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Codificada por: Aurora Boreal

Última Atualização: Fanfic Finalizada.

— Era uma maldita pista falsa! — adentrou a sala, bufou e levou as mãos aos cabelos, sentindo uma vontade absurda de arrancar todos os fios.
— Como é? — levantou os olhos, surpreso. Encarou a mulher de cima a baixo e analisou seu estado de puro nervosismo. teve vontade de explodir a cabeça do homem. Como ele podia estar tão calmo em uma situação como aquela?
— O desgraçado nos enganou mais uma vez, ! Eu deveria ter imaginado! Uma porcaria de uma ligação de uma vítima na calada da noite? Ele não seria tão idiota a ponto de denunciar a própria localização, a menos que já tivesse tudo muito bem arquitetado. Ele está brincando conosco! Está nos manipulando para os lugares errados e...
, faça o favor de se acalmar e me explicar essa história direito! Pista falsa? Ligação? — Ele se aproximou da e tentou segurá-la pelos ombros, porém foi impedido por um tapa em suas mãos.
— Você não está entendendo, não é? Nós falhamos mais uma vez, ! E eu não me surpreenderei se mais uma vez o agente Parker entrar por aquela porta e anunciar que mais uma atrocidade aconteceu. — Ela apontou para enfatizar o que dizia enquanto suas mãos tremiam de raiva.
Estava se sentindo como uma marionete em meio ao espetáculo armado pelo Estripador de Baltimore. Meses naquele caso e, em vez de progredirem, pareciam cada vez mais distantes do culpado. Os ânimos estavam cada vez mais aflorados, a pressão por ser a principal agente encarregada do caso caía sobre seus ombros, a enlouquecendo. Ver que permanecia parado da mesma forma que antes e a encarando com um olhar confuso, porém sem abandonar a calma que exibia quando ela adentrou a sala, deixou ainda mais irritada.
Explodir a cabeça do agente talvez fosse pouco.
! — O grito dela o fez levar um pequeno susto.
... — fez menção de começar, mas foi interrompido pela mulher.
— Pare de me chamar de ! — o repreendeu, em tom arisco.
— Agente se corrigiu, enquanto reprimia a vontade de revirar os olhos. Optou por se manter controlado, por mais que a irritasse ainda mais com aquilo. — Gritar e arrancar os cabelos não lhe ajudará a resolver o caso. Precisamos ser racionais. Se essa ligação partiu dele, algo nós podemos extrair disso. O Estripador pode até ser inteligente, mas nós não estaríamos aqui nesta sala e você não estaria no comando do caso se não fôssemos capazes de pensar à frente dele.
soltou um longo suspiro e deixou sua postura relaxar um pouco. Pela primeira vez, seus olhos se encontraram com os de . Ele lhe abriu um meio sorriso, encorajando a mulher a se sentir mais tranquila para que pudesse raciocinar.
— Você tem razão, . Preciso manter meus pensamentos em ordem, só assim conseguirei encontrar um culpado. O problema é que tudo só está piorando. Cada movimento que fazemos é frustrado por ele e...
— Pare de se culpar, . Nós vamos achar esse assassino, está bem? Tente não ficar tão frustrada. Desde o começo você sabia que não seria fácil. É esse o fardo de caçar assassinos em série, não é? Temos que nos acostumar a sermos enganados, só assim poderemos de fato encontrar a falha que os entrega.
suspirou mais uma vez, então retribuiu o gesto dele e também o lançou um meio sorriso, por mais que ainda estivesse incomodada e até mesmo inquieta com toda aquela situação.
Sim, estava acostumada com assassinos em série. Desde muito nova, sempre sentiu interesse em entender como funcionavam suas mentes e foi isso que a fez se especializar em psiquiatra forense, para se juntar ao FBI assim que a oportunidade lhe surgiu. logo se mostrou um prodígio. Sua dedicação, sua capacidade de raciocínio prático e a inteligência aguçada se sobressaíam e calavam a todos que ousavam dizer que ela estava ali somente pela beleza exuberante. Dona de curvas avantajadas, cabelos e ondulados, lábios cheios e olhos , era difícil não notarem a presença da agente. Cada rosto, masculino ou feminino, se virava para admirá-la quando passava, mas não era só isso, era imponente e tinha uma atitude invejada por muitos. Ela não costumava ser do tipo que perdia o controle, mas era teimosa ao extremo, e não conseguir atingir suas metas era motivo suficiente para que a mulher desejasse arrancar os cabelos e explodir cabeças por aí.
Sua personalidade era extremamente forte, não demonstrava momentos de fraqueza diante de qualquer pessoa, e era um dos únicos “privilegiados” a presenciá-los. Ele nunca se surpreendia, já havia se acostumado com a personalidade da .
era como um furacão.
Apesar de procurar sempre se manter impassível e esconder suas emoções diante dos demais, com ela não conseguia. Não quando os olhos daquele homem a encarava tão invasivos, tão... encantadores. já havia admitido há um bom tempo para si mesma que sentia algo por , mas seu orgulho não permitia que o agente soubesse. Desconfiava que ele já houvesse percebido o quanto mexia com ela, do contrário, não se aproximaria dela daquela forma e não tocaria seu rosto como fez naquele momento.
O olhar de se desviou por poucos segundos dos olhos dele para os cabelos , escondidos pelos óculos de grau, que o deixavam com um ar sexy que ela só havia percebido que lhe atraía quando conheceu . Ele sabia ser sedutor e misterioso ao mesmo tempo, ou aquilo era apenas fruto de sua mente fantasiosa? a deixava inquieta, e, ao mesmo tempo em que a irritava completamente, havia algo naquele homem que a puxava em sua direção. Às vezes podia jurar que se divertia com aquilo, mas então balançava a cabeça negativamente. Se recusava a acreditar, porque, por mais clichê que soasse, era diferente de todos os caras que ela havia conhecido. Havia algo nele, só não conseguia decifrar o quê exatamente.
A mulher mordeu os lábios de forma discreta e buscou se controlar para que seus olhos não se fechassem com o toque dele. Usou o máximo de esforço que possuía para retirar a mão do homem de seu rosto e o lançou um olhar de repreensão antes de desviar o rosto do dele, então puxou o ar para que pudesse responder da forma fria e habitual, revestida pela armadura .
No entanto, o que quer que estivesse disposta a dizer, foi interrompido quando o agente Parker irrompeu pela sala, sem ao menos bater à porta, e os lançou um olhar que misturava apreensão e frustração.
Então o que a mulher previra aconteceu.
— Mais uma vítima encontrada, agente . O padrão é semelhante. — O rapaz viu o olhar dela faiscar em sua direção.
— Merda! — passou por sem olhá-lo novamente e seguiu o agente Kyle Parker.
soltou um suspiro antes de ir atrás dos dois.

