — falou por fim, quase seguindo o caminho. — Já ‘tá pago!
!!

🚗

A ida até a casa de Kyle foi em silêncio, assim como na ida até o Subway.
— Pelo menos já sabemos sobre o que tratar amanhã na reunião — disse assim que saiu, acompanhada de , da casa de Kyle.
— Sim.
A garota o olhou rapidamente com uma das sobrancelhas arqueadas.
— ‘Tá tudo bem?
— Sim, eu só… — ele parou de andar, fazendo com que ela também parasse para lhe acompanhar. fechou os olhos com força antes de olhar na direção de novamente e dizer: — Eu só ‘tô processando as coisas.
Com os lábios pressionados, ela tombou a cabeça para o lado, confusa. Processando o que? Kyle nem disse coisas tão complexas.
— Não tem nada a ver com a reunião de amanhã, ok? — ele negou, agitando uma das mãos e dando um sorriso descontraído. — Eu só… Gostei de sair contigo hoje.
Ela sorriu.
— Eu também, — se aproximou do rapaz, cruzando seu braço no dele. — Podemos fazer isso mais vezes.
mordeu o lábio inferior, reprimindo a vontade imensa de dar um sorriso aberto. Ele não sabia que seu coração poderia bater tão rápido quanto naquele momento.
— Eu espero que a gente faça isso muitas outras vezes.
não entendeu muito bem, mas apenas continuou com o sorriso meigo e encolheu os ombros. Encararam-se por alguns segundos antes de voltarem a caminhar, ainda de braços cruzados, na direção do carro de .
Quando entraram no veículo, prendeu o cinto e começou a mexer no rádio novamente. soltou uma risada leve, já se acostumando com a ideia dela escolher a playlist sempre que saíssem juntos.
— Você acha que eu não devo ter um bom gosto musical?
— Hm? — ela o encarou confusa.
— Sempre que a gente entra no carro, a primeira coisa que você fez foi mexer no rádio — ele sorriu enquanto dava a partida. corou, encolhendo-se.
— É que você disse que podia e…
— Mas pode — interrompeu-a com os olhos arregalados. — Desculpa, te cortei.
— Não, relaxa — ela riu, soltando-se levemente. — É só que o geralmente não me deixa mexer nas músicas do carro, ele acha que meu gosto musical é ruim.
concordou com a cabeça como se compreendesse. Ele percebeu que a voz de mudara apenas ao citar o nome do melhor amigo, fazendo-o se revirar levemente no banco do motorista.
— Realmente, o seu gosto não é dos melhores — ele disse com uma expressão séria, encarando a rua.
— Ei? — se virou indignada. — No caminho para cá você veio sussurrando a letra das músicas, nem vem.
Não conseguindo esconder a risada, fechou os olhos rapidamente para gargalhar. A garota paralisou, encantada. Nunca tinha reparado na risada dele também…
— Certo, talvez você tenha um gosto musical ok.
despertou de seus próprios pensamentos, revirando os olhos e abrindo ainda mais o sorriso.
— Você é sempre orgulhoso assim?
— Nunca — ele respondeu também sorrindo. a encarou de soslaio. — Você sabe que é só brincadeira, né? Eu gostei das músicas, pode continuar sendo a DJ do dia.
Seus ombros se levantaram em alegria e acabou mordendo seu lábio na emoção, mas não com muita força. Ela estava se sentindo à vontade com , o que não era tão comum para ela.
Geralmente, sua vida social girava ao redor de . Ela não tinha muitos amigos além dele e de , sua amiga de infância. Os amigos de time de eram seus colegas e somente isso, nenhuma relação de amizade mais profunda com nenhum deles.
estava sendo a primeira pessoa com que ela se soltava daquela forma.
— Por que a gente nunca tinha conversado antes? — perguntou com um sorriso, agora com o corpo levemente curvado na direção do garoto.
— Mesmo que eu seja amigo do , eu ando mais com o Jeno — ele deu de ombros, a encarando brevemente. — Mas sei lá, acho que você nunca sentiu vontade de me conhecer.
— Mas você podia falar comigo nas reuniões do grêmio.
— Eu sou tímido, soltou uma risada envergonhada. — Eu achava que você iria me olhar e me julgar por tentar interagir com alguém como você.
— Meu Deus, essa é a imagem que eu passo? — arregalou os olhos, impulsionando o corpo para frente. Imediatamente, negou com a cabeça.
— Não, não! Não foi isso que eu quis dizer — sua voz se embolou no desespero, fazendo-o tossir levemente. — Desculpa.
A garota deu um sorrisinho antes de desviar o olhar para o colo, ajeitando-se no banco de passageiro. Olhou brevemente para , que estava com os dedos bem pressionados em volta do volante, e suspirou.
— Faz um tempo desde que eu não converso assim com alguém — desabafou repentinamente, assustando-se com a própria confissão. — Digi, com alguém que não seja .
Ele assentiu levemente, dando seta para entrar na rua deles.
— Você e o são bem próximos, né?
— Até demais — ela deu um sorriso besta, afundando-se no banco. — Ele é meu melhor amigo.
— Só melhor amigo? — virou o rosto na direção da garota com uma expressão séria.
abriu a boca para responder, mas travou assim que notou o olhar do rapaz em si. Seus lábios se encostaram novamente, logo se pressionando um contra o outro. Ela desviou o olhar, quebrando o contato.
— Não precisa responder — ele disse simplesmente, parando o carro próximo da calçada. — Só pela sua cara já dá para saber que você não gosta dele só como amigo.
Ela encolheu os ombros – um costume que já havia notado ser bem recorrente.
— Não vou contar para ele, fica tranquila — sorriu cúmplice, soltando o cinto. — Nós chegamos.
Olhando rapidamente ao redor, reconheceu a fachada da sua casa e a de . Olhou-o mais uma vez, esticando a mão em sua direção assim que o viu se preparando para sair do carro.
Ele parou e a encarou.
— Obrigada… — parou de falar, presa no olhar dele.
— Pela carona? — o sorriso ladino se fez presente. — Sempre que precisar, pode voltar comigo para casa, vizinha.
— Também — ela sorriu em resposta, recolhendo a mão ao notar que ela ainda estava em contato com a pele dele. — Mas principalmente pela conversa e companhia. Eu… ‘Tava precisando.
O sorriso dele pareceu aumentará
— Não há de que.




