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Codificada por: Saturno 🪐

Última Atualização: 25/04/2025.

sempre soube que precisaria lutar para conquistar seu espaço. Desde pequena, sonhava em contar histórias, em investigar, em dar voz às pessoas através das palavras. Jornalismo era sua paixão, mas também uma arena implacável, onde apenas os mais persistentes sobreviviam. Enquanto crescia, alimentava seu desejo de escrever reportagens impactantes, de revelar verdades escondidas e de se tornar um nome reconhecido no meio. Mas sabia que o caminho até lá seria árduo, e que, antes de ser levada a sério como jornalista, precisaria começar pelo entretenimento. Era ali que estava agora, na linha de frente de uma das revistas mais influentes do país, tentando provar seu valor. A oportunidade que lhe foi dada era grande. Maior do que qualquer coisa que esperava em tão pouco tempo. Ela estava prestes a cobrir sua primeira grande entrevista, e não com qualquer celebridade, mas com , o ator do momento. Para muitos, isso poderia ser um sonho. Para , era um teste. O momento definitivo em que ela mostraria que era capaz de ir além de matérias rasas sobre tendências passageiras e fofocas descartáveis. Queria que seu nome fosse lembrado, e essa entrevista era sua melhor chance de alcançar isso.

Mas havia um grande problema: não era um entrevistado fácil.

Reservado ao extremo, ele evitava falar sobre sua vida pessoal e raramente concedia entrevistas. Diferente de outros atores que aproveitavam a fama para se promover, parecia se esforçar ao máximo para se manter distante dos holofotes quando não estava trabalhando. Era um mistério ambulante, e talvez fosse exatamente isso que fazia o público se interessar tanto por ele. Ninguém sabia muito sobre sua vida fora das telas. Rumores circulavam, claro. Alguns diziam que ele já havia se envolvido com uma das suas colegas de estúdio, outros que tinha uma obsessão por colecionar roteiros antigos. Mas a verdade? Ninguém realmente sabia. Ele nunca falava sobre si mesmo. E, ainda assim, sua carreira não parava de crescer. Com filmes de grande bilheteria e uma série de sucesso que conquistou fãs ao redor do mundo, se tornava cada vez mais requisitado. Seu nome estava em listas de apostas para grandes premiações, e as marcas mais luxuosas disputavam contratos publicitários com ele. Mas, ironicamente, quanto mais ele crescia, mais inacessível parecia se tornar.
sabia que arrancar algo genuíno dele seria um desafio e tanto. Mas, se havia algo que a definia, era sua determinação. Ela havia batalhado demais para deixar essa oportunidade escapar por conta de um ator que se recusava a falar.

Não. Ela encontraria um jeito. poderia ser um obstáculo difícil, mas nunca recuava diante de um desafio.

