
Codificada por:
Lua ☾
Finalizada em: 20/04/05
CAPÍTULO UM
— Guess I'll end this life alone… I am not dramatic, these are just the thoughts that pass right through me.
All the douchebags in my phone, play 'em like a slot machine. If they're winnin', I'm just losin'...
All the douchebags in my phone, play 'em like a slot machine. If they're winnin', I'm just losin'...
Será que é isso que me espera? Uma vida sozinha? O pensamento passou tão rápido pela minha cabeça que nem consegui processá-lo completamente. Olhei para a tela do celular, vendo a mensagem de piscando na tela. Ele já tinha saído de casa para me buscar. Fiquei ali por um momento, imóvel, como se a resposta estivesse em algum lugar entre as mensagens e as pessoas nos meus contatos.
Parei por um instante nos nomes que estavam lá, rolando a tela como se procurasse por algo que não soubesse identificar. estava entre tantos outros, mas a dúvida apertava. Será que não seria melhor desmarcar e simplesmente ficar em casa, sozinha, com uma taça de vinho? Fechar os olhos e esquecer de tudo, de todos... Mas, quando pensei nisso, a imagem de invadiu minha mente, de uma maneira que não consegui controlar…
Lembrei das mãos dele passeando pelo meu corpo, da maneira como ele me tocava com um desejo sutil, mas tão intenso. Dos lábios dele encontrando os meus com aquela urgência silenciosa que parecia me consumir cada vez mais. E, claro, do sorriso torto que ele sempre dava quando conseguia o que queria, um sorriso de quem sabe exatamente o que faz.
Eu soltei um suspiro, afastando esses pensamentos da cabeça. Isso não ajudava. Eu não podia me deixar perder em algo tão simples como uma atração, mesmo que fosse forte, intensa. Respirei fundo, coloquei o celular na mesa e peguei a bolsa, decidida a seguir com a noite. já estava a caminho, e eu teria que lidar com isso. Um sorriso apareceu no meu rosto enquanto me dirigia até a portaria do prédio, pronta para esperar.
💋💋💋
“A boy who's jacked and kind, can't find his ass to save my life…”
Meus passos ecoaram pelo hall do prédio enquanto me dirigia até a recepção. O porteiro, um senhor de meia-idade com um sorriso simpático, me cumprimentou, como sempre, com um aceno de cabeça.
— Boa noite, senhorita. Está esperando por alguém?
— Boa noite, sim. O , — respondi, forçando um sorriso, sabendo que ele já estava acostumado com meus encontros — ou quase encontros — como esse.
Eu me sentei na cadeira próxima à recepção, sentindo o desconforto de estar ali, esperando por alguém que não era quem eu realmente queria ver. Era como se todo o ambiente estivesse mais vazio do que o normal, como se minha mente estivesse sempre em outro lugar.
E logo ela me levou para ele. . O cara que eu realmente queria, mas que nunca sequer notou minha presença da maneira que eu esperava. Cada vez que eu o via passar pelas boates ou bares que eventualmente nos encontravamos, que querendo ou não, ou pelos corredores do prédio, já que éramos vizinhos, meu coração batia mais rápido, mas ele sempre parecia tão distante, tão alheio a tudo que se passava ao meu redor.
Eu me perdi por um momento, olhando para as portas automáticas da entrada, imaginando se algum dia ele poderia me ver de uma maneira diferente. tinha tudo o que eu procurava em um homem. Primeiramente claro, os músculos do corpo escultural que ele vira e mexe me dava o prazer de ver e admirar quando estava malhando na academia do prédio, quase sempre sem camisa. Ele era inteligente, engraçado, com um sorriso que parecia iluminar a sala inteira, e, mesmo com tantos outros ao seu redor, ele tinha uma calma e uma presença que era impossível de ignorar. Mas eu? Eu era apenas mais uma daquelas pessoas invisíveis que passavam pela vida dele sem deixar marca alguma.
Aquela sensação de ser só mais um rosto na multidão me incomodava, mas eu não sabia como mudar isso. O pior de tudo era que, mesmo sabendo que nunca olharia para mim com o mesmo desejo que eu sentia por ele, eu continuava alimentando esses sentimentos, como uma chama que, apesar de saber que estava prestes a se apagar, se recusava a deixar de brilhar.
Fechei os olhos por um segundo, tentando afastar esses pensamentos. Era melhor não me perder neles. A voz de me interrompeu mentalmente, e eu logo me lembrei de que ele ainda era uma boa companhia, apesar de não ser ele. Eu sabia que não deveria deixar minha cabeça se encher de ideias sobre , mas a verdade era que, no fundo, eu não conseguia evitar.
💋💋💋
“Oh, it's slim pickings, if I can't have the one I love, I guess it's you that I'll be kissing. Just to get my fixings, since the good ones are deceased or taken. I'll just keep on moanin' and bitchin'...”
abriu a porta do carro com um sorriso, mantendo aquela pose de cavalheiro que ele sabia usar tão bem.
— Entra, princesa. — A maneira como ele falou aquilo fez com que minha respiração se acelerasse, e eu entrei no carro, tentando não demonstrar a ansiedade que começava a crescer dentro de mim. sempre soubera como fazer a situação ficar intensa, e, por mais que eu quisesse ignorar, a atração que ele me causava era inegável.
Assim que fechei a porta, mal tive tempo de colocar o cinto de segurança antes de sentir suas mãos tocando meus cabelos loiros. Ele os afastou delicadamente, como se soubesse exatamente onde e como me tocar para me fazer perder um pouco a compostura. Seus lábios começaram a se mover pelo meu pescoço, suaves e exigentes, e um arrepio percorreu minha pele.
Eu dei uma travada no começo, o pensamento de atravessando minha mente como uma sombra indesejada. , o cara que nunca me viu da maneira que eu desejava. Mas a presença de ali, tão próxima, era como uma força magnética, me puxando para ele, para aquele momento. Eu tentei afastar os pensamentos sobre , e cada beijo que deixava na minha pele me fazia relaxar um pouco mais, me permitindo perder o controle.
Os beijos no meu pescoço se intensificaram, e eu já não conseguia mais pensar com clareza. Eu me permiti relaxar, deixando-me levar pela sensação que estava criando, pela urgência que se formava entre nós dois. Quando nossos lábios finalmente se encontraram, a tensão que havia em mim se dissipou, e o beijo foi quente, intenso, uma mistura de desejo e necessidade que nos consumiu por completo.
Eu não sabia mais se estava realmente ali por ou se me deixava levar apenas pelo alívio que ele me proporcionava…
O beijo entre nós se intensificou de forma quase instantânea, como se uma tensão que havia se acumulado ao longo de todo o tempo que passamos afastados agora fosse liberada em um único e ardente momento. me puxou para mais perto, suas mãos explorando minha cintura com uma firmeza que me fez estremecer. Os lábios dele estavam quentes, exigentes, e a sensação de seu toque me consumia, mas algo dentro de mim ainda estava um pouco distante, quase consciente demais de tudo que estava acontecendo.
Enquanto nossas bocas se moviam com uma urgência que eu não podia negar, eu me peguei pensando, de forma quase desconcertante, que tudo aquilo não passava de migalhas. Era bom, claro. Ele sabia exatamente onde me tocar, onde colocar as mãos, e eu gostava disso. Gostava de como ele sabia o que eu queria, como as carícias dele conseguiam me deixar tonta. Mas no fundo, eu sabia. Era só um alívio momentâneo. Algo que me fazia esquecer por algumas horas, mas que logo depois voltava a me consumir. Era como uma fuga temporária de tudo que faltava, de tudo que eu queria mas não podia ter.
deslizou suas mãos por minha pele, subindo devagar pela minha cintura até meus seios, onde ele tocou com uma precisão que me fez prender a respiração. O toque de seus dedos sobre a renda do meu sutiã foi quase eletricamente intenso, e eu me vi perdendo a noção do tempo, me permitindo afundar na sensação. Mas, apesar de todo o desejo, minha mente ainda não conseguia se libertar. Eu sabia que, depois disso, nada mudaria. ainda seria , sempre proporcionando esses momentos intensos, mas nunca se comprometendo. Nunca dando nada além de migalhas.
Eu sabia o que ele queria. Eu sabia o que ele era. E ainda assim, me entregava, como se as migalhas fossem o suficiente para me fazer esquecer o que eu realmente desejava. E mesmo enquanto suas mãos desciam lentamente pelas minhas costas, me fazendo arquear o corpo em resposta ao toque, eu não conseguia deixar de pensar que, apesar de tudo ser bom, havia uma parte de mim que não se contentava. Que não se saciava com o alívio temporário que ele me dava.
Nossas bocas se separaram por um momento, e eu respirei fundo, meu corpo ainda ardendo de desejo. Mas a dúvida estava lá, inescapável. Eu estava completamente absorvida naquele momento, mas sabia que a verdade estava ali, silenciosa e imutável: aquilo era só um consolo. E por mais que eu gostasse de tudo o que proporcionava, não era o que eu realmente queria. Mas isso, no fundo, não me impediu de deixá-lo se aproximar novamente, suas mãos se movendo com mais pressa agora, como se ele soubesse que o tempo que tínhamos era limitado, e eu, mais uma vez, me permitia ser consumida.
💋💋💋
Eu me afastei um pouco, respirando fundo, tentando alinhar meus pensamentos enquanto ainda me olhava, com os olhos cheios de desejo. A realidade, porém, parecia me alcançar mais rápido do que eu gostaria. Ele era ótimo em me fazer esquecer por um momento, mas no final, a verdade sempre voltava. Eu sabia onde a noite acabaria, mesmo que não fosse o que eu realmente queria. Eu sabia que, mais uma vez, terminaríamos na minha casa. Nada mudaria. Só restava decidir de forma mais prática.
— Sabe o que é Chan… — comecei, minha voz um pouco mais firme, tentando não ser consumida pela tensão ainda presente no ar. — Melhor não sairmos. Coloca o carro na vaga de garagem, podemos subir direto.
me olhou, um tanto surpreso, mas logo deu um sorriso compreensivo, como se já soubesse que esse caminho era o mais natural para nós dois. Ele deu a partida e seguiu até a vaga no subterrâneo, enquanto eu tentava controlar a ansiedade crescente no meu peito. Eu sabia exatamente o que estava fazendo. Se saíssemos, acabaríamos na minha casa, sem dúvida. Então, por que perder tempo indo até algum lugar que só adiantaria o inevitável?
O carro parou, e antes mesmo que ele tivesse a chance de desligá-lo, eu já estava saindo, indo em direção ao elevador. Eu não queria mais pensar nisso, apenas queria o momento em que pudesse relaxar e esquecer os pensamentos que me atormentavam. Mas, como sempre, o destino tinha outros planos para mim.
Quando as portas do elevador se abriram no meu andar, a última pessoa que eu esperava ver estava ali. . Ele estava parado na frente do elevador, com uma expressão calma, como sempre, mas ao nos ver, não havia nenhum tipo de reação além de um olhar rápido entre mim e . Um olhar que parecia, ao mesmo tempo, indiferente e curioso, como se não se importasse com o que acontecia entre nós. Mas para mim, aquilo foi como um soco no estômago.
Eu fiquei sem graça, uma sensação estranha de estar exposta, como se algo que eu preferia esconder tivesse sido jogado ao ar. Não sabia se ele tinha percebido, se tinha notado algo além de nossa troca de olhares rápidos, mas a tensão era palpável. O silêncio entre nós foi desconfortável, e, por um momento, parecia que o mundo tinha parado. Eu tentei manter a compostura, mas não consegui esconder a leveza da cor que subia ao meu rosto.
apenas deu um aceno de cabeça, sem dizer uma palavra, e passou por nós, entrando no elevador em silêncio. Meu olhar seguiu-o até que as portas se fecharam, e uma estranha sensação de desconforto me envolveu. Olhei para , que estava ao meu lado, mas nem ele parecia saber o que dizer. O que quer que eu tivesse feito, já estava feito. E, por mais que eu tentasse afastar os pensamentos, ainda estava ali, no fundo da minha mente, observando tudo.
Eu tentei disfarçar a tensão no meu corpo, mas a fala de me pegou de surpresa.
— Ele nem segurou o elevador para nós, que grosseiro! — disse, um tom de diversão na voz, tentando aliviar o clima.
Mas, ao invés de rir junto, meu estômago se revirou. A forma como ele falara parecia tão leve, como se fosse algo comum, mas para mim, foi como um lembrete de que não estava tão invisível quanto eu pensava.
Olhei para com uma expressão que provavelmente não transmitia exatamente o que eu estava sentindo. Uma mistura de desconforto e uma pontada de algo que eu não queria reconhecer. Não sabia se era vergonha, frustração, ou apenas o fato de estar me sentindo exposta de um jeito que eu não havia planejado. Mesmo sem intenção, havia tocado uma ferida.
— Eu... não sei se ele percebeu a gente, — respondi, minha voz mais baixa do que eu pretendia. A verdade era que, no fundo, eu não queria que ele tivesse percebido, que tivesse alguma pista do que estava acontecendo entre mim e . Mas, claro, a minha mente não parava de questionar se ele sabia. Se ele estava ciente de tudo, mas simplesmente não se importava.
pareceu não perceber a mudança no meu humor, ou talvez estivesse tentando evitar qualquer tensão. Ele apenas deu uma risada curta e sacudiu a cabeça.
— Ah, relaxa, vai, não vale a pena se incomodar com isso.
Eu não sabia o que responder. Afinal, ele estava certo, não valia a pena. era quem era, e eu não tinha controle sobre as situações, muito menos sobre como ele me via. Então, o que estava me incomodando tanto? Eu não sabia, mas uma coisa era certa: a presença dele me deixava sem chão. E agora, o que eu faria? Continuaria ignorando isso ou começaria a encarar a realidade?
💋💋💋
Chegamos ao apartamento e a porta se fechou atrás de nós com um clique suave. não perdeu tempo. Assim que eu me virei para ele, ele já estava a poucos centímetros de distância, seus olhos fixos nos meus com um desejo claro e ardente. Não era mais sobre fingir que não havia atração, ou esconder o que queríamos. A tensão entre nós era palpável, carregada de eletricidade.
inclinou-se, seus lábios encontrando os meus novamente, mas dessa vez com mais intensidade, como se já soubesse que não havia volta. O beijo foi profundo, exigente, como se a espera tivesse sido longa demais e agora não houvesse mais espaço para nada além do que ele queria. Minhas mãos automaticamente encontraram o pescoço dele, puxando-o para mais perto, respondendo ao desejo dele com a mesma urgência.
Ele me guiou até o sofá, os beijos se tornando mais frenéticos enquanto suas mãos percorriam minha cintura, subindo até minha blusa. Eu podia sentir o calor crescente, a necessidade de mais. O toque de era como fogo em minha pele, e eu sentia cada célula do meu corpo se acender. Eu sabia que ele queria mais, e eu também queria. Não conseguia pensar em mais nada além de estar com ele, de me perder na sensação de cada toque.
Com um movimento rápido, ele retirou minha blusa, lançando-a para o lado enquanto suas mãos desciam por meu corpo, tocando minha pele com uma suavidade que contrastava com a intensidade do momento. Eu arqueei para ele, meu corpo pedindo mais enquanto ele me explorava, suas carícias não deixando espaço para nada além de prazer e desejo.
sussurrou, sua voz rouca e baixa, no meu ouvido:
— Sempre soube que você me deixaria assim, louco por você... — Suas palavras me fizeram estremecer, e eu o puxei novamente para um beijo, mais profundo agora, mais urgente.
Minhas mãos desceram até a camiseta dele, puxando-a para cima com rapidez, como se não quisesse perder mais tempo. A sensação da pele dele contra a minha me fez perder completamente a noção de onde estávamos, do que realmente estava acontecendo. Tudo o que importava era o momento, e aquele momento estava consumindo toda a minha razão.
As roupas foram sumindo, uma peça de cada vez, enquanto nos beijávamos e nos acariciávamos. Ele me guiou pelo apartamento até o quarto, suas mãos nunca parando, sempre explorando, sempre me fazendo querer mais. O som das nossas respirações pesadas preenchia o ambiente enquanto ele me deitava na cama, seus olhos encontrando os meus antes de continuar com as carícias.
— Você me enlouquece, sabia? — sussurrou, sua voz quente em meu ouvido enquanto ele continuava a me tocar, a me beijar, a me fazer esquecer de tudo o que não fosse ele. — Eu não consigo mais controlar... Eu só quero você. —
Eu não precisava de mais palavras. Suas mãos continuaram a explorar meu corpo, seus beijos se intensificando enquanto eu respondia com a mesma vontade. Eu também queria ele, queria sentir cada pedaço dele, sentir como ele me afetava. Eu o puxei para mais perto, meus dedos tocando a pele dele com a mesma intensidade, fazendo com que ele visse o quanto eu queria.
O desejo estava no ar, nas nossas carícias e nos sussurros trocados entre os beijos. Nada mais parecia importar. Eu me entregava a ele, completamente, sem reservas, sem medo. Ele me fazia esquecer tudo o que havia antes, e eu não queria pensar no que viria depois. Eu só queria viver aquele momento, com ele, ali.
O tempo parecia se arrastar, mas de forma deliciosa, enquanto e eu nos entregávamos ao desejo, cada toque, cada beijo, cada movimento, nos levando mais e mais para aquele lugar onde não havia mais dúvidas. A conexão entre nós era intensa, uma mistura de prazer e urgência, como se o momento tivesse sido esperado por muito tempo, mas também tivesse que ser vivido agora, sem hesitações.
Nossas respirações estavam descompassadas, os corpos se movendo em perfeita sintonia, enquanto a noite se desenrolava de uma forma que eu sabia ser inevitável. Não era mais sobre nós dois tentando resistir aos impulsos ou esconder o que sentíamos. Era sobre o que precisávamos naquele momento: nos perder um no outro, esquecer de tudo que estava fora daquele quarto. E quando finalmente a tensão se quebrou, foi como uma liberação, uma explosão que me deixou sem ar, mas também completamente satisfeita, em um nível físico que não podia negar.
Depois de algum tempo, se levantou e, sem dizer uma palavra, foi em direção ao banheiro, deixando-me sozinha na cama, ainda sentindo a intensidade do que havia acabado de acontecer. O som da água no chuveiro preencheu o ambiente, mas meus pensamentos começaram a voltar para a realidade, se afastando um pouco da euforia que havia me consumido até então.
Eu não podia evitar. era incrível. O que ele me proporcionava, o prazer que me dava, era real, palpável. Mas no fundo, eu sabia que ele não era o que eu queria, não de verdade. Quando fechei os olhos por um momento, a imagem de voltou à minha mente, tão vívida quanto antes. Ele, sempre tão distante, sempre tão alheio ao que eu sentia. Mas ainda assim, eu queria ele. Mesmo depois de tudo o que havia acontecido, continuava lá, na minha mente e no meu coração. Eu não sabia o que exatamente ele representava, mas o fato era que, por mais que eu tentasse me convencer do contrário, ele ainda era o único que me fazia sentir algo mais profundo, algo que nunca poderia me dar.
Eu me sentei na cama, puxando o lençol para me cobrir enquanto pensava nisso. estava no chuveiro, e eu deveria aproveitar o silêncio, relaxar e seguir em frente, mas a verdade era que eu não conseguia. O desejo que eu sentia por era algo que, até naquele momento, não tinha como controlar. Eu não sabia o que isso significava, mas sabia que não poderia continuar me entregando a algo que fosse apenas um alívio temporário.
O barulho do chuveiro parou, e logo apareceu novamente, com uma toalha ao redor da cintura, e eu respirei fundo, tentando afastar os pensamentos que estavam me consumindo.
foi até a sua mochila e retirou suas roupas íntimas, vestindo-as com a mesma facilidade e naturalidade com que se despira. A visão dele ali, se vestindo sem pressa, ainda com o corpo aquecido pela água do chuveiro, fez com que uma leveza tomasse conta de mim por um instante. Não que eu tivesse algum controle sobre isso. Ele era... bom, era . E, por mais que fosse fácil me perder em momentos como aquele, uma sensação persistente de vazio me atingia, como se o que estava acontecendo ali não fosse suficiente, como se algo estivesse sempre faltando.
Eu me levantei da cama, ainda com os pensamentos soltos, e fui para o banheiro tomar o meu banho. A água quente foi um consolo temporário, mas eu sabia que não poderia esquecer o que realmente me atormentava. , como sempre, me proporcionava o que eu desejava fisicamente, mas nada além disso. Aquilo, todo aquele prazer, não passava de migalhas para mim, um alívio momentâneo, uma fuga do que realmente me consumia. O vazio, a falta de algo mais profundo, estava ali, me acompanhando a cada instante.
Quando terminei o banho e saí do banheiro, o quarto estava em silêncio, exceto pela respiração tranquila de , que já havia se deitado e estava adormecido. Ele parecia tão calmo, tão em paz. Meus olhos se fixaram nele por um momento, e, por um breve segundo, uma onda de cansaço me tomou. Talvez fosse isso, talvez fosse só o desgaste de me enganar, de tentar acreditar que aquele tipo de conexão era o suficiente.
Eu fechei os olhos com força, tentando afastar os pensamentos que estavam tomando conta da minha mente. Não era assim que eu queria que as coisas fossem, não era isso que eu procurava, e eu sabia disso. Mas, por alguma razão, ali estava ele, dormindo tranquilamente ao meu lado, e eu, mais uma vez, me perguntava o que diabos estava fazendo.
não era o que eu queria. Ele nunca seria. Ele era tudo o que eu poderia ter no momento, e isso me fazia sentir ainda mais sozinha. Porque, por mais que ele fosse bom, por mais que eu gostasse do que ele me dava, o que eu queria era algo mais, algo que ele nunca seria capaz de me oferecer. Era só... migalhas. Migalhas de um desejo carnal, de uma ligação física, mas sem nenhum laço real. Nada além de um alívio temporário.
Eu suspirei, abrindo os olhos, e olhei para ele, já adormecido. E foi naquele instante que percebi o quanto as coisas estavam apenas se repetindo, sem mudança, sem evolução. E enquanto ele dormia, tranquilo, eu me perdi novamente em meus próprios pensamentos, sabendo que amanhã tudo começaria novamente. Migalhas. Era só isso.
