Última Atualização: 20/02/2025
— ! — Uma voz familiar a chamou do outro lado da garagem. Era Roberto Costa, que se aproximava com um sorriso confiante no rosto. — Você tem um minuto?
, ainda ofegante e suada, assentiu, tirando o capacete e deixando seus cabelos castanhos escaparem. Embora conhecesse muitos olheiros do automobilismo, havia algo diferente em Roberto. A postura dele era firme, profissional, mas ao mesmo tempo calorosa, como alguém que sabia o valor do talento bruto que estava diante dele.
— Você foi incrível lá fora — começou Roberto, observando-a atentamente. — Eu acompanho esse esporte há décadas e posso dizer que não vejo alguém dirigir com essa precisão há muito tempo.
deu um meio sorriso, tentando conter o nervosismo.
— Obrigada. Mas ainda tenho muito a aprender.
— É exatamente por isso que estou aqui. Meu nome é Roberto Costa, sou representante da equipe Mercedes da Fórmula 1. E vou direto ao ponto: queremos você, .
Aquelas palavras ficaram suspensas no ar por alguns segundos, tempo suficiente para sentir uma onda de emoções. A Mercedes? A equipe que havia dominado a Fórmula 1 nos últimos anos? Isso era mais do que um sonho realizado, era uma oportunidade única de provar que o legado de Senna poderia continuar, mas agora através dela. Roberto continuou:
— Sabemos quem você é e reconhecemos o peso que o seu sobrenome carrega. Mas estamos interessados na , na piloto que você está se tornando. Nós vemos o seu potencial. Queremos que você faça parte da nossa academia e, se tudo der certo, ser nossa próxima piloto na Fórmula 1.
ficou sem palavras, seu coração disparando novamente, mas dessa vez não por causa da corrida.
— Eu... não sei o que dizer.
— Não precisa decidir agora. Converse com sua família, pense bem. Mas saiba que estamos preparados para investir em você. A Mercedes não faz ofertas levianamente — Roberto disse, entregando um cartão de contato. — Nós vemos um futuro brilhante para você.
Enquanto isso, em Seul, Mingi estava envolto em um ambiente muito mais familiar. Cercado por amigos e alguns membros da mídia local, ele havia acabado de dar mais uma entrevista, falando sobre sua paixão por corridas e seu sonho de um dia correr na Fórmula 1. Foi quando James Thompson, o olheiro da McLaren, entrou na sala. Ao ver Mingi, ele esperou pacientemente enquanto o jovem terminava sua conversa com um repórter local, mas manteve o olhar fixo no piloto. James era conhecido por sua objetividade e clareza, características que o tornavam um dos olheiros mais respeitados da Fórmula 1.
— Song Mingi, certo? — disse James, estendendo a mão assim que Mingi se virou. — Sou James Thompson, da McLaren.
Mingi franziu as sobrancelhas levemente, surpreso.
— McLaren? A equipe de Fórmula 1?
— Exatamente. A mesma McLaren que correu contra Senna, Prost, Hamilton e tantos outros. E agora estamos procurando nosso próximo grande talento. Eu vi o que você fez hoje na pista. E sei que você tem algo especial.
Mingi, acostumado com elogios, manteve a compostura. Mas por dentro, ele mal podia acreditar no que estava ouvindo. A McLaren era uma lenda viva na Fórmula 1, e ser notado por eles era o tipo de reconhecimento que poderia mudar sua vida.
— Estamos buscando alguém com uma mentalidade vencedora, alguém que não se quebre sob pressão. E você mostrou hoje que pode ser essa pessoa. A McLaren tem uma proposta para você. Queremos que venha fazer parte do nosso time. Claro, como um piloto de desenvolvimento no início, mas com um caminho claro até a Fórmula 1.
A mente de Mingi corria a mil. Era uma oferta que ele não podia simplesmente ignorar, mas ele sabia que, com essa proposta, viria uma responsabilidade imensa. Entrar na Fórmula 1, especialmente com uma equipe tão icônica quanto a McLaren, exigiria mais do que ele jamais havia experimentado.
