Tamanho da fonte: |

Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: 28/12/2024

A Academia de Magia de Beauxbatons estava deslumbrada com cada dia de sua estadia no castelo de Hogwarts. As alunas hospedadas na linda torre da Corvinal estavam animadas com a oportunidade de fazer novas amizades. Fleur e Gabrielle conversavam animadamente com Cho e Rosie, duas talentosas jogadoras de quadribol da casa.
Naquela semana, no dia primeiro de dezembro, Hogwarts acordou adornada com decorações natalinas. O cardápio elaborado pelos elfos para as refeições matinais também estava em clima festivo, tudo meticulosamente planejado por Minerva McGonagall, uma maneira singela de agradar seus alunos e as delegações visitantes.
, uma garota tímida diante de tantas pessoas, estava parada em frente à grande águia, tentando resolver o enigma para entrar na torre. Seus cabelos castanhos, presos em um coque, estavam desalinhados, uma mudança em relação ao seu habitual. Ela andava de um lado para o outro, mexendo no cabelo e segurando seu chapéu azul, enquanto o frio cortante das terras altas da Escócia a deixava ainda mais sensível.
Nenhuma alma corvina se aproximou dela, nem mesmo Rosie, a garota com quem havia feito amizade no primeiro dia. Absorvida em seus pensamentos e preocupações sobre o frio, não percebeu os passos que se aproximavam.
— Algum problema? — perguntou uma voz suave, interrompendo seu devaneio.
A voz masculina soou atrás dela, causando um arrepio quase permanente. se virou, deixando os pequenos fios soltos balançarem com o movimento. Não conseguia distinguir se era a voz dele ou a brisa gélida que a fazia sentir-se assim, arrepiada.
— Eu não consigo desvendar o enigma — confessou, olhando para aqueles olhos azuis cristalinos, se sentindo hipnotizada.
— Hm. — Ele sorriu, um sorriso divertido. — E qual é o enigma desta vez?
— “Eu sou leve como uma pena, mas mesmo o homem mais forte não pode me segurar por muito tempo. O que sou?” Eu já fui melhor em enigmas do que hoje — confessou.
O sotaque francês de tornava-a ainda mais encantadora, mais bonita do que no dia em que se apresentaram às quatro casas.
— Pensando assim... — Ele a observou, enquanto ela passava as mãos sobre os braços. — Esse é, na verdade, o mais fácil. — Riu, tirando seu casaco felpudo.
— Plus facile?
— Sim. Aqui, pegue — disse, estendendo o casaco. — Você vai congelar. Não está acostumada com o nosso frio.
— Não estou mesmo, merci. Mas qual é a resposta?
Ele encostou na parede, ficando ao lado dela.
— Sendo leve e mesmo o homem mais forte não consegue segurar, é nitidamente o fôlego.
pensou e percebeu o quão fácil realmente era. Sentiu-se mal por não ter conseguido desvendar um enigma tão simples. Enquanto permanecia ali parada, viu Anthony se aproximar da águia e responder o enigma sem hesitação.
— Vamos? Ou você vai ficar aí parada?
— Non, je pars déjà aussi.
Ela entrou logo atrás dele. O casaco que ele havia emprestado a aquecia rapidamente, e ela queria agradecê-lo de uma forma especial, mas como? Sua timidez frequentemente falava mais alto que suas intenções.