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A cena do crime já estava isolada pela fita amarela, enquanto o fotógrafo se encarregava dos registros. Os flashes pareciam sair em câmera lenta, enquanto os agentes e se aproximavam após colocarem o equipamento de proteção individual necessário.
Como Parker havia informado antes, o padrão era semelhante.
O corpo da jovem, tão pálido que poderia se mascarar à neve que cobria o local, estava meticulosamente posicionado ao chão. Os cabelos longos, ondulados e em tom claro, cobriam parte da genitália, segurados por uma das mãos enquanto a outra cobria os seios. Ela estava despida e seus olhos estavam fechados, como se dormisse tranquilamente. O abdômen estava costurado da base das costelas até quase alcançar o baixo ventre, como se tivesse sofrido uma cirurgia recentemente, e eles não duvidavam que deveria mesmo, porém em circunstâncias diferentes das habituais. achou aquela cena levemente familiar, como se já tivesse encontrado alguma outra vítima em igual situação, mas então sua busca por lembranças foi interrompida pela voz de , que murmurou em um tom de compreensão, somado a mais algo que ela não soube detectar muito bem, talvez devido à pequena confusão em seus pensamentos. Por mais que estivesse acostumada a ver cenas como aquela, principalmente naquele caso, não deixou de se sentir estranha ao notar o quão jovem a garota era. Não deveria passar dos 16 anos.
— Botticelli. — Foi a única palavra que ecoou dos lábios de .
— Como é? — o olhou, sem entender o que ele queria dizer.
— É Botticelli. Uma representação de “O Nascimento de Vênus” — ele explicou, sem desviar o olhar do corpo da jovem. Parecia vidrado e passos lentos o aproximaram cada vez mais.
A compreensão então também tomou os pensamentos de e ela se permitiu raciocinar.
— Oh, é claro! Ele não dispensaria a chance de deixar sua marca registrada — ela retrucou, em concordância.
O Estripador de Baltimore era, aparentemente, um grande apreciador de obras de arte. Em todos os seus crimes, nunca deixava de posicionar os corpos em representação a uma pintura famosa. Não se podia negar que possuía um gosto extremamente refinado, além de um perfeccionismo exagerado, já que toda a cena era sempre milimetricamente montada. O corte no ventre da garota também era um ponto característico do padrão do assassino, ele gostava de remover órgãos vitais das vítimas, órgãos que poderiam ser aproveitados.
Aquela era a décima terceira vítima encontrada. Há cerca de quatro meses, o FBI recebia sua primeira chamada, indicando que um assassinato brutal havia acontecido. Porém, aquela não era a primeira morte causada por aquele criminoso. O Estripador de Baltimore já havia causado uma onda de terror quinze anos atrás e acreditava-se que havia sido morto, o que ele fez questão de mostrar que não era verdade ao retornar com uma crueldade ainda maior.
estendia sua mão direita na direção do corpo da garota e o delineava de cima a baixo no ar, como se estivesse a tocando e apreciando o que seus olhos miravam. Aparentemente, os pensamentos do rapaz trabalhavam sem descanso, enquanto ele tentava juntar algumas peças daquele quebra-cabeça. Peças como a mancha de sangue tingindo de vermelho parte dos cabelos da garota, assim como a neve onde a cabeça dela repousava.
teria estranhado a atitude do homem, se não o conhecesse muito bem, era extremamente observadora e seu interesse secreto por ele fazia com que a mulher o analisasse sem que ele mesmo percebesse, embora houvesse coisas nele que não conseguia compreender, por mais que tentasse.