— Eu aprecio a oferta — Mingi começou tentando manter a voz firme. — Mas essa é uma decisão enorme. Preciso de tempo para pensar.
— Claro, leve o tempo que precisar — James disse, entregando seu cartão. — Mas uma oportunidade como essa não fica disponível para sempre. Estamos ansiosos para ouvir sua resposta.
Enquanto e Mingi processavam as propostas que haviam recebido, seus mundos começavam a mudar de maneiras que eles ainda não conseguiam entender completamente. A Fórmula 1 não era mais um sonho distante, mas uma realidade que estava se aproximando. Ambos estavam prestes a dar o próximo passo em suas jornadas, mas o que eles não sabiam era que seus caminhos iriam se cruzar em breve — e não apenas nas pistas, mas em suas vidas.
As rodas do destino começaram a girar e as linhas do destino estavam sendo escritas.
— Mercedes... — murmurou para si mesma enquanto olhava pela janela para as luzes da cidade. Ela cresceu ouvindo histórias sobre o pai Ayrton Senna, sobre sua genialidade nas pistas e sobre o legado que ele havia deixado para ela. E agora, ali estava ela, diante de uma chance de ouro, uma oportunidade de seguir um caminho semelhante. Mas, ao mesmo tempo, um peso enorme repousava em seus ombros.
— Filha? — A voz suave de sua mãe, Adriane Galisteu, a trouxe de volta à realidade. — Está tudo bem?
se virou lentamente, seus olhos refletindo a mistura de sentimentos.
— Mãe, a Mercedes me quer. Eles querem que eu me junte à equipe de desenvolvimento deles e talvez, corra na Fórmula 1.
Adriane sorriu, mas havia uma preocupação visível por trás daquele sorriso.
— Isso é incrível, ! Sempre soube que você tinha herdado o talento do seu pai. Mas... e você? O que você quer?
A pergunta ecoou dentro dela. O que ela queria? sabia que essa decisão poderia moldar o resto de sua vida. Ela amava as corridas, amava a sensação de controlar a máquina em alta velocidade, mas a Fórmula 1 era outro nível — um nível que exigiria sacrifícios. Seria ela capaz de lidar com a pressão, a política, o escrutínio constante?
— Eu quero isso. Sempre quis. Mas não posso ignorar o que significa — disse ela, apertando os lábios. — Se eu falhar, todos vão lembrar. Eles não verão a , verão a filha do Ayrton Senna.
Adriane se aproximou e segurou as mãos de sua filha.
— Não importa o que o mundo veja, o importante é o que você vê. O legado de seu pai é grande, mas você está construindo o seu próprio. Seja qual for a decisão, faça por você, não pelos outros.
As palavras de sua mãe eram reconfortantes, mas sabia que a escolha seria apenas dela. Ela olhou para o cartão de Roberto Costa mais uma vez e, com um suspiro profundo, tomou uma decisão silenciosa. Precisava de mais tempo para refletir.
Em Seul, Mingi estava imerso em um dilema semelhante. Depois de um longo dia de treinos, ele se sentou em seu quarto, observando o cartão de James Thompson, da McLaren. O brilho do neon que iluminava as ruas da cidade refletia em seu rosto enquanto ele repassava mentalmente a conversa que tivera.
McLaren. A lendária equipe. A equipe de Ayrton Senna. Um nome que, para qualquer piloto, era sinônimo de excelência e história. A ideia de se tornar parte de algo tão grandioso fazia seu coração bater mais rápido, mas a responsabilidade que acompanhava essa oportunidade o deixava apreensivo.
— É muito grande. Talvez grande demais... — ele murmurou, jogando o cartão sobre a mesa. Ele sabia que essa era uma chance única, mas a realidade o assustava. A pressão, a competição implacável, as expectativas... Tudo parecia um monstro esperando para devorá-lo caso ele cometesse um erro.
Sua irmã, Ji-Yeon, entrou no quarto, percebendo o olhar perdido de Mingi.
— O que foi? Você parece distante.
