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Codificada por Vênus 🌪️
Concluída em: 06.09.2024

dia atual, 06h51.


O Sol já havia nascido na cidade de Los Angeles e ambos caminhavam um para longe do outro pela calçada ficando movimentada na manhã caótica da grande cidade californiana. Ela, não quis olhar para trás, ainda usava a roupa da noite anterior e nos seus pés, o allstar incomodava por tudo que havia acontecido. Ele também, determinado nas escolhas feitas.

dia anterior, 22h04.


— Você confia em mim?

Ela ouviu essa pergunta, parada em frente ao seu namorado de anos, e sentiu seu coração palpitar. Mordeu o próprio lábio inferior e suas mãos suaram levemente.

Estavam parados na calçada em frente ao restaurante favorito dos dois: onde tudo acontecia, pedido de namoro, comemorações por datas ou acontecimentos, sempre era aquele lugar.

— Você sabe que sim, mas por quê?

Ele não respondeu, apenas pegou em uma das mãos da garota e a puxou, sabendo para onde iriam, mas ela não. De início, Júlia tentou certa resistência, no entanto, acabou cedendo.

— Will. Para onde vamos? Me diz! — pediu, séria.

Do nada ele parou de andar e se virou, ficando de frente para a mulher que mais amava na vida. Lembrou do primeiro dia que a havia a visto no petshop, tinha levado seu Beagle para comprar uma caminha nova e lá estava ela, com um Cocker, seus cachorros viraram melhores amigos, e consequentemente eles depois.

— Nós vamos aproveitar essa noite como nunca aproveitamos antes, e se amanhã, logo pela manhã, nós decidirmos que é melhor nos separarmos cada um vai pro seu canto sem discutir. Vai ser a decisão final. — Will disse, baixo, com seu olhar um pouco perdido, e o coração batendo forte.

A princípio ela odiou a ideia, todavia, a verdade é que estavam precisando daquilo.

Deixou ser levada por ele, confiava mais do que 100% em William, se fosse possível. Suas memórias foram tomadas pelo dia em que fez um corte profundo na palma da mão, Júlia era o terror na cozinha, e William enfermeiro residente na época lhe fez os pontos e não sentiu medo. Se fosse com outra pessoa teria ficado apavorada.

Foi ali que ela soube que o amava.

Chegaram na porta de um dos prédios mais altos de Los Angeles e William empurrou a porta de vidro, e passou pelo hall de entrada. Além de ser alto, era extremamente luxuoso, Júlia já esteve ali com William antes, mas nunca iria se acostumar com aquilo. Ele então, cumprimentou o rapaz que estava atrás da bancada com um aceno e ela o imitou dando um sorriso rápido.

Uma vez lá dentro, Will apertou o botão do andar mais alto e esperou as portas fecharem, olhou para a mulher ao seu lado, que usava um vestido preto que ficava simplesmente perfeito em seu corpo, e mordeu o próprio lábio inferior já se aproximando dela e unindo os seus lábios.

Júlia não teve tempo de reagir, apenas sentiu os lábios do namorado nos seus e deixou que o beijo acontecesse. Levou uma das mãos até os ombros de William, e a deixou ali. A outra, assim que abriu a boca, permitindo que o beijo fosse intenso, foi entre os cabelos levemente enrolados do rapaz.

Suas línguas se encostaram e Júlia soltou um murmúrio positivo, seu corpo se arrepiou tanto, e deu uma mordidinha de leve no lábio inferior de William, sabendo que ele iria gostar. Em resposta, o rapaz a apertou com firmeza na cintura e fez com que seus corpos ficassem mais encaixados.

Com os olhos fechados, ele a guiou pelo elevador, fez com que o corpo dela encontrasse os espelhos do elevador e grudou mais ainda seus corpos, desceu uma das mãos para a bunda da namorada e apertou ali, a ouvindo rir, mesmo entre o beijo.

— Porra! — ele a ouviu resmungar, mas foi tão sensual que fez com que seu corpo se arrepiasse por completo, manteve seus lábios grudados, mas não a beijava.

— Consegue sentir? — William pegou uma das mãos de Júlia e trouxe até a frente das suas calças, a fim que ela sentisse a sua excitação, mas nesse instante as portas do elevador se abriram.