A entrada da Corvinal dava acesso a escadas bifurcadas. Subiram a escada em semiespiral, chegando a uma sala com um lustre magnífico, decorado com laços vermelhos de Natal e luzes amarelas. A estátua de Rowena estava iluminada pelo reflexo do lustre. Passaram pelas escadas que levavam aos dormitórios, parando sobre o brasão de bronze da Corvinal. percebeu que estava seguindo Anthony o tempo todo, e só se deu conta disso quando ele parou mais adiante, na sala da lareira.
— A propósito, me chamo Anthony Goldstein, mas meus amigos me chamam de Tony, então fique à vontade.
, merci mais uma vez — disse ela, sorrindo.
— Não precisa agradecer — respondeu Anthony.
— Ah, sua jaqueta!
— Pode ficar. Eu pego com você depois — disse ele, dando a volta na lareira central e se sentando no sofá creme que ficava abaixo da águia desenhada na parede. — Não esqueça de usar um casaco mais quente.
se acomodou na frente da lareira enquanto conversava com ele.
— Eu esqueci aqui. Comprei um em Hogsmeade, e é esse que está ao seu lado.
Anthony pegou o casaco e, ao movê-lo levemente, o perfume dela exalou no ar. O doce aroma de notas gourmand, com toques de amêndoas e talvez marzipã, deixou o corvino em um lugar distante por curto tempo.
— Aqui — disse ele, esticando o casaco para entregar. — Está gostando da torre? Ou pretende passar os dias na carruagem?
— Non — respondeu , deixando um sorriso amigável aparecer. — Estou amando cada canto da torre. A Corvinal tem uma beleza tão... — Ela olhou para os lados, procurando a palavra. — Nem sei se existe uma palavra que defina tudo isso.
— Somos os melhores nisso. — Ele riu, se desencostando do sofá e se inclinando um pouco mais perto, apoiando os braços nas pernas.
— Eu achei que vocês iriam odiar. Falaram que vocês gostam de silêncio e se introvertem facilmente.
— Alguns são assim, mas outros, como eu, gostamos de um pouco de diversão.
— Queria estudar aqui, mas temos que manter as atividades em dia.
— Vocês vão perder as aulas? — ele perguntou, curioso.
— Non, estamos fazendo algumas atividades. Vamos entregar tudo quando voltar, e assim valerá como uma nota.
— Nota? Então vocês não têm os N.O.M.s?
— Qu'est-ce que ce serait?
— É nossa prova, fazemos para avaliar como será nossa desenvoltura no sexto ano.
— Compreendo. Você sabe francês? — se deu conta de que Anthony a entendia perfeitamente.
— Un peu, mas isso é uma longa história.
— Então você entendeu o dia em que elas falaram muito mal do quadribol de vocês? — perguntou, com um sorriso acanhado.
começou a rir, tentando não cair na gargalhada.
— E como compreendi! Foi por isso que elas saíram daqui. Cho e Rosie não gostaram nem um pouco dessa atitude.
— E tiveram o que mereceram. Fleur não é igual a elas, e elas não conseguem seguir o mesmo caminho que ela. — Ele revirou os olhos.
— Mas você consegue? — ele perguntou, curioso.
— E-eu? — hesitou.
— Sim, você.
— Claro que consigo, é só que... — Ela suspirou. — Nem sempre sou assim, tranquila.
— Sei, posso imaginar. Preciso ir. — Ele olhou para o relógio de pulso. — Obrigado pelo tempo.
mudou de lugar, se sentando onde ele estava. Vê-lo sair sob as luzes de Natal o tornava ainda mais atraente. Nunca tinha ouvido falar de Anthony durante sua estadia ali, mas desde novembro, quando começou a observá-lo, passou a admirá-lo — e agora sabia o nome dele.

