
Fiquei muito feliz!!!! Meu insta de autora tava morto há um tempo, entrei pra ver a notificação achando que seria uma daquelas inúteis de "fulano está no threads", e na verdade foi essa surpresa linda. Não tava esperando nenhum destaque depois de meses da história finalizada! Achei que a querida já tava no seu percurso natural do esquecimento. Me motivou super a postar um spin-off. Ainda Estou Aqui... fanficando.
Milhões de anos atrás eu joguei Life is Strange e quis muito escrever uma personagem tipo a Chloe, mas foi uma coisa que só passou pela minha cabeça emocionada e jovenzinha e morreu. Um tempo depois eu bati o olho na Paris Jackson no Instagram, que eu já seguia por motivos de: stalkear a filha do Michael Jackson, mas que eu também tinha um girl crush. E aí de alguma forma, mais pra frente, eu juntei as duas coisas e assim nasceu a Jenna. Rebelde e desprendida, mas também uma riponga doce e sábia, alguém que fosse mostrar uma nova perspectiva pra PP, mais à frente de seu tempo. E que eu pudesse brincar com o contraste delas. Uma esotérica, a outra cética; uma corajosa e extrovertida, a outra retraída e pessimista. Eu não poderia esquecer também do Jack de Titanic, meu crush supremo da infância/adolescência, e tive que dar vazão a isso de alguma forma na minha primeira história, talvez realizar os sonhos literários da Margo de 14 anos. E assim o Jayden se tornou esse cara meio artista que desenha, desapegado, sem planos, mas com uma paixão e grandes ambições escondidas dentro de si.
Tenho um arquivo com umas 50 páginas só de cenas descartadas! Socorro! Foi uma loucura completa reabrir ele agora. No final da festa da virada do milênio, quando a Ems tá odiando ter visto o ex pegando a amiga dela, tem essa outra versão que a Jenna aparece e dá um beijão nela, mas um beijão mermo, e na versão final ficou só um selinho. Eu tava a fim de explorar a tensão sexual da Ems com mulheres também nessa fase, mas acabei deixando isso só pra Jenna. Que mais... O Jayden era pra chamar Hayden, mas achei sério demais, aí troquei pro J. A Jenna já chamou Tabatha. A cena da dança do luau foi uma das primeiras que eu tive a ideia e o primeiro rascunho que escrevi, e ela foi parar só no capítulo 20. Desde então eu comecei a usar músicas pra me guiar na construção do clima das cenas, e resolvi incluí-las de verdade no meio delas, como se fizessem parte do ambiente dos personagens também. A cena do reencontro no último capítulo também teve várias versões... era pra ter sido bem mais dramático e triste. O Jayden era pra ter sofrido um golpe ou algo do tipo, bem crime de colarinho branco, mas acabei desistindo porque não consegui elaborar nada concreto e sem furos. Ainda bem que mudei pra algo mais palpável e real. Tiveram muitas cenas que descartei por serem "filler" ou porque no meio do caminho eu mudei o panorama de tudo, ou preferi abordar temas mais familiares pra mim, ou seja, mais fáceis de escrever.
Eu fiquei muito insegura de escrever os e-mails do Jayden no penúltimo capítulo, e também construir essa passagem do tempo através deles. O último capítulo eu reescrevi umas mil vezes - o reencontro dos dois em Seattle foi delis, mas o diálogo mais sério que veio depois foi complicado. É difícil escrever um diálogo com muita troca, longo, que não pareça que cada um tem a sua vez de dar um monólogo maçante, linear demais. Queria algo mais natural e dinâmico. Acrescentar as descrições e outras camadas também dá um trabalhão. Chegar num resultado satisfatório pode demorar muitos dias, até meses. Outro capítulo difícil foi o 15. Não só a cena do assédio do Nate, como pensar num background pra história dele com a Renée, que o Jayden ia revelar pra Ems naquele ponto, e eu não queria que fosse tão pesado.
Comece a escrever só pra você. Por pura diversão, pro seu próprio refúgio, sem pressa. Sem planos pra postar. Às vezes pegar suas angústias e produzir algo que te dá prazer é uma ótima forma de lidar com elas. No início vai parecer que o que você escreveu só faz sentido pra você, vai morrer de vergonha de mostrar pra alguém, mas depois que tiver algo mais estruturado, mostra pra uma amiga de confiança, pede críticas construtivas. E NÃO se apegue à primeira versão! Você pode escrever algo que vai achar uma obra prima num dia, e no outro vai achar um lixo, e no outro vai ler com um olhar menos autocrítico e ver que dá pra melhorar. Eu tinha ideias muito difusas no início de Caindo na Real, escrevi oito versões do primeiro capítulo até chegar no que eu realmente acreditei que podia ir pra frente. É só ir aos pouquinhos... Depois vale a pena compartilhar com mais pessoas, dar a chance de mais alguém conhecer seu próprio universo e até gostar muito dele. Quem sabe? Dá um medo fudido, porque uma criação é algo muito íntimo. Depois de postar, tenha uma paciência de Jó e não espere feedbacks imediatos! Tem gente que vai amar, mas vai demorar a descobrir a sua história, ou só vai ler quando ela tiver muitos capítulos e atualização frequente. E uma coisa que eu queria ter feito mais era investir na divulgação, mas nunca tive tempo nessa vida proletária. Se tiver, faça bastante TikToks, posts, e ache o seu nicho. Aposte em você mesma e confie no seu taco!
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