Respirou fundo enquanto se olhava no espelho do camarim. O blazer estava alinhado, o cabelo impecável e a maquiagem sutil, mas profissional. Ela precisava parecer confiante, mesmo que seu coração estivesse batendo mais rápido do que gostaria de admitir. Essa entrevista poderia mudar sua carreira, e ela não deixaria nervosismo algum atrapalhar.
? Está tudo pronto.” Uma mulher da equipe foi chamá-la e ela assentiu, ajeitou a postura, pegou o bloquinho com as perguntas e saiu da sala, seus saltos ecoando pelo corredor acarpetado.
A equipe da revista já havia preparado o ambiente da entrevista em uma sala privada do hotel onde estava hospedado, um local luxuoso e discreto, longe do caos da mídia. Enquanto caminhava até a sala, percebeu um movimento no outro extremo do corredor. estava fazendo o mesmo caminho, vindo de outro camarim. Ele usava um conjunto preto elegante, o cabelo levemente bagunçado de um jeito que parecia acidentalmente perfeito. Alto e com uma postura relaxada, ele não parecia nem um pouco preocupado com a entrevista. Na verdade, seu olhar distante e a forma despreocupada como caminhava passavam a impressão de que ele preferia estar em qualquer outro lugar. engoliu seco e continuou andando, mantendo o olhar à frente. Mas, no instante em que se aproximaram, ergueu os olhos e a encarou, demorando um segundo a mais do que o necessário. Seus olhos percorreram-na de cima a baixo de maneira discreta, mas não despercebida. Ela era bonita, mais do que ele imaginava. Um leve sorriso surgiu em seus lábios, contido.
“Oi.” Ele disse, com um aceno curto de cabeça.
“Oi. Pronta quando você estiver.” Ela respondeu, com um tom calmo, e ele assentiu, oferecendo um sorriso discreto e, em um gesto educado, estendeu a mão, sinalizando para que ela entrasse na sala antes dele. passou por ele com um leve sorriso, sentindo o olhar dele acompanhar seus movimentos por um breve instante.
A sala de entrevistas era sofisticada e bem iluminada, decorada de forma minimalista, com uma mesa redonda no centro e duas poltronas confortáveis dispostas frente a frente, posicionadas diante das câmeras. Quando se sentaram, desviou o olhar discretamente para o movimento das pernas dela enquanto ela ajeitava a saia do vestido. Foi rápido, quase imperceptível, mas seus olhos retornaram imediatamente para o rosto dela, assumindo uma expressão neutra.
“Obrigada por estar aqui hoje, .” Ela disse, oferecendo um sorriso profissional, e ele retribuiu com um aceno discreto. “Posso te chamar de , não é?”
“Claro.” Ele sorriu, se recostando na poltrona. “Obrigado pelo convite.”
Alguém da equipe sinalizou que era hora de começar a entrevista e se ajeitou na cadeira antes de iniciar:
“Bom, vamos começar…” Disse, tentando soar confiante. “Você tem estado em ascensão nos últimos anos, com papéis de destaque tanto no cinema quanto na televisão. Como tem sido lidar com essa mudança na sua carreira?”
ponderou por um momento antes de responder, seu tom de voz calmo, mas sem pressa.
“É interessante… passei anos fazendo papéis pequenos, então ver esse crescimento acontecer de forma tão rápida foi algo inesperado. Acho que ainda estou me acostumando.”
assentiu, passando para a próxima pergunta:
“E essa transição de papéis menores para protagonistas mudou sua perspectiva sobre a indústria? Você sente que há mais pressão agora?”
desviou o olhar por um segundo, como se escolhesse as palavras com cuidado.
“Com certeza há mais expectativa…” Ele admitiu. “Mas eu tento focar no trabalho, no que realmente importa. O resto é só… ruído.”
percebeu que ele evitava se aprofundar demais. Suas respostas eram calculadas, o suficiente para parecer educado, mas sem revelar muito. Ela teria que ser mais estratégica se quisesse algo além de frases ensaiadas. Então sorriu, inclinando-se um pouco mais.
“Bem, se você pudesse escolher um projeto ideal para o futuro, sem se preocupar com expectativa ou pressão… o que seria?”
ergueu uma sobrancelha levemente, como se a pergunta o pegasse desprevenido. Pela primeira vez, um pequeno brilho de curiosidade cruzou seu olhar.
“Essa é uma boa pergunta…” Ele fez uma pausa, como se refletisse. “Sempre quis fazer um musical.”
piscou, surpresa. De todas as respostas que esperava, essa definitivamente não estava na lista.
