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Codificada por: Saturno 🪐

Última Atualização: 28/02/2025.

“Quem de nós dois,
Vai dizer que é impossível,
O amor acontecer.”
— Quem de nós dois / Ana Carolina



Finalmente minhas férias eram oficiais...

Apesar de algumas sugestões de viagens vinda de Stef, que foram bem tentadoras, e de Henry Bellorum ter oferecido sua casa na Ilhas Maldivas, Nath ter me convidado para ficar com ela e Joe no Brasil, decidi que passar aquele tempo sozinha era o melhor a se fazer. E não estaria completamente sozinha, já que Cronos viajaria comigo, não teria acompanhante melhor que meu leal Dobermann.

Minha escolha foi Bahamas, por uma cortesia de Henry, minha hospedagem gratuita seria no Atlantis Resort, localizado em Paradise Island que ficava próxima a capital do país. Um lugar monumental e cheio de distrações que poderia facilmente ocupar minha mente, algo que estava precisando ainda mais, pois meus pensamentos insistiam se fixar em e no que eu tinha feito a sua família.

Assim que cheguei ao resort, com Cronos ao meu lado me acompanhando, o gerente veio pessoalmente me receber, aparentemente era uma pessoa simpática e muito prestativa. Olhar para ele, me fez lembrar vagamente do gerente do hotel de Vegas, e de como ele conseguiu convencer eu e a participar daquele louco casamento coletivo.

— Aish, tenho que parar de associar tudo a ele. — disse assim que fechei a porta da minha suíte, após a saída do gerente — Ah Cronos, bem que você podia ser um homem, assim poderia me fazer gostar de você.

Cronos já deitado na minha cama, bocejou um pouco mantendo seu olhar em mim, em alguns momentos ele parecia me entender, mas ainda sendo um cachorro, não me ajudaria nesse caso. Enfim, por um lado eu estava realmente certa, tinha que conseguir separar as coisas, estava sendo complicado até mesmo organizar meus pensamentos, todas as coisas que via me levavam a pensar em .

— Ah. — me joguei sobre a cama em resmungos — Por que fui me apaixonar por ele, está ainda mais doloroso do que na época que deixei .

Cronos resmungou também como se estivesse me respondendo, então engatinhando até mim, pousou sua cabeça na minha barriga. Comecei a acariciá-lo de imediato, ele parecia tão carente quanto eu, o que me levou a pensar que poderia arrumar uma namorada para ele, da mesma raça e muito brincalhona. Afinal, os opostos se atraem mesmo e meu cachorro era extremamente quieto. Deixei Cronos deitado na cama e segui em direção ao banheiro, aquela suíte era ainda mais luxuosa e grande, uma das melhores segundo o gerente. Tomei um banho relaxante na banheira e liguei para o serviço de quarto, passaria o resto do dia descansando daquelas horas de voo, meu corpo merecia um pouco.

---

— Eu vou querer duas fatias de tiramisu e ice latte, por favor. — disse ao garçom, assim que consegui terminar de escolher meu café da manhã.

Ele assentiu com a face e se afastou.

Olhei para Cronos que estava sentado na cadeira ao meu lado, sua postura e seu comportamento me dava orgulho, ele já tinha comido sua ração especial que pedi logo cedo no quarto. Por mais que as regras do hotel fossem claras, sobre animais de porte grande como ele, eu era uma hóspede vip e tinha alguns privilégios. Além do dono ser um velho cliente de Henry, cujo algumas relíquias eu já havia conseguido para ele. Meus olhos contemplaram a bela arquitetura do lugar, seu luxo e requinte proveniente do estilo clássico se misturava a modernidade e tecnologia da atualidade.

— Senhorita Miller. — disse o garçom, ao se aproximar com a bandeja na mão, prontamente servindo-me — Bom apetite.
— Agradeço. — continuei o observando a colocar os objetos sobre a mesa, até que um papel dobrado ao meio foi colocado junto, ao lado da taça de ice latte.

Assim que o garçom se retirou, peguei-o e o abri.

“Espero que tenha um excelente descanso e saboreie bem seu tiramisù.
- H.”


Levantei meu olhar e logo meus olhos encontraram os dele.

