Revisada por: Hydra
Finalizada Em: 04/10/2024— Está tudo bem, Sakura? — Ela nem viu quando Sasuke parou, fazendo com que ela também parasse, e virou para ela tentando entender sua expressão.
Haruno franzia o cenho fortemente tentando entender a sua estupidez de largar tudo por um homem. Claro, ela amou Sasuke, mais até do que deveria, contudo, o momento de clareza chega em algum ponto para todos, certo? Para ela tinha sido ali, olhando a nuca do Uchiha que ela dedicou tanto tempo e amor na sua infância e adolescência, e continuava dedicando, mas o que diabos ela estava fazendo? E ela? E o que ela queria? O que ela desejava enquanto ninja? Ou melhor, enquanto mulher. Sasuke não supria suas necessidades em nenhum quesito, tudo bem, até que ele era bom de cama, mas poderia melhorar.
— Não, não está tudo bem. — O Uchiha arqueou uma sobrancelha. — Eu vou voltar para Konoha.
— Sabe que eu não posso…
— Sei. — O interrompeu, ríspida. — Por isso que disse, eu. — Sasuke parecia ter entendido o que ela quis dizer quando murmurou algo parecido com uma confirmação. — Eu realmente te amei, Sasuke, mas cheguei à conclusão que não é isso que eu quero. Não quero ficar à sua sombra, não quero te seguir para onde for e muito menos quero ficar esperando a sua boa vontade de voltar para casa.
— Entendo.
— Você não vai falar nada?
— Não tenho o que falar, Sakura. Não posso obrigar você a viver comigo, não fique chateada, eu amo você, mas esse é meu destino como ninja renegado. — A rosada bufou consternada, era sério aquilo? A amava, mas… Existia um “mas” quando se amava alguém? Então se aquele era o destino dele, ela não teria que carregá-lo junto com ele, certo? Virou as costas e respirou fundo. — Me desculpe por não lhe dar o que merece. — Ele estava tão certo quanto a água do rio, em que Sakura pousava a sua visão, era cristalina. — Tem uma aldeia a alguns quilômetros ao sul. Fique lá até o amanhecer, não viaje à noite, pode ser perigoso.
— Obrigada, Sasuke. — Caminhou em direção ao seu futuro, um que ela mesma criaria.
Ao chegar na aldeia que Sasuke tinha mencionado, ela procurou uma pousada e enfim se aninhou para dormir. Toda aquela percepção sobre a sua vida até aquele momento tinha a cansado mentalmente, e a caminhada até ali havia a cansado fisicamente. Contudo, não deixou de pensar no que faria, estava longe de Konoha e levaria semanas para chegar até em casa, e foi como uma luz se acendendo que ela teve uma ideia. Por que ela não poderia ajudar os hospitais necessitados no caminho de volta para casa? No dia seguinte iria procurar uma ave para mandar uma mensagem ao Hokage, pois claro que faria essa missão como Shinobi da Folha. Adormeceu rapidamente após sua decisão ser tomada e foi difícil acordar pela manhã pois parecia que tinha dormido quase nada. Suas noites anteriores não tinham sido fáceis, já havia pensado tanto em sua vida e seu relacionamento nas madrugadas que tinha perdido a conta. Tomou café e saiu em direção à torre de comunicação da pequena aldeia e lá escreveu a sua carta ao Rokudaime e antigo sensei, Hatake Kakashi.
Olá, Hokage-sama,
Sei que normalmente quem envia as cartas para informar de nossa localização ou sobre a missão é o Sasuke, mas infelizmente — ou felizmente — não estamos mais juntos. Estou voltando para casa, no entanto, estou um pouco longe e irei demorar algumas semanas para retornar, pensei então, que poderia ajudar alguns hospitais necessitados pelo caminho ficando dois ou três dias. Claro que esperarei pela sua permissão, pois isso atrasaria ainda mais minha volta, e queria pedir descrição também, não comente nada com ninguém que estou voltando, por favor.
Haruno Sakura
.Kakashi olhava aquelas palavras tão bem escritas pela sua ex-aluna e não entendia o motivo, gostaria de perguntar para saber? Claro, a pulga atrás da orelha o pegou como uma armadilha, mas não seria tão invasivo, afinal, para Sakura, que tanto amou o seu colega de equipe, deveria ter tido um bom motivo para largá-lo. Aquela carta o tinha pego completamente de surpresa, mas realmente, a ideia dela era ótima e não via problema da Folha ajudar aldeias e vilas menores com um shinobi médico, ainda mais se tratando de Sakura que era uma das melhores. Respirou fundo olhando para Shikamaru que o olhava de soslaio esperando alguma resposta ou ação, então o Hatake pegou a caneta e começou a escrever o pedaço de papel em cima da mesa.
Olá, Sakura,
Bom, talvez não tenha algo devidamente apropriado que eu possa dizer em um momento como esse, mas… Sinto muito? Bom, quanto a descrição, pode ficar tranquila, apenas Shikamaru saberá, já que ele é o meu conselheiro e preciso passar essas informações para ele, tudo bem? Acho uma ótima iniciativa a sua ideia e sim, pode executá-la, tem a minha permissão, contudo, me mantenha informado, ok?
Hatake Kakashi
— Envie diretamente para Sakura, ela deve estar em alguma aldeia pequena próximo a Vila da Terra pela última localização que Sasuke me mandou. — Kakashi entregou o pergaminho nas mãos de Shikamaru. — E ah, antes que eu me esqueça. Não comente nada com a Yamanaka, ou com ninguém. Sakura pediu descrição a respeito de sua volta. — O Nara assentiu antes de deixar o escritório. Kakashi virou a cadeira para as grandes janelas que rodeavam o escritório e admirou o céu azul, não demorou muito para ver a ave mensageira deixando Konoha. De alguma forma aquilo tinha aguçado sua curiosidade, o que faria Sakura largar o Uchiha que ela dedicou todo o seu amor durante todos esses anos?
A ave a pegou entre uma aldeia e outra, quando abriu o pergaminho se atentou a ler as palavras do seu ex-sensei. Soltou uma breve risada anasalada revirando os olhos pelo “sinto muito” sem muito entusiasmo, era a cara do seu sensei falar dessa forma e quase pôde ouvir a sua voz desinteressada de tão característico que tinha sido. Pensou que talvez Shikamaru desse com a língua nos dentes para a Yamanaka, mas achava meio improvável, já que ele levava o trabalho bem a sério. Sorriu largo quando viu que a resposta do Hokage tinha sido positiva, sua caminhada para casa era longa, mas pelo menos ajudaria algumas pessoas pelo caminho e isso a deixava feliz. Quando chegou na próxima aldeia viu uma grande fila em frente ao hospital que havia ali, guardou o pergaminho na mochila e foi direto até a recepção perguntando quem era o médico responsável, pois pelo jeito a sua missão já havia começado.
Bem que você tem razão, acho que não há muito o que falar a respeito disso, mas talvez um “que bom” seja mais adequado, afinal, estou melhor sozinha, agora eu sei. Indo ao que importa, agradeço por ter me permitido cumprir tal missão, sabe que gosto de ajudar as pessoas e voltar para casa sem ter feito algo que eu fosse minimamente útil me deixaria irritada. Estou na Aldeia do Cascalho, as pessoas são bem acolhedoras aqui, o hospital tinha alguns problemas de organização, então ajudei o médico chefe com isso e atendi alguns pacientes pois a fila estava enorme. Amanhã parto para a próxima Aldeia, acredito que saiba qual é. Sempre enviarei um relatório junto às cartas sobre os meus trabalhos feitos pelos hospitais. Obrigada novamente.
Haruno Sakura.
De certo, Sakura havia se tornado uma mulher e tanto, mas a curiosidade do Hatake ainda o assolava, ainda mais depois dessa revelação interessante sobre estar melhor sozinha: do que se tratava? Frieza? Porém, disso ela sempre soube, conhecia Sasuke desde criança, ela sabia o que esperar. Ele era agressivo? Por Kami, não, por mais que o Uchiha fosse mal humorado ele jamais seria desse tipo, sem falar que a Sakura acabaria com ele. Discussões? Mas sobre o que? Kakashi rolou os olhos pelas letras mais uma vez admirando a caligrafia da ex-aluna. Seria sexo? Balançou a cabeça com tais pensamentos, estava indo longe demais, mesmo que em apenas divagações, na privacidade dos seus ex-alunos. Endireitou-se na cadeira e começou a escrever no pergaminho.
Sakura,
Imagino que tenha um ótimo motivo para dizer algo do tipo, qual seria ele? Apenas estou curioso, afinal, está viajando com o Sasuke há quase dois anos. Quer dizer, perdão, estava. Imagino que esteja vendo os problemas na rede de saúde das pequenas aldeias, foi uma atitude nobre a sua e acredito que ajudará muitas pessoas. Sempre me informe a aldeia e o nome do médico, vou enviar alguns mantimentos. E outra coisa, você sempre foi útil, Sakura, não se coloque para baixo apenas por ser Sasuke que estava à frente das missões, você é uma ótima kunoichi. Os relatórios são importantes, pois além de serem para o meu conhecimento, são importantes para o seu currículo.
Hatake Kakashi.
Ele ficou olhando por alguns segundos a sua própria carta e pensou em amassá-la e escrever outra, estava se metendo demais na vida alheia? Não, ela mesma aprofundou o assunto, ela poderia ter apenas ignorado o que ele tinha dito, mas talvez ela queira alguém para conversar sobre isso, afinal, está sozinha e não avisou ninguém que estaria voltando, então o único com quem mantinha contato era ele. Então o mínimo que ela poderia querer, era companhia ou alguém para conversar. Kakashi não se importava de dar a ela um pouco do seu tempo em palavras, que mal havia nisso? Entregou o pergaminho a Shikamaru dando as instruções de para onde enviá-lo e agradeceu ao Nara, que logo saiu de sua sala.
Sakura estava almoçando enquanto abria o pergaminho que tinha recebido do Rokudaime e achou um tanto abusado da parte dele fazer tal pergunta, mas também, só tinha ele para conversar e não se importaria em lhe dar detalhes. A cabeça da Haruno estava um furacão de informações e desabafar talvez fosse a melhor opção, apesar de não ser o mais apropriado a se fazer com o Hokage, queria mesmo era estar sentada tomando chá e conversando com a loira, mas ele era seu ex-sensei. Kakashi a conhecia e eles tinham uma certa intimidade, até onde os seus títulos permitiam, é claro.
Hokage-sama,
Está interessado pelo motivo que deixei Sasuke por que exatamente?
Meu deus, parecia que ela tinha usado duplo sentido; não. Amassou o papel e jogou na lata de lixo do seu quarto na pousada em que se hospedava naquele vilarejo. Passou as mãos pelos fios rosáceos e pensou no que ela estava fazendo, apenas queria responder uma simples pergunta. Tentou começar de novo.
Hokage-sama,
Por que o interesse?
Ela definitivamente não estava conseguindo escrever algo sem que parecesse atirada ou estivesse dando em cima do Rokudaime. Espalmou sua testa.
— Por Kami, é o Kakashi-sensei, sua pervertida! — Repreendeu-se.