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? — ela murmurou ao notar a expressão do rapaz, após alguns minutos em que o silêncio era interrompido apenas pelo som de algumas conversas eventuais de agentes que passavam pelo corredor, separado pelas portas do necrotério. O corpo estava agora em cima de uma das macas, enquanto o Dr. Leindecker prosseguia com a necropsia. Ele havia virado o cadáver em decúbito ventral e, a partir daí, foi possível evidenciar a mancha de sangue, agora seco, nos cabelos da jovem. havia soltado uma pequena exclamação e seu rosto estampava a compreensão, ato que fez questioná-lo de imediato, alternando seu olhar dele para o doutor, já que este parecia partilhar da mesma compreensão que .
— A cabeça dela, . Nosso Estripador não gosta muito de dar pancadas na cabeça, lembra? Quando é preciso lutar, ele gosta de estrangular, mas, aparentemente, resolveu que acertar essa seria melhor. — Ele indicou a mancha de sangue com um movimento de cabeça. Os olhos da mulher de imediato se focaram no ferimento e mudaram para o Dr. Leindecker em questionamento. Ele havia pegado uma tesoura e cortava os cabelos da garota, a fim de que pudesse observar o ferimento com maior precisão.
Depois de alguns segundos de análise, ele suspirou e retribuiu o olhar da , que estava impaciente pela resposta.
— O Sr. está certo. A causa da morte foi traumatismo craniano devido a uma lesão contundente. Os pequenos círculos indicam que o instrumento utilizado possivelmente foi um martelo, e, pelas escoriações nos joelhos, nas mãos e nos antebraços da vítima, ela se arrastou para fugir do agressor — enquanto falava, o doutor indicava os ferimentos. — Essa garota sofreu um bocado antes de morrer.
Algumas coisas soavam estranhas à enquanto a explicação era dada. Tinha algo errado naquele modus operandi.
— Você percebeu também, não é? — interrompeu os pensamentos dela, já sabendo que a garota partilhava da mesma conclusão que ele. — O Estripador não costuma abater suas vítimas com pancadas na cabeça. Tampouco permite que elas lutem com ele, porque gosta de proporcionar a elas uma morte rápida. A tortura não costuma o agradar, o que não o torna menos cruel porque ele se diverte estripando-as depois — ele repetia as informações que eles já sabiam de cor apenas para complementar os pensamentos da agente e ela o encarava fixamente, entendendo aonde ele queria chegar. — Nesse caso, nós temos duas opções, .
— Ou ele está brincando conosco novamente, ou temos um imitador — completou e desejou internamente que a resposta correta não fosse a segunda opção.

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É possível idolatrar um monstro? Alguém teria a capacidade de sentir tamanha empatia a ponto de ver cada uma de suas atrocidades como ações provenientes de um dom divino, algo que merece apreciação e reconhecimento? É possível sentir uma fixação tão grande a ponto de corromper a distinção do que é certo e do que é errado, das leis que a sociedade impõe?
Por mais absurda que a ideia seja, se apaixonar pelas ações de um monstro não é somente possível, como ocorre em situações reais e talvez a culpa por tais sentimentos esteja presente, mas aquele que possui a capacidade de venerar um monstro também possui uma necessidade tão grande de ser como seu ídolo que adquire características deste. E, como o seu senhor, ele se priva de todo e qualquer sentimento de remorso ou culpa.
Se você venera um psicopata, o que te impede de se tornar um psicopata também? O que lhe impede de bloquear os sentimentos julgados meramente humanos e se render à compulsão, ao prazer de matar? Até que ponto existe um limite?
Ali, mais próximo do que todos imaginavam, estava alguém disposto a tudo por seu senhor. Alguém que se camuflava em meio à multidão, observava os pequenos detalhes, apreciava cada uma das obras de seu mestre e ansiava ser notado por ele.
Aos seus olhos, cada ação daquele assassino soava como a composição de mais uma obra de arte, meticulosamente planejada e moldada para a plateia, que não sabia dar o verdadeiro mérito que ele merecia. Cada uma de suas composições era épica, digna de estar presente nas melhores exposições, digna a ponto do nome do Estripador de Baltimore ser estampado para que todos vissem e contemplassem. A desvalorização precisava ser revertida. Um artista como aquele merecia todo o reconhecimento do mundo. Merecia aplausos dos céus e da terra. Merecia que todos se curvassem diante daquela magnitude.
E era isso que aquele grande admirador fazia. Era o que ele tanto ansiava e buscava com cada vez mais afinco. Recompensaria seu senhor e mostraria a ele o quão majestoso era, o quanto contribuía para a humanidade com cada uma de suas obras. Faria com que ele percebesse o quão grandioso era e talvez, com aquele gesto, poderia encorajar outras pessoas a saírem das sombras e também homenagearem aquele que servia de grande inspiração.
Sabia que era pequeno diante da mera sombra de seu ídolo e que, por mais que tentasse copiar cada obra, jamais alcançaria tamanha grandeza, porém tinha consciência também de que seu senhor se sentiria honrado. Não haveria prêmio melhor do que receber tamanha demonstração de admiração e afeto. Aquilo ficaria marcado para sempre nas memórias do Estripador de Baltimore.
Com cada uma das vítimas que ele recolhia, ele iria compor uma obra para seu mestre. Algo simples, porque não possuía habilidade o suficiente para algo majestoso e jamais alcançaria tamanha grandeza, mas que simbolizaria o quanto era inspirado por ele. O quanto sua alma era alimentada e acalentada por aquele assassino.