Mingi suspirou, sem saber como colocar em palavras o que sentia.
— A McLaren me ofereceu um lugar na equipe de desenvolvimento.
Ji-Yeon arregalou os olhos, claramente surpresa.
— McLaren? Isso é enorme! Por que você não está empolgado?
— É... muita coisa. Não sei se estou pronto para isso. Eu sonhei com isso por tanto tempo, mas agora que está aqui... Não parece tão simples.
Ji-Yeon se sentou ao lado do irmão e o observou atentamente.
— Você é uma das pessoas mais determinadas que eu conheço. Sempre foi. Mas essa é uma escolha só sua. Se você sentir que é o momento certo, vá em frente. Se não, há tempo para tudo.
As palavras de Ji-Yeon ressoaram em Mingi. Ele sabia que estava à beira de uma decisão monumental, mas, assim como , ele precisava de tempo. Tempo para refletir, tempo para entender se estava pronto para dar esse salto.
Em São Paulo, decidiu que precisava de uma segunda opinião. Dirigiu até a casa de um amigo de longa data da família, um antigo engenheiro de corrida que havia trabalhado com seu pai. Seu nome era Raul, e ele sempre fora uma figura de sabedoria para ela.
— Raul, o que você faria no meu lugar? — perguntou, após contar sobre a proposta da Mercedes.
Raul a olhou com um sorriso sereno.
— , você tem algo especial, mas a Fórmula 1 não é apenas sobre talento. É sobre perseverança, sobre aprender com cada derrota e usar cada vitória como combustível. Se você sente que esse é o seu caminho, vá. Mas lembre-se: não importa o que digam, a corrida é sempre entre você e o que você acredita.
As palavras de Raul ecoaram fundo em . Ela sabia que, no final das contas, precisaria confiar em si mesma.
Do outro lado do mundo, em Seul, Mingi estava no mesmo ponto. Depois de muitas noites de reflexão, ele decidiu que havia apenas uma maneira de descobrir se estava pronto: mergulhando de cabeça. Ele pegou o telefone e ligou para James Thompson.
— Eu aceito — disse ele, com a voz firme.
Enquanto isso, , sentada no escritório de sua casa, olhou para o cartão de Roberto Costa pela última vez antes de pegar o telefone e discar.
— Estou dentro — disse ela, sua voz decidida.
O destino havia dado o próximo passo, e suas jornadas estavam apenas começando.
Em São Paulo, se preparava para a viagem à Europa, onde faria seus primeiros testes com a Mercedes. O brilho da oportunidade era inegável, mas, com ele, vinham dúvidas e pressões. Enquanto ela arrumava suas malas, uma pontada de ansiedade a dominava.
Adriane entrou no quarto e sentou-se na cama, observando a filha.
— Você está pronta, ?
parou, segurando uma jaqueta que seu pai costumava usar em suas viagens, que ela insistia em deixar com o cheiro do perfume que seu pai usava.
— Eu não sei, mãe. Estou tentando me preparar mentalmente, mas é difícil não pensar em tudo que está em jogo.
Adriane deu um sorriso de compreensão.
— Você tem razão, é muita coisa para carregar. Mas, , você nasceu para isso. Desde que você era pequena, eu sabia que a velocidade estava no seu sangue. Não porque você é filha do Ayrton, mas porque você ama as corridas tanto quanto ele amava.
suspirou, segurando a jaqueta com mais força.
— Eu só não quero decepcionar ninguém, principalmente o papai.
Adriane levantou-se e colocou as mãos nos ombros da filha.
— O único erro que você pode cometer é não tentar. Você tem que ir lá e mostrar quem é a . Não a filha do Ayrton, mas a piloto que você se tornou.
As palavras da mãe a reconfortaram, e assentiu, finalmente sentindo uma pequena onda de calma. Ela sabia que a estrada à frente seria longa e cheia de obstáculos, mas estava decidida a seguir adiante.
