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Revisada/Codificada por: Calisto

Finalizada em: 19/07/2024
[De: Tom Holland]
Ei, tudo certo para amanhã de manhã?
[Para: Tom Holland]
Acho engraçado que às vezes se esquece que a Marvel me grudou contigo, Holland.
É claro que está tudo certo.
[De: Tom Holland]
Mentira.
Todo mundo sabe que você promove esse filme só pra ficar pertinho de mim.
[Para: Tom Holland]
Boa noite, Tom ~

deixou o celular sobre as cobertas com um suspiro cansado. Havia sido um longo dia e uma semana mais longa ainda. Tudo isso pois era o seu rosto que estampava os tabloides nas ruas de Nova Iorque e os mais variados sites de fofoca no mundo. Após uma leitura de roteiro do mais novo filme em que fora escalada, ela havia cedido ao convite e ido almoçar com o resto do elenco. E é claro que os paparazzi não fotografaram a mesa como um todo, apenas se dedicando em flagrar cada vez que ela murmurava algo no ouvido de Dylan O’Brien sobre o papel, a leitura do livro e como estava animada por interpretar gêmeas. Então, como boatos correm soltos pela luxuosa Big Apple, todos já apostavam no affair.
Ser o novo rosto da Marvel tinha as suas consequências.
Todos haviam lhe congratulado ou questionado sobre o “romance”. Anthony Mackie tinha mandado uma montagem dos dela e Dylan se casando, e Robert Downey já tinha prometido ameaçar o rapaz para não mexer com sua filha fictícia. Cada amigo ou colega havia feito seu papel para pôr mais lenha na fogueira, menos Tom (Tom Holland, no caso. Não o Hiddleston que segurava portas para ela e era um doce); Holland, sempre cavalheiro e educado demais para mencionar algo que fosse a deixar desconfortável mesmo que por uma mensagem de texto.
Lhe questionar sobre um compromisso que sabia que ela jamais perderia era a sua forma sutil de dizer que se importava além do que a mídia achava. Que o tal rumor não era tão importante assim.
Sarah Hastings havia alertado sobre isso — havia dito para tomar cuidado com os homens na indústria e os boatos que destruiriam uma carreira com facilidade, cumprindo com seu dever de agente e sempre repassando tudo o que a agência dissesse. Mas, com o estrelato e o mundo buscando defeitos em sua história, não podia evitar breves deslizes como o do almoço.
Cochichar com um colega de elenco deveria ser normal igual era enquanto gravava com Tom. Devia poder gargalhar sem precisar cobrir a boca e estapear seu co-star só por diversão entre takes. Porém, nem tudo era como gravar com ele, e ela sabia não poder reclamar pois havia pedido por isso, é claro: “Quero papeis mais distintos, Sarah. Chega de ser a garotinha da Marvel e a namoradinha do Holland.”
— Namoradinha do Holland... — sussurrou no silêncio do quarto. — Só podia ser piada...
Logo, tais papéis vieram, auxiliando a desviá-la da heroína usando catsuit e a transformando de Jo March à jovem Donna Sheridan em sets de gravação. Mas sempre havia aquele espaço exclusivo para a franquia que a impulsionou e para aqueles que estiveram do seu lado a ajudando a crescer, em especial o querido co-star cuja opinião era mais importante do que a dos críticos sedentos por suas lágrimas. Hastings havia gargalhado com tudo o que tinha acontecido no decorrer da semana, em especial, como após alguns assessores pedirem com carinho, aceitou gravar uma entrevista com Tom para despistar qualquer burburinho sobre Dylan.
— Se você ainda estiver acordada, eu não vou dividir o sorvete.
Virando o rosto para a porta entreaberta, sorriu para a amiga, que invadiu o quarto sem muita reserva. Katherine ainda usava as mesmas roupas que vestia quando a maquiou no início da noite para uma entrevista com a Juliard sobre “Os entraves para mulheres em um campo predominantemente masculino”. Kath se sentou na cama com um salto que fez pular, e por fim, abrir espaço.
Oh, o luxo que é me sentar na mesma cama em que Dylan O’Brien passou noites de paixão...
emitiu um som semelhante a um grunhido pela brincadeira.
— Nem me fale... — A reclamação arrancou uma risada da maquiadora. — O que eu faço? O Watts vai me matar... — esfregou o rosto em ansiedade. — O Favreau me mandou uma mensagem dizendo: “Fica atenta, pirralha”.
Segurando o pote frio sobre a barriga, a amiga se acomodou melhor.
— Não me preocuparia com o Watts se fosse você, ... Ou o Favreau — Katherine divagou ao raspar os cantos mais derretidos do sorvete. — Os fãs da Tessa já devem estar putos com você “traindo” eles com alguém que nem seja da Marvel.
Tessa Stark, sim. Ainda havia mais essa ponte a ser cruzada. A filha adotiva de Tony Stark; a famosa Fênix era o papel dos sonhos para quem queria ser atriz e pagar as contas para enfim sair da cidadezinha no interior. Um aviso vindo da ex-agente e fez as audições, pintou o cabelo e aprendeu taekwondo para as gravações. Do dia para noite, seus contatos no celular deixaram de ser colegas do ensino médio para serem Gwyneth Paltrow, Robert Downey Jr e Chris Hemsworth.
saiu de casa com o primeiro salário de Era de Ultron: 250 mil dólares por míseros 13 minutos de tempo de tela. O estrelato nunca havia parecido tão fácil quanto após o primeiro filme.