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Adentrou o grande galpão abandonado. Carregava consigo mais uma das almas ao segurar o corpo do jovem com firmeza em seus ombros e caminhar lentamente por entre os corpos, tomando o devido cuidado para não pisar e estragar o progresso que já havia feito. Devido ao estado de inconsciência, o corpo estava ainda mais pesado e pendia molemente, mas aquilo não era exatamente um problema, pois seu critério de escolha selecionava vítimas de porte médio, o que ele conseguiria carregar sem problemas.
Chegou ao local onde a continuação de sua obra deveria tomar seguimento, deu uma olhada rápida pelo trabalho já realizado e então voltou seus olhos ao lugar que estava destinado àquela vítima. Se pôs então a iniciar seus trabalhos, depositando o cadáver próximo dos demais. Como nos outros, a resina foi utilizada para a preservação e ele pegou a linha grossa e a agulha, se sentou calmamente diante dos cadáveres e começou a costurá-lo nos outros, de maneira que seu presente tomasse cada vez mais forma. Cada corpo acrescentado era mais um degrau que ele escalava para atingir seu objetivo, que não estava muito longe de ser alcançado.
E, como seu mestre, ele também era meticuloso. Escolhia os elementos de sua obra com precisão e cautela. A aproximação da vítima era feita de forma detalhadamente planejada. Conquistava a confiança, se mostrava uma pessoa dócil e quando, enfim, seu objetivo era alcançado, ele atacava e arrancava a alma tão preciosa.
Tomava os devidos cuidados para seguir o mesmo padrão de seu ídolo porque não queria receber reconhecimento algum que não fosse o dele. No caso de algum deslize acontecer, o Estripador receberia todo o crédito e, assim, seu nome receberia cada vez mais atenção.
Ele sabia como era vaidoso e seus feitos não iriam irritá-lo, muito pelo contrário. Porém, se, durante o processo, percebesse que a vítima capturada não se encaixava adequadamente à composição de sua obra, não hesitava em descartá-la e se desfazia com o tratamento digno que merecia: como o lixo que era.
No caso da jovem fujona, ele tinha um lugar especial para ela, contava que fosse uma das peças principais de sua obra, mas uma mudança de planos fez com que precisasse descartá-la também e deixou que o corpo fosse encontrado para que seu senhor notasse que não estava sozinho, que tinha alguém que o admirava a ponto de lhe entregar almas puras como a daquela garota.
Ela havia lutado, havia colocado toda a força que podia em seus músculos, lutado contra o copiador e errado um chute em seu rosto por pouco, mas conseguiu se livrar de seus braços. E, com o desespero irrompendo de seus pulmões, ela disparou por entre as árvores que isolavam o galpão abandonado do restante da cidade.
Seus pés descalços protestavam contra as pedras, latejando e ardendo devido aos arranhões que eram causados. O frio gritava em cada poro de sua pele nua, invadia cada célula de seu corpo e sugava toda a força que ela tentava impor sobre seu corpo.
Lutou até não conseguir mais, até o cansaço lhe vencer e seus pés lhe traírem, pisarem em falso e lançarem seu corpo ao chão, ardendo quando os arranhões rasgaram sua pele.
Se arrastando, num fio de esperança, ela pôde ouvir os passos de seu assassino se aproximarem e, pela falta de ar em seus pulmões, a única coisa que lhe restou foi soltar um soluço esganiçado. As lágrimas escorreram por suas bochechas e ela fechou os olhos, implorando por misericórdia, mas não recebeu a resposta que esperava.
Uma pancada lhe deu a sensação de que tudo se resumia à dor, e enlouqueceria se outra não seguisse à primeira, e mais outra, e mais outra. A morte então lhe ofereceu sua mão amiga, e ela a abraçou e se rendeu à escuridão.
Um sorriso moldou os lábios do agressor e seus olhos se desviaram para o martelo ensanguentado em suas mãos antes de o largar de qualquer jeito. Como o seu senhor, ele sabia a melhor maneira de não deixar vestígios seus e por isso suas mãos e suas roupas estavam devidamente protegidas.
Ele pegou a garota no colo e caminhou com ela até o galpão, onde depositou o corpo sob uma maca e preparou o bisturi para a incisão no abdômen. Escolheu seu fígado para também enviá-lo como souvenir para aquele que tanto admirava. Depois que o procedimento cirúrgico fora realizado com sucesso, ele voltou a segurar o cadáver em seus braços e caminhou tranquilamente até seu carro, seguindo para o local perfeito para a desova. Não se preocupava em ser visto, pois aquela região não recebia muitas visitas, e, quando recebiam, elas eram misteriosamente capturadas.
Quando então encontrou o local perfeito, fez questão de arrumar o corpo da jovem em uma representação a um dos pintores que ele sabia que seu assassino mais apreciava: Botticelli.
E, com mais um sorriso satisfeito nos lábios, o copiador tratou de retornar ao galpão, onde se livraria de seus equipamentos e se prepararia para presenciar o próprio feito.
Quando o FBI encontrasse o corpo, o Estripador de Baltimore teria conhecimento sobre seu maior fã. A ansiedade por aquilo fez com que ele não conseguisse dormir.

