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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Setembro/2024.

Aquela deveria ser apenas mais uma noite pacata e tediosa na pequena Woodsboro. Era meio de semana e a maioria não se arriscava a sair de casa quando se tinha aulas aguardando cedo no dia seguinte, porém alguns se diziam corajosos o bastante para quebrar regras.
Casey Becker não fazia parte desse grupo. Ela jamais mancharia a imagem de boa moça que adorava estampar por onde passava. Seus pais tinham total confiança nela, até mesmo para deixá-la sozinha, sem sonharem que Steve, o namoradinho do time da escola, em breve chegaria para fodê-la no meio da sala de estar.
Mas é como dizem, os mais quietos são os piores e eu estava ali justamente para comprovar isso.
As sombras me ocultavam com maestria do lado de fora da casa. Era ridículo como a fraca iluminação das ruas contribuía para a perfeição de meus planos, sem mencionar, é claro, o fato de os Becker terem escolhido uma residência tão isolada e vulnerável.
Será que eles não assistiam filmes de terror?
Meu coração estava um tanto acelerado pela expectativa. Tudo precisava acontecer conforme o planejado, afinal, aquela era a primeira peça de um jogo. O jogo mais divertido de todos os tempos.
O toque da chamada pareceu infinito enquanto eu, reunindo toda a minha paciência, me mantinha aguardando. Sabia que Casey atenderia, a vadiazinha estava esperando Steven vir encontrá-la e uma ligação dele seria algo esperado por ela.
Abri um sorriso maldoso ao pensar sobre aquilo e ele se alargou quando, finalmente, a loirinha boazinha atendeu.
Alô?
— Alô! Quem está falando? — Eu já tinha ensaiado aquele diálogo várias vezes em minha mente.
— Com quem você está tentando falar?
Ah, Casey. Tão previsível.
— Não sei.
— Bom, você ligou para o número errado. Acontece.
A ligação foi cortada e eu quase ri enquanto retornava a ligação.
Já esperava que a segunda tentativa fosse tão mal sucedida quanto a primeira, porém era tudo parte do jogo e eu não desistiria até chegar ao fim.
Na terceira chamada, Casey começou a revelar vadia que era. Mesmo enquanto preparava pipocas para comer em uma noite de filmes com o namoradinho, ela não hesitou em flertar com alguém completamente desconhecido.
Qual é o seu filme de terror favorito?
— Ah, eu não sei.
— Vamos lá. Tem que ter algum.
— Halloween. Aquele do cara com a máscara, que persegue babás, sabe?
Se ela ao menos soubesse que eu podia vê-la brincando com as facas da cozinha naquele momento, entenderia a ironia em tudo.
— Sim. — Passei a língua pelos lábios, mesmo que ninguém pudesse ver. A adrenalina me agitou mais. Estava quase na hora.
— E o seu?
— Adivinhe. — Era patético como ela caía fácil na minha conversa.
— A Hora do Pesadelo! — A voz de Becker elevou uma oitava. Ela estava empolgada e aquilo tornava o jogo ainda mais interessante.
— Esse é aquele filme do cara com facas nos dedos?
— Sim. Do Freddy Krueger.
— Freddy, isso mesmo. Eu gosto desse filme. Ele é assustador. — Sorri de canto.
— Mas só o primeiro é bom. Os outros são péssimos. — Acompanhei enquanto ela andava pela casa, totalmente alheia ao que a aguardava. Isso fez meu sorriso aumentar.
— Então… Você tem namorado?
Pelo tom da nossa conversa, eu já imaginava qual seria a resposta de Casey.
— Por quê? Vai me chamar para sair?
Vadiazinha suja.
— Talvez. Você tem? — insisti, como se realmente tivesse interesse naquilo.
— Não.
Eu quis rir. Poderia até ter pena de Steven, mas ele era tão sujo quanto ela. Por isso, de certa forma, os dois se mereciam.
E mereciam o que estava prestes a acontecer.
— Sabe… Você nunca me disse o seu nome.
O sorriso ladino dela estava tão próximo. Precisei me conter para seguir com o plano.
— Por que você quer tanto saber o meu nome? — Ela ia me dizer, estava apenas fazendo charme… Ou tentando.
Tudo o que eu sentia era sede.
Era chegada a hora.
— Para saber quem eu estou olhando.
Foi um desperdício eu não ter uma forma de eternizar aquele momento. A forma como Casey Becker paralisou ao ouvir minhas palavras, seu sorriso de putinha convencida se desfazendo, enquanto o pavor tomava conta de suas feições.
Eu poderia me deleitar num banquete daqueles e era tudo o que eu queria fazer.
— O que você disse? — A voz trêmula dela era música aos meus ouvidos.
— Quero saber com quem estou falando. — A mentira não seria engolida, o pânico já estava instaurado.
De repente, Casey esquecia o trato de deixar a porta de vidro aberta para o Steven entrar e passou a trancar todas as entradas da casa.
Mais uma vez, tão previsível.
Onde estavam todos os flertes? Os jogos de palavras? O atrevimento?
— Não desligue na minha cara! — rosnei, ao perceber que Becker o faria, porém era tarde demais.
Cadela insolente!
Sua corrida desesperada pela casa era piada.
O desespero era palpável quando Casey levou o telefone mais uma vez ao ouvido para atendê-lo.
— Sim?
— Falei para não desligar. — Dessa vez, meu tom era sério, acusatório.
Deu para ver o corpo dela se arrepiar.
Sorri com satisfação.
— O que você quer? — Espera… Ela estava chorando?
Aquilo só melhorava.
— Conversar.
— Então ligue para outra pessoa.
Bufei quando, pela quarta vez, Becker desligou na minha cara.
Minha vontade era a de afundar a cara dela naquele telefone.
Não desisti.
Casey chegou à cozinha mais uma vez, estava prestes a desligar a pipoca, que agora queimava no fogão.
— Escuta aqui, seu idiota…! — Sua voz estridente e chorosa quase me tirou completamente do sério.
Quem ela pensava que era?
— Escute você, sua vadiazinha de merda! Se desligar de novo na minha cara, vou te estripar que nem um peixe. Entendeu? — Meu rosnado a deixou ainda mais assustada.
— Isso é alguma… alguma brincadeira? — Eu poderia sentir pena, porém o fato de ela subitamente voltar a ser toda boazinha me deu ainda mais ânsia de chegar ao gran finale.
— Não. É mais como um jogo. Será que você aguenta, loirinha?
Dei risada com o impacto do apelido. Casey Becker, ainda mais desesperada, saiu testando e trancando portas e janelas outra vez. Ela até mesmo me ameaçou com a polícia antes de desligar de novo na minha cara!
Como se ninguém soubesse que seus pais haviam comprado aquela porcaria de casa afastada de todo mundo, e o motivo? Eram um riquinhos de merda, que odiavam se misturar.
Imagina o desgosto quando descobrissem o namorado pobre da filhinha única e perfeita.
Mesmo que Casey realmente conseguisse ligar para a polícia, eles demorariam tanto para chegar… Talvez eu devesse deixar, não é? Só para o jogo ficar mais excitante!
O soar da campainha arrancou um grito dela e a loirinha se contorceu toda, soltando a pergunta mais patética de todas.
Quem está aí?
Fala sério! Que merda era aquela?
E mesmo sabendo que era eu no telefone de novo quando o som a assustou outra vez, Becker atendeu.
— É sério que você perguntou quem está aí? Achei que assistia filmes de terror, loirinha! Nunca se pergunta esse tipo de coisa. É uma sentença de morte. — Sorri e me deliciei com o pavor exprimido em forma de soluços.
Eu havia repassado tudo que aconteceria na minha mente antes mesmo de acontecer, e nem em meus melhores sonhos a sensação era tão satisfatória.
Queria mais. Muito mais.
— Olha aqui, você já se divertiu, então por que não vai embora? Meu namorado vai chegar a qualquer momento e…
— Namorado? Achei que não tinha namorado. — Não contive uma risada debochada.
— Eu menti, tá legal? Eu tenho namorado e ele é enorme, e joga futebol, e vai acabar com você!
— Uh, que medo. Me apavorei agora! — Ri ainda mais.
— É? Então vai embora! Ele já deve estar chegando. — Ela era burra ou o quê?
— Hmm, tem razão. O nome dele, por um acaso, não é Steve?