No momento do anúncio de Guerra Civil, ela já era um nome relativamente conhecido na indústria e o mundo se atentava à outra estrela revelada pela Marvel: Tom Holland. Os irmãos Russo foram claros nas instruções que lhe deram: “Se aproxime do Tom. Vão promover filmes juntos por um bom tempo.” Então, Homecoming chegou e a jovem Tessa tinha um papel importante no filme. Logo, os últimos filmes dos Vingadores vieram e um roteiro lhe foi enviado onde seu nome era o primeiro na lista do elenco. Um filme solo para a personagem de que rendeu oitocentos milhões para a Marvel e um contrato de mais dois filmes solos para a atriz.
— A Sarah pediu que você fosse bem elegante amanhã para a WIRED — Kath comentou com uma colher de sorvete de morango a caminho da boca. — Sem roupas brancas e sem parecer se sentir culpada pelo acidente, mas como é Dia dos Namorados, deveria ser algo que usaria em um jantar mais refinado.
riu com amargor.
— Não foi um acidente, Katie — ela respondeu, ainda incrédula com todo o reservoir que apenas uma conversa com o outro ator a rendeu. — Eu estava conversando com o Dylan e não quis atrapalhar outras conversas paralelas, por isso falei no ouvido dele — justificou-se da mesma forma que havia feito para a agente que a ignorou. — Somente isso. Não há culpa alguma.
A maquiadora dela balançou a cabeça.
— Pior ainda. — Apontou com a colher. — Você sabe como essa gente é e como é difícil pra uma mulher se manter estável na indústria. Tem sorte que as fãs do Dylan ainda não pularam na sua garganta. — Era verdade, claro. Todos haviam lhe avisado de como pares românticos causavam ciúmes em fãs. Por sorte, as fãs de Tom não pareciam se incomodar com isso, e sim apoiar que um dia se unissem. A atriz sentiu o estômago se remexer. — Ah, a Meghan separou um vestido de couro da Valentino. Preto e bem básico. As joias são as que a Ralph & Russo mandou e eu a convenci a te deixar usar um salto lindo da Prada, também.
— O salto que é um tamanho menor e que você está louca para ganhar?
A vida mundana entrincheirada na realidade de luxo era refrescante.
— Sim. — Kath riu e cutucou o pé da amiga. Para ela, não era a queridinha de Hollywood e dos designers de moda: era a melhor amiga que tirou a sorte grande de vestir vestidos de seis mil dólares. — Faça um show amanhã, tá? Você é uma boa atriz, então finge que tá morrendo com aquele salto, e a Meghan vai aposentar ele e você pode dar de presente para a mamãe aqui. — A ideia fez rir. Sempre que lhe mandavam roupas pequenas demais, elas paravam com Katherine Cox. devia manter o físico de uma heroína digna da Marvel, então não vestiam o mesmo. — Ou, se quiser, pode fazer um draminha a mais e terminar com o Holland te carregando para o carro no fim das gravações — alfinetou. — E não vamos fingir que você não ama estar agarradinha nele.
Se apaixonar por Tom havia sido fácil, e Kath sabia disso.
Tinha gostado do ator desastrado ainda enquanto gravavam Guerra Civil e ele era tímido demais para abrir a boca durante a leitura do roteiro. RDJ gostou do rapaz de primeira e não poupou chances de aproximá-los, os convidando para passarem as falas dele quando fingia não ter tempo. “Gatinha, passa a cena aí com o Tom” e “Filho, você pode treinar com a ? Ela tá meio ansiosa para as cenas”. Então vieram as semanas em que promoveram o filme e as entrevistas com todo o elenco, o casal do cinema já provável ao ponto de fazerem programas juntos e serem mencionados nas entrevistas alheias. Os quadrinhos não erravam: Peter Parker e Tessa Stark seriam um casal. E, surpreendentemente, a mídia também não parecia aceitar errar: Tom Holland e seriam um casal.
Tom era definitivamente uma das melhores pessoas que ela conheceu na indústria: trabalhador, dedicado e pé no chão. Como ela, havia superado bullying na infância por gostar de algo considerado apenas um sonho bobo. E ele adorava a fazer rir, comentar sobre os fãs e simplesmente conversar com ela, pois, mesmo sendo uma atriz, ainda se considerava tímida demais para ser aberta com outras pessoas. A forma que o ator sorria e os olhos brilhavam, o constante desconcerto e a resiliência em aceitar os moldes problemáticos da fama eram um retrato perfeito da pessoa que gostaria de ter ao seu lado.
Porém, as notícias de um namoro surgiram tão rápido quanto o interesse de e, pouco tempo depois, Tom já namorava com Nadia Parkes. Jacob Batalon contou a história do casal para Zendaya e , sobre como os dois estavam tão grudados que não conseguiram evitar assumirem o relacionamento para os amigos mais próximos. não se surpreendeu. Tom era um cara maravilhoso e qualquer mulher seria sortuda de namorá-lo, porém gostaria de saber por que não ela. Mesmo que, na época, os rumores sobre ela e Timothée Chalamet eram enormes, pois confirmaram seu papel em Adoráveis Mulheres e eles haviam saído para tomar um café em Los Angeles e se conhecerem melhor.
Bom, era isso que ela gostava de acreditar ser o seu impedimento.

