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Codificada por: Lua ☾

Finalizada: 28/12/24

“Amor nas telinhas ou fora delas? e vistos juntos pela terceira vez na semana!”


Nós tínhamos conseguido terminar as gravações da série, mas não foi fácil. Depois daquele dia que e eu transamos no meu trailer, as coisas entre nós dois só pareceram se complicar. E, bom… meio que era minha culpa.
Ele tinha dito que a escolha era minha se seríamos só amigos, amigos que se pegavam de vez em quando, ou mais que isso e eu… nunca dei uma resposta. É, eu sei, eu sei que três meses é muito tempo pra não responder uma pergunta dessa. Mas eu não sabia o que fazer. Eu nunca tinha imaginado ter nada com até gravarmos aquela primeira cena de beijo, e de repente ele não saía mais da minha cabeça e tava me oferecendo um relacionamento se eu quisesse? Dez anos de amizade e do nada meu mundo tinha virado de ponta cabeça. E não ajudava que a gente teve todas aquelas cenas de pegação e sexo pra gravar. Mais de uma vez saímos das gravações juntos para a casa dele ou a minha, porque não deu pra aguentar ficar o dia inteiro gravando aquilo se segurando pra não sair do roteiro e começar a fazer alguma coisa de verdade.
Então estávamos há quatro meses nesse limbo de “amigos, mas passando mais noites juntos que separados, fingindo pro resto do mundo que nada tinha mudado”, e eu sem saber o que dizer pra ele.
E eu sabia que não era justo. merecia no mínimo uma resposta, uma certeza sobre onde a gente tava, o que a gente era agora… só que eu não sabia. Eu não sabia se queria mudar as coisas entre a gente oficialmente, se queria voltar como era, se queria deixar como estava… eu realmente não sabia. E essa dúvida estava me corroendo por dentro.
— Bom dia, linda — murmurou , a voz ainda rouca de sono, passando os braços ao redor da minha cintura e escondendo o rosto na curva do meu pescoço.
Respirei fundo, sentindo meu corpo se moldar ao dele antes mesmo que meu cérebro pudesse opinar.
— Bom dia — respondi baixinho. A verdade é que eu já estava acordada há um bom tempo, os pensamentos me deixando inquieta.
Faltava apenas alguns dias para o ano novo, e em seguida íamos correr o mundo juntos com a divulgação da série. E eu ainda não tinha uma resposta para ele.
— Tá preocupada com o quê? Hm? — Ele começou a espalhar beijos lentos pela minha pele, me arrancando um suspiro. — Você saiu da cama muito cedo. Te conheço, , tá com alguma coisa na cabeça.
— Pensando na tour de divulgação. — Não era mentira. — A gente vai ter muita coisa pra fazer nos próximos meses.
— Hmm… posso te distrair disso.
Ri de leve, me virando em seus braços.
— Nós temos um ensaio fotográfico daqui duas horas. E não podemos chegar lá juntos. — Apoiei as mãos em seu peito, empurrando de leve. — Hora de tomar banho e ir embora, .
A expressão dele se tornou decepcionada imediatamente.
— Poxa, você vai mesmo me expulsar assim? Não tenho nem direito a um café da manhã? — Eu sabia que seu tom era brincadeira, mas havia um fundo de verdade ali. Ele não queria ir embora, ou pelo menos não queria ir sem mim.
— Café da manhã, banho e a gente se vê no estúdio. — Fiquei na ponta dos pés para lhe dar um selinho, mas apertou os braços ao meu redor, me segurando contra si, e aprofundou o beijo. Me permiti aproveitar por alguns instantes antes de me afastar, mordiscando seu lábio inferior. — , eu to falando sério, a gente vai se atrasar.
— Ta bom, ta bom.
Com um suspiro, ele me soltou, seguindo então até a cafeteira para pegar uma caneca de café para si.

***

“De parceiros de cena a casal na vida real: o que sabemos até agora.”