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Algumas semanas haviam passado, era quase fim de tarde e já fazia algumas horas que andava de um lado para o outro em sua sala, parando algumas vezes para voltar seu olhar para o mural onde as fotos das vítimas se interligavam com informações que iam descobrindo sobre o assassino. No meio daquilo, a nova vítima, identificada como Alycia Thompson.
A cada vez que seus olhos se demoravam em analisar a posição do corpo da garota, focando nas escoriações em seus braços e pernas, ela agora conseguia imaginar perfeitamente o desespero da garota, em como teria se arrastado, numa tentativa frustrada de escapar àquela sombra que era o seu assassino.
Ter uma sombra no lugar de um rosto era o que lhe deixava impaciente. Que grande merda era aquela? Mais uma incógnita no meio de todo aquele caos? Só podia ser brincadeira com ela!
Só podia ser mais uma artimanha do Estripador de Baltimore.
A sala de era separada das demais por paredes de vidro e as persianas abertas proporcionavam a a visão perfeita da e do seu caminhar impaciente. Ele procurava ser o mais discreto que podia, observava cada movimento dela e achava graça de todo aquele nervosismo que exalava dela. Sabia muito bem as implicações do surgimento de um imitador naquele caso, que já era extremamente complicado, mas era difícil não se deixar levar pelo quanto achava adorável a maneira da mulher agir.
Os olhos de passeavam pela extensão do corpo da mulher, analisavam a pele descoberta de suas pernas, subiam por suas curvas perfeitas e o delinear de sua cintura e paravam momentaneamente nos lábios cheios.
Dizer que era bonita seria muito pouco. Ela era uma verdadeira obra de arte. Um pequeno sorriso se formou nos lábios do homem.
Por mais discreto que fosse, acabou notando que alguém lhe observava. Seu rosto então se virou na direção da mesa de e seus olhos se encontraram com os dele. Um arrepio passou por toda a sua espinha ao notá-lo faiscar e, pela primeira vez, ela percebeu que também a desejava.
Sentiu vontade de chamá-lo para sua sala e agarrá-lo naquele mesmo momento para enfim saciar toda aquela ânsia de ter aquele homem para si. Ela mordeu os lábios discretamente e acabou por apenas abrir um pequeno sorriso para ele, o encarando de cima a baixo, sem ser muito discreta.
O barulho do telefone fez com que se sobressaltasse e ela olhou atordoada para sua mesa, demorando alguns segundos para enfim atender.
— Agente ? — Adquiriu uma expressão séria ao ouvir uma voz modificada eletronicamente e sabia muito bem quem era seu dono.
— É ela falando — respondeu, sem demonstrar surpresa em seu tom de voz. Se manteve neutra e atenta ao que ouviria a seguir.
— Você é a próxima. — Foi tudo o que ouviu, antes do bipe anunciar o fim da chamada.

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O Estripador de Baltimore olhava a nova publicação com curiosidade. Aparentemente, ele havia cometido mais um assassinato e ao menos estava ciente daquilo. Estava intrigado com a ação de seu imitador e levemente confuso com a forma que deveria ver a situação.
Por um lado, se sentia insultado pela audácia de acharem que poderiam copiá-lo, ou, de repente, superá-lo com todo aquele teatro. Por outro, sua vaidade e ego extremamente elevado faziam com que um sorriso presunçoso se formasse em seus lábios. Já era óbvio para ele que possuía diversos admiradores de seu trabalho, assim como pessoas que se inspiravam em suas obras de arte.
Balançava a caneta por entre os dedos enquanto refletia, então resolveu que não iria tomar decisão alguma em relação ao que deveria sentir. Em vez disso, continuaria apenas observando os próximos passos de seu admirador, avaliaria cada um deles e procuraria conhecer mais aquele que o idolatrava tanto a ponto de imitá-lo. Não teria dificuldade alguma em localizá-lo e, quando o fizesse, dedicaria parte de seu tempo apenas contemplando-o.
Um pacote fechado estava em cima de sua mesa de trabalho e, após desviar seus olhos da caneta em suas mãos, resolveu dar a ele a devida atenção.
Se desfez do papel pardo que o embalava e primeiro pegou o bilhete que estava preso do lado de fora de uma caixa de isopor.

“Espero que o simples souvenir o agrade. É apenas uma pequena amostra de toda a grandeza que merece”.

A caligrafia não era exatamente refinada, mas o autor parecia ter tomado cuidado para torná-la o mais legível possível. Não havia nenhuma identificação, mas ele não precisava daquilo, porque a letra já havia denunciado quem era o seu admirador.
Se o objetivo era deixá-lo levemente curioso, este fora alcançado com sucesso. O Estripador largou o bilhete em cima da mesa e então voltou sua atenção para a caixa, abriu-a com cuidado e uma gargalhada ecoou de seus lábios ao ver o que havia dentro dela.
Definitivamente, ele tinha um admirador para lá de interessante. E a brincadeira seria extremamente divertida dali para frente.
Era tão sádico quanto ele e sabia apreciar a beleza daquilo.
Passou a língua pelos lábios e então se levantou da cadeira, carregando a caixa consigo para guardar aquele souvenir.
Prepararia um banquete para seu fã quando o momento certo aparecesse.
Naquele embrulho jazia o fígado de Alycia Thompson.