Parei por um instante nos nomes que estavam lá, rolando a tela como se procurasse por algo que não soubesse identificar. estava entre tantos outros, mas a dúvida apertava. Será que não seria melhor desmarcar e simplesmente ficar em casa, sozinha, com uma taça de vinho? Fechar os olhos e esquecer de tudo, de todos... Mas, quando pensei nisso, a imagem de invadiu minha mente, de uma maneira que não consegui controlar…
Lembrei das mãos dele passeando pelo meu corpo, da maneira como ele me tocava com um desejo sutil, mas tão intenso. Dos lábios dele encontrando os meus com aquela urgência silenciosa que parecia me consumir cada vez mais. E, claro, do sorriso torto que ele sempre dava quando conseguia o que queria, um sorriso de quem sabe exatamente o que faz.
Eu soltei um suspiro, afastando esses pensamentos da cabeça. Isso não ajudava. Eu não podia me deixar perder em algo tão simples como uma atração, mesmo que fosse forte, intensa. Respirei fundo, coloquei o celular na mesa e peguei a bolsa, decidida a seguir com a noite. já estava a caminho, e eu teria que lidar com isso. Um sorriso apareceu no meu rosto enquanto me dirigia até a portaria do prédio, pronta para esperar.
“A boy who's jacked and kind, can't find his ass to save my life…”
Meus passos ecoaram pelo hall do prédio enquanto me dirigia até a recepção. O porteiro, um senhor de meia-idade com um sorriso simpático, me cumprimentou, como sempre, com um aceno de cabeça.
— Boa noite, senhorita. Está esperando por alguém?
— Boa noite, sim. O , — respondi, forçando um sorriso, sabendo que ele já estava acostumado com meus encontros — ou quase encontros — como esse.
Eu me sentei na cadeira próxima à recepção, sentindo o desconforto de estar ali, esperando por alguém que não era quem eu realmente queria ver. Era como se todo o ambiente estivesse mais vazio do que o normal, como se minha mente estivesse sempre em outro lugar.
E logo ela me levou para ele. . O cara que eu realmente queria, mas que nunca sequer notou minha presença da maneira que eu esperava. Cada vez que eu o via passar pelas boates ou bares que eventualmente nos encontravamos, que querendo ou não, ou pelos corredores do prédio, já que éramos vizinhos, meu coração batia mais rápido, mas ele sempre parecia tão distante, tão alheio a tudo que se passava ao meu redor.
Eu me perdi por um momento, olhando para as portas automáticas da entrada, imaginando se algum dia ele poderia me ver de uma maneira diferente. tinha tudo o que eu procurava em um homem. Primeiramente claro, os músculos do corpo escultural que ele vira e mexe me dava o prazer de ver e admirar quando estava malhando na academia do prédio, quase sempre sem camisa. Ele era inteligente, engraçado, com um sorriso que parecia iluminar a sala inteira, e, mesmo com tantos outros ao seu redor, ele tinha uma calma e uma presença que era impossível de ignorar. Mas eu? Eu era apenas mais uma daquelas pessoas invisíveis que passavam pela vida dele sem deixar marca alguma.
Aquela sensação de ser só mais um rosto na multidão me incomodava, mas eu não sabia como mudar isso. O pior de tudo era que, mesmo sabendo que nunca olharia para mim com o mesmo desejo que eu sentia por ele, eu continuava alimentando esses sentimentos, como uma chama que, apesar de saber que estava prestes a se apagar, se recusava a deixar de brilhar.
Fechei os olhos por um segundo, tentando afastar esses pensamentos. Era melhor não me perder neles. A voz de me interrompeu mentalmente, e eu logo me lembrei de que ele ainda era uma boa companhia, apesar de não ser ele. Eu sabia que não deveria deixar minha cabeça se encher de ideias sobre , mas a verdade era que, no fundo, eu não conseguia evitar.
“Oh, it's slim pickings, if I can't have the one I love, I guess it's you that I'll be kissing. Just to get my fixings, since the good ones are deceased or taken. I'll just keep on moanin' and bitchin'...”
abriu a porta do carro com um sorriso, mantendo aquela pose de cavalheiro que ele sabia usar tão bem.
— Entra, princesa. — A maneira como ele falou aquilo fez com que minha respiração se acelerasse, e eu entrei no carro, tentando não demonstrar a ansiedade que começava a crescer dentro de mim. sempre soubera como fazer a situação ficar intensa, e, por mais que eu quisesse ignorar, a atração que ele me causava era inegável.
Assim que fechei a porta, mal tive tempo de colocar o cinto de segurança antes de sentir suas mãos tocando meus cabelos loiros. Ele os afastou delicadamente, como se soubesse exatamente onde e como me tocar para me fazer perder um pouco a compostura. Seus lábios começaram a se mover pelo meu pescoço, suaves e exigentes, e um arrepio percorreu minha pele.
Eu dei uma travada no começo, o pensamento de atravessando minha mente como uma sombra indesejada. , o cara que nunca me viu da maneira que eu desejava. Mas a presença de ali, tão próxima, era como uma força magnética, me puxando para ele, para aquele momento. Eu tentei afastar os pensamentos sobre , e cada beijo que deixava na minha pele me fazia relaxar um pouco mais, me permitindo perder o controle.
Os beijos no meu pescoço se intensificaram, e eu já não conseguia mais pensar com clareza. Eu me permiti relaxar, deixando-me levar pela sensação que estava criando, pela urgência que se formava entre nós dois. Quando nossos lábios finalmente se encontraram, a tensão que havia em mim se dissipou, e o beijo foi quente, intenso, uma mistura de desejo e necessidade que nos consumiu por completo.
Eu não sabia mais se estava realmente ali por ou se me deixava levar apenas pelo alívio que ele me proporcionava…
O beijo entre nós se intensificou de forma quase instantânea, como se uma tensão que havia se acumulado ao longo de todo o tempo que passamos afastados agora fosse liberada em um único e ardente momento. me puxou para mais perto, suas mãos explorando minha cintura com uma firmeza que me fez estremecer. Os lábios dele estavam quentes, exigentes, e a sensação de seu toque me consumia, mas algo dentro de mim ainda estava um pouco distante, quase consciente demais de tudo que estava acontecendo.
Enquanto nossas bocas se moviam com uma urgência que eu não podia negar, eu me peguei pensando, de forma quase desconcertante, que tudo aquilo não passava de migalhas. Era bom, claro. Ele sabia exatamente onde me tocar, onde colocar as mãos, e eu gostava disso. Gostava de como ele sabia o que eu queria, como as carícias dele conseguiam me deixar tonta. Mas no fundo, eu sabia. Era só um alívio momentâneo. Algo que me fazia esquecer por algumas horas, mas que logo depois voltava a me consumir. Era como uma fuga temporária de tudo que faltava, de tudo que eu queria mas não podia ter.
deslizou suas mãos por minha pele, subindo devagar pela minha cintura até meus seios, onde ele tocou com uma precisão que me fez prender a respiração. O toque de seus dedos sobre a renda do meu sutiã foi quase eletricamente intenso, e eu me vi perdendo a noção do tempo, me permitindo afundar na sensação. Mas, apesar de todo o desejo, minha mente ainda não conseguia se libertar. Eu sabia que, depois disso, nada mudaria. ainda seria , sempre proporcionando esses momentos intensos, mas nunca se comprometendo. Nunca dando nada além de migalhas.
Eu sabia o que ele queria. Eu sabia o que ele era. E ainda assim, me entregava, como se as migalhas fossem o suficiente para me fazer esquecer o que eu realmente desejava. E mesmo enquanto suas mãos desciam lentamente pelas minhas costas, me fazendo arquear o corpo em resposta ao toque, eu não conseguia deixar de pensar que, apesar de tudo ser bom, havia uma parte de mim que não se contentava. Que não se saciava com o alívio temporário que ele me dava.
Nossas bocas se separaram por um momento, e eu respirei fundo, meu corpo ainda ardendo de desejo. Mas a dúvida estava lá, inescapável. Eu estava completamente absorvida naquele momento, mas sabia que a verdade estava ali, silenciosa e imutável: aquilo era só um consolo. E por mais que eu gostasse de tudo o que proporcionava, não era o que eu realmente queria. Mas isso, no fundo, não me impediu de deixá-lo se aproximar novamente, suas mãos se movendo com mais pressa agora, como se ele soubesse que o tempo que tínhamos era limitado, e eu, mais uma vez, me permitia ser consumida.
Eu me afastei um pouco, respirando fundo, tentando alinhar meus pensamentos enquanto ainda me olhava, com os olhos cheios de desejo. A realidade, porém, parecia me alcançar mais rápido do que eu gostaria. Ele era ótimo em me fazer esquecer por um momento, mas no final, a verdade sempre voltava. Eu sabia onde a noite acabaria, mesmo que não fosse o que eu realmente queria. Eu sabia que, mais uma vez, terminaríamos na minha casa. Nada mudaria. Só restava decidir de forma mais prática.
— Sabe o que é Chan… — comecei, minha voz um pouco mais firme, tentando não ser consumida pela tensão ainda presente no ar. — Melhor não sairmos. Coloca o carro na vaga de garagem, podemos subir direto.
me olhou, um tanto surpreso, mas logo deu um sorriso compreensivo, como se já soubesse que esse caminho era o mais natural para nós dois. Ele deu a partida e seguiu até a vaga no subterrâneo, enquanto eu tentava controlar a ansiedade crescente no meu peito. Eu sabia exatamente o que estava fazendo. Se saíssemos, acabaríamos na minha casa, sem dúvida. Então, por que perder tempo indo até algum lugar que só adiantaria o inevitável?
O carro parou, e antes mesmo que ele tivesse a chance de desligá-lo, eu já estava saindo, indo em direção ao elevador. Eu não queria mais pensar nisso, apenas queria o momento em que pudesse relaxar e esquecer os pensamentos que me atormentavam. Mas, como sempre, o destino tinha outros planos para mim.
Quando as portas do elevador se abriram no meu andar, a última pessoa que eu esperava ver estava ali. . Ele estava parado na frente do elevador, com uma expressão calma, como sempre, mas ao nos ver, não havia nenhum tipo de reação além de um olhar rápido entre mim e . Um olhar que parecia, ao mesmo tempo, indiferente e curioso, como se não se importasse com o que acontecia entre nós. Mas para mim, aquilo foi como um soco no estômago.
Eu fiquei sem graça, uma sensação estranha de estar exposta, como se algo que eu preferia esconder tivesse sido jogado ao ar. Não sabia se ele tinha percebido, se tinha notado algo além de nossa troca de olhares rápidos, mas a tensão era palpável. O silêncio entre nós foi desconfortável, e, por um momento, parecia que o mundo tinha parado. Eu tentei manter a compostura, mas não consegui esconder a leveza da cor que subia ao meu rosto.
apenas deu um aceno de cabeça, sem dizer uma palavra, e passou por nós, entrando no elevador em silêncio. Meu olhar seguiu-o até que as portas se fecharam, e uma estranha sensação de desconforto me envolveu. Olhei para , que estava ao meu lado, mas nem ele parecia saber o que dizer. O que quer que eu tivesse feito, já estava feito. E, por mais que eu tentasse afastar os pensamentos, ainda estava ali, no fundo da minha mente, observando tudo.
Eu tentei disfarçar a tensão no meu corpo, mas a fala de me pegou de surpresa.
— Ele nem segurou o elevador para nós, que grosseiro! — disse, um tom de diversão na voz, tentando aliviar o clima.
Mas, ao invés de rir junto, meu estômago se revirou. A forma como ele falara parecia tão leve, como se fosse algo comum, mas para mim, foi como um lembrete de que não estava tão invisível quanto eu pensava.
Olhei para com uma expressão que provavelmente não transmitia exatamente o que eu estava sentindo. Uma mistura de desconforto e uma pontada de algo que eu não queria reconhecer. Não sabia se era vergonha, frustração, ou apenas o fato de estar me sentindo exposta de um jeito que eu não havia planejado. Mesmo sem intenção, havia tocado uma ferida.
— Eu... não sei se ele percebeu a gente, — respondi, minha voz mais baixa do que eu pretendia. A verdade era que, no fundo, eu não queria que ele tivesse percebido, que tivesse alguma pista do que estava acontecendo entre mim e . Mas, claro, a minha mente não parava de questionar se ele sabia. Se ele estava ciente de tudo, mas simplesmente não se importava.
pareceu não perceber a mudança no meu humor, ou talvez estivesse tentando evitar qualquer tensão. Ele apenas deu uma risada curta e sacudiu a cabeça.
— Ah, relaxa, vai, não vale a pena se incomodar com isso.
Eu não sabia o que responder. Afinal, ele estava certo, não valia a pena. era quem era, e eu não tinha controle sobre as situações, muito menos sobre como ele me via. Então, o que estava me incomodando tanto? Eu não sabia, mas uma coisa era certa: a presença dele me deixava sem chão. E agora, o que eu faria? Continuaria ignorando isso ou começaria a encarar a realidade?
Chegamos ao apartamento e a porta se fechou atrás de nós com um clique suave. não perdeu tempo. Assim que eu me virei para ele, ele já estava a poucos centímetros de distância, seus olhos fixos nos meus com um desejo claro e ardente. Não era mais sobre fingir que não havia atração, ou esconder o que queríamos. A tensão entre nós era palpável, carregada de eletricidade.
inclinou-se, seus lábios encontrando os meus novamente, mas dessa vez com mais intensidade, como se já soubesse que não havia volta. O beijo foi profundo, exigente, como se a espera tivesse sido longa demais e agora não houvesse mais espaço para nada além do que ele queria. Minhas mãos automaticamente encontraram o pescoço dele, puxando-o para mais perto, respondendo ao desejo dele com a mesma urgência.
Ele me guiou até o sofá, os beijos se tornando mais frenéticos enquanto suas mãos percorriam minha cintura, subindo até minha blusa. Eu podia sentir o calor crescente, a necessidade de mais. O toque de era como fogo em minha pele, e eu sentia cada célula do meu corpo se acender. Eu sabia que ele queria mais, e eu também queria. Não conseguia pensar em mais nada além de estar com ele, de me perder na sensação de cada toque.
Com um movimento rápido, ele retirou minha blusa, lançando-a para o lado enquanto suas mãos desciam por meu corpo, tocando minha pele com uma suavidade que contrastava com a intensidade do momento. Eu arqueei para ele, meu corpo pedindo mais enquanto ele me explorava, suas carícias não deixando espaço para nada além de prazer e desejo.
sussurrou, sua voz rouca e baixa, no meu ouvido:
— Sempre soube que você me deixaria assim, louco por você... — Suas palavras me fizeram estremecer, e eu o puxei novamente para um beijo, mais profundo agora, mais urgente.
Minhas mãos desceram até a camiseta dele, puxando-a para cima com rapidez, como se não quisesse perder mais tempo. A sensação da pele dele contra a minha me fez perder completamente a noção de onde estávamos, do que realmente estava acontecendo. Tudo o que importava era o momento, e aquele momento estava consumindo toda a minha razão.
As roupas foram sumindo, uma peça de cada vez, enquanto nos beijávamos e nos acariciávamos. Ele me guiou pelo apartamento até o quarto, suas mãos nunca parando, sempre explorando, sempre me fazendo querer mais. O som das nossas respirações pesadas preenchia o ambiente enquanto ele me deitava na cama, seus olhos encontrando os meus antes de continuar com as carícias.
— Você me enlouquece, sabia? — sussurrou, sua voz quente em meu ouvido enquanto ele continuava a me tocar, a me beijar, a me fazer esquecer de tudo o que não fosse ele. — Eu não consigo mais controlar... Eu só quero você. —
Eu não precisava de mais palavras. Suas mãos continuaram a explorar meu corpo, seus beijos se intensificando enquanto eu respondia com a mesma vontade. Eu também queria ele, queria sentir cada pedaço dele, sentir como ele me afetava. Eu o puxei para mais perto, meus dedos tocando a pele dele com a mesma intensidade, fazendo com que ele visse o quanto eu queria.
O desejo estava no ar, nas nossas carícias e nos sussurros trocados entre os beijos. Nada mais parecia importar. Eu me entregava a ele, completamente, sem reservas, sem medo. Ele me fazia esquecer tudo o que havia antes, e eu não queria pensar no que viria depois. Eu só queria viver aquele momento, com ele, ali.
O tempo parecia se arrastar, mas de forma deliciosa, enquanto e eu nos entregávamos ao desejo, cada toque, cada beijo, cada movimento, nos levando mais e mais para aquele lugar onde não havia mais dúvidas. A conexão entre nós era intensa, uma mistura de prazer e urgência, como se o momento tivesse sido esperado por muito tempo, mas também tivesse que ser vivido agora, sem hesitações.
Nossas respirações estavam descompassadas, os corpos se movendo em perfeita sintonia, enquanto a noite se desenrolava de uma forma que eu sabia ser inevitável. Não era mais sobre nós dois tentando resistir aos impulsos ou esconder o que sentíamos. Era sobre o que precisávamos naquele momento: nos perder um no outro, esquecer de tudo que estava fora daquele quarto. E quando finalmente a tensão se quebrou, foi como uma liberação, uma explosão que me deixou sem ar, mas também completamente satisfeita, em um nível físico que não podia negar.
Depois de algum tempo, se levantou e, sem dizer uma palavra, foi em direção ao banheiro, deixando-me sozinha na cama, ainda sentindo a intensidade do que havia acabado de acontecer. O som da água no chuveiro preencheu o ambiente, mas meus pensamentos começaram a voltar para a realidade, se afastando um pouco da euforia que havia me consumido até então.
Eu não podia evitar. era incrível. O que ele me proporcionava, o prazer que me dava, era real, palpável. Mas no fundo, eu sabia que ele não era o que eu queria, não de verdade. Quando fechei os olhos por um momento, a imagem de voltou à minha mente, tão vívida quanto antes. Ele, sempre tão distante, sempre tão alheio ao que eu sentia. Mas ainda assim, eu queria ele. Mesmo depois de tudo o que havia acontecido, continuava lá, na minha mente e no meu coração. Eu não sabia o que exatamente ele representava, mas o fato era que, por mais que eu tentasse me convencer do contrário, ele ainda era o único que me fazia sentir algo mais profundo, algo que nunca poderia me dar.
Eu me sentei na cama, puxando o lençol para me cobrir enquanto pensava nisso. estava no chuveiro, e eu deveria aproveitar o silêncio, relaxar e seguir em frente, mas a verdade era que eu não conseguia. O desejo que eu sentia por era algo que, até naquele momento, não tinha como controlar. Eu não sabia o que isso significava, mas sabia que não poderia continuar me entregando a algo que fosse apenas um alívio temporário.
O barulho do chuveiro parou, e logo apareceu novamente, com uma toalha ao redor da cintura, e eu respirei fundo, tentando afastar os pensamentos que estavam me consumindo.
foi até a sua mochila e retirou suas roupas íntimas, vestindo-as com a mesma facilidade e naturalidade com que se despira. A visão dele ali, se vestindo sem pressa, ainda com o corpo aquecido pela água do chuveiro, fez com que uma leveza tomasse conta de mim por um instante. Não que eu tivesse algum controle sobre isso. Ele era... bom, era . E, por mais que fosse fácil me perder em momentos como aquele, uma sensação persistente de vazio me atingia, como se o que estava acontecendo ali não fosse suficiente, como se algo estivesse sempre faltando.
Eu me levantei da cama, ainda com os pensamentos soltos, e fui para o banheiro tomar o meu banho. A água quente foi um consolo temporário, mas eu sabia que não poderia esquecer o que realmente me atormentava. , como sempre, me proporcionava o que eu desejava fisicamente, mas nada além disso. Aquilo, todo aquele prazer, não passava de migalhas para mim, um alívio momentâneo, uma fuga do que realmente me consumia. O vazio, a falta de algo mais profundo, estava ali, me acompanhando a cada instante.
Quando terminei o banho e saí do banheiro, o quarto estava em silêncio, exceto pela respiração tranquila de , que já havia se deitado e estava adormecido. Ele parecia tão calmo, tão em paz. Meus olhos se fixaram nele por um momento, e, por um breve segundo, uma onda de cansaço me tomou. Talvez fosse isso, talvez fosse só o desgaste de me enganar, de tentar acreditar que aquele tipo de conexão era o suficiente.
Eu fechei os olhos com força, tentando afastar os pensamentos que estavam tomando conta da minha mente. Não era assim que eu queria que as coisas fossem, não era isso que eu procurava, e eu sabia disso. Mas, por alguma razão, ali estava ele, dormindo tranquilamente ao meu lado, e eu, mais uma vez, me perguntava o que diabos estava fazendo.
não era o que eu queria. Ele nunca seria. Ele era tudo o que eu poderia ter no momento, e isso me fazia sentir ainda mais sozinha. Porque, por mais que ele fosse bom, por mais que eu gostasse do que ele me dava, o que eu queria era algo mais, algo que ele nunca seria capaz de me oferecer. Era só... migalhas. Migalhas de um desejo carnal, de uma ligação física, mas sem nenhum laço real. Nada além de um alívio temporário.
Eu suspirei, abrindo os olhos, e olhei para ele, já adormecido. E foi naquele instante que percebi o quanto as coisas estavam apenas se repetindo, sem mudança, sem evolução. E enquanto ele dormia, tranquilo, eu me perdi novamente em meus próprios pensamentos, sabendo que amanhã tudo começaria novamente. Migalhas. Era só isso.
CAPÍTULO DOIS
— Jesus, what's a girl to do? This boy doesn't even know the difference between there, their and they are, yet, he's naked in my room…
Missing all the things he's missing. God knows that he isn't living large.
Missing all the things he's missing. God knows that he isn't living large.
Eu olhei para , em pé, ajoelhado entre minhas pernas na cama, completamente nu. Aquele garoto... Eu ainda me perguntava o que estava fazendo ali, naquele momento, com ele. Tínhamos conversado por semanas, trocado mensagens e até falado sobre coisas triviais da vida. Era mais uma dessas conversas superficiais sobre o que quer que fosse, sem profundidade, sem nada real. Nada que me fizesse realmente me importar. Mas, claro, o fim de semana estava entediante, e quando ele sugeriu de nos encontramos, eu aceitei. Não havia nada de interessante para fazer, então porque não dar uma chance a algo que, no fundo, sabia que não me traria mais do que uma distração temporária?
