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Revisada por: Saturno 🪐

Última Atualização: Julho/2024.




As palavras “” e “matar” rondavam a cabeça de nesse momento, ele estava em uma grande encrenca, tudo que ela conseguia pensar era como esse babaca, resmungou em seus pensamentos, teve a coragem de simplesmente apresentar a sua ideia para ganhar a promoção da vez com o chefe deles. As discussões, provocações, troca de farpas e ambos se odiarem ela até aguentava, mas, isso era demais.
O barulho do salto em atrito com o chão começava a dar indícios que um buraco se formaria naquele lugar a qualquer momento. O coração dela estava repleto de ódio e nada poderia mudar isso, não quando o sentimento dela era procurar qualquer objeto que pudesse ferir alguém e matar aquele ser humano desprezível.
Observou a sua volta até seu olhar encontrar a tesoura dentro da caixinha que ficava em cima da sua mesa, não pensou duas vezes, cometeria um assassinato, aquilo era algo importante demais para ela e aquele verme sabia disso. Pegou o instrumento cortante com tanta força que poderia ter machucado a si mesma na hora, virou-se para ir em direção a sala dele, mas, assustou-se com a porta se abrindo.
— Hey ! — a cumprimentou cheio de cinismo e com um sorrisinho sarcástico em seu rosto. — Estava planejando fazer algo de errado com isso na sua mão? — perguntou apontando para peça que ela segurava, o que a fez direcionar o olhar para ferramenta.
— Sim! — sorriu, transparecendo o ódio em seus olhos. — Meu plano era te ver em um caixão em algumas horas. — disse irritada.
— Uma pena! — fez um bico. — Seria um desperdício se esse rosto lindo não estivesse mais nesse planeta. — ele falou enquanto umedecia os lábios com sua língua e aproximou-se retirando a tesoura dela.
— Porque fez isso comigo? — questionou. — Você sabia que eu queria esse cliente. — moveu as sobrancelhas em uma expressão de tristeza.
— Eu sabia. — ele colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha da garota e a observou por alguns segundos. — Assim como você sabia que eu precisava do meu carro para chegar cedo e fazer a minha apresentação para Signature aquele dia, mas, mesmo assim estourou os pneus do meu veículo para que eu chegasse atrasado. — o rapaz deu um peteleco de leve na testa dela que reclamou da dor com um pequeno gemido. — Estamos quites agora! — falou vitorioso. — Eu perdi o meu cliente e você perdeu o seu. — justificou.
— Mas, eu não roubei a porcaria da sua ideia! — reclamou.
— Não, mas, eu sim! — riu debochado. — A sua estava melhor que a minha e inclusive você deveria mudar a senha do seu notebook. — arregalou os olhos desdenhoso. — “1,2,3,4,5”? — fez uma cara de reprovação. — Quem usa uma senha dessas? — perguntou e ela revirou os olhos.
— Eu te odeio ! — ela tentou bater no peitoral dele, porém, ele foi mais rápido e a segurou pelo punho.
— O sentimento é recíproco ! — o rapaz disse não muito amigável e a soltando.
— Você devia ir embora! — ordenou.
— Claro! — falou indo em direção a porta. — A propósito, obrigado pela promoção! — ele agradeceu de forma zombeteira e deixou aquele ambiente.
sabia exatamente o que fazer para tirar aquela garota do sério, na realidade, desde que ela entrou na empresa, o espirito competitivo dela batia de frente com o que ele precisava, alguém no trabalho que o motivasse a ser melhor. Antes de , ele ganhava todas as promoções, notoriedade e atenção do chefe naquela agência, mas, a partir do momento que ela passou pelo hall de entrada, ele sabia que aquela morena roubaria dele as melhores campanhas publicitárias que ele poderia conseguir.
Era tudo flores no início, eles até conseguiam se cumprimentar educadamente, sem um ataque pessoal ou ameaça de morte. Porém, quando exibiu uma ideia para um dos clientes dele e os mesmo acataram a concepção do projeto da garota e decidiram que daquele dia em diante ela deveria tomar conta da imagem deles, ele percebeu que seria deixado de lado caso a subestimasse o suficiente apenas por ela ser uma novata ali.
As lembranças escaparam da mente dele quando o seu celular anunciou uma mensagem através do som agudo. Ele pegou o aparelho do bolso para desbloquear a tela e logo viu a mensagem no grupo da agência onde os colegas combinavam um happy hour depois do trabalho, sorriu para tela após confirmar sua presença e obviamente mandar uma mensagem provocativa para no privado, com intuito de comemorar seu novo cliente.

Não deixe de comparecer, sentirei sua falta se não for!

Você não cansa de ser insuportável?

Era visível o sorriso na boca dele por ter sido respondido na mesma hora.

Com você? Nunca!

A garota também sorria para o telefone ao mesmo tempo que lia o recado de para ela, no fundo gostava de toda aquela provocação.

Só estarei lá se devolver meu cliente, babaca!

Acho que vai ser difícil, já que o motivo de nos encontrarmos é festejar meu contrato com ele.

bufou ao entender a resposta, pois, conseguia imaginar a cara que ele estava fazendo naquele momento, decidiu que não daria mais atenção para o mesmo e focaria no resto dos seus afazeres, sem perturbações de alguém como ele ao seu redor.
Odiar talvez fosse o número um da sua lista de coisas a fazer no final de semana, por mais que tentasse, não estava se concentrando o suficiente para trabalhar no resto das suas campanhas, apenas pensando em como tinha sido tão burra em dar munição para ele roubar sua ideia. Era evidente que ele tentaria fazer alguma coisa e sobre a senha dela, o idiota estava certo, mas, a memória dela para esse tipo de coisa era péssima.
Deu-se por vencida no final da tarde, quando uma das outras funcionários veio chama-la para que todos pudessem ir ao pub próximo ao edifício onde a agência funcionava. Arrumou sua bolsa com o pensamento de caminhar direto para sua casa, não queria bater de frente mais uma vez com , estava muito cansada para isso, iria recusar o convite se não tivesse escutado que o próprio ficaria preso naquele lugar por pelo menos duas horas.
Agradeceu aos céus por ser tempo suficiente para que ela tomasse ao menos algumas cervejas, era sexta feira e depois do terrível dia seria como um presente. Direcionou-se para o local com seus colegas de trabalho e não demorou para começar a ingerir álcool e se divertir, apesar de tudo, estava sentindo falta da energia caótica que a proporcionava quando estava por perto e na mesma hora repeliu os pensamentos ridículos na sua mente.
Por volta de uma hora e meia depois, o dito cujo chegou e foi recepcionado pelos seus amigos, mas, seus olhos procuravam mesmo a morena que tinha perturbado mais cedo, era complicado mentir para si, principalmente, quando sabia que ela era a principal razão dele estar ali.
— Sean, você viu a minha rival que ainda não aceitou a derrota? — perguntou para um dos colegas.
— Você quer dizer a ? — ele riu. — Provavelmente, bem bêbada em algum lugar. — deu de ombros. — Não parou de beber desde que chegamos.
— E ninguém está com ela? — questionou preocupado.
— Ninguém a viu mais. — Luke disse após oferecer uma das garrafas de cerveja que tinha acabado de pegar no balcão para ele.
— Valeu cara! — recusou e os dois ao seu lado desconfiaram. — Eu estou dirigindo, vou ter que dizer não dessa vez. — justificou.
Em seguida deu as costas e começou a buscar, incansavelmente, a garota nos rostos que inundavam o pub, levou alguns minutos até ser capaz de pensar no banheiro e foi exatamente lá onde a encontrou. Ainda que estivesse alcoolizada poderia facilmente deixar qualquer mulher para trás no quesito beleza, pois, permanecia exatamente como há algumas horas quando estava expelindo ódio pelo olhar por causa dele.
— Sentiu minha falta? — ele indagou assim que a mesma saiu pela porta.
— Estava me procurando? — foi retrucado e não evitou sorrir.
— Posso dizer que sim? — ele questionou e obteve a atenção dela com as palavras que saíram da sua boca.
Por um momento todo o liquido que ingeriu poderia fazer com que ela fraquejasse e avançasse nele ali. Estava bêbada e carente, essa era pior combinação que poderia existir e para piorar conseguia ficar ainda mais bonito quando usava camisa social na cor branco, pois realçava o castanho dos olhos dele, era impossível não notar isso, ela deve ter ficado o encarando por alguns segundos.
? — ele a tirou do transe.
— Sabe que eu odeio quando me chama assim. — resmungou e mentiu visto que ela gostava quando ele a chamava desse jeito.
— Você está bem? — perguntou preocupado.
— Só um pouco enjoada. — reclamou. — Me leva para casa por favor! — pediu tirando do seu ponto de equilíbrio, jamais imaginava ela solicitando algo assim para ele. — Meu carro está em casa, peguei um taxi para trabalhar hoje, imaginei que o pessoal sairia para beber. — explicou.
— Então se preveniu. — ele sorriu com a perspicácia dela. — Você realmente quer que eu te deixe em casa? — precisava ter certeza.
— Eu pedi por favor! — fez um bico e ele engoliu seco, pensando que se a beijasse agora não teria como inventar uma desculpa, pois, estava sóbrio.
Praguejou por querer beijá-la, era tão ridículo. Ela o odiava, inclusive tinha planos de mata-lo hoje mais cedo, estava fora de cogitação qualquer tipo de demonstração de afeto, outra vez, depois do natal entre eles. Então, ele apenas assentiu, passou seu braço pela cintura dela e posicionou um dos braços da garota por cima do seu ombro.
Ele a acompanhou até seu automóvel, abrindo a porta do mesmo com dificuldade, pois, ainda apoiava-se nele e a encaixou de maneira confortável no banco do passageiro, colocando o cinto de segurança nela.
— Não é irônico que você esteja pegando uma carona exatamente no carro que você furou os pneus? — interrogou a garota que na hora soltou um leve soluço.
— Desculpa! — ela falou baixando a cabeça.
— Pelo que? — a provocou.
— Por furar seus pneus. — disse tentando ser indiferente.
— Eu gostaria de ter gravado isso. — ele levantou o queixo da garota para que ela olhasse para ele. — Seria meu grande triunfo contra você em algum outro dia. — proferiu as palavras sabendo que estava vitorioso naquela situação, mesmo entendendo que ela estava bêbada.
— Droga! — ela gemeu ao mesmo tempo que o encarava e isso fez os pelos dele se arrepiarem.
Após isso ele retirou a mão do queixo dela, fechou a porta do carro e seguiu caminho para o lado do motorista com o intuito de leva-la para casa. A garota passou o endereço e encostou a cabeça no suporte do banco para descansar um pouco até chegar em casa, não deveria ter bebido tanto, a ressaca a mataria na manhã seguinte, ela podia sentir.
Minutos depois eles tinham chegado ao destino e se viu na obrigação de ajuda-la, fez todo o processo de retirar do automóvel, pegar o elevador com ela pendurada em seu pescoço, o que estava ajudando ele odiá-la mais um pouco, pois, mesmo o álcool se fazendo presente através do cheiro naquele espaço, a essência de canela do perfume dela subia as narinas dele, desenfreadamente.
Culpou-se pela distração que teve, pois se desiquilibrou e acabou deixando um arranhão em sua pele, o que fez ele reclamar, mas, segurar ela, prontamente, de maneira rápida. Ficou irritado ao pensar no que estava fazendo ali, ela não era obrigação do rapaz e, definitivamente, depois ainda o culparia por tê-la ajudado, alegando o quanto sabe cuidar de si mesma.
Bufou com seus pensamentos desconfortáveis.
— Eu sou um idiota! — sussurrou para si mesmo.
— E um cuzão! — a garota complementou soltando uma risadinha.
— Um cuzão que acabou de ser arranhado por que está levando a bêbada para casa em segurança! — falou sensato.
— Isso doeu! — reclamou e agradeceu o elevador parar naquele instante, estava começando a acreditar que era mais fácil lidar com ela sóbria.
Eles saíram do espaço e seguiram sentido para entrada do loft dela. Ele colocou a garota sentada no chão e agachou-se ao lado dela, enquanto procurava a chave dentro da bolsa que estava carregando desde o momento que saíram do bar. Era realmente insuportável como ela emanava canela, que por mera coincidência era sua especiaria preferida. Balançou a cabeça negativamente e focou em olhar dentro do acessório, quando encontrou o molho de chaves, ele encaixou a certa na fechadura, girou, abriu a porta e procurou o interruptor mais próximo.
Após acender a luz, olhou ao redor e gostou de ver que ela era realmente organizada como mostrava ser. Tudo estava em seu lugar. Voltou sua atenção para a garota quando percebeu que a mesma tentava se levantar do chão sozinha, agilizou os passos e colocou ela novamente pendurada em seus braços, carregou a mesma até o sofá que encontrou na sala e a encaixou de maneira cômoda, deitada na mobília. Deu a costas para sair do local, queria ficar livre o mais rápido possível daquela situação, mas, ela murmurou algo, que ele não entendeu, em voz alta.
— O que foi agora ? — ele abaixou-se na intenção de ficar mais perto e ouvi-la.
— Apaga essa luz! — reclamou, estreitando os olhos.
— Eu vou apagar assim que sair da sua casa. — retrucou. — Acha que consegue se virar sozinha a partir daqui? — ele a questionou enquanto observava ela se aconchegar.
— Sim! — concordou quase dormindo.
— Assim que acordar amanhã me manda uma mensagem para eu saber que você está bem. — pediu, articulando as palavras devagar para que ela não esquecesse, sabendo que existia uma grande possibilidade disso acontecer.
— Pode deixar! — ela sorriu levantando o polegar em sinal de “certo” e o fazendo cair na mesma rapidez que levantou.
O silêncio pairou e ela se viu na obrigação de abrir os olhos para ver o que estava acontecendo e foi impossível não dar de cara com os olhos de a observando intensamente, pois, ele estava de cócoras na sua frente. A garota começou a se ajeitar no intuito de encontrar uma posição confortável para sentar no sofá e, consequentemente, ele levantou-se para ajudá-la.
— É sério! — ela trouxe barulho para aquela calmaria que estava a incomodando.
Jamais havia ficado tanto tempo em silêncio com ele em um mesmo ambiente. E depois do que havia acontecido no natal, a situação era no mínimo, estranha.
— Tem certeza? — o rapaz perguntou tentando encará-la.
— Você pode ir, eu vou ficar bem. — disse, desviando o olhar para esquerda.
? — ele posicionou o indicador na testa da garota e empurrou a cabeça dela para trás fazendo com que os olhos deles se encontrassem.
— Por que me chama assim? — ela questionou umedecendo os lábios, vendo que aquela ação o deixou desconfortável.
— Porque você odeia. — respondeu, curvando-se o suficiente para conseguir enxergar a pupila dela dilatar.
Era possível sentir a tensão no ar. Não existia só ódio ali e eles não sabiam qual outro sentimento era possível encaixar entre os dois, pois, as coisas tinham mudado um tanto após os acontecimentos no final do ano passado, então como lidar com algo que nunca foi o habitual, o desconhecido assustava, principalmente a .
— Eu acho que você deveria ir embora. — engoliu seco e retirou o dedo dele, devagar, que ainda estava posicionado em sua testa.
— Ultimamente, você tem dito essa frase com sequência. — retrucou.
— Deve ser porque não quero você perto de mim. — tentou justificar o mais rápido possível.
— Eu quis dizer que depois que nos beijamos no natal, você tem me evitado mais que o normal. — estreitou seu olhar para ela.
— Eu sempre te evitei! — outra resposta rápida e ele não pode evitar dar uma risada. — O que? — perguntou confusa.
— Você parece alguém que está fugindo de algo que quer. — sorriu de maneira serena, sem mostrar os dentes.
— Como eu disse, você deveria ir embora. — olhou para suas mãos, pois, encará-lo naquele momento estava fora de cogitação.
— Nem um “obrigado”? — questionou enfatizando as aspas com os dedos, mudando o assunto e sentiu-se à vontade para lançar um olhar mortífero para ele e permanecer calada. — Típico! — sorriu de lado. — Bem, não esquece de trancar a porta. — ele falou e a morena balançou a cabeça positivamente.
O rapaz caminhou em passos lentos para saída e parou quando, novamente, o cheiro de canela exalou no apartamento dela, não bastava ter cuidado da garota alcoolizada, agora, também ele estava sendo hipnotizado por essa essência que ele tanto adorava, ela era o inferno na terra. Pensou um pouco em como aquele perfume harmonizava com ela, mas, ela jamais saberia disso.
— Hey ! — a garota olhou por cima do ombro, revirando os olhos, por ouvir ele a chamar assim de novo. — Canela não combina com você! — passou a língua pelos lábios e depois mordeu o mesmo.
— Vai se foder ! — ela disse pegando uma almofada e jogando nele, que na mesma hora desviou da peça, rindo e deixando o local.
sentia-se desconcertada com aquela situação, quando saiu, ela finalmente pode respirar fundo e se dirigir até a porta para trancar a mesma e por mais que seu corpo pedisse para chama-lo de volta, refletiu sobre o quanto aquilo não terminaria bem quando acordasse no outro dia, pois era a carne falando mais alto, não existia sentimentos, então, não conseguia entender o motivo pelo qual ela queria tanto beijar aquela boca de novo, tentou convencer a si mesma que estava ficando louca ou muito bêbada.
Era o , o cara mais chato do universo, foi ele quem roubou a sua ideia e a promoção que ela tanto almejava naquela semana. A imagem dele passando a língua pela boca correu pela mente dela e a própria não entendia por qual razão ela ainda estava supondo a possibilidade de sentir aqueles lábios outra vez, não acreditava que tinha bebido tanto assim a ponto de querer se entregar a alguém como ele.
Definitivamente o álcool estava falando mais alto e ela pensou que poderia usar isso como justificativa depois, iria se aproveitar da situação mesmo que não estivesse pensando de maneira coerente ou responsável, mesmo que isso a trouxesse gigantescas consequências mais tarde, mesmo sabendo que queria muito mais do que havia acontecido no escritório no final do ano passado.
Durante o tempo que ele esperava o elevador, ponderando a decisão de voltar e sentir aquele aroma que ela estava emanando, não tinha prestado atenção quando estava no trabalho mais cedo, pois nunca abaixava a guarda e era isso que fazia com que o rapaz não a enxergasse de outra forma, ele percebeu que hoje, a garota tinha se mostrado tão vulnerável quanto no natal enquanto estava nos seus braços pedindo para ser beijada.
Soltou um suspirou e começou a dar passos voltando para sem saber o motivo, ao mesmo tempo em que ela segurou a maçaneta, determinada a ir atrás dele, girou a mesma para abrir o acesso ao seu espaço e assustou-se quando deu de cara com ele parado ali em sua frente, com a respiração ofegante, claramente ansioso por algo. O rapaz também espantou-se ao vê-la. Isso queria dizer que os dois desejavam o mesmo, pelo menos, naquela hora. Ambos se perguntaram isso.
— Onde estava indo? — ele questionou a garota.
— Por que você não foi embora? — indagou ela franzindo o cenho.
O rapaz não respondeu. Apenas entrelaçou seus dedos pelo cabelo dela e a beijou, sem pensar duas vezes. Apesar de surpreendida correspondeu, encostou seus lábios nos dele em um encaixe perfeito. Ele desceu suas mãos pelas costas dela e a puxou para perto através da cintura. As línguas de ambos começaram a dançar em perfeita harmonia, no começo os dois puderam sentir uma serenidade e após um determinado tempo, algo feroz crescia o suficiente para que eles se afastassem para respirar.
... — ela colocou a mão na boca. — Eu acho que vou vomitar. — fez ameaça de regurgitar.
— O beijo foi tão ruim assim? — ele perguntou com gracinha.
— É sério! — a garota virou-se, correu para o banheiro e ele a seguiu.
foi rápida o bastante para chegar a tempo, se ajoelhar em frente ao vaso e colocar bastante coisa para fora, que estava logo atrás dela, segurou o cabelo da garota para que ela não se sujasse. Ele só conseguia pensar o que estava fazendo ali e como isso seria aceitável sabendo que eles se odiavam, estava tudo confuso. Porque não estava nos planos dele, primeiro, beijar a sua maior inimiga do trabalho, mais uma vez, e segundo, segurar o cabelo dela enquanto ela vomitava.
Fechou os olhos com força, por um instante, ao sentir o odor que estava forte dentro do local, perguntando a Deus qual pecado tão grave teria cometido. Percebeu o quanto garota estava realmente mal e agradeceu mentalmente o fato de que não precisaria trabalhar no outro dia, pois já se sentia cansado o suficiente para dormir toda a manhã. não parava de resmungar, mas, pelo menos tinha parado de colocar quase todos os órgãos para fora, de maneira exagerada.
adiantou-se em soltar o cabelo dela para pegar a toalha de rosto que estava pendurada em um arco de metal acima da pia, abriu a torneira e molhou o pano para que pudesse limpar a boca da garota. Com todo cuidado ele passou o tecido ao redor dos lábios ao mesmo tempo que ela gemia, reclamando bastante.
— Por que está fazendo isso? — ela questionou, empurrando o rapaz.
— Depois de ter passado seu natal comigo, eu acho que te devo essa. — falou.
— Pare de ser legal! — ela protestou, soltando um soluço, logo depois.
Ele a ignorou e apenas continuou repetindo os mesmos movimentos no rosto dela, poderia odiá-la, mas, não deixaria nenhuma garota nesse estado. Tinha princípios, até mesmo quando se tratava de . Após um tempo mirando a garota sentada no chão, apoiada em seus braços, desnorteada, ele percebeu que a mesma havia caído no sono, depois de um bom período reclamando da atitude dele para com ela.
a suspendeu nos braços, tentando acomoda-la o máximo possível, foi em sentido a sala, pois, estava se sentindo um intruso e não queria bisbilhotar mais nada da casa dela. Colocou devagar no sofá, acolchoando as almofadas que estavam próximas a ela, a observou um pouco e sorriu pensando que apesar do que aconteceu entre eles, se ela estivesse sóbria jamais se submeteria a essa situação novamente, principalmente, se soubesse que era ele quem estava a ajudando.
Viu algumas folhas com anotações e canetas espalhadas na mesa de centro e riu nasalado percebendo o quanto a morena era viciada em trabalho, independentemente de tudo admirava a mulher que ela era, por um momento até esqueceu em como a garota tentou destruir seu carro e sua carreira ao mesmo tempo, revirou os olhos percebendo o quanto estava sendo bonzinho para garota.
Agachou-se para alcançar um papel e deixar um recado para .

“Quando acordar tome um banho, por favor!”