Assisti-la ficar ainda mais pálida não tinha preço.
— Como… como você sabe o nome dele?
— Acende a luz do pátio, loirinha.
Alguém realmente acreditava naquelas lágrimas? Há apenas alguns minutos, Casey Becker se oferecia para sair comigo e, de repente, era a namorada desesperada, tentando salvar o jogadorzinho de futebol de um destino já traçado, independente de seu sucesso ou fracasso na nossa brincadeira.
Como eu previ, Becker perdeu seu desafio. Desafio esse, que constava em responder perguntar sobre seus adorados filmes de terror.
A culpa era toda dela. Quem mandava não prestar atenção! Qualquer idiota sabia que o assassino original de Sexta-Feira 13 era a Pamela Voorhees e não o Jason.
Sua cara ao ver as tripas do namoradinho para fora era outra memória que eu gostaria de ter eternizado de alguma forma.
— Ei, ainda não terminamos! — Chamei a atenção dela e me diverti tanto que poderia gritar. — Última pergunta, Casey. Está pronta?
A vadia só sabia chorar e me pedir para deixá-la em paz.
— O jogo só acaba se você me responder. — Continuei a me deliciar com aquilo. — Em qual porta eu estou?
Outra vez, os olhos dela se arregalaram de surpresa e a loirinha não sabia em qual direção deveria focar.
— O quê?
— Vamos lá. Existem duas portas principais na sua casa, a da frente e a do pátio. Em qual delas eu estou? Responda corretamente e eu te deixarei viver.
Ou não.
Sorri enviesado.
— Não. Eu não vou fazer isso — Becker choramingou.
Chata pra caralho.
— Você quem sabe.
Porém, no fundo, era o que eu queria ouvir.
O barulho da porta de vidro estilhaçando a fez disparar até a cozinha e foi uma graça vê-la pegar uma faca dali. Como se ela, Casey Becker, a vadiazinha que se fazia de boa moça, fosse capaz de atrapalhar o fim do espetáculo.
Adentrei a sala de estar e procurei por ela. Conseguia ouvir sua respiração descompassada e os soluços que tentava conter.
A luz de um farol chamou minha atenção para a janela. Era o carro dos Becker se aproximando e quem estava do lado de fora, parada feito uma idiota, olhando?
Foi fácil chegar até o lado de fora sem que ela me visse.
Na primeira oportunidade, me joguei em cima da vadia e com satisfação enterrei minha faca em seu peito.
Ah, a sensação da carne sendo rasgada não tinha preço! A cara de choque, as exclamações de dor, o choro desesperado! O sangue para todo o lado!
O carro dos pais dela estava mais próximo e parou na entrada da casa. Precisava acabar logo com aquilo.
Becker me acertou com força. Urrei de ódio ao sentir meu corpo se lançar para trás e eu queria ter mais tempo para presenciar a cena daquela putinha se arrastando.
Como acreditavam naquele jeitinho de anjo? Aquela garota me enojava.
A alcancei sem dificuldade e quando estendi a faca para acertá-la, sua mão puxou a máscara que cobria meu rosto.
Foda-se. Ela já estava morta mesmo.
Desci a faca com ainda mais ódio. Perfurei seu corpo como se estivesse mesmo estripando um peixe. Só que a sensação era melhor. Era o paraíso!
Casey ainda segurava o telefone quando me levantei e puxei seu corpo por uma das pernas e a arrastei até uma das árvores. Eu ia pendurá-la e expor como deveria ter sido desde sempre. Todo mundo precisava ver como ela era por dentro. Podre, nojenta, suja.
Os gritos de desespero dos Beckers ao encontrarem a preciosa filha era como música para os meus ouvidos.
A adrenalina ainda pulsava em minhas veias enquanto eu me afastava da cena. Aquele era apenas o primeiro movimento de um jogo mortal que mergulharia a pacata Woodsboro em um pesadelo digno de um clássico de terror.
E eu ansiava por cada segundo.


A confusão estava instaurada diante da Woodsboro High School. O medo estampava a feição de cada aluno ali presente e era muito evidente que nem mesmo os professores conseguiriam se manter concentrados para ministrarem suas aulas naquele dia.
estava atrasada novamente. A desculpa era que seu despertador havia quebrado, mas qualquer um que a conhecesse o suficiente saberia que isso era uma grande mentira. Na verdade, o problema nunca era o despertador, era ela mesma, que o chutava para longe, a fim de voltar ao seu precioso sono.
Tão envolvida em seu próprio desespero para chegar a tempo à escola, não se deu conta do clima ao redor. Ela resmungou, é claro, quando uma garota pulou de susto ao notar a sombra apressada dela atrás de si, mas aquele comportamento não era tão fora do comum assim quando se tratava de . As pessoas não costumavam prestar tanta atenção assim nela, e, quando prestavam, se assustavam mesmo.
não era estranha nem nada do tipo, era apenas comum e preferia ficar sempre na dela. Não se importava em não ser muito notada, na verdade, gostava que fosse assim.
Conseguia ouvir alguns burburinhos conforme caminhava e um nome chamou sua atenção.
Casey Becker.
O que diabos tinha acontecido com Casey Becker?
não se importava muito com a garota. Nunca havia trocado mais do que duas palavras com ela, e noventa por cento dos alunos daquela escola também não. No entanto, de repente, tudo era sobre Casey.
Inquieta, ela apressou seus passos e sentiu alívio ao avistar seus amigos, Billy e Stu, conversando perto dos armários.
O primeiro a notar sua presença foi Loomis, que acenou para que se aproximasse mais.
— O que aconteceu? — Olhou dele para Stu, que lhe devolveu com espanto.
— É sério que você não ficou sabendo? — Macher a encarou como se questionasse em que planeta estava.
revirou os olhos com uma certa impaciência. Se ela estava perguntando, era meio óbvio.
— Casey Becker foi assassinada — Billy interveio e isso atraiu a atenção de para si.
Ah, então era esse o motivo da garota subitamente ter se tornado o centro das atenções.
— É sério isso? — Arregalou os olhos.
Não era exatamente fã de Casey. Na verdade, de fato, não ligava para a garota, mas descobrir que uma colega sua foi assassinada não era também a melhor das notícias.
— Sim. Muito sério. — Loomis continuava a encarando com atenção.
— Minha nossa. Como… como isso aconteceu? — Não sabia se aquela era a pergunta certa, mas foi a única coisa que escapou de seus lábios.
— Não sabemos muitos detalhes ainda, mas estão dizendo que foi brutal. — Foi Stu quem respondeu dessa vez.
Uma careta se formou nas feições de . Não imaginava que fosse possível acontecer aquele tipo de coisa em Woodsboro. Quer dizer, era Woodsboro, uma cidadezinha pacata, um fim de mundo onde todo mundo se conhecia.
Quem havia feito aquilo?
— E a polícia já tem algum suspeito?
— Não. Quer dizer, deve ter alguns, mas nada foi divulgado ainda. — Billy se encostou melhor no armário e o gesto atraiu a atenção de .
— Caramba… Isso é loucura. Logo aqui em Woodsboro e com Casey? Quer dizer, alguém tinha algo contra ela? — custava a acreditar.
— Não que eu saiba. Todo mundo sempre falava do “quão legal era Casey Becker”. — Stu fez aspas com as mãos.
— Menos você, pelo jeito. — não conseguiu segurar uma risada fraca.
— Não, não é isso. Nunca liguei para ela na verdade. — Macher deu de ombros e a garota quase sorriu aliviada para ele.
Era bom saber que mais alguém se sentia da mesma forma. A deixava menos culpada.
— Cuidado, Stu. Assim vão achar que foi você quem matou a garota — Billy se meteu e abriu um sorriso maldoso.
Macher revirou os olhos.
— Falando nisso. Vocês desconfiam de alguém? — aproveitou a oportunidade para indagar.
— Que tal o Randy? — Stu imediatamente sugeriu, como se estivesse pensando naquilo o tempo todo.
— Randy? Randy Meeks? — ergueu uma sobrancelha.
— E por acaso tem algum outro que você conhece? — Macher zoou a amiga, que revirou os olhos. — Lógico que é ele. Pensa bem, o cara é o maior esquisito. Vive falando em filmes de terror e essas histórias de crimes.