Revelaram um corredor escuro, que imediatamente foi iluminado por uma luz forte e os dois se entreolharam.

— Sensor de movimento. — ele sussurrou como se fosse um segredo.

— Qual movimento se estamos aqui dentro? — a garota devolveu o sussurro e riu da cara de espanto do namorado. — Bonitinho. — gargalhou rapidamente, lhe dando um tapa de leve no rosto.

Júlia foi a primeira a sair, o corredor era enorme, como qualquer outra coisa dentro daquele edifício. Olhou para os dois lados e sentiu-se levemente perdida.

— Tá, o que você planeja me trazendo aqui?

William deu dois passos e se aproximou de Júlia, a pegando por uma das mãos novamente, mas dessa vez entrelaçou os dedos e foi em direção a escada do prédio. Abriu a porta com um solavanco e passou, entrando na escada fria e subindo.

Uma vez lá em cima o vento mais frio abraçou os corpos de ambos, por mais que aquela época fosse de calor, a temperatura ali era mais baixa. Andaram até a beirada do topo do prédio e dali podiam ver toda a cidade iluminada.

— Los Angeles é infinita. — Júlia mordeu o lábio com aquela cena diante dos seus olhos.
Foi a vez de ela olhá-lo. Aquela camisa azul combinava perfeitamente com os olhos dele, a calça jeans surrada e o fato de que ele não estava nem aí para o tamanho da fortuna que a família dele tinha faziam com que ela gostasse ainda mais dele.

— Senta aí. — pediu, mordendo o próprio lábio inferior.

William a olhou e franziu o cenho. Ali não havia nenhum lugar pra sentar a não ser a mureta de proteção e depois vinha o abismo.

— Aqui não tem onde se sentar, Juls. — riu.

Júlia fez com que ele se sentasse, bem devagar na mureta de proteção, é claro que nunca faria com que ele corresse riscos, tá bom, só um pouquinho. Mordia o lábio sentindo o vento bater em seu rosto e fazer com que seus longos cabelos escuros se movimentassem.

Seu corpo já estava quente com a ideia que passava em sua cabeça.

Prendeu o seu cabelo em um coque bagunçado e viu ele acompanhar com os olhos brilhando aquele movimento, quis rir, mas se segurou. Então, se colocou de joelhos entre as pernas do namorado e o olhou. Suas mãos subiram pelas coxas do rapaz e foram até a virilha, onde acariciaram a região em movimentos carinhosos. Só aquele gesto já tirou ofegadas dos lábios de William.

Desabotoou a fivela do cinto com ansiedade, e não conseguia tirar os olhos dele, e muito menos ele dos movimentos dela. Fez o mesmo com o botão da calça e o zíper. Assim que a cueca branca estava à mostra, a mulher se curvou e passou a língua pela região, mesmo por cima do tecido, de forma lenta e provocativa.

— Caralho, Juls! — William ofegou e mordeu o próprio lábio inferior.

Ela brincou com ele, do jeito que sempre gostava de fazer. Levantou o rosto para olhá-lo e tomou o membro dele em uma das mãos, o fechou entre os seus dedos e o apertou ali, tirando mais uma ofegada dos lábios do namorado.

— Eu estou louca pra te colocar inteirinho na minha boca.

Com a cueca ainda impedindo o contato direto dela com o membro dele, Júlia se curvou novamente e o lambeu mesmo por cima do tecido, sentiu as mãos de William virem até a sua cabeça e por fim passou os dentes, de leve, pela glande. O rapaz soltou um gemido.

Ela mesma não estava mais aguentando aquela provocação toda, seu corpo estava quente, o coração batia forte e suas pupilas gustativas ansiavam pelo momento de senti-lo. Voltou a olhá-lo e logo abaixou a cueca, com a ajuda dele, a peça ficou nos joelhos do rapaz e em seguida voltou a segurar o membro dele em sua mão. Sem parar de olhá-lo, passou a língua pela glande e fechou os olhos com esse ato, se tinha uma coisa que lhe dava prazer, era dar prazer a ele.