Talvez ignorar a pergunta dele poderia ser a melhor opção? Ou talvez, apenas dizer de uma vez o que estava se passando. Amassou o outro papel e então começou.
Hokage-sama,
Sinto que talvez eu possa falar abertamente para você, sensei. Percebi que o Sasuke não era bem o que eu almejava para a minha vida, pelo menos não o que eu quero agora. Só cansei de ficar nas sombras de um homem, passei 4 anos da minha vida vivendo assim, Naruto e Sasuke eram os que brilhavam no time sete e não quero voltar a isso. Eu me tornei uma ninja médica por mérito próprio, uma muito boa por sinal e não vou jogar isso fora para correr o mundo com Sasuke, só por que ele acha que é o seu destino ou coisa parecida. Eu não o amo mais, não daquela forma. Me desculpe o desabafo, talvez tenha ficado por tempo demais sem poder colocar meus pensamentos para fora, afinal, era só eu e o Uchiha o tempo todo. Contudo, obrigada por perguntar, sensei, mas sei que foi apenas um lapso de curiosidade.
Haruno Sakura.
O Hatake piscava várias vezes olhando o pergaminho da Haruno, quando foi que ela se tornou essa mulher? Ele perdeu algo? Kakashi sempre soube que esse amor pelo Uchiha acabaria com ela, eles não são compatíveis. Sakura é doce demais, sincera demais, sorridente em um nível que é o total oposto de Sasuke e a empatia dela era uma qualidade admirável. Sasuke poderia até gostar dela verdadeiramente depois de tudo, no entanto, ainda incompatíveis. O prateado não podia ser hipócrita, achou que ela jamais se daria conta que sua vida poderia ser muito mais do que apenas correr atrás do seu colega de equipe durante tantos anos, mas a verdade era que ela já não era mais aquela garotinha inocente. Ele releu aquelas palavras e ficou desnorteado por mais algum tempo, tentava entender o que fez ela enviar uma carta com apenas seu desabafo. Ele tinha provocado isso?
Me desculpe ter sido indelicado, eu não sabia o quanto estava sendo difícil para você. Acho que talvez nunca tenhamos tido uma conversa a respeito de sentimentos, mas sei que você vai lidar bem com os seus. Afinal, é uma mulher independente e que sabe o que está fazendo, mas caso eu possa ajudar, fique à vontade para falar, ou perguntar. Obrigada por ter confiado em mim, eu acho?
Hatake Kakashi.
Nem ele sabia o que estava fazendo, ele realmente estava se predispondo para conversar sobre coisas íntimas com Sakura, sua ex-aluna. O que ele estava planejando com isso? Bom, nada, até o momento. Ele estava apenas seguindo o fluxo, coisa que ele não costumava fazer. Kakashi era sempre muito metódico e sistemático como o bom virginiano que era, sua vida era quase tão organizada quanto os arquivos de missões de Konoha. Contudo, sentia que com Sakura ele poderia ser algo mais do que apenas indiferente, talvez fosse por que ele não estava a olhando nos olhos, ou por ter alguns quilômetros os separando, ou os dois anos em que não a via. Quem iria saber se nem mesmo ele sabia?
Sakura olhou para o céu e viu a ave de Konoha a mirar com os olhos de águia, ela rapidamente estendeu o braço e a ave pousou. A Haruno tirou o pergaminho da perna da ave e a colocou no banco de madeira, que tinha próximo a ela, e a ave ficou à espera de sua nova ordem. Ela sentou no banco e se pôs a ler, sentiu sua respiração ficar pesada, tinha até esquecido da carta completamente sem noção que tinha enviado há dias atrás, ela realmente tinha se aberto, ou melhor, escancarado sua vida amorosa para o Hokage. Revirou os olhos pedindo aos céus que Kakashi não a repreendesse por ser uma completa idiota. Primeiro, o que ela estava pensando em enviar tais palavras ao Rokudaime, o que ela esperava?
— Espera, o que? — Leu a última linha sem acreditar. — Você acha? Kakashi-sensei, só você… — Riu daquilo, quase esqueceu que antes de Hokage, Kakashi era seu sensei e ele as vezes poderia ser mais idiota do que ela, mas guardaria esse pensamento só pra si. Tirou um pergaminho e uma caneta e começou a escrever.
Kakashi- sensei,
Você acha? Talvez eu deveria ter enviado uma carta a Naruto, ele teria mais bom senso, apesar de perguntar pelo Sasuke primeiro e depois demonstrar algum interesse em meus sentimentos. Me desculpe, estou apenas me divertindo com sua falta de tato, sensei. Obrigada pela disponibilidade em ler minhas palavras, mas você tem razão, estou bem. Apenas estou um pouco confusa com tudo, por isso vou aproveitar essa viagem para talvez encontrar a forte kunoichi que eu sei que existe dentro de mim. Meu relatório está anexado ao pergaminho, assim como minha localização.
Haruno Sakura.
Kakashi riu alto no escritório, sabia que ela estava tirando sarro dele no momento que leu a primeira sentença. Naruto com bom senso seria pedir demais, mas o que deixou ele surpreso foi o humor de Sakura, com certeza não conhecia esse lado dela. Tinha que admitir para si mesmo que estava sendo divertido e que trocar cartas com sua ex-aluna era seu mais novo passa tempo favorito, além de ler Icha icha, é claro. Mirou a caneta e pegou um pergaminho em branco para começar a escrever, coçou o queixo por cima da máscara pensando como responderia essa brincadeira um tanto ofensiva para si. Sua inteligência foi rudemente contestada e aproximada ao cérebro de minhoca do seu ex-aluno desmiolado.
Sakura,
Me desculpe, mas eu a ofendi por acaso? Não lembro de ter sido rude. Está tão entediada que precisa tirar uma com a cara do seu ex-sensei? Preciso lembrá-la que ainda fala com seu superior? E que agora eu sou o Hokage? Eu com certeza gostaria de estar aí apenas para ver a sua cara de desespero achando que eu realmente a repreendi. Foi ótimo rir disso, obrigada pelas risadas que me causou. Falando no Naruto, o casamento dele é em uma semana, acha que chega a tempo? Ele ficaria feliz de ter pelo menos você presente.
Hatake Kakashi.
Sakura estava petrificada com o começo da carta, começou a pensar que assim que chegasse em Konoha seria jogada em uma cela por desrespeito ao Hokage. Por Kami, o que ela estava pensando ao falar desse jeito com o Rokudaime? Ele tinha razão, ela estava passando do limites. Correu os olhos por mais algumas linhas.
— Filho da… — murmurou. — E eu queria socá-lo agora — respondeu mesmo sem ter o Kakashi ali para lhe ouvir e ainda bem que não estava em frente a ele, pois ela realmente iria presa por dar uns bons socos no Hokage.
Apesar da raiva que a dominou por alguns minutos, riu balançando a cabeça negativamente, isso estava ficando um tanto interessante. Era bom conversar com Kakashi, bom até demais, ela não sentia essa animação ao conversar com Sasuke. Porquê? Olhou pela janela do quinto quarto em que se hospedava, pensativa, talvez ela chegasse a tempo, afinal, faltava apenas três lugares para parar antes de chegar em Konoha. Contudo, o que a deixou um pouco perdida foi o sentimento que estava se formando em seu coração, mas não, não era nada. Só passou muito tempo sendo infeliz achando que o amor que sentia por Sasuke pudesse curar a sua infelicidade em algum momento, no entanto, descobriu que era esse mesmo amor que a consumia por dentro e esse era um dos motivos de estar nessa jornada sozinha.
Kakashi-sensei,
Ainda bem que alguns quilômetros nos separam, pois a vontade de socá-lo foi quase instantânea. Por qual motivo quis me deixar irritada? Caso tivéssemos frente a frente eu iria presa por atentado à vida do Hokage. Acredito que chegarei a tempo, talvez um dia antes? Tenho mais três vilarejos para visitar e então um dia me separa de Konoha. Mal posso esperar para chegar em casa.
Haruno Sakura.
O Rokudaime sorriu satisfeito, conseguiu fazer com que Sakura também ficasse irritada, mas ele podia jurar que ela riu da situação e caso estivesse lá, ele realmente teria essa certeza. Girou a cadeira e admirou o céu azul com um sorriso escondido por sua inseparável máscara. Ela chegaria em breve, com que cara olharia sua ex-aluna depois dessas cartas um tanto quanto comprometedoras? Ele franziu o cenho, ora, não tinha nada de comprometedor, estava apenas jogando conversa fora, por cartas, com a Sakura. Mulher, adulta e agora solteira. Arregalou os olhos.
— O que porra eu tô fazendo? — perguntou a si mesmo. Estava flertando com sua ex-aluna? E o mais importante, estava gostando disso? O que ela estava pensando sobre isso? Deveria talvez ter a certeza que ela tinha o mesmo em mente na próxima carta?
Eu realmente gostaria de ter visto sua expressão de irritação, talvez você possa me mostrar ela pessoalmente quando chegar. Ou poderia me mostrar uma expressão mais… divertida em seu rosto. Talvez, esteja indo longe demais? Seria péssimo se alguém presenciasse o comportamento do Hokage através de cartas com uma mulher solteira.
Hatake Kakashi.
As bochechas de Sakura estavam pegando fogo ao terminar de ler a carta do Rokudaime, ele realmente estava flertando com ela? A Haruno revirou os olhos e bufou. Há algumas semanas ela estava preocupada de parecer atirada. Ela estava um pouco chocada, mas ao mesmo tempo sentiu o calor de suas bochechas se espalhar pelo resto do seu corpo. Ela mordeu o lábio e pensou que talvez pudesse experimentar algo com um homem mais velho, ele era o Hokage, mas quem liga? Ele que começou com as indecências, ou teria sido ela? Ela não saberia dizer.
Agora eles já tinham ultrapassado aquela barreira, aquela linha tênue que os separava pela hierarquia do corpo de ninjas, mas isso já não existia mais, eles haviam cruzado ela tão devagar que quando perceberam eles já estavam longe demais para voltar. Sakura se entregou ao calor que sentia em seu baixo ventre e quase pôde sentir a vontade de estar na frente do Hatake naquele minuto. Ela não poderia ignorar isso, ele era um homem atraente, interessante… um pervertido. Contudo ainda lembrava de quando ela começou a se envolver com homens, percebeu o quanto a voz dele parecia sensual aos seus ouvidos quando se encontravam pelos bares de Konoha e o quanto todas as garotas falavam dele, fazendo com que ela também o olhasse diferente. Agarrou a caneta que estava ao seu alcance e começou a escrever, tudo saiu tão fluido, que nem teve tempo de pensar ou raciocinar as palavras que tomaram forma no pequeno papel que já voava para longe de sua vista.
Kakashi-sensei,
Consegue imaginar a expressão que estou fazendo agora depois de ler a sua carta? Ou talvez você possa me mostrar o quão longe consegue ir quando eu chegar aí e então presenciar a minha expressão por si mesmo. Não consigo nem imaginar o tamanho do escândalo caso alguém intercepte nossas cartas, então é melhor tomar cuidado ao enviá-las, pois suas cartas tem sido a minha diversão.
Haruno Sakura.