*

O estúdio estava cheio como esperado para as gravações.
As preparações foram feitas no camarim recluso de , desde ser enfiada em um vestido, até colocarem seus brincos e arrumarem-lhe o cabelo. A estilista havia optado por um penteado romântico que contrastava com a formalidade do vestido e o salto elegante. Em poucas horas, parecia saída de uma revista de moda. Não hesitou em bater algumas fotos no espelho e postar um sneak-peak dos bastidores para os fãs dedicados, sem dúvida alguma de que eles descobririam onde estaria e o que estava fazendo. Um carrinho agraciou o camarim com os favoritos de logo depois; bagels com creamcheese e chocolate quente, além de notas para a entrevista.
— Qualquer coisa, ok? — o chefe de direção, Albert, reiterou na porta. — Qualquer coisa mesmo que você quiser, é só pedir para o Justin que ele consegue. — A jovem atriz sentiu o rosto esquentar com o cuidado extremo que recebia da equipe. Sempre temeu que a chamassem de diva, então era certo que nunca pediria por nada além do que fosse razoável ou necessário. — Quando estivermos prontos com a cenografia e o Tom chegar, nós chamamos você, ok?
— Muito obrigada, Albert. — Ela assentiu com um sorriso agradecido. — E, perdão, mas o Tom ainda não chegou?
— Ainda não. — O homem balançou a cabeça. — Ele está preso no JFK com a imigração, mas os documentos já estão saindo — o diretor garantiu, automaticamente se desculpando com ela. — Vai dar uma passadinha na acomodação em que estiver hospedado e vem direto para cá.
— Pensei que ele estava em Nova Iorque há mais tempo... — Uma vibração ecoou pelo cômodo e imaginou ser o seu celular. Pelo espelho, dava para ver que Katherine parecia ter se interessado na conversa, afinal tinha largado o pincel e prestava muita atenção no diálogo além de tatear a mesa atrás do aparelho. Já não entendia o motivo de Tom ter aceitado tal agenda se teria de cruzar o oceano. — Obrigada de qualquer forma, irei esperar sim. — Quando o diretor saiu do camarim, Kath esfregou o celular na cara de com um sorriso enorme.

[De: Tom Holland]
Você já chegou no estúdio? Preciso de mais vinte minutos, .
Prometo que não atraso mais.
[Para: Tom Holland]
Estou esperando, mas pensei que já estivesse em Nova Iorque.
[De: Tom Holland]
Não, não. Vim para a entrevista mesmo.
E porque você sentia saudade :)
[Para: Tom Holland]
Acelera aí, Holland.
Depois falamos da sua autoestima.

