Revisada por: Saturno 🪐
Última Atualização: 28/05/2025.Bucky, impaciente, pressionou ainda mais o corpo de contra a parede, com a mão de metal prendendo os pulsos da mulher acima da cabeça, enquanto a outra mão explorava sua cintura com uma fome que só o tempo e a saudade sabiam alimentar. Não era a primeira vez que eles cediam um ao outro, mas, dessa vez, Barnes parecia querer devorá-la, como se algo dentro de si houvesse mudado. Ela apenas não sabia o que era.
— Isso não é certo… — ela sussurrou com os olhos fechados, como se tentasse se proteger do que sentia. — Eu preciso ir embora… Ah, James.
James. Era curioso o fato dela usar o seu primeiro nome de forma tão doce. Não Sargento Barnes, Bucky ou Soldado. Não. Apenas James. Como se ela enxergasse todas as suas camadas expostas ali. Era intrigante o quanto um nome podia deixá-lo tão atordoado, completamente louco por ela.
— Nunca foi, boneca — ele murmurou contra sua boca, respondendo sua primeira pergunta, antes de puxá-la de volta para um beijo urgente e brutal, que exigia tudo o que ela não conseguiu negar.
Aquela era uma clara resposta que ele não a deixaria ir embora. Ela sabia que precisava sair dali urgentemente, pois nem em sua cama ela deveria deixar rastros. Era uma missão invisível, implacável e rápida, que se transformaram em dias de sexo e conexão intensa com Bucky. Ambos quebrados, precisando extravasar e escolhendo a pior maneira de se aliviar do estresse em que estavam. Mesmo com todos estes agravantes, era perceptível a química entre eles, que era como pólvora exposta: um toque, e o incêndio começava. Como se fossem incapazes de não incendiarem um ao outro.
E talvez não fossem.
Ele pressionou seus corpos e a levou até a cama, como se ela fosse a única coisa que ainda fizesse sentido num mundo em ruínas. A camisola fina que ela usava caiu ao chão com a mesma facilidade com que seus muros desabavam diante dele. Não era assim com Sebastian, não era assim com nenhum outro homem que tinha noites casuais. E não deveria ser assim com Bucky. Tudo que era sobre ele a deixava em uma névoa de confusão e angústia, mas agora substituídos pela ardência do desejo e tesão que sentia.
O metal frio do braço dele encontrou a pele quente dela — e ela estremeceu, não de medo, mas de prazer. Ele deslizou por toda a pele macia da mais nova, que se arrepiou com o toque e não pôde deixar de arfar com o ato, soltando um leve gemido.
— Você quer mesmo ir embora? — ele sussurrou em seu ouvido, enquanto os lábios percorriam seu pescoço, traçando um caminho de lembranças pelo corpo dela.
Ela não respondeu com palavras. Apenas gemeu. Apertou os lençóis e arqueou as costas conforme ele a devorou, gravando memórias permanentes em sua pele, como se soubesse que aquela noite jamais voltaria. Ela sabia que aquilo não podia se repetir. Nunca mais. Ele a conhecia demais. Sabia onde tocar, como pressionar, como puxar os cabelos dela no exato ponto em que o controle virava delírio. Se sentia em um tiroteio sem coletes à prova de balas. Como se a qualquer momento Bucky fosse atacá-la.
E talvez fosse. Mas foda-se. Ela precisava daquilo uma última vez.
As mãos dele ainda estavam cravadas na cintura dela, como se quisessem impedir o tempo de avançar. A respiração de ambos era descompassada, misturada ao calor abafado daquele quarto clandestino, em que o desejo queimava mais forte que qualquer presente.
O gosto dele ainda estava em sua boca. Ela o observou por um segundo a mais — olhos nos olhos, como se quisesse gravar aquilo na pele. Havia algo de desesperadamente humano naquele silêncio: uma súplica muda, uma rendição que nenhum dos dois ousava nomear.
Algum tempo depois, finalmente se vestiu, lutando contra seus desejos e ambições. Lenta, precisa. Como se cada gesto fosse uma armadura voltando ao lugar. Quando virou de costas, ele não tentou impedi-la. Não houve adeus. Nem promessas. Sequer uma olhada para trás. Apenas o som dos saltos dela ecoando pelo corredor de concreto e o rastro de um desejo que jamais teria fim.
Ele queria dizer "fica, mesmo sem mensurar quais seriam as consequências". Ela queria ficar e finalmente cultivar um sentimento normal por alguém. Mas nenhum dos dois disse nada. Ela nunca mais atendeu as ligações de James. E ele nunca mais foi o mesmo.
Não depois de conhecer Valdez.