Kakashi engoliu em seco uma, duas, três vezes, sentiu uma gota de suor brotar em sua testa em nervosismo. Olhou para Shikamaru que ainda estava à sua frente esperando a resposta para enviá-la a kunoichi. O Hatake agradeceu por sua máscara esconder metade do seu rosto, já que mais um pouco seu queixo bateria no chão, então limpou a garganta antes de falar.
— Você pode pegar um copo de água, Shikamaru?
— Claro, Hokage-sama.
O Hatake permitiu-se arfar assim que o Nara o deixou só. — Puta que pariu. — Ele murmurou ao reler aquela carta completamente pervertida em suas mãos. Quando; quando a Haruno tinha se tornado tão indecente quanto ele? Claro, a viu com alguns casos de uma noite só pelos bares de Konoha, sabia também do envolvimento com o Hyuuga e então lembrou do dia que a viu sair da Vila acompanhada de Sasuke, já estava na casa dos vinte e poucos anos e era uma mulher feita. Bonita, agora que ele parou para lembrar e analisar essa lembrança com cautela; gostosa diria ele.
Kakashi estava tão desorientado que nem sabia o que responder, ficou inerte olhando o pedaço de papel em sua mão, até o Nara entrar e colocar o copo d'água em cima de sua mesa, o despertando do transe. Ele agradeceu e disse que iria escrever a resposta depois. O moreno assentiu e então deixou o local. O Hatake atirou sua cabeça no encosto da cadeira e ficou pensativo, era sua ex-aluna, ele poderia? Claro que poderia, ambos são adultos, experientes e pelas palavras hábeis, Sakura sabia onde estava se metendo.
Sakura,
Vai ser um prazer conhecer todas as suas facetas. Não esqueça, é de extrema importância que se apresente na sala do Hokage assim que chegar em Konoha, esperarei ansioso.
Hatake Kakashi.
Sakura corou violentamente lendo aquilo, por Kami ela estava apenas há um dia de distância, em 24 horas olharia nos olhos de Kakashi. Ela estava assustada, será que ela deveria ter ido tão longe? Era seu ex-sensei, mas não importava mais, ambos eram Jonins de elite agora. Claro que o Hatake era o Hokage, contudo era apenas um lugar naquela hierarquia, não é mesmo? Ela já tinha se pego olhando para ele de maneira diferente antes de sair da Vila, claro, amava Sasuke, no entanto, não era cega. Deitou-se na cama envolvida em tais pensamentos e admirou a lua cheia no céu pela janela. Jamais imaginou que teria esse tipo de relação com Kakashi, no entanto, tinha que admitir que estava ansiosa para saber como o próprio Rokudaime iria agir consigo.
Sakura respirou fundo olhando o portão alto de Konoha surgir em seu horizonte. Então, após dois anos ela tinha voltado ao seu lar e era ali que ela começaria a escrever a sua própria história, mas antes de tudo, tinha que encarar as consequências dos seus últimos atos. Caminhou pelas ruas e ao chegar à frente da torre do Hokage, ela engoliu em seco, com que cara olharia para o Rokudaime depois das perversões que trocaram em formato de carta? Subiu degrau por degrau, devagar, como se tivesse tentando adiar o inevitável, então andou pelo corredor extenso até chegar em frente às portas duplas, onde deu três batidas com os nós dos dedos.
— Pode entrar, Sakura. — Como diabos ele sabia que era ela? Seu chakra estava tão bagunçado desse jeito?
— Boa tarde, Hokage-sama. — Ela entrou, fechou a porta e então sentiu seu corpo formigar ao olhar nos olhos negros intensos cravados em si, um olhar que ela nunca viu antes sendo dedicado a si. Sentia-se nua, completamente exposta a ele, parecia que seu coração ia sair pulando pela sua garganta.
— Pode se aproximar, eu não mordo… — Ela deu alguns passos em direção a mesa grande de madeira —, só se quiser. — Ele a mirou com os olhos cerrados, e aquilo a atingiu como uma onda de calor por todo o seu corpo. Como que ele conseguia tirar tantas reações do seu corpo com tão pouco? Achava tão estranho e diferente, ela não se sentia assim com o Uchiha.
— B-bom, estou de volta, Hokage-sama. — Para onde foi aquela coragem que ela carregava nas cartas? Ela tinha se esvaído completamente assim que entrou naquele escritório e viu a forma desejosa que o Hatake a mirava.
— Estou vendo. — Cruzou as mãos em frente ao seu rosto, apoiando os cotovelos na mesa. — Tem algo para me mostrar?
Sakura sentiu sua boca e garganta secar, mas ela não podia desistir agora. Tentou lembrar de como ela se sentiu naquela noite em que lia a carta do ex-sensei, aquela que a deixou fervendo por dentro, a ponto de querer se materializar na frente dele, abaixar aquela maldita máscara e descobrir o quanto a língua dele poderia trabalhar para satisfazê-la. Tirou calmamente a mochila dos ombros e a jogou no chão devagar, respirou fundo e tentou buscar toda a sua coragem de volta para a superfície e caminhou até ele sem perder o contato visual. Encostou na mesa cruzando as pernas e viu o olhar dele correr até suas coxas grossas que estavam minimamente à mostra.
— Até tenho… mas vim apenas dar um abraço no meu sensei. — O abraçou e sentiu a respiração quente em seu pescoço, era a primeira vez que ouvia a respiração dele tão próxima do seu ouvido e até aquilo era excitante vindo dele, afastou-se alguns centímetros e seus lábios estavam à uma distância perigosa; perigosamente deliciosa. Os olhos estavam presos um ao outro, eles mal piscavam e a Haruno começou a erguer a mão em direção a máscara, recebendo nada além de um olhar sedutor a espera dos seus movimentos. Ele realmente deixaria ela tirar sua máscara?
— Hokage-sama, cadê o… — Os dois viraram em seguida vendo a Yamanaka na porta. — Sakura?
Finalmente tinha conseguido sair da torre e então foi para casa, para o seu apartamento, que ela comprou quando completou dezoito anos, deveria estar completamente empoeirado, teria que fazer uma faxina. Suspirou ao entrar no ambiente e ver a situação que se encontrava, a poeira era o de menos. Caminhou até o quarto e jogou a mochila em cima da cama e em seguida jogou o seu corpo no colchão, caindo em sono profundo. Acordou com batidas insistentes na porta e os gritos estridentes da sua melhor amiga. Levantou devagar e abriu a porta vendo Ino arrumada, Sakura arqueou a sobrancelha. Teria dormido até o outro dia e já era hora do casamento do Naruto?
— Vamos beber? — A loira sorriu largo, e lá foi a Haruno tomar um banho de cinco minutos e a troca de roupa mais rápida de sua vida. As duas saíram em direção ao Ichiraku e pediram duas canecas de cerveja. Conversavam animadas, Ino contava as últimas novidades, como chegou a liderança da inteligência, as fofocas mais quentes que correram por Konoha sobre ela e Sasuke quando foram embora, além das fofocas que ela sabia sobre outras pessoas e como passou os últimos dois anos. — Agora você vai me contar como decidiu deixar o Sasuke?
— Vou precisar de uma bebida mais forte para falar sobre o assunto. — As duas riram e chamaram o garçom. Depois de duas garrafas de saquê, Sakura finalmente terminava suas conjecturas, que já não faziam mais tanto sentido devido ao teor alcoólico que as suas veias carregavam. — E foi por isso que decidi voltar, eu mereço mais, Ino.
— Também acho, você é uma mulher incrível. Sasuke apenas viu o seu potencial tarde demais, mas não se fruste por causa disso. — A loira falava de forma segura. — Tem muitos homens solteiros na Vila.
— Não estou procurando por isso agora… — A Haruno virou uma dose.
— Shikamaru! — A Yamanaka gritou. — Vem aqui!
— Shika. — Sakura tentou levantar para abracá-lo, mas acabou tropeçando e o Nara a segurou pela cintura.
— O quanto vocês já beberam? — O moreno perguntou surpreso.
E depois disso foi um grande branco até a Haruno acordar às 13 horas da tarde com a pior das ressacas, no entanto, sua shishou tinha ensinado um ritual para tirar qualquer efeito colateral da grande quantidade de bebida que tinha ingerido no dia anterior. Suco de melancia bem gelado e um banho quente, era a cura que ela precisava e funcionou. Correu para a casa da Yamanaka e se arrumaram juntas, assim que estavam prontas com seus devidos vestidos caminharam até o local do casamento de Naruto e Hinata. Sakura tentou convencer a amiga a considerar Gaara como seu alvo de flerte naquela noite, mas a Yamanaka não se mostrava muito interessada.
— Vou pensar sobre o assunto… E você? Vai se agarrar com o… — Sakura deu um tapa em seu braço. — Ah! O que você está...
— Kakashi-sensei. Quer dizer… Hokage-sama. — Corrigiu rapidamente e as duas sorriram sem graça.
— Hoje eu sou só o Kakashi, por favor, sem formalidades. — Ele curvou os olhos e elas entraram no local.
Depois da linda cerimônia de casamento do herói da Vila e a princesa do Byakugan, todos foram para o lugar que aconteceria a festa. Sakura, Ino e Hinata bebiam e conversavam em uma mesa alta. A Yamanaka parecia desatenta na conversa delas e então a rosada perguntou se ela estava bem, Ino respondeu com outra pergunta sobre onde estava o Gaara e saiu. A Haruno achou tudo aquilo tão estranho, correu os olhos para tentar ver onde a loira estava indo, mas então viu Kakashi com o olhar voltado para si. Sorriu sem graça e tinha certeza que suas bochechas estavam coradas. Ela mordeu o lábio e o viu sair por trás das tendas, o que era estranho, pois não tinha nada lá, aquilo era um convite? Informou as amigas que iria ao banheiro e seguiu o Hokage pela mata escura até encontrar um pequeno lago e Kakashi sentado no pier olhando o céu.
— As estrelas são lindas quando não há luz, não é? — Ele virou para ela e Sakura deu alguns passos, sentando ao lado dele em uma distância segura das safadezas que rondavam sua mente.
— Sim, por isso eu gosto de viajar à noite, por mais que Sasuke dizia que era perigoso. — Ela admirava o céu estrelado acima de si.
— Ele estava certo. — Sakura respirou fundo abaixando a cabeça e mordeu o lábio ansiosa. — Você está bem?
— Eu… me desculpe pelas cartas. — Ela olhou nos olhos negros sobre si e acariciou as próprias mãos como se tentasse se acalmar.
— Por que exatamente está se desculpando? — O prateado franziu o cenho.
— Eu fui… — ela desviou os olhos para baixo —, desrespeitosa com o Hokage. — Kakashi riu fraco, como que do nada aquela mulher que mandou provocações e palavras de duplo sentido poderia estar tão envergonhada agora?
— Sakura. — Ela o mirou novamente e Kakashi se aproximou dela. — Tem certeza que quer pedir desculpas? — Os dedos dele foram para a borda da máscara e a Haruno arregalou os olhos em surpresa.
Seu coração disparou, ela veria o rosto de Kakashi? Depois de tanto o time 7 tentar descobrir o que havia por baixo da máscara, ele a mostraria. A cada centímetro revelado ela sentia seu corpo ganhar um grau celsius positivo, ela estava estática esperando o próximo movimento e quando o rosto foi totalmente exposto, ela ficou boquiaberta com a beleza do Rokudaime.