— Ah, mas eu também sou fã de filmes de terror, Stu. Isso me torna uma suspeita por acaso? — o olhou intrigada.
— Bom, você demorou para vir hoje. Vai saber se não estava se livrando das provas? — Billy provocou e recebeu um tapa como resposta.
— Ah, cale a boca, Loomis! Só em seus sonhos eu seria uma assassina tão desajeitada.
— O que quer dizer com isso? — Foi a vez de Billy erguer uma sobrancelha.
— Exatamente o que eu disse, ué.
— E como você sabe que o assassino foi desajeitado, darling? Você não disse que não sabia de nada até chegar aqui? — O sorriso esperto de Loomis a deixou levemente desconcertada, não por ter alguma culpa, mas porque ele tinha aquele efeito sobre ela sem nem se dar conta.
tinha uma paixonite absurda por Billy desde sempre, mas escondia o sentimento para si. Primeiro, porque Loomis só a via como uma amiga. Segundo, porque ele namorava Sidney Prescott.
Maldita Sidney. não suportava aquela garota e o quão sonsa ela sempre soava.
Como Billy estava com alguém como ela, nunca saberia.
? — Stu tentava despertá-la de seus pensamentos e a garota se sacudiu para focar o olhar nele.
— O quê?
— Ih, você acaba de entrar no primeiro lugar da nossa lista de suspeitos — zoou, com uma expressão de quem sairia correndo dela a qualquer momento.
— Cala a boca, Macher! É lógico que isso daí não faz o menor sentido!
— Você não respondeu a minha pergunta, — Loomis insistiu, enquanto a olhava com atenção.
— E preciso responder? Vocês mesmos disseram que a cena era brutal, então com certeza havia sangue para todo o lado, certo?
— Hmm… Suponho que sim — Stu respondeu.
— Então pronto. Sangue por todo o lado atrai atenção demais. Se eu fosse começar uma matança, seria sutil para poder fazer mais vítimas depois sem ser pega. — Deu de ombros e sorriu satisfeita ao ver a cara de espanto dos amigos.
— Você me assusta para um caralho, . É por isso que só a gente te aguenta — Macher implicou com ela, que lhe esbarrou com os ombros.
— Vocês não vivem sem mim, essa é a verdade.
— Depois dessa, eu vou até sair daqui — Stu retrucou e saiu correndo.
A verdade era que Tatum, sua namorada, havia acabado de passar atrás dele com Sidney e, como o cachorrinho que era, Macher logo seguiu atrás dela.
revirou os olhos.
— Pode ir atrás da sua também. Não vou segurar velas hoje. — Olhou entediada para Billy.
Um sorriso se formou nos lábios dele.
— Ciúmes?
Porra.
Ele precisava usar aquele charme todo?
o odiava por aquilo.
— De quem? Do Stu? — Foi cínica e retornou o sorriso dele.
— Gosta do Stu? — Loomis ergueu uma sobrancelha em desafio.
— Lógico que não, Billy. Até parece! — se defendeu rapidamente, sem pensar direito no que sua resposta implicava.
— Então é de mim. — Seu tom de voz convencido a fez sentir as bochechas esquentarem, porém nunca admitiria o tombo que tinha por ele.
— Você é ridículo e convencido, Loomis. Não tenho ciúmes de ninguém. Só sei que, como bons cachorrinhos, vocês saem atrás do cheiro das namoradinhas. — Deu de ombros, ainda soando ácida.
Billy negou com a cabeça.
— Não vou atrás de ninguém, . Prefiro ficar aqui com você.
Filho da mãe.
Aquilo a pegou de jeito e desarmou todas as suas defesas.
— Ri-dí-cu-lo. — Estreitou os olhos na direção do rapaz.
— É assim que me retribui? Assim você me magoa, darling.
— Pare de me atazanar. Vá atrás da sua namorada logo, Billy. — Revirou os olhos.
— Já falei que prefiro ficar aqui. Por que não acredita?
— Porque você escuta muito mais o seu amigo aí do meio de suas pernas. — Riu.
Ah, se soubesse!
— Fiquei intrigado com o que falou sobre o assassino ser desajeitado. Me fale mais sobre isso. — Ignorou o comentário dela, porque sabia que funcionaria.
— Você me parece muito interessado em saber a minha opinião. Por acaso foi você quem matou a Casey? — Devolveu com uma pergunta e mais uma erguida de sobrancelha.
Billy estreitou os olhos e deu dois passos em sua direção.
— Se fosse o caso, você acha que eu diria assim?
Um arrepio passou pelo corpo de e ela não soube dizer se era devido à proximidade ou à forma como Loomis a encarou ao dizer aquilo.
— Posso pensar em um jeito ou outro de arrancar a verdade de você, meu bem. — lambeu os lábios e isso atraiu imediatamente o olhar dele para a região.
— Ah, pode? E que jeito seria esse? — Ele subiu para fixar os olhos nos dela ao se aproximar ainda mais.
— Te amarrando no meu porão, de repente. — Fez cara de maníaca para cortar o clima porque odiava quando Billy flertava com ela.
Ele devia saber o efeito que tinha, não era possível.
— Me amarrando? Se essa é a sua estratégia para me assustar, saiba que o efeito foi outro, darling. — O sorriso dele se ampliou.
— Gosta de ser amarrado? — ergueu uma sobrancelha, enquanto tentava não imaginar aquele cenário.
— Muito. — Billy lambeu os lábios e ela o odiou por aquilo.
— Então vou pensar em outras formas de tortura. — Tentou sair daquela saia justa, o que arrancou uma risada de Loomis.
Ele sabia que ela ia amarelar. Era o que acontecia toda vez que aumentava a proximidade entre eles.
Uma parte sua, no entanto, detestava aquilo porque só lhe dava a certeza de que o via apenas como um amigo muito próximo e nada além daquilo.
Billy, por outro lado, sempre quis mais. Nunca tentou porque algo lhe dizia que não o correspondia e isso acabaria com a amizade entre eles.
— Pessoal, em face à tragédia ocorrida com Casey e Steve, as aulas de hoje foram canceladas. Voltem para suas casas e prestem homenagens aos seus colegas. — A voz do diretor interrompeu a conversa dos dois, que continuaram se olhando.
— Steve também? — ela sussurrou espantada.
No mesmo instante, a expressão de pareceu temerosa. Ela tentou esconder, porém Loomis percebeu.
— O que foi?
— Você acha que vai acontecer de novo?
Billy a analisou por alguns segundos antes de responder.
— Não sei. Woodsboro é uma cidade pequena, talvez capturem quem fez isso antes. — Deu de ombros.
— Mas e se não capturarem? — Era uma preocupação genuína dela. — Não foi uma vítima só, Billy. Foram duas.
— Acho que pode voltar a acontecer, sim. — Loomis foi sincero e notou que aquilo a deixou mais inquieta. — Qual o problema, ? Me diga.
— Estou com medo, Billy. Meu pai foi para essa maldita conferência e tem um assassino à solta — confessou e desviou o olhar dele.
— É sério que você, uma especialista em filmes de terror, está com medo disso?
quis socá-lo pelo tom de provocação.
— Estou falando sério, Loomis. A realidade é muito diferente dos filmes. — Um calafrio passou por seu corpo.
— Ei… — Billy adquiriu uma expressão séria e se aproximou o suficiente para segurar o queixo da garota com uma das mãos, o que a fez encará-lo nos olhos. — Ninguém vai fazer nada com você.
ficou levemente desconcertada, porém tentou disfarçar o máximo que pôde.
— E como você tem tanta certeza disso?
— Porque eu vou cuidar de você.
não esperava por aquilo e imediatamente sentiu seu rosto esquentar.
— Vai nada, Billy. Para com isso! — retrucou rapidamente e deu risada, sem acreditar.
Loomis notou o desconcerto dela e não soube, mais uma vez, se aquilo era bom ou ruim.
— Estou falando sério, . Se você quiser, posso te acompanhar até em casa.
— E a sua namorada, Loomis? Vai deixar ela ir sozinha com um assassino à solta? — alfinetou.
Foi a vez dele se desconcertar.
— A Sidney tem os amigos dela para escoltá-la. Eu cuido de você, . — Ele logo se recuperou.
Lógico, e ela era amiga dele, nada além daquilo.
A garota suspirou.
— Tá, que seja.