Sentiu o seu cabelo ser segurado fortemente que o coque frouxe desmanchou, no entanto não se importou com isso. Abriu mais a boca e tomou todo o membro do rapaz para si, não esquecendo da sua língua e fez alguns movimentos para cima e para baixo ouvindo um gemido mais alto vindo dele.

Repetiu aquele movimento com a boca várias vezes, assim que cansou, o deixou completamente molhado para que pudesse trabalhar com as mãos. Notou o rapaz com as bochechas molhadas, a respiração ofegante e sorriu com aquilo já mordendo o lábio.

— Juls... — suplicou.

Júlia acenou com a cabeça, entendendo o que deveria fazer e riu fraquinho. Se levantou, sentindo que seus mamilos estavam enrijecidos e a calcinha molhada. Dar prazer aquele homem a deixava com um tesão inexplicável.

Se afastou um pouco, porém se virou de costas, voltando pra próxima dele e se sentando bem devagar. Passou um dos braços pelo pescoço de William e o mordeu no lóbulo de leve.

— Afasta a minha calcinha pra eu sentar gostoso em você. — pediu em um tom de voz baixo.

Sem precisar ouvir duas vezes levou uma das mãos entre as pernas da namorada, no entanto, antes de fazer o que ela havia pedido, foi com os seus dedos até o tecido da calcinha dela e pode sentir a consistência, aquilo fez com que ele gemesse.

— Mais rápido, amor, mais rápido. — suplicou a mulher, de olhos fechados e com os lábios grudados no lóbulo do capaz.

William fez o que havia sido pedido e mexeu seus dedos mais ligeiramente e fechou os próprios olhos ao sentir que seu corpo pulsava pelo dela.

O barulho dos carros, do vento, e de todo o resto do ambiente se misturava com as ofegadas e gemidos de ambos. Júlia não aguentava mais, por isso logo levantou o seu quadril e deixou que ele descesse sobre William, aquilo fez com que gemidos altos escapassem dos lábios do casal.

Enquanto se movimentava pra cima e pra baixo, sentindo seu corpo em intensa combustão, a mulher pensava em como eles chegaram naquela situação de simplesmente considerar um término, no entanto muitas variantes estavam sendo consideradas por eles que envolviam trabalho, mudança e familiares.

— Não para! — William implorou.

Ela apenas abriu os olhos e o olhou, gostava de vê-lo daquele jeito, completamente entregue e principalmente de saber que tudo aquilo era por causa dela, meneou a cabeça, concordando com a súplica do namorado e não parou por nenhum segundo sequer.

Assim que William abriu os olhos percebeu o olhar da namorada em si, no meio daquilo tudo, de barulho de movimentos, corpos se chocando e gemidos, o mundo dele parou. Queria ficar com ela pra sempre, do jeito que imaginou, no dia que a aconteceu, pois foi o dia em que se apaixonou por ela.

Atingiram o prazer máximo juntos algum tempo depois, a mulher segurou com firmeza onde conseguiu no corpo do homem, e sorriu com as sensações que predominavam por todo o seu corpo. Um gemido tão alto saiu pela sua garganta que chegou a doer, mas ela não se arrependia. Ele, se sentia da mesma forma, realizado.

— As nossas trepadas são as melhores. — William disse, entre as ofegadas.

Júlia já estava levantando e ajeitando o seu vestido, por mais que as suas pernas estivessem bambas e um pouco fracas. Seu coração batia forte e ela o olhou e riu com a sua fala.

— É tão sensual te ouvir falar trepada, William Brown. — Piscou e mordeu o próprio lábio inferior.

O rapaz se ajeitou e pegou na namorada, voltando às escadas e consequentemente ao elevador. Júlia riu, quando retornaram aquele cubículo e o olhou.

— Você me trouxe aqui só pra isso? — tinha um sorriso malicioso nos lábios, como se ‘só’ não foi só isso, e ele sabia.

— Um dia você disse que tinha vontade de transar em um lugar desses assim. — a olhou.

— Sim, mas você era todo tímido. Não, espera. Você é todo tímido. — se corrigiu e acabou soltando uma risada fraca.