Estava sentado em uma mesa mais distante, levanto uma xícara de café a boca de forma serena, e o olhar fixo em mim. Não conseguia acreditar que o nobre senhor Bellorum havia se deslocado até Bahamas para ver como eu estava, o que me fazia pensar que ele talvez quisesse algo de mim. Assim que terminei meu café, me levantei da mesa e peguei minha câmera que estava na cadeira ao lado, sinalizei para Cronos, para que ele me seguisse. Minha disposição pedia por um passeio produtivo e cheio de registros profissionais do meu novo hobbie.

Comecei pelo extenso jardim do resort, afinal a experiência de fotografar a natureza de perto seria enriquecedora para mim, e poderia colocar em prática os conhecimentos de ângulo em fotografia, que adquiri em meu curso a distância de design gráfico.

— Soube que foi muito bem instalada, então me sinto aliviado por isso. — disse Henry, ao se aproximar de mim de forma natural e espontânea.

Sua postura despreocupada de um turista comum me impressionava.

— Não sabia que eu era tão importante assim, a ponto de você vir pessoalmente verificar isso. — comentei de leve, permanecendo com minha atenção nos arbustos que estavam próximos de nós.
— Sabe que sempre foi a mais importante de todos. — retrucou ele, rindo baixo.
— E é desta forma que trata a mais importante? — desviei meu olhar para ele, séria e inexpressiva — Férias e resort de luxo não vai mudar o que me forçou a fazer.
— Pensei que tivéssemos zerado essa história. — o olhar tranquilo de sempre, porém suas expressões um pouco mais rígidas e frias — Eu a deixei tomar todas as decisões que queria, você controlou tudo.
— Depois de já feito. — senti minha voz falhar um pouco, talvez por ter me lembrado novamente do meu erro — Depois que roubei, é fácil você me deixar decidir.
— Ainda se sente ligada à família dele?! — perguntou num tom afirmativo — Por isso essas palavras tão duras e amargas.
— Prefiro não responder. — desviei meu olhar.

Responder para ele, seria o mesmo que admitir que meus pensamentos sempre estariam em . O que eu estava lutando para não acontecer, respirei fundo e posicionei a câmera para fazer mais uma foto, queria desviar o máximo aquela direção que a conversa tinha tomado.

— Tudo bem. — assentiu ele, num tom mais baixo ainda — Quer falar sobre outra coisa?
— O que seria?! — indaguei, mantendo meu foco na lente da câmera, posicionando para mais um registro.
— Coloquei pessoas vigiando seu agente preferido. — revelou ele.
— Lorenzzo? — o olhei novamente — E o que ele anda fazendo?
— Recentemente descobri que ele se encontrou com Davi. — respondeu.
— Se ele encontrou Davi, pode chegar ao Flint, nosso cliente. — suspirei fraco, sentindo minha mente querer doer — Pior, ele pode ir atrás de todos os meus objetos de desejo.
— Não vai. — assegurou ele, confiante em suas jogadas naquele grande tabuleiro de xadrez, do qual chamava nossa profissão — Nosso agente só está descobrindo o que eu quero de descubra, nada mais.
— Não subestime o Lorenzzo. — o alertei.
— Não vou, acredite, só estou tecendo a teia para que ele mesmo cave sua cova. — explicou com sua forma enigmática.
— Não está pensando em…
— Não, só estou planejando unir o útil ao agradável. — esclareceu ele objetivamente.
— Devo levar isso como algo positivo?! — mantive meu olhar nele, buscando alguma falha em sua impecável expressão de serenidade, mas Henry era bem mais sagaz e confiante que eu.
— Não confia em mim?! — ele piscou de leve, sorrindo de canto — Aproveite seu momento e relaxe, estou cuidando de tudo que envolve você.
— Acredito, você nunca falha. — confirmei.
— Ah. — ele retirou um papel dobrado do bolso e me entregou — Caso queira algo para movimentar suas férias de verão, nada muito importante, apenas por diversão.
— Diversão?! — dei uma risada espontânea e peguei o papel, guardando em meu bolso.
— Talvez precise para manter a mente ainda mais ocupada, caso não queira pensar em coisas que te deixe entediada.
— Não precisa disfarçar nas palavras. — eu imaginava do que ele estava falando.

Pude perceber que nem mesmo Henry, queria que eu mantivesse meus pensamentos na família .

