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Autora Independente do Cosmos ✨
Concluída ✅


Parte 1

"AOS 65 ANOS DE IDADE, LIGIA LAVOIE ANUNCIA APOSENTADORIA. A ATRIZ ENCERRA A CARREIRA COM TRÊS INDICAÇÕES AO OSCAR, UM PORTFÓLIO IMPECÁVEL E SEGUE SENDO UMA DAS ATRIZES MAIS PODEROSAS DA ATUALIDADE."

— Sua mãe vai mesmo se aposentar?
Uma voz feminina soou muito perto do ouvido de e ela não precisou se virar para saber quem era a dona da pergunta. A atriz continuou passando a notícia pela tela do celular, antes de sentir o lado esquerdo do sofá afundar.
— Sim — ela respondeu, finalmente.
, ou simplesmente , como gostava de ser chamada, virou o rosto para encarar a melhor amiga — e colega de trabalho —, ao seu lado. As duas tinham se conhecido em um evento de lançamento de uma marca famosa, muito tempo atrás e, desde então, tinham virado amigas e se encontravam sempre que podiam, na correria do dia a dia do trabalho. Mas dois meses atrás, foram convidadas a protagonizarem uma trilogia de filmes eróticos, baseado em uma sequência de livros de uma autora que alcançou a fama só com o primeiro livro, no primeiro lançamento. Tinha feito tanto sucesso que a Netflix comprou os direitos para produzir os filmes.
E, bem, ali estavam. Sentadas juntas em um sofá confortável do camarim principal, esperando a próxima tomada de cena.
— E como você se sente? — Holly indagou.
Ela estava muito bem vestida, mas ainda faltava completar a maquiagem. Era a parte que ela mais detestava de toda a produção e sempre que podia, fugia, exatamente como naquele momento. quase sorriu ao lembrar daquilo, mas balançou a cabeça, concentrou-se no assunto e soltou um suspiro como resposta.
— Eu falo muito pouco com a minha mãe, você sabe — começou a responder, observando Holly assentir. — É frustrante ouvi-la dizer o tempo todo que eu tenho que ser duas vezes melhor do que ela, mas a cada papel que eu aceito fazer, sou criticada. Não quero ser melhor do que ela, eu só…
Sem conseguir completar a frase, ela soltou um palavrão baixo, seguido de um dar de ombros muito derrotado. Holly crispou os lábios e deu uma palmadinha leve no ombro da amiga, como se não soubesse direito qual era a melhor maneira de confortá-la.
— Eu sei, .
— Não sei como me sinto com o fato de que ela vai se aposentar, finalmente continuou e Holly riu. — Mas estou sinceramente começando a levar tudo na esportiva. Olha só.
Ela pegou o celular de volta e buscou a notícia que estava lendo antes, descendo a tela até o final da matéria. parou de rolar a tela e pigarreou, olhando rapidamente para Holly, levantou um dedo indicador, voltou a encarar a tela do celular e começou a ler o que estava escrito:

“É uma pena para os grandes amantes de cinema que Ligia esteja se aposentando, mas não é uma notícia completamente arrasadora, afinal de contas, a geração de sucesso da atriz continua com , sua única filha e estrela do cinema hollywoodiano, recentemente contratada para protagonizar o papel principal de uma nova trilogia de filmes da Netflix, ao lado do ator britânico, , com quem já contracenou antes. É de conhecimento público que os papeis da mais nova são muito diferentes de todos que sua mãe protagonizou, mas quem sabe agora, finalmente, não consiga alcançar a mesma essência da mãe e se transforme, também, em uma das atrizes mais poderosas da atualidade?”

— Você levou isso na esportiva? — erguendo a sobrancelha, Holly questionou, meio desconfiada.
— Aham — respondeu. — Olhe só ao redor, não quebrei nada, quebrei?
Holly acompanhou o olhar dela, passando minimamente os olhos pelo recinto, demorando um pouco, só para ter a certeza de que ela estava mesmo falando a verdade. Holly voltou a encarar a amiga e balançou a cabeça.
— Impressionante, , mas ainda são 11 horas da manhã — avisou. — Você tem o resto do dia para quebrar o camarim inteiro.
Soltando um suspiro resignado, guardou o celular de volta e deu de ombros, resolvendo ignorar o ponto negativo que a outra estava apontando.
— Você tem tão pouca fé em mim. Eu te odeio.
— Estou sendo realista, docinho — Holly retrucou. — E, ? Você já é uma das atrizes mais poderosas da porra da atualidade. Não deixe ninguém te rebaixar dessa maneira só porque sua mãe se recusava a ver um pau de verdade em cena.
riu gostosamente, um pouco mais aliviada da tensão que a matéria tinha deixado em seu corpo. Era sempre ruim e frustrante todas as comparações que a indústria hollywoodiana fazia na sua carreira com a da sua mãe. Na maior parte do tempo, tentava muito não se importar, focando na própria vida e em tudo o que ela tinha que fazer, para realizar seus feitos por conta própria. E daí que ela gostava de protagonizar séries e filmes eróticos? Aquilo não a fazia menos atriz, e muito menos indigna de talento; muito pelo contrário, o profissionalismo e a atuação de era bastante impressionante e elogiada, muito obrigada.
— Obrigada, Holly — a canadense agradeceu, com um sorriso mais tranquilo no rosto. — Agora, você não deveria parar de fugir dos pobres maquiadores? Você dá muito trabalho nesse quesito.
Holly jogou as costas contra o sofá, arrancando uma risada da mais nova.
— Isso demora muito! — Holly defendeu-se. — Eu fico tão entediada na frente daquele espelho enorme e nenhum dos maquiadores são sociáveis o suficiente para me entreter.
— Será por que eles não são pagos para isso? — provocou.
Holly revirou os olhos, mas sabia que a mais nova estava certa. Ela precisava mesmo parar de se esconder dos pobres coitados e atrasar o trabalho deles, mas era meio inevitável fugir atrás de alguém com quem pudesse conversar sobre qualquer coisa. Holly precisava constantemente estar falando sobre qualquer coisa, inquieta demais ficar calada.
— E o ? — Holly arriscou mudar de assunto.
encarou a amiga, levantando-se do sofá. Sua expressão assumia uma desconfiança com o assunto repentino trazido por Holly, mas a canadense resolveu não cair em qualquer que fosse a pegadinha.
— Ah… o que tem o ? — ela devolveu, querendo entender para onde o assunto a levaria.
sentou-se na frente do espelho, perto da mesa, que havia algumas opções de frutas. Ela buscou um cacho de uva sem semente e levou uma à boca, mantendo seus olhos fixos na mais velha, logo à sua frente, ainda sentada no sofá, como se não tivesse muito trabalho pelo resto do dia.
— Como ele é na cama? — Holly finalmente perguntou.
abriu um sorriso e balançou a cabeça, coçando a bochecha. Ela engoliu a uva e abriu a boca para responder a curiosidade genuína da melhor amiga.
— Como eu vou saber, Holly? — retrucou, com uma sobrancelha arqueada.
e eram os protagonistas da nova produção erótica da Netflix. Isso significava que eles iam contracenar cenas de sexo, mas ainda não tinham chegado lá. Todas as cenas que tiveram juntos eram consideradas preliminares, então, tecnicamente, não tinha mesmo como responder a curiosidade de Holly.
Pelo menos, não ainda. E não de verdade.
— Não estão mesmo transando? — Holly perguntou, como se tivesse esperança que aquele detalhe fosse mesmo verdade. — Transando de verdade, fora dos bastidores?
— Não, Holly! — respondeu, mastigando mais uma uva. Ela tentava a todo custo não deixar o seu desconforto com o assunto à mostra, temendo que sua melhor amiga conseguisse descobrir por pequenos detalhes como aquele que ela sonhava com . E não eram sonhos inocentes. — Quem está dizendo isso?
Era óbvio que rolavam fofocas entre os bastidores. Holly conseguia descobrir quase todas, isso quando não era ela espalhando as fofocas por aí.
— Os tabloides de todo Reino Unido, docinho — Holly respondeu.
balançou a cabeça. Assim como Holly, ela tinha ciência de que precisava se aprontar para a próxima cena, mas era horário de almoço e todo mundo tirava uma pausa. Ela podia se dar ao luxo de ficar um pouco escondida ali também.
— Você deveria saber, a essa altura da sua vida e carreira, que os tabloides não são exatamente confiáveis — avisou, apontando um dedo em riste para a mais velha.
Holly revirou os olhos, ignorando os fatos.
— Mas os tabloides às vezes acertam, não é? — Holly retrucou, pronta para argumentar. Ela levantou um dedo da mão esquerda. — Como quando eles publicaram que você estava ficando com Callum Turner. Ou quando eles noticiaram seu término com o babaca do Scott antes mesmo de todo mundo saber. Ou…
— Eu já entendi, Holly!
Holly sorriu, convencida. Ela simplesmente adorava o fato de estar certa em qualquer situação.
— Mas eu não estou transando com o afirmou, com determinação.
Holly não tinha outra opção, a não ser acreditar fielmente na melhor amiga, porque não havia motivos para negar aquilo para ela. Mesmo assim, a atriz não desistiu de provocar só mais um pouquinho, esperançosa de arrancar alguma coisa da canadense.
— Tudo bem, você não está transando com o gostoso do , mas os tabloides estão certos quando dizem que há uma tensão sexual fodida entre vocês, não estão? Ficam insinuando constantemente a química que vocês podem ter na cama.
quase se engasgou com a próxima uva que levou à boca. Ela conseguiu se recuperar da pequena crise de tosse e desistiu de comer o resto do cacho, lançando um olhar feio para Holly, que riu.
Malditos tablóides.
— Você e todo o Reino Unido estão vendo coisas que não existem. — apontou um dedo para Holly novamente. — Eu e o somos somente bons amigos.
— Bons amigos também transam.
não conseguia mais levar o assunto adiante sem denunciar a si mesma. Ela não sabia se existia mesmo qualquer tensão sexual entre ela e , mas era óbvio que se sentia atraída pelo homem. Ele tinha aquela beleza impressionante, um sorriso de matar e um sotaque britânico maravilhoso que só servia para lembrá-la que não devia cruzar os limites profissionais que ela mesma tinha imposto.
Estavam atuando juntos há três meses. De todas as cenas que contracenaram juntos, não tinha rolado nada ainda entre os personagens dos dois, mas sabia que as próximas cenas mudariam isso.
Ela precisava parar de pensar nele, de sonhar com ele, de desejar qualquer coisa. Estava ali porque tinha um trabalho a fazer, e se havia uma coisa que ela era muito boa, era atuar. Mas Holly estava ali, atentando mais um pouco do seu juízo sobre o homem, que já não estava bom. realmente não precisava de mais incentivo para continuar alimentando o seu desejo pelo britânico, então apressou-se em expulsar a amiga do camarim.
— Vamos, vaza. — Ela levantou da cadeira, puxando Holly do sofá pelo braço. — Eu tenho mais um ensaio e você precisa parar de fugir dos maquiadores.
— Nós já ensaiamos tudo — Holly interviu, sendo empurrada pela amiga até a porta.
suspirou.
— Meu ensaio não é com você — explicou, deixando Holly na porta. — Até mais, Holly.
A loira olhou para a mais nova com uma expressão meio indignada, mas como ainda era horário de almoço, ela podia fugir mais um pouco antes de ter que se render aos encantos dos maquiadores e se produzir. Não havia muita coisa a fazer, mas eles gostavam de deixar tudo impecável e ela ainda tinha duas cenas para terminar com outro ator até o fim do dia.
— Meu assunto com você ainda não acabou. — A loira apontou. — Mas tudo bem, eu vou.
Assim que ela se preparou para sair do camarim, seu corpo quase esbarrou com outro. Holly conseguiu desviar a tempo, encontrando um meio suado, indicando que ele estava na academia instantes atrás. Ele olhou para as duas mulheres e engoliu a seco, sentindo sua garganta arranhar. Ele parecia ter sido invocado a aparecer ali, como mágica.
! — Holly cumprimentou, com uma animação exagerada. quase revirou os olhos. — Estávamos mesmo falando…
deu um chute discreto na perna de Holly, impedindo-a de continuar a frase. A loira resmungou baixinho e disfarçou a situação para o britânico, que parecia confuso sobre o que estava acontecendo.
— Oi, meninas — ele cumprimentou de volta, percebendo que Holly não ia continuar. — Espero não estar atrapalhando nada. Mas, , vim buscar você.
Parecendo despertar à menção do seu nome, umedeceu os lábios e encarou o homem com a maior normalidade possível. Não agia feito louca perto dele, mas Holly tinha deixado-a meio nervosa, minutos antes, com todo aquele assunto de tensão sexual e agora ela precisava disfarçar melhor tanto para si, quanto para eles. Agir normal.
Era só isso que ela teria que fazer. Não era tão difícil, mesmo quando ele sorria daquela forma.
— Me buscar?
Holly ficou calada, observando os dois em silêncio. Por algum milagre, ela não fez nenhum tipo de piadinha que pudesse constranger , o que ela agradeceu mentalmente, mas preferia que a loira não estivesse ali, olhando-a com malícia, desconcentrando-a totalmente.
— Não combinamos de almoçar juntos? — ele questionou, lembrando-a.
coçou a bochecha e soltou um suspiro. Deus a ajudasse, estava difícil se concentrar ali, com ele suado, os fios do cabelo grudado na pele da testa e seus bíceps à mostra. Ela tentou não manter os olhos no homem por muito tempo e foi só quando Holly pigarreou que voltou à realidade.
— Claro, . Pode me dar cinco minutos?
O britânico concordou com um aceno.
— É tempo suficiente para eu me arrumar — ele concordou. — Te encontro lá fora?
assentiu e, com um aceno de despedida do homem, ele saiu, deixando as duas sozinhas novamente. abriu a boca e soltou o ar para fora, um pouco mais aliviada. Quando ela olhou para a loira e viu que ela estava prestes a abrir a boca, levantou um dedo, impedindo-a.
— Sem comentários, Holly!
A loira riu, balançou a cabeça e deixou uma desnorteada para trás.