— Não, não vou, mas acho que eu vou precisar me desculpar antecipadamente pelo meu próximo comportamento. — Agarrou a nuca do prateado e o puxou para um beijo, ela sentiu um calor se apossar de si com tamanha força que poderia se jogar naquela água apenas para diminuir sua temperatura. A mão de Kakashi foi direto para a cintura da kunoichi e as línguas se conheciam de forma curiosa. Separaram-se pela falta de ar e se encararam.
— Não se desculpe, pois serei obrigado a fazer o mesmo. — Ele a puxou pela cintura para o colo dele e então tomou seus lábios em um beijo necessitado. Aquelas cartas tinham aflorado o pior dos dois, e a linha que os separava, parecia nem nunca ter existido.
Entraram no apartamento de Kakashi aos beijos, tropeçando pelo caminho ao tentarem tirar as roupas de forma apressada e já apenas com roupas íntimas Sakura se enroscou na cintura dele. As mãos do Hatake desceram até o quadril farto para apertar a carne branca, e foi puro deleite para ele ouvir o gemido em resposta próximo de sua orelha. Seu pênis chegou a vibrar ao sentir as unhas rasgando a pele de seus ombros quando mordeu o pescoço da kunoichi. A rosada tirou seu sutiã com urgência e se jogou na cama aproveitando o show particular do Hatake tirando a cueca. Ela mordeu o lábio quando viu o pênis grande e ereto a sua frente, ajoelhou na frente dele e o abocanhou sem cerimônias.
— Ah… Sakura. — O Hatake grunhiu ao sentir a língua aveludada desfilando da base até sua glande. Enfiou os dedos nos fios rosas e revirou os olhos quando ela começou os movimentos de vai e vem. Os lábios húmidos escorregavam com facilidade, Sakura aproveitava cada segundo, sua excitação estava no limite, e Kakashi mal tinha encostado nela.
— 'hm, sensei. Tão gostoso… — Uma das mãos dela agarrou a base e ela começou a masturbá-lo enquanto o sugava. Podia sentir no céu da sua boca o pau de Kakashi latejar. Ele sentiu um calor insano subindo por todo o seu corpo e se concentrar em seu membro, saindo em formato de jato atingindo a garganta de Sakura. Ele tinha gozado com o melhor oral que já tinha recebido, talvez a bebida tenha facilitado, ou a Haruno era realmente boa no que fazia.
— Minha vez de provar... — Apontou para a cama e a Haruno obedeceu deitando bem no meio do colchão.
Kakashi debruçou-se sobre ela e começou em seu pescoço, uma parte sensível para a Haruno, que ele já tinha percebido. Desceu até os mamilos rosados que estavam durinhos e os lambeu, chupou e mordiscou, arrancando um gemido sôfrego da mais nova. Suas mãos exploravam o corpo dela como se quisesse conhecer cada parte erógena. Lambeu do umbigo até o monte de vênus ao retirar a calcinha e se afundou no meio das pernas dela abraçando suas coxas grossas com força. Sakura gemia, nunca tinha sentido tanto prazer em um oral antes, Kakashi parecia saber exatamente o que fazer para levá-la à loucura.
— Kaka...shi… — Ela agarrou os cabelos brancos com uma mão e o travesseiro com a outra, arqueou as costas ao sentir dois dedos a penetrando, aquilo só a aproximou ainda mais do seu ápice iminente.
Sentia suas pernas tremerem e aquela sensação inquietante tomando conta de todo o seu corpo. Sentiu a ponta da língua do Hatake circular seu clitóris diversas vezes e isso foi o suficiente para gritar seu nome enquanto se desfazia em um orgasmo. Ela definitivamente nunca tinha sentindo tal coisa, nunca havia gozado com sexo oral e aquilo tinha sido surreal.
Sakura tentava recuperar o fôlego de olhos fechados enquanto Kakashi a olhava de relance. Ela estava linda deitada na cama dele, os longos cabelos rosas espalhados pelos lençóis, tão cinzas, e as bochechas minimamente coradas, ela dava cor ao lugar. O Hatake se permitiu esboçar um meio sorriso, mas em seguida se repreendeu mentalmente, aquilo não poderia ser nada além de sexo. Balançou a cabeça para espantar tais pensamentos e subiu de volta até a boca dela e chupou seu lábio inferior antes de cravar os dentes ali. Passeou as mãos por todo o corpo que ainda vibrava em baixo de si, a rosada o mirava com um desejo que nunca sentiu antes, o queria por completo, queria ele a preenchendo.
— Vem, Hokage-sama, me faça sua… — Ela apertou os ombros do mais alto e sorriu sacana mordendo o lábio.
— Isso foi proposital? — Ele sorriu de canto e pela expressão da Haruno, entendeu tudo.
Kakashi sentou em seus calcanhares e a puxou para o seu colo, que sentou com maestria em seu pênis, fazendo que os dois rosnassem de prazer quando ela começou a rebolar. As peles suadas grudavam com tamanho contato, com tamanha sede de estarem juntas, ele agarrou a cintura dela para ajudar na movimentação e os gemidos se misturavam em alto e bom som; aquilo estava bom demais. Desceu uma das mãos e apertou a bunda de Sakura, que pendeu a cabeça para trás enquanto respirava de maneira descompassada, agarrada ao pescoço do Hatake, ela cavalgava com vontade até os dois se desfazerem em um orgamos potente que jogou os dois de volta no colchão tentando recuperar o fôlego. O sexo entre eles tinha sido de outro mundo, não podiam ser hipócritas e Kakashi com certeza gostaria de repetir.
Levantou com cuidado, recolheu suas roupas e se vestiu, saindo dali em seguida para voltar ao seu apartamento. Enquanto caminhava pela rua, pensava no quanto aquilo tinha sido excitante em vários níveis. Ela sabia que ele seria no mínimo muito bom, já que dedicava a maior parte do seu tempo a ler livros eróticos. Revirou os olhos com a sua constatação, contudo, não achava que ele seria excepcional. Mesmo assim, era isso, foi ótimo, porém ele ainda era o Hokage e seu ex-sensei.
Kakashi acordou passando a mão pelos lençóis e encontrou um grande vazio, claro, aquele que normalmente saía na surdina todas as vezes após transar com alguém, tinha provado do seu próprio remédio e o gosto não era nada bom. Ele levantou se espreguiçando e seguiu para o banheiro para tomar um longo banho, iria passar o domingo da melhor forma que poderia: lendo Icha Icha.
A segunda-feira chegou como um flash, o Hatake acordou cansado, tinha ficado até tarde lendo seu livro preferido e se praguejou por isso quando sentiu as pálpebras mais pesadas que o normal. Bocejou a caminho do seu chuveiro e quando ia começar seu banho ouviu batidas insistentes na porta. Bufou alto para os azulejos, enrolou uma toalha na cintura, vestiu sua máscara e abriu a porta dando de cara com Shikamaru.
— Missão urgente, venha rápido para o escritório. — Foi tudo que o moreno disse antes de seu clone virar fumaça.
Kakashi respirou fundo, voltou para tomar um banho rápido e terminou de colocar seu uniforme se dirigindo à torre do Hokage em seguida. O Nara informou do que se tratava e então o Rokudaime pediu para chamar a Yamanaka e o Akimichi, eles seriam a equipe perfeita para a missão. Apesar de não querer mandar o seu conselheiro e a sua chefe da divisão da inteligência ao mesmo tempo para fora da Vila, a formação Ino-shika-cho seria o mais indicado para ter excelência. Designou o que eles fariam e então os viu sair do escritório, olhou para alguns papéis em sua mesa apenas para disfarçar o seu semblante antes de mandar a Haruno entrar.
Após tomar um banho e colocar seu uniforme, Sakura saiu do seu apartamento com uma missão importante naquela segunda-feira. Chegou ao hospital e foi diretamente na recepção, pedindo para falar com a presidente do hospital, Tsunade Senju. A sua shishou a recebeu em sua sala com um sorriso no rosto, estava feliz de ter sua pupila novamente em Konoha. A grande missão era pedir pelo seu cargo de volta e claro que Tsunade ficou mais do que feliz em aceitá-la no corpo de Ninjas médicos do hospital de novo. Sakura tinha realmente superado até mesmo ela em alguns aspectos, por que não a aceitaria? Então, a Tsunade assinou alguns papéis e pediu para que ela fosse entregar ao Hokage. Esse detalhe fez Sakura engolir em seco, não queria ter que ver Kakashi, pelo menos, não tão cedo.
Caminhou do hospital até a frente da torre com vários pensamentos em sua cabeça, aquela barreira que eles cruzaram definitivamente não teria volta, mesmo que decidisse construir uma nova, talvez até pudesse dar certo, mas até quando? Contudo, algo como sua eu interior começou a conjecturar o porquê dela estar tão preocupada com isso, ela transou com o Hokage, e daí? Ele já deveria ter fodido várias por aí, mas não era bem por isso, era? Kakashi era seu ex-sensei e era isso que a deixava preocupada de certa forma. Pensou então em ir ver a Ino antes do Hatake e finalmente contar sobre suas inseguranças, porém, quando chegou a sala dela, era ela que não estava muito bem.
A Yamanaka tinha discutido com o melhor amigo, por Kami, era tão óbvio que se gostavam e quando Sakura estava prestes a dizer o que pensava, foi interrompida por um Jounin chamando a loira para falar com o Hokage. Seguiu caminho com a loira e ficou esperando em frente às portas duplas do escritório do Rokudaime, assim que Ino, Shikamaru e Chouji saíram, ela os cumprimentou e então bateu na porta mesmo estando aberta.
— Entre, Sakura. — O prateado falou sem olhar para ela, que entrou fechando a porta atrás de si e pensando que era madura o suficiente para conseguir encarar o Hatake, mesmo após a melhor transa da vida dela.
— Bom dia, Hokage-sama. Preciso que assine alguns documentos para minha volta ao meu cargo no hospital. — Colocou os papéis em cima da mesa e ficou aguardando.
O Rokudaime a mirou e cruzou as mãos em frente ao queixo, velha mania que ele possuía.
— Por que me deixou acordar sozinho? — Ele indagou simplista, não tinha que cobrar nada dela, mas quis tirar suas dúvidas, e Sakura sentiu como se seu corpo estivesse formigando. Ele sempre causava essa sensação nela .
— Sou um caso de uma noite só? — O Hatake, vendo que ela começou a ficar nervosa e levemente corada, resolveu provocar. O sexo deles era gostoso, então por que parar? — Assim você me faz desejar que esteja longe para podermos continuar trocando cartas.
— Ka-kakashi-sen… quer dizer, Hokage-sama! — Corrigiu-se e se xingou mentalmente por ter levantado a voz. — Não fale dessa forma.
— Não foi problema enquanto estava na minha cama. — Sakura mordeu o lábio com força e olhou para um canto qualquer daquela sala, que já estava ficando pequena demais para os dois. Kakashi se levantou, caminhou até ficar à frente da mesa grande de madeira para se encostar nela. Levou sua mão ao queixo coberto, como se estivesse pensando. — Já que vamos olhar para essa situação dessa forma, qual a punição que eu deveria dar a você por seduzir o Hokage?