Nos encontramos em um barzinho, um lugar comum, e nossas conversas seguiram o mesmo ritmo. Falamos sobre o trabalho, sobre os amigos, sobre a cidade, e as palavras vazias saíam de nossas bocas enquanto a noite passava. Nada que importasse. Nada que me fizesse pensar que esse encontro fosse mais do que uma oportunidade para sair da rotina. E agora, aqui estávamos. Eu, ainda com a calcinha no corpo, enquanto ele, completamente nu, estava me observando com um olhar ansioso e um pouco perdido. Ele não sabia o que fazer com isso. Não sabia como lidar com a situação, mas estava ali, no momento, e isso era tudo.
Eu olhei para ele novamente, tentando não me perder no vazio daquela cena. não passava de mais um rosto bonito— e bem bonito, diga-se de passagem, em uma longa lista, uma pessoa que estava ali para preencher um espaço momentâneo. Ele mal sabia a diferença entre "lá", "ali" e "aqui", e aqui estava ele, nu na minha cama, com aquela expressão de inexperiência que mais parecia de alguém tentando encontrar sentido em algo que não compreendia. E, ainda assim, ele estava ali.
Era... claro, já que estamos aqui. Eu fechei os olhos por um momento, afastando os pensamentos sobre a falta de profundidade no que acontecia. Isso não importava agora. O que importava era o calor que eu sentia quando ele se aproximou, seus lábios encontrando os meus em um beijo suave. Não era o tipo de beijo que eu buscava, mas o momento era o que era, e eu, mais uma vez, me entregava a ele, sem mais nem menos. Suas mãos ainda parecendo inexperientes, retiraram a minha calcinha com lentidão, e eu o ajudei.
Nossas mãos começaram a se mover, explorando a pele um do outro, em carícias que, apesar de não possuírem muita emoção, me faziam sentir algo. Talvez fosse a necessidade de ser tocada, de sentir algo físico para preencher o vazio que se alastrava dentro de mim. Eu não esperava que fosse algo profundo, mas a sensação de sua mão deslizando pela minha perna, seus beijos se intensificando, fazia com que eu me esquecesse por um segundo do que estava realmente em jogo aqui. O calor se espalhava, e, por mais que eu soubesse que ele não passava de mais uma distração, aquilo me fazia perder por um momento o que realmente importava.
Eu continuei a me perder em seus toques, em sua pele quente contra a minha, enquanto ele se movia sobre mim com uma urgência que parecia desnecessária. Mas, talvez fosse só isso que ele soubesse fazer. Eu não me importava. Eu o puxei para mais perto, sentindo seu corpo contra o meu enquanto ele continuava, com mais intensidade, mais pressa, tentando me envolver da maneira que ele sabia. Não havia emoção por trás disso, mas o prazer estava ali, era inegável. E eu me entregava a ele, como sempre fiz, sabendo que era apenas mais uma dessas situações que se esvaíram assim que o momento passasse.
Nosso ritmo foi aumentando, o beijo se tornando mais profundo, e eu não conseguia mais manter os pensamentos sobre o que estava faltando. O corpo de era agradável, agora ele parecia saber o que estava fazendo, já dentro de mim, mas não havia algo real por trás de seus movimentos. Apenas o desejo, apenas o impulso de satisfazer uma necessidade momentânea.
Quando o momento finalmente se quebrou, quando o calor se dissipou e a tensão se aliviou, eu fiquei ali, deitada, ouvindo os batimentos do meu próprio coração. Ele já estava ao meu lado, respirando suavemente, mas eu não podia evitar. Pensamentos sobre o que faltava se afloraram novamente. Por mais que fosse bom, por mais que ele me fizesse sentir algo, eu sabia que aquilo era só uma distração. Ele era uma distração. Eu ainda queria mais, eu queria algo que me preenchesse de verdade. Eu queria …
Nos encontramos em um barzinho, um lugar comum, e nossas conversas seguiram o mesmo ritmo. Falamos sobre o trabalho, sobre os amigos, sobre a cidade, e as palavras vazias saíam de nossas bocas enquanto a noite passava. Nada que importasse. Nada que me fizesse pensar que esse encontro fosse mais do que uma oportunidade para sair da rotina. E agora, aqui estávamos. Eu, ainda com a calcinha no corpo, enquanto ele, completamente nu, estava me observando com um olhar ansioso e um pouco perdido. Ele não sabia o que fazer com isso. Não sabia como lidar com a situação, mas estava ali, no momento, e isso era tudo.
Eu olhei para ele novamente, tentando não me perder no vazio daquela cena. não passava de mais um rosto bonito— e bem bonito, diga-se de passagem, em uma longa lista, uma pessoa que estava ali para preencher um espaço momentâneo. Ele mal sabia a diferença entre "lá", "ali" e "aqui", e aqui estava ele, nu na minha cama, com aquela expressão de inexperiência que mais parecia de alguém tentando encontrar sentido em algo que não compreendia. E, ainda assim, ele estava ali.
Era... claro, já que estamos aqui. Eu fechei os olhos por um momento, afastando os pensamentos sobre a falta de profundidade no que acontecia. Isso não importava agora. O que importava era o calor que eu sentia quando ele se aproximou, seus lábios encontrando os meus em um beijo suave. Não era o tipo de beijo que eu buscava, mas o momento era o que era, e eu, mais uma vez, me entregava a ele, sem mais nem menos. Suas mãos ainda parecendo inexperientes, retiraram a minha calcinha com lentidão, e eu o ajudei.
Nossas mãos começaram a se mover, explorando a pele um do outro, em carícias que, apesar de não possuírem muita emoção, me faziam sentir algo. Talvez fosse a necessidade de ser tocada, de sentir algo físico para preencher o vazio que se alastrava dentro de mim. Eu não esperava que fosse algo profundo, mas a sensação de sua mão deslizando pela minha perna, seus beijos se intensificando, fazia com que eu me esquecesse por um segundo do que estava realmente em jogo aqui. O calor se espalhava, e, por mais que eu soubesse que ele não passava de mais uma distração, aquilo me fazia perder por um momento o que realmente importava.
Eu continuei a me perder em seus toques, em sua pele quente contra a minha, enquanto ele se movia sobre mim com uma urgência que parecia desnecessária. Mas, talvez fosse só isso que ele soubesse fazer. Eu não me importava. Eu o puxei para mais perto, sentindo seu corpo contra o meu enquanto ele continuava, com mais intensidade, mais pressa, tentando me envolver da maneira que ele sabia. Não havia emoção por trás disso, mas o prazer estava ali, era inegável. E eu me entregava a ele, como sempre fiz, sabendo que era apenas mais uma dessas situações que se esvaíram assim que o momento passasse.
Nosso ritmo foi aumentando, o beijo se tornando mais profundo, e eu não conseguia mais manter os pensamentos sobre o que estava faltando. O corpo de era agradável, agora ele parecia saber o que estava fazendo, já dentro de mim, mas não havia algo real por trás de seus movimentos. Apenas o desejo, apenas o impulso de satisfazer uma necessidade momentânea.
Quando o momento finalmente se quebrou, quando o calor se dissipou e a tensão se aliviou, eu fiquei ali, deitada, ouvindo os batimentos do meu próprio coração. Ele já estava ao meu lado, respirando suavemente, mas eu não podia evitar. Pensamentos sobre o que faltava se afloraram novamente. Por mais que fosse bom, por mais que ele me fizesse sentir algo, eu sabia que aquilo era só uma distração. Ele era uma distração. Eu ainda queria mais, eu queria algo que me preenchesse de verdade. Eu queria …
CAPÍTULO TRÊS
— A boy who's nice that breathes, I swear he's nowhere to be seen!
A campainha do meu apartamento soou, me fazendo franzir o cenho, afinal de contas eu não estava esperando por ninguém e o porteiro não havia interfonado informando nada. Levantei-me da cadeira onde estava, com a cabeça ainda cheia de pensamentos sobre tudo o que acontecera na noite anterior, e caminhei até a porta, pensando que talvez fosse algum entregador ou coisa do tipo.
Ao abrir a porta, me deparei com , que estava ali, com uma panela na mão e uma expressão um tanto quanto desconcertada. Ele parecia hesitar por um momento, antes de soltar um suspiro e me olhar com aqueles olhos que sempre conseguiam me deixar sem palavras.
— Ei, desculpe te incomodar, mas estou com um problema no meu apartamento. O fogão parou de funcionar justo quando eu estava preparando o jantar. — Ele balançou a panela, como se estivesse tentando explicar a situação com o objeto em mãos. — E, bem, os vizinhos não atenderam quando eu pedi ajuda. Eu... pensei que talvez você pudesse me dar uma força e deixar eu terminar de preparar a comida aqui, se não for um problema. Prometo que te recompenso depois, se você quiser.
A forma como ele falou parecia genuína, quase como se estivesse se desculpando por pedir algo tão simples, mas ao mesmo tempo um tanto constrangedor. sempre foi educado, mas havia algo na sua postura agora que me fazia ver que ele não estava simplesmente pedindo favores como se fosse algo comum. Ele parecia estar meio perdido, realmente esperando que eu aceitasse o pedido.
Eu o olhei por um momento, surpresa com a visita inesperada, mas ao mesmo tempo algo dentro de mim dizia que não deveria recusar. Ele morava dois apartamentos à frente do meu, e a ideia de tê-lo ali, mesmo que fosse por um motivo tão simples como esse, não me parecia tão ruim.
— Claro, sem problemas. — Respondi, tentando esconder a curiosidade de sua presença ali, tão perto. — Pode vir, é só não fazer bagunça.
soltou um sorriso aliviado e, sem hesitar, entrou no apartamento, passando por mim com um gesto de agradecimento. Eu ainda não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo, mas a ideia de ele terminar o jantar ali me parecia... interessante, de alguma forma. Ele nunca havia entrado no meu apartamento antes, é claro, e o fato de estarmos agora tão próximos, sem mais nem menos, fazia meu coração bater mais rápido do que deveria.
Enquanto ele colocava a panela na bancada, comecei a perceber o quão simples e quase inocente a situação parecia. Ainda assim, com cada movimento dele, algo dentro de mim se despertava. O que aconteceria a seguir? Eu ainda não sabia, mas algo me dizia que essa noite, ou o que restava dela, seria um pouco mais interessante do que eu imaginara.
— Vou preparar algo rápido, só para não perder a noite. — comentou, tirando algo da sacola que estava com ele. Aquele tom de voz suave, como se estivesse tentando minimizar o pequeno constrangimento, me fez sorrir.
Enquanto começava a organizar os ingredientes sobre a bancada, ele olhou para mim de relance, com um sorriso desconcertado.
— Qual seu nome mesmo? Eu me esqueci, desculpe. — Ele disse, quase sem pensar, o que fez eu levantar uma sobrancelha, surpresa com a sinceridade do pedido. Eu quase ri, mas me contive. O que ele queria com isso agora?
— , — respondi, meu tom tranquilo, mas com uma leve curiosidade em meu olhar. Era curioso que ele tivesse se esquecido, especialmente porque sempre me parecia tão atento.
Ele me encarou por um momento, um sorriso surgindo lentamente em seu rosto.
— , — repetiu, como se estivesse gostando do som do nome — É um nome exótico... assim como você. — Ele deu uma pequena risada, como se estivesse tentando aliviar o pequeno embaraço.
Eu não sabia se ele estava sendo genuíno ou apenas tentando manter uma conversa leve, mas a maneira como ele me olhava era diferente, como se estivesse tentando perceber algo a mais.
Aquelas palavras ficaram no ar por um momento, até que ele se virou de volta para o fogão e, com um sorriso despreocupado, disse:
— Acho que você também não lembra o meu nome, né? — Ele se virou novamente para mim, com um tom brincalhão, e disse com um leve sorriso de canto nos lábios. — …
Aquela revelação me fez sorrir, e eu, por mais que tivesse sentido uma pontada de confusão por ele ter se esquecido do meu nome, também não pude evitar sentir uma curiosidade crescente sobre ele. ... Agora, ele estava ali, na minha cozinha, pedindo ajuda, e eu não sabia exatamente o que esperar, mas algo no ar fazia tudo parecer... intrigante.
— Claro que me lembro de você, . — Respondi com um sorriso discreto, sentindo a tensão diminuir à medida que a conversa ficava mais descontraída. E, ao olhar para ele, parecia que esse simples encontro estava começando a tomar um rumo um pouco mais interessante do que eu havia imaginado.
— Você não estava esperando alguém, estava? Eu não quero atrapalhar, sempre te vejo… ocupada. Com outras pessoas aqui… — Ele deixou as palavras saírem quase de forma automática, como se não tivesse pensado muito no que estava dizendo.
Naquele instante, uma onda de calor subiu pelo meu pescoço até o rosto. Eu sabia exatamente o que ele queria dizer, e o fato de ele ter falado aquilo me fez ficar visivelmente vermelha. Eu tentei disfarçar, mas sabia que estava sendo óbvia. Eu não queria que pensasse que minha vida social era um espetáculo constante, mas, de alguma forma, ele estava certo. Eu estava sempre cercada de gente, de alguma forma me distanciando daquilo que realmente queria.
Ele, aparentemente percebendo o que tinha acabado de soltar, imediatamente se virou de frente para o fogão, seus ombros tensos, como se tentasse se concentrar no que estava fazendo para escapar do desconforto.
— Desculpe, eu... — Ele deu uma pausa, e quando se virou novamente, havia um leve rubor em seu rosto também. — Eu não queria ser inconveniente. Acho que falei demais... — Ele parecia genuinamente constrangido, um sorriso nervoso brincando nos cantos dos seus lábios.
Eu senti um misto de vergonha e diversão, mas, ao mesmo tempo, algo em sua expressão me fez entender que ele não queria me deixar desconfortável. Ele só... era . Às vezes direto, às vezes desajeitado, mas sempre com essa sinceridade que, por mais que fosse um pouco embaraçosa, tinha seu charme.
Respirei fundo, tentando diminuir a tensão no ar, e com um sorriso mais suave, respondi:
— Não, você não atrapalha. — Dei uma risada curta. — Só... não estava esperando alguém, isso é verdade. E quanto a estar ocupada, bem... nem sempre é o que parece.
Eu tentei aliviar, esperando que a conversa voltasse ao ritmo normal, mas o silêncio que se seguiu por um momento foi quase palpável. Algo estava diferente, como se o simples fato de estarmos ali, conversando de maneira tão honesta e sem grandes intenções, estivesse começando a mexer com os dois de maneiras que não esperávamos.
O ambiente parecia mais calmo agora, mas algo ainda pairava no ar. , de pé perto da bancada, olhava para a panela, mas seus olhos estavam agora mais focados em mim. Sua voz, quando saiu, foi mais baixa, quase um sussurro, mas eu pude ouvir claramente.
— E o que é então? — Ele perguntou, com um tom suave, curioso, como se a pergunta fosse mais uma tentativa de entender o que exatamente estava acontecendo ali, entre nós, naquele momento.
Eu me levantei do banco e caminhei até o sofá, me sentando devagar. A conversa parecia ter tomado um rumo inesperado, e eu não podia mais esconder o que pensava. Respirei fundo, encarando antes de responder.
— Eu sou uma mulher solteira, ... — Falei com calma, minha voz sem pressa, como se a frase carregasse mais peso do que ele imaginava. Eu não sabia exatamente o que ele pensava sobre minha vida, mas sentia que precisava deixar claro.
Ele balançou a cabeça, concordando, como se estivesse absorvendo minhas palavras.
— Tem razão, — ele disse com uma leve risada nervosa — Eu não tenho nada a ver com isso…
Eu mordi o lábio inferior, segurando um sorriso satisfeito. Havia algo em sua reação que me dava uma sensação de controle, como se ele estivesse se permitindo ser vulnerável ali, e eu, de certa forma, gostava disso.
Aproveitei o momento para me deixar um pouco mais à vontade. Olhei para ele e, com um toque de provocação, perguntei:
— E você? —
Ele me encarou, como se tivesse demorado um pouco para entender a pergunta, mas logo respondeu, com uma expressão que parecia um pouco mais relaxada, agora que a conversa havia se tornado mais descontraída.
— Também sou solteiro. — Ele deu de ombros, com um sorriso um tanto envergonhado. — Mas isso não quer dizer que eu entenda o que está acontecendo aqui...
Eu ri baixinho, me recostando no sofá, sentindo o momento ser mais descontraído do que eu esperava. Algo no ar parecia ter mudado, mas não sabia exatamente o que isso significava para nós.
A conversa entre nós seguiu de forma descontraída, mas havia algo mais no ar agora. Algo sutil, quase imperceptível, mas muito real. Eu poderia sentir a tensão, aquele tipo de energia silenciosa que se formava entre nós, como se estivéssemos flertando de uma maneira que não precisasse ser dita em palavras. Cada olhar, cada sorriso, cada frase parecia carregada de algo mais.
Eu me recostei mais no sofá, cruzando as pernas, e observei com um leve sorriso no rosto, querendo testar os limites dessa troca entre nós. Ele ainda estava perto da bancada, mas a maneira como me olhava parecia diferente, mais atenta, como se estivesse tentando entender o que realmente acontecia ali.
— Então... — comecei, com um tom suave e descontraído — Agora sabemos que estamos ambos solteiros... — Dei uma pausa, permitindo que ele absorvesse minhas palavras, e então continuei com uma leve provocação na voz: — O que exatamente você pretende fazer com isso?
me olhou por um momento, os olhos brilhando de uma forma que eu não sabia se era de curiosidade ou de algo mais. Ele deu um passo mais perto de mim, mas não o suficiente para invadir meu espaço pessoal. Ainda assim, a aproximação fez o ar entre nós se tornar mais carregado.
— Eu... não sei, , — ele respondeu, a voz mais suave agora, com uma brincadeira sutil em seu tom — Acho que vou deixar você me mostrar o que é para ser feito.
Eu ri baixinho, gostando de como a conversa estava se desenvolvendo. Ele não parecia estar com pressa de ir embora, nem estava fingindo ser indiferente. Era claro que ele estava tão ciente da tensão entre nós quanto eu, mas de alguma forma estava se permitindo explorar isso também.
— Ah, então você prefere ser guiado, é? — Perguntei, inclinando a cabeça ligeiramente, um sorriso brincando nos meus lábios. — Não sou do tipo de pessoa que gosta de dar instruções, ... você vai ter que descobrir por conta própria.
Ele se aproximou ainda mais, mas sem invadir de vez o meu espaço, apenas mantendo a distância que ainda parecia estar carregada de algo mais.
— Eu gosto de desafios... — Ele disse, com um sorriso confiante, e sua voz tinha algo de mais íntimo agora. — Acho que você pode ser um bom desafio.
Eu o observei, sentindo o calor da conversa aumentar. A leveza da troca estava se transformando em algo mais, mais profundo, mais direto. Não era mais só sobre as palavras; eram os olhares, os gestos, a maneira como nos aproximávamos, como se estivéssemos jogando um jogo que nenhum dos dois queria ganhar, mas que nos dava prazer mesmo assim.
Eu sabia que estava jogando com fogo, mas também sabia que não queria sair daquele jogo tão cedo.
deu um passo para trás, ainda com um sorriso descontraído, e caminhou de volta para a cozinha, quebrando o leve silêncio que havia se formado entre nós. Eu o observei se afastar, sentada no sofá, mas minha mente estava longe, perdida em pensamentos.
Era estranho como uma simples conversa poderia criar uma tensão tão palpável. Cada momento com ele parecia carregar um peso silencioso, como se estivéssemos à beira de algo, mas sem saber exatamente o que. E, apesar de estar sentada ali, sozinha com meus pensamentos, eu não podia deixar de sentir que havia algo mais entre nós, algo que talvez eu não quisesse admitir, mas que estava começando a tomar conta de mim de maneira silenciosa e inevitável.
Enquanto eu ficava ali, imersa nas minhas reflexões, os sons vindos da cozinha eram quase reconfortantes. O leve tilintar de utensílios, o som suave da comida sendo mexida, me traziam uma sensação de normalidade, mas também de algo desconcertante, como se essa cena fosse um pequeno vislumbre de algo que não se encaixava no meu mundo, mas que eu estava começando a querer.
Finalmente, o som da cozinha parou, e eu olhei para a entrada da sala, onde apareceu, com a panela nas mãos, agora cheia de comida. Ele parecia mais relaxado, e sua expressão, embora leve, carregava um toque de gratidão.
— Aqui está, — disse ele, com um sorriso agradecido. — Muito obrigado pela gentileza, .
Eu me levantei do sofá, sentindo o desconforto se dissipar um pouco, como se a distância de antes estivesse finalmente diminuindo, mas ainda havia algo não resolvido entre nós. estava ali, prestes a ir embora, e eu sabia que ele teria que sair logo, mas, antes disso, havia algo que eu precisava dizer.
Me encaminhei até a porta e, ao abri-la, nossos olhares se encontraram por um momento. Não foi um olhar qualquer. Foi um daqueles olhares profundos, carregados de significado, algo que ia além das palavras, como se ambos soubéssemos que o que acontecia entre nós ainda estava longe de ser resolvido.
— Eu não esqueci o que você me prometeu, — falei, a voz mais suave, mas com uma provocação sutil. — Você me disse que me recompensaria...
Ele deu uma pequena risada, e os olhos dele brilharam com uma leve diversão, mas também com algo mais, algo que eu não podia negar.
— Fico dois apartamentos longe de você, , — disse ele, com um sorriso travesso, como se estivesse brincando com a situação. — Quando for sua vez de precisar terminar o jantar, me procura.
Eu ri suavemente, ainda sentindo a tensão entre nós, mas também uma sensação de expectativa. Ele estava indo, mas sabia que isso não era o fim. Não era o fim de nada. Ele já havia dito que voltaria, e eu sabia que a próxima vez não seria apenas sobre o jantar. A conversa, os olhares, tudo o que trocamos naquela noite parecia indicar que havia muito mais por vir.
Ele acenou brevemente com a cabeça antes de sair, e, enquanto fechava a porta atrás dele, fiquei ali, refletindo sobre tudo o que havia acontecido. Ele tinha razão. Havia algo mais. E eu não sabia exatamente o que seria, mas não podia negar que queria descobrir.