Uma vez no térreo, William continuou puxando Júlia por uma das mãos, mas agora a garota andava ao seu lado. Foram até o local onde ele havia deixado o seu automóvel, e logo dentro do carro ele abriu todos os vidros e dirigiu pela noite californiana.

Olhou para a mulher, com um sorriso no rosto e desejou que tomassem a melhor decisão no dia seguinte, e isso fez com que seu coração apertasse um pouco pensando que poderia ser a última noite.

Levou uma das suas mãos até a coxa da namorada e a apertou, isso fez com que ela o olhasse e ambos compartilharam um sorriso malicioso, e trocas de olhares. Não demorou muito para que William estacionasse em frente a uma loja de estabelecimento e comprassem bebida.

— Quer mais alguma coisa? — ele a questionou depois de pegar o fado da cerveja.

Ela alcançou seu Pringles favorito com uma das mãos, já abrindo e comendo um salgado e murmurando positivamente, Will riu disso, meneando a cabeça negativamente e indo fazer o pagamento do que haviam pegado. O casal esperou, pacientemente, até o rapaz dono da loja de conveniência passar a compra.

— Obrigada. — Júlia o agradeceu e William colocou uma das suas mãos na cintura da mulher, a guiando para fora dali.

Novamente no carro, o casal abriu as latinhas das cervejas e já foi comendo, William segurou uma entre as pernas e colocou as outras no painel do carro, no lugar próprio para isso. A garota bebeu um gole, limpou a boca com as costas da mão e riu ao colocar uma grande quantidade de Pringles na boca.

— Aonde vamos? — olhou para o lado e comeu mais Pringles.

— Pra onde você quer ir? — ele a olhou de relance, mesmo dirigindo.

Ela pensou por um instante. Sempre faziam os mesmos programas quando saiam, não que ela não gostasse deles, no entanto, algo diferente seria legal. Lambeu os lábios, após beber mais um gole da cerveja e pensou.

Todos os vidros do carro estavam abertos, então o cabelo de Júlia balançava e quase deixava o seu rosto coberto, tirou alguns fios enquanto ria.

— Nós sempre comemos em lugares bons, não estou reclamando, mas queria muito um cachorro-quente, daqueles de rua.

Pedido feito e aceito. William concordou com a cabeça, dando um sorriso rápido e pensando em um local como esse ali no centro de Los Angeles. Foi encontrar um lugar bons minutos depois, era um carrinho de rua, rodeado de pessoas e algumas cadeiras. Eles saíram juntos do carro, ela deixou o Pringles no banco do carro e segurou com firmeza na mão do rapaz e se aproximaram para fazer os pedidos.

Pouco tempo depois, Júlia pegava o seu cachorro-quente e colocava ketchup e mostarda, transbordando, do jeito que gostava. Ele, da mesma forma, só que colocou grande quantidade do molho vermelho em seu lanche. Sentaram-se lado a lado e por alguns minutos não comentaram nada, já que estavam com as bocas ocupadas comendo. Repetiram. E William pediu uma latinha de Coca Cola gelada.

— Cachorro-quente não é quase orgasmatico? — o olhou e percebeu que tinha inventado uma palavra, ou ela existia?

— Prefiro um orgasmo de verdade. — ele piscou, ao responder.

— Sei que você prefere. — Júlia riu.

Involuntariamente o rapaz viu que no lugar em que comiam tinha um relógio digital, era quase meia noite e ele suspirou pensando em como seriam as próximas horas com ela.

— Tá, e agora? — foi a vez de William perguntar.

Ela riu, dando de ombros e bebeu mais um pouco do refrigerante.

— Eu escolhi. Agora você escolhe. Sem ser sexo no telhado. — brincou.

Uma ideia maliciosa passou pela mente do rapaz, mas ele não iria fazer aquilo, senão os dois seriam presos por fazer sexo em público, contudo acabou pensando nisso e rindo sozinho. Apesar disso, teve outra ideia e essa sim decidiu colocá-la em prática.

Quando entraram no carro novamente ele a avisou que fariam uma breve “viagem” até Santa Monica, local que ficava a alguns quilômetros de Los Angeles. Prontamente, Júlia aceitou e foram durante o caminho inteiro, com os vidros novamente abaixados e ouvindo músicas animadas na rádio.