Depois disso ele apagou a luz do cômodo, retirou-se do apartamento dela e foi para sua casa, com um pouco de dificuldade de dirigir pensando em como tinha gostado do beijo e por um momento sentiu ódio de si mesmo em pensar nela dessa maneira. Com o que ele estava na cabeça para ter voltado para ela daquele jeito e além do mais beijá-la como se realmente quisesse aquilo e ainda ter sentido algum tipo de prazer em tocar os lábios daquela criatura desagradável?
Lembrou por um vago segundo em como ela também tinha ido atrás dele, isso significava que ela queria aquilo também. Ele estava, completamente, desiquilibrado emocionalmente, não existia uma razão se quer para que um beijo entre eles estivesse mexendo tanto com a mente dele. Era apenas um beijo, poderia ser qualquer garota. E, ainda por cima, era cômico lembrar que ele não estava sob efeito de nada, ela ainda tinha a desculpa da bebida dessa vez, mas, ele... Ele estava sóbrio.
— Merda! — xingou, dando uma leve pancada no volante.
Na cabeça de , ele tinha cedido a garota de um jeito tão fácil que entrou em contradição consigo mesmo e agora ela poderia o ter na palma da sua mão, se quisesse. Chegou em casa, tentando não pensar muito nisso, talvez ela nem lembrasse do que aconteceu, isso era o que ele esperava. Após tomar um banho, se esforçou para adormecer, mas, não conseguia encontrar uma posição confortável em sua cama.
A lembrança de como olhou para ele quando abriu a porta, o mesmo que jeito que o encarou na véspera do natal, perdurava na mente dele e ele não entendia o domínio que aquela ação estava tendo sobre o que o dito cujo sentia pela garota. Era insensato acreditar que um dia eles conseguiriam ter uma boa relação depois de tantas palavras de ódio proferidas de um para o outro.
Então porque um beijo agora faria alguma diferença?
A pergunta ecoou no inconsciente dele pelas próximas horas, que se passaram, até que ele alcançasse o sono. Talvez fosse mais fácil lidar com todo o ocorrido depois que descansasse o suficiente para odiá-la quando ela ligasse para insultá-lo depois que acordasse e o pequeno recado que deixou na mesa de centro, fosse lido. Com toda certeza ela iria arranjar uma maneira de despejar o seu ódio em cima dele, visto que ambos estavam em um final de semana e só se encontrariam na segunda.
E foi exatamente isso que aconteceu.
foi acordada pelos raios solares, que atravessavam a enorme janela da sua sala, devido ao fato de ter dormido no sofá, seu sono foi cortado e ela ficou irritada pela sua falta de irresponsabilidade, pois, não lembrava ao menos como tinha ido parar ali. Bocejou ao mesmo tempo em que se sentava na tentativa de colocar a sua consciência e alma no lugar certo.
Fez uma cara feia ao sentir um cheiro forte de vômito percorrer pelo seu corpo e não pode deixar de imaginar que tinha feito bagunça outra vez em seu banheiro, choramingou manhosa pelo motivo de ao menos não ter tomado um banho após ter cometido essa atrocidade. Levantou-se um pouco zonza ainda e tentou equilibrar-se para ir ao toalete.
Colocou a mão na cabeça pela importuna dor que começava a dar sinais de aparecer, respirou fundo com o objetivo de criar coragem para fazer algo ainda naquele sábado. Depois de se espreguiçar e direcionar sua cabeça para baixo, ela estreitou um pouco os olhos ao perceber algo a sua frente na mesa de centro, desistiu de ir ao banheiro para saber sobre o que aquilo tratava. Pegou o bilhete e na mesma hora que reconheceu a letra, sentiu seu corpo gelar.
— Não! Não! Não! — começou a andar de um lado para outro com o papel na mão. — Você seria tão burra a esse ponto, outra vez, ? — questionou a si mesma.
Correu até o quarto de banho, desesperada, na esperança de encontrar algum resquício de líquido espalhado por lá, por que isso significaria que não esteve lá e que ele não a ajudou de alguma forma, pois, depois ela pagaria caro por isso. Não obteve sucesso. Sentiu outra pontada na cabeça e um pequeno flash dele com ela em seus braços veio de imediato.
Para o infortúnio da garota havia pequenos fragmentos dele por toda sua sala, seu banheiro e pelo seu corpo. Não estava acreditando que tinha feito algo com o pior ser vivo que habitava a terra, a frustração começava a dominar sua mente de maneira total e podia sentir o suor frio descer pelo pescoço. Ela com toda a certeza estava ferrada, pensou em como olharia para cara dele se algo realmente tivesse acontecido.
Decidiu acabar com sua ansiedade falando com o próprio, foi em direção até bolsa, procurou o celular movida a agonia e quando encontrou o aparelho viu que faltava apenas um pouco para que sua bateria acabasse, dirigiu-se para seu quarto, pegou o carregador que estava em cima da mesa de apoio ao lado da sua cama e encaixou na tomada. Buscou desesperada o número de na sua lista de contatos e ligou para ele, a cada toque da chamada o coração dela acelerava, talvez já tivesse mordido todo o interior da sua bochecha.
— Vamos, atende! — suplicou.
não atendeu a primeira vez, era bem obvio que isso aconteceria, dado que ele havia ido dormir bem tarde depois de toda situação com a garota, mas, ela não sabia disso, pois, não lembrava de nada e o único flash que passou pela sua mente foi dele a carregando em seus braços. Odiou a si mesma por isso. Discou novamente para o rapaz e após ouvir aquele mesmo som pela quarta vez, ela escutou algo diferente.
— Alô? — ele atendeu com a voz embargada.
, por favor não me diga que me trouxe para casa. — a garota falou rapidamente.
, vai com calma ai! — reclamou. — Por Deus! — olhou para o despertador ao seu lado. — São sete da manhã de um sábado, o que você tem na sua cabeça? — questionou.
— O que aconteceu entre nós? — indagou nervosa.
— Como assim? Do que você está falando? — perguntou confuso, ajeitando-se em sua cama.
— Eu vi o bilhete que você deixou, eu reconheceria sua letra em qualquer lugar . — respondeu.
— E qual é sua preocupação? — tentou descobrir o que estava se passando na mente dela e a lembrança do beijo veio a sua cabeça, desejou não ter lembrado disso, então compreendeu o motivo dela está tão incomodada. Ela estava com medo. — Ah! — um sorriso sacana surgiu em seu rosto quando entendeu a situação. — Não acredito que achou que eu ficaria com você de novo. — ele falou rindo fraco e ela permaneceu em silêncio. — Sério?
— Eu não sei! — falou irritada. — Eu não consigo me lembrar de nada, apenas de você me carregando em seus braços e tem esse seu bilhete estupido e eu só cheiro a vômito, eu pensei...
— Pensou que eu me aproveitaria de você? — a questionou um pouco ressentido, eles se odiavam, mas, não imaginou que ela poderia pensar algo assim dele.
, não é isso, é só que...
— É só que você se acha tão boa a ponto de ter qualquer um a seus pés, não é mesmo ? — perguntou sarcástico e ela engoliu seco, isso iria piorar a relação entre eles mais na frente.
— Eu não quis dizer isso... — ele a interrompeu pela terceira vez.
— Olha, eu entendo, você está certa! — o rapaz levantou-se da cama enquanto falava. — Existe algo maior que impede vocês, mulheres, de confiar em nós, homens. — foi compreensível. — Mas, eu não seria esse tipo de cara, nem se você fosse a última mulher que existisse neste planeta. — disse, tentando ser indiferente. — Além do mais, não valeria meu tempo! — ele falou em um tom desdenhoso e ela revirou os olhos do outro lado da linha.
Sabia quando uma mulher o desejava e mostrou todos os indícios que o queria na noite anterior, não era possível que tudo fosse loucura dele ou só o álcool falando mais alto da parte dela, porém, se ela não lembrava do beijo, não seria ele quem iria fazê-la lembrar. Por mais que estivesse um tanto incomodado com tudo aquilo, entendia a garota e pensou que seria melhor se as coisas ficassem exatamente como estavam.
Preferiu crer que aquilo não faria diferença no resto dos seus dias, então não existia uma razão plausível para que ela soubesse, pois, não é como se aquilo mudasse algo entre os dois. No final, eles ainda se odiavam e deveriam permanecer dessa forma, mas, na verdade só estava tentando fugir do que estava bem na sua frente, ele gostou daquele beijo, não admitiria isso, mas ele gostou.
— Então por que você estava me carregando? — ela indagou .
— Não é obvio? Você estava completamente bêbada. — explicou. — E para ser sincero, ninguém parecia preocupado com você...
— Você ficou preocupado comigo? — não pode evitar sorrir ao fazer essa pergunta.
— O que? — proferiu nervoso. — Claro que não!
— Claro que sim! — mudou a entonação da voz. — Por qual outro motivo me traria para casa em segurança? — mordeu seu lábio inferior.
— Para sua informação, você me pediu ajuda! — ele exclamou exasperado.
— E você ajudou. — por alguma razão pode sentir a felicidade disfarçada na fala da garota, ele realmente acreditava que estava ficando louco.
— E você ficou feliz com isso não é mesmo? — o rapaz a questionou e o sorriso que estava no rosto dela foi desaparecendo. — Imagina quando souber que me pediu desculpas por ter furado os pneus do meu carro. — disse triunfante.
— Eu jamais faria isso! — retrucou.
— E vomitar na minha frente enquanto eu segurasse seu cabelo e depois te limpasse, acha que faria isso ? — ele perguntou risonho e ela ficou sem palavras.
Na cabeça dela, juntando todas as peças, ela tinha certeza que seria capaz de fazer isso, principalmente, pelas suas condições no momento. Sentiu mais uma pontada nas têmporas, fazendo com que ela levasse a mão até o local para massagear e outra lembrança veio a sua mente.
Dessa vez foi quando ambos estavam dentro do carro dele e ela o desejou ao vê-lo dirigindo. Fez uma cara de nojo, balançando a cabeça para espantar a memória que acabava de ter, não queria acreditar que era possível sentir algo a mais que ódio por ele. Saiu do transe quando ouviu a voz dele novamente.
— E se eu te disser que você gemeu para mim ontem? — provocou a garota na maldade, passando a mão pelos cabelos e mordendo o lábio inferior, enquanto ela deixava o ar escapar pela boca esquecendo a mesma entre aberta. — O gato comeu sua língua ? — falou irônico.
— Você é um babaca ! — o xingou. — Isso ao menos faz sentido para mim. — desconversou.
Mas, fazia sentido, visto que lembrou o quanto o desejou dentro daquele escritório no final do ano passado. Pensou no quanto aquilo poderia ser verdade e pediu aos céus que não, porém, não estava mentindo, apenas estava sendo exagerado. Mas, ela não sabia disso, pois, não conseguia recordar de tudo que havia acontecido.
Essa ideia a corroeu por dentro, significava que ele estava à frente dela, naquele momento. Fechou os olhos com força no intuito de lembrar mais alguma coisa que pudesse a tranquilizar, estava querendo matar a si mesma por ter bebido tanto a ponto de querer alguém que ela odeia.
— Não me faça ir na sua casa e te dar o que você tanto me pediu ontem. — ele, realmente, gostava de a infernizar, mas, ela não ficaria por baixo na situação.
— Você não seria homem o suficiente para isso! — foi a vez dela de o intimidar e por um segundo ele se deu ao luxo de acreditar que ela estava falando sério, mas, optou por fazer a psicologia reversa com a garota.
— Vou tomar um banho e em alguns minutos estarei aí, sugiro que faça o mesmo, você estava fedendo bastante ontem à noite. — precisou despejar sua ironia antes de desligar o telefone.
? — o chamou. — ? — perguntou novamente pelo rapaz e não obteve resposta.
Não sabia no que aquilo consistia, mas, a ideia dele comparecer à sua casa a tirou do eixo e fez seu coração acelerar, no que ele estava pensando, perguntou a si mesma, tentando procurar uma resposta para o que acontecia e uma explicação para aquele contexto um tanto caótico. Qual era o propósito de tudo aquilo, quando eles sabiam que não se gostavam? Nada estava fazendo sentido e a sua intuição gritava que sabia de algo, mas, não falaria.
O rapaz confirmou a sua teoria de que não estava louco. estava dando uns sinais estranhos, como ela poderia dizer que ele não era homem suficiente para algo quando não existia coisas a serem provadas da parte dele? A confusão predominava na mente de . E o que foi aquela ligação, questionou-se, não tinha lógica eles estarem flertando e por qual motivo eles fariam algo assim? Ele se permitiu pensar, mas, só lembrou de todas as brigas e xingamentos entre ambos.
Até que o beijo veio a sua memória novamente e ele não evitou se irritar com todo o novo cenário entre ele e desde a situação com a Signature. O próprio tinha que carregar o fardo sozinho, pois, entrariam em um novo dilema se ela soubesse ou lembrasse que isso aconteceu. Jogou o telefone em cima da cama, nervoso, com as circunstâncias atuais.
Não alimentaria isso dentro de si, pois, resultaria em uma possível vitória de contra ele e poderia permitir muita coisa, menos isso. Ela era uma mulher como qualquer outra e não havia motivos reais para que desenvolvesse qualquer tipo de sentimento em relação a garota, a não ser uma atração simples e boba por conta da tensão sexual que era desencadeada através de toda aquela raiva entre os dois. Decidiu não pensar mais nisso e voltar a descansar.
Ele acredita que ela estava apenas tentando se sobressair. Era obvio que não iria até o loft dela. Porém, talvez para , isso não tenha ficado tão obvio assim, ao contrário de ela apressou-se o máximo que conseguiu para arrumar o seu lugar e tomar um banho, pois, de fato, estava com um odor muito forte.
A garota, ironicamente, estava pronta para espera-lo depois de uma hora e meia, sentada em seu sofá, checando seu celular de minuto a minuto, aguardando uma mensagem ou uma ligação. Três horas se passaram e finalmente entendeu que o rapaz não apareceria, sentiu-se burra por acreditar que ele falaria a verdade, quando eles nunca tiveram essa certa intimidade.
Frustração poderia não ser a palavra certa para usar, pois, como se frustrar com alguém como seu mero colega de trabalho, com o qual nunca houve uma relação sequer de amizade, sempre foi guerra atrás de guerra.
Então, por que acreditar que ele agiria diferente dessa vez?
A sua intuição gritava, repetidamente, que ele estava escondendo algo, mas, não deixaria que isso interferisse o seu final de semana, não iria deixar que ele ferisse a sua integridade mental, pois, não passava de um idiota que queria tirar vantagem em cima de qualquer situação que a envolvesse, nunca existiu algo que pudesse os unir fora do trabalho, isso queria dizer que essa seria só mais uma situação qualquer.
Resolveu mandar uma mensagem para Olivia, sua melhor amiga desde a faculdade, precisava sair aquele sábado e beber mais um pouco, o suficiente para esquecer o que ao menos lembrava da noite anterior, e não existia pessoa melhor para realizar esse seu desejo, a não ser a garota que dividia os mesmos neurônios que ela.

Liv, o que vamos fazer hoje?

Digitou a mensagem ansiosa, pois, ainda rondava os seus pensamentos e ela não fazia ideia do que ele estivera fazendo lá. Assustou-se com o barulho anunciando a resposta da colega.

Não vai ao menos perguntar se estou ocupada?

Até parece que não arranjaria tempo para mim, é por isso que somos melhores amigas e eu, de verdade, preciso de você.

Aconteceu algo no trabalho?

Olivia perguntou preocupada, visto que nada tirava a amiga do seu ponto de equilíbrio se não fosse o trabalho.

Talvez?

Tudo bem! Posso te pegar as 19h?

Pode me pegar quando quiser, já sabe disso.

Após sua melhor amiga visualizar a mensagem, a morena dirigiu-se para o seu quarto e optou por tentar dormir até que chegasse o momento de se arrumar e esperar Liv chegar. Apesar de rolar diversas vezes na cama, acabou pegando no sono poucos minutos depois quando seu cérebro deu-se por vencido e preferiu desligar para que a garota descansasse.
Horas depois, ela acordou e tateou a cama procurando o celular, parecia tolice, mas, queria ver se existia alguma mensagem ou ligação de , não entendia a razão a qual estava tão ansiosa em relação a isso, poderia ser pelo fato de sentir que ele estava escondendo algo, ou simplesmente, por que seu ego estava a consumindo e, de fato, ela gostava da ideia de alguém como ele, que a odeia, completamente rendido por ela.
Talvez ele estivesse certo sobre isso. Ela pensou.
Não perdurou muito nisso, existiria tempo suficiente para conversar sobre esses recentes acontecimentos com Olivia em alguns instantes, pensou. Então, levantou-se, tomou um banho, colocou um vestido curto e um salto, fez uma maquiagem leve, em razão de estar usando uma de suas roupas que mais possuía brilho.
Liv chegou um pouco depois, pegou a amiga e foi em sentido a uma das baladas de Nova York, sentiu que a mesma, sem dúvidas, precisava disso. Estavam bem felizes no local, a escolha da ruiva que acompanhava foi perfeita, a discoteca estava lotada e combinava efetivamente com que elas precisavam naquele momento. Uma conduziu a outra para o bar e pediram dois drinks, o álcool seria o melhor amigo delas aquela noite.
— Então, me conta o que está te assombrando. — Liv apoiou um dos cotovelos no balcão e olhou para amiga.
— Na realidade, eu decidi que só quero beber e paquerar. — sorriu, pegando a bebida que o garçom acabara de colocar a sua frente e virando de uma vez.
— Pelo visto, beber é sua prioridade né? — riu, bebericando o liquido e revirou os olhos. — Vamos, é melhor falar! — encarou a amiga.
— É o ! — bufou.
— Alguma novidade? — Olivia relaxou mais ao saber que o assunto era o mesmo de sempre.
— Ele esteve na minha casa ontem à noite. — disse e viu a melhor amiga se engasgar um pouco.
— O que? — a questionou perplexa.
— Eu estava muito bêbada e...
— E o que? — interrompeu a amiga nervosa.
— Eu não sei! — respondeu estressada. — Ele me levou para casa e falou umas coisas estranhas. — soltou o ar pesadamente.
— Que coisas estranhas ? — a amiga segurava a garota pelos ombros.
— Que em algum momento eu gemi para ele e que eu vomitei muito e ele ajudou a me limpar. — Liv a mirava boquiaberta sem dizer uma palavra. — Ele até deixou um bilhete com uma daquelas ironias ridículas dele. — continuou irritada ao lembrar dele pedindo para ela tomar banho.
— Ai meu Deus! — percebeu a ruiva formar um sorriso na boca. — Você está tão ferrada! — deu uma gargalhada e recebeu o olhar fulminante da morena. — Vocês...
— Não! — a garota a censurou. — Não quero acreditar que eu e ele... Você sabe! — mordeu o lábio. — Ele disse que nada aconteceu, mas, eu não confio nele.
— Então acha que algo aconteceu, tipo um beijo ou algo assim? — refletiu.
— Provavelmente! — assentiu.
— Não seria a primeira vez, né? — a amiga relembrou o primeiro beijo deles e a garota a fuzilou com o olhar.
— Eu só não entendo por qual razão ele poderia esconder isso, sei que não nos damos bem, mas, não acha isso um pouco estranho? — perguntou.
— Talvez ele só não quer a lembrança de que isso aconteceu outra vez entre vocês, já que, supostamente, vocês se odeiam. — a ruiva ironizou o final da fala.
— O que você quer dizer com suspostamente? — questionou de forma áspera.
— Você acha normal duas pessoas que se odeiam se beijarem duas vezes? Porque eu nunca vi isso. — foi sincera e engoliu seco querendo ignorar aquela possibilidade.
— Se a idiota aqui ao menos lembrasse de algo. — voltou a ficar estressada.
— Você não tem medo de morrer? — indagou a , depois de ter caído na real sobre a situação em si. — Ainda bem que ele te levou para casa, já imaginou o que poderia ter acontecido se ele não estivesse lá? — repreendeu a garota.
— Me desculpa! — suplicou.
— É sério ! — brigou. — E se ele fosse um homem disposto a te fazer mal, de verdade? — referiu-se ao comportamento de .
— Mas, ele já faz isso desde que eu entrei na empresa. — brincou para descontrair e recebeu um olhar reprovável da amiga — Tudo bem, não vai se repetir! — fez um bico. — Vem, vamos dançar! — puxou a Liv pela mão e a mesma impediu.
— Você vai, eu vou terminar meu drink. — falou, apontando a cabeça para trás, fazendo a morena perceber que alguém estava dando em cima dela.
— Parece que a parte da paquera vai ficar com você. — ironizou e deu espaço para amiga conversar com o cara que estava olhando para ela.
Após Olivia passar por ela, pediu mais um “sex on the beach” para o moço que estava a servindo, beberia para não deixar os mesmos pensamentos de mais cedo dominarem sua mente. Passou o dedo indicador na borda da segunda taça que foi provida para ela e suspirou olhando ao redor do local.
Porque estava a consumindo tanto sem ao menos estar perto dela?
Foi tirada forçada dos seus devaneios quando um homem aproximou-se dela de maneira sutil para perguntar seu nome. A mesma percebeu que ele já estava tentando falar com ela há algum tempo, mas, ela estava ocupada demais pensando em como resolveria uma situação sem ao menos lembrar do que tinha acontecido.
— Terra chamando! — ele sorriu, alertando a garota.
— Sinto muito! — ela riu desconfortável. — Eu estava distraída. — explicou.
— Eu pude notar. — sorriu novamente e só então ela pode contemplar a grandeza do homem a sua frente.
Ele era absurdamente lindo. Os olhos azuis brilhavam e a barba por fazer o deixava mais charmoso ainda. Não sabia que existia condições de chamar atenção de alguém como ele, por um momento imaginou que o mesmo estava se aproximando por achar que ela era acompanhante de luxo ou algo assim, arrependeu-se por colocar um vestido tão curto.
— Eu não faço programas. — sussurrou no ouvido dele, envergonhada.
— Eu também não! — respondeu com uma risada gostosa o bastante para fazer com que ela não parasse de o observar.
— Achei que tivesse me confundido...
— Com uma prostituta? — ele a interrompeu. — Não me diga que pareço com esse tipo de homem. — fez uma careta enquanto apoiou uma das mãos ao lado esquerdo no peito para simular uma pontada no coração.
— Não é isso! — tomou um gole da bebida. — Você é muito bonito e está de terno. — o homem a fitou confuso. — Calma! — pediu. — Para estar em um local como esse, significa que você pode ter algum poder executivo e quer passar despercebido. — disse orgulhosa da sua teoria.
— Quer dizer que está me julgando pela minha roupa? — indagou a garota e antes que ela pudesse responder, continuou a falar. — Agora faz sentido você achar que eu poderia te confundir com uma garota de programa, pensou que seu vestido falaria mais por você do que você mesma. — ficou sem saber o que responder, estava completamente constrangida. — Mas, na realidade, eu gosto do seu vestido. — ele sorriu sem mostrar os dentes, sereno.
— Eu não quis julgar. — tocou a mão dele e sentiu a pele macia. — É só que eu entendo de moda e sei o quanto uma roupa dessas que está usando custa, sem falar no relógio em seu pulso. — justificou.
— Eu sei! — balançou a cabeça positivamente. — Em partes está certa, por esse motivo vou te perdoar. — ele soltou a mão dela e tocou a ponta do nariz da garota com o dedo indicador.
A ação dele fez com que lembrasse de algo da noite anterior. tomava a mesma atitude que ele, a diferença é que seu dedo estava na testa dela e eles estavam próximos o suficiente para que pudessem se beijar, não conseguia recordar o que estava sendo dito entre os dois, mas, com certeza, qualquer coisa poderia ter acontecido ali.
— Você está bem? — o homem perguntou apreensivo e ela assentiu, ainda desconsertada. — Tem certeza? — ele tocou a cintura da garota e ela voltou a realidade naquele instante.
— Sim, deve ter sido o álcool. — disse, sentindo suas bochechas corarem e padecendo ao toque dele. — Meu nome é ! — sorriu.
— Max. — sorriu de volta, soltando a garota e se afastando um pouco.
— Então por que quer passar despercebido? — a morena fez um sinal para que o garçom a trouxesse mais um drink.
— Para saber se eu consigo ter uma conversa com alguma garota que não seja apenas sobre a quantidade de dinheiro que eu ganho. — foi direto.
— Justo! — concordou.
O silêncio pairou e eles devem ter se encarado por alguns minutos, com muita intensidade, o bastante para fazer desejar ir para cama com ele, havia algum tempo que não transava com alguém e o homem a sua frente estava demasiadamente convidativo.
— Então... você quer meu número ou o que? — ela quebrou a calmaria com o som da sua voz.
— Eu quero você! — respondeu sem desvios.
A garota ficou sem reação. Nas últimas semanas tinha se acostumado com o comportamento estúpido de em driblar as suas perguntas ou rebater as mesmas de maneira provocativa. Apenas havia respostas na ponta da língua quando precisava se defender ou tentar ataca-lo, então acreditou que sempre precisaria estar nessa posição até que alguém a desarmasse.
Max parecia o tipo de cara que faria isso, ele já havia feito, na verdade, então por que raios ela ainda estava pensando em ?
Fitou o homem quase que implorando com olhar para ele tomasse a atitude de beijá-la e aquele bastardo saísse da sua mente. Ele pareceu entender o que ela queria por que não demorou para agarrá-la e enfiar sua língua dentro da boca dela que concedeu cada segundo daquele movimento. Segurou a nuca dele, pressionando seu corpo contra o de Max.
Ele sorriu entre o beijo e mordeu o lábio dela, voltando a devorá-la de maneira feroz, poderia rasgar aquele vestido ali mesmo, era o que estava desejando, desceu uma trilha de mordidas por todo o pescoço da garota que arfou em correspondência ao ato dele. Fechou seus olhos para sentir melhor o prazer que aquele homem estava a causando e outra memória com veio à tona.
Sentiu seu corpo paralisar nos braços do homem que segundos atrás estava beijando sua boca. Recordou o quanto estava bêbada, mas, mesmo assim correu atrás de para beijá-lo e viu que o próprio voltou para que pudesse fazer o mesmo com ela, lembrou em como ele tinha dado o primeiro passo, não acreditou que aquilo havia acontecido.
O pior não era tocar os lábios, mas, querer fazer isso e de como esse sentimento a preencheu de uma forma imensa na noite passada. Percebeu que estava aérea mais uma vez, seus olhos estavam ardendo por passar algum tempo sem pisca-los. Voltou a si e tomou um pouco de distância de Max, que não entendeu muito a atitude dela, iria falar se não tivesse sido censurado pelo celular da garota, que começou a tocar desenfreadamente.
— É a minha amiga. — falou enquanto olhava a tela do aparelho. — Você deveria pegar meu número, se quiser, é claro! — disse, sem graça.
— Ainda não está claro o que eu quero? — ele arqueou a sobrancelha e ela sorriu em concordância.
Eles trocaram seus contatos rapidamente e logo, ela deu as costas ao homem, por um momento, para atender seu telefone que começou a tocar pela segunda vez.
— Oi babe! — disse tentando disfarçar sua agonia com a lembrança que acabara de ter.
— O que aconteceu? — Liv perguntou notando algo de errado.
— Nada. — foi indiferente e a amiga estranhou, mas, não deu tempo para que ela respondesse. — Onde está? — questionou.
— Então, eu te liguei por que eu sai com o cara daí e estamos indo para minha casa. — fechou um dos olhos esperando ser advertida.
— Apenas assim? Sério? — soou incrédula.
— Me desculpa não ter ido falar com você antes. — choramingou.
— Tudo bem! — suspirou. — Me manda sua localização em tempo real e não esquece de avisar que chegou, está bem? — sorriu.
— Você acha que consegue voltar só? — indagou a morena. — Se quiser, posso ficar e dispensá-lo, ainda estou na frente da boate. — justificou.
— Não precisa se preocupar, eu pego um uber. — confirmou para que a amiga ficasse tranquila. — Mas, e o seu carro? — ficou confusa.
— O carinha não bebeu, então vamos voltar nele, por isso que liguei para saber se você ficaria bem. — respondeu de maneira carinhosa.
— Eu amo você! — proferiu sem mais delongas.
— Eu também amo você babe! — Olivia devolveu a frase com mais amor.
Quando encerrou a ligação, olhou para trás para falar com Max e não o encontrou. Suspirou, pensando em como havia perdido a oportunidade de conhecer alguém que parecia ser interessante para ouvir as besteiras que ela diz. Talvez ele não tivesse gostado do beijo ou ficou incomodado com algo, mas, definitivamente, aquela não era a melhor maneira de se despedir de alguém.
Entendeu como um sinal do universo para encerrar a noite, ir para sua casa, descansar e tirar o resto da noite para tirar da sua mente qualquer fragmento de caras que a confundiam de todas as maneiras possíveis. Possivelmente, o dono dos olhos azuis não era muito diferente de outros homens que já haviam passado pela sua vida.
Entrou no carro que tinha chamado pelo aplicativo do telefone e foi todo caminho desejando acordar o dia posterior no corpo de alguém que não fosse ela e que não tivesse que lidar com a merda que a mesma teria que enfrentar em algum momento. Fechou seus olhos e encostou a cabeça na janela, preocupada em como ocuparia o seu domingo para que não conseguisse ficar distraída de maneira alguma. Encher sua mente de trabalho agora não era uma opção.
Quando chegou ao destino final, pagou e agradeceu ao motorista que tinha sido bem educado ao respeitar o silêncio dela e só abriu a boca para perguntar se ela estava sóbria. Desceu do automóvel e sentiu quando o salto fino, em contato com a calçada, amassou algo. Era um chiclete. praguejou ao universo coisas infelizes ao mesmo tempo em que tentava retirar a goma de mascar arrastando o pé no chão.
Travou uma luta de segundos com o seu sapato até uma pessoa se agachar ao seu lado, tocar seu tornozelo e amortecer a agitação que ela estava causando em frente ao seu prédio. No instante em que o indivíduo levantou seu rosto, a garota pode perceber de quem se tratava e sentiu um frio na espinha com o contato excessivo dos dedos dele sobre a panturrilha dela.
retirou um pequeno lenço do bolso da calça, enquanto ambos se encaravam, pediu permissão com o olhar e a morena assentiu. Com toda delicadeza, ele deslizou a mão sob a pele de para que pudesse levantar o pé dela e retirar o chiclete que estava grudado. Ela observou toda a ação desacreditada que a mesma poderia acontecer algum dia, por motivos de nem parecer o perfil dele fazer esse tipo de coisa.
Ele levantou-se devagar, deixando um pequeno carinho pelo caminho que fez com o dedo na perna dela, o que fez com que ela, involuntariamente, se arrepiasse e colocasse um espaço entre eles.
— Obrigado! — a garota articulou devagar, quase que em um sussurro.
Não pode evitar que seus olhos guiassem ele dos pés à cabeça da garota, não precisava se esforçar para ficar bonita, mas, nunca tinha a visto com uma roupa diferente das que ela usava no trabalho. O vestido valorizava todas as curvas do corpo dela e o brilho prateado ressaltava mais ainda o castanho escuro dos cabelos dela. Era impossível não nota-la em qualquer lugar daquele jeito, pensou em quantos homens ela havia chamado a atenção onde estava, mas, jamais abriria espaço para que pensasse no quanto ele a achava bonita.
— Está parecendo uma garota de programa com essa roupa. — disse debochado e ela bufou.
— Você é realmente inacreditável! — falou, passando por ele, fazendo questão de esbarrar o ombro no braço dele, com raiva, e seguir caminho para entrada do saguão.
Não lembrava o sentimento de ódio que ele despertava nela até estar em sã consciência novamente e ter algum tipo de diálogo com o dito cujo. era o tipo de cara que testava seus limites para ver onde você conseguia chegar, foi isso que ele fez quando percebeu que era uma “ameaça” no início, o péssimo convívio entre eles foi desenvolvido pela ideia torta dele de que ela roubaria seu lugar no trabalho.
Não foi muito difícil para odiá-lo.
Ele tornou as coisas bem difíceis para garota que buscava desesperadamente se posicionar de maneira positiva na agência, pois, Nova York havia sido um tiro no escuro para ela e tudo poderia dar errado por causa de um babaca como . No princípio era divertido competir, mas, isso não iria mantê-la empregada, então começou a distribuir ideias para outros clientes e mostrar seu serviço e a guerra para roubar clientes um do outro iniciou a partir daí.
? — o rapaz a chamou fazendo com que ela olhasse para trás.
— Qual é o seu problema ? — deu meia volta e caminhou em direção a ele irritada.
— Eu disse que viria, então, estou aqui. — sorriu sarcástico.
— Isso foi há mais de dez horas. — ela o empurrou com uma das mãos. — Alias, o que está fazendo aqui, virou meu stalker agora? — o fitou furiosa.
Ele desviou o olhar para cima, pois, não conseguiu enxergar a fúria nos olhos dela, talvez gostasse da bêbada, por que essa que estava em sua frente, no presente momento, o odiava e não seria capaz de beijá-lo. Deu-se conta que a garota jamais o olharia dessa maneira, pelo menos, não sem uma gota de álcool no organismo da mesma.
— Acho que está certa! — falou cabisbaixo.
— O que? Você bebeu? — o indagou franzindo o cenho. — Primeiro, me deixa esperando a manhã inteira por você e agora aparece na minha casa do nada, eu não estou... — ele a interrompeu.
— Eu não achei que estivesse falando sério. — pareceu surpreso. — Realmente esperou por mim? — questionou ela, ansioso.
— Eu achei que-que... — gaguejou procurando as palavras, pois, entendeu que não foi até seu loft por acreditar que ela não queria que ele fosse.
sorriu, desconsertado, pela confusão da garota. E isso fez com que o coração dela acelerasse por um segundo pelo fato daquele sorriso trazer a energia caótica que tornava os dias dela uma bagunça, na maioria das vezes. E que era bem difícil assumir, mas, ela gostava. Não era um sorriso tão ruim assim, agora que ela enxergava mais de perto.
— Porque está me olhando assim? — mordeu a bochecha, ansiosa.
— O que você lembra ? — perguntou, chegando mais próximo dela, o suficiente para que ela pudesse sentir sua respiração.
— Do que você está falando? — engoliu seco, sentindo ele se aproximar.
— Não precisa fingir que não sabe. — a fitou sério. — Está sóbria agora, eu acredito.
— Apenas de você me carregando. — mentiu e ficou perceptível na feição em seu rosto. — Eu já disse isso.
— Eu disse para não fingir. — a agarrou pela cintura, colando seus corpos.
— Eu não estou fingindo. — ela tentou andar para trás, mas, ele a segurou.
— Não lembra que eu te beijei? — olhou no fundo dos olhos dela.
— Não seria homem suficiente para isso. — repetiu o que havia dito antes, pois, queria ver a sua reação em pessoa ouvindo da boca dela o quanto ele era fraco.
— Quer que eu te beije agora? — perguntou enquanto a encarava.
A garota permaneceu em silêncio por algum tempo até perceber e entender o que estava acontecendo entre eles.
— Eu só quero que me deixe em paz, seu idiota! — empurrou o rapaz que a prendia em seus braços, fazendo com que ele a soltasse.
— Aí está a que eu conheço! — abriu a boca em um enorme sorriso.
— Você deveria tomar cuidado com a porra do seu carro de novo! — apontou o dedo na cara dele e ele fez um bico.
— Isso é uma ameaça? — estreitou os olhos. — Por um momento, acreditei que você realmente queria que eu te beijasse. — mordeu o lábio, risonho.
Bufou, nervosa e deu as costas a ele.
— É bom te ter de volta ! — gritou enquanto observava ela seguir sentido para a porta giratória do prédio e a mesma apenas mostrou o dedo do meio, sem virar para vê-lo, em correspondência ao que ouviu.
talvez fosse o único homem a ter duas versões da garota, a que o odeia e a que está bêbada com vontade de beijá-lo, porém, arriscava de dizer que a primeira o deixava mais empolgado, por isso disse que era bom tê-la de volta, o que significava estar sóbria, por que no final das contas era aquela que interagia com ele durante todo o dia no trabalho.
Talvez fosse um pouco demais acreditar que as duas pudessem se cruzar e se tornarem uma só, afinal, como querer beijar alguém que você faz tanta questão de dizer o quanto não gosta. Todavia, desde que entrou na vida dele, a monotonia havia acabado, não queria que a garota o odiasse, mas, não é como se alguma vez tivesse conseguido chamar a atenção de alguém como ela. Então, se o ódio era o único sentimento que a mantinha por perto, que assim fosse. Ele preferia ter esse lado dela do que não ter nenhum.
Enquanto ela, procurava maneiras de lidar com esse novo comportamento dele que fugia de todos os padrões anteriores. estava sendo gentil e a garota nunca havia conhecido essa outra parte, o receio de que ele estava escondendo algo dela era maior que qualquer coisa. Não entrava na sua cabeça que uma pessoa mudaria da noite para o dia sem um motivo que pudesse ser bom o suficiente para isso, não cogitava essa possibilidade por um momento sequer.
Pois, por qual motivo ele seria bom para ela se não tivesse interesse em algo que a mesma pudesse oferecer?
Quando entrou em casa, retirou seus saltos e os jogou por perto, precisava descansar não só o corpo, mas, principalmente a sua mente por que a mesma não funcionaria mais do mesmo jeito após esses dois últimos dias. Fora que necessitava estar preparada para sua apresentação de segunda feira, uma empresa muito grande estava prestes a fechar contrato com a Easy Communication, a agência em que trabalha, e ela queria aquela conta.
Passaria todo o domingo ensaiando as propostas do seu projeto para impressionar o possível cliente que estaria lá. Devido a isso, não deixaria nada atrapalhar. Não queria distrações. Estaria completamente focada. Seguiu direção para o seu banheiro e começou a encher a banheira para que não só tomasse um banho, mas, para que pudesse relaxar uns minutos antes de ir para sua cama dormir.
Inspirou o cheiro dos sais de banho que estava jogando na água morna e se despiu do seu vestido após isso. Conectou seu celular a uma pequena caixinha que deixava naquele espaço, pois, ouvir música durante o banho era quase como uma religião para ela. Abriu uma playlist qualquer, colocou para tocar, deixou seu telefone em um pequeno banco ao lado, entrou no espaço e sentiu quando a espuma fez uma leve cocega nas suas pernas.
Cochilou por uns dez minutos e foi acordada pelo toque de mensagem do seu aparelho. Reconfortou-se na banheira e enxugou uma das mãos para pegar o objeto, além do novo recado, havia algumas notificações não lidas, sorriu para tela quando viu que algumas delas era da sua amiga Olivia.