Ao abrir a porta, me deparei com , que estava ali, com uma panela na mão e uma expressão um tanto quanto desconcertada. Ele parecia hesitar por um momento, antes de soltar um suspiro e me olhar com aqueles olhos que sempre conseguiam me deixar sem palavras.
— Ei, desculpe te incomodar, mas estou com um problema no meu apartamento. O fogão parou de funcionar justo quando eu estava preparando o jantar. — Ele balançou a panela, como se estivesse tentando explicar a situação com o objeto em mãos. — E, bem, os vizinhos não atenderam quando eu pedi ajuda. Eu... pensei que talvez você pudesse me dar uma força e deixar eu terminar de preparar a comida aqui, se não for um problema. Prometo que te recompenso depois, se você quiser.
A forma como ele falou parecia genuína, quase como se estivesse se desculpando por pedir algo tão simples, mas ao mesmo tempo um tanto constrangedor. sempre foi educado, mas havia algo na sua postura agora que me fazia ver que ele não estava simplesmente pedindo favores como se fosse algo comum. Ele parecia estar meio perdido, realmente esperando que eu aceitasse o pedido.
Eu o olhei por um momento, surpresa com a visita inesperada, mas ao mesmo tempo algo dentro de mim dizia que não deveria recusar. Ele morava dois apartamentos à frente do meu, e a ideia de tê-lo ali, mesmo que fosse por um motivo tão simples como esse, não me parecia tão ruim.
— Claro, sem problemas. — Respondi, tentando esconder a curiosidade de sua presença ali, tão perto. — Pode vir, é só não fazer bagunça.
soltou um sorriso aliviado e, sem hesitar, entrou no apartamento, passando por mim com um gesto de agradecimento. Eu ainda não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo, mas a ideia de ele terminar o jantar ali me parecia... interessante, de alguma forma. Ele nunca havia entrado no meu apartamento antes, é claro, e o fato de estarmos agora tão próximos, sem mais nem menos, fazia meu coração bater mais rápido do que deveria.
Enquanto ele colocava a panela na bancada, comecei a perceber o quão simples e quase inocente a situação parecia. Ainda assim, com cada movimento dele, algo dentro de mim se despertava. O que aconteceria a seguir? Eu ainda não sabia, mas algo me dizia que essa noite, ou o que restava dela, seria um pouco mais interessante do que eu imaginara.
— Vou preparar algo rápido, só para não perder a noite. — comentou, tirando algo da sacola que estava com ele. Aquele tom de voz suave, como se estivesse tentando minimizar o pequeno constrangimento, me fez sorrir.
Enquanto começava a organizar os ingredientes sobre a bancada, ele olhou para mim de relance, com um sorriso desconcertado.
— Qual seu nome mesmo? Eu me esqueci, desculpe. — Ele disse, quase sem pensar, o que fez eu levantar uma sobrancelha, surpresa com a sinceridade do pedido. Eu quase ri, mas me contive. O que ele queria com isso agora?
— , — respondi, meu tom tranquilo, mas com uma leve curiosidade em meu olhar. Era curioso que ele tivesse se esquecido, especialmente porque sempre me parecia tão atento.
Ele me encarou por um momento, um sorriso surgindo lentamente em seu rosto.
— , — repetiu, como se estivesse gostando do som do nome — É um nome exótico... assim como você. — Ele deu uma pequena risada, como se estivesse tentando aliviar o pequeno embaraço.
Eu não sabia se ele estava sendo genuíno ou apenas tentando manter uma conversa leve, mas a maneira como ele me olhava era diferente, como se estivesse tentando perceber algo a mais.
Aquelas palavras ficaram no ar por um momento, até que ele se virou de volta para o fogão e, com um sorriso despreocupado, disse:
— Acho que você também não lembra o meu nome, né? — Ele se virou novamente para mim, com um tom brincalhão, e disse com um leve sorriso de canto nos lábios. — …
Aquela revelação me fez sorrir, e eu, por mais que tivesse sentido uma pontada de confusão por ele ter se esquecido do meu nome, também não pude evitar sentir uma curiosidade crescente sobre ele. ... Agora, ele estava ali, na minha cozinha, pedindo ajuda, e eu não sabia exatamente o que esperar, mas algo no ar fazia tudo parecer... intrigante.
— Claro que me lembro de você, . — Respondi com um sorriso discreto, sentindo a tensão diminuir à medida que a conversa ficava mais descontraída. E, ao olhar para ele, parecia que esse simples encontro estava começando a tomar um rumo um pouco mais interessante do que eu havia imaginado.
— Você não estava esperando alguém, estava? Eu não quero atrapalhar, sempre te vejo… ocupada. Com outras pessoas aqui… — Ele deixou as palavras saírem quase de forma automática, como se não tivesse pensado muito no que estava dizendo.
Naquele instante, uma onda de calor subiu pelo meu pescoço até o rosto. Eu sabia exatamente o que ele queria dizer, e o fato de ele ter falado aquilo me fez ficar visivelmente vermelha. Eu tentei disfarçar, mas sabia que estava sendo óbvia. Eu não queria que pensasse que minha vida social era um espetáculo constante, mas, de alguma forma, ele estava certo. Eu estava sempre cercada de gente, de alguma forma me distanciando daquilo que realmente queria.
Ele, aparentemente percebendo o que tinha acabado de soltar, imediatamente se virou de frente para o fogão, seus ombros tensos, como se tentasse se concentrar no que estava fazendo para escapar do desconforto.
— Desculpe, eu... — Ele deu uma pausa, e quando se virou novamente, havia um leve rubor em seu rosto também. — Eu não queria ser inconveniente. Acho que falei demais... — Ele parecia genuinamente constrangido, um sorriso nervoso brincando nos cantos dos seus lábios.
Eu senti um misto de vergonha e diversão, mas, ao mesmo tempo, algo em sua expressão me fez entender que ele não queria me deixar desconfortável. Ele só... era . Às vezes direto, às vezes desajeitado, mas sempre com essa sinceridade que, por mais que fosse um pouco embaraçosa, tinha seu charme.
Respirei fundo, tentando diminuir a tensão no ar, e com um sorriso mais suave, respondi:
— Não, você não atrapalha. — Dei uma risada curta. — Só... não estava esperando alguém, isso é verdade. E quanto a estar ocupada, bem... nem sempre é o que parece.
Eu tentei aliviar, esperando que a conversa voltasse ao ritmo normal, mas o silêncio que se seguiu por um momento foi quase palpável. Algo estava diferente, como se o simples fato de estarmos ali, conversando de maneira tão honesta e sem grandes intenções, estivesse começando a mexer com os dois de maneiras que não esperávamos.
O ambiente parecia mais calmo agora, mas algo ainda pairava no ar. , de pé perto da bancada, olhava para a panela, mas seus olhos estavam agora mais focados em mim. Sua voz, quando saiu, foi mais baixa, quase um sussurro, mas eu pude ouvir claramente.
— E o que é então? — Ele perguntou, com um tom suave, curioso, como se a pergunta fosse mais uma tentativa de entender o que exatamente estava acontecendo ali, entre nós, naquele momento.
Eu me levantei do banco e caminhei até o sofá, me sentando devagar. A conversa parecia ter tomado um rumo inesperado, e eu não podia mais esconder o que pensava. Respirei fundo, encarando antes de responder.
— Eu sou uma mulher solteira, ... — Falei com calma, minha voz sem pressa, como se a frase carregasse mais peso do que ele imaginava. Eu não sabia exatamente o que ele pensava sobre minha vida, mas sentia que precisava deixar claro.
Ele balançou a cabeça, concordando, como se estivesse absorvendo minhas palavras.
— Tem razão, — ele disse com uma leve risada nervosa — Eu não tenho nada a ver com isso…
Eu mordi o lábio inferior, segurando um sorriso satisfeito. Havia algo em sua reação que me dava uma sensação de controle, como se ele estivesse se permitindo ser vulnerável ali, e eu, de certa forma, gostava disso.
Aproveitei o momento para me deixar um pouco mais à vontade. Olhei para ele e, com um toque de provocação, perguntei:
— E você? —
Ele me encarou, como se tivesse demorado um pouco para entender a pergunta, mas logo respondeu, com uma expressão que parecia um pouco mais relaxada, agora que a conversa havia se tornado mais descontraída.
— Também sou solteiro. — Ele deu de ombros, com um sorriso um tanto envergonhado. — Mas isso não quer dizer que eu entenda o que está acontecendo aqui...
Eu ri baixinho, me recostando no sofá, sentindo o momento ser mais descontraído do que eu esperava. Algo no ar parecia ter mudado, mas não sabia exatamente o que isso significava para nós.
A conversa entre nós seguiu de forma descontraída, mas havia algo mais no ar agora. Algo sutil, quase imperceptível, mas muito real. Eu poderia sentir a tensão, aquele tipo de energia silenciosa que se formava entre nós, como se estivéssemos flertando de uma maneira que não precisasse ser dita em palavras. Cada olhar, cada sorriso, cada frase parecia carregada de algo mais.
Eu me recostei mais no sofá, cruzando as pernas, e observei com um leve sorriso no rosto, querendo testar os limites dessa troca entre nós. Ele ainda estava perto da bancada, mas a maneira como me olhava parecia diferente, mais atenta, como se estivesse tentando entender o que realmente acontecia ali.
— Então... — comecei, com um tom suave e descontraído — Agora sabemos que estamos ambos solteiros... — Dei uma pausa, permitindo que ele absorvesse minhas palavras, e então continuei com uma leve provocação na voz: — O que exatamente você pretende fazer com isso?
me olhou por um momento, os olhos brilhando de uma forma que eu não sabia se era de curiosidade ou de algo mais. Ele deu um passo mais perto de mim, mas não o suficiente para invadir meu espaço pessoal. Ainda assim, a aproximação fez o ar entre nós se tornar mais carregado.
— Eu... não sei, , — ele respondeu, a voz mais suave agora, com uma brincadeira sutil em seu tom — Acho que vou deixar você me mostrar o que é para ser feito.
Eu ri baixinho, gostando de como a conversa estava se desenvolvendo. Ele não parecia estar com pressa de ir embora, nem estava fingindo ser indiferente. Era claro que ele estava tão ciente da tensão entre nós quanto eu, mas de alguma forma estava se permitindo explorar isso também.
— Ah, então você prefere ser guiado, é? — Perguntei, inclinando a cabeça ligeiramente, um sorriso brincando nos meus lábios. — Não sou do tipo de pessoa que gosta de dar instruções, ... você vai ter que descobrir por conta própria.
Ele se aproximou ainda mais, mas sem invadir de vez o meu espaço, apenas mantendo a distância que ainda parecia estar carregada de algo mais.
— Eu gosto de desafios... — Ele disse, com um sorriso confiante, e sua voz tinha algo de mais íntimo agora. — Acho que você pode ser um bom desafio.
Eu o observei, sentindo o calor da conversa aumentar. A leveza da troca estava se transformando em algo mais, mais profundo, mais direto. Não era mais só sobre as palavras; eram os olhares, os gestos, a maneira como nos aproximávamos, como se estivéssemos jogando um jogo que nenhum dos dois queria ganhar, mas que nos dava prazer mesmo assim.
Eu sabia que estava jogando com fogo, mas também sabia que não queria sair daquele jogo tão cedo.
deu um passo para trás, ainda com um sorriso descontraído, e caminhou de volta para a cozinha, quebrando o leve silêncio que havia se formado entre nós. Eu o observei se afastar, sentada no sofá, mas minha mente estava longe, perdida em pensamentos.
Era estranho como uma simples conversa poderia criar uma tensão tão palpável. Cada momento com ele parecia carregar um peso silencioso, como se estivéssemos à beira de algo, mas sem saber exatamente o que. E, apesar de estar sentada ali, sozinha com meus pensamentos, eu não podia deixar de sentir que havia algo mais entre nós, algo que talvez eu não quisesse admitir, mas que estava começando a tomar conta de mim de maneira silenciosa e inevitável.
Enquanto eu ficava ali, imersa nas minhas reflexões, os sons vindos da cozinha eram quase reconfortantes. O leve tilintar de utensílios, o som suave da comida sendo mexida, me traziam uma sensação de normalidade, mas também de algo desconcertante, como se essa cena fosse um pequeno vislumbre de algo que não se encaixava no meu mundo, mas que eu estava começando a querer.
Finalmente, o som da cozinha parou, e eu olhei para a entrada da sala, onde apareceu, com a panela nas mãos, agora cheia de comida. Ele parecia mais relaxado, e sua expressão, embora leve, carregava um toque de gratidão.
— Aqui está, — disse ele, com um sorriso agradecido. — Muito obrigado pela gentileza, .
Eu me levantei do sofá, sentindo o desconforto se dissipar um pouco, como se a distância de antes estivesse finalmente diminuindo, mas ainda havia algo não resolvido entre nós. estava ali, prestes a ir embora, e eu sabia que ele teria que sair logo, mas, antes disso, havia algo que eu precisava dizer.
Me encaminhei até a porta e, ao abri-la, nossos olhares se encontraram por um momento. Não foi um olhar qualquer. Foi um daqueles olhares profundos, carregados de significado, algo que ia além das palavras, como se ambos soubéssemos que o que acontecia entre nós ainda estava longe de ser resolvido.
— Eu não esqueci o que você me prometeu, — falei, a voz mais suave, mas com uma provocação sutil. — Você me disse que me recompensaria...
Ele deu uma pequena risada, e os olhos dele brilharam com uma leve diversão, mas também com algo mais, algo que eu não podia negar.
— Fico dois apartamentos longe de você, , — disse ele, com um sorriso travesso, como se estivesse brincando com a situação. — Quando for sua vez de precisar terminar o jantar, me procura.
Eu ri suavemente, ainda sentindo a tensão entre nós, mas também uma sensação de expectativa. Ele estava indo, mas sabia que isso não era o fim. Não era o fim de nada. Ele já havia dito que voltaria, e eu sabia que a próxima vez não seria apenas sobre o jantar. A conversa, os olhares, tudo o que trocamos naquela noite parecia indicar que havia muito mais por vir.
Ele acenou brevemente com a cabeça antes de sair, e, enquanto fechava a porta atrás dele, fiquei ali, refletindo sobre tudo o que havia acontecido. Ele tinha razão. Havia algo mais. E eu não sabia exatamente o que seria, mas não podia negar que queria descobrir.
CAPÍTULO QUATRO
— It's slim pickings… If I can't have the one I love, I guess it's you that I'll be kissing! Just to get my fixings…
Since the good ones are deceased or taken… I'll just keep on moanin' and bitchin'.
Since the good ones are deceased or taken… I'll just keep on moanin' and bitchin'.
Ele estava ali, conversando ao pé do ouvido de uma loira, que, honestamente, até era bonita. Magra demais, talvez, mas com aquele tipo de beleza que chama a atenção instantaneamente. E então, enquanto observava, a diferença entre ela e eu se tornou ainda mais clara. Era difícil não perceber o que nos separava — mas talvez, olhando agora, fosse justamente isso: a aparência, o tipo físico. Eu não sabia por que, mas algo dentro de mim parecia um pouco incomodado com o que estava vendo.
Eu não pude evitar pensar que ele estava tentando me substituir. Talvez estivesse tentando superar tudo o que acontecera entre nós, o que nunca foi dito, mas que ambos sabíamos ser real. Nós dois fomos covardes o suficiente para não procurar um ao outro depois daquela noite. Ele não me procurou, e eu, sinceramente, não sabia como explicar para ele o que realmente sentia. Se eu o tivesse procurado, teria soado como se eu só quisesse sexo, algo raso, algo descartável. E a verdade é que com ele eu estava em busca de muito mais do que isso.
Mas, na época, eu não sabia como transmitir isso. Eu não sabia como fazer ele entender que havia algo mais profundo, algo que ia além do corpo e do desejo momentâneo. E, por causa disso, eu me afastei, temendo ser mal interpretada. Eu pensei que ele não queria nada além de uma noite e que, se eu me mostrasse vulnerável, ele provavelmente iria achar que eu só estava em busca de algo rápido, de algo superficial. E, no fundo, aquilo me travou completamente.
Agora, olhando para ele, conversando com a loira, eu não sabia por que ele não havia me procurado. Não sabia se ele simplesmente não pensou em mim depois da fatídica noite ou se, talvez, ele também tivesse se sentido da mesma forma que eu: inseguro, com medo de se entregar para algo que não sabíamos como explicar.
Eu estava ali, observando os dois com um misto de frustração e algo mais. Ela parecia estar rindo de algo que ele dissera, e seus corpos estavam tão próximos, tão confortáveis, que eu não pude evitar imaginar o que estava acontecendo entre eles. De repente, eu percebi que ela tinha o mesmo corte de cabelo que eu, o mesmo tom de loiro. Era uma coincidência, provavelmente, mas ver os dois tão próximos me fez questionar: seria aquilo uma provocação? Será que ele estava fazendo isso de propósito, se cercando de uma garota que era uma cópia exata de mim? O que isso significava? Ou seria apenas um novo começo para ele, e eu estava vendo algo onde não havia?
Eu continuei observando, não querendo parecer óbvia, mas sem conseguir tirar os olhos dele. O modo como ele a tocava, a proximidade deles, fazia com que eu imaginasse estar no lugar dela, e isso me fez sentir uma pontada de algo — não sei bem o que, mas talvez fosse uma mistura de ciúmes e insegurança. Talvez eu quisesse ser aquela pessoa de novo, sentir-me próxima dele, mas não sabia mais como fazer isso acontecer. E, no fundo, eu me perguntava se ele já havia me esquecido completamente.
Eu olhei para as minhas amigas, que estavam animadas, decidindo qual mesa seria a melhor para a noite. Elas estavam rindo e discutindo, sem se importar muito com o ambiente, enquanto eu apenas observava, perdida nos meus próprios pensamentos. Decidi me afastar um pouco, indo até o bar. Precisava de uma bebida, algo familiar, algo que me fizesse esquecer por um momento os meus próprios dilemas.
Enquanto caminhava até o balcão, meu corpo já automático, a mente tentando afastar os pensamentos que me consumiam, eu vi o que não queria ver. Ele estava lá. Sentado, agora com a loira, conversando e rindo. Não pude evitar, meu olhar encontrou o dele por um segundo. Foi um olhar rápido, mas direto, e naquele momento, o tempo pareceu parar. O coração deu uma leve disparada, e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa ou sequer perceber que eu o havia notado, eu desviei o olhar, voltando minha atenção para o bar. Não queria que ele soubesse que me afetava, nem que eu estava prestando atenção nele.
Respirei fundo, tentando me concentrar nas prateleiras do bar, procurando algo para beber — algo de sempre, algo que me fizesse esquecer. O barman me olhou com um sorriso, e, quase automaticamente, pedi o que já estava na ponta da língua. Mas, antes que ele pudesse preparar minha bebida, senti os olhos de alguém em mim.
Eu o encontrei. Não era ele, mas sim outro homem, sentado com um grupo de amigos do outro lado do bar. Ele estava olhando diretamente para mim, seus olhos fixos de maneira inesperada. Era estranho, o tipo de olhar que poderia facilmente ser interpretado de várias maneiras. Eu não sabia se ele estava apenas me observando de forma casual ou se havia algo mais, mas o fato é que a tensão entre nós aumentou imediatamente.
Eu segurei o olhar por um momento, minha mão ligeiramente tensa no balcão, e então desviei rapidamente, desconfortável. Não sabia o que exatamente ele estava pensando, mas senti como se ele soubesse o que eu estava sentindo. Não sabia por que, mas algo naquele olhar me fez me sentir observada, e ao mesmo tempo, como se estivesse sendo avaliada de maneira que eu não queria naquele momento.
Eu me forcei a me concentrar na minha bebida enquanto o barulho ao meu redor parecia aumentar. O que diabos estava acontecendo comigo? Uma parte de mim queria esquecer tudo e ir embora, mas algo em meu peito me dizia que essa noite ainda tinha muito o que me revelar.
Enquanto eu me sentava com minhas amigas, eu sentia que aquele olhar do homem no bar ainda estava em mim, como uma presença invisível que não me deixava em paz. Ele não desviava os olhos, e, por um momento, eu me perguntei o que exatamente ele via em mim, ou se estava apenas distraído. Mas não importava. Eu sabia que não deveria me preocupar com isso, ainda mais com ali, se divertindo com a loira, completamente à vontade. Isso me incomodava mais do que eu queria admitir, e sem querer, acabei me perdendo naquele pensamento, como se me sentisse deixada de lado.
Foi quando meu olhar se voltou novamente para o homem no bar. Ele ainda estava ali, observando. Algo em sua postura, algo na maneira como ele permanecia tranquilo, sem pressa, mas com os olhos fixos em minha direção, fez minha curiosidade aumentar. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas a tensão que ele criava era palpável, e eu não conseguia mais ignorar.
Ele parecia saber o que estava fazendo. O modo como me olhava era diferente do tipo de atenção que me dava, mais intenso, mais focado. Eu não consegui evitar e olhei de volta para ele, mais atenta, mais curiosa.
O que vi fez meu estômago dar um nó.
O homem tinha um maxilar bem definido, um rosto forte, com características másculas que transmitiam uma confiança silenciosa. Havia algo de imponente nele, algo que me fazia pensar que ele não era alguém fácil de ser ignorado. Ele estava ali, com os amigos, mas sua atenção estava completamente voltada para mim. O que realmente me chamou a atenção, no entanto, foi o corpo dele. A camisa social branca que ele usava estava esticada sobre seus músculos definidos, como se cada movimento dele fosse planejado, cada gesto demonstrando o controle que ele tinha sobre a situação.
Eu não pude evitar. A visão dele, com aquele físico imponente, aquele olhar tão determinado, fez com que eu me sentisse estranhamente vulnerável, mas também curiosa. O contraste entre sua postura firme e o jeito descontraído com que estava se comportando no bar era algo que eu não conseguia ignorar. Eu estava começando a reparar em cada detalhe, e de repente, a bebida em minhas mãos parecia ser o único ponto de foco.
Meu olhar se manteve nele por um tempo, a bebida já meio vazia em minha mão, enquanto eu me perguntava o que ele pensava de mim, ou o que exatamente ele estava buscando com aquele olhar fixo. O tempo parecia desacelerar à medida que eu começava a me perder na sua presença.