*

quis babar quando Tom se sentou no banquinho ao seu lado.
Suas roupas não deviam ser tão bem pensadas quanto as de , mas ainda assim pareciam perfeitas para uma entrevista casual, ou como todos do estúdio preferiram chamar: um encontro casual. Não era uma entrevista ao vivo, então todo o preparo necessário para se apresentar no Jimmy Kimmel ou falar para a Esquire era desnecessário, logo sua calça de alfaiataria simples, uma camisa preta e jaqueta marrom fariam o truque sem problemas. Com Harry Holland ao seu encalço e segurando o celular e fones de ouvido do ator, ambos tinham zarpado pelo corredor dos camarins minutos antes. Kath fez questão de abrir a porta para ver a cena, e logo soube que o interesse na amiga não era no ator, e sim no seu irmãozinho. Os dois haviam flertados algumas vezes no backstage das coletivas de imprensa para Guerra Infinita, mas nada foi definido ali, pois Kath ainda considerava Harry uma criança.
— Bom dia, — Thomas cumprimentou ao se sentar e inclinar-se para falar com ela, esfregando as mãos na calça quando, na verdade, queria levantar para tocar o rosto dela e beijá-la na bochecha. Havia sido alertado sobre o próprio agente para não demonstrar contato físico excessivo na frente das câmeras após o incidente da atriz com O’Brien. — Desculpa a demora.
— Boa tarde, Tom — ela corrigiu com um sorriso, tocando no bíceps dele para substituir o cumprimento afetuoso que tinha certeza de receber em outra situação. Ou não; ao considerar que Tom estava em um relacionamento agora, e ela não sabia se isso mudaria alguma coisa. — Jetlag está fodendo com a sua cabeça, Homem-Aranha. Ou devo te chamar de Cherry? — Os olhos pequenos de Holland se alargaram, as ruguinhas de sorriso no canto destes também marcando presença.
— Você assistiu? — Era uma pergunta incerta ao considerar a exposição do filme e o momento em que estavam, cinegrafistas e diretores apenas aguardando pelas plaquinhas de perguntas para começarem a entrevista, porém, o ator não conseguiu evitar a pergunta. fez uma cara como quem diria “acha mesmo que eu não ia ver?” e assentiu. — O que achou?
Uma assistente se aproximou com a primeira placa de papel triplex, uma cartolina de alta qualidade que continha um histórico falso de pesquisas. Thomas gesticulou educadamente para receber a placa e a co-star não se surpreendeu com o cavalheirismo.
— É uma história incrível. Você foi muito bem e a Ciara também. — suprimiu todos os elogios que gostaria de lhe oferecer pelo tempo curto e os diretores e técnicos se sentando atrás das câmeras. — Conto mais depois — ela prometeu com a mão na frente da boca para evitar que lessem seus lábios antes de ligarem o microfone preso no vestido. Tom assentiu e sentiu-se subitamente ansioso para ouvi-la.
Afinal, quem não adoraria agradar alguém que gostava?
não havia sido a única a se interessar por um membro do cast e Tom facilmente podia compreender isso. Atuar era algo complicado, e desenvolver a química necessária para tornar diálogos idealizados por um autor em algo gostoso de se ver no cinema também era. Então, em um dos inúmeros cafés que tomaram durante as gravações de Guerra Civil, os dois começaram a conversar, e havia mais coisas em comum do que esperavam, muito mais que ele podia desejar de uma colega de elenco.
era facilmente quem imaginaria ao fechar os olhos e pensar em um futuro — não que tivesse feito isso mais de duas ou três vezes, preocupado com o sentimento que floresceu pela co-star. Mas havia algo na calmaria de e o sorriso gentil que atraía Thomas como um imã. E isto, somado ao poder e talento da atriz, era um atrativo a mais; sempre interessada em fazer tudo da forma correta para estar à frente de tudo e também o estimulando a ser melhor — muito mais que consideraria antes.
As cenas sempre fluíam com facilidade entre os dois, e Tom não podia pedir mais de protagonista, mas a maioria não era como ela. Não sorriam no meio de takes onde o foco da trama era em outro personagem, não saltitavam pelo set de filmagens ou gritavam desesperadas com qualquer som alto como ela. E era a mesma pessoa tanto com as câmeras ligadas quanto desligadas, gargalhando alto quando queria e apertando os olhos para entrevistadores que tentavam resumir sua personagem ao interesse amoroso de Peter Parker. E Thomas a adorava por isso: sua coragem em retrucar para incômodos e bater o pé por respeito quando não lhe era oferecido.
Então as notícias sobre Adoráveis Mulheres surgiram com a mesma animação igual Fangirl fez semanas antes da entrevista lhe ser proposta: nas capas de revistas e com o Twitter fervendo pelo mais novo casal. E em um instante, Tom e não eram o casal favorito do mundo, e sim ela e Timothée, aqueles dispostos a levar os títulos de Jo March e Laurie para a próxima geração. E Tom odiava o quanto Jo era a personagem ideal para e como ela iria se dar bem o suficiente para os fãs eternamente lembrarem do “casal perfeito” sendo com Chalamet, e não com ele. O sentimento estúpido e egoísta dele apenas amplificou-se pela recente capa da revista People, essa que o levou a atravessar o oceano para gravar uma única entrevista a fim de lembrar o mundo de quem era o par-perfeito de nas telas mesmo que ele não tivesse culhões para fazê-lo por trás das câmeras.
— Vou começar dizendo que é um prazer ter vocês dois aqui na WIRED — o diretor anunciou de sua cadeira, e ambos olharam para ele. — Nós estamos muito animados para essa entrevista. É certeza que vocês vão dar uma chuva de visualizações, então muito obrigada por aparecerem. — sorriu com a sinceridade que era sempre bem-vinda. Gostava de saber em que pé estava com todos que trabalhava. — Tom, você já fez uma WIRED dessa, não fez? Pode explicar para a como funciona? Já fizeram por e-mail mas é sempre bom lembrar.
— Já, já fiz. — Thomas imaginou que devia se dirigir a e assim o fez, tamborilando os dedos na placa com insígnia do Google antes de voltar a fitar o homem. — Se não me engano, acho que foi em De Volta ao Lar, não foi? — Harry Holland concordou com a cabeça de onde estava no backstage, segurando um café. Então o ator voltou a olhar para a colega com confusão. — Você não estava conosco? Z e Jacob estavam.
— Eu estava em Genebra na época, mas sei como funciona. Já assisti à entrevista do Gyllenhaal e o Ryan Reynolds umas cinco vezes. — A confissão fez o estúdio rir, e percebeu como Kath havia conseguido uma cadeira na primeira fila junto com o irmãozinho de Tom. Ela o cumprimentaria depois. — A gente lê o comecinho, tira a fitinha e lê o resto? — Houve uma concordância geral. — Tudo certo, então.
— Estão prontos para começarem a gravar? — O casal assentiu. — Ok, vamos começar com vocês dois se apresentando e contando o que vão fazer, beleza? — Concordaram outra vez e o estúdio se silenciou. — Câmeras rodando em cinco, quatro, três...
O homem acenou para que iniciassem.
— Olá, eu sou a . — A vergonha de se apresentar para uma câmera era inevitável.
— E eu sou Tom Holland. — Sem perder uma batida, ele prosseguiu com um sorriso.
Juntos, completaram a intro: “E esta é nossa Wired Autocomplete Interview!”
— Esta é uma Wired Especial de Dia dos Namorados! — continuou, e Thomas assentiu com as sobrancelhas apertadas, a olhando.
— Trouxeram dois solteiros que namoram em tela para responder perguntas sobre nossos personagens, carreiras e rumores. — teve certeza de que seu sorriso foi amarelo. Essa era a grande ideia de sua agência? A forçar a dizer publicamente que era solteira e depois negar tudo com Dylan?
— Na verdade, a Tessa e o Peter não namoram — Tom adicionou, mantendo a expressão confusa como lhe foi pedido no mini-script da entrevista. “Porque o Peter é um lerdo”, a atriz cochichou com um sorriso falso para a câmera. — Porque a Tessa brinca com os sentimentos alheios usando o Harry como marionete. — Ele clarificou, e a mulher revirou os olhos.
jogou um beijo no ar logo depois:
— E um grande beijo para a marionete mais encantadora: Mike Faist!