🎬

— Você ainda mantém contato com o Callum Turner?
A voz de despertou a atenção da canadense. Ela levantou o rosto, encontrando o britânico espiando-a por cima do seu ombro e deslizou o dedo na tela do celular, bloqueando o aplicativo de mensagens.
— Sim — ela respondeu. — Principalmente quando estamos no mesmo lugar. Ele é meu melhor amigo, então…
Callum também era britânico, então era mais comum que ele estivesse por Londres do que , mas como aquele era o cenário do novo filme, ela precisou se mudar temporariamente para a capital da Inglaterra. Apesar de não manterem mais o sexo casual de sempre que tinha acontecido de maneira muito natural entre eles, Callum gostava de manter contato frequente com Theorora, os dois sendo amigos desde muito antes, quando se conheceram no processo de filmagem de um filme. Quase sempre, ela estava recorrendo a ele com algum assunto aleatório que considerava urgente, como qual vestido escolher na noite de uma entrevista ou qual era o melhor restaurante de comida e que entregava em menos tempo, já que ela era um desastre na cozinha.
— Achei que vocês tiveram um término feio — comentou.
revirou os olhos, balançando a cabeça. Ela começou a seguir o homem, andando lado a lado com ele, sentindo um cheiro de lavanda emanar dele, mas tentou manter-se concentrada na conversa. Eles só precisavam andar por cinco minutos para chegar a um restaurante que tinha ali, perto do set, porque precisariam voltar rápido.
— Me surpreende que você acredite em tudo o que é publicado pelos tabloides — ela rebateu. — Eu odeio o Reino Unido.
riu, mas ela estava certa. Ele sabia que era uma notícia falsa, porque depois que saiu, e Callum confirmaram em suas redes sociais que não tinham tido um término feio. Eles nem mesmo tiveram um término, já que não tinham um relacionamento, mas era meio difícil a mídia entender aquilo. Na época que a notícia saiu, eles frisaram, mais de uma vez, para os fãs não acreditarem em toda notícia que saía na internet sem que antes eles confirmassem a fonte. A fama era, até certo ponto, um porre.
— Eu gosto de te provocar, — o britânico disse, assim que chegou na porta do restaurante. Como um perfeito cavalheiro, ele abriu a porta para que ela entrasse primeiro. — Sei que os tabloides não são confiáveis, porque não estamos transando.
Graças a Deus, ela estava completamente agasalhada, o que impediu que o homem notasse que todos os pelos da pele dela tinham se arrepiado. não estava esperando que ele entrasse naquele assunto, mas precisou se recompor, controlando a respiração, obrigando os pés a andarem até a mesa que o garçom tinha indicado.
O restaurante estava acostumado com a presença de celebridades e, àquela altura, agiam completamente normais, o que só reforçava o favoritismo de pelo lugar.
— Ah, você viu esse também — ela optou por responder, mantendo-se segura em sua zona de conforto.
Ela sentou-se de frente para o britânico, que sorria, com os braços apoiados em cima da mesa pequena, uma distância mínima entre os dois. Ele tinha a barba muito bem cuidada, o casaco cobrindo cada centímetro de pele.
— O Jack gosta de me mandar toda notícia que menciona o meu nome — explicou. — Acho que ele fica esperançoso por um escândalo.
A canadense riu.
— Isso é um desafio? — Ela levantou uma sobrancelha, provocando. — Porque eu posso ser muito boa em aprontar qualquer escândalo.
O britânico exibiu um sorriso que mostrava que não duvidava de nada que aquela mulher era capaz de fazer. conhecia sua fama e conhecia toda a história dela. Sobre ela ser filha de uma das melhores atrizes de Hollywood e o peso que aquilo causava nela. A expectativa que toda mídia tinha sobre ela. Cada notícia comparando-a com a sua mãe, cada crítica ao seu papel. Era exaustivo, mas ele nunca ouviu reclamar sobre nada. Sendo sincero, ela mal falava da própria vida pessoal.
Quando a conheceu, ainda no set de filmagem de Nárnia, quando eram mais jovens, ficou aliviado de ter se dado bem com ela imediatamente. Ela era linda, esperta, inteligente e tinha um humor inabalável. Talvez fosse um pouco estressada, mas quem nessa vida não era?
— Eu acredito nisso — ele respondeu, encostando-se contra a cadeira. — Mas acho que prefiro deixar meu nome longe de escândalos por um tempo. Ninguém gosta de atores polêmicos.
riu, concordando.
Antes de algum deles abrir a boca para dizer algo, um garçom já conhecido dos dois apareceu perto da mesa, perguntando se eles já tinham decidido o pedido.
— O de sempre, por favor — a canadense pediu, observando o garçom assentir.
repetiu a mesma coisa da atriz e o homem deixou-os sozinhos novamente, pronto para preparar o pedido de ambos.
— O que você quer conversar sobre as próximas cenas? — ela finalmente indagou.
Eles sempre estavam conversando sobre o roteiro e se preparando para as cenas juntos; os produtores tinham ficado mais do que felizes com a química dos atores, o que só facilitava o trabalho de todo mundo. Não teriam dificuldade para gravar e nem editar muita coisa, bastava apenas que os dois entrassem em cena que pareciam simplesmente eles mesmos, deixando as coisas acontecerem.
— Ah, nada novo — respondeu, com um sorriso. — Na verdade, talvez seja. Tem mais a ver com o fato de eu querer me certificar com o seu conforto.
assentiu, devagar, sem entender muito bem sobre o que ele estava falando.
— Meu conforto? — indagou, incerta.
coçou a bochecha, mexendo na barba. A canadense tentou não se desconcentrar muito.
— Talvez pareça idiota da minha parte, é só que… — ele tentou continuar. — Você é uma excelente atriz. Desde a época de Nárnia, nunca escondi o que acho do seu trabalho, e esse tipo de papel não é um problema para mim. Mas… eu leio os tabloides. E sei o que sua mãe acha disso.
soltou um suspiro, entendendo finalmente para onde ele estava levando aquela conversa. A princípio, ela não sabia o que dizer.
— Esse tipo de papel também não é um problema para mim, — ela disse, um sorriso fechado nos lábios. — E eu consigo lidar com as críticas da minha mãe. Minha vida inteira foi assim.
Ele estudou a expressão suave dela, tentando encontrar alguma coisa que denunciasse o seu desconforto, mas ela estava tranquila. Serena, até, como se realmente estivesse blindada contra a toxicidade da sua mãe. Ele se perguntou o quão difícil era o convívio com a matriarca e o quanto teve que criar uma parede protetora sobre si mesma para se defender das críticas da mãe.
— Não deveria ter sido — ele se viu dizendo, encarando-a com uma intensidade nova.
A atriz engoliu a seco.
— Tudo bem, não é grande coisa. — Ela gesticulou exageradamente. — E não precisa se preocupar comigo.
— Ah, eu não tô preocupado com você. — Ele abriu um sorriso digno de galã. — Eu tô preocupado comigo.
Ela piscou, confusa novamente. Ele não esperou a canadense perguntar.
— Quando aceitei o papel, eles ainda não tinham decidido quem seria a protagonista — começou a explicar. — Eu fiquei um pouco preocupado, confesso, de não ser alguém com quem eu fosse capaz de me dar bem. Não que eu seja do tipo que tem problema com qualquer pessoa, mas para esse tipo de roteiro, erótico, quero dizer, eu meio que gosto de ter um pouco de… intimidade. Para fluir melhor e não existir nenhum tipo de desconforto de ambas as partes.
assentiu devagar, concordando silenciosamente. Ela também tinha ficado meio preocupada com a mesma possibilidade e tal preocupação logo sumiu quando descobriu que ele era o ator escalado e que não teria problemas com qualquer coisa. Ela gostava de manter uma relação mínima com qualquer ator que encenava envolvendo sexo, mas não contava, sinceramente, com o abismo de atração que sentiria pelo homem. Quando contracenou com ele em Nárnia, existiu um crush inocente, porque, afinal de contas, era muito bonito e eles eram bastante jovens. Ela não imaginou que fosse trabalhar juntos novamente. só ficava ainda mais confusa, sem entender se seus sentimentos reais poderiam atrapalhar ou ajudar em seu trabalho.
— Minha preocupação deixou de existir quando descobri que você seria a protagonista — ele continuou. — Por outro lado, também me deixou preocupado, já que, de certa forma, você sempre me atraiu. Desde a época de Nárnia.
Ela quase se engasgou com a pequena confissão que escapou da boca do britânico. tinha aprendido que era sempre sincero, mas não sabia que ele era tanto àquele ponto. Ela engoliu a seco, tentando disfarçar melhor a sua reação, mas ele tinha percebido.
?
A atriz levantou um dedo em riste, pedindo que ele esperasse um pouco, enquanto ela tentava recompor a própria postura. Que droga não ter sido preparada para aquele tipo de conversa, porque depois de Holly ter enchido a sua cabeça de coisas que ela não precisava, ainda parecia adivinhar que aquele era o assunto em pauta para o dia inteiro.
— Eu ultrapassei algum limite? — ele perguntou, meio preocupado.
riu, balançando a cabeça. Ela riu mesmo, com gosto, e encostou-se contra a cadeira, esfregando um pouco o rosto. Seu corpo inteiro tinha reagido às palavras do homem e aquilo era uma merda sem tamanho. Desde que tinha se envolvido com Callum, nunca mais teve aquele problema de atração intensa.
— Não, , é só que… — ela tentou responder, umedecendo os lábios. — Você me pegou de surpresa. Por que eu nunca soube disso?
Ele soltou um suspiro baixo, indicando o seu alívio. Seria péssimo que ela realmente achasse que ele tinha ultrapassado algum limite ou que estivesse entendendo os sinais errados.
— Porque, aparentemente, o William Moseley levava a melhor da sua atenção.
Ela coçou as bochechas, balançando a cabeça com uma risada baixa ao se lembrar daquilo. Seu crush por naquela época podia ter sido inocente, mas por William, não. O ator tinha toda a sua atenção e ela quase sempre agia como uma adolescente apaixonada e, pior, todo mundo percebia. Georgie e Skandar sempre a zoavam por isso.
— Ok, é justo — ela comentou, dando-se por vencida. — Mas você podia ter levado a melhor, considerando que o interesse era recíproco e o William nunca me deu muita bola.
— Então você está dizendo que eu deveria ter me contentado em ser seu prêmio de consolação? — ele questionou, com humor, uma sobrancelha arqueada na direção dela.
— Não! — Riu, se defendendo, as mãos mostrando rendição.
Houve um silêncio, os dois sustentando o olhar. inspecionou o rosto do britânico; parecia ainda mais tentada a guardar os detalhes.
Quando ele a convidou para um almoço, não imaginou que aquele seria um tópico da conversa. Eles tinham uma boa relação profissional, apesar de não terem mantido o contato amigável quando as gravações de Nárnia foram encerradas, mas sempre que se encontravam pelos eventos, faziam questão de se cumprimentarem.
— Só tô tentando garantir que estamos confortáveis — quebrou o silêncio, atraindo a atenção dela para si novamente. — E que a atração que eu genuinamente sinto por você não vai ser… um problema.
Ela sentiu a boca secar, o coração batendo mais rápido do que era considerado normal.
Que os anjos a segurassem, ela sentiu as pernas tremerem.
— Espero que não — ela murmurou, passando a língua pelos lábios. — Porque é recíproco.
Os olhos dele escureceram diante da confissão clara. Não estava esperando aquela reciprocidade, muito menos que ela realmente confessasse, considerando o seu apego por manter as coisas profissionais. Ela culpou aquilo ao fato de que os dois já se conheciam e que sentia-se confortável perto dele, o suficiente para sussurrar alguns segredos. era o tipo de cara leal. Não espalharia qualquer informação a seu respeito, principalmente se fosse pessoal. Ele quem ficou ao lado dela quando, na época em que ainda estavam gravando Nárnia, recebeu a notícia da morte do seu pai, de quem não era muito próxima, mas que, ainda assim, abalou o seu emocional.
No entanto, tinha algo ali.
— Mas…? — ele incentivou ela a continuar.
Ela engoliu a seco novamente. Sua cabeça fervia com mil coisas possíveis, a batalha entre a razão e a emoção tomando conta de si. Odiava ser tão metódica, tão fechada, tão… regrada. Entendia que era um tipo de defesa, mas muitas vezes desejava não ser assim. , naquele momento, embora soubesse exatamente o que sentia, não achava que deveria seguir adiante com aquilo tudo. Eles trabalhavam juntos e a última coisa que ela queria, era que tudo desse errado.
— Mas eu… — A atriz parou um pouco. Uma coisa era sentir tesão pelo seu colega de trabalho, outra coisa era tomar uma atitude e seguir adiante com aquilo, coisa que ela não podia fazer, podia? — Eu não acho que é uma boa ideia.
xingou-se baixinho de todos os nomes possíveis. Não queria alimentar mais ainda aquela atração, mas queria menos ainda envolvê-lo em alguma enrascada. A mídia não dava nenhum descanso para ela e a atriz estava acostumada com esse fato, mas não costumava muito ser notícias de tabloides de fofocas com tanta frequência. Não somente isso, com a aposentadoria da sua mãe, ela sentia a necessidade ridícula de se mostrar ainda mais profissional. Alguém que levava o trabalho muito a sério e não era menos talentosa por isso. Se envolver com , seu colega de trabalho e par no elenco, ia totalmente contra o seu principal objetivo. Em outra época, no entanto, não ligaria para aqueles questionamentos.
— Ei, — ele chamou, com aquele sorriso encantador, lindo e digno de quadro. — Está tudo bem. Eu entendo.
O britânico segurou as suas mãos, apertando-as contra os seus dedos, totalmente compreensivo. tentou sorrir, mas sentiu seu estômago embrulhar. Ela pensou no que Holly diria, se soubesse, mas, no fundo, ela sabia.
Porque era a mesma coisa que estava pensando.
Só podia ser maluca de rejeitar aquele homem na sua cama.