Meu passeio com Cronos, em meios aos meus registros fotográficos, durou mais algumas horas, tanto que nem tive vontade de almoçar de tanta concentração. Meu apetite estava em manter minha mente ocupada. Quando voltei ao hotel com meu cachorro, recebi um convite para jantar no jardim do terraço do hotel, aparentemente um diplomata que também era hóspede, estava comemorando o aniversário de sua mãe e havia convidado todos os hóspedes Vips. Mas é claro que aquilo poderia estar relacionado com o papel que Henry tinha me dado, o que levou ao óbvio: Minhas férias não seriam apenas férias. Contudo, poderia ocupar sim minha mente com outra coisa, parar de pensar em era definitivamente minha meta para aquelas semanas que ficaria me Bahamas.

O papel tinha algumas instruções para um serviço rápido, que envolvia diretamente esse diplomata. Supostamente, meu objeto de desejo era uma pequena agenda que ele mantinha consigo todo o tempo, em outras palavras, eu teria que ser minuciosa ao pegar aquela agenda. Tomei uma ducha quente e coloquei o vestido que estava devidamente separado em minha cama, cortesia do hotel. Cronos iria comigo ao jantar, jamais deixaria meu cachorro sozinho em uma viagem para nós dois, afinal, foram meses em trabalhos constantes, não podendo dar atenção a ele.

— Boa noite, senhorita Miller. — disse o gerente, assim que saí do elevador — Espero que se divirta.
— Certamente sim, a quem devo agradecer pelo convite?! — perguntei fazendo uma breve reverência com a face.
— Seu nome é James Carter, diplomata da Escócia. — respondeu ele, apontando discretamente para um homem loiro de smoking azul marinho — Devo dizer que vosso objeto de desejo está no bolso esquerdo do blazer.
— Agradeço pelo detalhe. — pisquei de leve para ele e segui para a área reservada ao jantar.

Cronos se manteve obediente, permanecendo ao meu lado todo o tempo.

Como era um evento fechado, a presença de poucos convidados se estabelecia, e eu seguiria todos os requisitos que Henry tinha estipulado para aquele serviço, mesmo não entendendo o motivo real. De alguma forma louca, confiava nele e sabia que jamais faria algo para me prejudicar, mesmo tendo me decepcionado antes. Desde o dia em que nos conhecemos, seus cuidados comigo e Nath eram precisos e constantes.

— Boa noite, senhor Carter. — disse num tom baixo, porém sinuoso, ao me aproximar dele, que estava conversando com outra mulher — Agradeço o convite.
— Por favor, me chame de James. — respondeu ele, ao se virar para mim, discretamente seu olhar desceu até meu decote e voltou para minha face — Eu que agradeço, por sua presença.

Sorri de leve me mantendo desinteressada e me virei para me afastar, porém, ele que se afastou da mulher que estava ao seu lado e se voltou para mim novamente.

— Posso ter a honra de conhecer a senhorita?! — perguntou ele, pegando uma taça de champanhe, da bandeja do garçom que passava por nós e me oferecendo — Diga-me seu nome, por favor.
— Cassie. — respondi tranquilamente, como estava escrito nas instruções, então peguei a taça de sua mão e dei um pequeno gole — Pode me chamar de Cassie.
— Cassie. — sussurrou ele, num tom intencional.

Ficamos conversando por alguns instantes.

Me esforcei para não manter o foco do assunto em sua posição política, apesar do homem sempre reverter a conversa em algum fato que lhe havia ocorrido em suas viagens como embaixador. Após minutos conferindo discretamente as horas que marcavam no relógio em seu pulso, propositalmente me afastei dele. Para ser mais sincera, eu estava me sentindo um pouco sufocada com seu olhar significativo, de alguém que queria me levar para seu quarto e arrancar minha roupa de uma forma selvagem. Algo que me fez pensar em de imediato, afinal o único quarto que eu gostaria de estar naquele momento, era do meu álibi marido.

Uma realidade que me doía admitir e encarar, meu coração já estava nas mãos dele.

— Ah, LT se concentra, pare de ficar pensando em quem não deve. — sussurrei para mim mesma levando a taça a boca, tomei o último gole do líquido e depositei o recipiente na mesa ao lado — Preciso me concentrar, se não conseguir me apropriar de uma simples agenda por causa de , não consigo fazer mais nada.