*

— Primeira pergunta... — Tom removeu o adesivo, esse não tão barulhento como o da sua primeira entrevista para a WIRED. balançava a perna no banquinho enquanto via a pergunta se formar. — De onde é ? — Ele a olhou com um sorriso de quem sabia a resposta. sentiu um alívio pelo nível de “pesquisas” que estavam sendo feitas sobre ela.
— Eu sou do Brooklyn, Nova Iorque — a jovem atriz respondeu com orgulho.
— Deve ser um saco fazer sotaque britânico, não é? — Thomas questionou para movimentar mais a entrevista após a resposta rápida. E era de conhecimento geral no set que ele gostava do sotaque de , a troca que tinham de fazer um com o outro nas câmeras sendo motivo de risadas sempre que uma palavra errada escapulia e um errava a pronúncia. — Eu digo isso porque tenho que fazer o sotaque do Queens pro Peter e já fiz muitos outros, tanto que sei ser difícil de se acostumar.
O agrado do diretor era claro, a conversa fiada valendo cada centavo de cachê.
— Acho que o grande problema, pelo menos para mim, é manter o sotaque consistente o filme inteiro — respondeu, não olhando tanto para as câmeras, e sim para o rapaz. A pergunta sobre o sotaque era facilmente uma que Tom faria a qualquer momento e parecia genuína, portanto merecedora de sua atenção. — Principalmente no nosso caso, que é uma franquia enorme de filmes. E também tem a questão de ele não sair ofensivo, é claro. — O ator balançou a cabeça para descartar a preocupação, e sorriu em agradecimento.
— Não sai, não — garantiu, se preparando para outra pergunta. — O seu não — adicionou com gentileza, e ela sentiu o peito esquentar. — Hum... Onde você se formou? — Como se tivesse ciência que a repetição de nomes iria ficar chata, o rapaz decidiu modificar um pouco a “pesquisa”.
– Vamos pular a pergunta, que tal? –— deu de ombros com um sorrisinho tímido. — Eu fui aceita na Juliard — ela se explicou para a câmera. — Mas, uma semana antes de finalizar minha matrícula, fui chamada para participar de Era de Ultron. Então... — Holland sorriu ao imaginá-la tão jovem e animada com tantas opções. — Sem faculdade no momento. Mas você se formou, não foi?
— Formei, sim. Curso de representação na RADA. — Ele deu um joinha para a câmera na expectativa que ninguém mencionasse o seu curso de dois anos e Harry gargalhasse dele ao lembrar suas fotos da formatura tiradas pela mãe dos dois. Tirando a terceira fita, ele questionou: — Quando começou a atuar? — Releu mais uma vez e sorriu para . — Essa é uma boa pergunta! — Sua animação óbvia em saber mais sobre ela era um deleite para .
— É sim! — A jovem bateu as mãos. — Trabalhos profissionais mesmo foram na Marvel, obviamente. 2013 para gravar a cena pós-crédito de Soldado Invernal e 2014 gravando Era de Ultron. Mas eu participava das peças da minha escola no ensino-médio e já havia até interpretado Jo March. Por falar nisso: assistam Adoráveis Mulheres! — Não poderia deixar de promover o filme, este tendo estreado um ano antes da pandemia e já disponível em diversas plataformas digitais.
Tom sentiu-se azedo ao em Chalamet roubando o seu posto.
— É um ótimo filme. — Fez questão de elogiá-la. — Você está ótima. — Apenas elogiá-la. Ele logo pulou para a quarta pergunta. — é a Fênix? — Thomas sorriu largo com a cara incrédula de com a pergunta. Se ajeitando na cadeira, ele colocou o braço na frente dela, como se a poupasse de ter de se defender. — Eu respondo: sim, ela é a Fênix! — “Obrigada! Alguém tira a minha avó do Google? Ela não sabe o nome da minha personagem até hoje.” Rindo ainda mais, ele prosseguiu para a próxima fita. — Fênix de e Sophie Turner?
— Dois universos cinematográficos diferentes e realidades diferentes nos quadrinhos. — Como uma geek de respeito, ela havia feito o favor de aprender tudo sobre a Marvel muito cedo na carreira com eles. — São diferentes “Terras” no Multiverso. Como a Wanda Maximoff da Liz Olsen e a Feiticeira Escarlate dos quadrinhos. A Wanda, até agora onde apareceu no MCU, nunca foi chamada de Feiticeira. Bom, fora de WandaVision. É bem complicado, pois algumas coisas nas histórias são semelhantes, e outras não.
Surpreso pela resposta complexa, Holland tirou a quinta fita.
— Quem é ? — Ele olhou para a co-star após ler a pergunta. Havia um genuíno interesse dele, e percebeu. — Essa eu te deixo responder — Thomas ofereceu galanteador, como se realmente estivesse tentando a conquistar em um encontro.
— Pergunta bem preocupante, hein? Eu ainda estou trabalhando muito em quem sou e quem quero ser, então... Advinha quem vai tomar sertralina hoje à noite? — Desde assistentes até o próprio diretor riu da piadinha de mal gosto. Holland soltou um “Dear Lord” e gargalhou. Ele mesmo tomava ansiolíticos às vezes, então era seu direito rir de algo assim. — Para ser bem sincera, é esse tipo de coisa que me deixa um pouco nervosa. Saber se as pessoas me conhecem e o que acham de mim é algo que costuma me fazer pensar muito.
— Quem é o Celebrity Crush de ? — Thomas leu a outra pergunta e arregalou os olhos.
— Meu Celebrity Crush é o Matthew Gray Gubler — a mulher respondeu ao dar de ombros. Com sorte, receberia uma ligação do ator mais velho e Tom fecharia a boca aberta em surpresa antes de começar a babar. — O cara é exatos dezessete anos mais velho que eu. Depois dele, com catorze anos de diferença, é o Henry Cavill. — Ela riu com embaraço. — Meu pai me abandonou quando era pequena então, por favor, entendam.