Parte 2

uma semana depois
set de filmagem



— Vocês dois têm uma entrevista juntos, em dois dias.
vestiu roupão e encarou a produtora do filme, que tinha uma expressão neutra, encarando o casal de atores juntos. Eles tinham acabado de protagonizar uma cena pequena e simples, mas tinham outras duas para filmarem, então era certo que passariam o resto da tarde no set, até que pudessem ser liberados.
— Começou a temporada de eventos para promover o filme? — questionou, recebendo o papel que a produtora tinha estendido para que um deles pegasse.
— Não — a mais velha respondeu, abrindo um sorriso sugestivo. — É para promover a química de vocês.
quase se engasgou. Ela olhou feio para a sua produtora, que tinha diversão estampada no rosto. Tentando ler o que estava escrito no papel na mão de , inclinou a cabeça na direção dele, como se já não estivessem próximos o bastante.
— Isso nem existe — replicou.
, por pura implicância, afastou ainda mais o papel do alcance da atriz. Ela bateu de leve no ombro dele, tentando ler o que estava escrito, mas ele não deixou.
!
O homem riu e beijou a bochecha dela. A canadense revirou os olhos, tentando não demonstrar o quão afetada tinha ficado com aquele gesto. Parecia que, depois da conversa dos dois no restaurante, as coisas tinham melhorado ainda mais. Ele não ficou magoado com a genuína rejeição e nem a tratou de maneira diferente depois daquilo, muito pelo contrário; respeitava a decisão dela e a intimidade entre eles pareceu crescer ainda mais. Eram como dois melhores amigos se provocando o tempo todo, quase como se estivessem travando uma batalha para saber quem ia ceder primeiro. arriscava beijos roubados em suas bochechas, um toque inocente em sua pele, aqui e ali, uma troca de olhares com direito a uma piscada elegante. E depois do beijo fictício que trocaram, quase uma semana antes, tudo estava intenso demais. Eles entregavam tudo de si nas cenas e as pessoas presentes começaram a perceber isso, elogiando o tempo todo a atuação realista dos dois. E era por isso que uma das pessoas responsável por publicar tudo do backstage nas redes sociais estava aproveitando para filmar algumas coisas deles juntos. Dois dias atrás, os atores tinham sido flagrados gravando uma cena de discussão que seus personagens teriam, mas estava fazendo gracinhas, o que acabou desconcentrando os dois no ensaio. o empurrou levemente e ele a puxou para um abraço, mas acabou derrubando os dois no chão do set.
— Você está precisando muito relaxar, — ele disse, finalmente entregando o papel para a atriz.
Ignorando o comentário do colega, ela resolveu dar toda a sua atenção ao que estava escrito no papel. Era uma entrevista para a WIRED Autocomplete Interviews, bastante conhecida por colocar famosos na frente de uma câmera e deixá-los lerem o que os fãs mais pesquisam sobre os ídolos. levantou os olhos na direção da produtora e apontou um dedo em riste para a mulher.
— Julia — ela chamou a produtora, com um tom de voz meio acusador e apontou para o papel. — Você tramou isso aqui?
— Por que eu faria isso? — Julia rebateu, remexendo os ombros na maior calma do mundo. — De qualquer forma, toda publicidade é ótima. O filme vai estrear ainda esse ano, então…
Ela pegou o papel de volta da mão da atriz e abriu um sorriso enorme para os atores, dando o fora dali rapidamente, deixando-os sozinhos. Não importava que ela tivesse mesmo tramado aquela entrevista, era parte do trabalho da mulher, não podia culpá-la. Mas não bastasse aguentar as gracinhas de Holly, ela ainda precisava lidar com as expectativas da produtora, que acreditava fielmente que algo estava acontecendo entre ela e .
— Bem, pelo menos não é ao vivo — disse, apertando ainda mais o roupão contra o corpo, ajeitando o cabelo em seguida.
soltou uma risada e parou na frente da mulher.
— Do que você tem tanto medo, ? — provocou.
lambeu os próprios lábios e encarou o homem à sua frente, revirando os olhos ao passar por ele.
— Quem foi que disse que era uma boa ideia trabalhar com você? — rebateu.
Ela parou perto da mesa de comida, pegou a garrafa de água com o seu nome escrito e bebeu alguns goles, sentindo a necessidade de manter-se hidratada. Ela tinha uma teoria muito boa, que consistia em provocando-a o tempo todo de propósito, para saber quanto tempo mais ela conseguiria resistir. Suas provocações eram sempre em tons de brincadeira e se perguntava, com uma frequência absurda, se ele fazia aquilo mesmo para testá-la ou para suprir o próprio desejo.
De qualquer forma, era melhor não saber a resposta.
— Te vejo depois — ele se despediu, ainda com um sorriso nos lábios.
não se deu o trabalho de responder. Ela simplesmente procurou pelo seu celular nos bolsos do roupão e deslizou o dedo pela tela, procurando pelo contato de Callum. Seria uma ótima hora para perturbá-lo com questões pessoais que ele não tinha nada a ver, mas que, como seu melhor amigo, tinha quase a obrigação de escutá-la.
Ela apertou o botão de ligar e pressionou o aparelho contra o ouvido, esperando que ele atendesse o quanto antes. Holly estava gravando uma cena com outra atriz e não tinha ideia de quanto tempo demoraria.
— Você se meteu em mais uma encrenca? — a voz do outro lado perguntou ao atender a ligação.
mordeu o lábio com um sorriso, aliviada que Callum tinha atendido. Teria alguém com quem conversar por alguns minutos antes de voltar para as suas obrigações de rotinas.
— Acho que você errou de ligação — ela rebateu.
Callum riu. Pelo barulho do outro lado da linha, ela supôs que ele estava em algum lugar com trânsito. Provavelmente tinha estacionado o carro só para atendê-la.
— Claro que não, , não dá para errar a sua ligação com a foto ridícula que você estampou na minha tela — ele explicou. — Além do mais, toda vez que você liga, toca Whitney Houston.
— Bom, nesse caso… — Ela bebeu mais alguns goles de água, antes de procurar algum lugar para se sentar. — Não, não me meti em nenhuma encrenca.
— Ainda? — ele provocou.
empurrou uma porta e, percebendo que não havia ninguém, entrou e jogou-se na poltrona que tinha disponível ali.
— Como meu melhor amigo, você está sendo péssimo em cumprir o trabalho de manter a fé em mim — ela reclamou, soltando um suspiro exagerado.
O lado ruim de ser amiga de Callum, que também era ator, era que ele sabia quando ela simplesmente estava fazendo teatro. Turner soltou uma risada gostosa. Depois de um tempo, ele deixou o silêncio recair, antes de perguntar.
— Está tudo bem, ?
— Claro, por que não estaria? — a canadense respondeu, estranhando a pergunta.
— Você está me ligando no horário de gravação e, a não ser que esteja encrencada ou precisando de algo, você nunca me liga à essa hora.
Um observador nato, de fato. Quando se tornaram amigos, em um set de filmagens de um filme de comédia romântica, não imaginava que os dois chegariam àquele nível de intimidade.
— Talvez eu só sinta sua falta, sabia? — ela retrucou. — Estamos no mesmo país e, ainda assim, não te vejo com a frequência que gostaria. Não era só por aquele motivo que ela tinha ligado para o mais novo. Sim, ela sentia falta dele pessoalmente, mas com sua cabeça cheia ultimamente, conversar com ele sobre qualquer coisa ajudava-a a colocar as coisas no lugar. Ela só precisava de um tempo longe da atração que sentia pelo colega de trabalho, das críticas dos jornais, das revistas e das menções no twitter. — Quer passar o fim de semana em casa? — ele convidou, com um sorriso nos lábios que ela não seria capaz de ver. — Nós podemos pedir pizza, maratonar Nárnia e relembrar o quanto você era caidinha pelo Moseley.
Ela soltou uma risada gostosa pela provocação da lembrança. Tinha sido um pouco constrangedor quando William descobriu sobre aquele fato, mas serviu para o britânico chamá-la para um jantar.
— É, mas no fim das contas, fui para cama com você, não fui? — ela rebateu.
— Sou um sortudo, de fato — Callum confessou. Houve um minuto de silêncio, antes dele continuar falando, mostrando para a canadense que, não importava o quanto escondesse os próprios sentimentos dele, Callum sempre sabia se havia algo incomodando-a. — , sei sobre a aposentadoria da sua mãe e a expectativa absurda que a mídia coloca em você. Sei também que, mesmo dizendo que não, isso te afeta absurdamente.
Ela engoliu a seco, mordendo o lábio inferior. Não era o seu assunto favorito para o momento, mas ele diria tudo de qualquer forma. — Callum. — Não, me escute — ele pediu. — Não importa se você brilha em papéis eróticos ou sendo uma princesa narniana, seu talento é somente seu e não tem nada a ver com a sua mãe — o ator continuou, sendo firme em suas palavras. — Você não tem obrigação nenhuma de conquistar as expectativas dela e nem de seguir o seu legado ou o que for. Construa o seu próprio legado, , entendeu?
Ela podia visualizá-lo olhando para ela com aquele jeito firme, a expressão séria e encantadora, os olhos demonstrando o quanto ele se importava com tudo e acreditava nas próprias palavras. A confiança que ele inspirava na mulher era a coisa mais importante que ela admirava, porque se Callum Turner acreditava nela, tudo valia a pena.
— Eu te amo — ela murmurou, um pouco emocionada. — Obrigada.
Eram palavras que ela não estava esperando, mas que ele sabia que ela devia estar precisando. Nem sempre era possível que um fosse presente para o outro, a não ser em ligações com horários diferentes devido ao fuso, ou em mensagens com dias de respostas, mas nunca deixavam de se apoiar.
— Me ame mais quando eu te levar ao seu restaurante favorito, no sábado — ele avisou. — Agora, eu preciso ir. O pessoal de Animais Fantásticos estão me esperando.
— Odeio que você não me dá spoiler — disparou. — É tão injusto.
Ele riu do outro lado da linha.
— Até sábado, — ele se despediu. — Eu te amo.
Ela encerrou a ligação e soltou um suspiro pesado, sem querer levantar do sofá e seguir para a sua próxima cena. Ainda tinha um tempo antes de precisar contracenar e revisar a filmagem anterior. Sentia-se um pouco mais leve ao ouvir as palavras de Callum.
tentava não pensar muito sobre a mãe. A mulher nunca lhe mandava mensagem e não procurava saber muito dela, embora para a mídia, ela fosse uma mãe exemplar. Claro que sabiam que existiam conflitos entre as duas, mas os tabloides nunca conseguiam saber sobre tudo, o que deixava toda a história incompleta, alimentando mais ainda a expectativa absurda de Hollywood sobre a atriz canadense.
Callum tinha razão. Ela precisava construir o próprio legado.
Esfregando o rosto com as duas mãos, dissipando a frustração que sentia, estava prestes a levantar do sofá, abrir a porta e sair, esquecendo sobre aquele assunto, mas Holly foi mais rápida, abrindo a porta primeiro e adentrando o lugar.
— Achei você! — ela disparou.
guardou o celular no bolso do roupão e sentou-se ereta no sofá, encarando a amiga, percebendo que ela estava um pouco ofegante.
— Estava correndo uma maratona? — questionou.
Holly balançou a mão no ar, negando com a cabeça, controlando a própria respiração. Ela ainda estava vestida com a roupa da personagem e a maquiagem continuava impecável.
— Não, eu só estava te procurando — Holly respondeu. — Por que você está se escondendo aqui? Finalmente não está conseguindo resistir aos encantos do britânico? revirou os olhos.
— Ok, ok — Holly disse, sorrindo. — Vou te deixar um pouquinho em paz e me tornar o foco da conversa para você esquecer o tesão que sente por aquele homem. O Zachary me chamou para sair!
lambeu os lábios e estreitou os olhos na direção da melhor amiga, um pouco confusa. Holly falava sobre muita gente, então sua reação era mais do que normal — e habitual.
— O Zachary…? — a canadense começou a falar, buscando por uma identificação.
Dessa vez, Holly quem revirou os olhos e puxou uma cadeira perto do sofá para se sentar.
— Levi! — ela completou, desbloqueando a memória de . — Nós trabalhamos juntos em um episódio de uma série criminal, lembra? — Ah, esse Zachary — compreendeu. — Vocês trabalharam juntos há dois anos e ele está te chamando para sair só agora?
Ela lembrava de Levi, embora nunca tivesse conhecido o ator pessoalmente. Só sabia que, além dele ter trabalhado com Holly em um episódio de uma série regular, ele tinha se tornado um ator da DC. Nunca tinha rolado nada com os dois na época, mas Holly falou sobre o homem por boas semanas seguidas.
— Nós mantivemos contato. Um pouco — Holly explicou. — Ele me mandou uma mensagem avisando que estava aqui, em Londres, e perguntou se poderíamos jantar algum dia desses.
— Caramba, Holly. — sorriu, apontando para a amiga. — Você mal consegue conter esse sorriso idiota do rosto.
Holly mostrou o dedo do meio para a atriz, que riu. — Ao menos, dessa vez, vou tomar alguma atitude — Holly avisou. — Fiquei me remoendo de arrependimento esses dois anos inteiros por não ter feito nada sobre o que eu sentia por ele. Havia um tom de indireta na frase, mas resolveu ignorar. Holly era uma pessoa implacável e, até quando ela era o centro do assunto, dava um jeito de fazer perceber que estava perdendo alguma coisa em relação a .
— Boa sorte no encontro — desejou, sentindo o celular vibrar. — Depois me diga se a espera valeu a pena.
Holly riu baixinho, entendendo a indireta de volta e balançou a cabeça, observando a canadense verificar o celular.
— Tenho que ir — avisou.
— Vou com você. Não sabe como esperei para vocês finalmente chegarem a essa cena.
Ignorando Holly, o que estava se tornando um hábito, balançou a cabeça e seguiu com a amiga de volta ao corredor. A cena em questão que a traidora estava querendo assistir era de quando os personagens de e ficavam finalmente sozinhos e entregavam-se ao desejo que um sentia pelo outro, enquanto corriam o risco de serem pegos por alguém. Com o beijo, tinha conseguido lidar.
Naquela cena, ela não tinha tanta certeza se conseguiria fingir as reações do seu corpo quando finalmente a tocasse.
Talvez fosse uma bênção que só iriam contracenar até certo ponto e seriam substituídos pelos dublês, mas tudo aquilo só serviria como material para a sua imaginação e todos os e se? que ela pensava.