Talvez aquele serviço não fosse somente para me distrair e sim para me testar.

Já estava tão traumatizada em ter que confiscar coisas que não queria, que poderia perder minhas habilidades de Little Thief. Respirei fundo, fechando os olhos, precisava me concentrar, precisava da minha mente limpa e silenciosa para focar no que importava. Eu era a melhor entre os Prodígios do senhor Bellorum, não poderia me dar ao luxo de descer a qualidade de minha aptidão ao ofício.

Foi quando senti os lábios de alguém tocarem os meus.

De início, por algum motivo pedi aos céus para que fosse . Mas o que ele estaria fazendo ali em Bahamas? Mantive meus olhos fechados e retribui o beijo, mesmo sem saber quem era, talvez lá no fundo, eu pudesse reconhecer o gosto daqueles lábios que tornava aquele momento tão intenso e delicioso.

— Não deveria beijar uma mulher de olhos fechados. — sussurrei ainda mantendo meus olhos fechados.

Uma respiração profunda vindo internamente, para retomar meu fôlego.

— E se esta mulher for minha esposa? — disse aquela voz, que arrepiava meu corpo sem o menor esforço.
. — sussurrei novamente, abrindo meus olhos e o vendo — O que faz aqui?!
— Olá, Cronos. — disse ele, desviando o olhar para meu cachorro, tratando minha pergunta com indiferença — Seu cachorro é realmente muito comportado.

Meu coração não sabia se parava de vez ou acelerava ainda mais, era ele ali, novamente. Com a feição serena e o olhar profundo, como se não tivesse acontecido nada e ainda fôssemos um casal feliz de doramas.

— Não vai me responder? — insisti, mantendo a seriedade.
— Estou a trabalho, mas pelo que vejo, você também. — respondeu ele, num tom mais sério ainda, voltando seu olhar para mim — Cassie.
— Devo presumir que conhece o diplomata!? — sibilei.
— Então ele é seu novo objeto de desejo? — perguntou deixando transparecer a frieza em seus olhos, nem parecia a pessoa que tinha me beijado com tanta intensidade.
— Ele não, mas o que ele possui. — expliquei, subjetivamente.
— E vai atraí-lo para o quarto também? — tinha traços de amargura e frustração em sua voz, talvez raiva também.

Senti aquelas palavras como uma adaga cortando meu coração, respirei fundo, me mantendo firme e estável.

— Sei que está magoado comigo, mas isso não lhe dá o direito de fazer tal suposição. — retruquei com segurança, demonstrando estar na defensiva — Pode não parecer, mas ainda levo aquele casamento a sério.
— Tem certeza? — ele deu uma risada disfarçada — Mas não estamos falando da mesma pessoa, minha esposa se chama , você atualmente se denomina Cassie.

Engoli seco, desta vez não tinha o que contestar.
Contra fatos, não havia argumentos.

— Algum problema aqui? — perguntou James, ao se aproximar de nós.
— Nenhum, eu apenas confundi esta senhorita com alguém que conhecia, alguém que considerava ser próximo a mim. — ele desviou seu olhar de amargura para James — Mas, agradeço o convite senhor Carter, meus pais esperam sua visita em breve.

se afastou de nós sem nenhuma cerimônia.

Seu olhar triste e sua voz fria, me fizeram perceber que ele ainda mantinha esperança de que eu pudesse estar arrependida de algo, mas de alguma forma o tinha decepcionado novamente. Meu coração se mostrou ainda mais apertado e esfaqueado.

— Tem certeza que está tudo bem? — perguntou James, novamente.
— Sim. — deu um sorriso disfarçado, o olhar dele estava ainda mais intenso, que chegou a me constranger.

Talvez o beijo de , tivesse intensificado o desejo que James estava criando por mim, e o meu lado LT iria se aproveitar disso. Sorri de forma maliciosa para ele, porém, continuei me mantendo desinteressada, tinha que manter o personagem, mesmo com meus pensamentos a todo momento se voltando para . O jantar estava saboroso, desfrutamos de um cardápio extremamente sofisticado, ao final da noite me retirei discretamente e voltei para minha suíte. Assim que entramos, Cronos foi direto para cama e deitou bem no meio dela, fiquei um tempo olhando para ele, recordando o quanto era simples e fácil minha vida antes de...