Eu terminei minha bebida em um gole só, sentindo o líquido queimando pela garganta e tentando afastar a sensação de desconforto que começava a crescer dentro de mim. Minhas amigas estavam animadas, conversando sobre algo que nem consegui ouvir direito, até que uma delas comentou sobre ir até o bar pegar mais uma rodada. Elas se levantaram em um movimento quase sincronizado, e, antes que eu pudesse protestar, já estavam se afastando em direção ao balcão.
E então, fiquei sozinha. Sozinha com os meus pensamentos, com a tensão no ar, e com o olhar dele ainda me perseguindo, mesmo à distância. Eu sabia que ele estava me observando, mas, ao mesmo tempo, o fato de estar ali, sem ninguém ao meu redor, me deixava estranhamente exposta. Eu devia ter me distraído, ter me perdido na conversa das minhas amigas, mas não conseguia. O olhar dele, tão fixo e imperturbável, me prendia de um jeito que eu não sabia como lidar.
Foi quando, finalmente, ele se levantou.
O homem que estava me observando desde que eu havia pisado no bar, com aquele olhar intenso e calculado, começou a andar na minha direção. Ele não estava com pressa, mas a forma como se movia, de maneira decidida e tranquila, fazia com que todo o ambiente ao meu redor parecesse desaparecer. Ele estava vindo até mim, sem pedir permissão, sem hesitar. Algo me dizia que ele sabia exatamente o que estava fazendo.
Meu coração deu um salto. Não sabia se deveria estar nervosa ou empolgada. Não tinha tempo para escolher, pois ele já estava perto. Quando ele chegou ao meu lado, a energia entre nós se intensificou instantaneamente.
— Sozinha? — Ele perguntou, sua voz profunda e tranquila, quase um sussurro no meio do barulho ao redor.
Eu o olhei por um momento, tentando manter a calma, e então sorri levemente, tentando esconder a tensão que ainda sentia.
— As meninas foram pegar mais bebidas. Eu sou... boa com a minha companhia — Respondi, com um toque de ironia, mas também uma leve provocação.
Ele levantou uma sobrancelha, como se gostasse da minha resposta, e então se inclinou ligeiramente, como se a distância entre nós fosse o suficiente para criar uma tensão ainda maior.
— . — Ele disse, com um sorriso discreto e autossuficiente. — E você?
— . — Eu respondi olhando rapidamente para minhas amigas distraídas no bar.
Ele olhou ao redor, com um leve sorriso nos lábios, como se estivesse avaliando a situação, e então, com um gesto despreocupado, fez um movimento em direção à cadeira vazia ao meu lado.
— Posso me sentar? — Ele perguntou, a voz carregada de um charme natural que fazia com que fosse difícil recusar.
Eu balancei a cabeça, meio que sem querer dizer não, e ele se acomodou, não mais como um estranho, mas como alguém que já estava esperando por esse momento, como se já soubesse que eu cederia.
Meus olhos seguiram a direção dos de , e lá estava , a centímetros da tal loira, rindo e conversando com ela como se minha presença ali não significasse mais nada. Aquilo, por algum motivo, me atingiu de uma forma inesperada, e a dor que senti, embora breve, foi o suficiente para me fazer virar novamente o olhar para .
Ele parecia ter notado minha distração, observando de longe, mas, antes que eu pudesse me perder na cena, ele fez uma pergunta, quebrando o silêncio que se formava entre nós.
— Ele é seu ex-namorado, ou algo do tipo? — inclinou a cabeça ligeiramente, seus olhos fixos em , como se estivesse tentando entender a relação entre nós dois.
Eu me estiquei na cadeira, tentando manter a compostura, mas o desconforto que eu sentia com a presença de e a loira ainda estava ali, se espalhando por dentro. Olhei para , tentando responder de forma despreocupada, como se a situação fosse mais simples do que realmente era.
— Não, — respondi, a voz firme, mas talvez um pouco mais fria do que eu gostaria. — Não somos nada. —
observou, sua expressão neutra, mas com uma leve expressão de interesse. Ele parecia analisar a situação, mas não parecia surpreso. Como se já soubesse que havia algo não resolvido entre mim e , mas também como se não fosse algo que precisasse ser perguntado.
Ele deu de ombros, como se não estivesse julgando, mas sim tentando entender.
— Entendo… — então, ele deu um leve sorriso, se inclinando mais um pouco para frente — Então você está apenas aqui para se divertir, não é?
Eu não sabia como responder a isso. Sim, talvez fosse isso. Ou talvez eu estivesse aqui tentando lidar com as coisas de uma maneira que eu não entendia completamente. Talvez eu não estivesse apenas ali para me divertir, mas para afastar as memórias de algo que parecia estar sempre à minha frente, algo que ainda não sabia como deixar ir.
Eu dei um sorriso curto, tentando manter o controle da conversa, mas o olhar de não desviava do meu rosto, como se estivesse lendo cada expressão, cada nuance no que eu dizia. Isso me incomodava e ao mesmo tempo me atraía.
— Algo assim, — falei, de forma vaga, tentando manter a conversa leve enquanto meus pensamentos ainda estavam em e na loira.
💋💋💋
Quando chegamos ao meu apartamento, a noite parecia se arrastar com uma tensão inusitada no ar. O corredor do prédio estava silencioso, mas dentro de mim tudo parecia um caos. Algo dentro de mim precisava sair, precisava ser liberado. percebeu a mudança no meu comportamento, mas ao invés de comentar, ele apenas caminhou ao meu lado, mantendo uma distância respeitosa, mas com um brilho curioso no olhar.
Quando a porta do meu apartamento se fechou atrás de nós, sem palavras, se aproximou. Seus olhos estavam tão intensos quanto os meus, e em um movimento rápido e determinado, ele me puxou para perto. Seus lábios encontraram os meus, e eu, de forma automática, correspondi ao beijo com uma intensidade que parecia vir de um lugar muito mais profundo do que eu queria admitir
O calor de seu corpo contra o meu parecia me consumir, e à medida que o beijo se aprofundava, minha mente não conseguia evitar o pensamento que insistia em me incomodar: . Eu o vi claramente, sorrindo e conversando com a loira no bar, tão perto dela, tão à vontade. Aquilo havia sido o gatilho. A frustração de vê-lo com outra estava ali, viva dentro de mim, me empurrando para . Eu estava tentando esquecer, me distrair, mas a presença de , com a loira nos braços, ainda queimava em meu peito.
Com o beijo se intensificando, caímos no sofá. Ele estava me tocando com uma urgência silenciosa, e eu não sabia mais se estava me entregando por querer ou se estava apenas buscando uma fuga. Nossos corpos se moldaram juntos, e a sensação de seu toque em mim fazia com que eu esquecesse, por um momento, tudo o que estava acontecendo dentro da minha cabeça.
parou por um instante, suas mãos ainda sobre meu corpo, e seus olhos procuraram os meus, como se soubesse que algo estava me incomodando. Ele respirou fundo antes de falar, com a voz baixa, mas direta:
— Eu sei que você está aqui por causa dele, — disse ele, a voz carregada de uma sinceridade desconcertante — Sei que está frustrada com o que viu no bar, com o jeito que ele a tratou — Ele me olhou nos olhos, e uma parte de mim ficou desconcertada pela forma como ele parecia entender tudo sem precisar perguntar. — Mas, eu não me importo. Você pode me usar para esquecer o que está te machucando. Não precisa de mais explicações.
Eu fiquei em silêncio por um momento, tentando processar suas palavras. Havia algo libertador na forma como ele falava, algo que fazia com que a tensão dentro de mim parecesse menor. Mas também havia algo alarmante. Eu sabia o que estava fazendo, sabia o que ele estava dizendo, e, por algum motivo, parecia que eu estava aceitando o que ele oferecia sem questionar, apenas querendo que o vazio fosse preenchido.
não esperava uma resposta imediata, e eu não sabia se ele queria ouvir algo em particular. Mas o que ele me oferecia naquele momento, mesmo que simples e sem compromisso, parecia ser tudo o que eu conseguia lidar. Eu queria esquecer, queria me livrar da frustração, do peso do que vi e do que estava me consumindo.
Eu me aproximei dele novamente, tocando seus lábios com os meus, mais uma vez sentindo a intensidade do momento me consumir, enquanto minha mente ainda estava perdida entre , a loira e o que estava acontecendo no bar entre os dois. Mas, no fundo, eu sabia que aquilo não resolveria nada. Eu não sabia se ele também sentia a necessidade de algo mais, mas por enquanto, aquilo era tudo o que eu podia lidar.
O calor de , a proximidade dos seus lábios contra os meus, me fez fechar os olhos por um momento, tentando me perder na intensidade do que estava acontecendo. A necessidade de esquecer o que me atormentava, a frustração que eu sentia por não ter coragem de lidar com os meus sentimentos, me empurrava a continuar. Beijei-o de volta com uma intensidade que não pude conter, como se cada movimento meu fosse uma tentativa de afastar algo que ainda me consumia.
Mas, no fundo, algo dentro de mim sabia que aquilo era apenas mais uma distração. Eu estava me entregando a um momento, a algo que sabia que não iria resolver os meus problemas, mas ainda assim, me permitia sentir. O pensamento de que isso não passaria de migalhas, de algo passageiro, me atingiu brevemente. Mais uma vez, estava em busca de um alívio temporário, e sabia que, quando a noite passasse, tudo voltaria ao que era antes.
Ainda assim, não conseguia parar. Eu precisava disso, precisava desse alívio, dessa sensação de estar sendo tocada, desejada, sem ter que pensar no que estava acontecendo lá fora.
As mãos de se moveram com mais confiança, deslizando pela minha pele, sentindo a suavidade dos meus braços, passando pelas costas e chegando até minha cintura. Ele me puxou mais para perto, mais perto do seu corpo, e a sensação de estar tão próxima dele me fez perder o fôlego. Cada toque dele parecia me eletrizar, cada movimento me fazia querer mais.
— Você está tão tensa... — murmurou, os lábios ainda próximos aos meus, a voz rouca e baixa. Ele tocou meu pescoço com um dedo, fazendo uma linha imaginária que percorreu minha pele e desceu até a minha cintura. — Deixe isso ir, . Deixe as frustrações irem embora.
Eu fechei os olhos por um momento, sentindo o peso das palavras dele. Era como se ele soubesse exatamente o que eu estava carregando dentro de mim, como se tivesse lido minha mente. Ele não fazia perguntas sobre ou sobre o que aconteceu no bar. Ele apenas estava ali, como uma forma de eu esquecer.
Eu me afastei por um segundo, respirando fundo, mas não consegui manter distância. Voltei a beijá-lo, mais uma vez, com uma urgência que eu não sabia de onde vinha. As mãos dele estavam em todos os lugares certos, explorando, tocando de maneira que me fazia querer perder a noção do tempo, perder tudo ao redor. E, quando ele me puxou mais para perto, de forma mais firme, a sensação de sua força me fez relaxar um pouco, me entregando mais ao momento.
— Eu sei o que você quer... — Ele sussurrou, agora mais ousado, tomando a dianteira da situação, a confiança em suas palavras e gestos me fazendo seguir o fluxo sem questionar. Ele sabia exatamente como me fazer esquecer de tudo que me estava consumindo — Pode se entregar, . Eu vou te ajudar a esquecer o resto…
Eu não respondi de imediato, apenas o olhei, sentindo o peso das palavras dele. Ele estava me oferecendo o que eu procurava: uma fuga. E, mesmo sabendo que isso não resolveria nada, eu ainda precisava disso. Eu ainda queria sentir, ainda queria a sensação de estar sendo tocada e de não pensar nas complicações.
A tensão dentro de mim, que antes parecia imensa, foi diminuindo a cada toque de , a cada beijo, a cada movimento dele. Ele me guiava com uma confiança que eu não sabia como lidar, mas que, de certa forma, me fazia sentir algo que não sentia há um tempo — algo como alívio, como uma brecha na dor que eu carregava.
Eu não sabia até onde isso nos levaria, mas naquele momento, eu não queria saber. Eu só queria me perder na sensação de estar sendo desejada, de não precisar pensar nas frustrações que me consumiam, e estava ali, exatamente para isso. Ele me oferecia uma saída, mesmo que temporária. E, por agora, era tudo o que eu conseguia aceitar.
A atmosfera no apartamento parecia se carregar com uma tensão crescente, cada toque de , cada movimento, parecia fazer o tempo desacelerar. Eu estava completamente envolvida no momento, minha mente perdida entre a urgência de esquecer tudo o que estava me consumindo e a vontade de me entregar àquela sensação de prazer momentâneo.
estava atento a cada reação minha, como se estivesse tentando entender cada respiração, cada gesto meu. Ele me olhou por um momento, como se estivesse esperando algo, e então, com um movimento suave, ele começou a retirar minha roupa. Cada peça de vestuário que desaparecia me fazia sentir um misto de vulnerabilidade e necessidade. Ele não estava com pressa, não estava apressado. Cada movimento dele parecia ser cuidadosamente calculado, como se estivesse devotado a explorar cada canto do meu corpo, a cada toque, a cada olhar.
A intensidade daquele momento me fazia sentir algo que eu não queria perceber, mas não conseguia negar: eu estava completamente entregue. Não a ele, necessariamente, mas ao que ele representava naquele momento — uma maneira de fugir, de parar de pensar em tudo o que me afligia. Ele estava ali, e eu, embora ciente de que isso era temporário, não conseguia me afastar.
Os olhos de estavam fixos em mim, observando-me de uma maneira quase reverente, como se estivesse absorvendo cada detalhe. Eu sentia seu toque, suave e explorador, cada gesto dele me fazendo esquecer por um momento de tudo o que acontecia lá fora, da frustração que eu estava tentando dissipar. Não havia palavras entre nós, mas as expressões, os olhares, tudo se dizia de uma maneira que parecia mais real do que qualquer coisa que eu já havia experimentado.
Ele continuava, devagar, como se estivesse fazendo uma promessa silenciosa de cuidar desse momento. E, mesmo sabendo que isso não resolveria nada, mesmo sabendo que estava me entregando a algo fugaz, a sensação de ser tocada, de ser desejada, me fazia sentir viva novamente, de uma forma que eu não sabia como explicar.
Eu não queria que o momento acabasse, mas sabia que, eventualmente, ele teria que fazer isso. Quando se aproximou de mim novamente, seus lábios tocando minha pele com a suavidade que me fez arquear o corpo em resposta, eu percebi que, por mais que tentasse negar, isso era exatamente o que eu precisava. Mesmo que fosse só por uma noite.
Eu não pude evitar pensar que ele estava tentando me substituir. Talvez estivesse tentando superar tudo o que acontecera entre nós, o que nunca foi dito, mas que ambos sabíamos ser real. Nós dois fomos covardes o suficiente para não procurar um ao outro depois daquela noite. Ele não me procurou, e eu, sinceramente, não sabia como explicar para ele o que realmente sentia. Se eu o tivesse procurado, teria soado como se eu só quisesse sexo, algo raso, algo descartável. E a verdade é que com ele eu estava em busca de muito mais do que isso.
Mas, na época, eu não sabia como transmitir isso. Eu não sabia como fazer ele entender que havia algo mais profundo, algo que ia além do corpo e do desejo momentâneo. E, por causa disso, eu me afastei, temendo ser mal interpretada. Eu pensei que ele não queria nada além de uma noite e que, se eu me mostrasse vulnerável, ele provavelmente iria achar que eu só estava em busca de algo rápido, de algo superficial. E, no fundo, aquilo me travou completamente.
Agora, olhando para ele, conversando com a loira, eu não sabia por que ele não havia me procurado. Não sabia se ele simplesmente não pensou em mim depois da fatídica noite ou se, talvez, ele também tivesse se sentido da mesma forma que eu: inseguro, com medo de se entregar para algo que não sabíamos como explicar.
Eu estava ali, observando os dois com um misto de frustração e algo mais. Ela parecia estar rindo de algo que ele dissera, e seus corpos estavam tão próximos, tão confortáveis, que eu não pude evitar imaginar o que estava acontecendo entre eles. De repente, eu percebi que ela tinha o mesmo corte de cabelo que eu, o mesmo tom de loiro. Era uma coincidência, provavelmente, mas ver os dois tão próximos me fez questionar: seria aquilo uma provocação? Será que ele estava fazendo isso de propósito, se cercando de uma garota que era uma cópia exata de mim? O que isso significava? Ou seria apenas um novo começo para ele, e eu estava vendo algo onde não havia?
Eu continuei observando, não querendo parecer óbvia, mas sem conseguir tirar os olhos dele. O modo como ele a tocava, a proximidade deles, fazia com que eu imaginasse estar no lugar dela, e isso me fez sentir uma pontada de algo — não sei bem o que, mas talvez fosse uma mistura de ciúmes e insegurança. Talvez eu quisesse ser aquela pessoa de novo, sentir-me próxima dele, mas não sabia mais como fazer isso acontecer. E, no fundo, eu me perguntava se ele já havia me esquecido completamente.
Eu olhei para as minhas amigas, que estavam animadas, decidindo qual mesa seria a melhor para a noite. Elas estavam rindo e discutindo, sem se importar muito com o ambiente, enquanto eu apenas observava, perdida nos meus próprios pensamentos. Decidi me afastar um pouco, indo até o bar. Precisava de uma bebida, algo familiar, algo que me fizesse esquecer por um momento os meus próprios dilemas.
Enquanto caminhava até o balcão, meu corpo já automático, a mente tentando afastar os pensamentos que me consumiam, eu vi o que não queria ver. Ele estava lá. Sentado, agora com a loira, conversando e rindo. Não pude evitar, meu olhar encontrou o dele por um segundo. Foi um olhar rápido, mas direto, e naquele momento, o tempo pareceu parar. O coração deu uma leve disparada, e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa ou sequer perceber que eu o havia notado, eu desviei o olhar, voltando minha atenção para o bar. Não queria que ele soubesse que me afetava, nem que eu estava prestando atenção nele.
Respirei fundo, tentando me concentrar nas prateleiras do bar, procurando algo para beber — algo de sempre, algo que me fizesse esquecer. O barman me olhou com um sorriso, e, quase automaticamente, pedi o que já estava na ponta da língua. Mas, antes que ele pudesse preparar minha bebida, senti os olhos de alguém em mim.
Eu o encontrei. Não era ele, mas sim outro homem, sentado com um grupo de amigos do outro lado do bar. Ele estava olhando diretamente para mim, seus olhos fixos de maneira inesperada. Era estranho, o tipo de olhar que poderia facilmente ser interpretado de várias maneiras. Eu não sabia se ele estava apenas me observando de forma casual ou se havia algo mais, mas o fato é que a tensão entre nós aumentou imediatamente.
Eu segurei o olhar por um momento, minha mão ligeiramente tensa no balcão, e então desviei rapidamente, desconfortável. Não sabia o que exatamente ele estava pensando, mas senti como se ele soubesse o que eu estava sentindo. Não sabia por que, mas algo naquele olhar me fez me sentir observada, e ao mesmo tempo, como se estivesse sendo avaliada de maneira que eu não queria naquele momento.
Eu me forcei a me concentrar na minha bebida enquanto o barulho ao meu redor parecia aumentar. O que diabos estava acontecendo comigo? Uma parte de mim queria esquecer tudo e ir embora, mas algo em meu peito me dizia que essa noite ainda tinha muito o que me revelar.
Enquanto eu me sentava com minhas amigas, eu sentia que aquele olhar do homem no bar ainda estava em mim, como uma presença invisível que não me deixava em paz. Ele não desviava os olhos, e, por um momento, eu me perguntei o que exatamente ele via em mim, ou se estava apenas distraído. Mas não importava. Eu sabia que não deveria me preocupar com isso, ainda mais com ali, se divertindo com a loira, completamente à vontade. Isso me incomodava mais do que eu queria admitir, e sem querer, acabei me perdendo naquele pensamento, como se me sentisse deixada de lado.
Foi quando meu olhar se voltou novamente para o homem no bar. Ele ainda estava ali, observando. Algo em sua postura, algo na maneira como ele permanecia tranquilo, sem pressa, mas com os olhos fixos em minha direção, fez minha curiosidade aumentar. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas a tensão que ele criava era palpável, e eu não conseguia mais ignorar.
Ele parecia saber o que estava fazendo. O modo como me olhava era diferente do tipo de atenção que me dava, mais intenso, mais focado. Eu não consegui evitar e olhei de volta para ele, mais atenta, mais curiosa.
O que vi fez meu estômago dar um nó.
O homem tinha um maxilar bem definido, um rosto forte, com características másculas que transmitiam uma confiança silenciosa. Havia algo de imponente nele, algo que me fazia pensar que ele não era alguém fácil de ser ignorado. Ele estava ali, com os amigos, mas sua atenção estava completamente voltada para mim. O que realmente me chamou a atenção, no entanto, foi o corpo dele. A camisa social branca que ele usava estava esticada sobre seus músculos definidos, como se cada movimento dele fosse planejado, cada gesto demonstrando o controle que ele tinha sobre a situação.
Eu não pude evitar. A visão dele, com aquele físico imponente, aquele olhar tão determinado, fez com que eu me sentisse estranhamente vulnerável, mas também curiosa. O contraste entre sua postura firme e o jeito descontraído com que estava se comportando no bar era algo que eu não conseguia ignorar. Eu estava começando a reparar em cada detalhe, e de repente, a bebida em minhas mãos parecia ser o único ponto de foco.
Meu olhar se manteve nele por um tempo, a bebida já meio vazia em minha mão, enquanto eu me perguntava o que ele pensava de mim, ou o que exatamente ele estava buscando com aquele olhar fixo. O tempo parecia desacelerar à medida que eu começava a me perder na sua presença.
Eu terminei minha bebida em um gole só, sentindo o líquido queimando pela garganta e tentando afastar a sensação de desconforto que começava a crescer dentro de mim. Minhas amigas estavam animadas, conversando sobre algo que nem consegui ouvir direito, até que uma delas comentou sobre ir até o bar pegar mais uma rodada. Elas se levantaram em um movimento quase sincronizado, e, antes que eu pudesse protestar, já estavam se afastando em direção ao balcão.
E então, fiquei sozinha. Sozinha com os meus pensamentos, com a tensão no ar, e com o olhar dele ainda me perseguindo, mesmo à distância. Eu sabia que ele estava me observando, mas, ao mesmo tempo, o fato de estar ali, sem ninguém ao meu redor, me deixava estranhamente exposta. Eu devia ter me distraído, ter me perdido na conversa das minhas amigas, mas não conseguia. O olhar dele, tão fixo e imperturbável, me prendia de um jeito que eu não sabia como lidar.