Ele percebeu o tom incomodado na voz dela, mas não quis questioná-la sobre aquilo. Duvidava que fosse respondê-lo de qualquer forma.

Os dois começaram um trajeto silencioso pelos corredores da escola e logo seguiam pelas ruas.
Normalmente, a conversa fluía entre eles, mas, por algum motivo, de repente, não sabiam o que dizer um ao outro.
Permaneceram uns bons minutos assim, até que Loomis não aguentou e cedeu a um impulso.
?
— Sim?
— O que acha de nós fazermos algo mais tarde?
Oi?
Ele estava brincando com ela?
Aquilo era o quê? Um convite para sair, ou outra forma de cuidado?
— Como assim? — Se sentiu idiota por questionar aquilo.
— Um jantar, ou um cinema… Talvez os dois. O que você quiser, na verdade. — Billy coçou a nuca de um jeito que pareceu nervoso e sentiu seu coração acelerar.
Ele não podia fazer aquilo com ela. Brincar daquele jeito.
— Billy… — suspirou.
— Tudo bem se não quiser. Eu não devia ter perguntado. — Riu.
— Você tá falando sério? — Arqueou uma sobrancelha.
— É claro. Por que não estaria?
— Porque você namora? — Foi a vez dela rir, nervosa, ao dizer aquilo como se fosse óbvio.
— Ah… Sim, namoro.
Mais alguns segundos de um silêncio constrangedor se passaram.
— Então isso é um não? — Billy tentou novamente, o que fez o encarar surpresa e subitamente nervosa.
Qual era a real intenção dele com aquilo? Deveria perguntar?
— Não. Isso não é um não. — Se surpreendeu por ter coragem de responder e ainda admitir a resposta até para si mesma.
Instantaneamente um sorriso se formou nos lábios dele.
— É um sim? — Por dentro, Loomis mal conseguia acreditar que estava aceitando seu convite.
o encarou de cima a baixo, sem fazer muita questão de disfarçar.
Billy Loomis namorava Sidney Prescott, era verdade. No entanto, Sidney não o merecia. Era apenas uma garota mimada, chata e sem graça que não dava o devido valor a Billy.
Ela não a suportava.
Talvez estivesse interpretando errado o convite de Loomis. Talvez os planos desse fossem totalmente amigáveis e naquele momento não tinha coragem de perguntar, simplesmente porque adoraria manter a ilusão, pelo menos por algumas horas, de que teria um encontro com ele.
Ao se aproveitar da coragem que surgiu, respondeu.
— Sim, Billy. É um sim.



O dia pareceu se arrastar depois que e Billy se despediram. Ela chegou à sua casa repassando tudo o que havia acontecido naquela manhã e ainda não conseguia acreditar.
Billy Loomis tinha mesmo a chamado para sair? E ela aceitou?
Ainda podia ouvir a voz deliciosa dele dizendo que a buscaria em casa lá pelas sete, o que ia contra a ideia do toque de recolher prestes a entrar em execução, mas quem se importava com aquilo? Caramba, ela ia sair com Billy Loomis!
O medo de ter entendido tudo errado ainda se fazia presente. No entanto, o ignorava. Se fosse mesmo o caso, ela faria o maior papel de trouxa do ano, porém fingiria plenitude. Era assim que sempre lidava com as coisas.
Sua animação era tanta que chegou até mesmo a esquecer dos assassinatos recém ocorridos na cidade. Todos estavam tensos, temerosos, evitavam ficar sozinhos, mas ela não. Sua preocupação não residia em ter que passar aqueles dias completamente sozinha, já que o pai só voltaria na semana seguinte. apenas queria que o restante do dia voasse para ver Loomis novamente.

Na casa da frente, Billy não estava muito diferente. Ele não esperava que a garota fosse realmente aceitar aquele encontro, afinal, havia passado tempo demais apenas a desejando de longe, escondendo aquela paixão secreta por sua vizinha e melhor amiga.
Loomis tentou esquecê-la e ainda tentava, era um dos motivos de estar envolvido com Sidney Prescott. Ele sabia muito bem que não a suportava, porém achava que tudo não passava de um excesso de cuidado que a garota tinha por ambos serem muito amigos.
Sem mencionar que agia de forma semelhante em relação à Tatum. Billy tinha certeza de que se pudesse chutar as duas para bem longe, ela o faria sem hesitar.
Aquele pensamento fez Loomis rir.
Deus, como ele queria que não tivesse entendido seu convite da forma errada. Que o sim fosse para um encontro mesmo e não para mais uma saída entre amigos.
Billy precisava tomar uma atitude em relação a Sidney. nunca o aceitaria completamente enquanto estivesse com ela.
Uma decisão foi tomada. Loomis ligaria para Prescott. Ele só precisava formular com calma tudo que diria.

O tempo não voou como havia desejado. Na verdade, quanto mais ansiosa a garota ficava, mais as horas demoravam a passar.
Ela olhou para seu reflexo no espelho. Depois de brigar com o próprio guarda-roupas pelo que pareceu uma eternidade, optou por um vestido preto, que possuía um design agradável e casual ao mesmo tempo. Sua parte superior era estruturada, com um corpete justo destacando sua silhueta, e as alças largas proporcionavam conforto e sustentação. O decote profundo dava um toque sensual sem ser chamativo demais. Perfeito. Já a saia, era mais fluida e levemente volumosa, começando logo abaixo do corpete e se estendendo em uma linha A. Seu tecido esvoaçante contrastava um pouco com a parte superior e criava um visual harmonioso e equilibrado. Já nos pés, escolheu seus inseparáveis coturnos pretos, o que trazia o toque de sua personalidade, junto aos olhos esfumados com sombra preta, lápis preto e uma máscara de cílios. Seus cabelos estavam soltos em lindos cachos que caíam por seus ombros e possuía autoestima o suficiente para saber que estava maravilhosa.
Suas bochechas ficaram levemente coradas ao pensar mais uma vez que Billy estava prestes a chegar. O nervosismo a fazia querer roer as unhas, porém não o faria. Se tudo ocorresse como desejava, ela as usaria mais tarde para arranhar aqueles ombros deliciosos.
Riu maliciosa pelo pensamento.
Precisava se acalmar. E se fosse só algo entre amigos? Tinha que estar preparada.
Billy não tocou a campainha quando chegou, a conhecia bem o bastante para saber que odiava o som.
Ele já estava sorrindo quando adentrou o quintal da casa de , porque conseguiu ver a luz do quarto dela acesa e sua silhueta desenhada pelas cortinas vermelhas.
Se fosse adivinhar, diria que ela estava parada na frente do espelho e a ideia dela pronta para sair com ele o deixava ainda mais ansioso.
Billy pigarreou antes de erguer a mão e bater à porta três vezes. O sorriso de automaticamente apareceu quando ela ouviu o som e o nervosismo ganhou mais espaço.
Tentando não correr até a porta, seguiu até a entrada principal e respirou fundo antes de destrancar e girar a maçaneta.
Seu olhar imediatamente passeou por Loomis inteiro. Ele estava levemente escorado no batente. Usava uma calça jeans de lavagem clara, com uma camiseta branca lisa, um cinto preto e uma jaqueta de couro também preta. Nos pés, também havia escolhido usar coturnos e seus cabelos estavam penteados para um lado, de um jeito absurdamente atraente.
Ela podia desmaiar só de vê-lo daquela forma e precisou de toda a determinação que tinha para não suspirar audivelmente enquanto o olhava.
— Oi, Billy!
— Olá, darling. — Um sorriso imediatamente se formou nos lábios dele e Loomis tentou ao máximo não ficar a encarando, no entanto, era extremamente difícil. O vestido que havia escolhido valorizava demais o corpo dela para o seu bem.
Ela não fazia ideia do quanto as mínimas coisas que fazia o afetavam. Uma simples escolha de roupas, por exemplo, já era o suficiente para acabar com ele.
— Você está ótimo. — se apressou em dizer, numa tentativa de disfarçar o deslumbre estampado em suas feições.
— Você acha? — Billy ergueu uma sobrancelha e abriu ainda mais o sorriso. — Posso dizer o mesmo, . Você está linda. — Devolveu o elogio e suas tentativas de não ficar a encarando foram por água abaixo quando, mais uma vez, seus olhos percorreram a garota inteira.