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Cena 29 - Ato 1

A porta foi aberta devagar e um homem entrou, inspecionando a sala. Estava um pouco escura, somente com dois abajures ligados, indicando que não tinha ninguém no local para perturbá-lo mais um pouco, depois do dia infernal que tivera no escritório. George fechou a porta atrás de si e soltou um suspiro, afrouxando o aperto da gravata em seu pescoço, livrando-se dos sapatos. Ele estava prestes a buscar uma cerveja na geladeira e se jogar no sofá, colocando a TV em algum canal de esportes, quando uma voz conhecida, vinda do andar de cima, paralisou-o.
— George, é você? Ele pensou em não responder. A cunhada do seu irmão não deveria estar ali, não sozinha com ele em casa, não quando ele estava enlouquecido por ela. Não podia suportar a ideia de olhá-la de longe, quando seus dedos imploravam por formigar a pele da mulher. George seguiu sem responder, andando até a cozinha vazia.
Mas, como o maldito inferno perseguindo os seus desejos, ele ouviu passos surgindo da escada e, no segundo seguinte, Marina apareceu na entrada da cozinha, enrolada em um roupão, as bochechas rosadas e os cabelos molhados, indicando que ela tinha acabado de tomar um banho.
O cheiro de lavanda preencheu as narinas do homem. Ele segurou a garrafa de cerveja com força na mão esquerda, os olhos fixos na figura impressionante à sua frente. Percebendo que estava encarando-a por tempo demais, George recuperou a postura, abriu a garrafa e tomou um longo gole, precisando de álcool para lidar com a situação. Seu irmão tinha proibido-o de chegar perto de Marina e, se não cumprisse com aquela ordem, não poderia imaginar quais seriam as consequências dos seus atos.
— Você chegou cedo — Marina disse, com um sorriso brilhante nos lábios, que só conseguiria dar ao interpretá-la. — Que bom, eu estava me sentindo sozinha!
George engoliu a seco, assentindo. Livrou-se da garrafa, colocando-a em cima da bancada branca da cozinha, desviando o olhar da mulher, sentindo-se incapaz de não ser afetado pelo sorriso dela. Ou pelos seus lábios rosados, da cor natural da boca, sem precisar usar um batom.
— Você está bem? — ela perguntou, uma expressão genuinamente confusa.
Engolindo a seco novamente, o homem concordou com um aceno. Não a olhava ainda. Começava a sentir-se sufocado dentro da própria casa. O homem começou a livrar-se do terno, tirando a gravata do pescoço, optando por ficar somente com a camisa branca que usava por baixo do terno.
— O Freddie não está? — ele questionou, mas já sabia a resposta.
Era como se precisasse de algo positivo, um sinal, qualquer coisa vinda dela, que indicasse que ele podia sucumbir aos próprios desejos e pecados.
Marina ainda sorria. Não estava tão alheia ao que estava acontecendo. Quando aconteceu aquela tragédia com a sua irmã e não tinha mais onde ficar, Freddie, seu cunhado, estendeu-lhe a mão e disse que ela poderia ficar naquela casa, com os dois, pelo tempo que quisesse. Marina aceitou, provavelmente tendo consciência que sairia dali o mais rápido que conseguisse, mas conhecer George tinha dificultado seus planos. Agora, ao invés de ficar reclusa o tempo todo lamentando a sua perda, seu coração animava-se toda vez que encontrava George pelos cômodos grandes da casa.
— As luzes estão apagadas por um motivo — ela respondeu.
Ele piscou os olhos, tentando esconder o sorriso ao escutar a resposta. Ela sabia que ele sabia a resposta e, mesmo assim, tinha feito a pergunta. Que tolice dele não saber que toda vez que Freddie estava fora de casa, a sala só era iluminada pelas luzes dos abajures.
— Boa noite, Marina — George murmurou em despedida, segurando as peças de roupa.
Ele passou por ela, prendendo o suspiro que queria soltar ao sentir o perfume dela tão de perto. Marina não se moveu, segurando as mãos na frente do corpo, sentindo os pingos de água do cabelo molhar o chão. Ela engoliu a seco, criando coragem para fazer o que queria.
Desejava George há semanas, só esperando que ele pudesse retribuir as suas luxúrias, mas ele não movia um dedo sequer. Sempre se esquivava, desviando o olhar do corpo dela, quase como se fosse um sacrifício para ele. Então, se ele não queria dar o primeiro passo por causa da promessa que tinha feito ao irmão, ela facilitaria a sua vida.
— O Freddie não vem hoje — ela disse, fazendo George parar de subir as escadas.
Ele virou o rosto para encará-la.
— Como a senhorita sabe?
Contendo a imensa vontade de revirar os olhos, Marina respondeu:
— Sei que ele amava a minha irmã, mas não vamos fingir que é um santo — replicou, com um tom de sarcasmo na voz. — Ele está na cama de alguma mulher.
precisou reprimir um sorriso, seguindo a interpretação de George.
— Um homem precisa esquecer suas perdas — ele citou.
— Há maneiras melhores e mais decentes de fazer isso.
Soltando o suspiro preso na garganta, George apertou o corrimão da escada com tanta força que seus dedos quase ficaram brancos.
— O que quer de mim, Marina? — ele suplicou.
Satisfeita por vê-lo perdendo um pouco do autocontrole, ela encarou-o com os olhos repletos de desejo. Umedeceu os lábios e piscou os olhos lentamente, antes de dar um passo próximo à escada e abrir o seu roupão.
— Tudo.
Então, ela deixou a única peça de roupa cair, revelando a sua nudez.
Surpresa estampou o rosto de George ao se dar conta que o corpo dela estava exposto para ele, somente para ele. Não havia palavras que conseguiam sair da sua boca, nem que ele fizesse muito esforço. Pois, para o homem, Marina era tudo o que significava inocência. Ele não esperava que ela lhe mostrasse um lado totalmente contrário.
Engolindo a seco novamente, a veia quase saltando do pescoço, o homem moveu um pé para descer dos degraus e
tropeçou.
— Corta!
abaixou-se rapidamente, puxando o roupão de volta, cobrindo a sua nudez. Ela não estava completamente nua; usava uma calcinha cobrindo a sua intimidade da parte debaixo, mas seus seios estavam totalmente expostos para todo o set e que era a única parte verdadeira de seu corpo que seria exibido no filme. Ela riu do tropeço de , aliviada por ter sido forçada a liberar um pouco da tensão que estava sentindo. O jeito que ele a olhou quando ela soltou o roupão… sabia que ele era muito bom ator, mas toda sua reação parecia verdadeira.
— Vocês estão bem? — o diretor perguntou.
A atriz assentiu e acenou com um joinha na mão, aceitando a garrafa de água que alguém ofereceu.
— Dois minutos para voltar!
Os dois concordaram. A maquiadora de se aproximou, passando mais alguma camada de alguma coisa que ela não prestou atenção. Quando a deixou em paz novamente, a atriz olhou para o colega.
— Tudo bem?
parou na frente dela e umedeceu os lábios. Ele não disse nada, só ficou parado ali, até alargar a boca com um sorriso lento. O ator tocou os ombros da mulher com delicadeza, perguntando-se se ela percebia o efeito que estava tendo sobre ele. Sentir atração por sua parceira de filme era sempre uma merda e ele tentava a todo custo evitar que aquilo acontecesse, mas trabalhar com novamente mudava essa perspectiva. Ela era o tipo de mulher que faria um homem quebrar mil regras e promessas, exatamente como George estava prestes a fazer por Marina.
— Tirando o fato de que você está me enlouquecendo um pouquinho, sim — ele respondeu, arrancando uma risada dela. — Está se sentindo confortável com tudo?
Ela deixou os ombros caírem e deu um soquinho de leve no braço dele. Tinha entendido o teor da pergunta e, quando olhou ao redor, observando as poucas pessoas restritas para presente para aquela cena, encontrou Holly sentada em uma das cadeiras, do outro lado, atrás das câmeras, comendo um prato cheio de frutas. Quando a loira flagrou a canadense encarando-a, ela piscou o olho, de um jeito sugestivo para a amiga, que balançou a cabeça e voltou a prestar atenção no britânico.
— Não é a minha primeira vez, — respondeu.
— Eu só estava tentando ser um cavalheiro — o britânico brincou, apertando os ombros dela.
Estar tão perto dele fazia questionar-se o porquê decidiu afastá-lo naquele dia, no restaurante. Ela queria poder ser a Marina de verdade, só para que suas fantasias também fossem reais. Holly estava meio certa quando, indiretamente, chamava-a de idiota por tê-lo dispensado tão rápido. Mas estava com o peso da mídia nas costas, as críticas constantes de sua mãe e o fato de que não queria estragar as coisas com o britânico. Ter dado certo com o Callum no lance de amigos com sexo casual não significava que daria certo sempre com outra pessoa. E, mesmo assim, foi um risco com a amizade de ambos, mas tinha sorte que Callum era compreensivo e sabia separar as coisas.
Tudo com era… diferente. Não era a mesma atração que sentia por um homem qualquer ou a mesma que sentiu com Callum. Não era um desejo que a faria querer uma noite. Ela temia que, se finalmente cedesse, não pudesse controlar mais o que deveria sentir.
? — ele chamou, baixinho.
Ela murmurou algo inaudível, perdida em pensamentos, encarando o rosto dele bem de perto. Ele tinha uma expressão confusa no rosto e sacudiu o corpo dela um pouco.
— Você está bem? — perguntou. — Está me olhando de um jeito… estranho.
Piscando os olhos, a atriz se afastou dele. Bloqueou os próprios pensamentos e exibiu um sorriso sem graça, coçando o pescoço. Bendito sejam os deuses que nunca permitiram que pensamentos fossem ouvidos por outros seres humanos.
— Sim, estou bem — garantiu.
Você também está me enlouquecendo só um pouquinho, pensou.
— Vamos retomar! — o diretor avisou. — , quando quiser.
Ela assentiu, respirando fundo. Voltou para a posição de antes e, deixando os próprios conflitos para trás, verificou se também estava no lugar dele, antes de soltar o roupão novamente e encenar.

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Cena 29 - Ato 2

Engolindo a seco novamente, a veia quase saltando do pescoço, o homem moveu um pé para descer dos degraus e parou no final, colocando uma distância mínima da mulher que o atormentava todas as noites, desde que tinha se hospedado ali. Ele jamais entendeu o conceito de paz quando sentia a presença dela. sentiu frio e estava prestes a interromper a cena e pedir que desligassem um pouco o ar condicionado do set, mas , ainda interpretando George, aproximou-se mais um passo hesitante e tocou a mandíbula dela, com a ponta dos dedos. Voltando a interpretar Marina, esquecendo-se que estava com frio, a mulher emitiu um suspiro desejoso, implorando silenciosamente por um toque que fosse mais além do que só as pontas dos dedos dele.
— Se Freddie descobrir que…
— Freddie não está aqui! — ela frisou mais uma vez, um tom de voz impaciente, segurando os braços do homem com as duas mãos. — Além do mais, ele não é meu dono e desejo você há muito tempo, desde o casamento. Nunca notou?
— Você é cheia de surpresas, Marina — sussurrou.
Marina, impaciente como tinha demonstrado ser, juntou os lábios dos dois em um só. Ficou só um pouco na ponta dos pés para que alcançasse melhor a boca dele e George tomou o seu corpo para seus braços, abraçando-a pela cintura nua. O toque frio em sua pele ameaçou arrepios pela pele da mulher; ela deleitou-se nos braços dele como jamais tinha feito com nenhum outro. George a segurava com uma delicadeza impecável, entregando-se aos encantos da outra.
Não havia como fugir de cometer aquele pecado, pensou, então era melhor entregar-se de uma vez e aproveitar a sensação indescritível que era beijá-la. Inicialmente, o beijo começou lento, os lábios de Marina completamente tímidos demais para explorá-lo com urgência; George aproveitou o momento e guiou o beijo em um caminho mais intenso.
Marina, sentindo a necessidade de deixar suas mãos serem exploradoras, subiu-as até o pescoço dele. Ela gemeu baixinho quando o homem ousou tocar a base do seu seio, pesando-o em sua mão. Louco pelo som que acabara de sair da boca dela, George empurrou-a, girando-a de lado, colocando o corpo dela contra a parede, prendendo-a com seu corpo, como se precisasse garantir que ela não iria se arrepender.
Quebrando o beijo, ele juntou a testa na dela, ambos com a respiração irregular.
Os dois fixaram os olhos um no outro; por um momento, perguntou-se quem era Marina e George ali e quem era e . Ela entendia agora o que o britânico quis dizer, dias atrás no restaurante, quando avisou que talvez não conseguisse distinguir o que era real de ficção, porque estava acontecendo aquilo ali, agora.
— Quebrarei a promessa feita ao meu irmão de nunca tomá-la para mim — citou a frase de George, mantendo os olhos na intérprete de Marina. — Porque a ideia de não realizar minhas fantasias têm me consumido, noite após noite. Você vai se arrepender, Marina?
Os olhos dela cintilavam de desejo, o sorriso iluminando os lábios sedosos.
— Não disso — ela garantiu.
A resposta pareceu suficiente para ele seguir em frente. Ele conseguia sentir os seios desnudos dela contra seu peito ainda coberto pela única camisa branca no corpo. George desceu a boca para a nuca da mulher, depositando beijos pequenos pela pele bem cuidada; sua boca continuou trilhando aquele caminho, enquanto Marina tinha fechado os olhos, uma perna enrolada na cintura do homem, prendendo-se nele, aproveitando as sensações que ele estava lhe causando ao menor toque.
sentia aquilo tudo. Não Marina.
Ele usou uma mão, apertando o seio direito dela com leveza. Não era um aperto bruto, mas suficiente para ter arrancado um pequeno gemido dela e um sorriso libertino dele. Ele beijou a clavícula dela e continuou descendo ainda mais a boca, curvando o corpo para alcançar a base do seio dela. Quando a mulher se pressionou contra ele novamente, sentiu algo duro cutucar-lhe a barriga. George estava prestes a abocanhar o seio dela e então…

— Corta!
Ofegante, afastou-se de . O incômodo no meio das suas pernas era visível; tentando disfarçar melhor que a cena tinha afetado-o, ele sentou-se no degrau da escada improvisada do set. A produtora jogou o roupão de volta para a canadense, que vestiu com a mesma rapidez que ele tinha se afastado, amarrando o cabelo molhado em um coque muito mal feito. Ela viu Holly se aproximar com um sorriso vitorioso, mas balançou a cabeça discretamente, freando o comentário que a loira estava prestes a fazer. Já era bastante constrangedor que os dois estivessem excitados ali.
— Vocês dois foram ótimos! — o diretor elogiou, apontando para os dois. — Pessoal, vamos tirar quinze minutinhos de intervalo e voltamos com os dublês para completarem as cenas! — Ele apontou de volta para o casal de antes. — Vocês estão liberados pelo resto do dia.
— Obrigada, Ted — agradeceu.
— Ei, ! — Holly chamou.
Quando o britânico olhou para a loira, ela jogou uma garrafa de água gelada para ele, como se entendesse exatamente qual era a sua situação. Ele riu e pegou a garrafa a tempo, abrindo-a para beber alguns goles.
— Valeu, Holly.
— Você precisa de um banho frio — a loira continuou caçoando-o, virando-se para a melhor amiga. — E você precisa de…
— Paz — completou, arrancando uma risada de . — Sério, Holly, nós sabemos o que você vai dizer, então por favor, me poupa um pouco da humilhação.
— Os canadenses são tão dramáticos — Holly reclamou, revirando os olhos. — Eu só ia elogiar a cena. Até eu fiquei com calor e eu estava só assistindo. Quer dizer, o Jim é um gostoso e formamos um bom par na frente das câmeras, mas vocês dois… espera aí, ei! Ninguém vai gravar os bastidores? A coisa continua pegando fogo aqui.
Ela saiu tão rápido quanto apareceu e balançou a cabeça, rindo. A loira iria infernizar o pobre coitado que era responsável por gravar as cenas de making of, mas era melhor ele do que ela. E Holly já tinha pertubado-a demais por um dia inteiro, paz era algo que ela gostava de apreciar quando a melhor amiga não tinha a intenção de envergonhá-la na frente de outras pessoas, como aconteceu no ano anterior, na première do filme de estreia da Karen Gillan. Holly tinha simplesmente espalhado para todos os jornalistas que ela estava solteira, à espera de uma ligação do Charlie Hunnam, outro ator britânico. Ele não tinha ligado para a mulher, claro, mas pelo menos ela ganhou uma menção honrosa no twitter.
— Ei. — Ela sentou-se ao lado dele no degrau improvisado.
coçou a nuca e encarou-a, um sorriso pequeno e simples desenhado nos lábios.
— Espero que chamem a gente para atuar juntos mais vezes — ele brincou.
O incômodo no meio das suas pernas já estava sumindo. No entanto, não havia pressa nenhuma para sair do set, não quando ela ainda estava ali.
soltou uma risada e bateu o ombro contra o corpo dele, empurrando-o levemente.
Nenhum dos dois entendiam a intensidade do que sentiam um pelo outro. Para , era meio complicado querer dar mais um passo adiante depois do que tinha acontecido no restaurante. Ele não era o tipo de cara que ficava mal com uma rejeição tão aparente, mas aquele era o problema. o rejeitou por algum motivo maior, não porque não o queria. A intimidade que os dois estavam criando, a química entre eles, os toques sensuais entre uma cena e outra… tudo aquilo só fazia entrar ainda mais em sua mente. Pensar nela o tempo todo estava quase enlouquecendo-o.
, eu…
, você tem uma sessão de fotos! — alguém da produção gritou. — E sua agente está esperando no camarim!
Ela soltou um suspiro pesaroso por ter sido interrompida tão bruscamente, mas talvez fosse um sinal para ela não seguir adiante ao que estava prestes a dizer.
— A gente se vê por aí — ela se despediu, beijando a bochecha dele rapidamente, antes de se levantar do degrau e seguir direto para o seu camarim.
Era melhor que tomasse uma decisão definitiva, ou não conseguiria distinguir o que era real e o que era ficção se tratando do britânico.