Foi quando, finalmente, ele se levantou.
O homem que estava me observando desde que eu havia pisado no bar, com aquele olhar intenso e calculado, começou a andar na minha direção. Ele não estava com pressa, mas a forma como se movia, de maneira decidida e tranquila, fazia com que todo o ambiente ao meu redor parecesse desaparecer. Ele estava vindo até mim, sem pedir permissão, sem hesitar. Algo me dizia que ele sabia exatamente o que estava fazendo.
Meu coração deu um salto. Não sabia se deveria estar nervosa ou empolgada. Não tinha tempo para escolher, pois ele já estava perto. Quando ele chegou ao meu lado, a energia entre nós se intensificou instantaneamente.
— Sozinha? — Ele perguntou, sua voz profunda e tranquila, quase um sussurro no meio do barulho ao redor.
Eu o olhei por um momento, tentando manter a calma, e então sorri levemente, tentando esconder a tensão que ainda sentia.
— As meninas foram pegar mais bebidas. Eu sou... boa com a minha companhia — Respondi, com um toque de ironia, mas também uma leve provocação.
Ele levantou uma sobrancelha, como se gostasse da minha resposta, e então se inclinou ligeiramente, como se a distância entre nós fosse o suficiente para criar uma tensão ainda maior.
— . — Ele disse, com um sorriso discreto e autossuficiente. — E você?
— . — Eu respondi olhando rapidamente para minhas amigas distraídas no bar.
Ele olhou ao redor, com um leve sorriso nos lábios, como se estivesse avaliando a situação, e então, com um gesto despreocupado, fez um movimento em direção à cadeira vazia ao meu lado.
— Posso me sentar? — Ele perguntou, a voz carregada de um charme natural que fazia com que fosse difícil recusar.
Eu balancei a cabeça, meio que sem querer dizer não, e ele se acomodou, não mais como um estranho, mas como alguém que já estava esperando por esse momento, como se já soubesse que eu cederia.
Meus olhos seguiram a direção dos de , e lá estava , a centímetros da tal loira, rindo e conversando com ela como se minha presença ali não significasse mais nada. Aquilo, por algum motivo, me atingiu de uma forma inesperada, e a dor que senti, embora breve, foi o suficiente para me fazer virar novamente o olhar para .
Ele parecia ter notado minha distração, observando de longe, mas, antes que eu pudesse me perder na cena, ele fez uma pergunta, quebrando o silêncio que se formava entre nós.
— Ele é seu ex-namorado, ou algo do tipo? — inclinou a cabeça ligeiramente, seus olhos fixos em , como se estivesse tentando entender a relação entre nós dois.
Eu me estiquei na cadeira, tentando manter a compostura, mas o desconforto que eu sentia com a presença de e a loira ainda estava ali, se espalhando por dentro. Olhei para , tentando responder de forma despreocupada, como se a situação fosse mais simples do que realmente era.
— Não, — respondi, a voz firme, mas talvez um pouco mais fria do que eu gostaria. — Não somos nada. —
observou, sua expressão neutra, mas com uma leve expressão de interesse. Ele parecia analisar a situação, mas não parecia surpreso. Como se já soubesse que havia algo não resolvido entre mim e , mas também como se não fosse algo que precisasse ser perguntado.
Ele deu de ombros, como se não estivesse julgando, mas sim tentando entender.
— Entendo… — então, ele deu um leve sorriso, se inclinando mais um pouco para frente — Então você está apenas aqui para se divertir, não é?
Eu não sabia como responder a isso. Sim, talvez fosse isso. Ou talvez eu estivesse aqui tentando lidar com as coisas de uma maneira que eu não entendia completamente. Talvez eu não estivesse apenas ali para me divertir, mas para afastar as memórias de algo que parecia estar sempre à minha frente, algo que ainda não sabia como deixar ir.
Eu dei um sorriso curto, tentando manter o controle da conversa, mas o olhar de não desviava do meu rosto, como se estivesse lendo cada expressão, cada nuance no que eu dizia. Isso me incomodava e ao mesmo tempo me atraía.
— Algo assim, — falei, de forma vaga, tentando manter a conversa leve enquanto meus pensamentos ainda estavam em e na loira.
Quando chegamos ao meu apartamento, a noite parecia se arrastar com uma tensão inusitada no ar. O corredor do prédio estava silencioso, mas dentro de mim tudo parecia um caos. Algo dentro de mim precisava sair, precisava ser liberado. percebeu a mudança no meu comportamento, mas ao invés de comentar, ele apenas caminhou ao meu lado, mantendo uma distância respeitosa, mas com um brilho curioso no olhar.
Quando a porta do meu apartamento se fechou atrás de nós, sem palavras, se aproximou. Seus olhos estavam tão intensos quanto os meus, e em um movimento rápido e determinado, ele me puxou para perto. Seus lábios encontraram os meus, e eu, de forma automática, correspondi ao beijo com uma intensidade que parecia vir de um lugar muito mais profundo do que eu queria admitir
O calor de seu corpo contra o meu parecia me consumir, e à medida que o beijo se aprofundava, minha mente não conseguia evitar o pensamento que insistia em me incomodar: . Eu o vi claramente, sorrindo e conversando com a loira no bar, tão perto dela, tão à vontade. Aquilo havia sido o gatilho. A frustração de vê-lo com outra estava ali, viva dentro de mim, me empurrando para . Eu estava tentando esquecer, me distrair, mas a presença de , com a loira nos braços, ainda queimava em meu peito.
Com o beijo se intensificando, caímos no sofá. Ele estava me tocando com uma urgência silenciosa, e eu não sabia mais se estava me entregando por querer ou se estava apenas buscando uma fuga. Nossos corpos se moldaram juntos, e a sensação de seu toque em mim fazia com que eu esquecesse, por um momento, tudo o que estava acontecendo dentro da minha cabeça.
parou por um instante, suas mãos ainda sobre meu corpo, e seus olhos procuraram os meus, como se soubesse que algo estava me incomodando. Ele respirou fundo antes de falar, com a voz baixa, mas direta:
— Eu sei que você está aqui por causa dele, — disse ele, a voz carregada de uma sinceridade desconcertante — Sei que está frustrada com o que viu no bar, com o jeito que ele a tratou — Ele me olhou nos olhos, e uma parte de mim ficou desconcertada pela forma como ele parecia entender tudo sem precisar perguntar. — Mas, eu não me importo. Você pode me usar para esquecer o que está te machucando. Não precisa de mais explicações.
Eu fiquei em silêncio por um momento, tentando processar suas palavras. Havia algo libertador na forma como ele falava, algo que fazia com que a tensão dentro de mim parecesse menor. Mas também havia algo alarmante. Eu sabia o que estava fazendo, sabia o que ele estava dizendo, e, por algum motivo, parecia que eu estava aceitando o que ele oferecia sem questionar, apenas querendo que o vazio fosse preenchido.
não esperava uma resposta imediata, e eu não sabia se ele queria ouvir algo em particular. Mas o que ele me oferecia naquele momento, mesmo que simples e sem compromisso, parecia ser tudo o que eu conseguia lidar. Eu queria esquecer, queria me livrar da frustração, do peso do que vi e do que estava me consumindo.
Eu me aproximei dele novamente, tocando seus lábios com os meus, mais uma vez sentindo a intensidade do momento me consumir, enquanto minha mente ainda estava perdida entre , a loira e o que estava acontecendo no bar entre os dois. Mas, no fundo, eu sabia que aquilo não resolveria nada. Eu não sabia se ele também sentia a necessidade de algo mais, mas por enquanto, aquilo era tudo o que eu podia lidar.
O calor de , a proximidade dos seus lábios contra os meus, me fez fechar os olhos por um momento, tentando me perder na intensidade do que estava acontecendo. A necessidade de esquecer o que me atormentava, a frustração que eu sentia por não ter coragem de lidar com os meus sentimentos, me empurrava a continuar. Beijei-o de volta com uma intensidade que não pude conter, como se cada movimento meu fosse uma tentativa de afastar algo que ainda me consumia.
Mas, no fundo, algo dentro de mim sabia que aquilo era apenas mais uma distração. Eu estava me entregando a um momento, a algo que sabia que não iria resolver os meus problemas, mas ainda assim, me permitia sentir. O pensamento de que isso não passaria de migalhas, de algo passageiro, me atingiu brevemente. Mais uma vez, estava em busca de um alívio temporário, e sabia que, quando a noite passasse, tudo voltaria ao que era antes.
Ainda assim, não conseguia parar. Eu precisava disso, precisava desse alívio, dessa sensação de estar sendo tocada, desejada, sem ter que pensar no que estava acontecendo lá fora.
As mãos de se moveram com mais confiança, deslizando pela minha pele, sentindo a suavidade dos meus braços, passando pelas costas e chegando até minha cintura. Ele me puxou mais para perto, mais perto do seu corpo, e a sensação de estar tão próxima dele me fez perder o fôlego. Cada toque dele parecia me eletrizar, cada movimento me fazia querer mais.
— Você está tão tensa... — murmurou, os lábios ainda próximos aos meus, a voz rouca e baixa. Ele tocou meu pescoço com um dedo, fazendo uma linha imaginária que percorreu minha pele e desceu até a minha cintura. — Deixe isso ir, . Deixe as frustrações irem embora.
Eu fechei os olhos por um momento, sentindo o peso das palavras dele. Era como se ele soubesse exatamente o que eu estava carregando dentro de mim, como se tivesse lido minha mente. Ele não fazia perguntas sobre ou sobre o que aconteceu no bar. Ele apenas estava ali, como uma forma de eu esquecer.
Eu me afastei por um segundo, respirando fundo, mas não consegui manter distância. Voltei a beijá-lo, mais uma vez, com uma urgência que eu não sabia de onde vinha. As mãos dele estavam em todos os lugares certos, explorando, tocando de maneira que me fazia querer perder a noção do tempo, perder tudo ao redor. E, quando ele me puxou mais para perto, de forma mais firme, a sensação de sua força me fez relaxar um pouco, me entregando mais ao momento.
— Eu sei o que você quer... — Ele sussurrou, agora mais ousado, tomando a dianteira da situação, a confiança em suas palavras e gestos me fazendo seguir o fluxo sem questionar. Ele sabia exatamente como me fazer esquecer de tudo que me estava consumindo — Pode se entregar, . Eu vou te ajudar a esquecer o resto…
Eu não respondi de imediato, apenas o olhei, sentindo o peso das palavras dele. Ele estava me oferecendo o que eu procurava: uma fuga. E, mesmo sabendo que isso não resolveria nada, eu ainda precisava disso. Eu ainda queria sentir, ainda queria a sensação de estar sendo tocada e de não pensar nas complicações.
A tensão dentro de mim, que antes parecia imensa, foi diminuindo a cada toque de , a cada beijo, a cada movimento dele. Ele me guiava com uma confiança que eu não sabia como lidar, mas que, de certa forma, me fazia sentir algo que não sentia há um tempo — algo como alívio, como uma brecha na dor que eu carregava.
Eu não sabia até onde isso nos levaria, mas naquele momento, eu não queria saber. Eu só queria me perder na sensação de estar sendo desejada, de não precisar pensar nas frustrações que me consumiam, e estava ali, exatamente para isso. Ele me oferecia uma saída, mesmo que temporária. E, por agora, era tudo o que eu conseguia aceitar.
A atmosfera no apartamento parecia se carregar com uma tensão crescente, cada toque de , cada movimento, parecia fazer o tempo desacelerar. Eu estava completamente envolvida no momento, minha mente perdida entre a urgência de esquecer tudo o que estava me consumindo e a vontade de me entregar àquela sensação de prazer momentâneo.
estava atento a cada reação minha, como se estivesse tentando entender cada respiração, cada gesto meu. Ele me olhou por um momento, como se estivesse esperando algo, e então, com um movimento suave, ele começou a retirar minha roupa. Cada peça de vestuário que desaparecia me fazia sentir um misto de vulnerabilidade e necessidade. Ele não estava com pressa, não estava apressado. Cada movimento dele parecia ser cuidadosamente calculado, como se estivesse devotado a explorar cada canto do meu corpo, a cada toque, a cada olhar.
A intensidade daquele momento me fazia sentir algo que eu não queria perceber, mas não conseguia negar: eu estava completamente entregue. Não a ele, necessariamente, mas ao que ele representava naquele momento — uma maneira de fugir, de parar de pensar em tudo o que me afligia. Ele estava ali, e eu, embora ciente de que isso era temporário, não conseguia me afastar.
Os olhos de estavam fixos em mim, observando-me de uma maneira quase reverente, como se estivesse absorvendo cada detalhe. Eu sentia seu toque, suave e explorador, cada gesto dele me fazendo esquecer por um momento de tudo o que acontecia lá fora, da frustração que eu estava tentando dissipar. Não havia palavras entre nós, mas as expressões, os olhares, tudo se dizia de uma maneira que parecia mais real do que qualquer coisa que eu já havia experimentado.
Ele continuava, devagar, como se estivesse fazendo uma promessa silenciosa de cuidar desse momento. E, mesmo sabendo que isso não resolveria nada, mesmo sabendo que estava me entregando a algo fugaz, a sensação de ser tocada, de ser desejada, me fazia sentir viva novamente, de uma forma que eu não sabia como explicar.
Eu não queria que o momento acabasse, mas sabia que, eventualmente, ele teria que fazer isso. Quando se aproximou de mim novamente, seus lábios tocando minha pele com a suavidade que me fez arquear o corpo em resposta, eu percebi que, por mais que tentasse negar, isso era exatamente o que eu precisava. Mesmo que fosse só por uma noite.
CAPÍTULO CINCO
— Since the good ones call their exes wasted and since the Lord forgot my gay awakening,
then I'll just be here in the kitchen serving up some moanin' and bitchin'...
then I'll just be here in the kitchen serving up some moanin' and bitchin'...
O sábado chegou, e, de alguma forma, eu estava começando a me sentir mais confortável na rotina de não esperar mais nada de ninguém. havia viajado sem previsão de volta. Ele não havia mencionado nada sobre quando voltaria, e, de certa forma, isso era o melhor. Nossa dinâmica nunca foi simples, e o fato de ele ter partido sem dar explicações me fez respirar aliviada, mesmo que eu soubesse que havia uma parte de mim que ainda se perguntava o que poderia ter sido, se tivéssemos sido mais honestos um com o outro.
, por outro lado, me surpreendeu. Ele tinha se descoberto gay e estava tentando processar tudo isso enquanto lidava com as próprias inseguranças. Eu o vi falando sobre isso com mais frequência, mas nunca soubera como reagir direito. Havia algo de libertador e, ao mesmo tempo, triste na maneira como ele falava sobre a descoberta. Não parecia ser fácil, mas ele estava tentando entender sua identidade, e eu o respeitava por isso. Mas eu sabia que ele estava distante, com uma dor não dita, e talvez fosse melhor deixar que ele encontrasse o caminho dele sozinho.
E então, havia . Nós havíamos nos encontrado outra vezes, o sexo com ele era sempre incrível, e eu não podia negar. Mas ele estava se revelando amém disso, um ótimo amigo. Após a noite anterior, ele estava de ressaca — o que, sinceramente, não foi nenhuma surpresa. A quantidade de álcool que ele consumiu comigo parecia ser suficiente para derrubar qualquer um, mas o mais irritante foi a ligação que ele fez para a ex enquanto estava ali, deitado na cama ao meu lado, ainda sem roupas. Ele pegou o celular, olhou para a tela, e simplesmente ligou para ela, sem pensar duas vezes. Foi estranho. Ele ligou para a ex na minha frente, enquanto eu estava ali, tentando não deixar a frustração me tomar. Era como se ele tivesse voltado para a zona de conforto dele, se rendendo ao que já havia sido. E eu, por um momento, me perguntei o que estava fazendo com a minha vida, com as escolhas que fazia.
Então, depois de tudo isso, decidi que ficaria em casa naquele sábado. Eu sabia que não queria sair, não queria me envolver mais do que já estava. Havia algo de reconfortante na ideia de passar o dia sozinha, refletindo sobre tudo o que estava acontecendo. Eu não sabia exatamente o que eu estava buscando, mas sabia que precisava de um tempo para entender o que estava em mim, o que eu queria, e como seguir em frente sem me perder completamente.
Eu me dirigi até a cozinha, sentindo o silêncio preencher o ambiente. Olhei para os ingredientes sobre a bancada, sem saber exatamente o que fazer com eles. Mas, de alguma forma, estava tudo bem. Eu estava em casa, com a única pessoa que eu sabia que poderia confiar completamente: eu mesma.
Eu respirei fundo, buscando uma distração. O silêncio dentro do apartamento estava pesado demais para o meu gosto. Decidi colocar uma playlist animada na TV para preencher o ambiente com algo mais leve. Comecei a mexer no controle remoto, escolhendo uma playlist de músicas animadas, com batidas que ajudavam a aliviar a tensão, e logo a cozinha se encheu com o som da música. Eu me senti mais relaxada, mais leve, como se pudesse, finalmente, escapar das sombras do dia anterior e me concentrar em algo simples, como cozinhar.
Voltei para a bancada, pegando uma faca afiada e começando a picar os legumes. O som da faca cortando a tábua, o cheiro da comida começando a se espalhar pela cozinha, tudo parecia uma fuga tranquila. Eu me perdi nos movimentos, quase hipnotizada, tentando não pensar em nada além do prato que estava preparando. Era como se, por um momento, eu pudesse me dar uma pausa, um descanso da confusão dentro de mim.
Mas então, a campainha tocou.
Eu congelei por um momento. Um sorriso se formou automaticamente nos meus lábios, como uma reação instintiva, e eu pensei que fosse . Ele provavelmente estava passando por aqui, talvez se arrependendo de ter ido embora tão cedo na manhã seguinte, ou quem sabe estava vindo buscar algo que havia esquecido e e não notei. Eu me aproximei da porta com o sorriso ainda presente, mas então, antes que eu pudesse abrir, um pensamento me atingiu com força. Jeno teria me mandado uma mensagem, não? Ele sempre foi do tipo que avisa quando está indo para algum lugar. Por que ele não havia me avisado?
E então, antes que eu pudesse pensar mais, o sorriso desapareceu, e um frio percorreu minha espinha.
.
A lembrança dele apareceu como uma sombra, nítida e inescapável. Eu sabia que ele estava em algum lugar, talvez até perto, e a simples ideia de vê-lo novamente me fez sentir uma mistura de ansiedade e algo mais, algo que eu não queria admitir. Eu me senti paralisada por um momento, a campainha tocando de novo, mais uma vez quebrando o silêncio, como se me desafiando a enfrentar o que estava acontecendo.
Eu hesitei, tentando controlar a aceleração do meu coração. O que eu faria agora? Abriria a porta e veria o que estava lá? Ou era melhor não saber o que me aguardava do outro lado?
Ainda com as mãos um pouco tremendo, eu me aproximei da porta, decidindo que não podia deixar o medo me controlar. Seja quem fosse, eu estava pronta para enfrentar o que estava por vir.
Eu respirei fundo, tentando me acalmar enquanto estendia a mão para a maçaneta da porta. O som da campainha ainda ecoava na minha cabeça, mas algo dentro de mim já sabia o que viria a seguir. Com um impulso, girei a maçaneta e abri a porta.
E lá estava ele. .
Eu quase congelei no lugar, como se o mundo ao meu redor tivesse parado por um momento. Ele estava ali, parado na minha porta, com um olhar tranquilo, mas seus olhos brilhavam com uma intensidade que me fez sentir algo profundo. O mesmo tipo de olhar que eu havia visto no bar, mas agora estava mais próximo, mais real.
estava com as mãos nos bolsos, a postura relaxada, mas a presença dele era inegável. Ele parecia tão... natural, como se fosse exatamente onde deveria estar. Eu me perguntei, por um segundo, o que ele estava fazendo ali. Por que ele estava me procurando agora?
Eu tentei controlar a surpresa, mas não consegui esconder o sorriso que surgiu involuntariamente no meu rosto, mesmo que eu tentasse manter a calma.
— ... — Minha voz soou mais suave do que eu esperava, uma mistura de surpresa e algo mais, talvez nervosismo. — O que... você está fazendo aqui?
Ele deu um pequeno sorriso, o tipo de sorriso que só ele sabia dar, e então, sem dizer uma palavra, ele fez um gesto com a cabeça, como se convidasse a si mesmo a entrar. Eu não sabia o que fazer, se deveria deixá-lo entrar ou perguntar o que ele queria. Mas algo no fundo da minha mente dizia que não tinha mais volta. Ele estava ali, e eu não sabia como reagir.
— Eu... — ele começou, a voz suave, mas carregada de algo que eu não conseguia identificar. — Eu pensei que talvez a gente pudesse conversar.
Aquelas palavras me atingiram, e eu senti meu coração bater mais rápido. Ele queria conversar. Conversar. Mas sobre o quê? Eu não sabia se estava pronta para lidar com tudo o que havia acontecido entre nós. No fundo, eu sabia que não tinha mais como voltar atrás. O que quer que ele quisesse, estava acontecendo agora.
Eu o deixei entrar, ainda sem saber o que esperar. Fechei a porta atrás dele, e a atmosfera do apartamento, que antes estava calma e tranquila, agora parecia carregada de algo que eu não podia controlar. A tensão, a sensação de que as coisas estavam prestes a mudar, estava no ar. E eu não sabia se estava pronta para isso.
Quando entrou, o ar pareceu mudar. A atmosfera no apartamento se tornou densa, e a presença dele preencheu o espaço de uma maneira que eu não sabia como lidar. Eu estava ainda processando o que estava acontecendo, mas o fato de ele estar ali, tão próximo, me fez sentir uma onda de nervosismo.
Eu percebi que ainda estava de baby doll, uma peça íntima que eu não havia pensado em trocar quando fiquei sozinha mais cedo. A vergonha começou a me invadir, a percepção de que ele estava vendo mais do que eu queria mostrar. Meus olhos caíram brevemente sobre minhas roupas e, instintivamente, eu me virei para ele.