Ela cantarolava uma música qualquer, e totalmente errada, atrapalhando na letra e isso fazia com que ele risse estando com ambas as mãos na direção. Sentiu os olhos de Júlia sobre si, e segundos depois algumas cócegas em sua barriga.

— Você é doida? — gargalhou ao indaga-la e segurou com firmeza na direção, visto que tinha jogado o carro um pouco pra direita, tamanho foi o susto. Aliviado, agradeceu por não ter ninguém na rua além deles.

— Eu acho que você deveria aceitar.

Minutos depois ouviu a voz doce de Júlia adentrar os seus ouvidos, rapidamente, fechou os olhos, sentindo seu coração palpitar, pois sabia exatamente do que ela estava falando.

— Isso não sou eu, Jules. — William a olhou.

— É quem você vai se tornar, Will. — o olhou.

Ficaram em silêncio por longos segundos depois daquele diálogo, ele voltou a prestar atenção no trânsito e ela olhou pela janela aberta, vendo pessoas se divertindo em estabelecimentos, carros tomando a mesma direção que eles, ou direções contrárias. Pensou se algumas daquelas pessoas teriam que tomar alguma decisão tensa no dia seguinte.

Com o cheirinho de mar tomando conta do seu nariz, um sorriso também brotou em seus lábios, amava a praia e tudo que a envolvia. Queria viver na praia. William sabia exatamente como deixá-la feliz.

Tão logo que colocou os pés na areia, tirou o allstar preto e o segurou nas mãos, correu pela areia fofinha, sentindo a maciez em seus pés e o vento da praia fazendo com que seus fios quase embaraçassem. O olhou, dando o seu melhor sorriso, e correu.

Um pouco mais afastado, William pegou o seu celular, de qualquer forma queria guardar aquele momento pro resto da sua vida, o sorriso daquela mulher, o som da sua risada, a sensação simplesmente deliciosa do vento tocando o seu rosto. Não queria que aquela noite acabasse. Não queria que fosse a última.

Guardou o aparelho assim que Júlia se aproximou e o puxou pela mão.

— Juls...

— Eu sei que você tem nojinho do mar, mas vamos aproveitar, vai. — Ela quase implorou, ao fazer um biquinho.

Ok aquele era o ponto fraco de William e ela sabia bem disso.

Totalmente persuadido por aquela garota, o rapaz tirou os sapatos do pé e colocou os pés na areia, assim como ela e sentiu-se infinitamente melhor no mesmo instante, sorriu e olhou para o lado, a vendo sorrir da mesma forma. Ficaram ali, por longos minutos, aproveitando aquele momento juntos.

Depois disso correram até uma pedra gigante que tinha por ali, a praia estava completamente deserta, então ambos não tinham medo de serem pegos, ou tinham? Aquilo era ainda mais excitante.

William se sentou próximo a pedra, já abrindo os botões da sua calça e Júlia simplesmente sentou em seu colo, de frente pra ele e totalmente encaixada. Adentrou as mãos entre os fios bagunçados da mulher e os puxou cuidadosamente, aquilo arrancou um gemido de excitação dos lábios dela. Ele sorriu.

Se encontravam completamente encaixados, enrolados, deles. Levemente bêbados, fazendo algo tão publicamente, mas não ligavam pra nada naquele momento, apenas queriam aproveitar. As reboladas de Júlia fizeram com que William gritasse, mesmo assim, grudou as mãos na cintura da mulher, a fim de que ela não parasse de se mover, e foi o que aconteceu. Bastou mais algumas reboladas para que os dois, juntos, chegassem ao ápice.

Os fios de Júlia se encontravam embaraçados nos dedos de William, os cachos dele, se encontravam da mesma forma nos dedos dela. Trocaram olhares, olhares que diziam tanto, ou queriam dizer tanto.

— Vai ter areia em lugares inimagináveis.

— Vai ter areia em lugares inimagináveis. — ela repetiu, ao gargalhar.

A noite em Santa Monica foi bem aproveitada pelo casal, voltaram a comer alguma coisa, compraram alguns biscoitos de chocolate em uma loja que estava aberta e ficaram na praia conversando, apenas curtindo a companhia um do outro, o que não faziam com muita frequência nos últimos meses de namoro.