💙


acompanhou e torceu por Fleur em todas as provas desde que o nome dela foi anunciado, em outubro, como a campeã de Beauxbatons. Quando o Baile de Inverno foi anunciado — no primeiro dia de novembro, há um mês —, ela descobriu que as provas cessariam por um tempo, até as datas festivas passarem.
Isso deixou seu coração disparado desde aquele momento; passou o dia todo imaginando como seria seu pedido para ir ao baile. Ensaiou inúmeras vezes, mentalmente, como responderia ao convite, sentindo que realmente estava pronta para a ocasião.
Durante esses dias, e Anthony conversaram mais, e suas pequenas reuniões na sala de confraternização eram sempre em torno da lareira central, onde riam de algumas piadas que ele contava. chegou a dar algumas aulas de francês, ensinando dialetos básicos para que ele pudesse se desenvolver melhor. Estar juntos tanto tempo fez seu coração acelerar a cada olhar que ele lhe lançava.

Após o almoço, foi para o pátio com suas amigas de Beauxbatons. Elas se encostaram nos pilares que ali estavam, aproveitando o pequeno sol que apareceu naquele dia. Fleur passou pela grande porta com um sorriso no rosto entregando para que sua pequena ideia tinha dado certo.
— E então? Você conseguiu? — perguntou , animada.
— Ele me convidou! — Fleur se sentou entre as garotas, com um sorriso radiante no rosto. — Vamos juntos ao baile.
As garotas soltaram leves gritinhos de comemoração. Fleur, que estava animada por ter sido convidada por Roger Davies, exibia um sorriso de satisfação.
— E vocês? — a campeã perguntou, curiosa.
— Eu vou com um dos garotos de Durmstrang — uma das garotas respondeu, cheia de entusiasmo.
— Também estou nessa. — Outra garota interveio. — Mas vou com o Blaise.
Fleur olhou para , que estava pegando um chocolate com Amélie.
, você vai com alguém?
Os olhares curiosos das garotas se voltaram para , especialmente da loirinha, que parecia ansiosa para saber quem era o sortudo que a convidara. movimentou os lábios, mas as palavras não saíam. Estava mais aterrorizada com aquela pergunta do que se tivesse sido selecionada como campeã de Beauxbatons.
? — Fleur insistiu.
— Claro que fui! — Ela riu nervosamente. — Mas vocês só vão saber isso no dia do baile.
— Como sempre, deixando tudo para a surpresa — Amélie comentou, com um sorriso.
— É o meu jeitinho de ser. Vou indo, vejo vocês em breve na biblioteca.
— Até, !
— Acho que ela vai com algum garoto de Durmstrang — uma das garotas comentou.
— Talvez, mas ela não gosta tanto deles. — Fleur analisou , enquanto ela se afastava. — Acredito que há algo a mais nessa história.

💙


terminou de subir a escada em espiral e chegou à entrada da sala comunal. O enigma foi falado e, em poucos segundos, ela o desvendou. A grande águia fechou suas asas, abrindo a porta e permitindo sua entrada. Assim que a porta se fechou atrás dela, a ouviu se abrir novamente. O garoto loiro de olhos azuis apareceu, limpando a neve de seu casaco antes de começar a subir as escadas principais.
, achei que já estaria na biblioteca — ele disse, sorrindo.
— Vim pegar alguns livros — ela respondeu, tentando esconder a ansiedade.
— Hm. — Ele a alcançou na escada. — Acho que já sabe do baile. Ansiosa?
— Um pouco. As meninas não param de pensar nos vestidos que vão usar. E você?
— Estou pensando em chamar a Rosie, mas acho que ela já deve ter planos de ir com outra pessoa.
— Rosie... — murmurou, sentindo um frio na barriga.
— O que você disse? — ele perguntou, curioso.
— Ou não — ela respondeu rapidamente. — Tenta convidá-la, ou outra garota.
Eles pararam em frente à estátua de Rowena.
— Talvez eu a leve para um convite na casa de chá da Madame Puddifoot.
— Madame Puddifoot? — perguntou, intrigada.
— Sim, você devia ir lá algum dia. Fica em Hogsmeade.
— Talvez, quem sabe amanhã.
— Isso — ele disse, começando a ficar um pouco nervoso. — Vou indo, podemos nos ver aqui mais tarde?
— Claro, onde?
— Na sala superior.
— Está bem. — Ela puxou o cabelo para o lado, tentando disfarçar a ansiedade. — Estarei lá às oito.
— Então, até mais.
Enquanto Anthony se afastava, sentiu uma pequena chama acender em seu coração. A expectativa de se encontrar com ele a fez pensar em inúmeras possibilidades de conversa, desde assuntos interessantes até o convite para o baile. Às vezes, ela se culpava por criar expectativas que deveria guardar em uma caixinha de sentimentos.

💙


Na biblioteca, finalizava a terceira folha do resumo do livro que estava fazendo com suas amigas. Gabi, a irmã de Fleur, havia acabado de sair da mesa e se dirigia para as carruagens.
, ami! — Fleur a chamou, com um brilho nos olhos.
— Hé!
— Est-il beau? — ela perguntou, mal conseguindo conter a curiosidade.
apenas concordou com a cabeça. Ele era perfeito, e isso ela não negaria, fazendo as meninas rirem baixinho.
— Conte para a gente, quem é, S'il te plaît?
— Non, vocês vão conhecê-lo no dia do baile — respondeu, fechando o livro com um sorriso divertido. — A plus tard, les amis!
Não foram apenas as amigas que ouviram a conversa sobre o baile. Anthony também escutou tudo. Ele estava sentado na mesa atrás delas, concentrado em seus estudos de runas antigas. Sua atitude parecia um pouco alterada, a ponto de deixar até mesmo a bibliotecária assustada, sem coragem de adverti-lo pelo barulho que fez ao se levantar. Goldstein passou apressado por , que ficou intrigada, massageando o braço onde o livro do rapaz a acertou com certa força.
Seu destino era a torre da Corvinal. Ele esperaria por ela no local combinado, já que sabia que as oito horas se aproximavam.