“Um musical?” Repetiu, tentando esconder a curiosidade genuína.
deu de ombros, um pequeno sorriso surgindo no canto dos lábios.
“Sim. Mas algo clássico, sabe? Tipo Cantando na Chuva. Algo que realmente exigisse mais do que atuação, algo desafiador.”
“Uau, não esperava por essa.” falou surpresa, enquanto rabiscava algo no bloquinho em sua mão.
“A maioria das pessoas não espera.” Ele disse, os olhos fixos nos movimentos dela.
Conforme a entrevista avançava, a jornalista tentou tocar em um assunto mais pessoal, perguntando sobre como ele lidava com a fama na vida privada. Foi nesse momento que a expressão de mudou. Sua postura relaxada ficou rígida por um instante, e sua resposta veio mais curta do que as anteriores:
“Eu separo bem as coisas. Minha vida pessoal é minha.” Seu tom foi neutro, mas havia um traço de impaciência escondido ali.
percebeu a barreira se erguendo novamente. A forma como ele se fechou indicava claramente que não queria seguir por aquele caminho. Então, optou por recuar:
“Entendo. Deve ser desafiador equilibrar essas duas partes da sua vida… mas, falando em desafios, seus últimos papéis exigiram bastante fisicamente. Como foi o processo de preparação para eles?” Ela mudou de assunto de forma natural, sem demonstrar hesitação.
relaxou minimamente, seu olhar se suavizando. Ele pareceu considerar a nova pergunta antes de responder, e, dessa vez, sua resposta veio com mais fluidez. percebeu, pela primeira vez, que ele a observava com mais atenção. Seu olhar vagava para seus lábios sempre que ela falava, e, em um momento, enquanto ela tomava um gole de água e arrumava uma mecha de cabelo atrás da orelha, os olhos dele a seguiram com atenção demais para ser casual. Era sutil, mas notou – assim como notou o quão marcante ele era de perto: os olhos claros, a linha do maxilar definida, a forma como ele parecia estar sempre ciente de tudo ao seu redor. Quando a entrevista finalmente chegou ao fim, estendeu a mão para ele, profissionalmente, e a apertou, demorando um pouco mais do que o necessário para soltá-la. Seus olhos encontraram os dela por um instante mais longo, e havia algo ali. Um resquício de curiosidade, talvez até um desafio silencioso.
“Foi uma boa entrevista…” Ele disse, e não soube dizer se havia um tom irônico ou genuíno na afirmação, até ele continuar: “Você fez boas perguntas. Não esperava isso.” Sua voz era baixa, mas havia um traço de sinceridade ali.
ergueu uma sobrancelha, surpresa com o elogio inesperado.
“Obrigada… eu acho.” Ela cruzou os braços, avaliando-o. “E o que esperava? Perguntas genéricas sobre como foi trabalhar no filme?”
soltou um breve sorriso, quase imperceptível.
“Algo assim.” Ela percebeu que ele realmente não estava acostumado com entrevistas que fugiam do óbvio. E, de alguma forma, isso a fez se sentir satisfeita. Mas antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, ele mencionou casualmente: “Vai estar na pré-estreia do filme, certo? Imagino que a revista vá cobrir o evento.”
“Ainda não sei. Devo receber o convite com a equipe da revista.” respondeu, notando o olhar dele permanecer sobre ela por um instante a mais do que o necessário.
assentiu lentamente, parecendo ponderar algo. Então, com um último olhar curioso, ele se afastou.
“Então, se você for, nos vemos lá.”
permaneceu parada por alguns segundos depois que ele saiu. Foi então que o diretor da revista apareceu na porta da sala, animado:
, foi ótimo. Vai ser um sucesso!” Ele disse, abrindo um sorriso largo. “E sabe do melhor? gostou de você.
“É mesmo?” Ela perguntou, surpresa, ainda se recuperando da intensidade da entrevista.
“Sim. E por isso você está garantida para cobrir o evento de pré-estreia do novo filme dele. Vai com uma pequena equipe nossa. Aproveita essa chance, . Se conseguir ganhar a confiança dele, quem sabe conseguimos uma próxima entrevista… mais íntima, entende? As fãs dele iriam à loucura com detalhes da vida pessoal.”
assentiu, mas algo nela se incomodava com aquela ideia. Não era do tipo que gostava de forçar relações só para conseguir pautas. Ainda assim, aceitou. Estava genuinamente curiosa para ver como se comportava diante de uma multidão, cercado por flashes e olhares. Talvez ali, fora da sala de entrevistas, ela conseguisse entendê-lo um pouco melhor.