— Song Mingi — uma voz profunda o chamou enquanto ele se preparava para seu primeiro teste no simulador. Era James Thompson, o olheiro que o havia recrutado. — Vejo que está se acostumando com o ambiente.
Mingi sorriu, mas a tensão em seu rosto era evidente.
— É... diferente de tudo que eu já vi, mas estou pronto para o que vier.
James assentiu, mas seu olhar era penetrante.
— Você foi escolhido porque vimos algo especial em você, Mingi. Não se esqueça disso. Mas também saiba que este é um lugar onde só os mais fortes sobrevivem. Na Fórmula 1, o talento é apenas o começo. A mentalidade, a resiliência... isso é o que realmente conta.
Mingi engoliu em seco. Ele sabia que não seria fácil, mas ouvir essas palavras reforçou a seriedade de sua situação.
— Eu entendo. Vou dar o meu melhor.
— Ótimo. Porque aqui, "o melhor" nunca é o suficiente. Você precisa ser perfeito, sempre. — James deu um leve aceno e saiu da sala, deixando Mingi sozinho com seus pensamentos.
Ao sentar-se no simulador, Mingi sentiu o peso da responsabilidade em seus ombros. Ele sabia que a McLaren era uma equipe que esperava nada menos que excelência. Não havia espaço para erros, e ele precisaria superar cada obstáculo, não apenas na pista, mas em sua própria mente.
Roberto Costa a recebeu com um sorriso confiante.
— Bem-vinda, . Espero que tenha descansado bem, porque o dia de hoje será intenso.
sorriu de volta, tentando disfarçar a ansiedade.
— Estou pronta.
— Ótimo. Vamos começar com o básico. Hoje você vai conhecer o carro, os engenheiros, e vamos fazer alguns testes simples. Nada muito pesado por enquanto, mas quero ver como você se adapta.
assentiu, mas sabia que mesmo os “testes simples” na Fórmula 1 eram desafiadores. Quando finalmente entrou no cockpit do carro, sentiu uma mistura de emoções. O motor roncou com um som ensurdecedor, e o volante, cheio de botões e controles, parecia mais complexo do que qualquer coisa que ela havia experimentado.
Ela deu uma volta lenta pelo circuito, sentindo cada curva e testando os limites do carro. A sensação de velocidade era surreal, e, ao mesmo tempo, sentia que estava exatamente onde deveria estar. As horas passaram voando enquanto ela se concentrava em cada detalhe, em cada instrução que os engenheiros transmitiam pelo rádio.
Quando o dia terminou, estava exausta, mas satisfeita. Ela sabia que ainda tinha muito a aprender, mas também sabia que havia dado um passo importante em sua jornada.
— Você foi bem hoje — disse Roberto, enquanto ela tirava o capacete. — Ainda é o começo, mas já podemos ver que você tem o que é necessário.
sorriu, mas por dentro, sabia que a verdadeira prova ainda estava por vir.
O dia do teste chegou, e Mingi, vestido com o macacão laranja da McLaren, caminhava em direção ao carro com o coração acelerado. James Thompson estava ao lado dos engenheiros, observando cada movimento.
— Este é o seu momento, Mingi — disse James, enquanto o jovem piloto colocava o capacete. — Mostre o que pode fazer.
Quando o motor rugiu, Mingi sentiu uma onda de adrenalina. Ele sabia que essa seria a oportunidade de provar seu valor, de mostrar que pertencia ao mundo da Fórmula 1.
As primeiras voltas foram cautelosas, enquanto ele se acostumava com o carro. Mas, à medida que sua confiança crescia, ele começou a empurrar o veículo ao limite, encontrando o equilíbrio perfeito entre controle e velocidade. O circuito parecia fluir sob ele, cada curva uma dança precisa entre piloto e máquina.
Quando finalmente parou nos boxes, os engenheiros aplaudiram, e James se aproximou com um sorriso raro no rosto.
— Você tem talento, Mingi. Isso está claro. Agora, o verdadeiro trabalho começa.
As rodas do destino estavam em movimento, e eles não poderiam voltar atrás. O futuro estava diante deles, esperando para ser conquistado.