Júlia e William se conheceram e apaixonaram-se completamente no primeiro dia, amor à primeira vista, era o que diziam. Alguns acreditam, outros não, todavia eles aproveitaram os meses antes de tudo acontecer, se divertiam todos os dias, passavam as noites intermináveis cama, faziam maratonas das suas séries favoritas e piqueniques no parque, o casal sempre gostava de estar juntos.

Mesmo William sendo um enfermeiro impecável eles conseguiam achar tempo um para o outro. O trabalho de Júlia possuía horários mais fixos, ela era dona de uma loja de flores no centro da cidade, então ditava os horários em que ficava na loja, e por ter uma assistente, isso acontecia mais no começo e no meio do dia.

Quando fizeram três meses de namoro, o rapaz, completamente apaixonado, decidiu apresentar Júlia aos seus pais, que eram donos da maior rede de hotel dos Estados Unidos, e desde que William nasceu, como filho único, eles tinham planos para o pequeno herdeiro. E arrumar uma mulher não estava nos planos dos mais velhos.

O jantar tinha sido um fracasso total, por mais que Júlia tivesse tentado de todas as formas ignorar as críticas que estava recebendo, chegou em um determinado momento, em que a mulher havia ido ao banheiro para se acalmar, e quando voltou ouviu os pais do seu namorado dizendo para ele não perder tempo com “essa daí” e que ele iria sim herdar os negócios da família.

Depois desse dia o relacionamento deles mudou. Júlia não tinha coragem de contar à William o que havia ouvido, e ela sabia que querendo ou não era um estorvo na vida do seu namorado, e que seus pais tinham grandes planos para ele, e ele deveria segui-los.

O curso de enfermagem havia sido a primeira coisa na vida que o rapaz fez sem perguntar aos seus pais, fez porque gostava e queria trabalhar com isso futuramente. A segunda tinha sido Júlia.

O dia estava amanhecendo e os olhos de Júlia estavam pesados na volta para casa, seu coração se mantinha apertado, desde que recebera o convite para jantar com ele naquela noite de sexta-feira. Suspirou baixinho ao ver o namorado parar o carro em frente ao restaurante onde estavam antes, no começo de tudo, na noite passada. Olhou para o céu e viu a coloração alaranjada tomar conta do horizonte da cidade, então abriu a porta do carro e foi saindo.

— Eu preciso ir dormir um pouco hoje abro ás 13h. — ela riu, ao olhar para baixo.

Levantou seu rosto para olhá-lo.

— Você deve aceitar, Will. Por favor, aceita. É o melhor pra você. — Aquelas palavras doeram pra sair dos seus lábios.

— Eu não quero aceitar. Eu não quero isso pra minha vida. Eu não ser o que eles são. Eu quero ser enfermeiro, quero ajudar as pessoas, quero chegar em casa e te ver, quero aos finais de semana sair pra fazer piqueniques com você, quero ter filhos, quero ensinar pra eles o que é lealdade, o que é ter caráter...

A voz de William saiu fina nas últimas palavras e Júlia sentiu seus olhos marejarem imediatamente com aquilo, suspirou, negando.

— Não. Você deve aceitar o desejo dos seus pais, Will. — Júlia murmurou entre lágrimas.

Suspirou e tentou ser firme na sua fala, mesmo sabendo que não havia sido nenhum pouco. Pigarreou e pegou em uma das mãos dele pela última vez.

— Eu te amo e eu sempre vou te amar.

Júlia não podia ser um estorvo na vida dele. Nunca.

Deu as costas para o rapaz sem esperar resposta e começou a andar, imediatamente seus olhos se encheram de lágrimas e ela não quis olhar para trás, seus pés doíam e olhou para as próprias roupas da noite anterior, se olhasse iria voltar para os braços dele. Ele, sentiu seu coração despedaçar, como se fosse cacos de vidro de um copo quebrado, sentiu vontade de chorar, mas não o fez, ela queria que ele fizesse aquilo, então ele iria fazer.

Mas tudo que ficaria na memória dois pelo resto das suas vidas seria aquela última noite.




FIM.


Nota da autora: Sem nota.


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