Parte 3

dois dias depois
dia da entrevista
algum lugar de Londres — horário desconhecido



não se importou de ter queimado a língua ao beber um gole do café sem açúcar. O dia tinha amanhecido ainda mais frio que o dia anterior, mas não fez nenhuma diferença, já que ela tinha acordado — mais uma vez —, com calor e o corpo suado, além de ofegante.
Tudo aquilo era resultado dos seus sonhos. Seu subconsciente parecia estar castigando-a por não ceder aos desejos de seu corpo, então fazia-a sonhar com cenários eróticos envolvendo o britânico. Quase todas as manhãs, ela acordava excitada, suada e irritada. E então, esquecia todos os detalhes dos sonhos eróticos e seguia a sua vida, esbarrando com o britânico nos corredores dos sets de filmagens e contracenando com ele quando devia. Mas, naquela noite específica, mal conseguiu dormir. O copo de café estava fazendo o efeito de mantê-la desperta e ela tentava, a todo custo, não transferir seu mau humor para ninguém. Era o dia da entrevista e tudo o que não queria, era que fosse um desastre.
— Você está péssima — sua maquiadora alertou, assim que ela passou pela porta.
deixou os ombros caírem em derrota, depositou o copo de café em cima da mesa com o espelho e encarou a sua maquiadora favorita, apontando um dedo em riste para a mulher mais velha, que a olhava com uma careta desgostosa por encontrá-la naquele estado.
— Noite mal dormida — a atriz explicou. — Pode fazer um milagre?
Ela apontou para seu rosto inteiro, com um sorriso forçado. A maquiadora balançou a cabeça, rindo baixo, e levantou-se do sofá, descartando o seu celular. Ela apontou para sentar-se na cadeira, de frente para o espelho e massageou as bochechas da atriz, por puro hábito.
— Sorte sua que esse é meu trabalho — respondeu. — Mas não posso fazer nada quanto ao resto. Já chamou a Lisa?
fez um bico com os lábios e negou rapidamente com a cabeça, em resposta à pergunta.
— A produção disse que eu não precisava me preocupar com o figurino — continuou. — É só uma entrevista leve e divertida, não estou indo para o red carpet. Sabe o que isso significa?
A maquiadora revirou os olhos.
— Maquiagem simples.
sorriu, assentindo. Embora a produção também disponibilizasse uma maquiadora, ela gostava de ser acompanhada pela sua particular. Lara — sua maquiadora —, conhecia-a há muito tempo e não tinha problema em entender seu estado de espírito para o que ela estava disposta a aceitar. Se ela pedisse maquiagem simples, Lara prontamente fazia, sem exagerar demais. Se fosse algo mais trabalhoso, ela também não tinha problema nenhum em cumprir a sua função.
— O já chegou? — questionou.
Começando a trabalhar na maquiagem, passando um produto líquido na pele da atriz, Lara negou com a cabeça.
— Você chegou uma hora adiantada, — Lara comentou. — Estava ansiosa?
Antes fosse, pensou.
— Como eu disse — ela optou por responder — noite mal dormida.
A maquiadora não disse mais nada, aceitando a resposta. Pelo menos ela não ficava por perto o suficiente para entender os conflitos da atriz em relação ao britânico. Lara não tinha ideia do que se passava entre os dois. Ela só sabia o que rolava pelos bastidores e que a química dos dois nas cenas estava fazendo sucesso. Mas, mesmo que a maquiadora soubesse algo, nunca diria. Não era como Holly, que não tinha filtro para falar qualquer coisa à ; ela só era mais reservada e não gostava de comentar sobre a vida pessoal dos outros, mesmo que a canadense abrisse espaço para tal.
Bebendo os últimos goles do café e tirando uma pastilha de menta do bolso da blusa de manga longa que usava, deixou Lara trabalhar em paz. Em menos de trinta minutos, o trabalho já estava feito e sua aparência tinha melhorado muito. Não havia indícios de que ela tinha tido uma noite muito mal dormida, o que deixou-a mais satisfeita e com um humor melhor. — Obrigada, Lara — a atriz agradeceu.
Ela dispensou a maquiadora, dando-lhe folga pelo resto do dia e do fim de semana, já que ela também não iria trabalhar e ficaria com Callum. Um fim de semana inteiro longe de e dos sets de filmagem, parecia ser exatamente algo que a atriz precisava no momento. Assim que Lara se despediu e saiu da sala, alguém da produtora entrou, entregando a roupa que ela deveria usar para a gravação da entrevista.
Geralmente, a WIRED costumava ser gravada no prédio de Nova York, mas como nenhum dos atores tinham disponibilidade para uma viagem, resolveram trazer tudo para Londres. Assim que ficou sozinha novamente, livre para trocar o agasalho que vestia por uma roupa mais decente, seu celular apitou, indicando uma mensagem.

diz:
Ei, , atrasada?
foto.


Ela abriu a foto da mensagem, observando que era o espaço do estúdio. A foto focava exatamente em uma cadeira, com o nome dela atrás, indicando que ele já estava ali e estava pronto para começar. revirou os olhos e sorriu, dissipando toda a irritação do seu corpo e resolveu provocar o britânico um pouco. Ela tirou a roupa, permanecendo somente com as peças íntimas, abriu a câmera do celular e focou no espelho, deixando seu corpo aparecer só um pouco pelo espelho. Então, abriu o chat de mensagem do ator e digitou a mensagem, anexando a foto.

diz:
Eu acho que não, ;)
foto.


Depositando o celular de volta na mesinha do espelho, a canadense vestiu a roupa de uma vez, calçando o salto fino que também lhe trouxeram. Particularmente, ela ainda preferia estar calçando um tênis confortável, mas não reclamou das diretrizes de quem cuidava da entrevista. Por nunca ter participado da WIRED, eles encaminharam um e-mail para ela, explicando como tudo funcionava, só para o caso dela ter tido muitas dúvidas. Também deixaram claro que a produção estava disponível para atendê-los em qualquer coisa que fosse, mas não era alguém que gostava de abusar da boa vontade dos outros, uma coisa a mais em que ela era diferente da sua mãe. Deixando o cabelo solto, ela pegou o celular de volta, verificando a nova mensagem do britânico.

diz:
Uau,
E você continua me dizendo não?


riu, engolindo a seco. Optando por não responder, ela guardou o celular, resolvendo deixá-lo ali e só pegar quando fosse embora. Mas antes de seguir para o estúdio, onde a entrevista seria gravada, ela mandou uma mensagem para Callum, com o endereço de onde estava, lembrando-o que ele tinha prometido buscá-la para passarem o fim de semana juntos.

🎬

— Certo, agora que vocês sabem como funciona, podemos começar? — o diretor pediu.
ajeitou-se melhor na cadeira, ao lado de , que cutucou a sua cintura por pura implicância. Ela bateu na mão do homem e afastou-o, lançando uma cara feia para que ele parasse de provocá-la. A mulher tentava, de todo jeito, desviar de qualquer toque dele, ainda se sentindo sensível demais em decorrência de todos os sonhos que vinha tendo. não precisava dar mais material para a sua imaginação brincar, mas quando chegou ao estúdio e encontrou-o sentado no mesmo espaço da foto que tinha mandado, ela precisou prender a respiração por um momento e se controlar. Não era possível que ele estivesse ainda mais bonito, certo?
Talvez fosse só seu tesão falando alto e sua mente ficando louca. Era só isso.
— Sim, por favor — respondeu, com um aceno de concordância de .
O britânico ajeitou seu corpo contra a cadeira também, os dois ficando de frente para o pessoal da câmera. cruzou as pernas e sentiu-se pronta.
— Antes de começar, nós queremos agradecer por terem aceitado fazer essa entrevista — o diretor continuou. — E parabenizá-los pelo ótimo trabalho que vêm fazendo com o filme. Tenho certeza que vai ser um sucesso! Receberam o script, certo? — Os dois assentiram, concordando. — Ótimo, então, três, dois, um…
Ele fez um gesto com a mão, indicando que começassem a apresentação e que já estavam sendo gravados.
— Olá, eu sou a ! — a atriz iniciou, com um sorriso caloroso nos lábios, sem deixar demonstrar a ansiedade que sentia por estar ao lado do colega de trabalho.
— E eu sou o — o britânico completou.
— E essa é a WIRED Autocomplete Interview! — Completaram juntos e fizeram um corte para seguir falando sozinha a próxima parte. — É uma entrevista especial para convidar todos vocês a irem no lançamento de… Como é mesmo o nome?
Ela fez uma expressão confusa, verdadeiramente esquecendo qual era o título do filme que estavam protagonizando. soltou uma risada, levantando uma sobrancelha, encarando a mulher com diversão.
, o título oficial ainda não foi divulgado — ele disse.
O pessoal da produção riu e fez uma careta desgostosa, dando de ombros.
— Ah — soltou. — Perdão, pessoal! Mas, de qualquer forma, estão convidados a irem ao lançamento do filme! — Piscou para a câmera, com um sorriso ainda maior.
também virou-se para a câmera, apontando um dedo, pronto para zoar a colega.
— Que também não tem previsão de estreia!
balançou a cabeça, fingindo estapear o homem no braço.
— Para de cortar o meu barato! — reclamou.
— Ok, ok.
No minuto seguinte, foi entregue para uma placa branca, com estampa da barra de pesquisa do Google. Ele aceitou e fez um pouco de suspense, olhando para .
— É sobre você agora. Está pronta? — indagou, com uma voz misteriosa.
Ela sorriu, incentivando-o, imitando um som de suspense.
— Certo, primeira pergunta — o ator comunicou, puxando o papel devagar, revelando as palavras e começou a ler: — De onde é?
Ela umedeceu os lábios.
— Eu sei que pareço uma verdadeira americana, mas eu sou de Winnipeg, que fica no Canadá — respondeu.
— E é bom que vocês estejam cientes que os canadenses são um pouco dramáticos — completou. — E difíceis.
— Ei! — protestou, entendendo a indireta, mas limitando-se a dizer somente aquilo.
O britânico deu de ombros, como se mostrasse que estava completamente certo e não haveria mudança naquela definição. Ele puxou o segundo papel, revelando a próxima pergunta.
— Quem interpretou em Nárnia? — Ele leu a pergunta.
A pergunta pareceu deixá-la feliz. A atriz sentia falta da época em que gravou o filme com o elenco e como tudo era leve e fácil, além de sentir falta do pessoal reunido.
— Eu interpretei a princesa perdida de Nárnia, Cacília — respondeu, orgulhosa. — A personagem foi introduzida bem no final do filme, revelando depois que ela tinha alguma ligação com o príncipe Caspian que, por sinal, está bem ao meu lado.
Alerta spoiler! protestou, arrancando risadas da produção.
— Qual é, ? O filme foi lançado há mais de dez anos! — Ela riu, devolvendo o protesto. — Próxima pergunta.
Ele puxou a terceira fita com um pouco mais de rapidez, segurando a placa na direção da câmera e começou a ler a próxima pergunta. — e William Moseley já namoraram?
A atriz começou a rir, colocando uma mão na boca.
— O que vocês andam pesquisando? — Ela olhou para a câmera, tentando parecer indignada enquanto apontava para a placa que ainda segurava. — Não, eu e o Moseley não namoramos! Mas, deixando bem claro aqui, não foi por falta de tentativa da minha parte!
E era verdade. Ela gostava mesmo dele na época, mas não tinha incentivo para tomar a atitude, como teria atualmente. Mesmo que William tenha descoberto sobre aquilo, tudo não passou de um jantar e, enfim, ela superou o crush não correspondido, mantendo a amizade na vida real e o romance na ficção.
— Então, está declarando que ele ainda tem chance? — provocou, encarando-a com um sorriso divertido.
— Não, eu não estou declarando nada — respondeu, balançando a cabeça.
imitou o gesto e tirou a última pergunta da placa, lendo-a em seguida.
— Última pergunta — anunciou. — virá ao Brasil?
Ela fez um bico desanimado, piscando os olhos para a câmera.
— Infelizmente, eu não sei! — respondeu, com sinceridade. — Mas eu tenho muita vontade de conhecer o país.
— Deveríamos incluir o país na tour de divulgação do filme, não é? — brincou.
— Isso seria muito legal! — exclamou.
— Ei, Brasil, prometo levar até vocês, mas temos que combinar um trato. — Ele olhou diretamente para a câmera, uma expressão falsamente séria. — Não podem roubá-la de mim!