sabia que a pré-estreia do novo filme de seria um grande evento. Uma noite repleta de estrelas de Hollywood, jornalistas e fotógrafos disputando o melhor ângulo. Ela vestiu um elegante vestido preto de fenda lateral, que se ajustava perfeitamente ao corpo sem ser excessivamente chamativo. O cabelo solto em ondas naturais e a maquiagem equilibrada, realçando seus olhos sem exagero. Queria se destacar, mas sem parecer que estava tentando demais. O salão da pré-estreia estava iluminado por flashes e preenchido por conversas elegantes e taças de champanhe. entrou com sua equipe, os olhos atentos ao ambiente luxuoso, decorado com tons dourados e pôsteres enormes do filme. Mas sua atenção se desviou completamente ao avistar . Ele estava do outro lado do salão, conversando com dois colegas de elenco e um produtor. Vestia um terno escuro, perfeitamente alinhado, com a gravata frouxa e o olhar levemente distraído, até avistar . Havia algo nos olhos dele, um reconhecimento silencioso, como se estivesse surpreso por vê-la ali.
era indiscutivelmente bonito. O terno escuro bem ajustado, os cabelos levemente bagunçados, a expressão séria, mas com aquele ar de mistério que fazia qualquer um querer desvendar seus pensamentos. Ele a observou de cima a baixo, discretamente, mas sem conseguir esconder o súbito brilho nos olhos. O vestido. A forma como ela caminhava. A expressão concentrada e serena. Mesmo cercada pelos outros jornalistas, era como se só ela estivesse ali.
.” Chamou o produtor ao seu lado.
Ele piscou, quebrando o transe, e forçou um sorriso, assentindo. Murmurou algo rápido e educado antes de se afastar discretamente do grupo, indo em direção a jornalista, os olhos fixos nela por tempo suficiente para causar um leve arrepio na espinha.
.” Ele disse seu nome de forma baixa, mas audível, antes de estender a mão para ela, que retribuiu o gesto, mas, em vez de um simples aperto de mão, tocou sua cintura de leve ao puxá-la para um meio abraço, típico de eventos assim. “Você veio mesmo.” Ele comentou, olhando-a de cima a baixo sem qualquer disfarce.
“Era meu trabalho, lembra?” Ela sorriu de lado, tentando manter a compostura.
retribuiu o sorriso e, ainda com a mão na cintura dela, virou-se para cumprimentar os outros membros da equipe.Enquanto a equipe conversava com ele, desviou o olhar discretamente, observando-o com mais atenção. O jeito como se movia, como parecia perfeitamente à vontade naquele ambiente, mas sempre com um ar levemente distante, como se não estivesse inteiramente presente.
Em pouco tempo, foram chamados para algumas fotos promocionais. não tinha certeza de quem havia sugerido, mas de repente estava posando ao lado dele. Primeiro ao lado dos colegas. Depois, só os dois. O fotógrafo os posicionou próximos demais, talvez propositalmente. O ombro de encostava no dela, e suas mãos estavam tão próximas que seus dedos quase se tocaram. Então, com um gesto suave (quase distraído, quase não), ele posicionou a mão na cintura de , como se aquilo fosse parte da pose.