? ? Você escutou alguma coisa do que eu disse? — Pisquei, encontrando o olhar de . Ela era minha agente e uma das minhas melhores amigas.
— Desculpa, me distraí. Muita coisa na cabeça. — Balancei a cabeça, voltando à conversa. — O que era?
riu, revirando os olhos.
— Ah, eu sei bem o que ta na sua cabeça. Um belo par de olhos , e o dono deles.
— Não sei do que você ta falando.
— Ah, , conta outra. Quantas vezes nos últimos meses eu fui te buscar perto da casa dele? — Arqueou uma sobrancelha para mim. — Quantas vezes eu fui na sua casa e ele tinha acabado de sair? Vocês dois não são tão discretos quanto estão achando. A sua sorte é que a mídia não acha que seja novidade.
Até pensei em negar, mas eu realmente precisava conversar com alguém sobre o que estava havendo. Suspirei então, encarando meu prato.
— Tá, você tem razão. Mas eu não sei o que te falar.
— Que tal começar me explicando quando vocês deixaram de ser só amigos e eu comecei a mentir pra mídia?
Contei a ela toda a história.
— E eu não sei o que fazer. Ele claramente sente algo, eu sei que sim.
— E você? — perguntou, apoiando o queixo em uma das mãos.
— Eu o quê?
— Sente alguma coisa por ele? Além de amizade e tesão, no caso. — Apoiei a cabeça em ambas as mãos, bufando. — Ah.
— É. Ah. Eu não faço ideia do que eu sinto, do que eu quero, e a gente vai passar metade do próximo ano viajando o mundo juntos na frente das câmeras e sem um roteiro.
… Vocês são amigos há quanto tempo?
— Dez anos, quase onze.
— E quantos caras você já ficou que realmente te conhecem? Igual o conhece? Mesmo os que você namorou um bom tempo. — arqueou uma sobrancelha. — Nenhum, , eu acho que a única pessoa que talvez me conheça tanto quanto ele é você. — Suspirei, revirando os olhos.
— E vocês se dão muito bem. Em todos os sentidos.
— Sim, a gente se dá muito bem.
— E gostam genuinamente um do outro.
— Sim — concordei de novo.
— E o é um gostoso, que tá solteiro, e você também tá.
Franzi o cenho para ela.
— E?
E… vocês não estão ficando com mais ninguém desde que começaram isso.
— A gente tava ocupado com as gravações-
— Isso nunca foi impedimento pra ninguém antes, muito menos pra você — interrompeu, rindo de leve e balançando a cabeça. — , presta atenção. Vocês já estão vivendo um relacionamento sério, só não vieram a público. E você me diz que não sabe o que quer, mas mulher, se você não quisesse ficar com ele, isso tudo nem ia estar te tirando o sono. Você já tinha dado um pé na bunda dele há muito tempo.
Abri a boca para retrucar, mas não saiu nada. Não consegui pensar em nenhuma resposta, especialmente porque, quando colocava daquela forma, parecia realmente que ela tinha razão. Eu nunca fui enrolada com meus relacionamentos, nunca tinha ficado nessa dúvida do que fazer, se queria ou não. Nunca tinha ficado nessa situação de não saber. Sempre tinha sido muito claro pra mim qual caminho tomar, o quanto eu queria me envolver com alguém, o momento de parar. Com , tudo parecia diferente. Franzi o cenho, fechando a boca de novo.
— O quanto dessa dúvida é genuína e o quanto é você se recusando a dar o braço a torcer depois de dez anos insistindo que não queria nada com ele? — perguntou delicadamente. — Só pensa no que eu falei. E resolve qual tipo de roupa você quer usar na festa de Natal do elenco.
Suspirei. Era disso que estávamos falando antes.
— Eu preciso mesmo ir?
— Precisa.

***

“Mais que amigos? e levantam suspeitas de namoro nos bastidores.”