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não queria admitir, mas aquela ligação a deixou tão apavorada que a ideia de ficar sozinha lhe parecia extremamente absurda. Ela andava pelo estacionamento da agência e olhava ao seu redor com um nível de paranoia maior do que o habitual.
Parecia que a qualquer momento seria rendida pelo assassino e apenas poucas horas seriam necessárias para que o corpo dela fosse localizado em algum lugar qualquer, representando mais uma das pinturas que aquela mente psicótica tanto apreciava.
O barulho de passos fez com que congelasse com a chave posicionada na porta do carro. Forçou sua mão a prosseguir e destrancá-la para sair logo daquele lugar, mas não conseguia, estava travada. Engoliu em seco, com um medo terrível de virar para trás e dar de cara com o assassino, então apenas permaneceu ali, esperando os passos se aproximarem lentamente.
Não sabia se era mera impressão sua, mas sentiu uma respiração muito próxima ao seu pescoço e, quando ouviu aquela voz, um pouco mais distante do que esperava, seu coração deu um salto pelo susto.
? — Sentiu o peito aquecer ao reconhecer aquela voz e um suspiro aliviado escapou de seus lábios. O estado de alerta lhe abandonou, e ela então se virou e encontrou os olhos de atentos sobre ela.
— ela murmurou, não tendo certeza se ele havia escutado sua resposta.
— Está tudo bem? — Ele deu um passo em sua direção e analisou a expressão ainda assustada da mulher.
— Eu... — Estava pronta para afirmar que estava bem, mas não conseguiu. Algo no olhar dele fez com que um nó se formasse em sua garganta e engoliu em seco, impedindo o choro de aparecer, porque seu orgulho jamais lhe permitiria tamanha demonstração de fraqueza.
— Você não precisa vestir essa armadura quando está comigo, , sabe disso — ele disse, o que fez com que a mulher soltasse um longo suspiro e então se lançasse nos braços dele, o apertasse contra seu corpo, afundasse o rosto em seu pescoço e sentisse o perfume gostoso que ele usava invadir suas narinas.
não recusou o abraço. Envolveu a cintura dela com suas mãos e acariciou suas costas lentamente, subiu uma delas de forma lenta, enquanto desenhava as vértebras de sua coluna, numa maneira de tentar acalmá-la. No entanto, ao contrário disso, o apertou ainda mais contra si e deixou que lágrimas silenciosas escorressem por suas bochechas e molhassem a camisa dele.
— Estou com medo, — ela murmurou, com a voz rouca. Um soluço baixo escapou de sua garganta e a mulher o conteve, respirando fundo para tentar se controlar.
— Você não deveria andar sozinha por aí, . O que deu em sua cabeça para resolver ir para casa assim, sem pedir que algum agente pelo menos a acompanhasse até a porta de sua casa? — ele disse, a sentindo se desvencilhar dos braços dele e o encarar enquanto enxugava as lágrimas.
— Eu sou uma agente do FBI, . Sou a comandante dessa operação que vai prender aquele maldito. Sei muito bem como me defender e não preciso de guarda costas, nunca precisei. Se ele se acha bom o suficiente para me ameaçar e vir para cima de mim, eu sou ainda melhor. — E ali estava a armadura novamente. O orgulho daquela mulher também nunca lhe permitiria admitir que ele estava certo.
Mas a conhecia muito bem, por isso sua expressão preocupada amenizou e um sorriso se formou em seus lábios.
— Não duvido de nada disso, mas não vou deixar seu orgulho lhe cegar, . Vou com você até sua casa — ele disse decidido.
— Como é? — estava surpresa com a atitude dele, mas logo se recuperou para recusar aquela oferta. — De forma alguma. Você vai para a sua casa, . Não preciso de guarda costas, já falei.
— E quem foi que lhe disse que irei como um guarda costas? — Ele sorriu para ela e a lançou um olhar repleto de significados. — Vou como seu amigo, . Não vou deixar que ninguém lhe faça de vítima.
Ela permaneceu encarando os olhos dele por alguns segundos e tentou decifrar tudo o que se passava neles, ao mesmo tempo em que algo dentro dela tentava encontrar qual era a pegadinha naquilo tudo. Porque, por mais que devaneasse sobre o quanto a atraía, nem em seus sonhos havia imaginado que ele a olharia daquela forma algum dia.
— Isso não foi uma pergunta, — ele interrompeu os pensamentos dela e indicou que entrasse no carro. Sem que a mulher se desse conta, ele havia pegado a chave de suas mãos e aberto a porta do carona, a segurou e esperava pacientemente que entrasse.
Ainda atordoada, acabou por se render e entrou no carro, o viu ocupar o lado do motorista logo em seguida e dar partida, seguindo para a casa dela.
Durante todo o trajeto até a casa de , a mente da mulher trabalhava a mil e ela desejava que os minutos demorassem a passar. Não queria ficar sozinha de jeito nenhum, mas sabia que era orgulhosa demais para pedir que ficasse com ela. Imaginava também que o homem não aceitaria, afinal, ele também tinha uma vida e provavelmente estava apenas sendo gentil com ela, porque presenciou seu momento de fraqueza.
Como se amaldiçoava por ter deixado aquilo acontecer!
Quando o carro estacionou dentro da garagem da casa, segurou o cinto de segurança com um pouco de força, respirou fundo e tomou coragem para se despedir de , enquanto um outro tipo de impulso começava a lhe dominar. Ele havia respeitado o silêncio dela enquanto lhe lançava olhares pelo canto dos olhos. Por mais que fossem próximos, havia algo naquele dia que estava diferente entre os dois. Uma espécie de tensão que havia surgido desde que ela havia retribuído os olhares dele no FBI.
desligou o motor do carro e então saiu do veículo, dando a volta para abrir a porta para que saísse, porém ela já havia o feito. Ele soltou um pigarro ao se preparar para se despedir da , mas então foi surpreendido quando a mulher caminhou decidida em sua direção, envolveu seu pescoço com os braços e grudou seus lábios nos dele.
não sabia ao certo o que lhe movera a ter tal atitude. Não sabia se fora o desespero pela ideia de ficar sozinha, ou se fora algo na maneira como os olhos de faiscaram em sua direção quando ela o olhou.
As mãos dele foram de imediato para a cintura dela, a apertaram com firmeza e trouxeram o corpo dela para mais perto do seu, na intenção de sentir cada pedaço da mulher colado ao dele. aprovou aquele gesto, soltou um gemido baixo e sugou o lábio inferior dele, o puxando com os dentes antes de retomar o beijo e sentir sua boca ser invadida pela língua dele, que acariciava a dela com voracidade. As unhas de uma das mãos de se ocuparam em arranhar a nuca dele com vontade, enquanto a outra adentrava os fios de seus cabelos, os puxando sem delicadeza alguma.
delineou a cintura da mulher com uma das mãos, passeou pela lateral de seu corpo e apertou da mesma maneira que havia se imaginado fazendo enquanto a observava pelas paredes de vidro da sala. Desceu ainda mais sua mão, envolveu a coxa dela e a puxou para cima, fazendo com que envolvesse a cintura dele com aquela perna, o que aumentou o contato de seus corpos.