Por que ela tinha que ser tão bonita? Só dificultava tudo ainda mais.
Os olhos de Loomis então se voltaram para um ponto qualquer, em outra tentativa falha de disfarçar.
Era hilário e ao mesmo tempo frustrante que nenhum dos dois tivesse a ideia do que faziam um com o outro.
— Obrigada, Billy. Mesmo. — As bochechas de esquentaram enquanto ela sorria para ele.
O sorriso mais bonito de todos. E a combinação dele com as bochechas coradas dela eram sua nova visão favorita.
— Por nada, eu apenas disse a verdade. Você está linda demais para o próprio bem, . — Loomis se encostou no batente da porta e permaneceu a olhando, o desejo de se aproximar mais crescendo.
mordeu o lábio inferior, mexida demais com o elogio.
— É mesmo? Fico feliz que tenha gostado tanto. — Então ela abriu espaço para ele. — Você quer entrar?
Billy precisou de toda a concentração possível para não se perder nos lábios de , então abriu um sorriso de canto.
— Será que eu devo? — provocou, o que fez a garota revirar os olhos.
— Até parece que você nunca entrou na minha casa.
Uma risada rouca escapou pela boca dele. Loomis deu uma olhada rápida para o relógio em seu pulso e, por fim, concordou.
— Sim, eu adoraria entrar, . — A forma como os olhos dele passaram por todo corpo dela em seguida espalhou uma onda de arrepios pelo corpo de .
O propósito dele era matá-la do coração? Porque ele conseguiria.
O perfume de Billy era outra tentação. Quando o rapaz passou, precisou de muita concentração para não fechar os olhos ao senti-lo.
— Quer alguma coisa, Loomis? — O nervosismo não a deixava agir de maneira completamente natural como nas milhares de outras vezes que Billy fora ali à sua casa.
Havia algo diferente, e mesmo quando tentava se convencer do contrário, não conseguia.
A pergunta educada dela trouxe uma onda de pensamentos totalmente inapropriados a Loomis.
Quero sim, . Quero empurrar você contra essa parede, provar o gosto da sua boca e apertar seu corpo inteiro contra o meu.
Billy tentou reunir toda a concentração que pode. Ainda assim, não conteve outro sorriso de canto ao respondê-la.
— Não, darling. Tudo o que eu quero é você.
arregalou levemente os olhos ao ouvir aquilo. Seu corpo inteiro esquentou, porém a garota recuperou a compostura rapidamente para entrar no jogo dele.
— Bom, eu estou bem aqui, honey. Vai fazer o que quanto a isso? — Umedeceu os lábios devagar e o encarou com intensidade.
O sorriso de Loomis se alargou e ele deu dois passos na direção de .
— Consigo pensar em algumas coisas, linda.
Um suspiro afetado escapou pela boca de antes que ela sequer pudesse pensar em contê-lo. A garota lambeu os lábios e encarou Billy de cima abaixo, sem fazer questão de ser discreta dessa vez.
— Tipo o quê?
A provocação fez o corpo de Loomis tremer. Seus olhos escureceram ao devolver a observação minuciosa por todo o pedaço de tentação que era o corpo de e o rapaz fez questão de se aproximar o suficiente para que sua boca roçasse na dela.
— Tenho certeza de que você consegue imaginar.
deixou outro suspiro escapar, dessa vez contra os lábios dele. Não conseguia pensar direito com toda aquela proximidade. De repente, quase não lembrava do próprio nome.
— Eu poderia sugerir que você me mostrasse agora, Loomis… Mas temos um encontro, não é? — Sorriu ladina.
Billy rosnou em resposta.
— Está tentando me matar, linda?
riu satisfeita e se afastou.
— Talvez. Mas também estou curiosa para saber para onde você vai me levar.
Um suspiro frustrado escapou da boca dele. Loomis negou com a cabeça para tentar recobrar a sanidade e assentiu em seguida.
— Tem razão. Nós temos um encontro.
sentiu seu coração acelerar ao ouvir as palavras dele.
— Então isso é mesmo um encontro? — Não conseguiu evitar a pergunta, que atraiu o olhar dele de volta para os olhos ansiosos dela.
— Se você quiser que seja.
— É um encontro ou não? Foi você quem me convidou, Loomis. — Ele notou algo nos olhos dela, mas não soube definir o que era.
A urgência de sua voz, no entanto, o fez responder imediatamente.
— Sim. É um encontro.
não conteve o sorriso bobo que surgiu em seus lábios e Loomis retribuiu, hipnotizado.
— Deixa só eu pegar a minha bolsa e nós podemos ir então. — Piscou para ele antes de se afastar rapidamente e correr até o quarto. Ela quis saltitar, porém se conteve para não parecer patética.
Billy soltou uma risada baixa. Como conseguia ser adorável e absurdamente sedutora ao mesmo tempo? Que tipo de feitiço havia lançado sobre ele?
Não importava, Loomis gostava daquilo. Gostava de como o fazia sentir.
Ele assistiu atentamente o balançar dos quadris da garota enquanto se afastava, incapaz de olhar para qualquer outro lugar. Anos de amizade e de repente era necessária toda a sua força de vontade para não cruzar os limites e não puxá-la para si.
Loomis tentou afastar mais pensamentos impróprios, especialmente ao se lembrar que estava completamente sozinha em casa. O pai dela não voltaria da viagem antes do final da semana e de repente ele conseguia imaginar diversos cenários onde os dois poderiam se aproveitar daquilo.
Engoliu em seco e balançou a cabeça em negação.
— Está precisando de ajuda aí, linda? — brincou, como se estivesse de fato demorando.
Uma risada ecoou em resposta.
— Querido, se você quer ver o meu quarto, é só pedir. — O tom provocativo dela o deixou maluco.
Com mais um rosnado, Billy fechou suas mãos em punho e engoliu seco.
— Se você não se apressar, talvez eu queira mesmo — murmurou.
— Isso tudo é impaciência, lindo? Porque isso aí não é realmente ameaça, você sabe, né? — Ele não esperava que ela ouvisse, porém havia retornado com a bolsa.
Os olhos dele a apreciaram de cima a baixo novamente, então pararam por alguns segundos em suas pernas descobertas.
Como ele queria adentrar aquele vestido com as mãos.
— Você joga muito sujo, .
Uma gargalhada gostosa ecoou dela.
caminhou na direção de Billy e passou por ele para abrir a porta da casa, se apoiando ali para esperá-lo.
— E você é quem para falar sobre jogar sujo? — Ergueu uma sobrancelha.
Loomis umedeceu os lábios.
Como ela ficava sexy se apoiando no batente da porta daquele jeito.
— Vamos? — Não esperou por uma resposta dele e indicou a rua com um olhar.
A mente de Billy estava nublada por mais uma sequência de pensamentos impróprios e ele suspirou fundo, andando na direção dela.
— Sim, claro. Vamos — concordou e indicou que ela fosse na frente quando finalmente saíram da casa e seguiram pelas ruas de Woodsboro.
Billy não tinha carro e não importava quantas vezes pedisse o do pai emprestado, a resposta era sempre negativa.
No entanto, não se importava com aquilo e o acompanhou lado a lado.
O clima naquela noite estava agradável, e ela adorou quando Loomis se aproximou ainda mais dela. Mais um pouco e suas mãos se tocariam.
— Então… Onde vai me levar? — Os olhos dela brilharam de curiosidade.
— Ao cinema. Pensei em assistirmos um daqueles filmes de terror que você tanto gosta.
Ir ao cinema poderia soar como um tipo comum de encontro, mas para aquilo soou como o paraíso.
Assistir a um filme de terror com ele? Um daqueles filmes de terror que ela tanto gostava?
Seu rosto se iluminou ainda mais e Loomis poderia ficar a apreciando daquela forma por horas.
— Você realmente me conhece, Loomis. Ponto para você.
Billy riu baixo.
— Quantos pontos eu preciso para beijar você? — A pergunta escapou antes mesmo que pudesse se conter.
O coração dela acelerou e colocou uma mecha de seus cabelos atrás da orelha, enquanto fingia pensar.
— Uns cem.
Era mentira. Ele só precisava continuar a olhando daquele jeito.
Outra risada dele escapou.
— E quantos eu já tenho?
Foi a vez dela rir.
— Um.
A expressão de indignação dele foi impagável.