Já cheguei em casa!

Uma hora depois desse texto, ela mandou outro.

Ele é péssimo de cama, por Deus

Trinta minutos depois.

Ele sabe cozinhar, não deixei ir embora, sexo podemos recusar, uma boa alimentação jamais 😊

Ela não deixou de gargalhar ao ler aquilo, Liv era hilária. A garota era do tipo de pessoa que conseguia obter atenção de quem ela quisesse por ser atenciosa, engraçada e extremamente carismática. decidiu responder a amiga da melhor forma.

Pena que não vai ter sobremesa ☹

Foi irônica pelo fato da transa não ser boa. Logo mais, viu que um número desconhecido havia acabado de lhe mandar um recado.

Me desculpa por ter desaparecido, coisas do trabalho, não consegui me despedir, pois, você estava em ligação e eu não quis atrapalhar.

Era Max.

Por um momento, eu achei que tivesse beijado um fantasma.

Um fantasma bonito, eu espero!

revirou os olhos. Atrair egocêntricos parecia ser o carma dela. Decidiu não responder mais, até que o celular vibrou novamente.

Poderia te ver novamente?

Talvez durante a semana.

Amanhã não é um dia bom para você?

Tenho trabalho para fazer.

Temos uma viciada, é isso mesmo?

Ele brincou, mas, gostou, pois isso era algo que realmente causava atração em uma mulher para ele.

O suficiente para deixar você de lado por mais alguns dias? Sim!

A garota sorria enquanto escrevia a mensagem, queria dá um gelo naquele ego.

Não me atingiu! Achei isso extremamente sexy, por sinal.

Ela o ignorou. Mais um minuto sem responde-lo e o deixaria maluco por ter que ficar correndo atrás.

Eu voltarei em poucos dias para meu estado, mas, não voltarei antes de te fazer minha .

O estalo na mente dela chegou quando percebeu que ele não era de Nova York, compreendeu o quanto havia sido ingênua com algo que estava na sua cara, Max estava só de passagem, por isso falou em passar despercebido. Determinou que não perderia a chance de ter algo, mesmo que em um curto período, com ele. Ele era gato, o beijo havia sido bom, provavelmente o sexo seria também e o mais importante, o homem a queria.

Terça funciona para você?

Respondeu.

Ótimo! Eu ligo para você então.

Ela não viu a necessidade de respondê-lo já que tinha ficado obvio para ambos o que seria feito, não quis prolongar a conversa, pois ele não era um alvo duradouro por que voltaria para sua casa, porém, ter Max por perto seria a distração perfeita para que não a atrapalhasse com o seu novo e estranho comportamento.
Depois que saiu do banho, revisou algumas vezes sua apresentação e adormeceu. O domingo não foi de muitas surpresas, ela havia se afastado do mundo para apenas focar em estudar suas estratégias para empresa que estava entrando na agência. sempre ficava ansiosa antes de atender a novos clientes, principalmente pelo fato de que várias ideias eram propostas em reunião para os mesmos escolherem e decidirem quem eles gostariam que tomassem a frente de suas contas.
Ainda na noite daquele dia, colocou uma roupa confortável, calçou um dos seus tênis, posicionou os fones sem fio no ouvido e resolveu correr pela caótica cidade para espairecer. Sua banda favorita começou a tocar e ela não pode evitar sorrir enquanto dobrava o quarteirão, controlando sua respiração. O mesmo sorriso desmanchou quando o toque do telefone atrapalhou a música que estava ouvindo.
— Quem é? — perguntou irritada, após passar o dedo indicador no sensor do seu fone, pois, não pode ver o nome do indivíduo, já que seu celular estava no suporte pendurado em seu braço.
— O que está fazendo? — questionou do outro lado da linha.
? — parou de correr no mesmo momento. — O que você quer? — achou estranho o mesmo a ligar.
— Só saber o que está fazendo. — respondeu ao mesmo tempo em que deitava na cama.
— Sério? — a garota colocou as mãos na cintura e respirou fundo.
— Ah! — ele percebeu. — Estava correndo. — sorriu sem mostrar os dentes.
, talvez a conhecesse mais que qualquer um dentro daquele escritório, pelo fato de sempre está por perto para irritá-la fez com que ele decorasse a rotina dela e prestasse atenção em cada trejeito.
— Sim, eu estava correndo. — repetiu em concordância. — Mas, de verdade, o que você...
— Está ansiosa para amanhã não é mesmo? — a interrompeu. — Por isso foi correr. — pareceu angustiado e percebeu que ele também estava com o mesmo sentimento.
A competição entre eles sempre desencadeava isso. As vezes não era tão divertido assim e isso mexia com o psicológico de ambos por serem perfeccionistas e incessantemente quererem estar em primeiro.
— Não acredito que vou dizer isso. — revirou os olhos e logo após mordeu o lábio. — Mas, você quer tomar um vinho? — questionou rapidamente.
— Eu achei que não fosse perguntar. — ele levantou da cama subitamente.
— Na minha casa em trinta minutos. — ordenou, o que fez rir fraco com o jeito dela mandona. — Quer que eu desista? — fez um bico, sabendo que ele voltaria atrás daquela risada.
— Tudo bem! — defendeu-se. — Obrigado ! — Tentou ser gentil.
— Até mais! — ela desligou.
ficou pensativa por um momento, as coisas com estavam muito confusas e ela não sabia se tinha feito a coisa mais certa naquele momento, mas, precisava de álcool no seu organismo e ele parecia ter adivinhado isso quando a ligou. Então, ela deu meia volta e começou a correr em direção ao seu apartamento, acreditou que trinta minutos era o suficiente para se arrumar e esperar o rapaz que tanto a perturbava por esses dias.
Não entendia o motivo da sua ansiedade em relação a essa situação, mas, sentia que estar ao redor dele a causava diferentes emoções, era como uma montanha russa e ela não conseguia mais negar a si mesma que gostava de ir do céu ao inferno em questão de segundos. Definitivamente, essa noite ficaria na memória dos dois, seria por causa de algumas taças de vinho ou apenas por não conseguirem guardar o veneno para si.