O beijo ganhava cada vez mais intensidade e ambos pareciam ainda mais famintos um pelo outro. queria se livrar de cada peça de roupa daquele homem e não se importava que ainda estivessem na garagem da casa, tampouco que caminhasse com ela em direção ao capô do carro e a empurrasse sobre este em seguida.
se deixou levar e o puxou pela gola da camisa, logo se ocupou com os botões e soltou um por um, enquanto as mãos continuavam passeando por suas coxas, por dentro da saia.
Ele subiu ainda mais seus toques e soltou um grunhido rouco quando tocou a boceta dela por cima da calcinha de renda, sentindo sua umidade. O desejo de por aquele homem era tanto que ela estava pingando de tesão e ansiava por sentir cada vez mais dele.
Quando os dedos de começaram a se mover de forma circular sobre o clitóris dela, ela mordeu os lábios dele mais uma vez e deixou um gemido baixo escapar. Se livrou da camisa dele, passando a língua pelos lábios ao encarar o peitoral de , ainda melhor do que imaginava.
Na verdade, estar com ele superava todas as expectativas que um dia ela tivera. se sentia ainda mais encantada pelo homem. Seu coração batia num ritmo extremamente acelerado, que com toda certeza era resultado do prazer que lhe proporcionava, unido a mais algo que já sabia que sentia por ele há algum tempo. era completamente apaixonada por .
A mão dele agarrou o elástico da calcinha de renda delicada dela e puxou com força, rasgou o tecido e atirou a peça para longe, o que fez a mulher soltar uma risada baixa, calada pelos dedos dele adentrando sua boceta com vontade. começou a mover seus dedos com maestria, entrando, saindo, girando, tocou seu clitóris com o polegar e massageou rapidamente. Ela estava cada vez mais enlouquecida e seus pés tocavam a ereção dele por cima da calça.
não queria mais esperar, não queria mais brincar. Queria arrancar as calças dele e senti-lo por inteiro dentro dela. Sua boca salivou ao notar o tamanho do volume nas calças dele e, soltando um gemido um pouco mais prolongado, depositou um selinho nos lábios do homem e o afastou para se sentar e abrir o cinto dele com euforia.
Quando puxou a calça e a cueca de e viu o pau dele quase saltar em sua direção, tão rígido, tão delicioso, passou a língua pelos lábios, aproximou sua boca e depositou um beijo leve na cabecinha. Sua língua deslizou por toda aquela extensão repleta de veias saltadas, que tornavam ainda mais evidente o quão duro ele estava. deixou um gemido rouco escapar, segurou os cabelos dela e acariciou antes de envolvê-los com uma das mãos, como se os enlaçasse. A não hesitou em colocá-lo por inteiro na boca e começou a chupá-lo com vontade, fazendo movimentos de vai e vem e alternando com lambidas, girando sua língua por ele todo. murmurava palavras desconexas, a estimulava a chupá-lo com cada vez mais vontade e suas mãos forçavam a cabeça dela em sua direção para sentir seu pau tocar fundo na garganta da mulher.
Seu pau pulsava com cada vez mais intensidade e ele teria gozado dentro daquela boca carnuda e deliciosa se a vontade de meter na boceta dela até ouvi-la gritar não fosse maior.
Ele a afastou, a puxou pelos cabelos e uniu seus lábios novamente, com um beijo ainda mais intenso, enquanto tocava seu seio com vontade por cima da blusa. Se ocupou então de livrá-la de todas aquelas roupas, arrancou peça por peça e atirou em um canto qualquer.
Quando finalmente estava despida, lhe lançou um olhar ardente de tesão, sendo retribuído por ela enquanto ele pegava um pacote de preservativo de dentro da carteira em seu bolso, e o vestiu em seguida.
O corpo da mulher voltou a relaxar em cima do capô do carro e ele envolveu a própria cintura com as pernas dela, subiu por cima da mulher e posicionou seu pau na entrada da boceta encharcada. Pincelou algumas vezes, apenas para vê-la morder os lábios e gemer em protesto, para depois invadi-la de uma vez e com força.
Sentiu seu pau tocá-la bem fundo e não esperou que ela se recuperasse, continuou se movendo com cada vez mais intensidade, sentiu que o prazer lhe invadia de forma absurda, e, com o prazer, aquela vontade de ter mais.
soltava gemidos contínuos, completamente preenchida e extasiada pelo tesão que só aumentava. Seus olhos se apertavam com força e ela cravava as unhas nas costas dele também com força, deslizava por toda a extensão e arrancava grunhidos ainda mais excitados por parte dele.
segurou os cabelos dela com força novamente, enquanto seus quadris se chocavam. Ruídos surdos ecoavam por todo o local, misturados aos gemidos e grunhidos dos dois. O suor escorria de seus corpos e ela mordeu os lábios com ainda mais força, ao sentir que seu ápice estava muito próximo.
desceu uma de suas mãos até a base do pescoço dela, sentindo seu pau pulsar com mais intensidade. Sabia também que estava muito perto e, ao encará-la fixamente, fez sua voz ecoar completamente rouca.
— Olhe para mim, — ordenou e foi obedecido por ela.
Quando abriu seus olhos e encontrou aquele brilho dos dele, algo dentro de si explodiu e ela gemeu de maneira prolongada, sem conseguir desviar. E em meio à incrível onda de prazer que sentia, não deixou de notar a sombra que tomou os olhos dele, uma sombra que nunca havia notado estar presente.
Um sorriso sádico se formou nos lábios de e engoliu em seco, sentindo uma onda terrível de pavor tomar conta de si enquanto sua mente começava a entender o motivo daquela mudança repentina.
A outra mão de se dirigiu ao pescoço dela também, e, com as duas bem posicionadas, ele o apertou com força. se debateu, tentando gritar, mas sentiu o ar fugir de seus pulmões. Ele mantinha o mesmo sorriso enquanto seus dedos apertavam com cada vez mais força, a prendeu com suas pernas e moveu o quadril com maior intensidade, aumentando ainda mais o ritmo da penetração.
Tudo ao redor de ficou nublado enquanto ela estava perdida em meio àquela luta terrível em busca de oxigênio. Suas forças se esgotavam e seu peito doía como ela jamais imaginaria que doeria.
A traição era terrível.
E enquanto olhava nos olhos de , tentava entender o motivo de ele estar fazendo aquilo.
Ele não podia ser o serial killer. Ela se recusava a acreditar naquilo.
— Vo... — seus lábios tentaram murmurar um “você”, que foi interrompido quando o homem impôs ainda mais força e as pálpebras de pesaram, não resistiria mais por muito tempo. Lhe restavam poucos segundos de vida.
— Não sou ele. — soou risonho e seus olhos se reviraram quando enfim ele atingiu seu ápice e soltou um gemido alto, enquanto apertava o pescoço de com tanta força que a mulher não conseguiu mais resistir.
Não houve tempo para que a agente aceitasse sua morte, porque seus olhos congelaram, arregalados pela conclusão que se formava na hora exata de sua morte.
— Não sou capaz de tamanha magnitude murmurou, mesmo que ela não pudesse mais ouvi-lo. Vendo que concluíra seu propósito com sucesso, ele soltou o pescoço dela e seus olhos reviraram mais uma vez enquanto o gozo terminava de jorrar para dentro da camisinha.
estava morta e sabia que agora sua obra poderia enfim ser concluída.