— Vou trocar de roupa, — disse, tentando manter a compostura, mas não consegui evitar o nervosismo em minha voz. Dei um passo na direção do quarto, tentando dar espaço entre nós, mas, antes que eu pudesse passar por ele, se aproximou e segurou meu pulso, parando-me no lugar.
O contato de sua mão em meu pulso foi firme, mas não agressivo, e, de repente, a distância entre nós dois diminuiu ainda mais. O choque da proximidade, o calor do seu corpo contra o meu, me fez respirar mais fundo, minha mente se tornando mais confusa a cada segundo. Eu podia sentir a tensão crescendo entre nós, e uma parte de mim queria afastar esse sentimento, mas não conseguia.
olhou para mim com um olhar tão penetrante que parecia ver através de mim. Seus olhos se moveram lentamente para o meu corpo, como se não pudesse evitar, e, por um instante, o silêncio tomou conta da sala. Eu não sabia o que ele estava pensando, mas seu olhar estava carregado de algo profundo, algo que parecia tanto desejo quanto uma curiosidade silenciosa.
Eu tentei afastar minha mente da confusão que tomava conta de mim, mas as mãos dele ainda estavam em meu pulso, e a forma como ele me mantinha ali, perto dele, fazia meu corpo tremer de uma forma que eu não queria admitir.
— Não precisa se apressar, — disse ele, sua voz baixa, quase como um sussurro. Ele não estava me forçando, mas seu olhar, sua presença, tudo em torno de nós fazia com que fosse impossível ignorar o que estava acontecendo. — Fique um pouco mais.
Eu fiquei parada, sentindo o coração acelerar enquanto meu corpo ainda reagia à proximidade dele. Eu queria afastar aquela tensão, mas sabia que não podia. Estávamos ali, no mesmo espaço, e eu não sabia o que isso significava, mas também sabia que algo estava prestes a acontecer. O que quer que fosse, eu não conseguiria mais fugir disso.
💋💋💋
A proximidade entre nós era quase insuportável, e o toque de no meu pulso me fez sentir algo que eu não sabia como lidar. Ele se aproximou ainda mais, com um olhar que parecia me entender de uma forma que eu não queria, mas também não conseguia evitar. Eu tentei manter a calma, mas o modo como ele me segurava, com tanta suavidade, fazia meu corpo reagir de maneira que eu não queria admitir.
Com um movimento lento e seguro, ele pegou minhas mãos, trazendo-as para si. Sem palavras, ele as guiou até o seu pescoço, colocando-as suavemente ao redor de sua garganta, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu fiquei paralisada por um momento, sentindo o calor de sua pele contra a minha, o ritmo acelerado das nossas respirações preenchendo o espaço entre nós.
Ele olhou para mim, seus olhos profundos e intensos, e a tensão só aumentou.
— Sempre notei a forma como você olhava para mim, — ele disse, sua voz baixa, quase como um sussurro — Quando estávamos nos bares, ou quando nos esbarrávamos no prédio... Eu via.
Eu congelei por um momento, a declaração dele me pegando de surpresa. Não sabia como responder, mas o olhar dele era tão direto, tão cheio de algo que eu não conseguia nomear. Eu sentia que ele sabia o que estava acontecendo dentro de mim, como se tivesse percebido a luta silenciosa que eu tentava esconder de todos, até de mim mesma.
Ele não afastou minhas mãos, mas as manteve ali, em volta do seu pescoço, como se esperasse que eu falasse algo, ou talvez, apenas esperasse que eu me entregasse ao momento. Eu não sabia o que ele estava esperando de mim, mas o peso da sua presença e das suas palavras me fazia sentir mais vulnerável do que eu gostaria.
— Eu... — Comecei, mas as palavras me falharam. Eu não sabia o que dizer, o que fazer. Estava tão confusa, tão perdida naquele momento que só conseguia sentir o calor de sua pele e a intensidade do seu olhar.
Ele deu um pequeno sorriso, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo dentro de mim, e continuou, sem se mover, sem pressa.
— Não se sinta culpada, . — Ele sussurrou, as palavras suaves, mas carregadas de algo que me fez sentir como se estivesse em um jogo onde já havia perdido — Eu sei o que você sente. Já vi isso antes.
A sensação de ser entendida, de ser lida tão facilmente, me fez dar um pequeno suspiro. Eu queria negar, queria dizer que ele estava errado, que eu não sentia nada assim, mas eu sabia que ele tinha razão. Eu sentia, e talvez fosse isso que me assustava mais do que qualquer outra coisa.
Eu continuei ali, com minhas mãos em volta do pescoço dele, a sensação de sua pele quente sob meus dedos me deixando ainda mais consciente de cada centímetro de proximidade entre nós. O olhar dele, tão profundo, tão intenso, parecia ler tudo o que eu não queria admitir, e, por um momento, eu me perguntei se ele sabia o que realmente se passava dentro de mim. Era como se ele estivesse esperando que eu me entregasse completamente a esse momento, e a verdade era que, por mais que eu tentasse resistir, estava começando a me perder.
O silêncio entre nós se estendeu, e a tensão que pairava no ar era palpável. Eu queria dizer algo, qualquer coisa que quebrasse aquele momento, mas as palavras simplesmente não vinham. Tudo o que eu conseguia fazer era olhar para ele, absorver a forma como ele parecia me entender de uma maneira que ninguém mais jamais poderia.
, ainda segurando minhas mãos, inclinou a cabeça levemente, como se estivesse avaliando cada movimento meu, cada reação. Ele não parecia apressado, não parecia forçar nada. Havia algo de tão tranquilo, mas ao mesmo tempo tão irresistível, na maneira como ele me observava.
— Você sabe, , — ele começou, a voz suave, mas carregada de algo mais. — Eu já percebi... o jeito como você me olha, como se estivesse tentando se afastar, mas ao mesmo tempo... não consegue.
Eu não sabia o que dizer, então me mantive em silêncio. As palavras dele mexeram comigo de uma forma que eu não esperava. Era como se ele tivesse lido todos os meus pensamentos mais profundos, todas as minhas inseguranças, e me entregado à verdade crua.
— Eu sei que você tem medo disso, — ele continuou, sua voz agora mais baixa, mais íntima. — Medo de se entregar. Medo de se perder. Mas não precisa ter medo, . Eu não vou te machucar.
As palavras dele foram como um toque suave, mas firme. Como se ele estivesse me dando a permissão que eu tanto procurava, a permissão para me soltar, para finalmente me entregar a tudo o que eu estava tentando evitar.
Eu me senti vulnerável, mais do que jamais imaginaria. O que estava acontecendo entre nós dois era muito mais do que um simples momento de desejo. Era uma conexão, uma intensidade que eu não sabia como explicar, e que, mesmo com toda a confusão que ainda me dominava, eu não queria interromper.
Eu olhei para ele, os olhos fixos nos dele, e o que vi ali me fez perceber que, talvez, o que ele estava me oferecendo não fosse apenas uma fuga, mas algo mais profundo, algo que eu não sabia se estava pronta para explorar. Mas naquele momento, algo dentro de mim sabia que eu não poderia mais voltar atrás.
O silêncio entre nós parecia ser preenchido apenas pelo som acelerado das nossas respirações, e eu sentia que o momento estava prestes a acontecer. não se movia, mas seus olhos estavam fixos nos meus, como se estivesse esperando algo. Algo que eu, por mais que quisesse resistir, não sabia mais como impedir.
Eu estava tão perto dele, o calor de seu corpo se espalhando pelo meu, e, por um segundo, tudo o que eu conseguia fazer era sentir. Sentir sua presença, o toque suave de suas mãos em minhas, como se ele estivesse me convidando a dar o próximo passo. Eu sabia que não havia mais volta. Tudo o que eu queria, naquele momento, era me entregar àquele beijo, sentir a intensidade que ele prometia sem dizer uma palavra.
Então, sem mais hesitações, ele se aproximou. O movimento foi lento, mas certo, como se ele estivesse me testando, como se me desse o espaço para escolher. Mas eu já não queria escolher. Eu queria ele, queria aquele momento, e quando seus lábios finalmente tocaram os meus, foi como se o tempo tivesse parado.
O beijo começou suave, cauteloso, como se ambos estivéssemos esperando um sinal para nos entregarmos. Mas, à medida que as línguas se encontraram, a intensidade se intensificou, como se toda a tensão acumulada entre nós finalmente tivesse um propósito. Seus lábios estavam firmes, mas gentis, explorando o meu com uma urgência silenciosa que me fez perder o fôlego.
Eu me deixei levar pela sensação de seu toque, pelo calor que se espalhava por meu corpo enquanto suas mãos subiam para minha cintura, me puxando para mais perto. Eu correspondi com a mesma intensidade, as minhas mãos encontrando seu peito, deslizando para seus ombros, explorando sua pele com o desejo de sentir mais. Cada movimento parecia me prender mais a ele, me deixando em um estado de confusão e prazer que me fazia querer mais.
Quando ele me beijou mais fundo, mais intensamente, a conexão entre nós parecia mais real do que nunca. O beijo foi recheado de uma mistura de desejo e vulnerabilidade, como se ambos soubéssemos que estávamos nos entregando a algo que não podíamos controlar. Eu podia sentir o peso de suas mãos em minha pele, a maneira como ele me segurava com uma firmeza suave, como se estivesse tentando me manter ali, naquele momento, sem permitir que nada nos separasse.
Nosso ritmo se tornou mais frenético, mais urgente, e eu senti o corpo dele contra o meu, cada centímetro mais quente, mais envolvente. O mundo ao nosso redor parecia desaparecer, e tudo o que existia era o beijo, a sensação de estarmos juntos, sem mais nada entre nós. Não havia mais perguntas, apenas respostas silenciosas que se davam em cada toque, em cada respiração.
Eu sabia que não deveria me deixar levar tão facilmente, mas, por alguma razão, naquele momento, isso não importava mais. Ele estava ali, me fazendo esquecer de tudo, e eu me entregava àquele beijo como se fosse a única coisa que realmente importasse.
O beijo continuou, sem pressa, mas com uma intensidade que parecia aumentar a cada segundo. Eu podia sentir o coração de batendo mais rápido, assim como o meu, e o mundo ao nosso redor parecia se dissolver em algo que não podíamos mais controlar. Cada toque parecia fazer a distância entre nós diminuir ainda mais, como se a atração estivesse nos puxando para algo que ambos sabíamos que não poderíamos evitar.
Eu senti a mão de deslizar para a parte de trás do meu pescoço, puxando-me ainda mais para perto. A suavidade de seu toque contrastava com a urgência do momento, e isso só aumentava a tensão entre nós. Seus lábios estavam mais firmes agora, mais exigentes, como se ele estivesse me mostrando, sem palavras, o quanto aquele momento era importante para ele também.
Eu correspondi a cada movimento, me deixando levar pelo ritmo do beijo, meus dedos tocando a pele dele com uma necessidade silenciosa. A maneira como ele me beijava, como se quisesse explorar cada parte de mim sem pressa, fez com que a dúvida, a frustração e a confusão que eu sentia se dissipassem, mesmo que momentaneamente.
Nosso beijo se aprofundou ainda mais, e eu comecei a perceber como ele parecia completamente imerso naquele momento, sem mais nada além de nós dois. Ele estava ali, totalmente presente, e isso me fez questionar se, talvez, eu estivesse também me entregando mais do que deveria. Mas, naquele instante, eu não me importava. Eu queria sentir, queria aproveitar o que a vida me estava oferecendo, sem pensar no que viria depois.
Quando o beijo finalmente se quebrou, ambos ficamos ali, ofegantes, nossos corpos ainda tão próximos que podíamos sentir a respiração um do outro. olhou para mim, seus olhos mais suaves agora, mas ainda carregados de desejo, de algo mais profundo que eu não sabia como definir. Eu não sabia o que isso significava para ele, nem para mim, mas naquele momento, isso não importava. Estávamos ali, juntos, e isso já era mais do que eu poderia pedir.
— Eu... — começou, mas não terminou, como se estivesse procurando as palavras certas. Ele me observava com uma intensidade que parecia penetrar mais fundo do que qualquer olhar que eu já havia experimentado. — Só queria que você soubesse... que eu também senti isso.
Eu não sabia como responder. Eu queria dizer algo, algo que explicasse o turbilhão de sentimentos dentro de mim, mas as palavras me falharam. Tudo o que eu consegui fazer foi olhar para ele, esperando que ele entendesse que, embora as coisas fossem complicadas, naquele momento, éramos apenas dois corpos, duas almas, tentando se encontrar em meio ao caos.
A tensão entre nós ainda estava ali, mas de uma forma diferente agora. Eu não sabia o que viria depois, mas sabia que aquele momento, aquele beijo, significava algo. Eu só não sabia o quê.
💋💋💋
O silêncio entre nós foi quebrado por mais um beijo. Mas agora, não era mais suave. Era mais intenso, mais urgente, como se ambos soubéssemos que estávamos além do ponto de retorno. Seus lábios encontraram os meus novamente com uma paixão renovada, e a energia entre nós parecia explodir. O desejo se misturava com algo mais profundo, algo que eu não sabia como nomear, mas que me consumia de dentro para fora.
As mãos de exploraram meu corpo com mais confiança agora, deslizavam pela minha pele, como se quisessem descobrir cada centímetro de mim. Eu correspondi a cada movimento, a cada toque, entregando-me sem reservas. Não havia mais espaço para hesitação, nem para dúvidas. Só havia a vontade de estar com ele, de sentir cada centímetro de sua presença, de ser absorvida por aquele momento, por ele.
Quando nossos corpos já nus se aproximaram, o calor entre nós se intensificou. Eu podia sentir seu peito contra o meu, a respiração acelerada de ambos, e a sensação de estarmos em sintonia parecia me enlouquecer. Ele me puxou mais para perto, com uma força suave, mas determinada, e, sem hesitar, começou a me guiar para o quarto. Cada passo era carregado de uma tensão elétrica, como se o que estávamos prestes a viver fosse inevitável.
Chegamos ao quarto, e o ambiente parecia ainda mais íntimo. As luzes baixas, o som de nossas respirações ofegantes, e o calor que se intensificava entre nós dois. Eu estava tão ciente dele, de cada movimento, de cada toque, como se tudo ao meu redor tivesse desaparecido. Não havia mais nada além de nós dois, daquele momento que agora parecia dominar tudo.
me olhou de uma forma que me fez sentir exposta, mas também incrivelmente desejada. Seus olhos, tão intensos, percorriam meu corpo com uma calma perturbadora, como se estivesse absorvendo cada detalhe de mim. Ele me tocou novamente, suas mãos agora mais firmes, mas ainda tão gentis. Eu não podia mais resistir. Eu não queria mais resistir.
Ele me deitou suavemente na cama, e, ao fazer isso, os corpos se encontraram novamente. Cada movimento era sincronizado, como se já soubéssemos o que fazer, como se estivéssemos conectados de uma maneira que ultrapassava qualquer palavra. Eu podia sentir a pressão de seu corpo contra o meu, o calor que se espalhava por cada célula minha. Suas mãos, agora mais ousadas, exploravam minhas costas, subindo pela minha pele, me fazendo arquear o corpo em resposta. Eu me deixava levar por cada toque, por cada carícia.
O beijo se intensificou, mais profundo, mais urgente. Ele me beijava como se quisesse me consumir, e eu, com a mesma intensidade, correspondia. O som dos nossos lábios, a pressão dos nossos corpos, tudo se misturava de uma forma que fazia o mundo desaparecer. Eu não pensava em mais nada. Só nele. Só naquele momento.
Quando ele se afastou para me olhar, os olhos de estavam mais escuros, mais carregados de desejo, mas havia algo mais ali, algo que eu não sabia como definir. Ele não disse nada, apenas me tocou novamente, e eu sabia que estávamos mais uma vez à beira de algo profundo. Algo que eu não sabia se estava pronta para entender, mas que já não conseguia mais evitar.
Eu não sabia como isso acabaria, mas o que quer que fosse, eu não queria que parasse.
Os minutos se arrastaram enquanto nossos corpos se moviam juntos, como se o tempo tivesse se esticado e nos consumido. O desejo, a intensidade, tudo se misturava em algo indescritível, e eu me deixava levar completamente. Cada estocada de parecia me levar mais fundo, mais longe, e eu não sabia se estava buscando a sensação de alívio ou se, de alguma forma, estava encontrando algo mais, algo que eu não sabia que procurava.
Eu estava tão imersa naqueles momentos que, quando atingimos o ponto de êxtase, não havia palavras. Só havia a sensação de ser completamente consumida por ele, por tudo o que estávamos compartilhando, por tudo o que aquele momento representava. Não era apenas o corpo, não era só o prazer físico. Era a conexão silenciosa que havia entre nós, algo que parecia transcender o desejo e mergulhar mais fundo nas emoções que, até aquele momento, eu havia escondido.
💋💋💋
Quando a calma voltou, quando os respirações desaceleraram e a pressão de nossos corpos diminuiu, eu me senti exausta, mas ao mesmo tempo incrivelmente leve. Eu estava deitada no peito dele, ouvindo seu coração bater, ainda sentindo o calor da sua pele sobre a minha. O mundo ao nosso redor parecia ter desaparecido, e tudo o que existia agora era o silêncio confortável entre nós, o tipo de silêncio que não era vazio, mas carregado de algo que eu não sabia como explicar.
Mas, então, eu me virei para olhar para ele, ainda sentindo a batida do meu coração acelerado, e as palavras que estavam presas dentro de mim finalmente saíram, baixas, quase como um sussurro.
— O que vai ser de nós agora? — A pergunta escapou dos meus lábios, mas, assim que a disse, senti um peso nas palavras. Eu sabia que, de alguma forma, tudo o que havia acontecido entre nós tinha mudado alguma coisa, mas eu não sabia o que significava para ele. Não sabia o que significava para nós.
Ele permaneceu em silêncio, o olhar perdido, como se estivesse refletindo sobre o que acabara de acontecer. Ele passou a mão pelos meus cabelos com uma suavidade que parecia indicar que ele ainda não sabia a resposta, ou talvez não estivesse pronto para compartilhá-la.
Eu fechei os olhos, ouvindo o som da sua respiração, ainda tentando entender o que aquele momento representava. A pergunta pairava no ar, mas não havia resposta. E, assim, a história seguiu sem uma conclusão, deixando um vazio confortável, mas também cheio de incertezas. O que viria a seguir? Eu não sabia. E talvez, naquele momento, fosse exatamente isso que tornava tudo ainda mais intenso.
, por outro lado, me surpreendeu. Ele tinha se descoberto gay e estava tentando processar tudo isso enquanto lidava com as próprias inseguranças. Eu o vi falando sobre isso com mais frequência, mas nunca soubera como reagir direito. Havia algo de libertador e, ao mesmo tempo, triste na maneira como ele falava sobre a descoberta. Não parecia ser fácil, mas ele estava tentando entender sua identidade, e eu o respeitava por isso. Mas eu sabia que ele estava distante, com uma dor não dita, e talvez fosse melhor deixar que ele encontrasse o caminho dele sozinho.
E então, havia . Nós havíamos nos encontrado outra vezes, o sexo com ele era sempre incrível, e eu não podia negar. Mas ele estava se revelando amém disso, um ótimo amigo. Após a noite anterior, ele estava de ressaca — o que, sinceramente, não foi nenhuma surpresa. A quantidade de álcool que ele consumiu comigo parecia ser suficiente para derrubar qualquer um, mas o mais irritante foi a ligação que ele fez para a ex enquanto estava ali, deitado na cama ao meu lado, ainda sem roupas. Ele pegou o celular, olhou para a tela, e simplesmente ligou para ela, sem pensar duas vezes. Foi estranho. Ele ligou para a ex na minha frente, enquanto eu estava ali, tentando não deixar a frustração me tomar. Era como se ele tivesse voltado para a zona de conforto dele, se rendendo ao que já havia sido. E eu, por um momento, me perguntei o que estava fazendo com a minha vida, com as escolhas que fazia.
Então, depois de tudo isso, decidi que ficaria em casa naquele sábado. Eu sabia que não queria sair, não queria me envolver mais do que já estava. Havia algo de reconfortante na ideia de passar o dia sozinha, refletindo sobre tudo o que estava acontecendo. Eu não sabia exatamente o que eu estava buscando, mas sabia que precisava de um tempo para entender o que estava em mim, o que eu queria, e como seguir em frente sem me perder completamente.
Eu me dirigi até a cozinha, sentindo o silêncio preencher o ambiente. Olhei para os ingredientes sobre a bancada, sem saber exatamente o que fazer com eles. Mas, de alguma forma, estava tudo bem. Eu estava em casa, com a única pessoa que eu sabia que poderia confiar completamente: eu mesma.
Eu respirei fundo, buscando uma distração. O silêncio dentro do apartamento estava pesado demais para o meu gosto. Decidi colocar uma playlist animada na TV para preencher o ambiente com algo mais leve. Comecei a mexer no controle remoto, escolhendo uma playlist de músicas animadas, com batidas que ajudavam a aliviar a tensão, e logo a cozinha se encheu com o som da música. Eu me senti mais relaxada, mais leve, como se pudesse, finalmente, escapar das sombras do dia anterior e me concentrar em algo simples, como cozinhar.
Voltei para a bancada, pegando uma faca afiada e começando a picar os legumes. O som da faca cortando a tábua, o cheiro da comida começando a se espalhar pela cozinha, tudo parecia uma fuga tranquila. Eu me perdi nos movimentos, quase hipnotizada, tentando não pensar em nada além do prato que estava preparando. Era como se, por um momento, eu pudesse me dar uma pausa, um descanso da confusão dentro de mim.
Mas então, a campainha tocou.
Eu congelei por um momento. Um sorriso se formou automaticamente nos meus lábios, como uma reação instintiva, e eu pensei que fosse . Ele provavelmente estava passando por aqui, talvez se arrependendo de ter ido embora tão cedo na manhã seguinte, ou quem sabe estava vindo buscar algo que havia esquecido e e não notei. Eu me aproximei da porta com o sorriso ainda presente, mas então, antes que eu pudesse abrir, um pensamento me atingiu com força. Jeno teria me mandado uma mensagem, não? Ele sempre foi do tipo que avisa quando está indo para algum lugar. Por que ele não havia me avisado?
E então, antes que eu pudesse pensar mais, o sorriso desapareceu, e um frio percorreu minha espinha.
.