— Por eu o que ?! — Sakura se exaltou, estava incrédula.
— Ah, sim. Você me seduziu e me levou para cama. — O prateado estreitou os olhos. — Quais eram suas intenções? Roubar alguma informação do pobre Rokudaime?
— De pobre você não tem nada, Kakashi-sensei, talvez seu espírito, já que está sendo tão idiota. — Ralhou com ele, que soltou uma risada gostosa e se aproximou do ouvido da Haruno.
— Me mostre o quanto você está disposta a me provar o contrário. — Aquela voz rouca tão perto, de maneira tão maliciosa a fez desejar coisas que nem o seu cérebro foi capaz de imaginar todas elas naquele momento. Seu braço circulou o pescoço do Hokage e a outra mão foi diretamente para sua máscara, as línguas brigavam e a mão de Kakashi acertou o traseiro farto da Haruno causando um estalo alto.
— Você vai se arrepender disso.
— Ah, eu duvido muito — falou de forma arrastada e voltou a beijar com volúpia os lábios macios da Haruno, enquanto deslizava os dedos para dentro de seu vestido.
— Pervertido! — Kakashi alcançou sua intimidade e pressionou seu clitóris por cima do tecido.
— E você adora… o quanto eu sou pervertido, não? — Ele sussurrou na orelha de Sakura antes de lamber seu lóbulo enquanto ainda fazia movimentos circulares em sua boceta. A Haruno soltou um gemido e agarrou os ombros de Kakashi como se tentasse inutilmente forçar o seu corpo a se desvencilhar dele.
— Tsuna...de está me esperando. — Sua voz falhou ao sentir os beijos molhados pelo seu pescoço.
— Você tem um tempinho para gozar 'pra mim, não tem? — O Hokage invadiu a calcinha e notou o quanto estava encharcada, exibindo um sorriso ladino para ela.
— Convenci… ah… — Gemeu alto com os dois dedos a penetrando, Kakashi trabalhou duro até prover um orgasmo deliciosamente satisfatório para Sakura, e como ele sabia disso? Além dos gritos, que rezou para que ninguém tivesse ouvido, a marca dos dentes da Haruno em seu ombro viraria um roxo evidente daqui há dois dias.
Sakura chamou a Godaime e então foram examinar a loira, que estava desacordada e pelo que parecia, presa dentro de sua própria mente. O Nara parecia desesperado e ela bem sabia que aquilo era bem mais do que apenas amizade.
— Você a ama, não é? — A rosada perguntou e em seguida recebeu um abraço do mais velho. Dois idiotas que não assumiam logo o que sentiam.
Quando a Senju disse que os ninjas da inteligência tirariam ela desse coma induzido a Haruno ficou mais tranquila, respirou aliviada, pois logo ela estaria escutando xingamentos da melhor amiga novamente. Depois do dia conturbado, Sakura caminhou, ou melhor, arrastou-se até o seu apartamento; estava exausta. Poderia ser comparada a um zumbi, caso tivessem visto ela na rua.
— Ah! — Ela gritou assim que abriu a porta do apartamento.
— Calma, vim apenas deixar esses documentos que esqueceu ontem em meu escritório. Precisa deles, não? — Kakashi falou calmamente enquanto apontava para os papéis em cima da mesa.
— Por Kami, quase infartei, Kakashi-sensei. — Sakura respirou fundo com a mão em seu peito.
— Ora, se recomponha, você é uma ninja, não sentiu meu chakra? — Caminhou até a porta passando por ela.
— Estou muito cansada para reparar nisso — suspirou soltando a bolsa em cima da mesinha ao lado da porta.
— Boa noite, Haruno. — Ela sentiu aquele redemoinho em seu estômago novamente, mas resolveu ignorar.
— Já que está aqui… — o Rokudaime parou —, não quer tomar um chá comigo? — Ele virou para ela com um sorriso indecente por baixo do pano.
— Chá de que? — Riu contido, voltando para dentro do apartamento e sentando à mesa, encarando Sakura, que lançou um olhar de reprovação e fechou a porta. Quem eles estavam querendo enganar? Aquilo estava virando algo além de apenas sexo.
Kakashi rolava na cama tentando dormir, tinha ficado quando Sakura pediu e eles não fizeram nada além de conversar sobre a vida. Ele sabia exatamente o motivo daquilo o incomodar tanto, sabia que o caminho que se seguiria a partir dali talvez fosse perigoso, sem volta. Definitivamente. A Haruno fazia com que ele sentisse aquela vontade de ficar, coisa que nunca sentiu e isso estava mexendo com sua mente.
— Logo com quem, seu idiota… — murmurou se xingando.
E Sakura não estava melhor do que ele há alguns quarteirões dali, sentiu seu pobre estômago lhe alertar diversas vezes, aquelas famosas borboletas estavam agitadas e mesmo assim escolheu não levá-las em consideração. Ela bufou forte como se reclamasse com alguém, mas estava sozinha em seu quarto, sentindo falta de um certo prateado naquela cama.
O dia começou conturbado, Sakura estava ajudando Tsunade com alguns pacientes, fora os que ela já tinha em sua agenda devido ao hospital estar lotado. Aquilo parecia até ser bom, manteria sua mente ocupada, sem tempo para pensar em besteiras, ou em alguém. Entrou em sua sala para finalizar alguns relatórios e foi obrigada a tirar suas sandálias de salto, seus pés doíam exponencialmente e então os colocou em cima da mesa e cruzou as pernas. Jogou a cabeça para trás e suspirou buscando um pouco de relaxamento.
— Boa tarde, Sakura. — A Haruno se foi ao chão com o susto que levou. Olhou para a janela e viu Kakashi olhando por cima do livro para si. — Você está bem?
— Você não sabe usar portas? Ou avisar quando está pretendendo fazer uma visita? — A rosada ralhou com ele e se levantou apoiando-se na mesa, voltando a se sentar em sua cadeira.
— Bom, vejo que está desocupada. — O Hatake pulou para dentro da sala da Haruno e sentou-se na cadeira que ficava do outro lado da mesa de madeira.
— Quem disse isso? — Ela arqueou a sobrancelha.
— Quando cheguei você estava com os pés para cima, acredito que esse seja um motivo para eu achar que está desocupada.
— Eu estava descansando, pois não parei um só segundo, ainda nem almocei.
— ‘Oh, ótimo. Foi para isso que vim.
— Para descansar? — Ela franziu o cenho. — Vá para casa, oras. Hospital é um lugar para pessoas doentes, não está doente, está? — Ela cruzou os braços em frente ao peito.
— Para te chamar para almoçar, Haruno. — Sakura engoliu em seco e corou desviando o olhar dos ônix.
— ‘Hm — murmurou. — Não posso, preciso terminar algumas coisas. — Da mesma forma que Kakashi entrou, ele saiu, acenou para Sakura enquanto sumia de suas vistas, ela tentava ao máximo não mudar de ideia. A verdade é que ela queria e queria muito, mas o que as pessoas pensariam ao ver eles almoçando juntos? Não, isso daria um falatório sem precedentes.
O Rokudaime não se sentiu ofendido, ele sabia muito bem o motivo da recusa, ele também tinha esse medo, no entanto, pensou que talvez se as pessoas vissem eles juntos aos poucos não achariam tão absurdo quando vissem…
— Quando vissem o que? — O Hatake se repreendeu. O que ele estava sugerindo em seus pensamentos? Caminhou até o Ichiraku e comprou seu almoço levando consigo para seu escritório. Já estava mais do que acostumado a almoçar sozinho em sua sala, porém, foi a primeira vez que desejou não estar.
Sakura saiu do hospital já era tarde, a noite já havia caído e ela só queria chegar em seu apartamento, tomar um longo banho de banheira e hibernar até a manhã seguinte. Fazia alguns dias que não via Kakashi, será que ele tinha ficado chateado por ela ter negado o almoço? Não, ele deveria estar ocupado, afinal, ele era o Hokage.
— Sakura-chan! — Ouviu a voz de Naruto e olhou para o Ichiraku vendo ele e o Hatake sentados em uma mesa; ocupado, 'ham ? Sakura revirou os olhos com seu pensamento e caminhou até eles. — Quer jantar com a gente?
— Estou muito cansada, Naruto — falou e logo viu o rosto triste do Uzumaki. — Mas preciso comer, certo? — Sorriu sem graça e sentou junto a eles, recebendo um sorriso largo do loiro.
— Não tenho te visto pela Vila, Sakura-chan. Você já tinha visto a Sakura depois do meu casamento, sensei? — O Uzumaki olhou para Kakashi e a Haruno mirou o Hatake de soslaio, pôde jurar que tinha um sorriso sacana por baixo da máscara.
— ‘Oh, sim — falou de forma desinteressada. — Quando ela voltou para o hospital ela levou uns documentos para eu assinar. Pude… — ele encarou os olhos esmeraldinos —, botar o papo em dia. — Sakura estreitou os olhos como se desse um sermão mudo, o que fez o Rokudaime rir anasalado.
Sakura pigarreou antes de falar:
— Bom, vamos pedir um lamen. Faz tempo que não como um.
Após o jantar, que só não foi em absoluto silêncio por que Naruto não parava um só minuto de tagarelar, mas pelo menos fez aquilo não parecer esquisito, caso fosse só os dois as pessoas com certeza falariam. Sakura não era mais uma menina, era adulta, solteira e o Hokage um homem cobiçado por toda a vila, não queria ficar falada quando tinha acabado de voltar.
— Leve a Sakura-chan em segurança para casa, Kakashi-sensei! — Naruto exigiu enquanto se despediam em frente ao Ichiraku.
— Pode deixar. — Kakashi colocou a mão suavemente nas costas da Haruno. — Vamos?
Caminharam lado a lado em silêncio, apenas o barulho dos passos eram ouvidos na rua de terra. Sakura ficou repassando em sua mente, procurando um motivo pelo qual ela não podia ou pelo menos não deveria ter uma relação com Kakashi. Chegaram em frente ao prédio de três andares onde a Haruno morava e se encararam.
— Está entregue. — Kakashi virou-se para continuar a andar para o seu apartamento. — Boa noite, Sakura.
— Fica. — Ele parou após alguns passos e virou, vendo os olhos esmeraldinos o fitando e foi ali, que ele viu que não teria volta.
Acariciou o rosto de Kakashi, que ainda estava dormindo naquela manhã ensolarada, passou o polegar pelo final da cicatriz em seu olho esquerdo, desceu até seu ombro onde tinham mais algumas e chegou até o "x" que carregava no peito da 4 Grande Guerra Ninja. Estava distraída olhando os vestígios deixados em seu corpo por missões que cumpriu, Kakashi certamente era um Ninja experiente, tinha a impressão de que ele não as curava completamente para lembrá-lo de que ser um shinobi era poder morrer a qualquer momento.
Sentiu a mão dele puxá-la para mais perto e em seguida o beijo em sua testa. Aninhou-se nos braços do mais alto sentindo aquele calor que só ele fazia ela sentir por apenas estar ali ao seu lado; era acolhedor.
— Bom dia.
— Bom dia, Hokage-sama.