Mas não foi só isso.

Os dedos dele se ajustaram levemente sobre a curva da cintura dela, apertando com firmeza contida. Não forte, mas suficiente para que o toque fosse sentido. tentou se concentrar na câmera, mas sua respiração falhou por um instante, surpreendida pela intensidade súbita de um gesto tão sutil. O corpo dela respondeu com um arrepio involuntário, e ela se obrigou a manter o rosto voltado para a câmera, como se não tivesse sentido nada.

Mas percebeu. E então, com uma naturalidade calculada, deixou escapar um leve sorriso no canto dos lábios.

Após as fotos, ela se afastou para pegar mais uma taça de champanhe (a terceira da noite) e observou de longe quando foi cercado por alguns colegas. Um grupo animado, rindo alto. Entre eles, . já a tinha visto antes, em entrevistas e no tapete vermelho. A atriz tinha uma beleza marcante, uma presença encantadora, e agora, ao lado de , ela parecia confortável demais. tocou o braço dele ao rir de algo que ele disse. Ele retribuiu o gesto com um sorriso. sentiu algo estranho se formar no estômago. Curiosidade talvez. E o champanhe definitivamente não estava ajudando a manter a cabeça fria. Ela desviou o olhar e tentou rir de algo que um dos companheiros da equipe comentou ao seu lado, enquanto, do outro lado do salão, voltou a lançar um olhar em sua direção. Longo. Cauteloso. Como se estivesse tentando adivinhar o que ela estava pensando.

Eles estavam se observando demais. Sentindo demais. E era só o começo da noite.

Conforme o evento avançava, notou que parecia cada vez mais inquieto. Ele cumprimentava os convidados, posava para fotos, conversava com os colegas de elenco, mas havia algo nele – um desconforto sutil, quase imperceptível, mas que ela conseguiu captar. E então, de repente, ele se afastou. Ela o viu sair discretamente por uma das portas laterais do salão de festas e não parecia querer ser seguido. Mas algo nela não conseguiu ignorar o impulso — provavelmente apenas curiosidade, interesse jornalístico, profissionalismo. Com um “já volto” rápido para a equipe da revista, deslizou para fora do salão também, os saltos ecoando mais suave no piso do corredor. Quando o encontrou do lado de fora, estava encostado contra a mureta do terraço, olhando para a cidade iluminada à noite. A brisa noturna bagunçava seus cabelos, e ele parecia aliviado por finalmente ter um momento de paz.
“Se estava tentando fugir da sua própria festa, você está indo bem.” comentou ao se aproximar.
virou a cabeça em sua direção, surpreso por um instante, mas logo um sorriso discreto surgiu em seu rosto, os olhos demorando mais tempo do que o necessário no vestido dela, como se ainda não estivesse convencido de que ela era real ali na frente dele.
“Só precisava de um tempo.” Ele cruzou os braços, inclinando-se contra a mureta. “Mas e você? Perdeu-se no caminho ou veio me vigiar?”
riu, parando ao lado dele.
“Achei que você poderia estar precisando de companhia. Além disso, você é a única pessoa que conheço aqui.”
Ele arqueou uma sobrancelha, a sombra de um sorriso brincando nos lábios.
“E os outros? Aqueles com quem você chegou… sua equipe?”
suspirou, olhando brevemente para o salão iluminado atrás de si, antes de voltar os olhos para .
“Não sou muito próxima deles. Na verdade, me senti meio deslocada.” Ela hesitou por um segundo e, antes que ele dissesse algo, acrescentou com um meio sorriso: “Embora parte da culpa seja minha. Fiquei um pouco… distraída.”
“Distraída?” Os olhos dele se estreitaram, curioso, e ela cruzou os braços, desafiadora, mas o sorriso ainda nos lábios.
“Com o ambiente. Com a tensão. Com você.”
soltou uma risada baixa, um som breve, mas real.
“É mesmo?” Ele deu um passo mais perto, o olhar deslizando pelo rosto dela. “Então acho que estamos quites.”
“Ótimo. Nada como uma distração recíproca.”
Ele a observou por um momento, como se estivesse tentando decifrá-la. Então, sua expressão mudou sutilmente, seus olhos escurecendo um pouco.
“Seu vestido é bonito.” A frase veio sem aviso, e o tom de voz dele era mais baixo, quase rouco.
“Você está me elogiando, ?” arqueou uma sobrancelha e inclinou a cabeça, um leve sorriso nos lábios.