Ao chegar, tirou o casaco, sentindo o calor da lareira aquecer seu corpo. Passou pelo dormitório, deixou seus pertences e levou apenas o casaco consigo.
— Tony, oi! — Ela sorriu alegre ao vê-lo.
.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, notando a seriedade dele.
O olhar de Anthony transmitia uma frieza que ela nunca havia visto antes.
— Preciso saber de uma coisa.
— Pode perguntar.
— Como foi... — Ele pigarreou, a sensação incômoda estava crescendo. — Seu pedido para ir ao baile?
— Como você sabe? — Tentou manter a calma, mas a voz tremia.
— Ouvi você conversando. Achei que daria tempo de ensaiar com você.
— Então era isso? — Suas mãos tremiam, e ela as escondeu no casaco.
— Isso.
— Ah... — Suspirou. — Bom, foi tranquilo. — Ela andou até o parapeito.
— Como ele pediu para você ir junto? — Anthony a acompanhou com o olhar.
caminhou ao redor do parapeito, onde podia observar o andar inferior e o lustre decorado, com a corrente passando pelo vão.
— Ele apenas perguntou se eu queria ir junto. Não foi nada especial. — Evitou olhar para ele.
Anthony se aproximou, parando ao lado dela, mantendo a mão quase próxima da de , que repousava sobre o mármore branco. Ele apenas a observava, em silêncio.
— Só isso? — Anthony viu concordar. — Então, não houve nada que você gostou?
— Et pourquoi le serait-il?
— Porque seria o mínimo que ele poderia fazer.
Estavam tão perto um do outro que o perfume de notas gourmand envolveu Anthony, trazendo à mente o aroma doce de marzipã. Ela decorou cada traço do rosto de Goldstein, desejando que ele fosse o dono do seu convite para o baile de inverno.
— Non, il a juste demandé et j'ai accepté — respondeu , tentando esconder a insegurança na voz.
— Eu sei que você aceitou. — Anthony a observou com atenção.
— Mas por que quer saber disso tudo?
— Para ter uma ideia de como convidar a Rosie — disparou ele, um pouco mais sério.
— Rosie... — sorriu, tentando disfarçar a tensão. — Você a conhece há mais tempo, deve saber como fazer.
Ela se virou para ele, sentindo que precisava se afastar daquela conversa que a deixava tão exposta.
— Preciso me retirar. Com licença, Anthony.
Anthony ficou parado, ouvindo o som dos saltos dela se distanciando. Para um estudante da Corvinal, sua mente brilhante estava disfuncional.
O que ele deveria fazer agora?