— Por favor, Sakura. Estamos nus em sua cama, poderia me chamar apenas de Kakashi? — Ela sentiu as bochechas esquentarem.
— Posso, Kakashi. — Ele sorriu satisfeito ainda de olhos fechados e a abraçou mais forte. — Não deixei você acordar sozinho hoje.
— Mas nem poderia, estamos na sua casa. — Ela riu e se afastou dele para admirá-lo sem máscara. Selou os lábios rapidamente e levantou.
— Poderia sim, já que tenho pacientes para atender. — Caminhou até o banheiro. — Vou tomar banho.
— Hoje é sábado. — O Hatake debruçou-se na cama para visualizar a porta do banheiro.
— Também trabalho no sábado. — Colocou a cabeça no batente da porta sorrindo maliciosamente. — E você também. Quer me acompanhar antes do expediente, Kakashi? — Ele sorriu ladino antes de levantar e se juntar a ela no banheiro.
Sakura caminhava de um lado para o outro na recepção do hospital esperando Shikamaru aparecer. A ansiedade tomava conta cada vez mais e ao ver o Nara cruzando as portas de forma desleixada com as mãos no bolso, não se conteve. Correu até ele.
— O que houve? — O moreno perguntou.
— Eles descobriram, Shika. Descobriram como trazer ela de volta. — A Haruno sorriu mordendo o lábio. — A sessão vai começar agora, vem! — Puxou ele pelo pulso e foram em direção ao quarto da Yamanaka.
Depois que a Ino acordou perfeitamente bem e todos os exames constatarem isso, Sakura seguiu para a sua sala. Sentou na cadeira para escrever seus relatórios do dia, antes de deixar o expediente, respirou fundo e logo ela ouviu batidas na porta. Ajeitou sua postura e pediu para que quem quer que fosse, entrasse.
— Boa tarde, Sakura-san. O Hokage-sama pediu para que lhe entregasse isso. — O ninja entregou um pergaminho e em seguida deixou a sala. Sakura franziu o cenho e o abriu.
Sakura,
Preciso urgentemente que você me conceda um jantar, estou com saudades. 20 horas no meu apartamento, eu cozinho?
Hatake Kakashi.
A Haruno jogou a cabeça para trás rindo da audácia do Hokage, uma carta em plenas 15 horas da tarde, estava ele com saudade só de si ou de quando trocavam cartas? Ela tinha que confessar que também sentia falta daqueles meses em que trocou cartas com Kakashi, eles sem dúvidas foram reveladores. Ela nunca sentiu o que sente ao lado do Rokudaime. Isso poderia parecer um pouco inusitado, nunca tinha pensado nele como um homem em potencial para si, no entanto, era isso que ele tinha se tornado, certo?
Hokage-sama,
Está com saudade de mim ou das cartas? Caso isso fosse algum fetiche era só falar. Claro, lhe concedo o jantar, com uma condição… Que eu leve a sobremesa.
Sakura Haruno.
Ah, a vida... Ela era extremamente maravilhosa. Poder estar com Sakura era viver em expectativa de como ela iria reagir a algo. Uma hora suas bochechas tomavam tons de vermelho e em outra, ela respondia de forma sedutora e segura. O Hatake amava as duas facetas que ela possuía, ela tinha fisgado o coração solitário dele sem nem mesmo ele perceber. Quando viu, estava enrolado nos lençóis com cheiro de morango dela por mais vezes que imaginou, mas não havia outro lugar em que desejasse acordar.
Quando Kakashi chegou em casa, tomou banho, colocou uma roupa confortável e começou a cozinhar. Faria um peixe grelhado, legumes refogados e arroz, ele sabia que ela gostava de uma boa comida caseira. Estava compenetrado cortando cada legume e ouviu batidas calmas na porta, lavou as mãos e foi até a entrada as secando no pano de prato. Abriu a porta e viu Sakura com um sobretudo e um sorriso, um tanto indecente, que brincava nos lábios rosados.
— Achei que fosse trazer a sobremesa.
— E eu trouxe. — Abriu o sobretudo e o Hatake abriu a boca, achou que o tempo havia parado diante de tal visão. A lingerie verde água, com fitas azuis nas laterais da calcinha e no feixe no meio do sutiã de rendas, tal qual um presente a ser desembrulhado. — Quer comer o doce antes do jantar?
O Hokage não pensou duas vezes, puxou a Haruno pela cintura para dentro do apartamento com tamanha força que ela foi direto para o seu colo, suas pernas prenderam em sua cintura e os braços em seu pescoço. As bocas se encontraram com uma pressa descomunal, as línguas se enrolavam e a mão de Sakura foi na nuca no prateado arranhando sua pele. Os beijos molhados desceram para o pescoço e logo estavam no vale dos seios.
— O cheiro está delicioso… estou louco para provar. — Kakashi puxou o laço do sutiã com os dentes e viu ele abrir aos poucos revelando os mamilos durinhos de tesão. Deliciou-se ali circulando a língua e ouvindo o ronronar dela em seu colo.
— Você poderia me levar para cama, ainda estamos na entrada, Kakashi. — O Rokudaime acordou do seu transe, fechou a porta com seu pé e caminhou até a cozinha.
— O lugar certo para comer uma sobremesa é aqui, não? — A colocou sentada na mesa da cozinha fazendo ela rir baixo e então ele deslizou o sobretudo pelos ombros da mais baixa enquanto Sakura sorria safada ao tirar a camiseta dele. Os beijos ficavam cada vez mais profundos, intensos e saborosos, Kakashi escorregou os dedos compridos pelas curvas até os laços nas laterais da calcinha pequena que ela vestia. — Você adora me provocar com essas coisinhas minúsculas. — Puxou a ponta de uma das laterais e ela mordeu o lábio, puxou o outro e tirou o pano de suas vistas. Viu a boceta da Haruno brilhar de excitação e então, ajoelhou-se arrastando a língua pelas coxas dela antes de se afundar entre seus lábios.
— Ah, Kakashi… — A rosada agarrou os cabelos brancos e pendeu a cabeça para trás aproveitando as sensações. A língua dançava em seu clitóris, arrancando a melhor das melodias para Kakashi; os gemidos encorpados e cheios de prazer de Sakura. — Não… para, ‘oh, sim, Ka-kakashi-sensei.
Por kami , ela ia levá-lo à loucura e mal estava o tocando. O Hokage enfiou dois dedos e a estocou com precisão, lambia e chupava seu ponto de maior prazer e sentiu as unhas cravarem em seus ombros o fazendo sentir tesão e dor ao mesmo tempo. O interior dela apertou seus dedos e o grito veio preenchendo o ambiente. Kakashi levantou e chupou seus dedos olhando diretamente nos olhos verdes, onde as pupilas já estavam dilatadas de tanta luxúria.
— Adorei a sobremesa.
— E agora eu quero o prato principal. — O puxou com as pernas fazendo as intimidades friccionar. O Hatake a puxou mais para a ponta da mesa, abriu a calça colocando seu pau, que já estava duro, para fora e começou a penetrá-la, os dois gemeram em deleite, a cada centímetro que ele se colocava dentro dela as ondas de calor viajavam pelos seus corpos. — Por Kami, Kakashi, me fode com força! — Ele não poderia ter ouvido coisa melhor, impulsionou seu quadril com rapidez e foi fundo dentro dela, recebendo um grito em resposta.
— Você está… tão quente — falou entre suspiros enquanto metia forte, agarrado as nádegas de Sakura, ele a puxava com força para si, fazendo ela revirar os olhos de tanto prazer.
— É culpa sua… — a Haruno respirava forte —, de quatro — falou baixo extasiada de tanto prazer. Separam-se e então a rosada desceu da mesa e debruçou-se nela, empinando a bunda em direção a Kakashi, que ficou perdido olhando aquela cena. — Kakashi? — O chamou e então, ele não resistiu, lançou sua palma na nádega esquerda de Sakura, que gritou em surpresa. — De novo…
— Que? — perguntou incerto.
— Me bate… de novo. — Ela falou com a voz embriagada pela excitação. O Hatake estralou mais uma palmada e o gemido que veio em sequência fez ele perder completamente a cabeça. Enterrou-se em sua boceta, rosnando ao sentir o quão molhada ela estava, desferiu mais um tapa, dessa vez no quadril. — Ah, Kakashi… Eu vou gozar… — Puxou um dos braços da Haruno para trás, a outra mão encaixou na curva do seu quadril e ele arrebatava forte e fundo, do jeito que ela pediu. O Hokage teria sérios problemas caso algum vizinho reclamasse, pois os gemidos estavam deliciosamente ensurdecedores. Chegaram ao ápice completamente exaustos, suados e ofegantes.
— Foi o melhor jantar... de toda a minha vida.
Levantou da cama devagar para não acordá-la, colocou sua calça e a olhou dormindo de bruços, o lençol cobria apenas seu quadril. As curvas sinuosas que ela tinha eram de fazer qualquer um ficar vidrado, assim como ele, que parecia olhar a mais bela das obras de arte. Foi até a cozinha e preparou um café, voltou ao quarto com duas xícaras, que colocou na mesinha de cabeceira, sentou na beirada da cama admirando a beleza matinal da kunoichi e retirou alguns fios rosáceos que cobriam seu rosto. Beijou a testa da mais baixa e viu seus olhos apertaram, para então abrir, revelando aquele verde vivo, tal qual uma esmeralda recém lapidada.
— Bom dia.
— Bom… dia. — falou entre bocejos. — Estou atrasada? — Sakura sentou na cama encostando na cabeceira, sem se importar com a nudez.
— Não, não estamos. — Entregou o café a ela e curvou os lábios.
— Arigatou. — Bebericou o líquido. — 'Hm. Está me acostumando mal… Seu café é melhor que o meu, vou querer todos os dias. — A Haruno falou divertida, mas quando viu o sorriso lateral do Hatake percebeu o que tinha dito e arregalou os olhos. — Quer dizer… eu… não quis… — Foi calada com a um selinho.
— Vai ser um prazer. — Kakashi levantou e foi para o banheiro, deixando a rosada de bochechas coradas e um sorriso bobo nos lábios.
Sakura estava trabalhando sorridente, acordava com o Hatake já fazia alguns dias, fosse na casa dele ou na sua. Parecia ser tão fácil e simples dentro das paredes de seus apartamentos, no entanto, infelizmente não era. Ser o Hokage trazia tantas responsabilidades quanto visibilidade, o que tornava sua vida um inferno, pois todos achavam que poderiam dar palpite e impor regras sobre ela. Kakashi sabia disso, e a Haruno também.
A Senju pediu para que a Sakura levasse os relatórios de gastos do mês que faltaram para o Rokudaime, ou melhor, os relatórios que ela "perdeu" por terem transado da última vez que ela foi os entregar. Chegou na torre e bateu nas portas duplas, recebendo a liberação para sua entrada.
— Os relatórios… — Ela os deixou em cima da mesa e foi saindo.
— Onde vai? — Kakashi perguntou e ela parou, virando-se para ele.
— Não podemos, acabamos rasgando os documentos da outra vez. — A Haruno riu e o Hatake a acompanhou. Ele levantou da cadeira e foi em direção a ela, que sorriu de canto.