Alisei o vestido pela terceira vez em frente ao espelho antes de sair. Eu ainda não tinha chegado a uma decisão a respeito de . Estava nervosa.
Fui em silêncio o caminho todo, perdida nos meus pensamentos. As palavras de tinham ficado ecoando na minha mente, principalmente aquela última pergunta. Quanto mais eu pensava, mais parecia que ela tinha razão.
Demorei para ver quando cheguei à festa. Acabei sendo puxada por várias pessoas diferentes, e levou quase uma hora até que eu conseguisse de fato parar. Suspirei, tomando um gole da minha bebida.
— Boa noite, linda. — Ouvi a voz de murmurada perto do meu ouvido e quase pulei de susto, lhe arrancando uma risada. Dei um tapa de brincadeira em seu braço.
— Porra, , não chega assim de fininho! — Então ri também. — Você ta lindo.
Ele inclinou a cabeça em agradecimento, seus olhos me percorrendo de cima a baixo, o que lhe rendeu um olhar de repreensão – embora eu não estivesse realmente incomodada. Ele riu baixinho, balançando a cabeça.
— Você também. — Foi só o que respondeu, mas eu podia ver nos olhos o que ele estava pensando.
Revirei os olhos, empurrando de leve com o ombro, mas não conseguia lutar contra o sorriso nos meus lábios.
— Eu tenho um presente de Natal pra você — disse, então se inclinou para sussurrar no meu ouvido: — Mais tarde.

— Não é nada demais. — Ele riu, revirando os olhos para mim. — É uma coisa pra você levar na turnê. Pra te lembrar de casa.
Estreitei os olhos para ele.
— O que é?
— Surpresa — respondeu divertido, erguendo um dedo até os lábios em sinal de silêncio.
— Isso não é justo — reclamei, fazendo bico.
, esse é o ponto de uma surpresa. Você não pode saber o que é antes da hora. Eu prometo que vai gostar.
— Claro que vou, seus presentes são sempre incríveis. É por isso que não é justo, eu nunca consigo chegar perto de te dar um presente tão bom quanto o seu!
Aquilo lhe arrancou uma gargalhada que fez algumas pessoas ao redor virarem para nos olhar. Cobri a boca com a mão, rindo junto, mas tentando parar.
Demoramos uns bons minutos para conseguir nos controlar de novo. Recuperando o fôlego, sorri para e abri a boca para falar, mas fomos interrompidos pelo discurso da diretora. Ela falou sobre a conclusão da série, sobre finais de ciclos e mudanças.
Quando acabou, ela veio puxar para dançar, o que só me fez rir mais. Chegando ao fim da música, ele voltou até onde eu estava, as bochechas levemente vermelhas por ter tido que dançar.
— Isso foi tão péssimo quanto eu senti que foi?
— Não, foi fofo! E você não pisou no pé dela — respondi, divertida. Então, estendi uma mão para ele, que me olhou levemente em pânico. — Calma, não vou te fazer dançar mais.
aceitou minha mão, e eu o puxei alguns passos mais para longe da pista de dança. Ele me olhou com curiosidade.
— O que estamos fazendo agora?
— Algo que eu devia ter feito há muito tempo. — Devolvi a frase que ele usou logo depois de me beijar, ganhando uma expressão ainda mais confusa.
?
— Você me disse três meses atrás que a escolha sobre o que a gente ia ser era minha e eu nunca te dei uma resposta. A gente meio que só foi levando. E isso não foi justo com você, mas eu tava confusa, você bagunçou a minha cabeça toda, e eu acho que tava resistente de admitir que uma certeza de tanto tempo não existia mais. Que isso tinha mudado. Mas a minha confusão acabou. Ninguém me conhece igual a você, ninguém consegue me fazer rir e me entender igual a você.
— O que você ta dizendo, linda?
Sorri para ele, apontando para cima de nossas cabeças, onde havia um visco pendurado.
— Chega de se esconder. E chega de brigar contra o que eu sinto.
Apoiei as mãos em seus ombros, fiquei nas pontas dos pés e o puxei para um beijo. Bem ali, no meio de todo mundo. Após um instante de choque, abraçou minha cintura, me puxando para perto e sorrindo contra meus lábios, e logo os aplausos e gritos de comemoração soaram ao nosso redor.
— Finalmente! É um milagre de Natal! — Escutei em algum canto, e só consegui rir, partindo o beijo e olhando divertida para .
— Feliz Natal, lindo.