🎬

Trocando a vez, uma placa foi entregue à , do mesmo tipo que tinha sido entregue para . Ela lambeu os próprios lábios, girou um pouco a cadeira, ficando meio inclinada na direção do britânico e fez suspense para puxar a primeira fita da pergunta.
— E a primeira pergunta é… — Ela puxou de uma vez. — De onde é?
— Londres — ele respondeu, simples.
— Ah, então estamos no seu território hoje — a canadense comentou, olhando ao redor do estúdio, que ficava no coração da cidade.
assentiu, com um meio sorriso.
— Literalmente. Sempre é bom estar em casa.
— Como é viver aqui? — perguntou, um pouco curiosa, só para estender um pouco de tempo entre uma pergunta e outra e não acabasse tão rápido.
O britânico esfregou as mãos e pareceu pensar em uma resposta.
— É o tipo de lugar que você não sabe como descrever, até estar aqui — respondeu, com um sorriso nostálgico no rosto. — Tem um ritmo próprio. Um charme meio escondido, sabe?
— Uau — ela brincou, distraindo-o da saudade do lar. — Isso é um convite, ?
O homem sorriu, piscando o olho para ela, em um flerte descarado. O coração da atriz palpitou e ela engoliu a seco, torcendo que ninguém tivesse percebido aquele pequeno detalhe que a entregava mais do que qualquer outra coisa. Ela desviou o olhar dele e voltou a prestar atenção na placa que segurava, puxando a fita para a próxima pergunta.
— Onde se formou? — Ela leu.
— Em Literatura Inglesa e Drama, em Oxford — respondeu, com um certo orgulho. — Mas antes disso, estive no National Youth Music Theatre, que foi onde tudo começou de verdade.
— Então esse charme britânico é certificado — ela comentou, balançando a cabeça. — Faz sentido.
deu de ombros.
— Ou é só efeito colateral de muito chá e Shakespeare — ele provocou, arrancando risadas.
— Você sempre morou em Londres? — perguntou.
— Sim, nasci e cresci aqui. Minha família toda ainda mora na cidade — ele respondeu. — E você? Não passou a vida inteira em Winnipeg, não é? Sua mãe parecia viajar bastante.
mordeu o lábio inferior, assentindo.
— Sim, é verdade — confessou. — Morei por um tempo na Inglaterra também, ironicamente. Mas agora não tenho um lugar fixo. Vou aonde me mandam.
Ele arqueou a sobrancelha, encarando a mulher.
— Vamos lá, — ele incentivou. — Você deve ter algum lugar favorito. Para onde você vai quando tem férias no trabalho, por exemplo?
Ela segurou a placa no colo e deixou os ombros caírem, relaxando.
— Ok, eu tenho um apartamento na Itália e uma casa em Chicago — ela admitiu. — Para onde eu vou nas férias, depende do meu humor. Próxima pergunta!
Ela começou a puxar a fita, antes que ele tivesse a chance de dizer mais alguma coisa. Ele imaginou que ela fosse dizer que voltava para casa, no Canadá, ou que passava um tempo com a família, sua mãe, talvez, mas não recebeu nenhuma das alternativas como resposta, o que só denunciava o relacionamento difícil que tinha com a mãe.
— Qual é o… — começou a rir ao tentar ler a pergunta, o que chamou a atenção dele de volta, fazendo-o afastar os próprios pensamentos. — Qual é o tipo de ? Eu posso responder essa! — Ela se apressou em dizer, girando a cadeira para a câmera. — O tipo do é o "clássico com uma pitada de enigma". Se você gosta de poesia, rock alternativo e homens que tocam piano no escuro... talvez você tenha uma chance.
O britânico soltou uma risada surpresa, junto com o pessoal da produção.
— Isso foi uma descrição ou um anúncio? — ele perguntou, inclinando-se um pouco mais, com o sorriso brincalhão nos lábios.
— Um serviço de utilidade pública, na verdade — ela respondeu, dando de ombros. — A concorrência agradece.
Ele riu, balançando a cabeça, e então ela puxou a última fita, revelando a pergunta final.
— Quem é a musa do ? — Ela leu, com uma sobrancelha arqueada. — Olha só... poético.
fingiu pensar por um momento, antes de sorrir de canto.
— Isso muda de acordo com a música — ele decidiu responder. — Às vezes é alguém real, às vezes é uma ideia.
— Filosófico — ela comentou, impressionada, e então encarou a câmera. — Bom, se você aí de casa achou que era a musa, talvez seja. E se não era… talvez agora queira ser.
— Você está criando uma legião de fãs com esperanças renovadas, — ele disse, divertido.
— Só tô tentando ajudar a te desencalhar — ela respondeu, com um sorriso cúmplice e uma expressão que acreditou ser inocente.

🎬

Avisados de que estavam entrando na última parte da entrevista, eles receberam a última placa. pegou-a e esfregou as mãos, começando a puxar a primeira fita, revelando a próxima pergunta que mais pesquisavam sobre eles. Dessa vez, ao invés de serem perguntas individuais sobre cada um, a placa mostrava as quatro perguntas mais pesquisadas desde que os dois foram escalados para serem protagonistas do próximo filme da Netflix.
— Como e se conheceram? — Ele leu a pergunta.
— Ah… — fingiu pensar, estreitando um pouco os olhos, descruzando as pernas. — A gente se conheceu há muito tempo, no set de filmagem de Nárnia. Ironicamente, interpretamos o par um do outro também. Ou quase isso.
— Sempre imaginei que nosso caminho ia acabar cruzando novamente, uma hora ou outra — completou.
Os dois trocaram soquinhos rápidos e amigáveis, com um sorriso sugestivo nos lábios. O britânico, então, avançou com a fita para a próxima pergunta, deixando ler.
e são namorados? — Ela leu e olhou para o homem. — Eu não sei, nós somos?
Ele soltou um suspiro teatral, preparando-se para interpretar o drama.
— Se houver alguém nesse resto de mundo que shippa nós dois, eu sinto em quebrar o coração de vocês — ele lamentou, fazendo uma expressão de tristeza para a segunda câmera que focava nele. Para aumentar o drama, ele colocou a mão no coração. — Mas a me rejeitou.
Soltando uma gargalhada gostosa, virando o rosto para trás, quase se engasgou. Ela estapeou o braço dele levemente.
!
— O quê? — Ele se retraiu. — Precisamos ser sinceros com os nossos fãs!
A canadense recuperou o fôlego, balançando a cabeça. Ele a encarou por um momento, admirando o quão linda ela ficava depois de uma gargalhada. cutucou-o no braço, chamando a sua atenção de volta.
— A pergunta, — ela avisou.
Ele riu, sem graça, e voltou a prestar atenção no quadro, esperando que não tivesse feito um papel de idiota. De quem tinha sido mesmo a ideia dos dois fazerem aquela entrevista juntos? Depois da mensagem que ela tinha mandado antes, exibindo só um pouco do seu corpo, ele quase perdeu a própria compostura. Ela estava testando-o de uma maneira que o homem não estava mais conseguindo lidar.
Ele puxou a próxima fita e começou a ler a próxima pergunta, prendendo a risada ao se dar conta do que estava escrito.
está traindo Callum Turner com ?
A atriz encarou a câmera, em um choque divertido. Ela ficou parada por alguns segundos, fingindo estar se sentindo ofendida.
— Esse é o tipo de pergunta que estão fazendo sobre nós? — ela indagou, mexendo as mãos.
— Eu acabei de dizer que você me rejeitou — ele brincou.
— Não, eu não estou traindo ninguém! — ela respondeu. — Pessoal, eu estou solteira!

🎬

mais tarde
apartamento de Callum Turner



coçou os olhos ao descer as escadas lentamente, ainda sentindo-se bastante sonolenta, o suficiente para não confiar em descer as escadas tão rápido. Ela bocejou, ajeitando a camisa enorme no seu corpo, que tinha se transformado em um vestido, mas que servia perfeitamente para esquentá-la do tempo frio que estava fazendo. Uma das suas coisas favoritas era assaltar o guarda-roupa de Callum e descobrir quais de seus novos moletons eram mais confortáveis.
— Oi — o britânico disse, assim que ela conseguiu chegar no fim das escadas e alcançou a sala.
A atriz encarou o melhor amigo sentado no sofá, com a TV ligada em um canal de esportes e com um copo de chá na mão direita. Ela esfregou o próprio corpo, andando até ele, sentando-se ao lado do dono do apartamento, colocando os seus pés cobertos com meia em cima das pernas dele.
— Oi.
Callum encarou-a com uma expressão estranha. Ela estreitou os olhos na direção dele, cruzando os braços para se esquentar do frio, observando como ele ainda deixava a mesma barba por fazer. Ela tentou adivinhar porquê ele estava olhando-a daquela maneira, mas seu cérebro ainda estava lento demais devido ao sono.
— O quê? — disparou.
O ator sorriu, encolhendo os ombros. Ele bebeu mais um pouco do chá morno, diminuindo o volume da televisão, sem tirar os olhos da melhor amiga. piscou os olhos, batendo os pés contra o colo dele.
— Callum!
Callum inclinou-se o suficiente para deixar o copo de chá em cima da mesinha de centro que decorava o ambiente. Ele segurou as pernas da atriz e deu duas batidinhas na pele dela, pensando em como começar o assunto. Tinham intimidade o suficiente para qualquer assunto, principalmente para o que ele estava prestes a iniciar, e nenhum dos dois ficariam constrangidos por isso.
— Antes de mais nada, eu pedi a sua comida favorita, do seu único restaurante favorito — avisou. Ele tinha ido buscá-la no prédio assim que a entrevista tinha terminado, mas começou a chover demais e ela sugeriu que pedissem a comida para viagem. — Agora eu queria falar sobre…
Ele se calou. levantou uma sobrancelha, cutucando-o com a perna.
— Sobre…? — incentivou.
Callum coçou a barba, olhando com ternura para a melhor amiga.
— Você está bem?
— Por que não estaria? — ela devolveu, soltando um suspiro.
— É que eu…
umedeceu os lábios e percebeu que estava começando a ficar impaciente. Callum nunca enrolava tanto quando queria falar alguma coisa, o que só fazia ela estranhar ainda mais o comportamento do homem.
— Turner, por que você está enrolando tanto? — reclamou de uma vez, revirando os olhos.
O ator bateu as duas mãos nas pernas dela, como se estivesse finalmente se rendendo.
— Ok, você pediu por isso — ele avisou, umedecendo os lábios. — Eu passei no seu quarto, trinta minutos atrás, e você estava… gemendo. — Ele fez uma pausa e abriu a boca, mas fechou novamente, sem ter realmente o que falar e deixou ele continuar. — O que é completamente normal, porque você sabe que pode ficar à vontade para suprir as suas necessidades sexuais, mas a porta estava aberta. E você ainda estava dormindo.
A atriz não se sentia constrangida com o assunto. Mas o fato de ter sido flagrada gemendo dormindo… era um pouco demais. Ela coçou a bochecha, tentando não ficar vermelha de vergonha. Como diabos explicaria aquilo?
Ela definitivamente precisava resolver aquilo. Não podia permitir ficar sonhando o tempo todo com .
— Sinto muito por isso.
Callum quase riu.
, esse não é o conceito aqui — ele disse. — Você estava sonhando?
— Sim.
Ele assentiu bem devagar, começando a cutucar a perna dela com os dedos. Conhecia-a bem o suficiente para saber que ela estava escondendo alguma coisa, como na época em que se conheceram. Dificilmente, ela conseguiria esconder alguma coisa dele.
— Quer me contar alguma coisa?
Bufando, a mulher puxou as pernas do colo dele e sentou-se direito no sofá. Ela descruzou os braços e abraçou os joelhos, encarando o melhor amigo. Não tinha como fugir daquilo, então…
— É o — confessou. — Estou sonhando com ele o tempo todo e não sei mais o que fazer para isso parar.
Turner piscou os olhos.
— Espera aí, o quê?
— Me sinto atraída por ele, de um jeito absurdo — continuou confessando, mordendo o lábio inferior com um pouco de força. Era bom poder contar aquilo para alguém. — Ele parece sentir o mesmo, mas… acho que é um erro me envolver com ele.
— Por quê? — Callum questionou, buscando compreender qual era o problema.
— Eu não sei! — disparou, frustrada. — Por que trabalhamos juntos?
Foi a vez de Callum soltar um suspiro. Ele balançou a cabeça em negação e encarou a atriz com um pouco de descrença e ironia.
, nós somos melhores amigos e isso nunca te impediu — ele lembrou.
Bem, tecnicamente, ele não estava errado mesmo. Mas, ainda assim, ela não tinha sido convencida completamente. Para , o buraco era ainda mais embaixo e quanto mais ela tentava compreender os motivos para manter-se afastada de , mais parecia não fazer muito sentido.
— É diferente, Callum — respondeu. — Eu sabia no que estava me metendo com você, mas com , o terreno é desconhecido.
— Quer saber o que eu acho?
— Você vai dizer de qualquer jeito — ela avisou, arrancando uma risada dele, que não discordou.
Callum virou o corpo, sentando-se de lado, de uma maneira que pudesse ficar frente a frente com ela e descansou a mão na base do sofá.
— Acho que essa coisa com a sua mãe te afetou mais do que você deixa transparecer, — ele iniciou, sincero, ainda mantendo os olhos nela, mas com uma expressão mais suave. — Eu sei que a mídia é chata e que eles especulam um monte de coisa a seu respeito, mas desde quando você se importa? Desde quando a opinião deles se tornou mais importante do que a sua vontade, os seus desejos? — continuou, apertando o nariz dela levemente, afastando-se com um tapa vindo dela. — Não é saudável deixar de viver as próprias experiências para cumprir com as expectativas dos outros.
encolheu os ombros, surpreendo-se com as palavras dele. Antes de Callum, ela não tinha muita gente com quem contar ou quem pudesse chamar de amigo. Todo o seu ciclo social tinha sido moldado por quem sua mãe deixava se aproximar dela e, ainda assim, a atriz não queria que suas amizades fossem escolhidas por sua genitora. Ela queria ser cercada de pessoas que não tinham ligação com a sua mãe e que pudesse conhecê-la de verdade.
Callum enxergava isso. Ele enxergava tudo o que a afetava e tudo o que ela escondia. Ele sabia que o passado era algo do qual ela não conseguiria se livrar tão rápido quanto gostaria, mas estava certo em tudo o que dizia. Ela não se importava com o que as pessoas diziam. Tinha aprendido a evitar as redes sociais pelo mesmo motivo. Não precisava ler pessoas comparando-a com a versão mais jovem da sua mãe; não quando eram épocas diferentes.
— Você deveria saber disso melhor do que qualquer pessoa — ele completou. — Eu te disse, mulher, construa o seu próprio legado. Não me importa se transar com faz parte desse legado, só… pare de fugir do que sente.
Ela suspirou, abrindo um sorriso agradecido. A mulher esticou o braço e alcançou a mão dele na base do sofá, entrelaçando seus dedos aos dele.
— Eu devia ter me apaixonado por você, sabia? — ela brincou, fazendo-o rir. — Minha vida seria mais fácil.
— Talvez — ele concordou.
Callum sorriu e beijou a palma da mão dela. Se apaixonar por teria sido fácil, mas os dois tinham se completado como melhores amigos. Podia passar a sua vida inteira procurando pela sua alma gêmea, mas ela estava bem ali, na frente dele, usando um dos seus moletons grandes demais e com as bochechas rosadas. Eles ficaram em silêncio, os dedos entrelaçados, contemplando a existência do momento e um do outro.
Um minuto depois, um som de mensagem e notificação chamou a atenção deles. percebeu que era seu celular, no bolso do moletom. Ela afastou a mão da de Callum e puxou o celular do bolso, desbloqueando a tela para verificar a mensagem. A barra de notificação mostrava o nome de , uma mensagem no Whatsapp e uma menção no Instagram.
— Por falar nele… — ela murmurou, mostrando rapidamente a notificação para Callum.
Ele sorriu, balançando a cabeça, e voltou a aumentar o volume da TV, deixando-a responder à mensagem em paz. clicou na tela, abrindo primeiro a menção no Instagram, notando que tinha postado uma sequência de três fotos dos dois: uma antes da entrevista, com eles segurando as placas respondidas, outra durante, no momento em que ele disse que ela o rejeitou, e outra logo após a entrevista ter terminado, com ele fingindo morder a bochecha dela, enquanto ela sorria. Ela leu a legenda e os comentários:

@: Um pouco sobre a WIRED e para deixar sempre registrado publicamente que @ sabe dar um fora como ninguém ;)

@jackbarnes parece que você encontrou alguém à sua altura, !
@skandarkeynes acho que ela só sabe te colocar no lugar
@hollyhallieri a é LOUCA de te rejeitar, !
@mary123 uau como vocês são lindos!!!
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Ela riu e apertou para abrir o chat de mensagem dele, encontrando mais outra foto dos dois juntos. encarou o sorriso de na foto e sentiu seu coração bater mais rápido, pensando sobre as palavras de Callum. Ela não entendia muito bem o que estava sentindo, mas saber que desejava aquele homem era um começo; entender todas as outras ondas de emoções que ele causava-lhe, era outra história. Ela estava prestes a digitar uma resposta, quando percebeu que ele digitou uma frase junto com a foto.

diz:
foto

queria que você estivesse aqui :)


Pega desprevenida pela mensagem, ela parou de digitar. Um milhão de coisas passou por sua mente, mas ela só olhou para Callum, chamou-o e disse:
— Pode me dar uma carona?