... — Tom riu com uma mão no ombro da atriz, a cabeça baixa, pois era demais para ela fazer piada com este tipo de coisa. sorriu com o apelido que ele proferiu e com o toque despreocupado, dando tapinhas na costa de Holland. — Ok, hmm... — Tirando a última fita, ele virou a placa na direção dela. — A Fênix poderia ter matado Thanos? Pergunta complicada e que vai gerar briga no fandom.
— Briga na certa... — suspirou e decidiu que deveria dar um docinho para os fãs dos filmes igual Anthony Russo havia feito assim que Ultimato saiu nos cinemas. — Bom, enquanto eu conversava algumas vezes com os irmãos Russo, esse assunto chegou a vir à tona — explicou-se. — A Tessa iria, sim, matar o Thanos. Não precisamente em Guerra Infinita, mas em Ultimato. O despertar dos novos poderes dela com a Pedra da Mente foi algo que poderia ter mudado muita coisa na história. — Thomas apertou os lábios, impressionado com a descoberta. Em sua mente, tal desfecho seria incrível. — Mas muito teria de ser arriscado para dar essa chance a ela. Para finalizar o ciclo de alguns personagens, tiveram de remover isso da história.
— Acho que eu estava almoçando no trailer quando você gravava uma cena que nem chegou a sair no filme... — Imediatamente, a jovem soube do que Tom falava e assentiu. Não deviam dar spoilers do que podia ou não acontecer nos filmes, então seria um segredo para o público. Lembrando-se disso e de todos os puxões de orelha que recebeu, ele reformulou o que tinha dito. — No fim das contas, acho que esse final foi muito difícil de gravar.
— É... Foram cinco anos gravando esses filmes, pelo menos na minha parte. Com o RDJ, a Gwyneth, a ScarJo e o Evans... Me partiu o coração dar adeus em Ultimato daquela forma. Ter de continuar sozinha... — Havia um sorriso agradecido e doce no rosto dela enquanto falava, provando para Thomas mais uma vez o quão era apaixonada pela personagem e sua trajetória, sendo, além de atriz, também uma grande fã. Para ele, em um mundo onde atores só conheciam o que estava no script, os passos a mais que dava para aprender e se apegar ao papel eram refrescantes. — É bem difícil de se habituar.
Se ela não estivesse tão focada em relembrar a doçura dos momentos com todo o elenco que a acompanhava há anos, poderia até perceber a forma que Tom a olhava em absoluta adoração em seu banco; as perguntas descansando sobre o joelho e imerso em sua visão dos últimos dias de filmagem, absorvendo cada detalhe dos maneirismos de e como sua voz soava.
— Bem... — Tom iniciou ao despertar. — Não exatamente sozinha...
riu com a alfinetada e afagou o braço do colega.
— Não, não. Não exatamente sozinha — ela corrigiu-se para não o ofender e algumas risadas dos staffs a acompanharam. A jovem sabia que o que diria em seguida soaria arriscado, porém não pôde ou não quis evitar. — Tessa tem seu bom amigo Homem-Aranha para ajudar a salvar o mundo. — Holland ergueu a sobrancelha com a surpresa da possível comparação e fez um beicinho ao concordar. — E eu tenho meu bom amigo Tom Holland pra me ajudar a seguir com as gravações.
Alguém bateu a claquete para cortar a gravação enquanto providenciavam as perguntas para Tom, e ele não impediu um sentimento morno de se espalhar por seu peito e pescoço, mesmo ciente que estaria ruborizado e podia ver como algo assim o afetava. Jacob Batalon ria sobre isso sempre que podia, pois o carinho que sentia por nunca passava despercebido pelos amigos e familiares de Thomas. Até mesmo Nadia Parkes comentava sobre de tempos em tempos, um dos motivos que resultaram no fim do namoro dos dois há três meses. Havia sido uma briga fútil sobre o desinteresse de Nadia em maratonar os filmes da Marvel com Tom e Paddy.
Após um celular roubado e vinte minutos no banheiro, Parkes decidiu que já sabia tudo o que devia saber sobre o relacionamento dos dois. Sabia que Tom ficava acordado até as duas da manhã para conversar com apesar do fuso-horário, que se falavam diariamente e mandavam memes e links de fansites um para o outro. Então Nadia terminou com ele, o relacionamento já inexistente para Tom no instante em que ela decidiu invadir sua privacidade e não dialogar. Após severos puxões de orelha da mãe e conversas sérias com Harrison, Holland finalmente havia tido consciência de sua canalha tentativa de desapegar-se de usando Nadia. Um e-mail enorme de desculpas depois e ela já o odiava muito mais do que uma vez tinha amado.
— Vamos começar? — o cutucou com a placa que ele nem havia percebido ser entregue a ela. Como as perguntas eram sobre Tom, desta vez seria ela a segurar e tirar o adesivo. Ainda relembrando as conversas que teve em Londres, o ator assentiu e arrancou a primeira fitinha com certa agressividade, logo rasgando um pedaço do papel. — Grande dia, né? — Rolando a cabeça para trás, o londrino precisou fechar a boca para não rir enquanto ela lutava para cutucar o adesivo. — Dá para ler! Tom Holland... — Tamborilando os dedos para causar suspense, ela sorriu travessa. — Tom Holland faz as próprias cenas de ação? — indagou com um balançar da cabeça. — Graças a Deus não perguntaram isso para mim.