***

“Química de casal principal ultrapassa roteiro: e assumem relacionamento em festa de Natal”


Foi engraçado – e um pouco desesperador – de repente ter todas as pessoas ao nosso redor comemorando e vindo nos parabenizar, sair abraçados da festa para os flashes dos paparazzi, sorrir e confirmar quando eles perguntaram aos gritos se estávamos juntos.
— Logo eles acostumam. — me garantiu quando entramos no carro, apertando minha cintura de leve e dando um beijo na minha testa.
— Eu sei. Eu que não acostumei ainda.
Chegamos à casa dele rápido. A primeira coisa que fiz quando fechou a porta foi tirar os saltos.
— Quer que eu faça massagem?
— Eu com certeza não vou dizer não — respondi, devolvendo o sorriso dele.
me guiou pela mão até a cama dele, então tirou o paletó e se sentou na ponta, colocando meus pés no colo e começando a massagem. Fechei os olhos e soltei um suspiro. Alguns minutos depois, senti o toque dele começar a subir, a massagem passando para os meus tornozelos, depois a minha panturrilha. Abri os olhos, divertida, encontrando um sorriso.
— Sabe, você reclamou que meus presentes de Natal são injustos, mas nem que eu me esforçasse muito eu ia conseguir te superar esse ano — comentou, erguendo minha perna para deixar um beijo logo abaixo do meu joelho.
Franzi o cenho.
— Mas você nem sabe o que eu vou te dar ainda.
— Eu to falando de hoje.
Meu coração derreteu mais um pouquinho com aquelas palavras.
— Isso não conta.
— Claro que conta. To ganhando você de Natal.
Soltei uma gargalhada, sentando mais perto dele então e segurando seu rosto entre minhas mãos.
— Quer que eu coloque um laço na cabeça e fique debaixo da árvore?
— Não, acho que prefiro abrir meu presente antes da hora mesmo — brincou de volta, virando o rosto para deixar um beijo na minha palma, e suas mãos encontraram a minha cintura.
— Desculpa te fazer esperar. Como sempre, precisei de um tempo a mais pra alcançar você. — Passei os dedos em um carinho pelo seu cabelo.
— Não precisa se desculpar, .
Puxei seu rosto para perto, pressionando meus lábios contra os dele e esperando que todos os meus sentimentos se traduzissem naquele pequeno ato. apertou minha cintura de leve, correspondendo ao beijo sem pressa, mas com a mesma intensidade. Me afastei um pouco, encontrando seu olhar, e comecei a abrir os botões da sua camisa devagar, como se o estivesse descobrindo pela primeira vez de novo. Seus dedos subiram pelas minhas costas, soltando o vestido com a mesma calma. Nós tínhamos todo o tempo do mundo, afinal.
Logo todas as nossas roupas estavam pelo chão, e me deitou nos travesseiros, me beijando com delicadeza. Corri uma das mãos pelas suas costas, a outra enterrada em seus cabelos, segurando-o contra mim. Ele partiu o beijo, seus olhos brilhando ao encontrar os meus, colocou o preservativo, enganchou minha perna em seu quadril e me penetrou. Puxei seu rosto de volta para o meu, tomando seus lábios, meu corpo todo formigando quando ele começou a se mover devagar.
— Olha pra mim, linda — pediu em um sussurro, apoiando a testa na minha.
… — suspirei.
Isso era diferente de todas as outras vezes, meu coração batendo acelerado por motivos que iam muito além do prazer. Nós conhecíamos o corpo um do outro muito bem àquela altura, sabíamos levar um ao outro à loucura… mas não precisava. Não tinha mais pressa ou desespero, só carinho, paixão, uma expressão física de tudo que estávamos sentindo e que palavras não eram o bastante para expressar.


Continua...


Nota da autora: Finalmente o final dessa história! Uma coisa bem fofinha, bem diabética pra celebrar o fim do ano 💜 Espero que tenham gostado!
Bjs e feliz 2025!

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