Parte 4

— Oi.
não conseguiu esconder a expressão surpresa ao abrir a porta e encontrar a canadense parada ali. Ela estava completamente desarrumada, diferente do que era acostumado a vê-la pelos corredores dos sets: usava um moletom confortável que ia até o meio das suas pernas, imitando um vestido, o cabelo preso em tranças malfeitas e os pés cobertos de meias do Bob Esponja. Ela tinha a respiração meio irregular, o peito subindo e descendo em uma frequência desconcertante e ele lembrou-se de dizer alguma coisa. — Eu não… — Ele se embolou com as palavras, estreitando os olhos, a cabeça balançando de um lado para o outro. — O que você está fazendo aqui?
sorriu. Ela se sentia um pouco patética por estar ali daquela forma, principalmente depois do olhar de julgamento que o porteiro tinha dado, mas Callum, como um bom melhor amigo que a jogava da beira do precipício porque achava que seria uma boa ideia, continuou incentivando-a a seguir em frente.
A atriz pegou o celular e mexeu-o na mão.
— Você disse que queria que eu estivesse aqui — respondeu. — Então… estou aqui.
Ele piscou os olhos, surpreso novamente.
Tinha sido um risco mandar aquela mensagem, era verdade, mas ele tinha pensado que ela levaria na brincadeira, como sempre. Não esperava que fosse aparecer na sua porta, do mesmo jeito que estava quando recebeu a mensagem. Ele coçou a nuca, um pouco desconcertado.
— Você não estava passando um tempo com o Callum? — ele indagou.
Ela deu de ombros.
— Ele me deixou aqui — avisou.
Ele assentiu devagar e deu espaço para que ela entrasse. aceitou e passou por ele, prendendo a respiração por um momento ao sentir o perfume do homem invadir as suas narinas. Engolindo a seco, concentrou-se em observar a decoração do apartamento. Era uma decoração minimalista, mas que, de algum jeito, combinava com ele.
— Você quer beber alguma coisa? — ele ofereceu, recebendo um aceno negativo como resposta. Ele limpou a garganta e colocou as mãos no bolso da calça, mantendo seus olhos confusos sobre ela, que ainda não olhava para ele. — , eu…
Ela se virou para ele.
— Só quero que você termine essa frase se for para dizer o que eu desejo ouvir — ela interrompeu.
Uma risada nervosa escapou dos lábios dele.
Ele estava adorando tê-la ali, em seu apartamento, os dois sozinhos, mas não conseguia deixar de pensar que ela parecia tão determinada em afastá-lo no dia do restaurante. Ela não tinha dado brecha para que ele continuasse flertando, procurando por alguma chance mínima de se envolverem. Embora parecesse sentir alguma coisa pelo britânico, também parecia estar disposta a não fazer nada a respeito, então, o que tinha mudado?
, eu sei tudo o que eu disse — ela começou a dizer, quase adivinhando o que ele estava pensando. — Mas, também, talvez eu tenha me subestimado em alguns momentos. Eu só… nunca rejeitei e nem quis rejeitar você.
— Não?
Ela mordeu a bochecha.
— Não — confessou. — Eu só fui uma completa idiota em pensar que me envolver com você seria um erro. Minha vida toda, na verdade, tenho pensado que tudo que faço é um erro.
O peso de ser criada pela Ligia era grande. Os traumas, também.
— E agora? — ele perguntou.
Coçando o nariz, ela mexeu os ombros.
— O Callum basicamente me mandou dar um grande “foda-se” para isso tudo — respondeu, fazendo uma careta. — Bem, não foi exatamente isso que ele disse, só…
Ela mal percebeu que ele tinha se aproximado o suficiente para puxá-la de surpresa pela cintura. buscou a boca dela, iniciando um beijo. As mãos de subiram para os ombros dele, entregando-se totalmente ao momento, deixando os seus sonhos se concretizarem exatamente naquele instante.
O sabor da boca dele era muito melhor do que fingir beijá-lo interpretando Marina.
Com um impulso, o britânico pegou-a pela cintura e enganchou suas pernas ao redor da cintura dele. Os dois sentiam a necessidade urgente de estarem ainda mais perto, como se quisessem compensar o tempo perdido. Guiando-se cegamente, procurou o caminho do quarto, adentrando o corredor sem nenhuma dificuldade, tentando chegar até a última porta. Ele a empurrou com uma das pernas e quase tropeçou no caminho até a cama. riu no meio do beijo e afastou a boca da dele.
— Não vou a lugar algum, — ela murmurou, passando o polegar pelos lábios dele. soltou um suspiro exagerado. Não podia negar que ainda tinha temido que ela mudasse de ideia e fosse embora, agora que estava começando a experimentar a sensação de tê-la em seus braços e, também, na sua cama.
Com cuidado, ele soltou-a contra a cama. Por um momento, ficaram exatamente naquelas posições: ela, deitada na cama, erguendo o corpo com a ajuda dos cotovelos; ele, parado de frente para ela, em pé no chão. Os olhos fixos um no outro, gravando cada detalhe que pudessem. sentia as batidas fortes do seu coração contra o seu peito e perguntou-se, silenciosamente, se aquele homem à sua frente estava se sentindo do mesmo jeito. Ela não tinha como adivinhar, a menos que o tocasse.
Parecendo ler os seus pensamentos, se livrou da camisa, jogando-a no chão em qualquer lugar do quarto, e subiu na cama. Ela piscou os olhos e engoliu a seco, tocando a base do rosto dele.
se aproximou o suficiente para tomar os lábios dela, outra vez. Naquele momento, não queria saber se existia certo e errado ou se havia algum limite para o que estava prestes a fazer. Entregar-se a parecia a única atitude plausível no momento e ela poderia pensar nas consequências depois. Estava cansada de fugir daquilo por tempo demais. Ela deixou os pensamentos dissiparem quando ele tocou a lateral do seu corpo, subindo a mão por sua pele, explorando-a.
intensificou o beijo, espalmando uma das mãos no peitoral do homem.
Ela abriu um pouco as pernas, deixando-o se encaixar naquele espaço. aproveitou a sua mão exploradora e começou a subir o moletom que a cobria. Ele afastou o rosto dela por um momento, passando a peça de roupa pela cabeça dela, livrando-se da peça. Ele arfou, surpreso, ao se dar conta de que ela não estava usando sutiã, seus seios completamente nus e rígidos. umedeceu os lábios, sentindo seu corpo inteiro arrepiar devido à intensidade do olhar dele. Ela ficou quieta, absorvendo a sensação do toque dele em sua pele; o britânico não perdeu tempo, tomando o seio esquerdo para si com a boca. gemeu baixinho, finalmente satisfeita que aquilo não era mais uma cena de seus mil sonhos eróticos que tinha com ele; era real, verdadeiro e ela estava sentindo.
Ela arqueou as costas, prendendo as duas pernas ao redor da cintura dele. mordiscou o seio dela levemente, chupando o bico com força, o que arrancou mais um gemido da boca da mulher. Ele sorriu, meio sonhador, e levantou o rosto na direção dela. Aquela visão umedeceu o meio das pernas da canadense. Ela puxou-o pelo cabelo, juntando seus lábios novamente. Aproveitando a distração de , empurrou o corpo dele para o lado, ficando agora por cima dele, sem quebrar o beijo. Ele não reclamou da mudança de atitude, espalmando as suas mãos, agora livre, na lateral do corpo dela. esfregou-se contra o quadril dele, abafando o gemido do homem com o beijo, sentindo-se ansiosa para fazer mais. A canadense, tentando não ser tão impaciente naquele momento, quebrou o beijo, afastando o rosto dele. Ela desceu devagar, usando as mãos para ajudá-lo a se despir por completo. Não demorou muito para que a calça também fosse jogada no chão, junto com a boxer preta que ele usava, revelando o seu membro duro e ereto. A atriz piscou os olhos e, quando fez menção de se levantar da cama, ela empurrou-o de volta pelo peito, em uma ordem silenciosa para que ele ficasse quieto.
O britânico obedeceu, curioso para saber o que ela estava pretendendo fazer, mas não demorou muito para descobrir.
umedeceu os lábios e encarou o pau dele, aproximando-se de volta. Ela inclinou o corpo contra a cama, usando a mão direita para começar a massagear o membro duro. Quando tocou a pele do pau do ator, ele soltou um gemido, incapaz de conter o próprio prazer. Ele tinha sonhado com aquilo uma vez, claro, mas nada se comparava à realidade. começou um movimento lento de vai e vem, assistindo a reação silenciosa dele.
… — ele murmurou.
E ela gostou do som do seu nome saindo da boca dele daquela maneira. Não era o usual que ele costumava chamá-la pelos sets ou jantares com a equipe. Era uma maneira única e exclusiva que ela estava começando a experimentar. No fundo, sentia que precisava tomar cuidado para que aquele som não se tornasse um vício.
No entanto, não respondeu ao chamado suplicante do homem; pelo contrário, ela realizou o seu desejo que estava contido há muito tempo: com a boca, finalmente experimentou-o e precisou segurar o pano do lençol com força. Ela chupou a cabeça do pau primeiro, com os olhos fechados, como se estivesse saboreando o seu prato favorito e o britânico quase enlouqueceu com a visão. Ela era muito mais do que ele tinha imaginado que possivelmente seria, quando estivessem juntos, sozinhos, entre quatro paredes, como naquele momento. Para ele, era excitante o fato dela tomar o controle daquela maneira e experimentá-lo da forma que fosse.
sugou, lambendo-o inteiro, colocando seu pau todo na boca e masturbando-o com ajuda da mão. Se ela continuasse aquela loucura deliciosa, ele não sabia se aguentaria por muito mais tempo e, por isso, arqueou o seu corpo e tocou a face do rosto dela com os dedos.
, eu tenho a intenção de aproveitar mais — ele gemeu, o rosto expressivo de prazer.
Ela piscou os olhos para ele. Como uma bela provocadora que costumava ser, ela depositou um beijo bem no topo da cabeça do pau dele, fazendo-o revirar os olhos. Mas, enfim, a atriz atendeu o pedido dele e parou de saboreá-lo. Ele parecia contente em querer fazer o mesmo, mas a intimidade no meio das suas pernas estava úmida e latejando. Se não tivesse o que queria naquele exato instante, seria bem capaz de explodir de tesão acumulado.
— Temos o tempo todo do dia, , eu prometo — ela respondeu, livrando-se da calcinha. — Mas, agora, eu preciso que você me foda.
Com os olhos cintilando de prazer, não contestou o pedido. Seu pau também latejava, quase como se estivesse implorando para estar dentro dela. Ele sentou na cama, puxando a atriz para seu colo, ainda sem entrar completamente nela. tocou a bochecha dela com a mão, encarando-a com um sorriso pequeno nos lábios, quase custando a acreditar que aquilo tudo fosse mais do que real.
— Você quase me deixou maluco por semanas — confessou, em um fio de voz, a boca próxima demais da dela. — E tenho a impressão que vai continuar fazendo isso.
Ela sorriu. Entrelaçou as duas mãos ao redor do pescoço dele, distribuindo beijos por todo o seu rosto, arrancando pequenos sorrisos dos lábios dele. Ela se remexeu contra o quadril dele, ansiosa, mas não antecipou o momento. Era gostoso friccionar os seus corpos daquela maneira e estava certa quando disse que tinham tempo suficiente. Estava de folga pelo resto do fim de semana e Callum não se importaria de remarcar o encontro deles para outro dia. Mas, ansiosa por senti-lo, ela aproximou a boca da orelha dele, mordiscando o seu lóbulo.
— Você pode me foder agora — sussurrou.
Segurando sua cabeça pela raiz do cabelo, levantou o corpo da atriz, o suficiente para que conseguisse encaixar o seu pau na entrada da boceta dela. Ele enfiou devagar, seus gemidos misturados ao dela. abraçou-o, mordendo o ombro nu dele; desceu a mão da raiz do cabelo até as nádegas dela, espalmando as duas mãos em cada uma, ajudando-a a cavalgar contra o seu pau, fodendo-a como ela tinha pedido.
O som dos dois corpos se chocando era como uma melodia. Algo com que sonhava todas as manhãs e acordava confusa, desejando-o ainda mais do que antes, frustrada enquanto seguia o caminho do set de filmagem e deparava-se com ele, sem poder tocá-lo. Desde que ele confessou o seu desejo, no dia do restaurante, ela vinha se entorpecendo de pensamentos eróticos sobre o parceiro de cena e, agora, naquele mesmo instante, com o rosto grudado no pescoço dele, os dentes arranhando a pele sensível do homem, fodê-lo parecia a melhor coisa real que poderia acontecer.
Em um movimento rápido e surpreso, virou-a de lado, deitando-a na cama, voltando a ficar por cima dela. Em nenhum momento, ele saiu de dentro dela. abriu mais as pernas, deixando-o confortável no meio dela, e impulsionou o quadril, aumentando o ritmo de vai e vem com o seu pau dentro da boceta de . Ela acariciou o rosto dele, os dois ofegantes, a respiração acelerada; encarou o rosto dela, com um sorriso bonito nos lábios, e começou a depositar beijos nas bochechas dela, descendo por sua nuca, ombros, clavícula, até parar ao redor dos seios, onde ele despejou uma atenção mais demorada. A atriz fechou os olhos por um momento, tentando gravar todas as sensações que ele estava provocando em seu corpo, sentindo-se incapaz de concentrar-se somente em uma sensação. Ela gemia, alto e baixo, misturando-se aos gemidos dele. diminuiu o movimento, entrando e saindo lentamente, voltando a subir a boca para o rosto dela.
— Abra os olhos, — ele murmurou.
Ela obedeceu, puxando os fios do cabelo dele. A maneira como ele a olhava parecia incendiá-la por dentro. Ela sentia os pingos de suor por todo seu corpo e adorava descer as mãos explorando a pele dele. Ela encaixou uma perna na cintura dele e quase gritou a plenos pulmões quando ele adicionou um dedo à brincadeira e começou a esfregar o seu clitóris.
Ela gemeu o nome dele e o britânico decidiu que aquele era o seu novo som favorito.
— Você fica linda gemendo — ele provocou.
Ela avançou contra a boca dele, mordendo o lábio inferior do ator. riu, apertando a mão esquerda no quadril dela, voltando a estocar com mais velocidade e mais força, ouvindo-a ofegar ainda mais.
não sabia como aguentou tanto tempo para experimentar aquilo com o homem. Os dois pareciam combinar perfeitamente, os corpos se encaixavam e o desejo parecia só aumentar; o tesão nunca diminuía, nem mesmo por um instante, enquanto ele ainda estava dentro dela. Ela tinha transado com outros homens durante toda a sua existência, claro, mas ela não gostava de comparação. Tudo o que ela prestava atenção era em como seu corpo respondia à pessoa em questão e, se fosse honesta consigo mesma, não era só seu corpo que estava respondendo às investidas do ator. Era seu coração também, tão acelerado quanto ela não queria que estivesse, porque temia o que aquilo deveria significar. Podia ser somente uma reação à adrenalina do sexo, mas era crescida o suficiente para conseguir distinguir tudo o que sentia. Seu coração não estava disparado porque ele estava fodendo-a ali; muito pelo contrário, seu coração estava disparado pelas palavras dele, pela forma como ele a olhava, como a tocava. Não era o que estavam fazendo, mas como estavam fazendo.
Como se aquela não fosse a primeira vez dos dois juntos. Como se fizessem aquilo há muito tempo, com uma intimidade palpável de tirar o fôlego, mas não era justamente essa essência que eles passavam aos personagens? A todas as pessoas fora dos bastidores? Aos fãs, que insistiam que eles tinham alguma coisa? Não era essa química que a mídia dizia enxergar?
Ela observou estremecer. Ele estava mais ofegante do que ela, indicando que estava perto de atingir o próprio ápice. Pouco depois, começou a sentir espasmos e também estava perto de gozar. Ela requebrou o quadril na direção dele, movimentando-se no ritmo ora lento, ora rápido que ele estava proporcionando.
… — ela sussurrou, já quase sem voz.
Ele engoliu a seco e juntou a testa na dela, beijando-a rapidamente, contendo os gemidos que queria deixar escapar. Quando atingiu o orgasmo primeiro, soltando o grito contido na garganta, ele finalmente saiu de dentro dela e gozou fora, tendo consciência que tinham acabado de transar sem camisinha. O jato jorrou no lençol da cama e um pouco em cima da barriga dela, que estava ainda recuperando a respiração. Ele respirou, satisfeito por ter encontrado alívio e quase perdeu o juízo quando assistiu passar um dedo pelo líquido na sua barriga e levá-lo até a boca, experimentando-o outra vez.
— Mulher…
Ele balançou a cabeça, admirando o sorriso dela, jogando-se ao seu lado na cama, finalmente deitando. aproveitou para se aproximar dele, mas não sem antes limpar a sua barriga e livrar-se do lençol sujo de gozo, deixando o pano sujo no chão também. Ela puxou o edredom e se aproximou dele, cobrindo os dois corpos juntos.
— Você é incrível, sabia? — ela sussurrou, apoiando o queixo no peito dele.
passou o braço ao redor dela, acariciando as suas costas.
— Já ouvi muito isso — ele brincou.
Ela beliscou o braço dele, que reclamou com um resmungo muito bem-humorado. Parecia certo querer ela ali na sua cama, todos os dias.
Ou era um pouco exagerado?
— Não na cama — ela explicou, mas quando viu ele arquear a sobrancelha, tentou se corrigir. — Não somente na cama, mas incrível em tudo.
não fazia o estilo sentimental. Mas passou tanto tempo se importando com o que os outros diziam sobre quem ela deveria ser, que não se importou com nada naquele momento. Podia ser quem quisesse com , porque ele a deixava confortável suficiente para conseguir ser ela mesma, não o que os outros ditavam. Se continuasse a seguir por aquele caminho e, principalmente, a deixar a voz da sua mãe na sua cabeça comandar as suas ações, nunca conseguiria assumir o que, de fato, sentia.
— Talvez — ele concordou com um aceno, aceitando o elogio. — Mas a única coisa incrível que eu estou vendo aqui, é você.
Ela desenhou círculos com o dedo na pele nua do peito dele, o queixo ainda apoiado, mantendo os olhos fixos no rosto dele, que também a olhava. mordeu os lábios, vagando nos próprios pensamentos, enquanto tentava entender se tudo aquilo significava mais do que ela estava vendo.
— Podemos repetir mais vezes? — perguntou.
Ele quase riu, incrédulo com a pergunta que tinha acabado de sair da boca dela. Ele estalou a língua.
— Meu Deus, , ainda não percebeu? — ele disparou. — Podemos fazer isso pelo tempo que quiser. Agora que você está aqui, estou curioso com o que podemos aprontar juntos. Na cama.
tinha razão quando tinha dito que teria sido mais fácil ter se apaixonado por Callum. Ele era seu melhor amigo, conhecia-a de maneiras que ninguém jamais conheceu e os tabloides estavam acostumados com os dois juntos, mas também estava certa quando constatava que os dois eram melhores como amigos e confidentes um do outro. E estava mais certa ainda sobre o fato de que estar com era como pisar em terrenos desconhecidos, mas era exatamente o desafio que estava precisando para continuar seguindo em frente e honrar a sua independência de escolher o que era melhor para si mesma.
Para ser independente e autêntica, tanto na cama, quanto na vida pessoal. Precisava livrar-se das vozes críticas da sua mãe, mas, mais do que isso, precisava resolver a sua relação com a mais velha, mesmo que achasse isso um caminho sem volta. No entanto, estar ali, propondo um caso sexual com , era um passo adiante para algo que ela não estava preparada para receber: um relacionamento, enfim, que durasse.
Ela fez menção de se afastar dele para se levantar e vestir as suas roupas, mas o britânico não deixou, prendendo-a contra seu corpo, arrancando uma risada dela. se espremeu contra ele, mordendo o queixo do homem devagar.
— Bem, acho que os tabloides britânicos têm razão — ela disse, abrindo um sorriso sapeca, revirando os olhos, divertida.
O ator estreitou os olhos na direção dela.
— Sobre o quê? — indagou.
deu de ombros, abraçando a cintura dele da forma que podia. Sim, com certeza, não reclamaria de ficar naquela posição para sempre, recebendo o calor e o carinho dele.
— Nós finalmente estamos transando — ela respondeu. — E temos mesmo química na cama.
soltou uma gargalhada gostosa e puxou-a mais para si, enchendo o rosto dela de beijos molhados. Ele não costumava acreditar em tudo o que saia na mídia, porque quase tudo era mentira. E qualquer notícia tendenciosa irritava .
Mas os dois tinham que admitir que, daquela vez, os tabloides tinham arriscado um palpite certeiro sobre os dois: a vida imitava a arte. O casal que deveria ser um casal apenas na ficção, atravessou as telas do cinema e se tornaram real.