— Eu faço as minhas cenas de ação, porém tem algumas que não posso fazer. E então os meus dois dublês, Greg e Luke, que são muito talentosos, fazem elas no meu lugar — Thomas respondeu, e assentiu, já tendo conversado com tais dublês e os visto em ação. — A senhorita aqui os acha tão parecidos comigo que até mesmo já conversou por quinze minutos com um deles no meu lugar sem perceber.
Ela fez um beicinho.
— O detalhe é que são todos britânicos e estavam usando a máscara. — Era uma tentativa de convencer o público e Tom que jamais iria o confundir. — E surpreendentemente, todos falam com o mesmo biquinho que você fala, então fica confuso — assumiu, tímida. — Próxima pergunta para não te dar tempo de retrucar! — arrancou a fita enquanto Tom se acomodava melhor no banquinho e ria de sua pressa. — Tom Holland dá spoilers de filmes? — Tom chiou, apertando o rosto em uma careta para desviar de sua característica mais proeminente que o perseguia mesmo após anos. Já batia palmas com um sorrisão. — Sim! A todos os momentos, ele dá spoiler de filmes!
— Foi uma vez! — ele mentiu para tentar se defender.
segurou o dedo erguido dele como se pudesse contê-lo.
— Mais de uma vez, Tom! — reiterou com certeza, e o londrino arqueou as sobrancelhas. — Ah, qual é! Eu não tenho dedos suficientes para contar todas as vezes em que me ligaram para te usar como mau exemplo! — O estúdio explodiu em gargalhadas, a dinâmica da gigante em entretenimento soando semelhante a uma mãe que usa irmãos como modelos de comportamento. cutucou a bochecha do astro com o dedo dele e foi remover a terceira fita. — Aliás, se eu me lembro bem, a primeira vez que dirigiu uma palavra a mim foi para dar um spoiler de Guerra Civil.
— Ok, isso é verdade. — Thomas apresentou um de seus melhores sorriso para ela, virando-se na cadeira e agora segurando os dedos de em sua palma morna. O ato foi inocente nos olhos dele, da mesma maneira que fariam em outra situação. — O que estávamos fazendo? — Ele franziu as sobrancelhas ao pensar, enquanto a mente de navegava para a capa da People quando apenas falava com Dylan e se questionou o que segurar na mão de Tom significaria para a imprensa. — Estávamos tomando café, não é? Eu lembro que fiquei até ansioso no dia por causa da cafeína... — Ela assentiu e não saiu do toque do ator mesmo que isso significasse que Sarah puxaria sua orelha de novo. — Eu falei que não acreditava que os Vingadores iam se separar! — Tom gargalhou e foi acompanhado pelos staffs. Uma risada feminina qualquer trouxe a imagem de Nadia Parkes para a mente de . — Mas assim, eu disse aquilo com fé que você teria lido o roteiro!
Ambos se lembravam daquele dia e isso significava um infinito para . Era uma das poucas cenas em que sua personagem aparecia, e ela teria de lutar contra metade do elenco com produtores nos bastidores analisando cada um deles. E no intervalo das gravações, ela se enchia de sanduíches e chocolate quente em uma tentativa falha de lutar contra a ansiedade, essa que sumiu assim que conversou com Tom no carrinho de lanches. O script da atriz não continha todas as cenas por motivos de segurança, o que fez todo o encontro ainda mais engraçado de se lembrar. deu um soquinho no braço de Tom e soltou a mão dele enquanto lia a outra pergunta:
— Você gosta de ler?
— Às vezes. — Ele considerou a pergunta esfregando as mãos na calça ao ponderar uma resposta docente. Tendo tantos fãs jovens, o mínimo que deveria fazer é influenciar a leitura. — Eu tenho dislexia e um pouco de déficit de atenção, mas consigo ficar tempo suficiente lendo livros que sejam mais... — Gesticulou com as mãos. — Hmm...
— Tem criança assistindo... — a co-star cantarolou.
— Estou falando sobre os livros que você me deu. Os especiais. — “Os especiais” eram a coleção de Billy Elliot com uma fonte ideal para disléxicos. — é uma leitora ávida, se vocês não sabem — Tom se dirigiu à câmera. — Estou tentando pegar o hábito também — o ator se explicou. — Mas tenho muita dificuldade de concentração, então tento pender mais para audiolivros ou palestras.
A atriz leu outra pergunta:
— Tom Holland precisa usar óculos? — Balançando a cabeça com uma careta, ela respondeu: — Não, mas ele acha que fica bonitinho. — Tom não teve tempo de responder, afinal já estava rindo com a resposta atravessada de quando os dois já sabiam que ele não precisava de óculos algum. — O Homem-Aranha pode ficar sem teia? — leu.
— Claro! — O ator assentiu com interesse no tema, afinal sempre foi um grande fã do herói mesmo antes de interpretá-lo. — São tipo refis que ele tem, então é normal que acabe. — mantinha-se concentrada em Thomas enquanto ele entrava afundo sobre as teias, como o personagem possivelmente tinha que limpar o lançador e outros detalhes em que ela não pensaria. — Até em... De Volta ao Lar! Sim, em De Volta ao Lar, o Peter estava fazendo as teias em uma cena... — Em silêncio, ela apreciou como Tom demonstrava interesse no assunto e como levava cada pergunta para o coração com carinho pelos fãs.
Talvez esse fosse um dos detalhes que haviam feito se interessar tanto por Holland: sua infinita atenção e carinho com todos, o constante respeito e gentileza que tanto faltava na indústria tendo culminado em uma só pessoa. Ela ainda se lembrava de uma passagem belíssima escrita por Charles Chaplin para a filha: “Seu corpo nu apenas deverá pertencer a aqueles que se apaixonarem por sua alma nua”. E sabia que há muito havia se apaixonado pela alma de Tom.