— Só um beijo, eu mereço vai. — Ele beijou o pescoço, o colo e subiu para a boca de Sakura enquanto apalpava sua bunda. Os braços da rosada circularam o pescoço do Rokudaime. — Era só um beijo… — Os dois riram e em seguida ouviram a porta abrir, viraram rapidamente vendo a Ino os encarando incrédula.
— Ino!
— Eu volto depois. — A loira bateu a porta com força fazendo os dois comprimir os ombros com o barulho, e Sakura foi logo correndo atrás dela gerando uma discussão entre as duas no meio do corredor, a qual não acabou bem e as lágrimas da Haruno eram amparadas por Kakashi em seu escritório.
— Sakura… — O Hatake a chamou e ela se afastou de seu peito o encarando com as esmeraldinas ainda brilhando das lágrimas. — Você quer assumir o que temos? — A rosada arregalou os olhos, estava atônita, era sério aquilo? — Se você não quiser está…
— Quero. — Ela o cortou. — Eu nunca quis tanto algo. — Ela acariciou o rosto dele. — Kakashi… eu… te amo.
O Rokudaime apesar de ter ficado chocado com as palavras dela, sabia que também a amava. Eles poderiam sofrer ataques, falatórios e gente querendo os separar, ou achando um absurdo um ex-sensei com a sua aluna. Kakashi abaixou a máscara e sorriu com os dentes brancos perfeitos, e a Haruno o admirou como em todas as vezes em que ele tirava o bendito pano da frente da beleza que escondia. Ele a puxou pelo queixo e a beijou.
— Seremos o assunto do momento na Vila. — O Hatake comentou, pois ele queria ter a certeza que ela não tinha tomado essa decisão por impulso e que estava ciente de todas as complicações que viriam com ela.
— Eu não me importo. Eu sei que vamos ter que lidar com idiotas falando sobre o que eles nem sabem. — Sakura apoiou a mão na nuca do prateado e sorriu. — Mas desde que eu esteja ao seu lado… não importa.
— Eu amo você, Sakura. Que fique claro que não estou… — Ela o beijou como se sua vida dependesse disso, seu coração batia rápido e sentiu todo o seu corpo formigar. O mirou com os olhos marejados, dessa vez de felicidade.
— Eu sei.
Depois que Sakura foi até a casa da Ino e as duas tiveram uma conversa esclarecedora, onde a Haruno contou tudo que tinha acontecido, ela se dirigiu para o seu apartamento, queria apenas raciocinar tudo que tinha acontecido e principalmente, o que tinha decidido. Eles então se assumiriam como… Casal? Namorados? O que eles eram? Chegou em casa, jogou a bolsa em cima do sofá e ao chegar em seu quarto foi tirando a roupa a caminho do banheiro, queria apenas um banho de banheira relaxante. Abriu a porta e viu o Hatake com água até o meio do peito lendo Icha icha, ele a mirou por cima do livro e sorriu.
— Estava esperando você. — Ela curvou os lábios. Era como se ela esperasse que ele estivesse ali, e ele estava, isso fez um sorriso brotar em seus lábios. Ela tirou a lingerie e entrou na banheira sentando no meio das pernas dele. — Como foi com a Yamanaka?
— Foi… diferente. Ela entendeu, me abraçou e disse que me apoiaria. — Sentiu os braços fortes de Kakashi a rodearem, em seguida o beijo carinhoso na nuca e seu queixo estacionou em seu ombro.
— É claro que ela entenderia, ela é sua melhor amiga.
— Eu tô com medo… — Sakura acariciou os braços do Hatake.
— Eu também estou. — Ele desabafou. — Não vai ser fácil, você sabe, mas contanto que a gente encare isso de frente e juntos, vai dar tudo certo. — Ela virou para olhá-lo nos olhos.
— Amanhã sairemos daqui como um casal.
— Sim, senhora, dona Haruno. — Ele beijou a ponta do nariz dela e os dois riram. — Como minha namorada.
— Não lembro de ter aceitado nenhum pedido. — Ela cruzou os braços e fez bico.
— Haruno Sakura, você aceita namorar com esse velho já na terceira idade?
— Kakashi! — Desferiu um tapa no ombro do mais alto que riu alto. — Você não é velho. — Ela revirou os olhos.
— O que eu sou?
— Se eu aceitar que você é velho, eu também serei. Estou bem próxima dos trinta.
— Ah, então você não quer aceitar que sou velho porque não quer aceitar que você está velha? — Gargalhou.
— Pode parar, velha é a Tsunade-sama. — Sakura bufou.
— Se a Godaime escuta isso, você vai ficar desempregada. — O Hokage debochou.
— Isso seria um problema. — Sakura encostou a cabeça no peito do Hatake fechando os olhos e sentiu que aquele era o melhor lugar para estar, e se dependesse dela, seria seu refúgio pra sempre.
— Bom dia. — Ele a abraçou e soltou uma risada baixa. — Não quer sair da cama hoje? — O Hokage acariciou os fios rosáceos, e ela balançou a cabeça em negativo. — O que houve?
— Estou com medo… — disse abafado junto ao pescoço de Kakashi.
— Ei. — A puxou para encarar o rosto da kunoichi. — Ninguém pode nos dizer o que fazer, somos adultos, Sakura. Vamos enfrentar isso de frente, com força e acreditando no que temos, pois nós temos amor e decidimos lutar por ele. — Ela sorriu mais confiante e selou rapidamente os lábios nos dele.
— Você tem razão. — Ela o olhou com ternura.
Podia até parecer loucura para alguns o que eles estavam fazendo, mas esse era o mais bravo ato de coragem. Eles se amavam, escolheram um ao outro e ninguém arruinaria isso. Sakura o mirou mordendo o lábio enquanto os dois estavam em frente a porta de entrada do apartamento, ela estava puro nervosismo, e o Hatake não estava tão diferente assim. Contudo queria passar confiança para ela, um dos dois precisava ser o alicerce do outro quando um não estava bem e ele queria ser esse porto seguro para ela.
— Está pronta? — Kakashi perguntou mirando as orbes esmeraldas, ela apenas assentiu e então abriu a porta.
Muitas pessoas os olharam de forma surpresa, alguns de forma julgadora e tiveram outros com a audácia de olhá-los com cara de nojo. Kakashi apertou a mão dela em um afago mudo para dizer que estava tudo bem, pois podia sentir o leve tremor na mão que ele segurava. Ao chegarem na esquina viram Shikamaru encostado na cerca de madeira com as mãos no bolso, e a Ino abraçada a ele, a loira sorria para os dois de forma acolhedora.
— Vamos para o trabalho, Rokudaime-sama? — Shikamaru falou e Kakashi concordou curvando os olhos como sempre fazia ao sorrir.
— Bom dia, Saky! — A loira deu um abraço e então sussurrou: — Se alguém quiser comprar essa briga terá que passar por mim e pelo Shika também. — A rosada sorriu.
Foi ali que Sakura sentiu que tudo ficaria bem, ela tinha Kakashi ao seu lado e seus amigos também, nada poderia estragar aquele momento. A Haruno seguiu para o hospital, entrou em sua sala para colocar o jaleco e logo em seguida a porta foi aberta com agressividade, fazendo Sakura virar prontamente de olhos arregalados assustada.
— Por que não me contou que estava com o Kakashi?
— Eu… eu…
— Ah, deixa para lá. — Ela a interrompeu. — Não acredito que você conseguiu amolecer o coração daquele homem. — Tsunade abraçou sua pupila. — Parece que ele não vive só de arrependimentos. — A loira sorriu.
— Como você soube? — Sakura franziu o cenho.
— As notícias correm rápido. Não se importe com os xingamentos de mulheres invejosas por que você fisgou o solteirão mais cobiçado de Konoha. — A mais velha piscou para ela e foi saindo da sala rindo alto. — Te vejo na ala médica. — A porta foi fechada e tudo aconteceu tão rápido, que Sakura ainda piscava várias vezes tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
Os dias de trabalho passavam rapidamente, as fofocas iam diminuindo a cada semana e Kakashi e Sakura já conseguiam trabalhar tranquilamente sem ter olhares e cochichos sobre eles. No fim do dia, o Hatake só queria ir para casa, que na verdade nem era dele, mas que estava passando mais tempo nela do que em sua própria.
Entrou no apartamento da namorada e tudo estava escuro, caminhou pelo corredor e viu a porta do banheiro entreaberta com a luz acesa. Tirou a capa de Hokage e o colete os jogando na cama e abriu a porta devagar se escorando no batente, sorriu ladino para Sakura, que olhou para ele e curvou os lábios enquanto segurava o Icha icha em suas mãos.
— Até que é bom. — Ela balançou o livro em sua mão e Kakashi riu baixo. Tirou a camiseta, a calça e os sapatos. — O que está fazendo? O nível da água está… — Ele se jogou na banheira e a abraçou. — Kakashi! — Ralhou com ele vendo a água transbordar.
— Está tudo bem, depois eu limpo. — A beijou com vontade, agarrou a nuca da mais baixa e começou a distribuir beijos e mordidas pelo pescoço. — Agora… Eu só quero você.
— Estou percebendo aqui na minha perna. — Riu com indecência e agarrou os cabelos grisalhos. — Por Kami, Kakashi, não vai ser legal transar na banheira.
— Você tem razão. — Ele levantou e a pegou no colo fazendo com que saltasse água por todo o banheiro.
— Kakashi! — Os dois riram alto, pareciam dois adolescentes. Ele caminhou até o quarto e os dois caíram na cama. — Você molhou meu colchão… Onde vamos dormir agora?
— Nem precisamos dormir… — Ele mordeu o lábio dela e o sugou antes de soltar. — Mas se quiser, podemos comprar não só um colchão novo, como uma cama também.
— Está louco, Hatake? — A Haruno franziu o cenho e ele riu anasalado.
— Eu quero comprar muito mais do que isso, Sakura. — A rosada continuava perdida, sem entender uma só palavra. — Você quer morar comigo? — Sakura arregalou os olhos e entreabriu a boca surpresa.
— E você aceitou? — A Yamanaka gritou.
— Calada, você está grávida, não pode se estressar. — A Haruno riu do bico que a loira fez. — Claro que eu aceitei, porca.
— Por Kami, não estão nem casados.
— Em que século você vive, Yamanaka? — Sakura revirou os olhos. — Enfim, preciso ir para o trabalho. Cuide bem desses nenéns. — A Haruno sorriu largo e deixou a casa da amiga.
Por mais que não gostasse de admitir, a insegurança bateu quando ouviu as palavras da Ino, será que Kakashi não queria casar consigo? Será que ele não queria se comprometer assim tão a sério com ela?
Trabalhou o dia inteiro com esse pensamento na cabeça, tentava a todo custo afastá-lo de sua mente, contudo, não houve sucesso. Estava apreensiva, insegura. Será que ele a achava muito nova? Por Kami, sua mente estava lhe pregando peças, ela sabia disso, mas não conseguia deixar de pensar em várias besteiras.
Estava se preparando para sair do hospital, quando sua sala foi invadida por uma enfermeira a chamando:
— Sakura-sama! Ino Yamanaka deu entrada no hospital, está em trabalho de parto! — A Haruno se levantou depressa, colocando seu jaleco novamente ao mesmo tempo que marchava pelo corredor extenso do hospital.