> se apressou para sair de casa assim que escutou a buzina, indicando que ele já a esperava.
— Vai sair? — escutou a pergunta de sua mãe assim que foi à cozinha pegar as suas chaves de casa. A mulher estava sentada no balcão, tomando uma xícara de chá.
Ela sorriu antes de responder, com as bochechas levemente coradas:
— Tenho um encontro.
Não permitiu que sua mãe perguntasse mais nada, apenas saiu correndo com as chaves em mãos. Sabia muito bem que teria de se explicar assim que chegasse em casa mais tarde, mas ela deixaria para se preocupar com aquela conversa depois.
Colocou os tênis rapidamente, abrindo a porta principal e fechando-a assim que passou por ela.
já buzinava mais uma vez.
— Todos os dias te levando para a escola e ainda não me acostumei com o fato de você estar sempre atrasada.
— Não enche — ela soltou uma risada enquanto entrava no carro, dando-lhe um selar rápido na bochecha. — Onde iremos?
Ele deu partida no carro enquanto a garota afivelava o cinto.
— Pensei no Subway daquela vez — ele a olhou de soslaio, se concentrando no trânsito. — Onde a gente se conheceu.
— A gente já se conhecia, — ela revirou os olhos, virando o corpo em sua direção e recostando a cabeça no banco.
— Mas só nos aproximamos depois daquele dia.
apenas riu, revirando os olhos mais uma vez antes de sentar corretamente. Seus dedos já estavam mexendo no rádio do carro, como sempre, escolhendo alguma música.
— Alguns costumes nunca vão mudar — escutou murmurar ao seu lado, fazendo-a desviar a atenção do aparelho.
— Ainda fica reclamando do meu bom gosto musical? — disse travessa com um sorriso animado nos lábios. Ele sorriu de volta.
— Nunca, jamais, never!
Continuaram rindo e se pentelhando até chegarem ao Subway, não muito distante dali. Era uma unidade pacata e simples, uma das menores da cidade, com certeza. Nunca tinha muito movimento, para a felicidade de e .
— O que disse para sua mãe dessa vez? — ele perguntou enquanto esperava a atendente terminar de embalar seu lanche, olhando brevemente para a garota ao seu lado.
— Coloca mais uma fatia de queijo no meu, por favor — continuou encarando o próprio lanche antes de responder à pergunta do amigo. — Disse que era um encontro.
piscou algumas vezes, sentindo como se seus pés tivessem afundado no chão. Ele jurou que seu coração havia parado de bater por alguns segundos.
agradeceu à atendente com um sorriso, sem se atentar ao garoto petrificado ao seu lado. Pegou a bandeja com ambos os lanches e a Coca de sempre, virando-se para ir até alguma das mesas vazias.
Assustou-se ao ver que permanecia parado, com os olhos arregalados e o queixo caído.
— Jesus tenha misericórdia — ela murmurou enquanto segurava a bandeja com apenas uma das mãos, colocando a outra na região do peito. — Virou planta?
— Você disse que era um encontro?
curvou as sobrancelhas, ajeitando o corpo e começando a caminhar na direção da mesa mais próxima.
— Disse, ué.
— Mas você disse encontro encoooontro ou encontro? — afetou a voz com sua entonação, fazendo com que gargalhasse.
— Como assim? — ela ainda ria, agora já sentada e com o lanche sobre a mesa.
Ele correu até a cadeira a sua frente, sentando-se e impulsionando o corpo em sua direção, com as mãos espalmadas na madeira.
— Encontro como amigos ou um encontro… — ele tentou buscar uma boa palavra para adequar, mas não achou. — Ou um encontro mesmo.
— Ah… — ela fez um biquinho, como se entendesse finalmente o que ele tentava dizer. Começou a abrir o seu lanche, sem olhá-lo, sabendo que ainda estava na mesma posição e com a mesma expressão. — Não sei, o que você prefere?
????? — ele se embananou completamente, fechando os olhos por alguns segundos para reordenar os pensamentos frenéticos que pareciam piscar em sua mente. — Você não pode simplesmente dizer isso para assim dessa forma.
Ela tombou a cabeça para o lado.
— E por que não?