💙


Em uma semana, tanta coisa havia acontecido. Quase todos os estudantes já tinham seus pares, e as roupas estavam penduradas ao lado das camas ou guardadas em lindas caixas embrulhadas com seda. Fleur estava deslumbrante, se arrumando ao lado de Cho, que iria acompanhada de Diggory. Rosie, Amélie e também estavam se preparando com as garotas. Elas estavam tão lindas; "deslumbrantes" era a palavra certa para descrevê-las.
— Você não vai? — Rosie arqueou a sobrancelha, ao ver sentada na cama.
— Daqui a pouco. Ele pediu para esperar até às oito e quarenta para entrarmos juntos. — As bochechas de coraram.
— Uuh, ela vai entrar com o par dela! — Rosie se divertia em deixar a amiga envergonhada.
— Ok, ok! — riu junto com as amigas. — Maintenant tu peux y aller.
— Tá bem, estamos indo. Até mais, ! — respondeu Fleur.
Ela acenou com a mão enquanto as amigas saíam. Assim que a porta se fechou, respirou aliviada, tirou os saltos e os deixou cair no chão, desejando apenas ficar no quarto até a meia-noite chegar, ouvindo todos comemorando o Natal, enquanto a noite do baile se desenrolava lá fora. A verdade é que seu humor estava assim porque ela mentiu. Mentiu sobre ter um par para o baile, um par tão lindo quanto Anthony, carinhoso e atencioso como ele. Durante todo esse tempo, sustentou uma mentira que lhe custou um lindo vestido bordô, simples, mas elegante, com leves brilhos.
— Quelle haine! — exclamou, deixando transparecer o ódio que sentia de si mesma. Sabia que Rosie seria o par do garoto que mais desejava dançar naquela noite, mas em nenhum momento deixou isso transparecer.
Ao olhar o relógio, o ponteiro marcavam oito e vinte e cinco. Era hora de deixar a torre e caminhar lentamente até o grande salão onde aconteceria o baile. Precisava comemorar o natal, afinal.
Os corredores do castelo estavam repletos de uma atmosfera natalina aconchegante. As luzes iluminavam o caminho, e em algumas partes, era possível ouvir os quadros cantarolando músicas de natal. Um sorriso genuíno surgiu nos lábios de ; ao menos algo a fez sorrir.
Quando chegou à porta, estava a centímetros de entrar. O som da música passava pelas frestas, se misturando ao canto dos alunos. O aroma da comida sendo servida também permeava os corredores de Hogwarts, despertando seu apetite por cada delícia.
— Calma, respira, você consegue, — sussurrou para si mesma.
Deu um passo e entrou no salão. A decoração, com algumas esculturas de gelo, a fez lembrar-se de sua adorável Academia de Magia. Da porta, viu cadeiras vazias com casacos e echarpes pendurados, alguns que reconheceu como sendo de Beauxbatons. Olhando para a pista de dança, notou Fleur e Roger dançando, quase ao lado de Cho e Cedric. Rosie estava sentada, conversando com Amélie e uma garota de cabelo ruivo, que suspeitou ser Gina, a quem Rosie tanto comentava.
Ao perceber que estava sozinha, nem mesmo a presença de Goldstein no salão era notável. Seus pensamentos se tornaram uma incógnita que ela não conseguia resolver.
?
A voz que chamou seu nome a arrepiou dos pés à cabeça. As mãos suaram frio, mesmo segurando a saia do vestido. Girou o corpo, deixando o vestido bordô rodar suavemente; seus olhos se encontraram com os de Anthony Goldstein e sentiu o que tentava negar causar borboletas em seu estômago.
Anthony a olhava com confusão e admiração. Estava mais linda do que no dia trinta de outubro.
O vestido bordô de era uma verdadeira obra de arte, projetado para capturar a essência de sua personalidade delicada. Com um corpete estruturado, ele abraçava suas curvas de forma suave, destacando sua silhueta de maneira elegante. As alças, feitas de um tecido leve e transparente, deslizavam sobre seus ombros, conferindo um ar etéreo à peça. O contraste entre a rigidez do corpete e a suavidade da saia criava um efeito hipnotizante. A saia, ampla e fluida, era composta por camadas de tule que dançavam com cada movimento, como se fossem nuvens bordô flutuando ao seu redor.
O vestido não apenas a vestia, mas também contava uma história, uma narrativa de confiança e beleza que a acompanharia durante toda a noite.
— Você está… impecável!
— Obrigada! Você vai se encontrar com…
! — Fleur a interrompeu, atraindo a atenção de todos. — Então ele é o seu par.
— Par? — Tony estranhou.
— Você estava certa, hein. — Ele sorriu para ela. — Profitez de la nuit. Joyeux Noël!
Fleur saiu do baile segurando a mão de Roger, em busca de um lugar mais íntimo. Assim que eles se afastaram, ele tentou compreender o que Fleur quis dizer ao afirmar que Anthony era seu par.
— Eu posso explicar. — A voz dela saiu tão baixinha que quase teve certeza de que não havia falado nada.
— E você vai. — Ele se aproximou dela. — Só que antes vamos até a torre da Corvinal.