Nunca, em dois anos, pensou que estaria se arrumando para um encontro com o senhor irritante ou melhor para recebê-lo em sua casa, preferiu tirar a ideia de que beber um vinho e conversar sobre o trabalho seria uma chance para algum tipo de flerte ou tensão sexual, pois, a garota lembrou que já fazia um bom tempo desde que teve uma boa transa e que isso poderia influenciar em suas atitudes.
— Está tão desesperada assim? — falou consigo mesmo enquanto se olhava no espelho. — É o , ele te odeia! — foi incisiva. — Você é bem melhor do que isso. — sorriu sem mostrar os dentes.
Decidiu acreditar que sua vagina estava falando mais alto naquele momento, por mais que fosse um cara extremamente atraente, ainda era o seu maior inimigo da vida, atrapalhava toda sua rotina, todo o seu trabalho e suas oscilações de humor e comportamento eram todas causadas por ele. O fato de que ele estava a uns quarteirões da sua casa, justamente por que ele sempre muda os planos dela, era o maior exemplo disso.
— Porque você o convidou? — continuou discutindo consigo mesma. — Qual é o seu problema? — bufou irritada.
Prosseguiu repetindo que seria apenas um diálogo sobre como ambos estavam ansiosos para, talvez, o maior contrato de suas vidas, não sabiam de muita coisa em relação a isso, mas, acreditavam que se o senhor Carter havia convocado uma reunião apenas com eles dois para esse novo cliente, com certeza seria algo muito grande. Dispersou seus pensamentos quando ouviu a campainha tocar e não pode evitar sentir um frio na barriga.
Olhou para cima pedindo forças para um ser superior, respirou fundo soltando todo o ar pela boca e foi em direção a sala convicta de que precisava colocar uma gota de álcool o mais rápido possível dentro do organismo. Segurou a maçaneta extremamente arrependida por tê-lo chamado, mas, quando abriu a porta tudo o que conseguia ver era alguém sem graça, então lembrou que essa era a diferença entre eles.
conseguia, na maioria das vezes, disfarçar como estava por dentro.
— Eu trouxe vinho rose. — ele mostrou o produto que segurava em suas mãos.
ficou sem reação imediata, pois, era a primeira vez que via ele tão ansioso, conseguia perceber a força que o mesmo fazia para não demonstrar que suas mãos tremiam.
— Não precisava! — tentou ser gentil. — Eu te chamei, a bebida seria por minha conta. — foi amigável.
— Foi barato! — riu desconfortável. — É de um amigo meu, ele disse que foi barato. — justificou, nervoso.
— Mas...
— Eu quis trazer! — assentiu com a cabeça positivamente, interrompendo ela.
— Tudo bem! — encarou ele por alguns segundos, pegou o vinho de suas mãos e deu as costas, seguindo caminho para cozinha.
O clima era constrangedor. Eles nunca estiveram tão lúcidos em um momento que ambos estivessem no mesmo ambiente, geralmente o que acontecia, fora os jogos psicológicos, era a grande névoa de raiva que predominava o lugar, então era no mínimo uma situação estranha.
— Vai ficar parado aí? — ela perguntou após parar, olhar para trás e vê que ainda estava do lado de fora.
— Você não disse que eu podia entrar. — disse sem graça.
— Não é como se você tivesse precisado de uma autorização antes. — estreitou os olhos sem entender toda aquela educação dele.
tratou de adentrar o mais rápido possível e acompanhar a garota até a copa, agora com tudo mais nítido e claro, ele podia ver como o loft tinha a personalidade dela estampada em todos os cômodos. Observou enquanto retirava duas taças do armário e as colocava em cima da bancada de mármore que ocupava o meio do espaço.
— Então, quais são seus palpites sobre esse cliente de amanhã? — trouxe a atenção de para ela.
— Deve ser alguém bem grande! — respondeu enquanto observava encher as duas taças com outro vinho. — Signature? — questionou ao ver a garrafa.
— Eles me deram quando apresentei a campanha que te tirou deles. — sorriu irônica e ele revirou os olhos ao lembrar. — Mas, então, eu pensei nisso! — concordou, empurrando uma das bebidas para e bebericando um pouco da outra. — Carter ao menos nos mostrou algo para que pudéssemos fazer uma apresentação ou algo assim. — respirou fundo.
— Isso me faz pensar que é um novo cliente. — bebeu dois goles do vinho e fez uma careta, automaticamente, soltou uma risada. — O que?
— Nunca bebeu vinho antes? — indagou sarcástica.
— Não é minha bebida favorita, ok? — reclamou.
— Então, por que está bebendo? — questionou com um semblante de confusão.
— Porque você pediu. — justificou.
— E desde quando você faz o que eu peço? — o fitou cínica.
— Eu só estou tentando ser legal! — retrucou entediado com o comportamento dela.
— E desde quando você é legal? — lançou uma pergunta retorica em tom de deboche.
— Você poderia parar? — perguntou irritado.
— Por que eu pararia? — bebeu todo o conteúdo da sua taça.
— Talvez um bom motivo seria o fato de você ter me convidado. — bufou.
— Eu fiquei com pena, você estava praticamente implorando. — ela comentou enchendo sua taça mais uma vez enquanto recebia um olhar de desaprovação de .
— Eu não sei porque achei que seria uma boa ideia vir! — coçou a cabeça. — Eu, realmente, odeio você! — abriu um sorriso assustador. — Você é insuportável! — apontou o dedo indicador para ela que o encarava espantada.
— Eu também odeio você, mas...
— Eu não preciso ficar! — arfou. — Eu nem ao menos sei o que eu estou fazendo aqui com a pessoa que eu menos gosto neste planeta. — esfregou seu rosto com as duas mãos.
...
— Boa noite para você ! — disse e deu as costas, em direção a porta.
— Você pode parar de drama? — gritou ao mesmo tempo em que pegava uma maça da fruteira de prata, em cima da mesa, e jogava na cabeça do rapaz, que sentiu a dor instantaneamente.
— Você jogou uma maça em mim? — perguntou enquanto observava a fruta no chão e pousava a mão no local machucado.
— Sim, como percebeu? — foi irônica. — Achei que não tinha um cérebro e por isso não seria capaz de discernir sentimentos. — sorriu cínica.
— Qual é jogo dessa vez ? — falou, aproximando-se da garota.
— Do que está falando? — questionou um tanto nervosa.
— Disso tudo. — ficou a centímetros dela. — Meses atrás não cogitaria a ideia de estar comigo em um mesmo espaço, mas, agora estamos na cozinha do seu apartamento. — e lá estava a respiração que ele tanto almejava sentir, estava perto o suficiente para notar.
— E qual é a sua ? — encarou o rapaz a sua frente e fez um sinal com a cabeça para enfatizar sua pergunta. — Me ligando como se soubesse que quando estou ansiosa eu vou correr, esperando por uma migalha de atenção minha. — mordeu o interior da sua bochecha, tentando disfarçar o nervosismo.
engoliu seco.
— Deve ser por que eu sei que você só corre quando está ansiosa. — os olhos deles não tiravam ela do seu campo de visão.
Eles estavam vidrados um no outro.
— E como você saberia disso? — empurrou o ombro dele com o dedo indicador.
— Talvez por que você posta toda sua vida na porcaria do seu instagram. — sorriu sem mostrar os dentes.
— E o que você estava fazendo lá? — tentou pressionar novamente seu dedo indicador no ombro do rapaz, porém, o mesmo foi mais rápido e segurou sua mão.
— É o único lugar onde eu posso te ver sem ser uma chata do caralho, como está sendo exatamente agora. — ele puxou , em único impulso, para perto do seu corpo.
— E porquê... — foi interrompida.
— Por favor! — implorou. — Apenas pare com essas perguntas estupidas e me peça para fazer o que você tinha em mente quando me chamou aqui. — ele fitou os olhos nos lábios dela que estavam entre abertos, agora, depois de ouvir o que havia dito.
— Como assim? — se fez de desentendida.
— O que você quer? — umedeceu os lábios.
— Apenas beber ! — afastou-se dele. — Pode parar com essa merda de ficar falando como se quisesse me beijar? — indagou e depois virou a taça que acabara de encher.
— Você vai acabar ficando bêbada assim, já é sua terceira. — mudou o assunto.
Por mais que quisesse responder que queria beijá-la, pois, seu corpo desejava sentir a maciez daqueles lábios outra vez, ele lutava contra isso a cada segundo, entregar-se para seria como um caminho sem volta para sua carreira profissional desandar dentro da agência, pelo menos era isso que ele pensava.
— Essa é a intenção! — ela respondeu sarcástica.
— Então, vamos fazer isso! — o rapaz sorriu e ela não pode deixar de comemorar.
Após perceber que acabara com a garrafa que ganhara de presente da Signature, decidiu abrir a que trouxe. Aproximou a garrafa do seu nariz e ao sentir o cheiro do vinho rose, boas memórias da Itália vieram a sua mente, por mais que fosse algo barato, como ele havia enfatizado, trouxe a ela uma grande nostalgia das suas saídas com a sua família pelas ruas estreitas, quando estava de férias na respectiva cidade que seus pais moravam.
— Não é tão ruim assim! — deu de ombros e ele caiu na gargalhada. — Eu estou falando sério! — ela disse acompanhando as risadas dele. — ! — repreendeu o rapaz.
— Me desculpa! — falou tentando controlar-se. — É só que você bebeu o bastante para dizer que não é tão ruim assim. — apontou para garrafa vazia ao lado deles.
— Eu quis dizer que o cheiro me lembrou a Itália, seu idiota! — arregalou os olhos para ele enquanto sorria de maneira singela.
— Faz mais sentido agora. — levantou as sobrancelhas. — Você sente falta de lá? — questionou genuinamente ao mesmo tempo que bebera um gole de vinho da taça que ela acabara de preencher.
— Eu sinto falta da minha família! — arfou. — Eu nasci aqui, então não é como se eu tivesse tanta ligação assim, sabe? — franziu o cenho tentando acreditar no que havia dito.
— Não parece ter tanta certeza! — comentou.
— Lá é lindo e sempre é divertido quando eu vou passar um tempo, mas, não é Nova York! — suspirou.
— Você poderia ser muito grande na Itália, já imaginou? — falou empolgado, pois, acreditava no potencial dela.
— Está tentando me convencer a morar em outro país para ficar com a agencia toda para você? — indagou séria.
Alguns segundos depois, os dois riram mais uma vez. Ainda não estavam acostumados a momentos, supostamente, felizes acontecendo com os dois no mesmo ambiente, então, um ar constrangedor sempre surgia após uns instantes entre eles.
— Você é muito desagradável! — revirou os olhos com a intenção de disfarçar o desconforto.
— Pare! — pediu. — Eu não estou bêbada o suficiente para isso. — explicou e depois fez um bico, levemente, irritada.
— Não consegue ficar perto de mim sem achar que quero tomar o seu emprego por dois segundos? — virou toda a bebida à sua frente e não pode evitar mais uma careta.
— Ainda não se acostumou? — olhou para ele sem o mesmo perceber e não conseguiu desviar o olhar da boca dele que estava molhada por causa do vinho.
— Como eu disse antes, não é meu favorito. — passou o polegar pelos lábios e chupou o mesmo, em sequência.
O rapaz não notou que ela estava o observando, então sua ação teve um misto de sensações na garota que sentiu arrepios correr por todo seu corpo, nunca havia desejado tanto ser um polegar na sua vida. Ela suspirou pensando que todo tesão acumulado a faria cometer uma loucura, reclamou consigo mesmo por não ter chamado Max. Concluiu rapidamente em sua mente que de nada adiantaria chamar um para sua casa, quando sua cabeça estava completamente em outro.
— Eu tenho bourbon! — chamou atenção de .
— Não acredito! — disse surpreso. — É o meu favorito! — soou feliz.
— Eu sei! — sorriu sem graça e ele conteve a alegria para encará-la.
— Como sabe disso? — questionou, franzindo o cenho.
— É o que você sempre pede quando saímos com o pessoal do trabalho. — ela balançou, devagar, a cabeça positivamente. — Bourbon com duas pedras de gelo, mas, se estiver estressado, você costuma beber puro. — sorriu fraco confirmando a sua teoria
fitou boquiaberto.
— O que foi? — indagou, desconcertada com a maneira que olhava para ela.
— Eu não estou bêbado o suficiente para isso. — moveu o olhar para o chão.
O ar ao redor deles estava bem estranho. não tinha nenhuma intenção de mostrar a que prestava atenção nele, as palavras apenas saíram da sua boca de um jeito inocente e uns segundos depois, ela se deu conta que foi taxativa demais no que havia falado. Então, claramente, era normal que o rapaz em sua cozinha estivesse surpreso, pois, na cabeça dele não era comum alguém dizer que o odeia, mas, ainda assim prestar atenção o suficiente em pequenos detalhes como o jeito que ele bebe whisky.
preferiu ficar em silencio por uns instantes até tomar a atitude de ir no armário buscar a bebida favorita do seu colega de trabalho e como sempre precisou puxar a mini escada que ficava na cozinha para que ela pudesse alcançar as prateleiras mais altas, porém, antes que conseguisse alcançar o objeto, posicionou a mão direita na bancada, impedindo que a garota passasse.
— O que você está fazendo? — questionou, nervosa, ao sentir a aproximação dos seus corpos.
Sem dizer uma palavra, ele abriu a porta da estante com sua outra mão e retirou a garrafa com o liquido amarronzado de dentro. Posicionou o objeto de vidro ao lado, em cima da superfície de mármore que estava atrás da garota. Logo após, prendeu em um pequeno espaço entre seus braços.
— É este? — gesticulou com a cabeça para o lado esquerdo.
— Você sabe que é. — respondeu olhando para cima, alcançando os olhos dele.
— Esse cheiro... — ele segurou o queixo dela, virou um pouco para o lado, aproximou-se do pescoço e respirou levemente a essência.
Nesse meio tempo, já havia morrido por dentro umas mil vezes, visto que os arrepios percorriam por todo seu corpo na mesma velocidade de um carro em uma competição onde o objetivo é alcançar o primeiro lugar. Foi uma ação completamente repentina dele e ela ainda não estava sabendo lidar com esse novo comportamento do rapaz.
— É canela! — respondeu, tentando recompor-se e retirando devagar a mão dele do seu queixo.
— Eu sei. — disse.
— Você odeia! — ela engoliu seco
— Quem disse isso? — indagou a garota, deixando seu rosto mais próximo do dela.
— Na última vez que esteve aqui, você falou que não combinava comigo e automaticamente pensei que odiasse. — justificou movendo os lábios, em um bico, para esquerda.
— Eu menti! — sorriu de lado, cínico.
— Porque? — perguntou confusa.
— Por que você gosta quando eu faço essas coisas, não gosta ? — esfregou a ponta do seu nariz no dela e a garota fraquejou por um breve tempo, quase o beijou, mas, conteve-se.
— Nós precisamos de música! — respirou fundo, empurrou devagar, abriu espaço para passar e o mesmo não evitou expressar um semblante vitorioso em seu rosto.
Após pegar a garrafa de bourbon, ele seguiu a garota até a sala e não controlou o impulso de observá-la dos pés à cabeça. Julgou engraçado como a postura de mandona sumia assim que ela mudava suas roupas, agora apenas com um vestido preto curto, rodado e decotado o suficiente para chamar atenção de toda Nova York, inclusive a dele, os olhos do mesmo demoraram um pouco assim que pousaram no busto de .
— Perdeu alguma coisa ? — perguntou percebendo a ousadia que ele teve em olhar para os seus seios.
— Foi proposital? — indagou sarcástico e mordeu o lábio inferior.
— O que? — questionou e, após, bebeu uma certa quantidade de vinho direto do gargalo.
— É assim que vamos beber? — balançou a garrafa de whisky que estava em uma de suas mãos.
— O que foi proposital ? — foi direta.
— Suas roupas senhorita . — sorriu, levantando as sobrancelhas.
— Você é tão presunçoso! — exclamou, revirando os olhos.
— Eu acho que isso tudo é um plano para me tirar do foco amanhã. — abriu a tampa do whisky, com facilidade, visto que o mesmo já não estava lacrado, dando indícios que havia aberto e bebido antes.
— Faz todo sentido! — concordou ironicamente. — Sou eu quem está colocando todo esse álcool dentro da sua boca. — retrucou enquanto via virar dois goles da bebida.
— Não posso evitar! — suspirou após desgrudar a garrafa da boca.
— Eu entendo. — sorriu de maneira genuína. — Não faço a mínima ideia do que nos aguarda amanhã, mas, não tenho um bom pressentimento sobre isso. — arfou um tanto nervosa.
— Nós já passamos por coisas piores. — ele tentou chegar mais perto da garota ao falar.
— Eu não sei se essa é a melhor coisa a ser dita agora. — não pode evitar uma risada.
— Só quis descontrair. — deu de ombros após outro gole de whisky que desceu rasgando a sua garganta e por isso ele emanou um som estranho com a boca.
— Não sei como consegue gostar disso. — fez uma cara de reprovação.
— Mais respeito por favor! — reclamou com a garota. — E se você não gosta, qual a razão para ter uma garrafa em sua casa? — perguntou.
— Eu comprei essa hoje. — sorriu sem graça.
— Mas, já estava aberta, eu... — ficou confuso.
— Abri para experimentar, mas, não foi uma boa ideia. — explicou.
— Você comprou para mim? — questionou curioso.
— Sim. — assentiu rapidamente.
Apesar de surpreso, sentiu que não fazia mais parte do momento continuar interrogando a garota por algo que era um tanto banal ou pelo menos, deveria ser. Para ele, não entregaria tão fácil os motivos de ter feito isso, preferiu pensar que não existia nada a mais do que um simples ato de gentileza de sua colega do trabalho.
Direcionou o olhar para morena que conectava seu celular a uma caixa de som que estava em cima da mesa de centro. Estava se sentindo culpado por admirar e isso incluía todo o corpo dela, mas, não existia maldade da parte de , por um momento desejou que se ele não pudesse tocá-la que ninguém mais conseguisse também. Saiu do seu devaneio quando a música que ela escolheu começou a tocar e não pode evitar o susto.
— O que é isso? — perguntou com a mão no coração, o qual estava acelerado.
— Blink-182. — respondeu. — Minha banda favorita. — disse satisfeita.
— Sua banda favorita? — questionou surpreso e ela concordou.
Não demorou muito para que ela começasse a dançar e girar pela sala.
— Você vai cair desse jeito . — repreendeu a garota que o ignorou.
— Não seja ridículo! — o puxou pela mão.
O pequeno vestido preto rodopiava ao redor dela causando uma onda de emoções pelo corpo de , era estranho acreditar que aquilo estava acontecendo em sua frente, se movia em câmera lenta para ele ao mesmo tempo que o rapaz tentava acompanhá-la, mas, não conseguia, pois estava muito impactado com as informações que estavam sendo expostas.
O som da risada dela ecoava na sala, nunca tinha visto esse lado da garota e isso estava o matando, saber que existia esse outro lado da , doce, divertida, brincalhona. Começou a culpar-se por não ter mostrado quem realmente ele era e agora tinha que viver com a ideia de como seria se ele apenas tivesse acolhido ela ao invés de transformar o ambiente de trabalho em um campo de batalha.
Levou um total de cinquenta minutos para que a bebida dentro de ambos começasse a surtir um efeito diferente. Os dois estavam jogados no chão, suados e posicionava suas pernas em cima do colo de , o mesmo acariciava de maneira delicada os pés da garota. O silencio que no início pareceu amigável, agora fazia com que tanto ele quanto ela não entendessem o que estava acontecendo.
— Como chegamos a esse ponto? — ela quebrou a calmaria que estava na sala.
— Aquilo! — soltou os pés dela para apontar para garrafa de vinho jogada no chão a poucos metros da morena.
... — o chamou o que fez com que ele a encarasse.
Ficou esperando que ela continuasse a falar, mas, a garota assim não o fez.
— O que? — ele insistiu, deitando ao lado dela.
Agora os dois encaravam o teto.
— Por que a gente se odeia? — deu um pequeno soluço após o questionamento.
— Você é bem mandona e controladora, eu acho que esse é maior motivo de todos. — colocou uma das mãos como apoio atrás da cabeça e a outra em cima do peito, imediatamente sentiu que estava sem camisa, mas, não deu muita importância.
— Eu acho que deve ser por que você sempre foi meio estupido comigo. — virou de lado, o que fez com que a acompanhasse. — Eu não gosto de pessoas estupidas. — resmungou meio triste.
— Você também é bem estupida comigo, não acha? — ele a encarou enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.
— Eu só me defendo! — fez um bico com raiva.
— Claro! — assentiu. — Como se você fosse tão inocente assim. — sorriu de lado.
— Eu não sou inocente! — retrucou de imediato. — Mas, você começou tudo isso. — empurrou o ombro dele devagar e posicionou o seu corpo, novamente, de forma com que encarasse o teto. — Algumas vezes, eu, realmente, quero te matar. — bufou.
observou por um momento, enquanto o delineamento do rosto dela era formado, do ângulo que ele podia enxergá-la e não pode deixar de pensar que mesmo com tanta raiva, ela ainda conseguia despertar um sentimento diferente do ódio e por mais que se isso o preocupasse, a bebida nesse momento poderia compensar qualquer atitude fora do comum.
— Continua linda para mim. — disse sem pensar ao vê-la de perfil e no mesmo momento foi fuzilado pelas pupilas da garota a sua frente.
— O que disse? — fitou ele, incrédula.
— Que continua linda para mim mesmo querendo me matar. — os dois se encararam por um momento e caíram na risada.
— Nunca te vi tão bêbado! — ela exclamou em meio a gargalhadas.
— Muito bêbado por sinal. — disse ele cessando o riso. — Obrigado por ter comprado whisky para mim. — agradeceu voltando seu olhar para ela de novo.
— Não sou de todo mal, viu? — a garota deu uma piscadela. — Alias, por que está sem camisa? — questionou curiosa, após finalmente perceber o tempo que estava semi nu ao seu lado.
— Eu não faço ideia de onde está minha camisa ou o que fazemos com ela. — passou uma das mãos pelo cabelo, o que ocasionou no enrijecimento do seu peitoral e não evitou olhar e morder o lábio.
— Provavelmente o mesmo que fiz com minha calcinha. — falou impulsivamente enquanto admirava o rapaz sem camisa.
— O que? — questionou exasperado. — Está sem calcinha agora? — sentou-se no chão, novamente, em um lance. — Isso é sério? — olhou para as partes intimas dela e logo desviou o olhar para o rosto da garota.
— Você ficou nervoso em saber disso? — ela perguntou enquanto se levantou devagar e ficou ao lado dele.
— Que homem não ficaria? — indagou ansioso. — Nós estamos a sós e bêbados, em que parte acreditamos que isso daria certo? — virou o rosto para encará-la e acabou ficando cara a cara com a mesma.
A respiração que ele tanto gostava estava ali.
— E se tentarmos? — acariciou as costas dele com suas unhas e subiu as mesmas para sentir os cabelos macios do rapaz.
— Para! — pediu, jogando a cabeça para trás ao sentir o carinho que as garras dela faziam.
— Você, realmente, quer que eu pare? — engatinhou em direção ao colo dele e sentou no mesmo.
— O que está fazendo ? — colocou as mãos na cintura da garota a sua frente.
Os arrepios percorreram pelo corpo dela de maneira rápida, jamais imaginou que estaria com o rapaz desse modo. Muito mais que querer, ela precisava sentir de algum jeito, saber quem ele fora de toda aquela postura marrenta que sempre tinha quando ela estava por perto ou quando sentia-se ameaçado.
— Você não quer fazer? — soou um tanto manhosa. — Eu posso sentir que você quer. — disse no exato momento que percebeu que uma ereção aparecia no membro de .
E de fato, o rapaz queria mais que tudo.
— Estamos bêbados, vamos nos arrepender depois, sabe disso. — tocou o rosto dela carinhosamente.
— E se não? — mordeu o lábio, apreensiva.
— Eu não quero fazer isso, se amanhã você vai me odiar mais quando lembrar que algo aconteceu. — encarou a garota sério.
sabia que ele estava certo. Os dois estavam fora de si e não existia sentimento, apenas tesão, isso dificultaria as coisas lá na frente no trabalho e afetaria a relação profissional deles com o rh, fazendo com que um deles perdesse facilmente o emprego.
— Você está correto! — ela respirou fundo e saiu do colo dele.
Frustrados.
Essa poderia, facilmente, ser a palavra certa para definir como os dois se sentiam naquele momento, o que era divertido, foi convertido em puro tesão e consequentemente em algo sério, entediante e nada palpável. Talvez para aquilo tivesse pesado muito mais, no sentido de que se ela insistisse mais um pouco ele teria feito o que ela quisesse.
— Me desculpa por cortar o clima. — tentou se aconchegar com as costas perto do sofá.
— Na verdade, está tudo bem! — ela aproximou-se dele. — Acho que vai ser melhor assim. — encostou a cabeça no ombro do rapaz.
— Ainda nos odiamos? — o rapaz questionou.
— Definitivamente. — balançou a cabeça, confirmando.
A atmosfera de desejo entre eles era óbvia. Eles queriam aquilo.
... — sussurrou quase como um gemido.
Sem esperar a resposta do rapaz ao seu lado, ela subiu em seu colo pela segunda vez na noite, em um ímpeto e acabou se desiquilibrando um pouco, com o susto da atitude da garota, ele a agarrou com força para que ela não caísse. Ao sentir apertar sua cintura, arfou involuntariamente e encostou a sua testa na dele, em seguida os lábios de ambos acabaram se encontrando.
— Tem certeza que quer fazer isso? — ele perguntou enquanto roçava sua boca na dela.
não respondeu, apenas o beijou.
procurava a língua dela, desesperado para senti-la e quando encontrou o choque foi imenso no seu corpo, era impressionante como ele não conseguia mais mentir sobre desejar estar dentro da garota. Entrelaçou seus dedos pelo cabelo de com força e em seguida mordeu o lábio inferior dela, ela fechou os olhos e tudo que imaginou foi dentro de sua intimidade.
A morena comprimiu seu sexo em uma tentativa falha de controlar o tesão, pois, o mesmo, constantemente, estava sendo friccionado sobre a ereção do membro que exaltava pelo jeans do seu colega de trabalho. A garota estava extremamente excitada e isso ficou mais obvio quando o rapaz levou sua mão para debaixo do vestido dela e passou dois dedos na região do clitóris e pode confirmar que ela realmente estava sem calcinha.
— Nem parece que me odeia de tão molhada que está! — provocou após sentir a umidade na região.
— Cala a boca! — ordenou enquanto tentava obter o máximo de contato possível com ele.
— Aqui você não vai mandar ! — disse, tirando a garota do seu colo, a deitando de maneira brusca no chão e ficando por cima dela. — Eu te machuquei? — questionou preocupado após sentir o impacto.
— Não. — disse manhosa.
— Olha, pode ter certeza, não existe outra pessoa no momento com tanta vontade de te foder como eu agora. — falou enquanto apoiava as mãos no chão para ficar por cima de . — Mas, estamos bêbados, não é uma boa ideia e você sabe disso. — encarou a garota.
— Tudo bem! — suspirou fazendo um carinho tendencioso nos ombros de .
— Você não tem jeito! — ele disse em meio a gargalhadas ao mesmo tempo que deitava, novamente, no chão ao lado dela.
— Podemos apenas ficar abraçados então? — indagou ao rapaz, já colocando a cabeça no peitoral dele e se aconchegando ao corpo do mesmo.
— E tem como eu dizer não? — questionou ao perceber que ela ao menos havia esperado uma resposta.
Um silêncio pairou entre eles, o que fez com que notasse que a morena em seus braços estava no décimo sono, mas, mesmo assim começou a fazer carinho em seus cabelos, macios e cheirosos. Para ele foi mais difícil acalmar sua mente para que pudesse descansar, pois, tudo o que aconteceu ficou rondando os pensamentos dele.
Odiava como sempre o queria quando uma gota de álcool entrava no organismo dela. Automaticamente, lembrou do natal, quando a beijou de maneira inconsequente e ela o desejou de verdade, pediu para ser dele, era aquela que ele queria. E por mais que o rapaz, realmente, quisesse estar dentro dela por horas naquela noite, jamais o faria se ela estivesse alcoolizada.
A desculpa de que ambos estavam bêbados era tão mentirosa, era acostumado a beber bourbon e dificilmente conseguia ser derrubado pela bebida, apesar de um pouco tonto, não estava fora de si, então ele queria aquilo de verdade, mas, coloca-la nessa posição jamais passaria pela cabeça dele. Mesmo com todo ódio, ele não era esse tipo de cara.
Após muito lutar contra sua mente em relação aos seus desejos sobre a garota e o fato de que ela ainda estava sem calcinha, entrelaçada ao seu corpo, acabou adormecendo. E toda madrugada foi tranquila, apesar de mexer bastante, ela sempre terminava abraçando que vez ou outra resmungava com a energia dela enquanto dormia.
Algumas horas depois, os raios solares invadiram a sala de sem pena alguma de atingir os dois queridos esticados no chão. Um gemido de preguiça surgiu de forma inocente da morena que aos poucos foi sentindo uma estatura ao seu lado, abriu os olhos devagar para poder enxergar o indivíduo, realmente, não fazia a mínima ideia do que havia acontecido na noite anterior ou sequer que havia dormido com ela.
Os traços de logo foram se formando melhor para garota que começou a se desesperar lentamente quando percebeu que o mesmo estava sem camisa, o “não” foi instantâneo em sua mente, mas, o coração acelerado não deixou que ela tivesse uma reação imediata. Sentou-se para que pudesse observá-lo melhor e percebeu que ele respirava calmamente, o seu peitoral descia e subia lentamente e de certa maneira isso foi a deixando mais calma.
Vê-lo tão natural, sem suas linhas de expressões marcadas sempre que brigava com ela ou os olhos que casualmente estavam com as pupilas dilatadas quando ela gritava com ele por que, mais uma vez, o mesmo havia a tirado do ponto de equilíbrio. Ficou observando ele por um instante, o brilho do sol em seu rosto não parecia o incomodar, sorriu.
Colocou suas mãos entre as pernas para controlar o fato de que ver ele daquele jeito estava causando emoções diferentes nela, porém, a mesma não daria o braço a torcer, não iria se permitir acreditar que sentia algo pelo dito cujo, quando se deu conta de que não estava usando nenhuma calcinha e novamente entrou em pânico. Olhou para , deitado no chão sem camisa, depois para garrafa de whisky e a sua esquerda, as duas de vinho e todas estavam secas.
Começou a ligar as peças por si só e não teve outra reação a não ser gritar.
— O que? O que? — o rapaz acordou assustado, tateando o chão, completamente desnorteado.
— Por favor não me diga que transamos! — falou exasperada, ficando em pé.
— Do que você está falando? — bocejou, sentando-se ainda confuso.
— Eu estou sem calcinha e você sem camisa, isso significa que... — o fitou aflita.
— Não se preocupe ! — a encarou sério.
— O que ? — gesticulou com as mãos.
— Nós tivemos uma ótima noite, mas, não transamos. — justificou impaciente.
— O que quer dizer com uma ótima noite? — questionou preocupada.
— Pelo amor de Deus! — bufou. — Você estava mais legal ontem quando queria dar para mim. — falou irônico ao mesmo tempo em que se levantou.
— Por que eu tive que nascer assim? — resmungou aos céus.
— Atirada? — cruzou os braços. — Você precisa ficar longe de homens quando está bêbada. — arregalou os olhos desaprovando o comportamento dela. — Se eu tivesse te feito minha ontem, talvez você lembrasse de alguma coisa. — aproximou-se da garota para dar um peteleco na testa dela.
— Sabe que eu te odiaria mais se tivesse feito isso. — esfregou a mão no local, pois sentiu dor.
E recordou que foi exatamente por esse motivo que não fez nada.
— Eu sei. — mordeu o interior da bochecha. — Mas, pelo menos me diga que lembra que eu te toquei ontem? — indagou a garota.
— Eu... — fez um bico.
lembrava bem, mas, dispersou os pensamentos e apenas assentiu com a cabeça.
— Ótimo! — bufou. — Gostaria de ressaltar que apenas fiz porque você queria. — apontou o dedo para ela.
— Eu estava bêbada! — reclamou.
— E foi por isso que eu parei. — retrucou.
— O que quer dizer? — perguntou confusa.
— Se você quisesse dá para mim sóbria , eu faria você nunca mais desejar outro homem na cama. — sorriu de forma sacana e a garota revirou os olhos.
— E lá vamos nós mais uma vez, você e seu ego gigante. — fez uma cara de nojo.
— Quer tentar? — umedeceu os lábios e recebeu um olhar condenável. — O que? Não sou eu que ainda está sem calcinha. — levantou as mãos em sinal de defesa.
— Você pode parar com isso? — questionou irritada e não pode evitar soltar uma gargalhada.
— Adoro quando fica nervosa assim. — falou despropositadamente.
não sabia, mas, ele realmente gostava de vê-la sem jeito por causa dele, então na maioria das vez a implicância com ela tinha o grande proposito de ter alguma migalha de algo que não fosse ódio. Sabia que não ficava aborrecida por odiá-lo, mas, sim por sentir tesão, por isso estava se tornando frequentemente ele constantemente atiça-la desse jeito.
— Vamos só cortar esse papo. — foi ácida. — Que horas são? — o fitou com dúvida.
A pergunta da garota, automaticamente levou olhar para seu relógio no pulso e se deparar com o vidro do mesmo um tanto rachado, a morena percebeu que não estava tudo bem ao perceber que a expressão no rosto de era triste e isso a intrigou um pouco.
— O que foi? — pareceu preocupada.
— Está quebrado! — disse, engolindo a vontade de chorar.
sabia que algo estava errado.
— Eu posso ver? — questionou, estendendo as mãos. — Não está quebrado, só rachou um pouco, consegue ver? — segurou o pulso de com delicadeza e o mostrou. — Ainda está funcionando. — sorriu com os olhos, docemente, para ele, exibindo que o ponteiro rodava. — Eu sei que é um relógio caro, mas, se quiser pode trocar o vidro. — tentou ser empática por que não sabia o que aquilo representava para ele.
apenas concordou com a cabeça soltando devagar as mãos da garota, pois, as vezes era difícil lidar com esse lado mais meigo dela. Mas, o impressionou como ela notou o fato de que era algo importante para ele e conseguiu o acalmar, antes que ele caísse em prantos. Era o relógio do seu avô e apenas o tirava para tomar banho, por ser algo antigo não era a prova d’agua, desta forma ele tinha todo cuidado do mundo.
— Calma! — ela o chamou atenção, puxando o seu braço novamente e olhando para o relógio. — , que horas é a nossa reunião com o novo cliente?
— Umas oito e meia. — deu de ombros.
— Nós éramos para estarmos no trabalho uns trinta minutos atrás. — disse nervosa, encarando ele.
— Como assim? Ainda são... — viu estendeu o braço para ver a hora e não terminou a frase, pois, percebeu que realmente estavam atrasados. — Carter vai nos matar! — colocou a mão na cabeça.
— Ok! — ela arrumou a postura. — Eu vou me arrumar e você coloca sua camisa agora, pegamos meu carro e vamos direto para lá! — apenas assentiu e ela deu as costas em direção ao seu quarto.
? — ele a chamou e a mesma virou para olhar para ele. — Onde você colocou a minha camisa? — questionou a garota.
— O que? — franziu o cenho.
— Ontem você derrubou vinho na minha camisa e depois sumiu com ela. — esclareceu.
— Que tipo de pessoa deixa uma bêbada lavar sua camisa? — questionou indignada após ter uma memória de colocar a roupa dele na máquina de lavar. — Homens! — resmungou correndo em sentido a sua lavanderia, sendo seguida por .
— Eu não imaginaria que você fosse fazer isso. — disse chegando no local e o fuzilou com o olhar. — Qual é ! Eu bebi uma garrafa de whisky. — bufou.
— Você estava melhor do que eu! — reclamou, abrindo a porta da máquina. — Como eu pensei! — falou frustrada retirando a camisa completamente molhada do aparelho doméstico.
— Por que está com raiva de mim? — estreitou os olhos. — Foi você quem me chamou para beber. — justificou. — E nós estamos apenas perdendo tempo, vou para minha casa e de lá subo para reunião, sei que você segura as pontas até eu chegar. — forçou um sorriso.
. — respirou fundo. — Se Carter imaginar que chegamos atrasados por que bebemos na noite anterior, o que você acha que vai acontecer? — indagou o rapaz calmamente e apertou os lábios logo após na tentativa de controlar seu ódio. — Sem contar que você mora muito mais longe da empresa do que eu, levaria ao menos uma hora para fazer tudo, sem contar com o trânsito caótico que temos nesse horário. — falou aflita.
— O que fazemos agora então? Vou trabalhar sem camisa? — levantou as sobrancelhas. — Não tem outro jeito !
— Não me chame assim. — o repreendeu. — E eu acho que tenho uma camisa aqui da última vez que meu irmão veio para cidade. — bateu com o dedo indicador na sua têmpora.
— Você tem um irmão? — questionou surpreso.
— Sim e vocês tem quase o mesmo biótipo, acho que pode dar certo. — ela assentiu balançando a cabeça.
Em seguida, a garota retirou-se da lavanderia e foi em direção ao seu quarto, diretamente no guarda roupa enquanto a todo tempo a seguia, pois, estava bem claro que naquele momento eles não tinham mais nenhum tipo de saída, a não ser a ideia dela.
— Acho que está por aqui. — disse procurando no seu guarda roupa.
? — insistiu em chama-la da mesma forma ainda que ela já havia pedido para não fazer.
— O que? — bufou com o mal comportamento dele.
— Só temos vinte minutos. — escorou-se na porta do quarto que estava aberta.
Pensou em como ele mais estava a atrapalhando do que a ajudando e mais uma vez, ela precisou parar o que estava fazendo e respirar fundo para não cometer um assassinato.
— Achei! — falou contente, tirando a blusa branca do armário e a mostrando a .
— Não! — foi direto. — Não vou usar isso coisa nenhuma. — disse indignado ao ver uma daquelas camisas comuns de turista com a frase “I love New York” escrita com um enorme coração vermelho.
— Nós só temos vinte minutos. — ironizou com o sorriso de canto.


[...]


— Você disse que ele tinha meu biótipo! — reclamou, sentindo a blusa um tanto apertada em seu corpo.
— Eu não sabia que você tinha essa quantidade de músculos. — retrucou caminhando ao lado de no corredor para sala de reuniões.
— Você viu meu abdômen ontem . — revirou os olhos.
— Sem expectativas. — deu de ombros.
— Que porra é essa ? — Carter disse irritado apontando para roupa que seu funcionário usava.
— Longa história! — tentou se esquivar.
— Onde vocês dois estavam? — questionou enfurecido.
— Você não vai querer saber. — o fitou de forma cínica e seu chefe respirou fundo.
— Estão atrasados, por favor não façam mais isso, não quero ter que demitir meus dois melhores funcionários de uma vez. — olhou para eles esperando que os mesmos concordassem e assim que o fizeram, Carter virou-se e foi em direção a sala de reuniões, sendo seguido por ambos.
Logo que adentro o espaço, paralisou, o que fez com que acabasse batendo nela sem querer e próprio logo percebeu que ela não estava, os olhos arregalados, respiração bem pesada e o corpo tenso, seguiu o olhar de que caia sobre o loiro sentado na mesa de negócios com um enorme sorriso branco.
— Vocês já podem sentar, eu não tenho muito tempo. — o rapaz riu sem graça.
? — a chamou em sussurro. — Você está bem? — perguntou á garota, que saiu do transe quando ele tocou em seu braço.
— Sim! — balançou a cabeça várias vezes para confirmar.
— Vamos sentar então. — sugeriu.
De todas as coisas que pudessem acontecer aquela era última que a morena esperava, seu ex, herdeiro das empresas Crawford, conseguiu achá-la dentro de uma agência publicitária em meio a tantas outras em Nova York, parecia um enorme carma.
A ansiedade tomava conta de , além de todo o suor percorrendo seu corpo, sua perna parecia não ter freio, pois, não parava de tremer. Adam encontrá-la depois de tanto tempo a deixou um tanto desconcertada, não sabia como agir, não gostaria de trabalhar com ele, não conseguiria respirar bem perto dele ou se comportar de maneira profissional.
Começou a se sentir como uma presa fácil que foi encurralada por um lobo disposto a qualquer coisa para poder se alimentar. A sensação de que sua vida se tornaria um inferno a partir daquele momento em diante dominava a mente dela de forma cruel. Fechou seus olhos em uma tentativa de controlar o nó que vinha em sua garganta e as lagrimas que queriam se formar em seus olhos.
nunca havia visto daquele jeito, a garota nunca parecera tão nervosa com algum cliente, então não faria sentido que fosse isso a não ser que realmente fosse alguém de grande renome e que se algo desse errado poderia prejudicar a agência em um piscar de olhos.
Preocupado com a garota, apenas encostou sua mão no joelho da mesma por debaixo da mesma fazendo com que aquela tremedeira na perna dela fosse parando e voltando a si em pouco tempo. A morena olhou para e agradeceu gesticulando um “obrigado” balançando sua cabeça.
— Talvez vocês me conheçam. — o loiro sorriu enquanto olhou para que desviou seu olhar.
Definitivamente, algo estranho estava acontecendo ali, pensou.
— Meu nome é Adam Crawford. — umedeceu os lábios. — Eu sou...
— Herdeiro de uma das maiores empresas imobiliárias de Nova York. — o interrompeu. — Uau! — disse espantado.
— Vejo que fez seu trabalho de casa, certo? — Crawford questionou e o rapaz assentiu. — Ótimo, vai ser um prazer trabalhar com vocês. — encarou sério.
E não, ele não tinha feito a tarefa de casa, era apenas inevitável não conhecer esse nome dentro daquela cidade, apesar de nunca ter visto o rosto de Crawford, não era idiota e sabia, de quem se tratava, o que poderia justificar o nervosismo de mesmo sem ele fazer a mínima ideia de que o próprio era o ex dela, ele sabia que o loiro era realmente alguém poderoso dentro do mercado e não levaria muito tempo para sujar a imagem de algo se o quisesse.
— Pode nos apresentar qual vai ser a proposta? — perguntou a Adam.
— Não vai ser necessário. — Carter interrompeu. — Ele já me passou tudo o que a empresa deseja e eu coloquei vocês dois nessa conta por que sei que vão trabalhar exatamente como o senhor Crawford deseja. — o chefe olhou para os dois e sorriu amigável.
mordeu a parte de dentro de sua bochecha ao ouvir aquela frase, não queria nunca mais, ao menos, estar dentro do mesmo ambiente com o Adam e agora trabalharia para ele, claramente uma coisa a qual ela não estava preparada, a energia dele a sufocava e ego dele era grande o suficiente para engolir a garota facilmente.
— Antes que eu me esqueça, será aniversário da nossa empresa essa sexta agora, seria interessante se vocês fossem. — Adam gesticulou com as mãos. — Vocês poderiam conhecer um pouco mais do nosso trabalho e...
— Eu não acho que isso seja necessário senhor Crawford. — se manifestou pela primeira vez na sala e estreitou os olhos desconfiado em como os dois estavam sendo passivos agressivos.
— Não seja boba ! — Carter riu sem graça. — Claro que estaremos lá! — olhou para o loiro confirmando.
— Eu faço questão de proporcionar uma das melhores noites da sua vida, senhorita . — Crawford sorriu de forma maliciosa, o que a deixou extremamente enojada.
Dessa forma, Adam se despediu e deixou a sala ao lado de Joseph enquanto a garota apertou seus olhos com força podendo, finalmente, respirar. Não queria ter aquela reação na frente de , odiava demonstrar fraqueza, principalmente para ele, pois, sabia muito bem que isso voltaria para ela de alguma forma.
— Por que está tão nervosa? — o rapaz questionou confuso, virando sua cadeira para ela.
— Nada. — fungou.
? O que está acontecendo? — insistiu.
— Eu disse que nada. — disse com a voz falha.
— Tudo bem! — levantou as mãos em sinal de redenção. — Vou trabalhar! — ergueu-se da cadeira, pois, por mais que enxergasse algo estranho, não tinha tempo para lidar com o drama dos outros.
... — ela segurou a ponta do dedo indicador dele, impedindo que o mesmo deixasse o espaço.
O pequeno gesto dela fez com que parasse automaticamente, não precisava de muito para ela o desconcertar, ao contrário da garota ele demonstrava bastante os seus pontos fracos, não que soubesse quais eram os dele a ponto de controla-lo, mas, sabia que existia um lado doce dentro de e isso era o suficiente.
— Ele é o meu ex namorado. — falou desconfortável.
— O que? — ele disse surpreso, sentando na cadeira, de novo. — Como você namorou um Crawford? — franziu o cenho.
— É uma longa história. — baixou a cabeça. — E eu não quero tocar nesse assunto.
— Mas, por que está tornando isso algo tão grande? Ele é só um ex! — deu de ombros. — Eu sei que é um saco trabalhar...
— Ele não foi um bom namorado, logo, não é um ex que quero ter por perto. — ela engoliu seco.
Naquele momento, entendeu que a gravidade da situação era maior do que ele imaginara, Adam de alguma forma havia atingindo e isso passou impune por causa do dinheiro. Conhecia bem caras como ele, pois sempre lembrava do seu pai que se safava dessa maneira com a maioria das coisas e isso o irritava de todas as formas possíveis.
— O que ele te fez? — encarou a garota com uma raiva em seu olhar.
— Por que está me olhando assim? — questionou assustada.
— O que ele fez ? — travou o maxilar.
Mesmo sem ao menos saber o que ele havia feito, o desejo no coração de era se vingar e fazer justiça a garota. Pensou em como ela deve ter recorrido a tantas coisas ou a pessoas e ainda assim não teve como se defender e simplesmente enterrou toda uma história.
— Ele me bateu algumas vezes...
— Covarde! — a interrompeu, levantou-se e foi em direção a porta.
— O que está fazendo? — foi atrás dele e o agarrou pelo braço.
— Eu vou encher esse idiota de porrada. — soltou-se dela.
— Você está ficando louco? — ela o segurou novamente. — Eu levei muito tempo para soterrar a porra desse burburinho e ele não prejudicar a minha carreira, então não espere que eu vá deixar um lunático descontrolado emocionalmente fazer isso. — estreitou os olhos e o fitou irritada.
— Mas, ...
, não! — ela o soltou devagar, repreendendo o rapaz. — Eu tentei antes, é em vão! — forçou um sorriso. — Mas, está tudo bem...
O toque do celular dela atrapalhou e a mesma retirou da sua bolsa. O nome de Max aparecendo na tela a deixou um tanto intrigada, visto que ambos haviam combinado apenas de se encontrar amanhã, de qualquer forma, decidiu falar com ele para alimentar sua curiosidade.
— Max? — atendeu enquanto observava.
— Eu sei que está no trabalho e me perdoe por isso, mas, surgiu um pequeno imprevisto e terei que ir a Chicago amanhã logo cedo, então liguei para saber se podemos nos encontrar hoje? — perguntou do outro lado da linha, com dúvidas.
— Você quer dizer depois do trabalho? — colocou a mão na cintura e tentava apenas assimilar a conversa.
— Seria ótimo para mim, estou louco para te ver novamente. — sorriu ao lembrar da morena.
gostaria de dizer o mesmo, mas, seria uma mentira.
— Pode ser! — fez um bico.
— Parece que alguém não está tão animada assim. — riu nasalado. — Podemos marcar para quando eu voltar, sem problemas. — tentou ser gentil.
— Me desculpa, o dia hoje não está muito bom para mim aqui no trabalho. — explicou. — Mas, também quero te ver. — deu as costas a para que ele não escutasse mais do que devesse.
— Me manda seu endereço, te pego assim que estiver livre. — falou ansioso antes de assentir e finalizar a ligação.
— Quem é Max? — a encarava desconfiado.
— Não é da sua conta! — o empurrou pelo ombro. — Volte a trabalhar. — gesticulou com a mão e deixou a sala.
Durante todo o dia ficou se questionando no seu escritório se tinha um encontro com esse tal de Max e os motivos de nunca ter escutado esse nome antes, ficou perguntando a si mesmo se poderia ser algo recente ou sério, as borboletas rondavam seu estomago deixando uma leve ansiedade o atrapalhar no trabalho.
— Ela não me chamaria para tomar um vinho se tivesse algo sério com alguém, não faria sentido, nem combina com ela! — falou para si mesmo enquanto batia freneticamente a caneta na mesa.
Tentando acreditar em si mesmo, preferiu supor que o cara não passava de um passatempo, visto que se fosse algo sério, a garota teria chamado ele para sua casa e não . Sorriu sem jeito ao refletir que preferiu estar com ele, mesmo com outro cara atrás dela.
— Mesmo me odiando, você quis estar comigo ! — soltou a caneta sob a mesa. — Isso significa que você se importa? — olhou fixamente para lixeira que estava do seu lado esquerdo. — Por que eu estou pensando nisso? — reclamou consigo mesmo quando se deu conta do que estava em sua mente. — Recomponha-se . — endireitou-se na cadeira.
Apesar de várias tentativas, ele não conseguiu se concentrar. A ideia de que ela veria outro homem e teria o mesmo tipo de contato que eles tiveram na noite passada o deixou maluco, não deixaria outra pessoa tocá-la do mesmo jeito que ele fez. poderia odiá-lo, mas, desde que ele fosse o único homem que fizesse ela se sentir assim, não daria espaço para que um qualquer machucar e ele perder seu posto.
Levantou-se e seguiu direção até o escritório da morena. Definitivamente, não sabia o que estava fazendo, mas, estava certo que não deixaria ela encontrar esse Max, em nenhuma hipótese. Quando chegou a porta, respirou fundo antes de tocar a maçaneta, buscando uma razão para sua atitude, apenas recuou e acabou esbarrando em Sean.
— Você ia falar com a ? — o jovem questionou e negou. — Eu iria pedir para avisá-la que o Carter está chamando ela, mas, eu faço isso. — sorriu gentil e o impediu.
— Pode deixar! — posicionou as duas mãos na frente de Sean. — Eu aproveito para falar sobre algo que eu vi no contrato da empresa Crawford. — assentiu com a cabeça.
Entendeu como um aviso do universo, que de fato ele deveria impedir aquele encontro. Sentiu um alívio dentro de si como uma justificativa boba para dispersar o real motivo pelo qual ele estava fazendo aquilo. Bateu três vezes na porta antes de abri-la.
? — a chamou e a mesma tirou a atenção do celular para ele.
— Quando vai parar de me chamar assim ? — bufou irritada.
— Nunca! — entrou na sala dela e deu de ombros. — Carter está te chamando, acho que deve ser algo importante. — repassou o aviso de Sean.
— Espero que não seja mais problemas. — expirou o ar pela boca, largou o celular em cima da mesa, saiu da cadeira e foi em sentido a porta.
? — a segurou pela mão e logo em seguida a soltou. — Eu preciso falar algo com você. — coçou a cabeça, meio desconcertado.
— Tudo bem! — engoliu seco após sentir o toque delicado do rapaz. — Não acho que vá demorar, pode esperar aqui se quiser. — forçou um sorriso e deixou o espaço.
observava o local com as mãos no bolso, um tanto ansioso pela volta da garota, pensando em como a convenceria de não sair com alguém, simplesmente pelo fato de que ele não queria que isso acontecesse. Esse misto de emoções estava o matando lentamente, não queria assumir que estava com ciúmes, mas, claramente era isso o que estava acontecendo, e a veracidade disso o tirou do eixo.
Começou a perguntar a si mesmo se era justo sentir ciúmes de alguém que odeia mediante a tantas coisas que aconteceram entre eles. Moveu o pescoço para os lados tentando estralar o mesmo, pois a inquietude estava tomando conta da sua mente. Rodou seus olhos mais uma vez por todo ambiente e parou na escrivaninha de .
— Por que deixou o celular dando sopa? — aproximou-se e segurou o aparelho em suas mãos. — Isso é errado ! — reclamou consigo mesmo e devolveu o mesmo para seu lugar. — Foda-se! — não se conteve e pegou o objeto novamente, logo de cara viu uma foto da garota sorrindo de forma doce. — Até parece que você é assim! — revirou os olhos.
Inicialmente, ele não sabia o que estava procurando, por isso tentou desbloquear com a mesma logística que fez com o notebook, mas, não obteve sucesso, talvez ela tivesse mudado assim que ele reclamou que era uma sequência numérica que qualquer pessoa pudesse acertar e ele estava certo, a garota era péssima com números, talvez por isso usava com reconhecimento facial para tudo que fosse fazer.
— Ao contrário? — questionou-se digitando 6, 5, 4, 3, 2, 1 e desbloqueando o telefone. — Tão previsível! — riu fraco.
Imediatamente, entrou nas conversas de , procurou desesperadamente o nome de Max e tentou não se irritar ao ver as mensagens trocadas, o jeito que ele falava como se ela fosse um objeto ou algum tipo de objetivo na vida dele, enojou um tanto , achava que certas coisas era demais até para ele.
— Você ao menos é bonito! — murmurou e posteriormente começou a digitar.