*

Quando uma assistente chegou com uma placa rosa, ruborizou.
Ali estava o grande motivo da entrevista e ela se sentia mal por ter arrastado Tom para algo tão expositivo só por um mal-entendido, porém, olhando o ator que bebia água calmamente, ela se confortou ao imaginar que ele não estava tão nervoso como ela. Bom, foi o que ela imaginou. Da mesma forma, Thomas gostava de se imaginar suave e calmo mesmo que suas mãos estivessem suando em apreensão. Ele temia soltar alguma informação indevida sobre seu namoro com Nadia, ou interesse em e outra coisa que fosse lhe embaraçar. E quando lhe entregaram a placa com o nome da atriz ao seu lado, o rapaz não sabia o que pensar. E se confirmasse algo? O que faria?
— Pessoal, todas essas perguntas passaram pelos agentes de vocês e pelas agências. — Parecendo notar o nervosismo dos dois, o diretor fez questão de relembrá-los da condição contratual que tinham. — Não precisam se preocupar — o homem adicionou e abaixou a cabeça, segurando a apreensão para não parecer tão angustiada. — Prontos? — Tom assentiu pelos dois, ciente de como isso era importante para . — Gravando em três, dois...
Entrando na personagem, esfregou as mãos e Thomas suspirou.
— Pronta, senhorita ? — o ator instigou, e ela o olhou com apreensão antes de erguer um joinha, tentando amenizar sua preocupação diante das câmeras. Ele cutucou a fitinha com corações vermelhos e a removeu. — está namorando... Tom Holland? — Thomas não conseguiu impedir o riso tímido e nervoso que prosseguiu a pergunta mesmo que respirasse, aliviada, o estúdio rindo pela reação dos dois. — Vamos ser sinceros, foi melhor do que esperávamos, não foi? — Tom brincou de novo, se sentindo ruborizar até a ponta das orelhas.
— Bem melhor... — A menor suspirou e balançou a cabeça. — E, não. — Afiou a expressão. — O Tom não tem essa sorte. — Deu um tapinha no braço dele.
Holland a olhou, pasmo pelo fora.
está namorando uma garota?
— Não, não. — Ela segurou um sorriso maior ainda ao responder à pergunta. — Mas! — Então ergueu um dedo como que dita uma condição. — Se você for a Rachel Weisz... Quem sabe?
Fazendo beicinho, Tom deu de ombros ao prosseguir.
— Está namorando o Timothée Chalamet? — Apertando os dentes, o britânico se conteve antes de fazer uma careta. De novo? — Não, ela está namorando o Peter Parker, você estão confundindo muito os nomes — respondeu atravessado, enquanto gargalhava pela possessividade que já tinha sido mencionada por Sebastian Stan e Anthony Mackie em um tentativa de embaraçar Holland durante um jantar que tiveram. Ela não respondeu para permitir que ele prosseguisse. — Nem namorou ele no filme, gente. Por favor, vamos prestar atenção na história...
— Foi a Florence que namorou o white boy do ano no filme, se não se lembram — também se defendeu, e Thomas assentiu diversas vezes antes de parar, pois estava confuso com o uso da denominação. “Pensei que eu era o white boy do ano.” — Não, você foi o white boy de 2018, o Timothée é o de 2019 — a intérprete de Jo March explicou.
Soltando um longo “Ah...”, o rapaz puxou outra fitinha, a última.
— Você namora o Dylan O’Brien? — Tom a olhou com carinho mesmo que a pergunta houvesse feito seu coração apertar ao imaginar o mal que algo assim faria à carreira dela.
sabia que devia agir como fez em outras perguntas, mas não dava.
— Sinto muito em partir o coração da revista People — olhou diretamente para a câmera ao responder —, mas não. — Balançou a cabeça como se também lamentasse que não houvesse se envolvido com Dylan, afinal ainda fariam um filme juntos e tudo era possível. — Mais sorte na próxima. — Ergueu dois joínhas enquanto Holland sorria por sua coragem e jogava a plaquinha de perguntas bem longe em apoio.

*

— Tom Holland namora... — arrancou a fita — ?
— Não — ele respondeu à pergunta com a atenção centrada na câmera, lábios apertados em descontentamento enquanto a co-star gargalhava em seu banco pela ironia. — Mas não é por falta de tentativa! — Holland justificou com um motivo arriscado, apontando e lhe culpando pelo relacionamento inexistente.
— Seis da tarde em pleno Dia dos Namorados e você me vem com essa... — lamentou-se de maneira falsa, a falta de verdade mais explicitada pelo sorriso enorme que ele fez questão de retribuir. — Ugh. — Ela fingiu ter um calafrio que apenas lhe conseguiu um chutinho na perna vindo do colega de elenco, ainda mais ruborizado com o fora e com o consecutivo beijo no ar enviado por ela que teve ele como receptor. Puxando a fitinha, logo se podia ler: — Você está namorando com a Zendaya, Holland?
Tom flagrou o irmãozinho rindo no backstage.
— Sinto no fundo do meu coração que ela iria dar a mesma resposta que você deu pra essa pergunta. — Ambos gargalharam porque sim, um “ele não tem essa sorte” seria a resposta exata de Colleman. Assim como Mackie e Stan, a maior diversão da atriz era aloprar Thomas sempre que possível. Balançando o dedo, o Homem-Aranha reiterou a resposta. — Não, não estou.
mal tinha parado para pensar quando o outro nome surgiu.
— Jake Gyllenhaal! — se abanou com a plaquinha assim que perdeu o ar de tanto rir, sentindo lágrimas se formando em seus olhos, pois imaginar Tom e Jake como um casal era hilário considerando a relação dos dois. Com sorte, fariam mais montagens do que as já existentes deles na internet e ela e Mackie teriam mais material para provocarem Holland. — Sim! Eu amei essa pergunta! — Festejou sorridente enquanto Tom mantinha a cabeça baixa, pescoço e orelhas rubras visíveis para ela. — Tom, você está namorando o Jake Gyllenhaal?
— Jake e eu somos casados! — Thomas colocou a mão no peito e olhou para a câmera com ofensa.



FIM


Nota da autora: Olá! Aqui é a Elis e eu espero que todas estejam bem e tenham gostado da fic! A PP interpreta uma personagem de criação minha na fanfic Phoenix – The Homecoming Endgame (sim, estou fazendo jabá :D), que também está aqui no FicsVerse! Podem entrar em contato comigo no meu insta (@autoraelis). Espero que tenham curtido a leitura e não deixem de comentar! <3

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