A lembrança dele apareceu como uma sombra, nítida e inescapável. Eu sabia que ele estava em algum lugar, talvez até perto, e a simples ideia de vê-lo novamente me fez sentir uma mistura de ansiedade e algo mais, algo que eu não queria admitir. Eu me senti paralisada por um momento, a campainha tocando de novo, mais uma vez quebrando o silêncio, como se me desafiando a enfrentar o que estava acontecendo.
Eu hesitei, tentando controlar a aceleração do meu coração. O que eu faria agora? Abriria a porta e veria o que estava lá? Ou era melhor não saber o que me aguardava do outro lado?
Ainda com as mãos um pouco tremendo, eu me aproximei da porta, decidindo que não podia deixar o medo me controlar. Seja quem fosse, eu estava pronta para enfrentar o que estava por vir.
Eu respirei fundo, tentando me acalmar enquanto estendia a mão para a maçaneta da porta. O som da campainha ainda ecoava na minha cabeça, mas algo dentro de mim já sabia o que viria a seguir. Com um impulso, girei a maçaneta e abri a porta.
E lá estava ele. .
Eu quase congelei no lugar, como se o mundo ao meu redor tivesse parado por um momento. Ele estava ali, parado na minha porta, com um olhar tranquilo, mas seus olhos brilhavam com uma intensidade que me fez sentir algo profundo. O mesmo tipo de olhar que eu havia visto no bar, mas agora estava mais próximo, mais real.
estava com as mãos nos bolsos, a postura relaxada, mas a presença dele era inegável. Ele parecia tão... natural, como se fosse exatamente onde deveria estar. Eu me perguntei, por um segundo, o que ele estava fazendo ali. Por que ele estava me procurando agora?
Eu tentei controlar a surpresa, mas não consegui esconder o sorriso que surgiu involuntariamente no meu rosto, mesmo que eu tentasse manter a calma.
— ... — Minha voz soou mais suave do que eu esperava, uma mistura de surpresa e algo mais, talvez nervosismo. — O que... você está fazendo aqui?
Ele deu um pequeno sorriso, o tipo de sorriso que só ele sabia dar, e então, sem dizer uma palavra, ele fez um gesto com a cabeça, como se convidasse a si mesmo a entrar. Eu não sabia o que fazer, se deveria deixá-lo entrar ou perguntar o que ele queria. Mas algo no fundo da minha mente dizia que não tinha mais volta. Ele estava ali, e eu não sabia como reagir.
— Eu... — ele começou, a voz suave, mas carregada de algo que eu não conseguia identificar. — Eu pensei que talvez a gente pudesse conversar.
Aquelas palavras me atingiram, e eu senti meu coração bater mais rápido. Ele queria conversar. Conversar. Mas sobre o quê? Eu não sabia se estava pronta para lidar com tudo o que havia acontecido entre nós. No fundo, eu sabia que não tinha mais como voltar atrás. O que quer que ele quisesse, estava acontecendo agora.
Eu o deixei entrar, ainda sem saber o que esperar. Fechei a porta atrás dele, e a atmosfera do apartamento, que antes estava calma e tranquila, agora parecia carregada de algo que eu não podia controlar. A tensão, a sensação de que as coisas estavam prestes a mudar, estava no ar. E eu não sabia se estava pronta para isso.
Quando entrou, o ar pareceu mudar. A atmosfera no apartamento se tornou densa, e a presença dele preencheu o espaço de uma maneira que eu não sabia como lidar. Eu estava ainda processando o que estava acontecendo, mas o fato de ele estar ali, tão próximo, me fez sentir uma onda de nervosismo.
Eu percebi que ainda estava de baby doll, uma peça íntima que eu não havia pensado em trocar quando fiquei sozinha mais cedo. A vergonha começou a me invadir, a percepção de que ele estava vendo mais do que eu queria mostrar. Meus olhos caíram brevemente sobre minhas roupas e, instintivamente, eu me virei para ele.
— Vou trocar de roupa, — disse, tentando manter a compostura, mas não consegui evitar o nervosismo em minha voz. Dei um passo na direção do quarto, tentando dar espaço entre nós, mas, antes que eu pudesse passar por ele, se aproximou e segurou meu pulso, parando-me no lugar.
O contato de sua mão em meu pulso foi firme, mas não agressivo, e, de repente, a distância entre nós dois diminuiu ainda mais. O choque da proximidade, o calor do seu corpo contra o meu, me fez respirar mais fundo, minha mente se tornando mais confusa a cada segundo. Eu podia sentir a tensão crescendo entre nós, e uma parte de mim queria afastar esse sentimento, mas não conseguia.
olhou para mim com um olhar tão penetrante que parecia ver através de mim. Seus olhos se moveram lentamente para o meu corpo, como se não pudesse evitar, e, por um instante, o silêncio tomou conta da sala. Eu não sabia o que ele estava pensando, mas seu olhar estava carregado de algo profundo, algo que parecia tanto desejo quanto uma curiosidade silenciosa.
Eu tentei afastar minha mente da confusão que tomava conta de mim, mas as mãos dele ainda estavam em meu pulso, e a forma como ele me mantinha ali, perto dele, fazia meu corpo tremer de uma forma que eu não queria admitir.
— Não precisa se apressar, — disse ele, sua voz baixa, quase como um sussurro. Ele não estava me forçando, mas seu olhar, sua presença, tudo em torno de nós fazia com que fosse impossível ignorar o que estava acontecendo. — Fique um pouco mais.
Eu fiquei parada, sentindo o coração acelerar enquanto meu corpo ainda reagia à proximidade dele. Eu queria afastar aquela tensão, mas sabia que não podia. Estávamos ali, no mesmo espaço, e eu não sabia o que isso significava, mas também sabia que algo estava prestes a acontecer. O que quer que fosse, eu não conseguiria mais fugir disso.
A proximidade entre nós era quase insuportável, e o toque de no meu pulso me fez sentir algo que eu não sabia como lidar. Ele se aproximou ainda mais, com um olhar que parecia me entender de uma forma que eu não queria, mas também não conseguia evitar. Eu tentei manter a calma, mas o modo como ele me segurava, com tanta suavidade, fazia meu corpo reagir de maneira que eu não queria admitir.
Com um movimento lento e seguro, ele pegou minhas mãos, trazendo-as para si. Sem palavras, ele as guiou até o seu pescoço, colocando-as suavemente ao redor de sua garganta, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu fiquei paralisada por um momento, sentindo o calor de sua pele contra a minha, o ritmo acelerado das nossas respirações preenchendo o espaço entre nós.
Ele olhou para mim, seus olhos profundos e intensos, e a tensão só aumentou.
— Sempre notei a forma como você olhava para mim, — ele disse, sua voz baixa, quase como um sussurro — Quando estávamos nos bares, ou quando nos esbarrávamos no prédio... Eu via.
Eu congelei por um momento, a declaração dele me pegando de surpresa. Não sabia como responder, mas o olhar dele era tão direto, tão cheio de algo que eu não conseguia nomear. Eu sentia que ele sabia o que estava acontecendo dentro de mim, como se tivesse percebido a luta silenciosa que eu tentava esconder de todos, até de mim mesma.
Ele não afastou minhas mãos, mas as manteve ali, em volta do seu pescoço, como se esperasse que eu falasse algo, ou talvez, apenas esperasse que eu me entregasse ao momento. Eu não sabia o que ele estava esperando de mim, mas o peso da sua presença e das suas palavras me fazia sentir mais vulnerável do que eu gostaria.
— Eu... — Comecei, mas as palavras me falharam. Eu não sabia o que dizer, o que fazer. Estava tão confusa, tão perdida naquele momento que só conseguia sentir o calor de sua pele e a intensidade do seu olhar.
Ele deu um pequeno sorriso, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo dentro de mim, e continuou, sem se mover, sem pressa.
— Não se sinta culpada, . — Ele sussurrou, as palavras suaves, mas carregadas de algo que me fez sentir como se estivesse em um jogo onde já havia perdido — Eu sei o que você sente. Já vi isso antes.
A sensação de ser entendida, de ser lida tão facilmente, me fez dar um pequeno suspiro. Eu queria negar, queria dizer que ele estava errado, que eu não sentia nada assim, mas eu sabia que ele tinha razão. Eu sentia, e talvez fosse isso que me assustava mais do que qualquer outra coisa.
Eu continuei ali, com minhas mãos em volta do pescoço dele, a sensação de sua pele quente sob meus dedos me deixando ainda mais consciente de cada centímetro de proximidade entre nós. O olhar dele, tão profundo, tão intenso, parecia ler tudo o que eu não queria admitir, e, por um momento, eu me perguntei se ele sabia o que realmente se passava dentro de mim. Era como se ele estivesse esperando que eu me entregasse completamente a esse momento, e a verdade era que, por mais que eu tentasse resistir, estava começando a me perder.
O silêncio entre nós se estendeu, e a tensão que pairava no ar era palpável. Eu queria dizer algo, qualquer coisa que quebrasse aquele momento, mas as palavras simplesmente não vinham. Tudo o que eu conseguia fazer era olhar para ele, absorver a forma como ele parecia me entender de uma maneira que ninguém mais jamais poderia.
, ainda segurando minhas mãos, inclinou a cabeça levemente, como se estivesse avaliando cada movimento meu, cada reação. Ele não parecia apressado, não parecia forçar nada. Havia algo de tão tranquilo, mas ao mesmo tempo tão irresistível, na maneira como ele me observava.
— Você sabe, , — ele começou, a voz suave, mas carregada de algo mais. — Eu já percebi... o jeito como você me olha, como se estivesse tentando se afastar, mas ao mesmo tempo... não consegue.
Eu não sabia o que dizer, então me mantive em silêncio. As palavras dele mexeram comigo de uma forma que eu não esperava. Era como se ele tivesse lido todos os meus pensamentos mais profundos, todas as minhas inseguranças, e me entregado à verdade crua.
— Eu sei que você tem medo disso, — ele continuou, sua voz agora mais baixa, mais íntima. — Medo de se entregar. Medo de se perder. Mas não precisa ter medo, . Eu não vou te machucar.
As palavras dele foram como um toque suave, mas firme. Como se ele estivesse me dando a permissão que eu tanto procurava, a permissão para me soltar, para finalmente me entregar a tudo o que eu estava tentando evitar.
Eu me senti vulnerável, mais do que jamais imaginaria. O que estava acontecendo entre nós dois era muito mais do que um simples momento de desejo. Era uma conexão, uma intensidade que eu não sabia como explicar, e que, mesmo com toda a confusão que ainda me dominava, eu não queria interromper.
Eu olhei para ele, os olhos fixos nos dele, e o que vi ali me fez perceber que, talvez, o que ele estava me oferecendo não fosse apenas uma fuga, mas algo mais profundo, algo que eu não sabia se estava pronta para explorar. Mas naquele momento, algo dentro de mim sabia que eu não poderia mais voltar atrás.
O silêncio entre nós parecia ser preenchido apenas pelo som acelerado das nossas respirações, e eu sentia que o momento estava prestes a acontecer. não se movia, mas seus olhos estavam fixos nos meus, como se estivesse esperando algo. Algo que eu, por mais que quisesse resistir, não sabia mais como impedir.
Eu estava tão perto dele, o calor de seu corpo se espalhando pelo meu, e, por um segundo, tudo o que eu conseguia fazer era sentir. Sentir sua presença, o toque suave de suas mãos em minhas, como se ele estivesse me convidando a dar o próximo passo. Eu sabia que não havia mais volta. Tudo o que eu queria, naquele momento, era me entregar àquele beijo, sentir a intensidade que ele prometia sem dizer uma palavra.
Então, sem mais hesitações, ele se aproximou. O movimento foi lento, mas certo, como se ele estivesse me testando, como se me desse o espaço para escolher. Mas eu já não queria escolher. Eu queria ele, queria aquele momento, e quando seus lábios finalmente tocaram os meus, foi como se o tempo tivesse parado.
O beijo começou suave, cauteloso, como se ambos estivéssemos esperando um sinal para nos entregarmos. Mas, à medida que as línguas se encontraram, a intensidade se intensificou, como se toda a tensão acumulada entre nós finalmente tivesse um propósito. Seus lábios estavam firmes, mas gentis, explorando o meu com uma urgência silenciosa que me fez perder o fôlego.
Eu me deixei levar pela sensação de seu toque, pelo calor que se espalhava por meu corpo enquanto suas mãos subiam para minha cintura, me puxando para mais perto. Eu correspondi com a mesma intensidade, as minhas mãos encontrando seu peito, deslizando para seus ombros, explorando sua pele com o desejo de sentir mais. Cada movimento parecia me prender mais a ele, me deixando em um estado de confusão e prazer que me fazia querer mais.
Quando ele me beijou mais fundo, mais intensamente, a conexão entre nós parecia mais real do que nunca. O beijo foi recheado de uma mistura de desejo e vulnerabilidade, como se ambos soubéssemos que estávamos nos entregando a algo que não podíamos controlar. Eu podia sentir o peso de suas mãos em minha pele, a maneira como ele me segurava com uma firmeza suave, como se estivesse tentando me manter ali, naquele momento, sem permitir que nada nos separasse.
Nosso ritmo se tornou mais frenético, mais urgente, e eu senti o corpo dele contra o meu, cada centímetro mais quente, mais envolvente. O mundo ao nosso redor parecia desaparecer, e tudo o que existia era o beijo, a sensação de estarmos juntos, sem mais nada entre nós. Não havia mais perguntas, apenas respostas silenciosas que se davam em cada toque, em cada respiração.
Eu sabia que não deveria me deixar levar tão facilmente, mas, por alguma razão, naquele momento, isso não importava mais. Ele estava ali, me fazendo esquecer de tudo, e eu me entregava àquele beijo como se fosse a única coisa que realmente importasse.
O beijo continuou, sem pressa, mas com uma intensidade que parecia aumentar a cada segundo. Eu podia sentir o coração de batendo mais rápido, assim como o meu, e o mundo ao nosso redor parecia se dissolver em algo que não podíamos mais controlar. Cada toque parecia fazer a distância entre nós diminuir ainda mais, como se a atração estivesse nos puxando para algo que ambos sabíamos que não poderíamos evitar.
Eu senti a mão de deslizar para a parte de trás do meu pescoço, puxando-me ainda mais para perto. A suavidade de seu toque contrastava com a urgência do momento, e isso só aumentava a tensão entre nós. Seus lábios estavam mais firmes agora, mais exigentes, como se ele estivesse me mostrando, sem palavras, o quanto aquele momento era importante para ele também.
Eu correspondi a cada movimento, me deixando levar pelo ritmo do beijo, meus dedos tocando a pele dele com uma necessidade silenciosa. A maneira como ele me beijava, como se quisesse explorar cada parte de mim sem pressa, fez com que a dúvida, a frustração e a confusão que eu sentia se dissipassem, mesmo que momentaneamente.
Nosso beijo se aprofundou ainda mais, e eu comecei a perceber como ele parecia completamente imerso naquele momento, sem mais nada além de nós dois. Ele estava ali, totalmente presente, e isso me fez questionar se, talvez, eu estivesse também me entregando mais do que deveria. Mas, naquele instante, eu não me importava. Eu queria sentir, queria aproveitar o que a vida me estava oferecendo, sem pensar no que viria depois.
Quando o beijo finalmente se quebrou, ambos ficamos ali, ofegantes, nossos corpos ainda tão próximos que podíamos sentir a respiração um do outro. olhou para mim, seus olhos mais suaves agora, mas ainda carregados de desejo, de algo mais profundo que eu não sabia como definir. Eu não sabia o que isso significava para ele, nem para mim, mas naquele momento, isso não importava. Estávamos ali, juntos, e isso já era mais do que eu poderia pedir.
— Eu... — começou, mas não terminou, como se estivesse procurando as palavras certas. Ele me observava com uma intensidade que parecia penetrar mais fundo do que qualquer olhar que eu já havia experimentado. — Só queria que você soubesse... que eu também senti isso.
Eu não sabia como responder. Eu queria dizer algo, algo que explicasse o turbilhão de sentimentos dentro de mim, mas as palavras me falharam. Tudo o que eu consegui fazer foi olhar para ele, esperando que ele entendesse que, embora as coisas fossem complicadas, naquele momento, éramos apenas dois corpos, duas almas, tentando se encontrar em meio ao caos.
A tensão entre nós ainda estava ali, mas de uma forma diferente agora. Eu não sabia o que viria depois, mas sabia que aquele momento, aquele beijo, significava algo. Eu só não sabia o quê.
O silêncio entre nós foi quebrado por mais um beijo. Mas agora, não era mais suave. Era mais intenso, mais urgente, como se ambos soubéssemos que estávamos além do ponto de retorno. Seus lábios encontraram os meus novamente com uma paixão renovada, e a energia entre nós parecia explodir. O desejo se misturava com algo mais profundo, algo que eu não sabia como nomear, mas que me consumia de dentro para fora.
As mãos de exploraram meu corpo com mais confiança agora, deslizavam pela minha pele, como se quisessem descobrir cada centímetro de mim. Eu correspondi a cada movimento, a cada toque, entregando-me sem reservas. Não havia mais espaço para hesitação, nem para dúvidas. Só havia a vontade de estar com ele, de sentir cada centímetro de sua presença, de ser absorvida por aquele momento, por ele.
Quando nossos corpos já nus se aproximaram, o calor entre nós se intensificou. Eu podia sentir seu peito contra o meu, a respiração acelerada de ambos, e a sensação de estarmos em sintonia parecia me enlouquecer. Ele me puxou mais para perto, com uma força suave, mas determinada, e, sem hesitar, começou a me guiar para o quarto. Cada passo era carregado de uma tensão elétrica, como se o que estávamos prestes a viver fosse inevitável.
Chegamos ao quarto, e o ambiente parecia ainda mais íntimo. As luzes baixas, o som de nossas respirações ofegantes, e o calor que se intensificava entre nós dois. Eu estava tão ciente dele, de cada movimento, de cada toque, como se tudo ao meu redor tivesse desaparecido. Não havia mais nada além de nós dois, daquele momento que agora parecia dominar tudo.
me olhou de uma forma que me fez sentir exposta, mas também incrivelmente desejada. Seus olhos, tão intensos, percorriam meu corpo com uma calma perturbadora, como se estivesse absorvendo cada detalhe de mim. Ele me tocou novamente, suas mãos agora mais firmes, mas ainda tão gentis. Eu não podia mais resistir. Eu não queria mais resistir.
Ele me deitou suavemente na cama, e, ao fazer isso, os corpos se encontraram novamente. Cada movimento era sincronizado, como se já soubéssemos o que fazer, como se estivéssemos conectados de uma maneira que ultrapassava qualquer palavra. Eu podia sentir a pressão de seu corpo contra o meu, o calor que se espalhava por cada célula minha. Suas mãos, agora mais ousadas, exploravam minhas costas, subindo pela minha pele, me fazendo arquear o corpo em resposta. Eu me deixava levar por cada toque, por cada carícia.
O beijo se intensificou, mais profundo, mais urgente. Ele me beijava como se quisesse me consumir, e eu, com a mesma intensidade, correspondia. O som dos nossos lábios, a pressão dos nossos corpos, tudo se misturava de uma forma que fazia o mundo desaparecer. Eu não pensava em mais nada. Só nele. Só naquele momento.
Quando ele se afastou para me olhar, os olhos de estavam mais escuros, mais carregados de desejo, mas havia algo mais ali, algo que eu não sabia como definir. Ele não disse nada, apenas me tocou novamente, e eu sabia que estávamos mais uma vez à beira de algo profundo. Algo que eu não sabia se estava pronta para entender, mas que já não conseguia mais evitar.
Eu não sabia como isso acabaria, mas o que quer que fosse, eu não queria que parasse.
Os minutos se arrastaram enquanto nossos corpos se moviam juntos, como se o tempo tivesse se esticado e nos consumido. O desejo, a intensidade, tudo se misturava em algo indescritível, e eu me deixava levar completamente. Cada estocada de parecia me levar mais fundo, mais longe, e eu não sabia se estava buscando a sensação de alívio ou se, de alguma forma, estava encontrando algo mais, algo que eu não sabia que procurava.
Eu estava tão imersa naqueles momentos que, quando atingimos o ponto de êxtase, não havia palavras. Só havia a sensação de ser completamente consumida por ele, por tudo o que estávamos compartilhando, por tudo o que aquele momento representava. Não era apenas o corpo, não era só o prazer físico. Era a conexão silenciosa que havia entre nós, algo que parecia transcender o desejo e mergulhar mais fundo nas emoções que, até aquele momento, eu havia escondido.
Quando a calma voltou, quando os respirações desaceleraram e a pressão de nossos corpos diminuiu, eu me senti exausta, mas ao mesmo tempo incrivelmente leve. Eu estava deitada no peito dele, ouvindo seu coração bater, ainda sentindo o calor da sua pele sobre a minha. O mundo ao nosso redor parecia ter desaparecido, e tudo o que existia agora era o silêncio confortável entre nós, o tipo de silêncio que não era vazio, mas carregado de algo que eu não sabia como explicar.
Mas, então, eu me virei para olhar para ele, ainda sentindo a batida do meu coração acelerado, e as palavras que estavam presas dentro de mim finalmente saíram, baixas, quase como um sussurro.
— O que vai ser de nós agora? — A pergunta escapou dos meus lábios, mas, assim que a disse, senti um peso nas palavras. Eu sabia que, de alguma forma, tudo o que havia acontecido entre nós tinha mudado alguma coisa, mas eu não sabia o que significava para ele. Não sabia o que significava para nós.
Ele permaneceu em silêncio, o olhar perdido, como se estivesse refletindo sobre o que acabara de acontecer. Ele passou a mão pelos meus cabelos com uma suavidade que parecia indicar que ele ainda não sabia a resposta, ou talvez não estivesse pronto para compartilhá-la.
Eu fechei os olhos, ouvindo o som da sua respiração, ainda tentando entender o que aquele momento representava. A pergunta pairava no ar, mas não havia resposta. E, assim, a história seguiu sem uma conclusão, deixando um vazio confortável, mas também cheio de incertezas. O que viria a seguir? Eu não sabia. E talvez, naquele momento, fosse exatamente isso que tornava tudo ainda mais intenso.
FIM!
Nota da autora: Espero que não me matem pelo final! Beijão :*