Em um piscar de olhos, tocaram na porta do meu quarto, me despertando de meus devaneios.

— Cassie. — era James, como eu esperava — Saiu sem se despedir.
— Bem, não queria atrapalhar a conversa que estava tendo com aquela mulher, ela me parecia uma boa companhia para você. — expliquei saindo para fora e fechando a porta.
— Digamos que ela não era a companhia que eu queria. — era visível seus traços de uma pessoa alcoolizada, não estava nenhum pouco sóbrio.
— E posso descobrir com quem gostaria de estar?! — perguntei.

Ele se aproximou um pouco mais de mim, e obviamente sua intenção era me beijar.

Eu pousei minha mão em seu tórax o mantendo um pouco afastado, aquela era sem dúvidas a melhor hora para pegar meu objeto de desejo. Talvez em uma outra época, eu o distrairia com um beijo e pegaria a agenda em seu bolso ao mesmo tempo, mas não naquele momento, pois eu tinha outra pessoa em minha mente. Respirei fundo, mantendo meu olhar nele, em um piscar de olhos que James avançou mais um pouco em mim, senti uma pessoa o puxando e socando sua cara. Fiquei estática a primeiro momento, porém depois vi que era , eu passei por ele e ajudei James a se levantar, nesse tempo aproveitei para pegar discretamente aquela agenda. Notei que o olhar de estava em minhas mãos, com a agenda que escondia atrás de minhas costas.

Um olhar que me congelou por dentro.

— O que está fazendo?! — perguntei a ele, não entendendo.
— O que queria ter feito a muito tempo. — respondeu ele, pegando em minha mão e me puxando consigo.
— Ei. — James segurou na mão dele — Quem pensa que é, ela está comigo, procure outra.
— Ela nunca esteve com você. — deu outro soco em James, o derrubando mais uma vez — Nunca mais se aproxime desta mulher novamente.

Segurando firme em minha mão, me puxou até sua suíte. Ao mesmo tempo que me senti aliviada e feliz, estava indignada.

— Você tem noção do que fez?! — perguntei soltando minha mão da dele — A Cassie foi exposta, aquele homem…
— Aquele homem nem vai se lembrar de você amanhã de manhã. — assegurou ele, com tranquilidade — Além do mais, eu te fiz um favor, já que conseguiu o que queria.
— Eu não te pedi nenhum favor. — mantive minha mão com a agenda para trás — Estava tudo sob controle.
— Entendi. — ele se virou cruzando os braços, demonstrando frustração — Me desculpe por tentar te ajudar.
— Não era você que queria distância de mim? Foi o que disse em minha casa. — retruquei, não daria o braço a torcer também.
— Você está certa, eu realmente deveria me manter longe de você. — ele se voltou para a porta e a abriu — Me desculpe por interferir em sua vida, prometo que esta será a última vez.

Respirei fundo, mantendo todas as minhas emoções reprimidas dentro de mim, não perderia minha compostura diante dele, mesmo que eu quisesse jogar aquela agenda pela janela e beijá-lo com toda a minha intensidade. Contudo, mantive minha face erguida e caminhei até a porta sem hesitar.

— Então, é um adeus definitivo. — disse antes de sair.

Segui pelo corredor até chegar em frente à minha suíte, que para minha surpresa James não estava mais lá caído no chão, talvez tivesse voltado para o seu jantar que ainda não tinha finalizado. Ao entrar, coloquei a agenda em cima da mesa ao lado da cama e caminhei até o banheiro já retirando a minha roupa, parei em frente ao espelho por um tempo e fiquei me olhando, lavei meu rosto e respirei fundo. Precisava relaxar e me acalmar de alguma forma. Como tantas coisas poderia acontecer em uma única noite, e o mais louco ainda, queria entender como o destino gostava de brincar comigo.

Era surreal.

Mas sempre que tudo indicava que eu jamais veria novamente, ele acabava aparecendo...

E nos momentos em que mais preciso.



Não é que eu queira reviver nenhum passado,
Nem revirar um sentimento revirado,
Mas toda vez que eu procuro uma saída,
Acabo entrando sem querer na tua vida.”
— Quem de nós dois / Ana Carolina


Amor: Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.” — Pâms.


FIM


Nota da autora: Spin-off de MLT.

🪐

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