Epílogo

Fora das telinhas: e assumem relacionamento!

Surpreendendo um total de 0 pessoas, os atores foram vistos juntos diversas vezes pelas ruas londrinas, criando rumores sobre estarem juntos ou não. Fontes afirmaram que os dois foram vistos saindo juntos de mãos dadas de vários estabelecimentos locais e, na última sexta-feira (12), o casal finalmente confirmou a notícia que todo mundo já esperava: o casal da ficção se tornou realidade!


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Met Gala 2022: confira aqui os melhores momentos de e

O casal de atores chegaram juntos no evento do Met Gala, que aconteceu na última segunda-feira (2) em Nova York. A canadense e o britânico apostaram em um look pink combinado, assinado pela Valentino. Ao passarem pelo tapete vermelho, se atrapalhou, tropeçando nos próprios pés, derrubando a si e ao namorado direto no chão, o que arrancou risadas divertidas de ambos e das pessoas ao redor, que correram para ajudar. Apesar da queda, o casal passa bem e continuam arrancando suspiros dos fãs!


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Férias merecidas: e foram vistos curtindo a praia na Califórnia e detalhe chama atenção

Após um ano de relacionamento e aproveitando as férias merecidas depois de terminarem as gravações do segundo filme da trilogia, o casal foi visto curtindo a praia californiana juntos. Um detalhe curioso, no entanto, chamou a atenção dos fãs: está usando um anel brilhante no dedo anelar direito, o que está provocando uma comoção na internet: será que os pombinhos estão pensando em dar o próximo passo no relacionamento?


— Não pode estar falando sério! — exclamou, encarando a tela do celular.
, ao seu lado, começou a rir da reação da namorada. Ele tomou mais um gole do vinho branco, balançando a cabeça; deixou a taça de lado e se aproximou, ajeitando o corpo no sofá, virando-se de lado para ela.
— Vamos, você está mais do que acostumada com as especulações das mídias — ele tranquilizou-a, beijando seu ombro desnudo.
Ainda estavam na Califórnia, mas fora da praia. Depois de uma manhã inteira curtindo o mar e o sol, os dois estavam cansados e resolveram passar a tarde relaxando na casa que estavam hospedados. tinha aproveitado para verificar o celular e responder às mensagens de Holly e Callum, além do pessoal da produção, quando alguém, em algum grupo, mandou o link da notícia mais recente, onde especulavam um possível noivado entre os dois.
— Sim, mas nunca fica menos irritante — respondeu, revirando os olhos.
tirou o celular da mão dela e depositou-o ao lado da taça de vinho. Ele apertou o ombro da mulher, ajudando-a a relaxar, mas não podia negar que tinha achado a situação um pouco engraçada. Eles não estavam noivos, isso era bastante óbvio para qualquer um que os conhecesse. O anel era, na verdade, parte do artefato de ser Marina, sua personagem da trilogia de filmes. tinha simplesmente esquecido de livrar-se do anel ainda dentro do set, mas tinha estado tão atrasada para encontrar , que sequer pensou sobre aquilo. Agora, de férias na Califórnia e com a recente notícia, foi quando lembrou que ainda usava o bendito anel.
— Mas não seria nada mal, não é? — Ele piscou, testando o terreno.
estreitou os olhos para ele, livrando-se da massagem relaxante. Ela virou o corpo na direção do britânico, os dois frente a frente no sofá enorme, desconfiada. Quando propôs continuarem com o sexo casual, sabia que tinha o risco de se apaixonar por ele, mas nunca tinha esperado um pedido de namoro, que veio. Ela aceitou e, um ano depois, ainda estavam juntos e ela perdeu o medo de muita coisa. Sua mãe não tinha aceitado bem a relação dos dois e desistiu de vez de consertar o relacionamento das duas; simplesmente não valia a pena continuar tentando conquistar o amor e aprovação da genitora, mesmo depois de 37 anos.
— O quê? — ela soltou, a voz baixa, umedecendo os lábios.
O brilho nos olhos dele indicava que ela sabia do que ele estava falando. segurou a mão dela, a que ainda estava o anel, e fez um barulho com os lábios, olhando-a sugestivo e com diversão. Ele estava testando-a. Sempre continuava testando, para estudar sua reação e ter certeza se estava mesmo tendo uma boa ideia.
, não — ela disse, tirando o anel, reprovando a ideia quase que imediatamente.
O britânico não se abalou; ele soltou um suspiro e afastou a mão dela.
— Estamos juntos há um ano, .
— Sim, estamos juntos somente há um ano — ela frisou, meio nervosa. Não era o assunto que estava esperando ter naquela tarde. — Não é tempo suficiente para você concluir que essa é uma boa ideia!
Ele não respondeu imediatamente. O britânico coçou a nuca e respirou fundo, encarando-a.
— Sabe o que Callum me disse quando você nos levou para jantar juntos, naquela noite? — ele perguntou, recebendo um aceno negativo como resposta. — “Se você não tem certeza que ela é a garota para a sua vida, é melhor deixá-la livre.”
engoliu a seco, pensando que era mesmo uma coisa que Callum diria, principalmente depois do que ele a viu sofrer no último relacionamento. Ele sempre cuidaria dela, mesmo escondido, mas não tinha ideia que ele tinha dito aquilo para . Seu coração quase amoleceu um pouco. Um ano juntos e parecia uma eternidade.
— Esse jantar foi há quase nove meses — ela sussurrou.
Ele assentiu, sorrindo. Acariciou a mão dela, beijando a sua palma com delicadeza.
— Sim, e eu não te deixei livre, deixei?
… — murmurou, mas ele não a deixou completar a frase.
, eu te amo — declarou. — Costumo ter certezas de poucas coisas na minha vida, mas que você é a minha garota? — ele continuou, firme. — Não tenho dúvidas.
Seu coração disparou com a declaração. A quem estava querendo enganar? Amava-o com todo seu coração também e podia se imaginar facilmente dividindo uma vida com ele. Estar com não era como seus outros relacionamentos. Mesmo longe um do outro, seja por viagem de trabalho ou compromissos pessoais, eles sempre faziam dar certo. Entendiam o trabalho um do outro e nunca reclamavam da distância ou do pouco tempo que tinham juntos, às vezes. Um ano depois, ele ainda fazia o coração dela disparar como na primeira vez.
O silêncio se instalou entre os dois, mas não impediu de fazer o pedido.
Ela suspeitava que nada o impediria.
— Case comigo.

NEWS: e confirmam o noivado!

FIM!

Nota da autora: Sem nota!