— POR QUE NÃO? — ele levantou a voz, com os olhos quase pulando do rosto. — Você ainda tem coragem de perguntar isso? — abaixou o tom, puxando a cadeira para mais perto e ajeitando a postura. soltou uma risada.
— Você sempre fica nervoso.
— É claro, não foi você quem se declarou mais de uma vez para a mesma garota em um período de cinco meses — murmurou fazendo careta, pegando seu lanche contrariado e mordendo-o com força.
manteve o sorriso no rosto.
— Eu te expliquei o motivo.
— Eu sei — ele fechou os olhos, lamentando. — E eu entendo, . Juro que entendo.
A garota se ajeitou na cadeira, sentindo-se tímida repentinamente.
Ela e haviam se aproximando muito no último ano. Além das caronas diárias, o fato de ter começado a namorar provocou ainda mais essa aproximação.
Não que tenha deixado de ser o melhor amigo dela, mas o namoro os afastou gradualmente – com influência do sentimento unilateral da parte dela, obviamente, mas ele nunca ficou sabendo.
Nesse meio tempo, a animou muito. Ter virado amiga de Jeno e Mark também a fez criar coragem de conhecer novas pessoas, coisa que ela não fazia antes pois tinha receio de ficar com ciúmes.
Ela sentia-se bem. Seu amigo de infância estava namorando sua melhor amiga, , e agora ela tinha novos amigos e novas companhias.
havia sido o maior suporte, levando-a para sair sempre que tinha alguma recaída nas primeiras semanas. Foi um processo demorado, na visão dela. Cerca de dois a três meses para ela se sentir realmente bem com a realidade.
O tempo se passou e, depois de alguns meses, acabou se declarando quando estava bêbado. Confessou ter gostado dela desde antes deles terem se aproximado, e sentiu-se perdida novamente.
Depois de três dias sem falar com ele – com a ligando e mandando mensagens toda hora –, percebeu enfim que não poderia se prender aos sentimentos passados. Ela não sentia nada pelo novo amigo, mas estaria aberta para caso algo surgisse entre eles.
E havia sido super compreensível. Ela tinha vacilado na hora de contar a verdade a ele, com medo de perdê-lo também e sentir-se sozinha.
Mas ele era o . Ele estava ali, sempre com ela, mesmo sendo rejeitado algumas boas vezes – ainda que indiretamente.
— Eu acho… — ela começou a falar depois de um tempo, ainda perdida nas memórias dos últimos meses. Seu sorriso cresceu apenas ao pensar no que diria a seguir. — Acho que estou finalmente pronta para tentar alguma coisa.
Silêncio.
Agora eu o matei do coração mesmo, ela pensou enquanto o encarava.
— Pera que eu ainda ‘tô processando — ele falou depois de um tempo, com a mão no coração. Respirou fundo algumas vezes antes de conseguir falar mais uma vez. — Você tem certeza?
Ela assentiu.
— Assim, eu ‘tô feliz, é claro — ele começou a falar com a língua embolada enquanto gesticulava muito. Fruto de sua ansiedade. — Mas eu já disse que não me importo de esperar até você ficar 100% à vontade com essa ideia e–
— Eu quero, — ela o cortou, sabendo que, se não o fizesse, ele continuaria falando sem parar. Os olhos dele brilharam. — Eu quero tentar. Devagar, óbvio, mas eu quero.
Foram alguns segundos até que o rapaz finalmente processasse o que havia acabado de escutar. O sorriso em seus lábios foi inevitável, e ele sentiu uma vontade imensa de pular.
— Ainda ‘tô conhecendo a versão “ depois de ” — ela fez aspas com as mãos, sorrindo abertamente, mesmo com a timidez nítida em sua voz. — Mas…
Ele arqueou mais as sobrancelhas, como em um incentivo para ela continuar. não sabia ao certo o que falar, então apenas ergueu os ombros, dizendo indiretamente que não tinha mais o que falar. mordeu o próprio lábio, contendo minimamente sua animação.
— Vou passar todo esse tempo com você, — disse depois de um tempo, pegando nas mãos da garota. — O tempo que precisar.
Ela sorriu.
Era disso que ela precisava.




FIM.


Nota da autora: Espero que você tenha amado essa fic tanto quanto eu. Para saber mais do meu mundinho de fics, me siga no insta!
.xo

Barra de Progresso de Leitura
0%


Se você encontrou algum erro de codificação, entre em contato por aqui.