— Pourquoi?
— Você verá.
Ele segurou a mão dela e a conduziu até a sala comunal da Corvinal. Na sala de confraternização do sétimo ano, Anthony a levou até uma escada, subindo até chegar a uma porta branca com vitrais azulados. Antes de abrir, Goldstein tirou seu terno e colocou sobre os ombros de . Ao abrir a porta, ela sentiu o vento gelado soprar em seus cabelos.
Ainda segurando a mão dele, ela admirou o local: um lindo terraço com uma vista deslumbrante, decorado para a data especial, vinte e cinco de dezembro. Os vasos de arbustos estavam adornados com as cores natalinas, refletindo as cores da casa. Ele a posicionou à sua frente, ainda segurando a mão dela, e esperou que ela começasse a falar.
— Que lugar magnifique!
— Eu tinha planos para cá, mas primeiro me explique o porquê de Fleur ter falado para aproveitarmos.
— E-eu disse a elas que meu par para o baile era um dos garotos mais lindos do castelo. Não revelei quem era, a-apenas que elas saberiam quando eu chegasse ao baile. — Ela desviou o olhar, focando em seu salto vermelho, envergonhada pela situação. — Então, eu cheguei lá e você apareceu. El-ela achou que você fosse meu par.
— E onde está seu par?
Anthony levantou suavemente o queixo dela, olhando nos olhos dela.
— Eu não tenho, eu menti.
— Mas que merda, . — Ele se afastou dela, caminhando até a borda do terraço, apoiando as mãos mesmo ali estando coberto de neve.
— Eu sei, eu devia ter contado a verdade.
— Não é isso. — Ele se virou para ela, a expressão estava séria.
— Como não? Tu es censé être avec Rosie maintenant.
— Acredite, eu quero mais que a Rosie suma da nossa conversa. — Ele se aproximou, a intensidade em seus olhos aumentava. — , se eu soubesse dessa história, eu teria te levado para o baile. Eu tinha planos de te trazer aqui naquele dia em que conversamos sobre como seu “par” a convidou e você iria comigo ao meu lado, e eu passaria o resto da noite dançando com você em meus braços.
piscou várias vezes, aturdida pela declaração inesperada.
— Eu… estou sem entender.
— Desde aquele dia, trinta de outubro, quando você passou pela porta junto com as outras alunas de Beauxbatons, eu só tive olhos para você. Passei o tempo querendo falar contigo, mas havia tantos garotos querendo o mesmo, até mesmo aquele Malfoy. Quando finalmente tive a chance de criar uma amizade contigo, achei que tinha um por cento de chance de ficar com você.
— Todo esse tempo?
— Oui.
— E eu simplesmente pensei que seu coração pertencia a Rosie.
— Rosie eu cuido como uma novata da Corvinal, mesmo ela sendo um ano abaixo de mim. Mas você, , você despertou sentimentos em meu coração tão rápido que achei que poderia infartar a qualquer momento.
riu, incapaz de conter a alegria diante da declaração sincera.
— Tony, eu não sei como vamos fazer, mas acho que podemos dar um jeito, não? Beauxbatons é longe, mas sei que podemos conversar por cartas e nos encontrar nas férias.
— Primeiro, quero apenas aproveitar o agora. Quando estiver perto do dia em que você retornar para Beauxbatons, podemos pensar nisso. Agora, se você me permite…
Ele segurou o rosto dela com delicadeza, seus dedos acariciando a pele suave de , enquanto a outra mão repousava em sua cintura, a puxando levemente para mais perto. A garota, sentindo a intensidade do momento, assentiu com a cabeça, seus olhos brilhando de expectativa. Anthony se inclinou e seus lábios, frios e hesitantes, finalmente encontraram os dela. O beijo começou suave, como um sussurro, e, à medida que se aprofundava, a temperatura entre eles parecia aumentar. O mundo ao redor desapareceu, deixando apenas a neve caindo suavemente sobre eles.
— A propósito, Joyeux Noël, .
— Joyeux Noël, Anthony.
Após o beijo, Anthony fez questão de que voltassem ao baile, agora como seus respectivos pares. Ele queria aproveitar as últimas horas dançando ao lado dela, sentindo o perfume envolvente de notas gourmand que a acompanhava.


FIM


Nota da autora: Feliz Natal! Feliz Ano Novo!
Bom, eu peguei informações do livro e filme e modifiquei para suprir minha vontade de fazer esta fic. Eu também, não pude evitar, usei a arquitetura do castelo do jogo.
Espero que gostem!
*Eu usei, sim, o tradutor para as falas em francês.

Leia também:
• A Slytherin Christmas Tale
• Under the Ravenclaw Christmas Lights
• My Gryffindor Christmas Wish
• Christmas Love in Hufflepuff

🪐


Nota da Beth Saturno: Que fofura esses dois. Amei demais esse casal. Tava torcendo demais por eles. Arrasou, Ninna! ♥

Se você encontrou algum erro de revisão ou codificação, entre em contato por aqui.
Para saber quando essa fanfic vai atualizar, acompanhe aqui.


Barra de Progresso de Leitura
0%