Hey Max, ao que parece ficarei presa aqui por um bom tempo, me desculpa por ter que cancelar nosso encontro!! :(

Mordeu o lábio, risonho com a sua própria astucia e acabou tomando um susto quando o celular vibrou. Percebeu como o cara realmente estava interessado em e disposto a ter uma noite de sexo, provavelmente como ele já teve com outras, visto que viaja tanto pelo que viu na conversa deles.

Não acredito! Estava ansioso para te ver, mas fica para próxima, assim que voltar de Chicago, te mando uma mensagem.

— Cala a boca! — revirou os olhos e logo apagou as mensagens para não deixar rastros.
Posicionou o celular da garota no mesmo lugar que encontrara e já foi deixando o escritório da mesma sentindo-se vitorioso, se não fosse dele, não seria de mais ninguém, disso ele tinha certeza. Ao fechar a porta, deu de cara com chegando.
— Onde você está indo? — ela perguntou. — Você disse que precisava falar comigo. — justificou confusa.
— Eu acabei resolvendo com o Sean. — sorriu de um jeito doce enquanto a encarava com os olhos brilhando.
— O que deu em você? — questionou arqueando a sobrancelha.
— Sabe , você me odeia! — abaixou a cabeça para ficar mais perto dela. — Mas, acordar com você nos meus braços me fez perceber que eu consigo fazer qualquer coisa. — assoprou o rosto dela e a garota sobressaltou surpresa.
— Fica quieto! — brigou com ele. — Quer que as pessoas saibam que dormimos juntos? — indagou irritada.
— Mas, a gente não dormiu... Ainda! — piscou o olho na malícia e sorriu de lado na malícia, fazendo referência a eles transarem.
— Cresça! — passou por ele e entrou no seu escritório.
sabia muito bem o que tinha feito, mas, não se sentia nem um pouco arrependido, logo mais sabia que receberia uma ligação de o xingando por isso e estava contando os segundos para que esse momento chegasse. Para o dia foi um tanto longo, além do seu ex aparecer, Max a convidar para sair e com esse comportamento esquisito dele.
Para ser realista, Adam não a preocupava mais tanto quanto antes, faria seu trabalho independente de seus tramas, estava decidida em relação a isso. Sobre Max, não se sentia muito animada, pois ainda tentava entender exatamente o que havia acontecido na noite passada com , fora que não estava afim de fazer sexo e com certeza ele não a convidou com outra intenção.
Mas, ainda sim, aceitou ir para se distrair e beber alguma coisa, pois, nesses últimos dias o que estava a movendo era o álcool. Esperou o relógio dar o horário certo da sua saída e deixou a empresa em direção ao seu apartamento, após um longo momento em sua banheira, pegou seu celular e percebeu que sete da noite estava mais perto de chegar do que nunca.
Colocou uma música para ouvir enquanto se arrumava, adorava como tudo melhorava se apenas cantarolasse umas letras e dançasse um pouco. Depois de um tempo, finalizou a maquiagem com o seu melhor batom vermelho e admirou-se por alguns segundos no espelho, estava preparada para seja o que fosse essa noite.
Escolheu a bolsa que sairia e logo pegou seu celular para mandar uma mensagem para Max.

Eu estou pronta, vou te mandar a localização.

Quando estava pronta para compartilhar o local, seu celular começou a tocar.
— Alô? — atendeu.
— Eu achei que você ficaria presa até mais tarde. — Max disse confuso.
— Sobre o que está falando? — questionou embaraçosa.
— Você me mandou uma mensagem mais cedo, avisando que não conseguiria sair a tempo do nosso jantar hoje, não lembra? — ele riu, sem graça.
A garota não lembrava, pois, não havia sido ela quem tinha feito isso. No mesmo momento o sorriso de deixando seu escritório veio a sua mente e ela respirou fundo para controlar sua impulsividade e não sair atrás dele com uma faca na mão. Sabia que aquele era idiota, mas, não a esse ponto.
— Me desculpa Max, hoje foi um dia bem pesado, acabei esquecendo. — tentou se explicar.
— Não precisa se preocupar. — acalmou do outro lado da linha. — Só não pego você por que acabei adiantando uma reunião, mudei todo o meu cronograma. — riu fraco e mentiu, pois estava com outra garota ao seu lado.
— Fica bem então! — disse e desligou.
De todas coisas que havia feito aquela era a mais invasiva de todas, desmarcar seu encontro sem ao menos dizer para ela. Irritou-se quando pensou nos motivos que levaria ele a fazer isso se não fosse apenas para deixa-la com raiva. Decidiu ligar para o dito cujo na mesma hora. E ele não demorou muito para atender.
— Eu estava esperando que me ligasse. — sorriu do outro lado enquanto caminhava para chegar a algum lugar.
— Como adivinhou a senha do meu telefone? — indagou com raiva.
— Não é minha culpa se você é a pessoa mais previsível que eu conheço. — respondeu sarcástico.
— Quem te deu permissão para fazer esta merda? — gritou.
— Não precisava ficar assim, eu te livrei de uma! — estalou a língua no céu da boca.
! — inspirou todo ar possível antes de falar. — Onde caralhos você está? — pegou sua bolsa e foi em sentido a saída do seu loft. — Eu juro por Deus que eu vou te matar hoje à noite! — falou e em seguida abriu a porta, dando de cara com .
— Hey, ! — ele sorriu, desligando a ligação.



— Qual é a porra do seu problema? — começou a estapeá-lo.
— Você é a porra do meu problema ! — a segurou pelos braços e a encarou.
Os cabelos da morena estavam emaranhados por causa da sua agitação há alguns segundos, ainda a mantinha presa, buscando fazer com que ela se acalmasse e conseguisse olhar para ele. Por mais que tentasse se soltar, jamais teria força para lutar contra um homem daquele tamanho, então a garota apenas foi cedendo aos poucos.
— O que quer dizer? — o fitou confusa.
— Não vai me bater? — arqueou as sobrancelhas e ela negou com a cabeça, por esse motivo ele a soltou.
— Por que sempre está atrapalhando a porcaria da minha vida, o que diabos eu te fiz ? — bufou.
— Me desculpa! — desviou o olhar.
Por mais que não se sentisse arrependido por um segundo, achou que a melhor saída naquele momento era mostrar que não agiu de forma correta, mesmo achando que o que tinha feito tinha algum sentido. O pior de tudo era como explicaria a que a ideia dela estar com outro homem o levou a tomar essa atitude, foi totalmente automático.
— Te desculpar? — questionou chateada. — Por qual razão você estragaria a merda de um encontro? Em que isso te afetaria? — apertou os lábios e levantou a mão em uma ameaça.
— Você disse que não iria me bater. — a repreendeu com o olhar.
— Só queria saber o motivo...
— Ele não presta! — a interrompeu.
— E como você sabe disso? Tem uma bola de cristal por acaso? — colocou as mãos na cintura.
— Se ele realmente quisesse te ver, teria insistido. — resmungou.
— Talvez ele não teve escolha, não acha? — indagou. — Aliás, o que disse a ele? — fez um bico.
— Que você ficaria presa no trabalho. — baixou a cabeça.
— Inacreditável. — revirou os olhos.
— Ele poderia ter insistido, poderia ter pedido o endereço do seu trabalho, ter levado comida para você, exatamente como eu fiz no natal. — olhou para garota aborrecido.
Na hora não entendeu o porquê para aquilo fazer sentido na sua mente, se que não gostava dela, mas, ainda assim esteve lá, por que Max que estava interessado nela não fez o mesmo? E o que estava querendo dizer com aquilo tudo? Ele realmente quis estar com ela no natal, por vontade própria, mesmo depois de tê-la beijado no ímpeto da sua fúria?
— Tem pessoas que ao contrário de você respeitam o espaço dos outros. — desconversou.
— Ele poderia ter feito algo . — gesticulou com as mãos. — Se ele realmente te quisesse...
— E como eu poderia saber se você apagou a porra das mensagens? — o censurou de imediato.
— Isso não vem ao caso. — tentou justificar.
— Sério? — o fitou sem crer no que acabara de ouvir. — Então me explique o motivo de um homem me beijar mesmo sem ter interesse em mim, as contas não batem. — cruzou os braços.
— Você o beijou? — questionou sem jeito.
— O que você tem a ver com isso ? — estreitou os olhos para o rapaz a sua frente.
— Ele só quer te foder! — disse exasperado assustando .
— E se eu quiser só dar para ele? — forçou um sorriso, sem paciência para todo aquele interrogatório.
— Você não pode! — retrucou irritado.
— Ok! — ela respirou fundo para que a raiva não a consumisse. — Além de pegar o meu celular sem autorização, desmarcar um encontro, agora quer me dizer com quem eu devo transar? — hasteou o dedo indicador para ele.
— A ideia de outro cara tocando você está me deixando louco. — cuspiu as palavras, deixando sem reação. — Não foi isso que eu... Bem, o que eu quero dizer é... — passou as mãos pelos cabelos enquanto girou, ansioso, no mesmo lugar, completamente perdido.
Quando se deu conta do que acabara de falar, simplesmente, não pode fazer mais nada. O medo começou a correr pelas suas veias, aquilo não era um comportamento que a garota esperava dele e o mesmo sabia disso, se não interpretasse aquilo de uma forma amigável, estaria ferrado.
! — suspirou. — Desde o nosso beijo no natal...
— Para! — o interrompeu.
Ela não estava ouvindo o início de uma confissão, estava?
— Você precisa me ouvir, não sei mais com quem falar sobre isso. — suplicou.
— Eu não quero ouvir. — tampou os ouvidos.
— Eu só quero saber se está se sentindo da mesma forma. — franziu o cenho.
— Não, não estou! — sorriu sem mostrar os dentes, negando rapidamente com a cabeça.
— Você nem ao menos sabe o que eu ia dizer. — revirou os olhos, impaciente.
! — O empurrou devagar para ganhar espaço entre eles. — Você, definitivamente, precisa de álcool. — apontou para ele e logo depois trancou a porta atrás de si mesma. — Vamos! — segurou a mão dele e tentou o arrastar até o elevador.
— Você poderia me ouvir? — a puxou de volta e a segurou, pela cintura, em seus braços.
Era impossível ela dizer não, naquele momento, para ele, nunca o viu daquela forma, tão vulnerável, com um olhar tão verdadeiro, sem malícia, apenas a sua frente da maneira mais serena possível. Os olhos dele pairaram sobre ela de um jeito doce, como se estivesse pedindo ou ansiando por algo e para poderia ser facilmente qualquer coisa, visto o tanto que ela estava anestesiada com a situação.
— Toda vez que algo acontece entre nós... — ficou envergonhado e a morena apenas o tocou no ombro dando coragem para que ele continuasse. — Sempre existe álcool envolvido ou muita raiva. — pigarreou. — No natal não estávamos bêbados, mas, eu estava furioso com você e isso me deu muito tesão de alguma forma. — explicou.
— Eu sei como é, eu também senti isso. — riu sem graça, tentando se desvencilhar dos braços dele, mas, não conseguiu, pois ele continuou a falar.
— Na segunda vez que nos beijamos, você estava alcoolizada. — continuou, mas, ela quis fazer um adendo.
— Por falar nisso, me desculpa por ter vomitado. — o fitou envergonhada.
— Não deveria ter te beijado, você estava fragilizada, foi errado. — ele apertou a cintura dela, devagar, buscando a coisa certa a falar.
— Mas, você cuidou de mim. — disse, quase em um sussurro, de forma tímida.
— Sim, eu cuidei. — sorriu fraco, lembrando do que passou naquela noite.
eu não acho que deveríamos... — tentou falar, mas, ele a interrompeu.
— Na terceira vez eu te toquei. — colou mais o corpo da morena ao dele. — Eu quis muito isso . — olhou para cima, engolindo seco, antes de voltar o olhar novamente para garota. — Te ver daquela maneira tão entregue, não tem noção de como mexeu comigo, nunca quis tanto foder uma mulher em toda minha vida. — riu tentando disfarçar o nervosismo dizendo todas aquelas coisas.
esperava tantas coisas de , mas, nenhuma delas tinha a ver com o fato dele confessar o desejo sexual que ele tinha nela, não sabia se era isso exatamente o que ele estava tentando dizer, mas, àquela altura do campeonato a garota não tinha mais nenhuma carta na manga para usar contra ele e para ser sincera consigo mesmo, talvez ela nem quisesse.
— Mas... — o incentivou a continuar sua fala.
— Mas, estava tão alcoolizada quanto eu. — justificou. — Eu tinha certeza que acordaria me odiando no outro dia e eu não estava bêbado o suficiente para apenas fingir que aconteceu. — deu de ombros.
— Por que não tenta agora? — arrastou as mãos que estavam nos ombros do rapaz até o pescoço do mesmo.
gelou.
— O que? — perguntou, desconcertado.
— Não estamos bêbados ou furiosos um com outro, ainda sente vontade de me beijar? — cravou o olhar na boca dele, depois subiu para os seus olhos.
— Eu queria te beijar para saber se isso é apenas...
— Carência ou algo que você quer? — foi incisiva.
Porque ela tinha que ser tão direta? Será que não percebia que aquilo estava sendo demasiadamente difícil para ele? E por qual motivo parecia que ela não estava incomodada com a condição que ambos se encontravam no momento? As perguntas rondavam a cabeça dele com uma velocidade tremenda, estava tão desornado que não sabia como ao menos dá o primeiro passo.
— Eu não sei como fazer isso. — bufou. — É mais fácil quando você está brava comigo. — baixou a cabeça e ela riu.
— Se eu estiver com raiva de você, como vamos descobrir o que realmente está sentindo? — questionou, tombando a cabeça para o lado.
— Então... Você poderia... Você sabe... — não conseguiu encará-la.
— Tomar a iniciativa? — perguntou arqueando as sobrancelhas.
Novamente, extremamente, direta.
— Isso! — engoliu a saliva, agoniado.
Então puxou o rosto dele e começou a respirar pesado, mesmo sem perceber. E isso era algo que acontecia constantemente quando estava perto de e se antes este já estava nervoso, agora que sentia a respiração dela sob ele estava mais ainda, tentava enxugar as mãos que suavam frio no tecido macio do blazer de e quando a própria ameaçou encostar os lábios no dele, ele a interrompeu.
— O seu batom... É vermelho! — buscou uma fuga.
— E o que tem? — perguntou, confusa em meio a uma risada fraca.
— Vai borrar toda sua boca. — tirou uma das mãos da cintura da garota e gesticulou com indicador para o rosto dela.
... — o fitou séria.
— É só que eu...
A morena não pensou duas vezes antes de colar sua boca na dele, foi a única coisa que fez se calar, os olhos dele que ainda permaneciam abertos possuíam as pupilas dilatadas, ao sentir os lábios aveludados de , arrepios percorriam pelo seu corpo, dessa vez era diferente, não era um beijo igual aos outros.
não acreditava que estava beijando seu inimigo, mas, como resistir a um tão suscetível a querê-la da forma que ela gostaria de ser desejada? Nunca assumiria sentir tesão por ele, não encheria o ego dele daquela forma nem por um segundo, ela o tinha em um lugar o qual a própria jamais iria ficar. E por mais que fosse muito gostoso tê-lo daquele jeito, ela nunca abriria o jogo como o rapaz fez.
tratou de pedir permissão com a sua língua o mais rápido possível, precisava senti-la sem que estivesse sendo influenciada por qualquer fator externo, aceitou e logo ambos trocavam carícias fervorosas, estava tão obvio que não era só carência, mas eles nunca iriam ceder para essa mentira e era exatamente por isso que estavam se beijando.
deslizou as mãos pelas costas de e entrelaçou os dedos pelos fios macios do cabelo da garota, puxando-os de maneira feroz e mordendo o lábio inferior dela em seguida, foi o momento em que ela buscou para respirar. O rapaz retornou a encostar os lábios nos dela e os esfregou delicadamente, em uma tentativa de beijá-la de novo.
— Você sentiu algo? — expeliu as palavras ainda ofegante, apartando seus lábios dos dele.
— Definitivamente não. — ele disse encarando aqueles olhos castanhos.
— Conseguiu a resposta que queria? — começou a se desvencilhar do corpo dele.
— Acho que sim. — disse confuso, a soltando.
— Ótimo! — ela sorriu. — Agora você vai me levar para comer algo. — começou a limpar os rastros de batom vermelho ao redor da boca dele e ele não pode evitar sorrir. — Por que está sorrindo? — indagou, estranhando o comportamento dele.
estava feliz e aquilo era uma novidade, não sabia o que estava sentindo, das outras vezes foi tão mais fácil discernir com um “foi só a bebida” ou “é apenas tesão por você ficar enfurecido com as merdas da ”, mas, agora se sentia bem e isso bagunçou mais ainda o que estava passando pela sua mente. Pois, e felicidade juntos não faziam sentido algum para ele.
— Está com fome? — ele mordeu o lábio inferior o que fez com que parasse de limpá-lo.
— Estou faminta! — olhou para os lábios dele. — E como você arruinou uma das poucas chances de uma ótima transa para mim, o mínimo que pode fazer é me pagar um lanche. — deu dois tapinhas no peitoral dele e seguiu em direção ao elevador.
Por uns segundos pensou em como explicar para morena a sua frente que ele queria mais que um beijo para comprovar a teoria de que ele ansiava estar dentro dela a cada segundo que passava, precisava confirmar para si que realmente queria aquilo, se não enlouqueceria facilmente.
? — ele não a deixou ao menos dar três passos no corredor.
A garota sabia o que aquilo significava. Não queria olhar para trás e ver um sedento por ela, não queria ceder, pois, também havia se sentido diferente com aquele beijo e não queria deixar isso transparecer, eles se odiavam, por qual motivo levariam algo tão estupido adiante?
— Eu estou te chamando. — disse firme.
“Não vira !” “Não vira !” “Não vira !”
Falou para si mesma repetidamente até fazer sentido na sua cabeça. Estava parada como uma estátua esperando que algo divino os interrompessem antes que ela cometesse algo que pudesse se arrepender depois, era especialista nisso, sabia muito bem onde eles poderiam parar.
, eu estou...
, apenas vamos! — ameaçou continuar andando.
— Eu estou mandando você olhar para mim. — a provocou.
— Quem você pensa que é para mandar em mim? — virou-se em um ímpeto e foi em direção a ele com o dedo indicador levantado.
Então, foi no momento que se deu conta do que havia feito. O sorriso malicioso dominava os lábios do rapaz e pareceu tão convidativo que ela jurou sentir a intimidade latejar por ele naquele instante. Ele sabia como atingi-la e assim o fez, e a garota caiu direitinho.
— Você gosta de ser mandada. — aproximou-se dela.
— Você não sabe nada sobre mim. — foi sarcástica.
— Então por que não para de me olhar tão submissa quando falo assim com você? — ele a puxou e, rapidamente, a pressionou contra parede a sua direita.
, com licença! — tentou se esquivar, mas, ele não deixou. — Eu não faço ideia de que merda você está falando. — enrugou a testa, irritada.
— Tem certeza? — soltou a garota e suspendeu uma de suas mãos ao lado da cabeça dela enquanto que a outra foi para atrás de suas costas.
estava livre para sair dali, mas, ao mesmo tempo encurralada para ficar.
! — bufou. — Você queria provar algum ponto para si mesmo e conseguiu, então...
— Mentirosa. — ele riu fraco, ironicamente.
— O que disse? — o questionou descrente.
— Mentirosa. — roçou o seu nariz no pescoço dela. — Me diga que não quer que eu te foda aqui mesmo e agora? — sussurrou contra os lábios dela.
As pernas de vacilaram após ouvir falar daquela forma com ela e definitivamente a garota estava impossibilitada de utilizar o álcool como uma desculpa, pois, ela estava mais sóbria do que uma pedra. foi rápido, o suficiente, para não deixa-la cair e a segurou em seus braços.
— Não me chame de mentirosa. — falou manhosa, o fitando como uma completa refém.
— Está vendo como gosta de ser controlada? — umedeceu os lábios.
— Está errado! — retrucou.
— Será que estou? — apenas assentiu com o olhar mais submisso que poderia existir. — Pare de me olhar desse jeito! — ordenou, deslizando a mão que estava nas costas dela para bunda e apertando a mesma, o que a fez arfar.
— De que jeito? — deixou a sua boca entre aberta como um motivo para chamar atenção de , o que não foi muito difícil dele perceber.
— Como se quisesse ser minha. — explicou, entrelaçando os dedos nos cabelos da morena.
— Eu nunca iria querer... — tentou parecer indiferente com um sorriso fraco em seus lábios, mas, ele a censurou instantaneamente.
— Não? — a encarou seriamente. — Quer que eu vá embora? — foi soltando sua mão dos fios macios, lentamente.
— Não! — falou apressadamente com a voz abafada, temendo que ele realmente a desse as costas.
— Então me peça o que você quer! — agarrou a garota ferozmente, colocando-a em seu colo em um impulso que foi obedecido por ela, voluntariamente.
Era isso. nunca esteve tão rendida por alguém como naquele momento, talvez existisse algo a mais, talvez existisse tesão e vontade suficiente para que ela entregasse seu corpo a sempre que assim ele a quisesse, talvez eles poderiam se odiar, mas encaixavam perfeitamente bem fisicamente, e que mal tinha isso não é mesmo? Eram só desejos carnais, não sentimentos.
apalpava a bunda dela de forma sútil, ela conduziu as pernas ao redor da cintura dele para ali se fixar e ter mais apoio para colocar suas mãos em volta do pescoço do rapaz. Naquele momento o corredor era o menor do problema deles, pouco estavam se importando com o fato de que poderiam ser pegos a qualquer momento ou que as câmeras de segurança do prédio denunciasse algo.
Eram só eles. Ali. Naquele momento.
— Eu quero ser sua! — não pensou duas vezes antes de falar.
Tudo o que precisava ouvir era isso, toda a vontade de fodê-la cairia por terra, pois, ele iria fazer isso sem pestanejar, faria esquecer a existência de qualquer cara na face da terra, faria ela sempre ir atrás dele em busca de mais. Puxou a garota para um beijo, desesperado pelos seus lábios, precisava senti-la.
A garota completamente domada, o seguia em cada passo e logo estavam se atacando de maneira violenta, mesmo sem fôlego, não conseguiam parar, era como se quisessem isso há tanto tempo que não sabiam como agira. Pareciam primitivos descobrindo o tesão pela primeira vez.
a colocou no chão, sem parar de beijá-la e depositou uma mordida no lábio dela que a fez pensar com certeza que causaria um desconforto na região assim que acordasse no outro dia, mas não se importou. Logo que seus pés alcançaram o piso com segurança e percebeu isso, tratou de tirar o blazer de pausadamente enquanto fixava seu olhar no dela.
— E se nos pegarem? — falou sem jeito olhando para os lados.
— Eu não me importo com o que aconteça se eu te fizer minha essa noite! — despiu as palavras enquanto observou a peça preta cair no chão.
... — tentou dizer algo e ele a interrompeu colocando dois dedos sobre a boca dela.
— Tão maravilhosa... — falou olhando diretamente para a região dos seios dela que estava exposta por causa da regata branca de seda que ela usava. — Tão sedento! — referiu-se a si mesmo enquanto distribuía beijos pelo busto da garota.
— Pare de me torturar! — grunhiu em protesto.
— Você gosta! — contestou.
— De você? — chamou a atenção dele que se prontificou em encará-la. — Nunca! — ela arregalou os olhos.
Levou um total de dois segundos para que ambos caíssem em gargalhadas, estarem naquela situação, mas, ainda em negação era algo que já esperavam e sabiam muito bem lidar com isso ao que parecia. cessou a risada buscando a boca dela, roçando seus lábios, devagar, contra os da morena até que ela o permitisse beijá-la novamente.
E assim que ela deixou, começaram mais um beijo impetuoso sem espaços para pausas ou explicações dos motivos que os levaram a fazer aquilo. puxou com força o cabelo dele, não sabia que gostava de ser selvagem até querer domá-la. Naquele momento seria dele como e onde ele quisesse, desde que ele não perdesse mais tempo.
arrastou suas mãos até o botão do short de napa dela, o abriu devagar, procurando o zíper em seguida e o arrastando para baixo, não evitou olhar para região e foi perceptível o tecido preto, completamente, rendado. Dedilhou a barra da calcinha e arfou, o toque dele estava a enlouquecendo.
— Ia mesmo dar para ele? — a questionou, pressionando-a mais ainda contra parede. A garota ficou em silêncio. — Eu estou falando com você! — retirou a mão da roupa íntima da morena para segurar o queixo dela.
— Eu estou aqui com você, por que isso faz diferença? — mordeu o lábio lentamente.
— Me prometa que não importa o que acontecer, não vai dormir com ele. — recostou a testa sob a dela.
— O que? — sussurrou. — Eu não vou prome...
— Me prometa! — a interrompeu enfiando sua mão dentro da calcinha e não se absteve por soltar um gemido. — Me diga que não vai dormir com ele, mesmo que o encontre em algum lugar, não importa a circunstância, me prometa que não dormirá com ele . — falou no pé do ouvido de .
— Eu prometo! — pousou as mãos sobre os ombros buscando algum tipo de apoio. — Apenas me toque logo! — disse sedenta pelo toque do homem a sua frente.
— Assim? — pressionou dois dedos no clitóris dela e esfregou os mesmos lentamente em movimentos circulares.
— Exatamente assim. — o fitou intensamente.
Se beijaram pela milésima vez aquela noite enquanto deslizava seus dedos pela região intima dela com facilidade, pois, a mesma estava completamente molhada. não via a hora de penetrá-la com seu membro que já estava completamente enrijecido. apartou o beijo quando sentiu o volume passar pela sua coxa.
— Vamos entrar! — ela pediu.
— Ainda não! — retrucou, levando seus dedos até a boca e os chupando para sentir o gosto da garota. — Tão deliciosa! — sorriu sacana.
— Eu quero te sentir dentro de mim. — o agarrou pela camisa social que ele usava.
— Diga isso de novo. — pediu em uma súplica.
— Eu quero te sentir dentro de mim. — passou uma das suas mãos pelo pênis que estufava a calça jeans de .
Nesse momento o barulho do elevador que anunciava a chegada de alguém foi disparado.
— Ai meu Deus! — Olivia gritou. — Que porra é essa? — cobriu os olhos.
e , extremamente, assustados se afastaram na mesma hora.
— Ai meu Deus! — repetiu, cobrindo a ereção.
— Olivia que merda você está fazendo aqui? — reclamava com a melhor amiga enquanto fechava o botão do short.
— Eu que te pergunto o que está fazendo transando com um estranho no meio do corredor? — resmungou.
O rapaz estava pálido, sem reação.
— Nós não estávamos transando. — a garota repreendeu a amiga.
— E e-eu não sou um estranho. — retrucou nervoso.
— Bem eu não sei quem você é. — redarguiu.
— Pode descobrir seus olhos Liv, não há nada que não tenha visto antes. — a morena falou enquanto apanhava seu blazer que estava jogado no chão.
— Eu acho melhor eu ir ! — disse sem graça ao passo que tentava encaixar suas mãos no bolso da calça. — Te vejo amanhã no trabalho. — sorriu fraco para que nesse momento só queria se enfiar em um buraco.
— A gente se fa...
— Espera ai! Trabalho? — Olivia a interrompeu. — Meu Deus! Você é o famoso ? — o encarou boquiaberta.
— Famoso? — fitou confuso.
— Liv você quer calar a porra da sua boca, por favor! — a morena puxou a amiga para perto de si.
— Eu não sei quanto ao famoso, mas, sim eu sou o . — assentiu em confirmação com a cabeça.
— Do que você tanto reclama? — Liv fitou indignada. — Ele é um gostoso! — tentou sussurrar, mas, ouviu e acabou soltando uma risada fraca.
— Olivia, por favor! — revirou os olhos.
— Eu sou a melhor amiga da . — apontou para garota, completamente sem graça, ao seu lado. — Você pode me chamar de Liv! — sorriu
— É um prazer te conhecer, eu acho! — falou constrangido. — Acho melhor eu realmente ir. — gesticulou para o elevador.
— Sim, sim! — falou rapidamente, envergonhada.
— Está tudo bem, certo? — ele quis confirmar que dessa vez não o odiaria no dia seguinte.
— Certo! — sorriu com olhos de forma genuína e ele foi recíproco.
— Tchau! — ele mordeu o lábio, risonho e o acompanhou rindo nasalado com as mãos para trás, até que o mesmo entrou no elevador e desapareceu no corredor.
Para Olivia que observada toda a situação por um outro ângulo, aquilo não parecia ser um comportamento de duas pessoas que se odiavam, ainda não entendia o motivo da amiga dizer que não gostava dele quando eles estavam se pegando loucamente e para pior não havia sido a primeira vez.
— Pode começar a se explicar! — a ruiva olhou para com as sobrancelhas arqueadas.
— Eu não quero falar sobre isso. — passou pela amiga indo em direção a grande caixa de metal.
— Você não quer dizer o motivo de estar quase dando para seu inimigo em frente à porta da sua casa? — perguntou irônica enquanto seguia a garota.
— Vamos apenas beber algo! — apertava o botão do elevador freneticamente.
— Com você cheirando a sexo? — debochou e a morena revirou os olhos.