🎨


Como já sabia que aconteceria, o Estripador de Baltimore havia encontrado o galpão abandonado. Mas não era como se o seu admirador não fosse facilitar as coisas para ele, muito pelo contrário, o aguardava ansiosamente.
Estava devidamente protegido e uma escada do lado de fora do galpão havia chamado sua atenção.
O Estripador sabia que era pra ele, então não hesitou em caminhar na direção desta a passos tranquilos.
Não temia que aquilo fosse uma armadilha do FBI ou algo parecido, só seria encontrado quando quisesse que acontecesse.
Podia-se ouvir uma voz murmurando continuamente: “espero que ele apareça”, o que fez o Estripador abrir um sorriso mais presunçoso do que nunca. Se sentia como um grande Deus, pronto para receber sacrifícios em seu favor.
O admirador dava seus toques finais, ajeitava os cabelos de e passava um batom vermelho sangue nos lábios dela. Era a peça chave de sua obra, sabia daquilo desde que seus olhos bateram no corpo escultural da mulher.
ouviu perfeitamente o som dos passos do Estripador ao subir a escada preparada para ele, e um sorriso se formou em seus lábios. Finalmente contemplaria seu senhor.
Mas não ousaria ficar ali no meio e estragar uma obra de arte como aquela. Não merecia fazer parte daquilo e foi por esse motivo que se levantou, passou a mão pela camisa e a ajeitou enquanto caminhava para as sombras, de modo que não fosse visto, embora não se importasse que seu senhor o conhecesse.
O Estripador, por fim, alcançou o topo da escada. Viu que dava para o telhado do galpão, que possuía algumas partes das telhas arrancadas propositalmente.
E quando seus olhos bateram na grande obra diante de si, sentiu que brilhavam. Seu peito se preenchia de orgulho por inspirar uma obra tão bonita. Os corpos estavam alinhados de forma circular, em cores variadas que então compunham o formato de um olho humano. No meio dela, estava o corpo da agente que mais desejava para compor seu grande banquete.
Não ficou com raiva de seu admirador, como questionou a si mesmo que faria. Ele se sentiu aplaudido de pé.
Com toda a certeza, retribuiria aquela honra da forma que seu admirador tanto desejava, mas o faria na hora certa.
Por hora, palmas ecoaram por todo o galpão, então o Estripador de Baltimore sorriu de forma extasiada.
— Bravo! — sua voz ecoou em aprovação. — Sua obra é magnífica!



Fim.


Nota da autora: É lógico que Sweet Monster não poderia ficar de fora da estreia do Ficsverse. Essa história é o meu xodó. Tenho um amor imensurável por ela e espero que vocês gostem e comentem muuuuito. Beijos e até a próxima. Ste a.k.a. Saturno.

💫


Nota da Beth Aurora Boreal: Tirem as crianças da sala porque PUTA QUE PARIU, MEUS AMIGOS, QUE OBRA DE ARTE É ESSA? (a referência...) Tô indignada comigo mesma que nunca li essa fanfic antes, é tantas camadas, fiquei abismada com o que aconteceu, quis entrar eu mesma dentro da fanfic para estrangular o Theodore, desconfiei dele desde o começo e achei que tava muito óbvio para ser o assassino, de fato, mas me surpreendeu demais que ele fosse o imitador. Realmente, como diz Twenty One Pilots "you'll never know the psychopath sitting next to you..." A pobre da Soren, não mereceria o final que teve :( Bora, Stephanie, manda a segunda parte para mim JÁ!

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