— Vai me fazer implorar então? — Ergueu uma sobrancelha.
— Adoraria te ouvir implorar, lindo. — O sorriso malicioso dela o quebrou por inteiro.
— Você é malvada demais comigo, . — Suspirou.
— E você adora isso em mim.
Não tinha como contra-argumentar aquilo.
— Sim. Eu adoro.
Eu adoro tudo em você.
Eles seguiram por mais algumas quadras enquanto conversavam e continuavam aquele delicioso jogo.
— Qual filme vamos assistir? — questionou, ao enxergar de longe a fachada do cinema, seus dedos roçaram nos dele e Loomis olhou para baixo e desejou segurar a mão dela.
— Halloween. Sei como você gosta dos clássicos.
não conseguiu segurar a expressão de surpresa.
— Não sabia que você prestava atenção nesse tipo de coisa sobre mim, Loomis — confessou.
— Você não faz ideia. — Ele devolveu e aquilo a fez sorrir boba.
voltou seu olhar para a fachada do cinema. O letreiro mostrava a exibição de Halloween e de repente sua expressão se tornou ladina.
— Vai mesmo competir pela minha atenção com o Michael Myers? Você é corajoso, Loomis, mas eu adorei a escolha. É um dos meus favoritos.
Billy soltou uma risada rouca e ergueu a sobrancelha.
— Isso é sério? Você está me dizendo que tem uma queda pelo Michael Myers? — Talvez fosse apenas provocação da parte dela, mas Loomis sentiu uma pontada de ciúmes.
— Oh, claro que não! Quem é que tem queda por psicopatas, Billy! — riu também, porém seu sorriso malicioso dizia o contrário de suas palavras.
— Aparentemente, você tem — Loomis acusou.
— Tá bom. Admito que tenho uma quedinha por ele, mas bem pequena. O jeito sério dele mexe comigo, não sei explicar.
Billy a olhou indignado.
— Você é maluca, garota.
— Ciúmes, lindo? — Ergueu uma sobrancelha.
A pergunta o desmontou.
Como escaparia daquilo?
Não precisou dizer nada, porque voltou a se pronunciar.
— Não se preocupa com ele, não. Eu só quero você, Billy.
Porra. Ela tinha mesmo dito aquilo?
Loomis respirou fundo.
— Bom saber, linda. Eu mataria qualquer um que tentasse tirar você de mim.
não esperava por aquela resposta. As palavras dele a fizeram ofegar afetada e o encarar intensamente.
— Você não pode me dizer essas coisas, Billy. Não quando tem uma namoradinha te esperando em algum canto da casinha cor de rosa dela.
Merda. Ele sabia que em algum momento falaria sobre Sidney, mas esperava que, ao menos por aquela noite, qualquer lembrança de Prescott ficasse enterrada bem fundo.
Loomis suspirou.

— Tá tudo bem, Loomis. Vamos só curtir o filme. Apenas saiba que, assim como você, eu não divido nada com ninguém.
apressou um pouco os passos, de modo que, de repente, ela não estava mais ao lado dele e, sim, à frente.
— Por que aceitou sair comigo então?
Merda. Ele não devia perguntar aquilo. As coisas poderiam tomar um rumo completamente contrário ao que havia planejado.
parou de andar e se virou para encará-lo.
— Acho que você sabe o porquê.
Billy venceu a distância entre eles e praticamente colou seu corpo ao dela.
— Quero ouvir da sua boca.
negou com a cabeça.
— Não vou dizer. Você vai ter que arrancar isso de mim.
— É um desafio? — Loomis ergueu uma sobrancelha.
— Eu sei bem o quanto você adora um. — Ela sorriu de canto.
Uma mulher linda daquele jeito deveria ser um crime.
— Você me deixa louco, .
O sorriso dela se alargou.
— Eu sei. Mas enquanto você não for apenas meu, não vai arrancar nada de mim. Menos dez pontos para você, Loomis.
E tornou a se afastar, o fazendo praticamente correr atrás dela para a bilheteria do cinema.



, espera! — A garota rolou os olhos ao ouvi-lo gritar e parou a poucos metros da bilheteria do cinema.
Não importava a ocasião. Toda vez que ocorria a mera menção a Sidney Prescott, ficava irritada ao extremo. No entanto, aquela situação era ainda pior porque mesmo depois de tê-la chamado para um encontro com essa mesma intenção, Billy ainda tinha um relacionamento com Sidney.
O que ele queria com aquela história? Brincar com ela?
Talvez, no fim das contas, aquilo não passasse mesmo de uma brincadeira. Quem sabe até Stu não brotaria dali alguns minutos para gargalhar da cara dela.
Ou aquilo tudo não passava de mais um de seus sonhos com Billy Loomis.
encarou o cartaz de Halloween e prendeu um suspiro. Então se surpreendeu quando Loomis segurou em sua mão e a puxou em direção à cabine de vendas.
Pela primeira vez, não soube o que dizer. Ficou ali, embasbacada e perdida em pensamentos, enquanto Billy comprava os ingressos e os guiava para a sala de cinema.
Loomis respeitou o silêncio dela, por mais torturantes que aqueles minutos fossem. Sabia que estava errado. Sabia que devia ter tomado alguma atitude antes daquele encontro, e, de fato, ele havia tentado.
Claramente precisava tentar mais ou perderia algo que nem bem havia começado. E Billy o faria. Realmente tinha tomado uma decisão e não voltaria atrás. Não agora com a quase certeza de que retribuía seus sentimentos.
Quando cruzaram o hall de entrada do cinema, no entanto, esbarraram em uma figura conhecida e igualmente atordoada, que deu um encontrão nos ombros de Loomis.
— Ei, cara! Não olha para onde anda, não? — Billy resmungou, enquanto segurava pela cintura, já que, com o impacto, ele mesmo acabou esbarrando na garota.
O toque dele precisava ser tão firme?
conteve a vontade de morder os lábios. Enlouqueceria até o fim daquela noite, tinha certeza.
— Foi mal! — O outro rapaz arregalou os olhos e, quando o meio segundo de susto passou, todos se reconheceram. — Billy?
— Porra, Jason. Eu já ia te dar umas porradas. — Loomis riu e foi acompanhado pelo amigo.
observou o outro amigo de cima a baixo e percebeu um certo estado de euforia no rapaz.
— Tá tudo bem, Jason? — Se adiantou e a súbita preocupação dela fez Billy franzir o cenho, principalmente porque ela soltou a mão dele para se aproximar de Voorhees.
— Mais do que bem. — Ele gargalhou e olhou para algum ponto atrás dos dois, como se estivesse procurando por alguma coisa.
sorriu enviesado.
— Estava com quem ali dentro, hein? — O tom de malícia a princípio incomodou Loomis. Desde quando ela tinha aquele tipo de intimidade com Jason?
— Ninguém. — Voorhees coçou a nuca, e o tom vermelho de seu rosto o denunciou.
Aquilo tirou uma gargalhada de e Billy, e ambos se entreolharam cúmplices.
— Até parece. Você tá com cara de quem acabou de transar no cinema, Voorhees. — Loomis foi direto e Jason acabou rindo, o que o entregou imediatamente.
arregalou os olhos.
— Safado! — Deu um soco leve nos ombros do amigo, que riu ainda mais. — Cadê ela?
— Foi embora.
— Droga! Queria ver quem era. — fez um bico.
— Mas e vocês dois, o que estão fazendo aqui? — Jason olhou de um para o outro e ergueu uma sobrancelha. — Stu está por aí também?
— Não. Stu não veio com a gente. — Billy trocou um olhar significativo com o amigo e foi a vez dele de sorrir malicioso.
— Entendi. Não vou mais atrapalhar vocês, não. — Voorhees piscou e começou a se afastar.
— Ei, Voorhees. Vai à festa de Halloween? — Loomis o chamou novamente.
— Não perderia por nada. — Riu e recebeu sorrisos dos outros dois antes de ir embora.
— Eu queria ser uma mosquinha para saber com quem ele estava. — suspirou, enquanto retomavam o caminho até a sala de cinema, parando apenas para comprar pipoca e algo para beber.
— Você parece muito interessada nisso, linda. — Billy tentou manter um tom casual no comentário, porém disfarçou muito mal, sem contar que o conhecia bem.
— Interessada no Jason? Eu não vou negar que acho ele um gostoso, mas não, não estou interessada nele.