[...]


encarava um ponto fixo há alguns minutos, a confusão que estava acontecendo em sua mente, pois, não fazia sentido algum o que ela e acabara de fazer, como podia definir sua relação com ele agora? Principalmente, quando não existia uma razão aparente para querer tanto que ele tivesse terminado o que começou.
A ideia de gostar de a causava náuseas, mas, qual o motivo de gostar de ser tocada pelo rapaz? Não conseguia entender e piorava quando ela via que não era carência ou falta do toque de alguém, visto que há uns dias havia beijado Max, estava conversando com o mesmo e provavelmente transado se não tivesse atrapalhado tudo. Então, não entendia toda a bagunça que estava acontecendo dentro de si, quando seu corpo desejava apenas seu rival.
? — Olivia estalou os dedos chamando a atenção da garota.
— Oi! — balançou a cabeça, saindo do transe.
— Esperando você me explicar o que aconteceu. — levantou as sobrancelhas.
— Eu não sei... — deu de ombros. — Ele apareceu falando umas coisas estranhas e eu... — pigarreou.
— Incrível como ele sempre está falando coisas estranhas para você! — fitou a amiga desconfiada.
— Tipo... — respirou fundo. — Basicamente disse que estava se sentindo atraído por mim. — falou rapidamente na tentativa de não soar tão absurdo.
— E você, pelo visto, correspondeu né? — sorriu ironicamente.
— Sério? — fez uma careta e Liv desmanchou o sorriso automaticamente.
— Eu acho que estava bom o suficiente para você querer fazer no corredor mesmo, não é? — sentiu o sarcasmo no seu tom de voz.
— Não me culpe! — fez um bico. — Estou à meses sem uma transa...
— Claro! Só quer saber de trabalho. — revirou os olhos.
— Ele me tocou de uma forma diferente. — mordeu o lábio. — Nunca me senti tão desejada Liv, eu juro! — engoliu seco.
— Eu não estou sentindo coisa boa saindo dessa situação . — repreendeu a morena de imediato. — Vocês trabalham no mesmo lugar, isso pode dá uma merda gigantesca e até ontem vocês se odiavam. — gesticulou com as mãos.
— Eu ainda o odeio. — corrigiu a amiga ligeiramente. — Mas, não posso odiá-lo e ainda sim querer fazer sexo com ele? — jogou a cabeça para o lado pensativa.
— Onde isso vai te levar? — bebericou a cerveja que estava a sua frente.
— A um orgasmo? — indagou cinicamente.
— E por que ele se pode ter qualquer um desse bar? — cruzou os braços esperando uma resposta de .
— Você mesmo disse que ele era um gostoso, Olivia Miller. — retrucou emburrada.
— Mas, existem outros caras tão gostosos quanto ele. — estreitou os olhos.
— É diferente, é como...
— Se fosse impossível ele gostar de você? — Liv a interrompeu.
E naquele momento percebeu que, possivelmente, sua amiga estava descrevendo o seu padrão de homens. Era uma garota que gostava de desafio, então sempre procurava o que era árduo demais ou o que a daria trabalho suficiente para mantê-la entretida um bom tempo, por esse motivo sempre acabava ficando com caras que eram considerados difíceis demais de serem conquistados.
— O que está querendo dizer? —perguntou, com um sorriso falso.
— Não me venha com essa cara, sempre vai atrás do que não pode ter. — reprovou o comportamento da morena.
— E quem disse que eu não posso tê-lo? — deu de ombros.
— Está tentando ser demitida? — bufou impaciente.
— Não, eu só...
— Só está tentando provar que pode tê-lo na palma da sua mão mesmo ele te odiando? — arqueou uma das sobrancelhas.
— Para com isso! — pediu. — Está me assustando com essa leitura idiota sobre mim. — virou o copo de cerveja.
— Eu te conheço desde sempre! — encarou preocupada. — Isso é o seu ego e você vai terminar se machucando. — apontou o indicador para garota.
— É só sexo! — suspirou.
— Nunca é só sexo quando se tem ego envolvido e se ele estiver pensando da mesma forma que você isso só vai piorar as coisas. — aconselhou a amiga.
— Chata! — estirou a língua.
Em partes sabia exatamente com o que Olivia estava preocupada, estava se tornando interessante para ela, pois, era uma pessoa que cogitaria qualquer outra mulher antes dela, mas, agora estava tão vulnerável, era o momento perfeito para ela descobrir todos os pontos fracos e provar que sempre esteve à frente dele
Mesmo concordando com sua amiga que seria muito arriscado ela se colocar nessa situação, não teria muito a perder visto que também não iria querer ficar desempregado e provavelmente ficaria calado por um bom tempo ou tempo suficiente para que ela se aproveitasse do que pudesse.
E o intuito de usar seu corpo para isso deixava tudo mais emocionante, uma vez que ela não mentiu quando disse que ele realmente a tocou de forma diferente, a fez se sentir desejada, como se ela fosse a única mulher que existisse para ele naquele momento. Então descobrir as limitações dele e ainda por cima ter orgasmos por causa disso, estava parecendo uma ótima ideia.
Decidiu que não comentaria muito mais com Liv em relação as coisas que aconteceriam com , pois, nem ela ao menos sabia o que iria suceder depois que tentasse a psicologia reversa com o mesmo. Logo, esperaria e apenas deixaria que tudo fosse encontrando o seu devido lugar.
Após tentar desconversar o máximo que pudesse na mesa de bar, foi para casa descansar para que pudesse acordar cedo no dia posterior já que trabalharia logo cedo. Direcionou-se para o banheiro e começou a retirar sua roupa, iniciando pelo seu blazer e flashes de a tocando vieram à tona, umedeceu os lábios imediatamente.
“Isso pode dar uma merda gigantesca!”
A frase de Miller ecoou em sua mente e ela bufou irritada.
Pegou o celular que havia deixado em cima da pia há uns segundos e foi diretamente no contato do dito cujo que estava perturbando sua paz, não era possível que ele iria tocá-la e sequer mandar uma mensagem ou implicar com ela. Sentiu o coração palpitar mais forte quando o aparelho vibrou em suas mãos, assustando-a.
— Merda! — fechou os olhos, tentando se recompor.
A vibração se fez presente mais uma vez e tornou a olhar para grande tela presente em suas mãos. Eram duas notificações seguidas pelo nome de , evitou olhar para câmera frontal com medo que a mesma a reconhecesse e liberasse a leitura das mensagens.
— Está adivinhando até quando penso em você agora? — fez um bico após reclamar.

Chegou em casa?
Está com raiva de mim?


encarou, confusa, as mensagens. Desde quando demonstrava tanta preocupação assim, nem ao menos fazia sentido. Por que ele estava se importando tanto em como ela estava se sentindo em relação a tudo o que tinha acontecido entre eles? Não tinha como ficar mais caótico, provavelmente, o universo, logo estaria com o chácaras desalinhados.

Do que tem medo?

A morena respondeu, ansiosa.

O que quer dizer?

É que você parece sempre pisar em ovos quando esse tipo de situação acontece entre a gente.

engoliu seco. Odiava o fato dela não conseguir entender as entrelinhas, ele era péssimo para explicar como se sentia e não funcionava sobre pressão, achava que isso já tinha ficado claro para garota, mas, ela sempre vinha e o atacava da forma mais direta possível, e como responde-la se o rapaz ao sequer sabia do que tinha medo?
Resolveu ligar para com receio de que mais coisas ficassem subentendidas, não sabia o que falaria, mas, tinha plena consciência que de certa forma seria melhor assim, talvez o que precisasse ficar explicito fosse salientado para ele e o próprio conseguisse dar a resposta que ela queria.
— Alô? — atendeu.
— O que está fazendo? — tentou puxar assunto.
— Eu estava indo tomar banho antes de você começar a me perturbar. — queixou-se.
— Isso significa que está pelada? — sorriu ao pensar na possibilidade.
— O que você quer ? — não deu espaço para jogos, queria que ele fosse franco.
— Ai! — resmungou. — Por que tem que ser tão seca? — desconversou mais uma vez.
— Eu estou cansada! — encostou o telefone no ombro conseguindo apoio para retirar sua blusa e, consequentemente, seu short.
— Me desculpa! — colocou ela no viva voz para tirar sua camisa.
— Pelo que? — ela segurou o aparelho com a mão, novamente.
— Por não te fazer dormir relaxada hoje, sua amiga nos atrapalhou. — riu fraco do outro lado da linha e passou sua mão por cima do tecido rendado da calcinha, relembrando onde ele a tocou mais cedo.
— Talvez foi para o melhor, não acha? — questionou, mordendo o lábio.
— Por que você acha isso? — abriu sua calça jeans, puxou a mesma para baixo e logo posicionou o celular na orelha de novo.
— Pensei que me odiasse, mas, agora quer me foder, está me deixando confusa senhor . — olhou para o espelho a sua frente e não evitou um sorrisinho.
— Talvez eu queira te foder por que eu te odeio, senhorita . — umedeceu os lábios e acomodou-se na cama.
— Olha só quem perdeu o medo de falar. — foi sarcástica e só então se deu conta que havia sido direto com ela.
— Ah! Qual é! É só sexo! — ironizou, disfarçando sua timidez com o comportamento de .
— É mais fácil assim, não é? — indagou, pegando impulso para sentar-se na pia do banheiro.
— Como assim? — expressou dúvida na sua feição.
— Acreditar que só é atração física. — justificou.
— Porque é apenas atração física. — rebateu.
— Então vamos fazer isso. — mordeu o dedo indicador, ansiosa.
— O que? — franziu o cenho, confuso.
— Sexo. — cuspiu a palavra sem desvios e pode ouvi-lo se engasgar freneticamente.
Era impressionante como ele perdia a compostura quando se tratava dela dessa forma, quando ela mostrava tanta atitude ficava completamente perdido, a morena não era nada cautelosa no momento em que estava à frente das provocações, sabia exatamente onde queria chegar.
— O que foi? — continuou a falar. — Você quase me fez gozar no meio do corredor do meu apartamento ...
— É diferente! — a interrompeu, sentando-se na cama.
— Como? — o testou.
— Nós não forçamos nada em nenhuma das vezes que aconteceu algo entre nós dois. — argumentou.
— Covarde! — proferiu por entre dentes.
— Nós poderíamos perder nossos empregos ! — exasperou, indignado.
— Apenas se descobrissem! — contestou, risonha. — E levando em conta que você quase tirou minha calcinha uma vez dentro da própria empresa, somos bons em esconder as coisas. — disse convencida.
, agora, acreditava que existia um desejo de ambas partes, mas, apesar de tudo não conseguia crer que ela realmente estava falando sério, não parecia do feitio de querer agir de forma tão imprudente. Respirou fundo antes de responde-la.
— Está jogando comigo ? — mordiscou o interior da bochecha ao sentir um frio na barriga.
— Acha mesmo que se eu estivesse com jogos, eu teria deixado você encostar um dedo em mim? — questionou. — Não me diga que está com medo? — estalou a língua no céu da boca repetidamente em reprovação. — Você é mesmo um covarde! — expeliu em tom de deboche.
— Quer mesmo fazer isso? — soou nervoso.
E rapidamente o seu celular vibrou, causando uma leve ansiedade quando viu a notificação de uma mensagem temporária da garota que continha uma foto da própria olhando para cima, com o sutiã preto a mostra e uma pergunta sugestiva: “Você não quer?”.
— Você não presta! — exacerbou em negação enquanto massageava seu membro, por cima da cueca, que insistia em pulsar.
— Você acha? — ela gemeu e ambos riram em consequência da ação dela.
— Eu te odeio ! — levantou-se e seguiu caminho para seu banheiro.
— Não, você não odeia. — desceu da pia, sorrindo. — Agora eu preciso tomar um banho. — explicou, indo em direção a sua banheira, ligando a torneira e observando a água cair automaticamente.
— Poderíamos fazer uma chamada de vídeo. — sugeriu ao mesmo tempo que tirava a sua cueca e soltou uma gargalhada gostosa que ecoou para ele da melhor forma possível.
— Boa noite ! — desligou sem dar uma chance para que o mesmo se despedisse.
— É amigão, parece que vamos ter que resolver isso sozinhos. — falou enquanto observava seu pau duro. — Não acredito que vou bater uma para você ! — bufou, entrando no box.
Odiava a ideia que se tocaria pensando nela. Sentia-se tão desconfortável por que nunca em dois anos que isso passaria pela cabeça dele, em nenhum momento a enxergou dessa forma, o que havia mudado então? Teria sido o beijo no natal que despertara sentimentos e desejos que estavam adormecidos ou ele só estava sendo “homem” e buscando o próprio prazer?
As dúvidas rondavam a mente dele de forma caótica, exatamente como a morena vinha roubando as últimas horas da sua noite por não sair do seu pensamento. Direcionou a mão direita até o membro ereto e começou a massagear a cabeça do mesmo, sentindo os arrepios dominarem todo seu corpo de forma uniforme.
Fechou seus olhos e iniciou um movimento frenético de “vai e vem” no seu pau, que cada vez mais ficava duro com a possibilidade de estar dentro de , a sua imaginação fazia questão de lembra-lo de todos os detalhes possíveis da garota.
A maciez dos fios de cabelos, a pele hidratada e exalando o cheiro de canela que ele adorava, a delicadeza dos lábios, o sorriso doce, o olhar, completamente, submisso suplicando por mais do toque dele e aquela voz pedindo para ser dele, a frase: “Eu quero ser sua!” deve ter sido repetida ao menos umas cinco vezes em flashes da sua memória. Gemeu involuntariamente e colocou a mão esquerda na parede para que não se desiquilibrasse quando gozasse.
A alguns quarteirões dali fazia o mesmo dentro de sua banheira, os pequenos dedos deslizando sobre seu clitóris, tentando reproduzir a mesma ação que fazia mais cedo quando a tocava. Recostou a cabeça no porcelanato e mordeu o lábio ao sentir que ativou seu ponto de prazer, nem a água que se movimentava na mesma frequência seria capaz de pará-la.
— Eu não acredito que estou fazendo isso! — Sussurrou para si mesma enquanto a lembrança do contato de com sua intimidade permanecia vivida em sua mente.
Talvez, há alguns meses seria loucura imaginar que ambos estariam buscando o deleite de uma forma, tecnicamente, mútua. Porém, agora ambos aceleravam o ritmo e os gemidos pareciam estar sincronizados mesmo que os dois não estivessem no mesmo lugar, até que ambos chegaram ao orgasmo de forma que sentissem uma enorme vibração dominar o corpo e um êxtase inexplicável.
Eles realmente haviam se masturbado um pensando no outro?