“Só estou constatando um fato.” Ele desviou o olhar para a vista novamente. “Mas acho que já sabia disso quando escolheu ele.”
“Talvez eu só tenha bom gosto.”
a encarou de novo, e dessa vez não havia brincadeira em seu olhar. Apenas algo intenso, algo que fazia sentir um calor inesperado se espalhar pelo corpo. Foi aí que ele ergueu a mão, roçando os dedos na linha do maxilar dela, e deixou que o silêncio falasse por eles por um momento. E então, como se algo invisível os puxasse um para o outro, se moveu. Ele inclinou o rosto na direção dela, e , sem nem perceber, fez o mesmo. O ar parecia mais denso ao redor deles, e quando os lábios de finalmente roçaram nos dela, foi como se uma linha tivesse sido cruzada.
O beijo começou hesitante, como se ambos ainda estivessem decidindo se deviam continuar. Mas a hesitação durou apenas um segundo antes de aprofundar o contato, segurando sua cintura com mais firmeza, puxando-a para mais perto — e ela sentiu a respiração falhar, os joelhos fraquejarem. Quando ele percebeu, sorriu contra os lábios dela e, num impulso, a virou e a prensou contra a parede mais próxima, fazendo soltar um pequeno suspiro surpreso contra os lábios dele. Ela sentiu o frio da parede contrastando com o calor do corpo dele, e aquilo só intensificou tudo. a beijava com uma mistura de urgência e provocação, como se estivesse testando seus limites, vendo até onde poderia levá-la antes que um deles puxasse o freio. Suas mãos deslizaram pela lateral do corpo dela, pressionando sua pele com um leve desespero contido. deslizou as mãos pelos ombros dele, sentindo a tensão de seus músculos sob o tecido do terno, e se permitiu ceder. A respiração se misturava, os corações batiam acelerados, e cada toque parecia incendiar ainda mais a atmosfera carregada ao redor deles.
Foi quem afastou o rosto primeiro, ainda ofegante, o olhar fixo no dela. mal conseguia pensar, o coração batendo descompassado no peito, os lábios ainda formigando. Ela sentia as pernas trêmulas e o corpo pressionado contra a parede como se ainda sentisse as mãos dele ali. Ele ergueu uma sobrancelha, com aquele sorriso torto voltando devagar.
“Isso… definitivamente vai dar problema.” Murmurou, a voz rouca, quase íntima demais para o lugar onde estavam.
soltou uma risada curta, ainda sem conseguir acreditar no que tinha acabado de acontecer. Passou os dedos nos próprios cabelos, tentando se recompor, sem muito sucesso.
“Provavelmente.” Ela ergueu o olhar para ele, com um sorriso de canto. “Mas valeu a pena?”
Os olhos de correram por cada centímetro do rosto dela, como se quisesse memorizar tudo. O batom escuro agora estava borrado nos cantos dos lábios inchados dela, um pouco manchado também nos próprios lábios e no queixo dele. Os fios soltos do cabelo de estavam bagunçados. As bochechas estavam coradas, os olhos brilhando com algo entre surpresa e desejo. Ele parecia fascinado, quase hipnotizado, e deu um passo à frente, levantando a mão como se fosse afastar um fio de cabelo do rosto dela… ou talvez tocá-la de novo. Seus olhos desceram para os lábios dela mais uma vez, e por um instante, ficou claro que ele a beijaria de novo.

E foi exatamente nesse instante que um flash os cegou.

se afastou num sobressalto, piscando rápido enquanto seus olhos tentavam se ajustar à luz. virou o rosto, mas era tarde demais. Uma silhueta se afastava discretamente com uma câmera pendurada no pescoço — que havia capturado exatamente o que não deveria ter sido visto.

O sangue de gelou.

“Merda.” Sussurrou , a mandíbula travada, e eles se entreolharam, os dois ainda respirando fundo, o calor do beijo agora misturado à adrenalina do susto. “A gente tem que sair daqui.” Ele disse, pegando a mão dela com firmeza.

E, naquele instante, eles souberam que tinham um problema.


Continua...


Nota da autora: Primeiramente, gostaria de agradecer a Autumn Night por ter doado esse plot perfeito. Segundamente, gostaria de agradecer a icônica Vivian Darkbloom por me incentivar (ameaçar) a pegá-lo. Amei fazer o começo dessa fic e espero que vocês estejam tão ansiosas quanto eu pra saber as consequências desse flagra dos pps. Algo me diz que essa colega dele vai ser uma pedra no sapato da pp...

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