A careta de Loomis a fez gargalhar.
Ela tinha comentado aquilo de propósito.
— Você não consegue nem disfarçar como é ciumento, darling.
Notaram a sala praticamente vazia e ocuparam os assentos da última fileira no topo.
Billy rolou os olhos enquanto se sentava ao lado de .
— Não é ciúmes. Mas não acho que vocês combinam.
gargalhou e negou com a cabeça.
— Sabe quem combina comigo? Ele. — Indicou a tela do cinema quando Halloween começou.
— Vai mesmo me fazer odiar o Michael Myers? — Loomis riu, incrédulo, e oscilou seu olhar entre o filme e .
— Você está disposto mesmo a detestar qualquer um que se interesse por mim ou desperte o meu interesse? — Ela ergueu uma sobrancelha e se serviu de um pouco de pipoca.
— Eu não estava brincando quando disse que mataria qualquer um que chegasse perto de você.
Aquele tipo de comentário deveria acionar algum alerta dentro dela. No entanto, apenas fazia o querer mais.
— Eu também, Loomis. Talvez eu mesma tenha que dar um jeito na sua namoradinha. — Sorriu maldosa e Billy arregalou os olhos levemente.
Ela seria mesmo capaz de algo assim?
… — começou a falar, sabendo que precisava contar a ela sobre sua decisão.
— E depois você não está com ciúmes, né? Você é inacreditável, Billy. Mas não pode falar nada enquanto estiver amarrado. — O tom dela era leve, mas ele sabia que carregava uma pontada de mágoa.
concentrou sua atenção no filme e ambos permaneceram daquela forma. Era Halloween, no fim das contas, e eles gostavam bastante.
Loomis tentava não olhar tanto para ela, mas era difícil. ficava ainda mais bonita vidrada na tela de cinema como estava naquele momento, mesmo que a ideia de ela ser obcecada por outra pessoa o incomodasse.
Estava cada vez mais difícil para ele se controlar. Queria o foco dela em si mais do que tudo. Queria reivindicá-la ali dentro do cinema mesmo, sem se importar com os outros dois casais que haviam se juntado a eles naquela sala. Na verdade, quanto mais plateia melhor, assim deixaria bem claro a quem pertencia.
— Pare de me encarar. — O comentário dela o despertou de seus pensamentos.
sequer virou o rosto para encará-lo de volta, mas vinha sentindo o olhar dele sobre si durante o filme todo.
— Não consigo. — A resposta sincera a fez rir.
— É porque você não está tentando de verdade, darling.
— E por que eu deveria mesmo? — O tom provocativo dele quase a fez suspirar.
— Porque você ainda não é meu, Billy. E é tortura demais eu não poder fazer nada a respeito.
Já que ele estava sendo sincero, por que ela não poderia, não é mesmo?
Loomis engoliu a seco. Aquelas palavras foram como um soco em seu estômago e ao mesmo tempo as batidas de seu coração aceleraram.

— Só assista ao filme, Loomis. Só assista ao filme. — Ela suspirou e tornou a focar em Michael Myers.
Billy bufou e, de súbito, se levantou e seguiu para fora da sala de cinema.
arregalou os olhos, surpresa com a atitude dele, e, ao se levantar rápido demais para correr atrás do rapaz, acabou derrubando a vasilha de pipoca.
Não se importou com a bagunça, muito menos com o dinheiro desperdiçado.
— Billy!
Apressou seus passos quando o viu seguir pelos corredores, direto pela saída de emergência que dava para uma ruazinha pouco movimentada ao lado do cinema.
— Billy! — Sua voz ficou um tanto desesperada pela ausência de respostas dele.
Ele estava mesmo abandonando o encontro?
parou na porta da saída e fez uma careta magoada.
Então Loomis parou a poucos metros e puxou algo de dentro do bolso.
Devido à iluminação fraca, precisou estreitar os olhos para identificar o que era, porém entendeu quando o rapaz levou o objeto à orelha.
Para quem ele estava ligando?
As mãos de Billy tremiam enquanto ele sentia o olhar de em si. Tinha escutado os gritos dela por ele e sabia o que ela poderia estar pensando. No entanto, precisava agir logo antes que mais alguma coisa o atrapalhasse.
Alô?
Loomis pigarreou ao ouvir a voz sonolenta do outro lado.
— Ei, Sid.
ergueu uma sobrancelha, incrédula.
Ele estava fugindo do encontro para ligar para a namorada? Por quê?
Então Billy olhou em sua direção e sua expressão determinada era toda a resposta que precisava.
Seu queixo caiu e de repente o corpo inteiro de tremia.
Billy? Aconteceu alguma coisa? — A voz de Sidney soou preocupada do outro lado.
— A gente… A gente precisa conversar.
Devagar, começou a se aproximar de Loomis.
Claro. O que houve?
— Eu… Eu acho que isso não está mais funcionando, Sidney.
Isso o quê? Do que está falando, Billy? — Prescott franziu o cenho, se sentando na cama de seu quarto.
— Nós dois.
Diante dele, arregalou os olhos. Um sorriso ameaçou se formar em seus lábios.
Ele estava mesmo terminando com Sidney?
Billy…
— Eu tentei ir até a sua casa mais cedo para conversarmos cara a cara, mas, de novo, você estava em algum lugar com o Randy Meeks.
Billy, se isso é sobre o Randy… Nós somos amigos, apenas isso.
— Não é sobre o Randy, Sidney. Não está funcionando faz tempo e você sabe disso.
Do outro lado da linha, Sidney suspirou e seus olhos marejaram. Sabia que, desde a morte da mãe, não dava a atenção devida a ninguém, mas ele também não podia culpá-la daquela forma. Ela havia perdido a mãe, caramba!
Billy, sei que não tenho sido a melhor namorada de todas, mas…
— Sid, vou te parar aí. Não é sobre isso.
Prescott ficou confusa.
Não é?
Loomis mantinha seu olhar fixo em e se perguntou como havia deixado as coisas chegarem àquele ponto. Tudo o que sempre quis estava diante dele e o medo de estragar uma amizade o afundou em escolhas erradas.
— Não. Não é sobre isso. Acho que nunca funcionou, e é melhor pararmos por aqui antes que as coisas piorem.
Entendi. — Ela estava desconfiada e não deixaria nada daquele jeito, porém aceitou os termos dele, por hora.
— Me desculpe.
não conseguia conter a expressão de surpresa e emoção com aquilo. Deveria se sentir mal pela outra garota, mas a quem queria enganar? Odiava Sidney e aquele jeito falsamente sonso dela.
Billy finalizou a ligação e continuou encarando . O celular tremia em suas mãos e sua respiração estava um tanto ofegante.
Tinha mesmo feito aquilo.
— Você… — começou a falar e deu um passo em sua direção.
— Sim. — Assentiu.
— Por quê?
— Não é óbvio? — Billy riu e venceu a distância entre eles.
— Porque ia me perder para o Michael Myers? — Ergueu uma sobrancelha, e os dois gargalharam.
— Porque eu quero que você seja minha, . E eu sei que isso só vai acontecer se eu for apenas seu.
O coração dela pareceu parar por alguns segundos antes de explodir em sua caixa torácica.
— Não brinque comigo desse jeito, Loomis. Por favor — implorou.
Um sorriso de canto se formou nos lábios dele.
— Não estou brincando, linda. — Ergueu uma mão e tocou de leve a bochecha dela.
— Se isso for uma pegadinha sua e do Stu, eu mato vocês dois.
A expressão de Billy se tornou séria.
— Você acha mesmo que eu faria algo assim com você, ?
— Você sempre flertou comigo por pura diversão, Billy.
Loomis usou a mão livre para segurar a cintura dela com firmeza e aproximou seu rosto a ponto de seus lábios roçarem.
engoliu a seco.
— Nunca foi por diversão, linda.
— Então foi pelo quê? — A resposta era bem clara, no entanto, ela queria ouvir.
— Por desejo. Pela vontade avassaladora que eu tenho de beijar você. — Os dedos dele alcançaram o lábio inferior de e o polegar deslizou por ali devagar.
— Ah, é? — estava hipnotizado por Billy. Tentou recuar uns dois passos para trás por puro reflexo e, com mais um sorriso enviesado, Loomis fez questão de acompanhá-la até que o corpo da mulher estivesse imprensado contra a parede.