O barulho do elevador anunciou sua chegada e teria entrado no mesmo se uma voz feminina não tivesse chamado sua atenção, a morena virou a cabeça, instantaneamente, e percebeu uma mulher alta, com longos cabelos loiros apontando o dedo na cara de , o qual estava bem impaciente por sinal.
deu um passo para frente, em um súbito pensamento de que precisava, de alguma forma, da sua ajuda, mas, evitou andar mais com receio de como ele a olharia por causa do que aconteceu na noite anterior, por mais que tivesse dito ao mesmo que estava tudo bem, estavam no trabalho e isso poderia causar uma grande confusão. Apertou, novamente, o botão do elevador que havia fechado há poucos segundos.
— Você é muito fracassado mesmo, não é ? — a mulher agora, gritava gerando um certo eco no hall de entrada do enorme prédio.
pendenciou a olhar para trás novamente. gesticulava com as mãos e falava baixo tentando controlar a loira a sua frente.
— Parece que não só sou eu que tenho dedo podre. — debochou em um sussurro.
O elevador abriu suas portas, novamente.
— É por isso que seu pai nunca vai se orgulhar de você! — a loira empurrou que ficara sem reação após ouvir aquelas palavras.
Falar da relação dele com o pai, era golpe baixo, até a sua rival sabia disso, a qual estava angustiada com toda aquela situação.
— Sempre será um grande perdedor! — a mulher riu fraco, com olhar de desdém.
Mais uma vez, desistiu do elevador e seguiu em direção aos dois.
— Ei! — gritou, após passar a catraca de segurança. — Sua mãe não te deu educação não? — perguntou, encarando a loira.
apenas observava aquele cenário, ainda atônito por todas as palavras que acabara de escutar.
— Quem te chamou na conversa sua idiota? — a outra mulher questionou.
— Isto é um ambiente de trabalho, se você não percebeu. — sorriu sem mostrar os dentes.
— E eu te perguntei algo? — aproximou-se mais.
— Não, mas, parece que alguém precisa ensinar boas maneiras para você, sua louca! — cruzou os braços, mantendo sua postura firme.
A loira rosnou de raiva, seus olhos faiscando contendo uma fúria imensa. Ela deu um passo adiante, levantando a mão como se estivesse prestes a acertar , porém, antes que pudesse fazer qualquer coisa, , que há poucos segunda estava aéreo, finalmente pareceu recuperar parte de sua compostura e interveio, agarrando seu pulso com firmeza. A morena ao menos piscou, como se soubesse que a defenderia desde o primeiro momento.
— Melissa, você está fora de controle! Pare com isso agora mesmo! — ele disse, sua voz era firme e autoritária.
A loira tentou se soltar, seus olhos fixos na morena com ódio ardente, mas o rapaz não a deixou escapar.
— Eu vou acabar com essa... essa vagabunda! — Melissa gritou, lutando contra a mão que apertava seu pulso.
— Quero ver você tentar. — riu, audaciosa.
! — a repreendeu.
A essa altura, todos os olhares naquele enorme espaço estavam voltados para o conflito.
— Quem você pensa que é sua cadela? — , que antes segurava apenas o pulso da loira, agora teve que agarrá-la pela cintura, com a intenção de impedi-la de avançar na morena ao seu lado.
— Eu sou a namorada dele e você está passando uma enorme vergonha. — disse sem pensar.
sentiu um frio na espinha ao ouvir afirmar ser sua namorada, ele olhou para ela, surpreso, tentando disfarçar a confusão que se instalava em sua mente, e a morena apenas devolveu um olhar de que ele continuasse com aquela mentira por que ela já tinha ido longe demais naquilo. Melissa, por sua vez, estava boquiaberta, claramente chocada com a revelação, acabou por se desvencilhar dos braços do seu ex noivo devagar.
— O que? — ela questionou, franzindo o cenho.
— Você é surda? — questionou com desprezo.
, ‘tá tudo bem. — ele pediu gesticulando com a mão. — Por favor, Melissa, é o suficiente! — disse, tentando chamar atenção da loira.
? Ela tem a porra de um apelido? Seus pais sabem disso ? Já conhecem ela? — a loira esbravejou.
— Isso não é da sua conta... — interrompeu antes que ela pudesse terminar a frase.
— Eu disse que é o suficiente, Melissa. — repetiu, sua paciência claramente se esgotando enquanto mantinha um olhar determinado sobre ela.
, apesar de ter iniciado a mentira, permanecia firme ao lado dele, sustentando o papel que ele parecia necessitar naquele momento. Ela não vacilou quando a mulher resolveu confrontá-la, mantendo sua cabeça erguida e sem demonstrar que aqueça situação estava a afetando de certa forma.
— Não cabe a você questionar sobre minha vida pessoal! — ele continuou. — Você é minha ex noiva, sabe o que significa ex, não sabe? — estreitou os olhos.
Ex noiva? congelou.
Melissa virou-se bruscamente para encarar , os olhos dela brilhavam com uma mistura de fúria e desespero.
— Você acha que pode simplesmente me trocar? — ela cuspiu as palavras, com a voz carregada de veneno.
ergueu o queixo, mantendo-se firme diante dela.
— Eu não te troquei por ninguém, Melissa. — balançou a cabeça negativamente. — Você me traiu, não se lembra? — ele arqueou as sobrancelhas.
— Não me venha com essa baboseira! — ela disparou, avançando em direção a ele. — Perdi as contas de quantas vezes te pedi perdão por isso.
— E eu tentei, mas, simplesmente não consigo te tocar novamente sem pensar que transou com outro cara. — tentou disfarçar a angustia em seu peito.
engoliu seco. Traição? A história só se complicava mais ainda. Nesse momento, ela estava começando a considerar sentir pena do seu inimigo, um pai que nunca o deu valor suficiente, uma ex noiva que o traiu, pensou em como sempre conseguia se meter nas maiores bagunças existentes e que, agora, não tinha mais como consertar isso, aliás, havia como piorar?
— Isso é ridículo, ! Você está sendo um completo idiota! — Melissa disse de forma desdenhosa.
— Pare de se fazer de vítima, Melissa. Você sabe muito bem o que fez. E não adianta tentar manipular a situação a seu favor. Acabou. — falou com firmeza.
Melissa soltou um riso amargo, as faíscas de raiva transpiravam por todo seu corpo.
— Você vai se arrepender por isso, . Eu vou garantir que se arrependa cada segundo da sua miserável vida! — ela ameaçou, sua voz cortante como uma lâmina afiada.
— Chega, Melissa. Você precisa sair daqui agora. Não vou repetir. — a fitou indignado.
Melissa o encarou por mais alguns instantes, como se estivesse avaliando suas opções. Então, com um último olhar cheio de rancor para ele e , a loira virou as costas e saiu do prédio, pisando firme no chão com uma expressão de pura raiva estampada em seu rosto.
suspirou profundamente quando ela finalmente desapareceu da vista, sentindo o peso do confronto se dissipar aos poucos. Ele se virou para encarar , seus olhos buscando os dela em busca de alguma forma de conforto ou entendimento. devolveu o olhar, sua expressão suavizando enquanto ela se aproximava dele.
— Você está bem? — ela perguntou preocupada.
assentiu lentamente, sentindo um misto de gratidão e alívio por tê-la ao seu lado naquele momento.
— Como pode ter noivado com essa louca? — a morena questionou assustada o que arrancou uma risada sincera dele,
— É uma longa história. — bufou. — Estou mais preocupado agora em como vou sustentar essa mentira para os meus pais, Melissa é capaz de qualquer coisa. — passou a mão pelos cabelos.
olhou para morena a sua frente com uma expressão séria e hesitante.
, eu sei que é pedir muito...
— Não! — ela o interrompeu já sabendo o que estava por vir.
— Mas, você nem esperou eu terminar de falar.
— Porque eu sei o que vai pedir e é demais para mim. — ela deu as costas e apressou o passo em direção ao elevador.
— Mas, isso tudo é culpa sua! — a acompanhava.
— O que? Eu só estava tentando ajudar. — o fitou incrédula e, logo, passou a catraca.
— Você não precisava se meter e mesmo assim resolveu criar uma mentira a qual, agora, eu não posso sustentar sozinho. — repetiu o movimento que a mesma fez há segundos.
— Isso é loucura! — falou nervosa, apertando o botão do elevador diversas vezes.
— Isso não vai fazer ele descer mais rápido. — ele segurou a mão dela, em uma tentativa de controlar a ansiedade que ela exalava.
De maneira instantânea, os olhos da morena pairaram da mão dele segurando a sua, e em seguida, no rosto de , que emanava uma cara de cachorro abandonado na mudança. Era estranho, que meses atrás poderia facilmente confirmar que nunca sentiria atração pelo ser humano a sua frente, mas, era impossível, vê-lo não vulnerável e não sentir nada.
? — ele a chamou atenção, ainda segurando sua mão.
— Não me chame assim! — puxou a mão em um impulso.
suspirou, sentindo-se um pouco desamparado diante da reação dela.
— Pelo que conheço da Melissa, meus pais já devem estar sabendo de toda história. — esfregou a testa, ansioso.
— Eu já disse que não! — foi assertiva.
— Isso é ridículo, você mesmo quem se colocou nessa situação e agora não quer me ajudar. — bufou, entrando no elevador assim que as portas se abriram e a garota o acompanhou.
— Eu sei que fiz merda. — confessou. — E que você está numa situação difícil, mas não posso fingir ser sua namorada. Isso é loucura e só vai complicar ainda mais as coisas. — disse impaciente.
abaixou o olhar por um momento, resignado.
— Eu sei que é pedir muito, mas, você é uma das únicas pessoas que sabe... — hesitou em falar. — Bem, dos meus problemas familiares e com Melissa fora de controle, eu não vejo outra saída. — ele ajoelhou-se rapidamente, assustando a garota que não esperava aquela reação. — Por favor, !
, se levanta seu idiota! — resmungou, tentando puxar o corpo do homem à sua frente para cima, antes que o elevador chegasse ao andar dos dois.
, eu prometo que vou te dever uma grande e farei o possível para compensar de alguma forma. — ele implorou, seus olhos buscando os dela com desespero.
sentiu seu coração se apertar diante da vulnerabilidade dele. Ela sabia que estava se metendo em uma confusão ainda maior, mas não conseguia ignorar a angústia evidente nos olhos do homem que estava na sua frente. Suspirando profundamente, ela finalmente cedeu.
— Tudo bem. Eu vou ajudar, agora dá para você se levantar? — beliscou o braço dele, fazendo com que ele voltasse a posição que estava antes. — Mas, , isso é só temporário, certo? Assim que as coisas se acalmarem, nós vamos acabar com essa farsa. — ela fez questão de deixar claro, procurando garantir que ele entendesse a gravidade da situação.
— Que tipo de pergunta é essa? Eu nunca namoraria você de verdade! — a encarou com cara de nojo e morena revirou os olhos.
— Quer que eu mude de opinião? — questionou no mesmo momento em que as portas do elevador se abriram.
— Ah! Vocês estão aí! Preciso dos dois na minha sala! — o chefe deles, Carter, ordenou e ambos, apenas assentiram, deixando a grande caixa de metal e seguindo o homem. — Precisamos discutir os detalhes da apresentação da empresa do senhor Crawford — disse.
— Como assim apresentação? — questionou confusa.
— Ele decidiu uma apresentação de última hora? A festa já é esta sexta, como vamos organizar isso em quatro dias? É loucura! — mostrou-se indignado.
— Pois é! — ela concordou.
— Mas, quem somos nós se não obedecermos aos nossos clientes? — abriu a porta da sala de reunião, deixando que os seus profissionais entrassem depois dele.
Dentro do grande espaço, e se acomodaram nas cadeiras enquanto Carter ocupava o lugar à frente da mesa.
— Eu sei que é uma situação complicada, mas o senhor Crawford é um cliente importante para nós e precisamos atender as suas demandas. — pareceu desconfortável e notou.
— Isso significa trabalharmos sem planejamento? — o rapaz se opôs ao chefe.
— Não , mas, essa apresentação é uma oportunidade crucial para agência e, consequentemente, seu trabalho, então precisamos dar o nosso melhor para garantir que ele fique satisfeito. — Carter explicou, olhando para ambos com seriedade.
Para as palavras “Adam” e “satisfeito” a traziam calafrios, por memorias as quais ela gostaria de ter esquecido há anos, mas, mesmo assim assentiu para Joseph sem dizer nada. por sua vez, compreendendo a gravidade das circunstancias, decidiu tomar a frente para que ela não se sentisse mais desconfortável.
— Entendido, Sr. Carter. — sorriu sem mostrar os dentes. — Nós faremos o possível para garantir que a apresentação seja um sucesso. — ela respondeu, tentando manter a compostura.
— Ótimo. Eu confio em vocês para lidar com isso da melhor forma possível. Se precisarem de mais recursos ou suporte, não pensem duas vezes para falar comigo. — o chefe disse, dando um sorriso encorajador e apontando a sua cabeça para saída, dando a entender que os dois estavam liberados.
Com a reunião encerrada, ambos saíram da sala, prontos para começar a trabalhar na organização da apresentação, enquanto caminhavam pelo corredor, ela parou por um momento e respirou fundo, se aproximou dela, com uma expressão séria e os dois trocaram um olhar rápido.
— Não acredito que além de ter que ir nesta festa estupida de sexta, preciso trabalhar para esse cara. — ela finalmente falou alguma coisa.
— Pode deixar a apresentação comigo! — disse deixando surpresa.
— Como assim? — questionou confusa.
— Estou te devendo uma, não estou? — levantou as sobrancelhas.
— Seria muita falta de profissionalismo da minha parte misturar o que aconteceu lá embaixo com o trabalho. — deu um risada fraca. — Mas, era obvio que você esperaria isso de mim né?
— Não foi isso que quis dizer. — tentou se explicar.
— Vocês poderiam conversar sem parecer que vão se matar a qualquer momento. — Sean surgiu do nada, dando um leve susto em ambos. — E o que aconteceu lá embaixo? — perguntou curioso.
— Nada demais! — mentiu.
Ela sabia que se o rh da empresa desconfiasse de qualquer coisa, os dois estariam ferrados, já não bastava todas as coisas estranhas que vinham acontecendo entre eles, ser demitida era algo que definitivamente não estava nos seus planos.
— Foi apenas uma briga de casal. — complementou.
— Mentira! — pareceu chocado. — Vocês sabem se são aqui da empresa?
— Nunca os vi antes. — a morena riu fraco, sem graça.
— Com toda certeza! — concordou rapidamente.
— O que deu em vocês hoje? — Sean estreitou os olhos.
— Muito trabalho! — ela desconversou. — Bem, vou para minha sala! — virou as costas e apressou o passo.
— Eu também preciso ir Sean, pode pedir a Paige para deixar o briefing da empresa Crawford na minha sala por favor. — pediu e o rapaz assentiu.
Sean observou os dois se afastando com uma expressão intrigada, mas decidiu não pressionar mais sobre o assunto naquele momento. Ao invés disso, dirigiu-se até a mesa de Paige para informar sobre o pedido de seu superior dentro da agência.
Enquanto isso, caminhava pelos corredores com a mente a mil por hora, a confusão em que se metera parecia cada vez mais complexa, e agora ela estava envolvida até o pescoço. Sentia-se como se estivesse presa em uma teia de mentiras, incapaz de escapar.
Ao chegar à sua sala, ela se jogou na cadeira com um suspiro pesado, pegou o celular e viu uma mensagem não lida piscando na tela e em um impulso, arrumou sua postura na cadeira para saber de quem era, ansiosa com a esperança de que pudesse ser Max, isso melhoraria o dia dela. Mas, em segundos o sorriso em sua boca se desfez e foi substituído com um nó no estômago.

Espero que esteja pronta para apresentação na sexta-feira, não aceito nada menos que perfeição. Você sabe o que acontece quando as coisas não saem como eu quero. A.C

engoliu em seco, sentindo um calafrio percorrer sua espinha.
— Como você conseguiu meu número seu imbecil? — disse ofegante, para si mesma.
A mensagem trouxe de volta todas as lembranças que ela tentava desesperadamente esquecer. Adam, o nome que ela preferia deixar enterrado no passado, agora ressurgia como uma sombra ameaçadora sobre seu presente e junto dele todas as palavras cortantes, as ameaças veladas, os pesadelos, parecia que todas as suas antigas feridas tinham sido reabertas.
Sentindo-se nauseada, respirou fundo e tentou acalmar os nervos, não podia deixar que o medo a dominasse novamente, estava no trabalho, precisava encontrar uma maneira de lidar com essa situação, mesmo que isso significasse confrontar seus demônios do passado. No entanto, antes que pudesse reunir seus pensamentos e se desmanchar em lágrimas, a porta de sua sala se abriu abruptamente, revelando .
, você... — parou, quando percebeu o desespero da morena a sua frente. — Está bem? — ele perguntou, com uma expressão de preocupação evidente em seu rosto.
Ela ergueu o olhar para ele, forçando um sorriso que não alcançou seus olhos.
— Estou... tentando. — respondeu, empenhando-se em parecer confiante.
fechou a porta atrás de si e se aproximou, sentando-se na cadeira em frente à dela, a última vez que havia visto a garota daquela forma foi quando Crawford apareceu de supetão na agência e ela foi obrigada a permanecer no mesmo ambiente que ele.
— Foi o Adam? — questionou ansioso.
— Eu não sei como lidar com isso, . — confessou, sua voz tremendo ligeiramente. — Ele me assusta.
— Você precisa denunciá-lo, , se ele começou a te assediar dessa forma, significa que não vai parar. — sugeriu ele, preocupado.
— Você não entende...
— O que eu preciso entender? Que esse cara é um babaca que não para te perseguir mesmo depois de anos sem contato com você? — indagou nervoso.
— Eu sei, mas... ele tem influência demais, eu já tentei antes... — murmurou ela, sentindo-se impotente diante da situação.
— Vamos contar a Carter, então! — sugeriu, a interrompendo.
— E perder meu emprego? Quem você acha que Joseph manteria na agência? Alguém com um contrato milionário ou apenas uma mera funcionaria? — questionou com o semblante triste e os olhos marejados.
sentiu um aperto no peito ao ver o quão angustiada estava, ele queria protegê-la, queria ajudá-la a se livrar desse tormento, mas estava começando a perceber o quão complexa era a situação em que ela se encontrava e mesmo a odiando não conseguia apenas aceitar aquilo.
, me dê seu celular. — pediu, levantando-se da cadeira e estendendo a mão.
, você não pode... — ela começou, mas ele a cortou de imediato.
— Eu preciso fazer isso, ele não pode continuar te ameaçando impunemente só porque tem poder ou dinheiro. — ele disse, firme.
... — a morena pegou seu celular e trouxe mais para perto dela. — Por favor, eu não quero que isso aconteça, você pode entender isso?
— Ok! — ele pousou as mãos na cintura. — É melhor que eu faça pessoalmente! — direcionou-se até a porta, mas, foi impedido de abrir a porta por , que correu atrás dele.
— Você é maluco? Quer perder seu emprego também? — puxou ele pelo braço.
parou abruptamente, olhando para com uma expressão determinada em seus olhos.
— Eu não posso simplesmente ficar parado enquanto você está sendo ameaçada, . Não importa o que aconteça comigo, eu não posso deixar isso passar. — ele tentou se soltar do aperto dela, mas a mesma o segurou com firmeza.
— Eu sei que você quer me ajudar, , mas denunciar Adam pode trazer consequências graves para nós e já estamos com problemas demais em relação a Melissa, não acha? — falou com urgência, sua voz trêmula de preocupação.
De certa forma, ela estava certa, o que fez com que suspirasse profundamente, sentindo-se dividido entre o desejo de proteger e o medo das consequências que suas ações poderiam trazer, ele olhou nos olhos dela por um momento, buscando alguma resposta, e então tomou uma decisão.
— Tudo bem! — cedeu e ela soltou o braço dele. — Mas, se ele...
! — reclamou.
— Eu juro que se ele encostar em você, não vou me controlar. — travou o maxilar.
— Acho que falei com uma porta. — ela bufou.
— Não lembra quando eu disse que a ideia de outro cara te tocar me enlouquece? — aproximou-se da morena. — Eu quis dizer de qualquer maneira.
— Você não é meu dono ! — disse irritada.
— Não é sobre isso! — desconversou.
— Então, pare de agir como se fosse! — o encarou sem piscar por uns segundos.
— Foi você que pediu sexo ontem na ligação comigo. — sorriu irônico.
— Não consegue calar sua boca? Estamos no trabalho, seu idiota! — ela avançou para tapar a boca do mesmo.
agarrou o pulso dela antes que pudesse tapar sua boca, segurando-a com força. Seus olhares se encontraram, faiscando com uma tensão que parecia palpável no ar, sentiu seu coração acelerar com a proximidade dele, a adrenalina correndo em suas veias.
— Você quer mesmo discutir? — ele sussurrou, sua voz rouca e carregada de um desejo que ela não podia negar sentir.
— É melhor a gente parar com isso, podem nos pegar aqui. — falou baixinho, completamente desconcertada.
— Mas, não foi você mesma que falou que éramos bons em esconder as coisas? — provocou, com um sorriso torto nos lábios.
— Onde quer chegar com isso? — questionou sem tirar os olhos dos dele.
sorriu e chegou mais perto do ouvido dela.
— Esse é o momento em que eu consigo, realmente, tirar sua calcinha? — sussurrou.
sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando as palavras de atingiram seus ouvidos, sua respiração ficou um pouco mais pesada, e ela lutou para manter a compostura diante daquele avanço ousado. A tensão entre eles parecia eletrizante, como se estivessem à beira de algo perigoso e excitante ao mesmo tempo.
— Não era você que estava com medo? — debochou.
— Posso ser muitas coisas, mas, não serei covarde. — ele falou.
— Você não tem limites, . — murmurou incrédula.
— Eu sempre fui um pouco imprudente quando se trata do que eu quero. E agora, o que eu quero está bem na minha frente. — ele respondeu, cheio de insinuação.
— Desde quando eu sou algo que você quer? — levantou as sobrancelhas.
— Sabia que estava jogando comigo. — relembrou a noite passada.
— Já disse que não é isso. — balançou a cabeça negativamente.
— Então por que não para de fugir quando deixou bem claro que queria que eu te fodesse? — foi direto.
— Eu não estou fugindo.
— Sim, você está!
— Como pode dizer que eu estou fugindo quando acabei de falar para sua ex noiva que sou sua namorada? — questionou indignada.
— Então me deixe levar você para tomar um drink? — pediu.
— Eca! — reagiu de imediato.
! — a repreendeu.
— Eu estava excitada ontem, acho que falei coisas demais, isso acontece quando uma mulher sente tesão, não quero nada com você, nunca quis e pensei que isso fosse reciproco. — ela mentiu.
A senhorita , na verdade, queria muito que ele a agarrasse ali naquele escritório, mas, ele não poderia saber disso, ela não podia abrir espaço para entrar na vida ou nas partes intimas dela, não sabia as intenções dele, e se tudo fosse um jogo para na melhor oportunidade ela ser passada para trás? Perguntou-se.
, estava confuso, demasiadamente, ficou momentaneamente em silêncio, processando as palavras de .
— Entendi. — ele finalmente disse, sua voz soando um pouco mais fria do que o habitual. — Não vou mais te incomodar com isso. — a mudança em seu semblante era notável.
, eu... — a morena começou a se explicar.
— Eu disse que entendi. — ele a cortou.
— Desculpe, não foi minha intenção te chatear. — murmurou, sentindo-se culpada por ter sido tão brusca.
— Quem disse que você me chateou? — estreitou os olhos, parecendo indiferente.
— É que você parece chateado. — ela explicou.
— Não, eu só estou decepcionado, esperava mais de você. — riu fraco.
— O que? — indagou confusa.
— Parece que o covarde entre nós é você! — fez uma cara de surpresa, sendo um tanto debochado.
— Sabe o que eu acho engraçado? — umedeceu os lábios. — Era você quem estava com medo e querendo ser cauteloso, principalmente, por causa do trabalho e agora está aí agindo com tanta postura, como se realmente quisesse isso.
— Mas, eu quero. — retrucou.
— Eu não acredito em você! — redarguiu.
— O que?
— Desde que entrei nessa empresa, você fez da minha vida um inferno, e eu só cedi porque estou na seca há meses e você ainda me fez o favor de empatar uma possível transa na minha vida. — ela apontou o dedo para .
— Com aquele babaca? Coloca favor nisso! — balançou a cabeça positivamente e fez menção de querer enforca-lo. — Calma! — pediu. — Eu me arrependo do que fiz a você, fui um idiota inseguro.
Ela estava realmente ouvindo se desculpar por todas as coisas que ele já havia feito? Não podia ser real, podia?
— O que? — indagou surpresa.
— Eu sei que é difícil de acreditar, mas, eu realmente me arrependo, não foi nada profissional da minha parte, me senti ameaçado por você, é uma ótima publicitária. — confessou.
— Eu sei! — ela tentou esconder o sorriso. — Mas, o que isso tem haver com a nossa situação atual?
— Quero que me dê uma chance....
— De ser sua namorada de verdade? Está maluco? — interrompeu ele, franzindo o cenho.
— Não! — ele suspirou, dando um passo à frente. — De te foder! — expeliu as palavras sem piedade.
teve que se segurar para não cair. Ela não esperava ouvir algo tão direto vindo dele, não pessoalmente, seu rosto corou instantaneamente e ela ficou sem palavras por um momento, tentando processar o que acabara de ouvir, sua mente girando com tanta confusão e excitação.
Ela sabia que deveria se afastar, que era loucura considerar ceder aos desejos de depois de tudo o que aconteceu entre eles. Mas havia uma parte dela que não conseguia negar a atração que sentia por ele, uma parte que ansiava por mais do que apenas confrontos e discussões.
No entanto, ela também sabia que não podia simplesmente se render às investidas de sem mais nem menos, precisava ter certeza de que ele estava falando sério, que não era apenas mais um jogo, e que eles conseguiriam conciliar as coisas que viessem acontecer depois.
— E o que me garante que você não vai voltar a ser um idiota depois disso? — perguntou, em um sussurro frágil.
— Me dê a oportunidade de mostrar que eu posso ser alguém em que você pode confiar e aí vou respeitar qualquer escolha que quiser fazer. — disse com seriedade.
Por um momento, se permitiu considerar a possibilidade de dar uma chance a , de deixar para trás todo o passado conturbado entre eles e começar de novo. Mas então, uma vozinha em sua mente lembrou-a das ameaças de Adam, das consequências potencialmente devastadoras de se envolver com , especialmente agora que ele estava determinado a confrontar o empresário.
Ela precisava ser inteligente, precisa, e isso significava não se deixar levar pela tentação do momento, além de proteger a si mesma e a sua carreira, não envolver nessa situação também era um objetivo e mesmo que ele estivesse sinceramente tentando mudar, isso não significava que ela podia simplesmente ignorar todas as possíveis consequências de se envolver com ele.
— Eu... preciso de tempo para pensar sobre isso, . — ela disse, sua voz um pouco trêmula. — Toda essa situação com o Adam e também tem a questão com a Melissa, não acho que esse seja o momento para gente simplesmente ficar transando por ai. — o encarou.
— Acho que você está correta, de certa forma. — balançou a cabeça positivamente. — Mas... Isso quer dizer que você também quer isso? — questionou, ansioso por uma resposta.
— Você foi quem disse desde o começo que era só atração física e sexo, então por que eu não iria querer isso? — deu de ombros. — Você é gato, nosso beijo se encaixou...
— Ei, ei, ei! — cortou ela. — acabou de dizer que me acha bonito? — soltou um sorriso espontâneo.
— Por que você precisa estragar tudo? — ela revirou os olhos.
— Só foi uma brincadeira. — levantou as mãos, em sinal de defesa. — Por favor, não mude de ideia. — suplicou.
... — o fitou. — Precisamos fazer um pacto de que isso realmente vai ser só sexo e que não vamos nos envolver emocionalmente.
— Até parece que isso aconteceria. — ele zombou. — Jamais arriscaria perder meu emprego por sua causa. — deu um peteleco na testa dela.
— Você consegue ser menos imbecil? — deu um tapa no ombro dele. — Eu falei sério.
— Eu também! — concordou. — Vou esperar sua decisão, está bem? — o rapaz perguntou e ela assentiu.
— Tudo bem! — sorriu sem mostrar os dentes. — Posso trabalhar agora? — perguntou, levantando as sobrancelhas.
— Claro! — balançou a cabeça positivamente e afastou-se indo em direção a porta. — Se ele continuar mandando mensagens quero que me diga. — pediu, antes de pegar a maçaneta.
— Já disse que não quero que se envolva nisso. — ela o repreendeu.
— Eu já estou envolvido! — a encarou por um tempo e deixou a sala, pois não daria chance de respondê-lo.
não conseguiu falar nada. Ele tinha um ponto. Era o único que sabia da situação com Adam Crawford e talvez pela própria segurança dela, ter sabendo do que de fato estava acontecendo seria o melhor, ainda mais com a festa que aconteceria sexta.
A ansiedade a dominava emocionalmente assim como observava cada minuto pela tela do computador à sua frente, contando os segundos para receber uma ligação da sua mãe, tinha certeza que Melissa abriria a boca sobre toda a situação com e não levou muito tempo para que o toque alto o assustasse.
— Oi mãe? — atendeu receoso.
— Você está namorando ? Como assim? — a senhora perguntava de maneira exasperada do outro lado da linha.
— Mãe...
— Meu Deus! Por que nunca me diz nada? — reclamou. — Me sinto tão distante de você.
— Mãe... — ele tentou falar mais uma vez.
— Você evita os jantares com a família, as festividades, acha que mereço pagar o preço pelo seu pai ? — choramingou
— Mãe! Calma! — pediu. — É algo recente, você sabe que eu te falaria, Melissa descobriu por um acaso. — tentou consolá-la.
— Quando poderei conhece-la? — foi direta.
— Acabei de dizer que é algo recente mãe! — respondeu.
— Mas, se estão namorando, significa que é algo sério, quero conhece-la, vamos leva-la para casa de praia esse final de semana. — disse.
— Eu trabalho na sexta, não posso...
— Vamos no sábado então! — o interrompeu rapidamente.
— Mãe! — a chamou atenção. — Eu não quero assustá-la, é algo recente, já disse! — repetiu.
— Mas, ... — a senhora do outro esboçou uma feição triste.
— Eu a levarei, mas, não agora, é uma promessa. — assentiu com a cabeça.
— Tudo bem! — suspirou. — Podemos ao menos almoçar juntos então?
— É claro mãe! — riu fraco.
concordou em almoçar com sua mãe no fim de semana e desligou o telefone, sentindo um misto de alívio e preocupação, talvez conseguisse enrolar a mulher tempo suficiente para fingir um término e não ter que se indispor com conhecendo sua família.
Nesse meio tempo, buscava formas de se concentrar no trabalho após a manhã complemente tumultuada, ela sabia que precisava tomar uma decisão em relação a toda essa bagunça com , essa mudança repentina de comportamento dele, os encontros premeditados que sempre resultavam em toque físico e agora um convite para sexo casual.
— Acho que vou ficar louca! — bagunçou os cabelos. — O que você quer de mim ? — bufou.
— Tudo bem com você? — Luke perguntou, antes de adentrar a sala, ao ver o estado da garota a sua frente e recebeu um olhar cansado. — Desculpa por não bater, sei que você não gosta, por favor não me mate! — defendeu-se.
— Aconteceu algo? — suspirou.
— Está ocupada? — estreitou os olhos.
— Por que está me olhando assim? — franziu o cenho.
— Bem... sabe a sua conta... — ele mordeu o lábio antes de continuar a frase.
— Qual conta Luke? Por que não para de enrolar e fala logo. — disse um tanto irritada.
A verdade é que o rapaz estava se segurando com medo de que ela iniciasse uma terceira guerra mundial ali mesmo.
— Foi enviado uma proposta de mídias para Red Cup e agora eles estão aqui querendo conversar sobre isso. — tentou falar com cautela.
— O que? — questionou assustada.
— Eu não sei ...
— Essa conta é minha e eu não enviei absolutamente nada para eles. — falou nervosa. — Encaminhe eles para sala de reunião e tente segurar eles o máximo que puder...
— O já está na sala com eles. — ele a interrompeu esperando que o pior acontecesse a partir desse momento.
Traidor.
Essa era a única palavra que vinha na cabeça de .
Toda aquela baboseira de dar uma chance.
Ele não mudaria.
Ela estava certa.
queria apenas comê-la para ter controle sobre ela.
sentiu uma mistura de raiva e decepção percorrendo seu corpo enquanto se levantava rapidamente da cadeira, não conseguia acreditar no tanto que tinha sido burra a ponto de ignorar os sinais. Tudo o que ele havia dito parecia agora uma farsa, uma manipulação para conseguir o que queria. Seu coração batia forte enquanto marchava em direção à sala de reuniões e a cada passo era uma batalha interna entre o desejo de esganar e manter a compostura profissional.
Ao abrir a porta, encontrou apertando a mão dos representantes da Red Cup e precisou respirar fundo para aceitar que havia chegado no final da reunião. Levou alguns segundos para que todos os olhares, automaticamente, se voltassem para ela, e os mesmos carregam surpresa em seu semblante, mas, era notável que seu rival carregava apenas a culpa no seu rosto.
! — o senhor careca a recebeu com um enorme sorriso.
— Eu sinto muito pelo atraso senhor Gabriel, fiquei presa em outra reunião, foi exatamente por isso que enviei no meu lugar, espero que tenha dado tudo certo. — foi amigável, tentando contornar a situação.
— Ele é ótimo! — Suzanne disse. — Adoramos a proposta, você como sempre muito profissional, não é mesmo senhorita ? — a empresária estendeu a mão para que a morena apertasse e foi correspondida.
— Obrigada, senhora Bennet. Fico feliz que tenham gostado da proposta. — forçou um sorriso, tentando manter a compostura.
No entanto, seus olhos não conseguiam evitar encontrar os de , que agora parecia envergonhado e desconfortável com a situação.
— Então quando podemos começar a trabalhar nessa parceria? — Gabriel questionou.
— Podemos começar a discutir os detalhes assim que recebermos o contrato formalizado para essa nova ação, meu time estará em contato com vocês para agendar uma nova reunião e finalizar os detalhes. — ela disse com firmeza.
— Seu time? Você quer dizer o ? — Suzanne Bennet perguntou e instantaneamente pigarreou nervoso.
respirou fundo, recobrando sua determinação profissional.
— Então, acontece que ele é o outro chefe do departamento de criação aqui e por isso as atividades são divididas entre nós dois. — justificou, engolindo seco.
— Mas, é que eu o adorei, gostaria que ele estivesse à frente do projeto junto a você. — a loira retrucou.
— Sim, seria incrível se vocês dois trabalhassem juntos. — o senhor Bennet concordou.
— Eu receio que isso não é possível, infelizmente. — tentou intervir sabendo que a essa altura do campeonato estava sendo corroída por dentro pelo ódio que devia estar sentindo.
— É uma pena! — Suzanne pareceu desanimada.
— Mas, se a senhora desejar pode ficar à frente deste projeto sem problemas. — sorriu querendo chorar.
— Seria ótimo! — a mulher não pensou duas vezes e não evitou pensar que ela pudesse estar interessada em que parecia muito mais novo que o marido que estava ao seu lado.
— Mas, estamos com a desde que entramos aqui querida! — Gabriel se intrometeu.
— Quem sabe não seja bom respirar um novo ar? — Suzanne disse encarando . — Obrigado , você como sempre um anjo. — sorriu satisfeita.
— Sem preocupações, senhora Bennet, tenho certeza que ele cuidará muito bem de tudo! — foi cínica o suficiente para que não agredisse fisicamente a mulher à sua frente.
Com as formalidades encerradas, os representantes da Red Cup se despediram e deixaram a sala, fazendo com que os dois publicitários ficassem sozinhos no espaço.
, eu posso explicar... — tentou falar, mas, foi interrompido.
— Não quero ouvir suas desculpas, . — ela disse indignada.
, por favor, me escuta. — ele implorou.
— Como eu disse, não tenho tempo para suas mentiras. — o encarou friamente, antes de dar as costas ao mesmo e ameaçar sair da sala.
— Faz mais de três semanas que enviei essa proposta, não lembrava disso até que vi eles saindo do elevador... — ele a impediu de deixar a sala, segurando-a pelo punho.
— Você acha que sou idiota? Acha que não sei o que tentou fazer? — ela o cortou mais uma vez. — Você queria me sabotar, não é? Queria me colocar em uma situação difícil para me prejudicar na frente dos nossos superiores!
— Isso foi antes de...
— Você querer me comer? — ela travou o maxilar e lançou um olhar furioso para ele.
ficou atônito diante da acusação direta dela, ele soltou seu punho como se tivesse sido queimado e deu um passo para trás, abalado pela intensidade de sua raiva.
— Não! Não é isso que você está pensando, . — ele a fitou sério, mas, percebeu que suas palavras não teriam muito efeito naquele momento.
— Você mentiu para mim, . — levantou o dedo indicador. — E agora terá que lidar com as consequências das suas ações. — falou determinada, antes de se virar e sair da sala.
assistiu impotente enquanto deixava a sala, sentindo um nó se formar em seu estômago, pensando em como uma vez havia conseguido estragar tudo entre eles. Odiava aquela , a que sempre estava furiosa e com raiva dele.
— Merda! —
Ele praguejou pensando no quanto as coisas voltariam a serem difíceis dali para frente.