— Sim — soprou contra a boca dela.
engoliu a seco mais uma vez.
— E você pretende ficar só olhando para a minha boca até quando, darling?
Loomis riu.
— Estava esperando você permitir.
sorriu de volta.
— Permissão concedida.
— Caralho, . Você vai ser a minha morte, sabe disso, não é?
— Ótimo. Porque eu morreria por você.
Os dedos dele seguiram para a nuca de e se emaranharam aos cabelos dela. Num movimento rápido, sedento, Billy por fim venceu a distância ínfima e capturou os lábios de em um beijo que já se iniciou faminto.
Loomis deixou um grunhido escapar quando sua língua entrou em contato com a de e iniciou uma dança erótica e viciante. O gosto da boca dela era o melhor que já havia provado e nunca um beijo se encaixou tanto ao dele. Era como se ela conseguisse prever cada um dos movimentos dele e soubesse exatamente o que fazer para deixá-lo louco.
O aperto na cintura dela se intensificou. o abraçou pelos ombros e cravou suas unhas ali, o que arrancou mais grunhidos do rapaz.
Uma onda de calor imediatamente percorreu seus corpos, e enquanto Billy mantinha uma mão segurando os cabelos de com firmeza, a outra explorava cada centímetro alcançável da mulher.
Cada toque dele era como mais uma labareda de fogo na pele dela, e isso que estava completamente vestida.
Desejou tirar tudo. Sentir a pele quente dele na sua, a boca dele fazendo o mesmo caminho das mãos.
— Por Deus, … — Billy sussurrou contra a boca dela, completamente extasiado.
— Eu sei.
Loomis teria rido da resposta, mas estava entregue demais, inebriado demais.
Apalpou as curvas dela com mais intensidade e pressionou seu corpo contra o de . Ela suspirou ao sentir seus corpos colados e intensificou ainda mais o beijo. Devorar os lábios de Billy Loomis era seu mais novo vício, não havia dúvidas sobre aquilo.
Subiu uma mão para os cabelos dele e os puxou com força. Como resposta, Loomis se esfregou contra ela, que gemeu abafado contra a boca dele.
— Caralho, linda. Se continuar emitindo esses sons, vou ter que te fazer minha aqui mesmo.
sorriu enviesado e se esfregou mais contra ele, conseguindo sentir o quanto Billy já estava afetado.
— Ah, darling. Eu estou a um passo de deixar…
— Puta que pariu — Loomis rosnou, antes de voltar a beijá-la com voracidade.
Descendo as duas mãos pela lateral do corpo dela, Billy acariciou as coxas expostas de , o que lhe arrancou mais suspiros. Ele ameaçou subir por baixo da peça e ofegou e aumentou a intensidade com que puxava os cabelos de Loomis.
Ao separar seus lábios dos dela, Billy espalhou beijos pelo queixo da mulher, desceu pelo pescoço e chupou a pele com vontade antes de seguir para o lóbulo de sua orelha.
— Estou perdendo o controle, … Vou ter que te foder aqui. É isso mesmo que você quer? — O sussurro foi tão delicioso que estremeceu.
— Billy, eu estou encharcada por sua causa. Estou escorrendo por você… — Suspirou de volta e Loomis rosnou.
Suas mãos subiram para a parte interna das coxas de e, se sentindo dolorido de tesão, Billy concluiu que a mulher falava a verdade.
Ela estava mesmo escorrendo. Suas coxas estavam meladas e o contato dos dedos dele a fez abrir mais as pernas.
— Você está realmente desesperada por mim, não é, linda?
— Pare de me torturar, darling. Eu preciso de você.
Loomis subiu ainda mais sua mão, sem conseguir resistir à vontade de tocá-la por cima da calcinha. A lubrificação passava pelo tecido fino, e o mordeu nos ombros quando o rapaz esfregou os dedos na boceta dela.
— Billy… — implorou, num choramingo delicioso de ouvir.
— Por favor, o quê, linda?
mordeu a boca e o encarou com intensidade.
— Por favor, me fode.
O controle que lhe restava se esvaiu.
Loomis voltou a beijá-la com vontade, enquanto se ocupava abrir o cinto, o botão e o zíper da calça. Puxou a peça um pouco para baixo, junto à cueca, e seu pau pulsou de forma ainda mais dolorosa. A antecipação pelo que aconteceria estava o enlouquecendo completamente.
Voltando a tocá-la por baixo do vestido, Billy puxou a calcinha de para o lado. A mulher enroscou uma perna ao redor da cintura dele, o que lhe deu ainda mais acesso.
Loomis se posicionou na entrada ensopada dela e esfregou a cabeça de seu pau ali bem devagar.
— Tem certeza, linda? — Não sabia se conseguiria parar caso a resposta fosse negativa.
— Me fode agora, Billy….
Então ele se enterrou por inteiro dentro dela. Um grunhido alto escapou de sua boca em uníssono a um gemido dela.
Ambos se entreolharam, a intensidade e adrenalina do que faziam tomou conta e as bocas voltaram a se unir, sedentas.
Loomis não demorou a se movimentar com intensidade, seus quadris se chocavam contra os de e os olhos dela se reviraram nas órbitas enquanto ela tentava acompanhar o beijo.
Gemeu sôfrega, suas unhas se cravaram nos ombros dele, por baixo da jaqueta, e Billy estocou ainda mais forte. A dor o deixava ainda mais louco de tesão e ele mal continha os sons de sua própria boca.
— Me diga que você é minha, . — O rosnado foi tão sensual que ela só soube gemer mais como resposta. — Diga!
riu e recebeu mais um tranco delicioso que a deixou sem ar.
— Eu sou sua, Billy. Totalmente sua.
— Só minha!
— Só sua. De mais ninguém.
— Isso mesmo. Você é só minha… Diga o meu nome, .
Ela estava adorando aquele tom autoritário e cada tranco que ele dava dentro de si.
— Ah, Billy! Eu sou sua. Não pare! Por favor, não pare!
Ele estocou com mais força, puxou os cabelos dela para expor seu pescoço e colo e caiu de boca ali. Lambeu, beijou, chupou e rosnou conforme sentia seu pau ir cada vez mais fundo.
— Isso. Geme meu nome pra todo mundo escutar a quem você pertence.
— Billy! — Ela seguiu obediente, estrelas se formavam cada vez mais ao seu redor e o corpo inteiro da mulher tremia.
— Você é tão gostosa, linda. Tão deliciosa me deixando te foder assim no meio da rua. Eu sou louco por você.
— Não pare, Billy! Não pare! Eu vou gozar.
O aviso o fez aumentar ainda mais a intensidade das estocadas. Billy encostou sua testa à dela, segurou a bunda de com as duas mãos e se enterrou ainda mais forte.
— Você gosta assim, não é? Goza para mim, linda. Se derrama no meu pau.
— Caralho, Billy. Por Deus! — se curvou para mordê-lo nos ombros outra vez e abafar os gemidos. — Eu vou gozar!
— Isso… Se entrega. Eu vou gozar com você.
O ápice do tesão dela o deixou louco, e quando procurou os lábios dele, a fim de abafar um gemido prolongado, estremecendo convulsivamente e se entregando ao orgasmo, Billy se derramou alucinadamente dentro dela.
Foi quente, foi insano, foi arrebatador.
Os dois continuaram estremecendo por uns bons segundos. As respirações estavam erráticas, os batimentos tão acelerados que poderiam ser ouvidos na calada da noite.
Billy encarou intensamente os olhos de e a puxou para um beijo calmo.
— Você tem noção do que acabou de fazer comigo, darling? Ninguém jamais vai conseguir tomar o seu lugar. — deixou a emoção escorrer por suas palavras.
— Não pense você que depois disso eu vou deixar você tentar.
Riram baixo e trocaram mais alguns beijos cúmplices antes de unirem as mãos e seguirem para longe dali.
A noite mal havia começado, afinal.


Continua...


Nota da autora: E VEIO AÍ. Eu tô muito ansiosa pelas reações de vocês. Não sei lidar com esse casal, eu AMO eles.
Quero agradecer imensamente a todo mundo que está acompanhando e comentando. Vocês são MARAVILHOSAS.
Beijos e até a próxima,
Ste a.k.a. Saturno. ♥

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