[...]


A semana passou de forma muito complicada para , os dias haviam sido bem difíceis visto que sequer dirigia o olhar para ele, em todas as reuniões sempre estava sendo um silêncio profundo e profissionalismo afiado, então o vazio da ausência de comunicação entre eles era ensurdecedor.
Para ela, cada interação necessária era direta e sem qualquer vestígio de pessoalidade. Ele podia sentir a tensão no ar sempre que estavam no mesmo ambiente, e isso o deixava ainda mais frustrado, quando parecias que as coisas mudariam, lá estava os dois voltando à estaca zero.
— Então é isso! Vejo vocês hoje à noite! — Carter disse fazendo referência a festa dos Crawford e em seguida retirando-se da sala de reuniões, seguido por .
? — a chamou e ela olhou para trás.
— Sim?
— Você vai hoje? — questionou genuinamente preocupado.
— Claro! É o meu trabalho. — ela respondeu sarcástica e deu as costas, retirando-se da sala.
bufou.
— Você está bem? — perguntou Luke, que estava sentado ao lado dele.
— Tentando sobreviver, cara! — ele suspirou.
— Ela é difícil, não é? As vezes sinto medo dela e olha que acho ela atraente, mas, por Deus, as vezes sinto que posso ser comido vivo. — arregalou os olhos.
— Acha ela atraente? — questionou desconfiado.
— Você não? — falou o que parecia ser obvio.
ficou em silêncio por um momento, tentando controlar a irritação que sentia ao ouvir o colega de trabalho falar sobre de maneira tão casual. Ele sabia que os sentimentos que nutria por ela eram complexos, mas, tinha certeza de que qualquer atração superficial que Luke poderia ter não se comparava aos últimos momentos que ele teve com ela.
— Eu acho que não é coerente que estejamos conversando sobre isso no trabalho, não acha? — sorriu sem mostrar os dentes.
— Olha, eu sei que as coisas estão difíceis com a , mas não pracisa descontar em mim. — riu fraco. — Além do mais, precisa encontrar uma maneira de consertar isso. — respondeu, inclinando-se para a frente.
— Eu sei, Luke, mas toda vez que tento falar com ela, só pioro as coisas. — respondeu, com frustração evidente na voz.
— E como vai ser mais tarde ? Joseph colocou vocês juntos na apresentação da nova imagem das empresas Crawford, se algo der errado...
— Se algo der errado, pode ser o fim para mim e ela aqui. — completou , olhando para o amigo com desespero nos olhos.
Após toda aquela conversação, ele finalizou mais uns detalhes e seguiu para casa na intenção de se arrumar, enquanto isso, também se preparava para festa, era uma oportunidade importante para empresa, e ela sabia que precisava manter a compostura, independentemente de como se sentia em relação a toda sua história com Adam Crawford.
O evento dos Crawford, naquela noite, começou com uma elegância deslumbrante, a decoração sofisticada e o ambiente luxuoso criavam um clima de expectativa e glamour. chegou cedo, se certificando de que todos os detalhes técnicos da apresentação estivessem perfeitos. Ao mesmo tempo que ajustava os últimos preparativos, seu olhar se desviou para entrada, onde acabara de chegar.
Ela estava deslumbrante em um vestido preto elegante, com uma fenda que deixava sua perna esquerda a mostra, o cabelo solto em cachos ondulados que caiam por cima dos seus ombros que destacava e transmitia uma confiança avassaladora, ele sentiu seu coração acelerar, tanto pela beleza dela quanto pelo peso da situação entre eles.
caminhou pelo salão, cumprimentando os convidados e mantendo uma postura profissional impecável sendo recebida calorosamente por todos eles. Tentava se concentrar nas interações, mas não conseguia evitar procurar com os olhos e quando eventualmente, ele apareceu, trajado em um elegante terno azul escuro, ela percebeu que o mesmo a encarava com um perfeito “o” formado em sua boca, e imediatamente a morena decidiu por desviar o olhar e pegar e virar uma taça de champanhe que acabara de ser servida a ela.
— Vejo que está se aquecendo. — o tom de deboche fez ela automaticamente reconhecer quem estava por trás daquela voz.
— Senhor Adam Crawford. — forçou um sorriso.
— Espero que tudo saia perfeito hoje senhorita , fiquei triste que não respondeu minha mensagem. — foi sarcástico.
— Meu superior não permite que mensagem entre clientes e funcionários sejam trocadas. — engoliu seco.
— Acontece que não sou apenas um mero cliente, não acha? — ele aproximou-se.
? — alguém interrompeu a conversa e ela agradeceu mentalmente por aquilo. — Que coincidência! — a garota finalmente olhou para trás.
— Max? Meu Deus! — disse surpresa. — O que está fazendo aqui? — sorriu.
— Bem, vim prestigiar esse evento do meu grande amigo. — passou um dos braços por cima dos ombros de Adam.
— White, seu grande idiota! — a risada exagerada de Crawford fez com que os pelos de arrepiassem.
Em que mundo eles podiam se conhecer?
Talvez estivesse certo. Max era um babaca. Eles, geralmente, sempre estão em bando.
Talvez, por um momento, ela estivesse arrependida de ter beijado Max aquela noite.
— Essa é a linda garota a qual comentei a você que conheci na boate. — White proferiu as palavras apontando para morena a sua frente.
Ela gelou.
— Falou sobre mim? — perguntou sem graça.
— Claro! Quem em sã consciência não falaria? — Max sorriu maliciosamente, o que fez sentir um desconforto crescente.
Adam Crawford olhou para com uma expressão indecifrável, mas seus olhos traziam uma centelha de interesse possessivo que fez o estômago dela se revirar. Ele não era apenas abusivo, mas também territorialista, e a ideia de que outro homem falasse sobre certamente mexia com seu ego inflado.
— Vejo que se envolveu com minha melhor ex namorada White. — ele fez questão de dizer.
— Ex, o que? — Max perguntou incrédulo. — Mas, em que mundo vocês namoraram e agora ela trabalha com você? Seria muita coragem! — falou irônico.
— Também acho. — Adam respondeu sem tirar os olhos da mulher. — Mas, já cumpri meu trabalho, então deixarei ela para você. — disse cínico.
— Não precisa ser um idiota Crawford. — riu fraco com o deboche do amigo.
— Na realidade, estou sendo um cavalheiro lhe emprestando o corpo a qual eu já percorri inteiro. — soou nojento, como sempre.
sentiu o sangue ferver com a declaração de Adam, mas manteve um sorriso forçado. Ela não podia permitir que ele percebesse o quanto suas palavras a afetavam. Crawford sempre soube como mexer com ela, como usar suas palavras para ferir e provocar, mas, naquela noite, ela se recusava a ceder ao jogo dele.
— Realmente cavalheiresco da sua parte, Adam, mas me permita dizer que minhas decisões são minhas. — ela respondeu com um tom firme. — Agora se me dão licença, preciso verificar alguns detalhes antes da apresentação. — disse, sorrindo educadamente antes de se afastar.
Max a observou, surpreso com a firmeza dela, enquanto Adam apenas riu, satisfeito com a pequena cena que causara. caminhou rapidamente pelo salão, tentando afastar os pensamentos sobre o que acabara de acontecer, dirigiu-se ao bar, tentando acalmar os nervos e se recompor para apresentação que seria crucial para o sucesso da empresa naquela noite.
, que havia observado a interação à distância, sentiu um misto de ciúme e preocupação, ele sabia que Adam tinha um histórico problemático com e isso o deixava inquieto, viu quando ela se afastou e decidiu segui-la para saber o que aconteceu mesmo existindo uma pequena chance dela mandar ele se foder.
, você está bem? — ele perguntou, se aproximando dela no bar.
— Estou bem, . Só me preparando para a apresentação. — ela tentou sorrir, mas ele percebeu que era forçado.
E pior ela estava falando “normal” com ele, então definitivamente ela não estava bem.
— Eu vi o Adam falando com você. Se ele fez algo, eu... — o rapaz começou, mas foi interrompido por ela.
— Não, , não fez nada. — o cortou, tentando evitar mais conflitos.
— Mas, ele estava com aquele tal do Max, eles são amigos? — questionou suspeito. — Eu te falei que ele era um babaca...
— Agora não é a hora, . — ela o cortou mais uma vez. — Temos uma apresentação para fazer e é isso que importa agora. — a morena disse séria.
— Me desculpa, eu... — ele não conseguiu encontrar as palavras.
— Tudo pronto? — ela o impediu mais uma vez, tentando manter o tom profissional.
— Sim, acho que já deveríamos nos direcionar ao palco. — respondeu, com um leve sorriso.
Os dois caminhavam juntos em direção ao local exato, cada passo ecoando a tensão entre eles, a música suave de fundo diminuindo conforme eles se aproximavam do palco. A elegância do salão, repleto de empresários e investidores, contrastava com o turbilhão de emoções que sentia, ela sabia que precisava manter a compostura.
— Devemos? — estendeu a mão para que ela pudesse subir os pequenos degraus a sua frente.
respirou fundo e aceitou a mão dele, e nesse momento os dois puderam sentir toda a eletricidade daquele lugar percorrer pelos seus corpos de forma natural. Ele levantou o olhar para que pudesse vê-la melhor e era impressionante como sentia que havia sido o maior burro da face da Terra nesses dois últimos anos.
era simplesmente a criatura mais fascinante do mundo.
— Você está incrível ! — sorriu genuinamente.
— Obrigada, . — respondeu de forma contida, soltando sua mão e subindo os degraus com elegância.
No palco, ela sentiu todos os olhos voltados para eles, a pressão da noite pesando sobre seus ombros
— Vamos começar isso logo. — ela falou baixinho para e ele apenas assentiu.
Após pegar o microfone que fez um ruído estrondoso e chamou a atenção de todos, forçou um sorriso como um pedido de desculpas.
— Boa noite a todos. — ela entrou em cena com a voz firme e clara. — É um prazer estarmos aqui para apresentar a nova imagem das empresas Crawford.
— Trabalhamos arduamente para capturar a essência e a inovação que essa empresa representa. — continuou.
— A nova imagem reflete sua visão para o futuro. — ela gesticulou com as mãos. — É uma combinação de tradição e modernidade, algo que acreditamos que irá ressoar com todos vocês. — apontou para o grande telão atrás dela que relevava um novo emblema para marca.
Todos ao redor se mostravam encantados.
— Como a mencionou, nossa equipe se dedicou a criar algo inovador e impactante. — completou confiante. — Queremos que todos vejam a Crawford não apenas como uma empresa de sucesso, mas como uma marca que está na vanguarda da inovação e do progresso.
— E é por isso que todo detalhe é extremamente peculiar quando temos uma empresa tão forte dentro do mercado. — a morena demonstrou segurança.
A apresentação seguiu sem problemas, com slides bem elaborados e uma narrativa convincente. e trabalharam em sincronia perfeita, suas vozes se complementando e suas ideias se alinhando, mostrando ao público um projeto coeso e bem planejado.
Conforme a apresentação chegava ao fim, os aplausos ecoaram pelo salão, e os sorrisos de satisfação dos convidados eram evidentes. Os dois trocaram um olhar breve, um momento de compreensão silenciosa, eles haviam conseguido superar suas tensões pessoais para entregar um trabalho impecável.
— Obrigada a todos pela atenção. — disse, encerrando a apresentação. — Estamos ansiosos para trabalhar juntos e alcançar novos patamares de sucesso.
Quando desceram do palco, muitos convidados se aproximaram para parabenizá-los, incluindo seu chefe que estava demasiadamente orgulhoso.
— Sempre me perguntei o que aconteceria se meus dois melhores funcionários conseguissem trabalhar juntos e a resposta está aí, trabalho espetacular crianças! — Carter agradeceu, satisfeito e retirou-se rapidamente.
e permaneceram no local, ainda recebendo os cumprimentos e agradecimentos dos convidados. A tensão entre eles parecia momentaneamente esquecida, substituída pela satisfação do dever cumprido. No entanto, o clima de celebração não duraria para sempre, e ambos sabiam que precisavam resolver suas questões pendentes.
— Fizemos um bom trabalho. — ele disse, tentando romper o gelo entre eles.
— Sim, fizemos. — ela respondeu, brindando com ele.
Em seguida, sentiu um leve toque em seu ombro e virou-se para ver Max White novamente.
— Desculpe interromper, mas precisava parabenizá-la pela apresentação. Foi brilhante! — ele disse, sorrindo, e automaticamente revirou os olhos.
— Obrigada, Max. — respondeu com um sorriso forçado, tentando manter a cordialidade.
White lançou um olhar curioso para antes de continuar.
— Então, , gostaria de tomar um drinque comigo? Parece que essa noite merece uma celebração especial. — White umedeceu os lábios, após bebericar um pouco da bebida que pegara do bar.
quis intervir imediatamente, mas, se segurou, já havia errado demais com ela, então se comportar mal, estava fora de cogitação, enquanto que a morena se prontificou a responder o homem a sua frente, mas, foi interrompida por Adam, que se aproximou com um sorriso cínico.
— Parabéns pela apresentação. — ele disse, olhando diretamente para .
— Obrigada, Adam. — respondeu, mantendo a postura.
tentou se conter mais uma vez, mas, a presença de Crawford ali não significava algo bom para e ele sabia disso.
— Nenhum parabéns para mim? — ele se meteu na conversa com um bico tristonho no rosto, demonstrando um tanto de ironia.
— Concordo senhor , excelente trabalho. — Adam respondeu seco. — Mas, enfim, precisamos conversar sobre algumas coisas , poderíamos? — ele olhou para Max que abaixou a cabeça e em seguida encarou a mulher a sua frente.
Ela hesitou, olhando para um tanto apreensiva e relutante, o que fez o coração dele acelerar um pouco, aquele olhar era como um pedido de socorro.
— Vamos? — Crawford insistiu e ela apenas assentiu receosa.
acompanhou Adam em direção a um canto mais isolado do salão, sentindo um nó se formar no estômago, estava apreensiva sobre o que ele queria discutir e esperava que a situação não se tornasse desagradável como já havia acontecido várias vezes entre eles.
Apesar de não estar consciente sobre, cada movimento dela era observado por , cujo olhar permaneceu fixo neles enquanto se afastavam, não deixaria que Crawford encostasse um dedo nela, mesmo que isso lhe custasse o emprego.
Ele observou atentamente quando e Adam entraram em uma sala específica, a qual ele nem havia notado que existia naquele lugar, no mesmo momento, sentiu uma mistura de frustração, preocupação e uma fúria latente crescendo dentro de si.
Não podia deixar que Adam machucasse , não de novo.
Enquanto isso, tentava manter a compostura diante do ex namorado, pois, ele sempre soube como mexer com suas emoções e causa-la medo, por muito tempo se perguntou como se envolveu com alguém como ele, mas, agora, com ele em sua frente, estava determinada a não deixá-lo abalar sua confiança.
— Pode fechar a porta por favor? — Adam pediu depois de vê-la entrar na sala.
— Por qual motivo? — ela engoliu seco.
— Para conversar? Por que? Está com medo? — sorriu debochado, como se soubesse que sua simples presença já a intimidava.
— Não tenho medo de você, Adam. — respondeu com firmeza, embora por dentro sentisse seu coração bater mais rápido.
— Ótimo, então feche a porta e vamos conversar. — ele insistiu.
Relutante, ela fechou a porta, mantendo uma distância segura entre eles. A sala que era pequena e bem decorada, naquele momento, parecia claustrofóbica, não queria estar ali, sabia que nada de bom poderia vir de um Crawford, pois a última vez que esteve com um, foi com o pai de Adam ameaçando sua futura carreira.
— O que você quer, Adam? — ela perguntou diretamente, cruzando os braços em uma tentativa de se proteger.
— Só quero conversar, . — ele disse, com um sorriso falso. — Não precisamos fazer disso um grande drama, certo?
Ela o encarou, mantendo o olhar firme.
— Seja rápido, não tenho muito tempo para você. — ela respondeu seca.
Crawford deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, o que fez ela sentir a familiar sensação de desconforto crescer.
— Eu só queria parabenizá-la pela apresentação. Foi realmente incrível. — ele começou, mas o tom de sua voz era insincero.
— Obrigada. — sorriu sem mostrar os dentes. — Agora, se é só isso, eu vou voltar para a festa. — ela disse, mantendo a calma.
— Espere, . — ele a segurou pelo braço quando ela tentou se mover. — Quero falar sobre nós.
— Não existe mais "nós" há muito tempo, Adam. — respondeu, tentando puxar o braço, mas ele apertou mais forte.
— Você sempre foi teimosa, não é mesmo? — murmurou de forma sarcástica.
Ela sentiu o cheiro forte do perfume dele, algo que antes a atraía, mas agora só a deixava nauseada.
— Apenas me deixe ir Adam! — tentou soltar-se mais uma vez, mas, não conseguiu.
— Alguém precisa te ensinar uma lição. — lançou um olhar sombrio sob ela.
A sala pareceu ficar ainda menor quando Adam a empurrou em uma estante que estava atrás dela, rapidamente a prendeu pelos braços e começou a beijar seu pescoço, tentou afastá-lo, mas, sua força comparada a dele era esmagadora.
— O que pensa que está fazendo? — ela questionou, sentindo as lágrimas escorrerem do seu rosto.
Estava acontecendo de novo. Adam estava invadindo seu corpo.
— Você gosta não é mesmo? — ele respondeu desdenhoso enquanto descia os beijos para o busto dela.
— Eu mandei você parar! — tentou chutá-lo no meio das pernas, mas, ele imediatamente desviou.
— Não adianta resistir, . — Adam murmurou, aumentando a pressão de seu corpo contra o dela.
Os minutos pareceriam uma eternidade enquanto lutava inutilmente contra ele, tentou o empurrar quando o mesmo soltou um dos seus punhos para tocar sua intimidade, ela tentou gritar, mas o pânico a sufocava, impedindo que qualquer som saísse de sua boca.
Ela sentiu um desespero crescente, a necessidade de escapar, a impotência de se defender, era como se estivesse destinada aquilo, não conseguira fugir, Adam não havia apenas atingido seu físico, mas, também seu psicológico. Então, de repente, a porta foi aberta com um estrondo, estava ali, olhos ardendo de fúria, a respiração pesada.
Ele não hesitou.
Avançou sobre Adam, puxando-o brutalmente pelo ombro e socou sua cara, o impacto do soco fez Crawford cambalear para trás, libertando de seu aperto, ela deslizou para o chão, os olhos arregalados e as mãos tremendo, colocou-se na frente dela para protege-la.
— Me espera lá fora ! — ele ordenou.
— Mas, ... — ela choramingou.
— Eu disse para me esperar lá fora. — virou a cabeça para trás encarando-a.
A garota se apressou em deixar a sala o mais rápido possível, ainda preocupada com o que aconteceria lá dentro. Adam, por sua vez, se recuperou rapidamente, limpando o sangue que escorria do canto de sua boca com as costas da mão e um sorriso malévolo surgiu em seu rosto, misturado com a raiva e a vergonha de ser pego em flagrante.
— Isso não é da sua conta, . — cuspiu as palavras, tentando manter a postura.
— Isso se tornou minha conta no momento em que você tocou nela sem permissão. — deu um passo à frente mostrando que estaria disposto a fazer pior.
Adam riu, um som oco e sem humor, enquanto esfregava o maxilar onde o soco de havia atingido.
— Vamos ver o que Joseph achará disso, acho que será difícil encontrar uma agência em Nova York que te aceite. — ficou cara a cara com .
— Você não vai fazer nada Adam! — sorriu debochado.
— Isso é o que você pensa! — fitou os olhos do rapaz com ódio.
— Acho que seu pai ficaria com muita raiva de perder um dos maiores patrocinadores dele, não acha? — umedeceu os lábios.
— Você não me assusta seu idiota! — colocou o dedo na cara dele. — Ao menos sei de que merda você está falando. — passou por na tentativa de deixar a sala.
— Harris. — ele pronunciou o que fez Adam parar no mesmo instante. — Reconhece esse sobrenome Crawford? — virou-se para encarar seu adversário.
— O que? — o homem perguntou confuso.
Harris, prazer. — umedeceu os lábios e sorriu vitorioso logo após.
— Isso é impossível! — Crawford gargalhou. — Você um Harris? — desdenhou.
— Vá até Joseph que me certificarei de você desejar nunca ter nascido. — travou o maxilar.
— Bela tentativa! — ele foi irônico. — Mas, o que um Harris estaria em uma agência de publicidade qualquer? — arqueou uma de suas sobrancelhas.
— Machuca você seu papai não ter deixado livre para você fazer o que quisesse? — disse em tom sarcástico.
Adam permaneceu em silêncio por uns segundos, pois, ainda não conseguia acreditar que aquilo fosse verdade. Afinal, a família Harris era um dos maiores nomes de referência dentro do estado. Como um dos herdeiros poderia simplesmente fazer o que quisesse e não seguir os passos exatos e necessários para estar à frente da empresa, questionou-se.
— Se tem alguma dúvida, é só pesquisar! — deu de ombros. — Mas, até lá sugiro que fique longe de ! — disse.
— Você acha que pode me ameaçar, ? — Adam falou com a voz cheia de veneno.
— Eu já estou fazendo isso. — estreitou seus olhos. — Se você tocar nela novamente, eu juro que você vai se arrepender.
— Isso não acabou, . — Crawford retrucou com o rosto contorcido de raiva, antes de sair da sala, batendo a porta com força e passando por sem ao menos notá-la.
Enquanto respirou fundo, tentando acalmar os nervos. Ele precisava encontrar e garantir que ela estivesse bem. Ao sair da sala, via a morena encolhida na parede, os olhos cheios de lágrimas e o corpo tremendo, a encarou demonstrando um semblante de tristeza.
... — ele se aproximou rapidamente, envolvendo-a em um abraço protetor, fazendo com que ela caísse no choro. — Está tudo bem agora, eu estou aqui. — ele murmurou, sentindo o corpo dela relaxar um pouco em seus braços.
, eu... eu não sei o que teria feito se você não tivesse chegado. — a voz dela saiu trêmula.
— Você está segura agora. — ele respondeu, afastando-se um pouco para olhar nos olhos dela. — Vamos sair daqui, ok? — segurou a mão dela e deu indícios de caminhar.
— Vão nos ver! — ela recuou, o puxando de volta para si e mostrando que suas mãos estavam entrelaçadas.
— Eu não me importo! — segurou o rosto dela com delicadeza. — Só quero te tirar daqui. — segurou a mão da morena, novamente.
olhou para , o rosto ainda marcado pelo medo, mas encontrando um vislumbre de segurança em seus olhos. Sabia que não conseguiria enfrentar Adam sozinha, e, naquele momento, a única coisa que queria era sair daquele lugar.
— Tá bom. — ela murmurou, apertando a mão dele com mais firmeza.
Os dois caminharam em direção à saída, tentando passar despercebidos pelos convidados. não conseguia tirar seus olhos do homem que acabara de salvá-la, não sabia o que havia dito para Adam, mas foi suficiente para que ele passasse por ela sem dizer uma palavra e ela estava agradecida por isso.
definitivamente parecia muito atrativo agora, mesmo com todo ódio dentro dela, ainda encontraria uma razão para perdoa-lo por qualquer coisa depois do que ele fez por ela, outro ponto que a mesma não conseguia tirar da cabeça era o que aconteceria com seus respectivos empregos.
Mas, naquele momento, parecia que exista apenas os dois andando em câmera lenta, no meio daquela sala cheia de pessoas que estavam preocupadas com sua própria riqueza, com o vento fazzendo questão de lembrá-la como tinha um cheiro agradável, um misto de madeira e cítrico que a confortava de maneira inesperada.
Ela não pode evitar sorrir enquanto olhava para ele.
Jamais um homem havia feito algo assim por ela, nem mesmo seu pai.
estava começando a se tornar uma ideia amável e depois de anos o odiando, ela não sabia se estava preparada para isso.


Continua...


Nota da autora: Oi, meu amores, deixando essa notinha aqui para dizer o quanto estou super ansiosa com essa fanfic, pois, eu parei de escrever por muitos anos e perdi, completamente, a animação com isso. Até que por um acaso me veio na mente, uma fanfic que li há muitos anos atrás aqui mesmo, e de imediato minha primeira ação foi procurar por essa história para descobrir que autora abandonou. A decepção bateu e me deu uma dorzinha no coração por pensar que nunca saberia o final que se passava na cabeça dela.
Então, lembrei de como deixei tantas histórias não terminadas ao decorrer desses anos e decidi voltar a ler fanfics finalizadas para lembrar da sensação de um final que ficasse na minha mente por tempo indeterminado, até que voltei a ler as que estavam em andamento e assim sucessivamente. Não demorou muito para que as ideias já começassem a borbulhar novamente dentro de mim, o desejo de voltar a escrever me consumiu por inteira de maneira nostálgica. Então, espero que gostem de ler a história responsável pelo meu comeback e que possam acompanhar esses personagens juntos comigo até que o final deles também chegue. Eu prometo não abandonar, de dedinho. Deixei o link da playlist a qual ouço sempre que escrevo para vocês poderem se conectarem aos personagens tanto quanto eu.

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