À medida que Sakura se aproximava da sala de parto já podia ouvir os gritos da amiga, logo viu Shikamaru andando de um lado para o outro no corredor. Ela olhou para o amigo e falou:
— Vai ficar tudo bem, não se preocupa. — Ele assentiu e a Haruno entrou pelas portas duplas em direção a sala onde Ino estaria, assim que entrou viu a loira já em posição na maca e Tsunade arrumando a sala para o procedimento.
— Está com quantos centimentros? — A rosada perguntou enquanto uma enfermeira a vestia apropriadamente.
— Já está com 7, ela começou a ter dilatação em casa, só que a dor não era tão forte então achou que era normal, mas aí a bolsa estourou.
— Por Kami, Ino! — Foi ao lado da amiga e apertou sua mão. — Por pouco não teve esses bebês em casa.
— Não conseguiria sem você, Haruno. Me dê logo uma anestesia, não aguento mais, meus ossos parecem que estão quebrando. — A rosada riu contida e mirou uma enfermeira.
— Dê uma peridural a ela e vamos começar esse parto que eles estão loucos para vir ao mundo.
Tsunade então perguntou para a Haruno se ela queria fazer o parto e ela aceitou, claro, faria com todo o gosto o parto da melhor amiga. Com tudo pronto, o respira e empurra começou, a Yamanaka estava sentindo menos dor pela anestesia administrada e então conseguia ter mais força para empurrar seus bebês.
O primeiro saiu chorando muito, tinha cabelos marrons que nem o pai e era um menino, a enfermeira o pegou e colocou no braço da mãe, que sorriu com os olhos azuis cheios de lágrimas. Acariciou a bochechinha gordinha e pequena, beijando a testa de seu filho em seguida.
Não teve muito tempo para aproveitar o momento, Sakura a chamou e pediu que continuasse empurrando, esse com mais facilidade, deixou o útero da mãe em minutos, possuía cabelos loiros como a Yamanaka e era outro menino.
— Chamem o pai antes que ele entre em colapso! — A Senju delegou para uma das enfermeiras.
Shikamaru entrou na sala devagar e logo viu a loira com os dois bebês, enrolados nas mantas, em seus braços. Mordeu o lábio e logo sorriu, nem viu quando seus pés se moveram mais rápido até a Yamanaka, beijou a testa suada dela e em seguida a de seus filhos. Era nítida a sua curiosidade, já que escolheram não saber o sexo de seus filhos até o nascimento, o moreno estava ansioso para saber.
— Parabéns, são dois meninos. — Sakura falou sorrindo largo.
— Dois… — Shikamaru não conseguiu terminar a frase.
— Terá que fazer outro filho em mim, Nara. Eu quero uma menina também. — Ela brincou sorrindo para o marido.
— Só depois do resguardo! — A Haruno ralhou com eles, levando todos a rirem.
— Demorou, aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou preocupado, fechando o livro.
— Ino deu a luz. — Ela curvou os lábios, largou a bolsa e Kakashi ficou surpreso, sorrindo em seguida. — São dois meninos.
— Que maravilha! — Ele largou o livro na mesa de centro e desceu uma das pernas do sofá, um convite mudo para Sakura deitar entre suas pernas e foi o que ela fez. — Já decidiram os nomes? — perguntou enquanto afagava os fios rosas.
— Inojin e Shikadai.
— Achei criativo, o novo time Ino-shika-cho já está meio caminho andado eu diria. — O Rokudaime soltou uma risada.
— Acredito que sim, só falta a Karui dar a luz. — Sakura o acompanhou rindo e se aconchegou nos braços do prateado o apertando mais forte, como se ele fosse fugir de si.
— Está tudo bem?
— Sim, só estou cansada. — Mentiu, claramente ela não estava nada bem e Kakashi como o bom observador que era, tinha percebido, mas esperaria o tempo dela para que dissesse o que a perturbava.
Mais um dia normal na Vila da Folha, Sakura trabalhava incansavelmente, e caso a Godaime não conhecesse tão bem a sua pupila, ela teria achado normal o comportamento dela nos últimos dias. Tsunade então pediu que uma enfermeira a chamasse para ir até seu escritório assim que terminasse suas obrigações. Quando a Haruno se liberou das suas obrigações, bateu na porta da sala da Senju, que permitiu a entrada da mais nova.
— Pediu minha presença, Tsunade-sama? — Sakura perguntou.
— Sim, sente-se. — A loira apontou para a cadeira do outro lado da mesa, a rosada sentou e sem entender o que estava acontecendo, mordeu o lábio em nervosismo. — Não precisa ficar assim, Sakura. Te chamei aqui porque percebi que nos últimos dias você está trabalhando mais do que o normal. Está acontecendo alguma coisa?
— Não, não está acontecendo nada. Talvez eu esteja mais empolgada. — Sorriu forçado, tentando parecer convincente.
— Você realmente quer me enganar, menina? Já tive a sua idade. O Hatake fez alguma coisa? — Sakura arregalou os olhos, como ela podia ser tão certeira. — Como pensei. O que ele fez? Vou arrancar os olhos dele para nunca mais…
— Espere… — Ela a cortou. — Não é nada disso. Eu só… — respirou fundo. — A Ino disse uma coisa há umas duas semanas e eu fiquei com isso na cabeça.
— O que aquela loira desmiolada disse? — A Senju cruzou os braços e arqueou a sobrancelha.
— Contei que Kakashi me convidou para morarmos juntos e ela comentou algo sobre não estarmos casados. — Sakura acariciou as próprias mãos e olhou para baixo.
— E o que que tem? Vocês se amam, sim? — A rosada sacudiu a cabeça confirmando. — Então, o que impede?
— Fiquei pensando que talvez ele não queira algo sério… comigo.
Tsunade bufou.
— Como você pode pensar isso? — Ela perguntou indignada. — Está bem óbvio que Kakashi te ama e quer ficar com você, Sakura. Ele não te assumiria na frente de todos se não quisesse. Ele até enfrentou o conselho por você.
— Co-como? — Sakura a mirou surpresa e confusa ao mesmo tempo, quando tinha sido isso? E porquê?
— Ele não te contou? — A loira revirou os olhos. — Converse com ele, Sakura. Vocês têm um relacionamento, o diálogo é sempre o mais importante. Até mesmo contar sobre suas inseguranças. — Ela sorriu solícita. Sakura agradeceu e levantou se despedindo da Godaime.
A cabeça da Haruno estava rodando, porque ele não contou isso para ela? Tinha algum problema rondando a relação deles e ela nem mesmo sabia? Sakura arrumou suas coisas em sua sala e rumou para casa decidida, ela queria saber o que de fato aconteceu. Contudo, quando chegou em casa, Kakashi não estava lá, tudo que ela encontrou foi uma folha de papel sobre a mesa.
Sakura,
Eu sei, eu deveria ter falado com você pessoalmente, mas não houve tempo. É apenas uma missão diplomática em Suna, o Kazekage precisava de mim com urgência e eu não poderia negar ajuda a Vila que mais uniu forças com a nossa. Além disso, Gaara é um grande amigo. De qualquer forma, não queria preocupar você, pois eu percebi que estava meio distante nos últimos dias. Eu volto logo.
Com carinho, Hatake Kakashi.
Cartas; malditas cartas, ela pensou. Sentou no sofá com o papel ainda em mãos, ele percebeu que ela estava distante e não perguntou nada? Tudo estava muito confuso na cabeça de Sakura naquele momento, simplesmente a vida dela tinha virado uma tempestade e ela nem mesmo notou. Kakashi era o homem da sua vida, ela sabia disso, tinha tanta certeza que às vezes sentia raiva por não conseguir ficar chateada com ele, ela o amava demais para isso. Era bom mesmo que ele voltasse logo, ela queria saber tudo sobre ele falar com o conselho.
Após um tempo encarando o teto, com uma interrogação na cabeça, ela precisava de alguém para conversar, mas se viu sozinha, Ino estava ocupada cuidando dos gêmeos recém nascidos, Hinata estava prestes a dar a luz e Tenten não fazia outra coisa além de cuidar da sua preciosa loja de armas. Sakura respirou fundo e levantou do sofá, tomou um banho e colocou uma roupa apresentável. Seguiu caminho para o bar que sempre ia com a Ino, precisava de um tempo para si, sentou-se na cadeira em uma das mesas e pediu uma garrafa de saquê. O que ela não esperava era que um segundo copo fosse colocado na mesa, quando ela olhou para cima, deu de cara com os olhos cor de chocolate.
— Ten!
— Você parece acabada, Sakura. — A Mitsashi debochou e sentou-se.
— Ótimo jeito de me cumprimentar. — A Haruno fez um bico, serviu a bebida em seu copo e no da amiga que tinha sentado a sua frente. — Mas não é mentira, estou mentalmente acabada.
— O que aconteceu? — A morena franziu o cenho.
— Espera aí, o que você tá fazendo no bar sozinha?
— Neji foi acompanhar o Hokage em uma missão até Suna — deu de ombros —, mas me conte.
— 'Hm… A missão — suspirou. — Bom, passei dias pensando que Kakashi não queria nada sério comigo, mas Tsunade-sama me contou que ele enfrentou o conselho por mim. — Sakura virou o copo, seguida de Tenten, que serviu as duas novamente.
— Nossa, o conselho… — A morena falou de forma surpresa e assustada. — Mas, ele te assumiu na frente se todos, porque pensou isso?
— Eu com inseguranças idiotas... — Virou o líquido e serviu mais. — Eu poderia apenas acreditar nele.
— Saky, todo mundo tem inseguranças… Quando Neji se declarou para mim — a morena riu sem humor com a lembrança —, eu não acreditei. Disse a ele para parar de brincadeiras. Eu não acreditava que ele poderia me olhar como mulher.
— Tenten! Você é linda, como poderia pensar isso? — Sakura franziu o cenho.
— Não era essa a questão, Saky. Eu sempre o amei e achei que ele nunca corresponderia, achei que 'pra ele eu ia ser sempre apenas a colega de equipe. — A Mitsashi virou o copo e soltou um suspiro. — Acho que me acostumei com esse título e fiquei acreditando que era só o que eu teria.
— Vocês são incríveis juntos, Ten.
— Assim como você e o Rokudaime, Saky. — As duas sorriram uma para a outra e brindaram a elas, e aos homens que as amavam pelo que eram.
Eu nem sabia se deveria responder, mas descobri pela Tenten que a missão vai demorar alguns dias. Não fiquei chateada com você, somos ninjas, às vezes temos esses contratempos, mas o que me deixou encucada foi o motivo de não ter perguntado algo já que percebeu que eu estava distante.
Haruno Sakura.
Kakashi leu aquela carta e ficou sem entender, acreditava que estava dando espaço para ela, afinal, não queria ser invasivo. Apesar dele ser mais velho, era tão inexperiente quanto ela para relações, talvez até mais, já que ela teve algumas em sua vida. O Hatake sempre foi sozinho, então de acordo com o que pensava a respeito de como tinha que ser uma relação saudável, ele tentou agir de acordo. Não quis sufocar Sakura, nem muito menos fazer com que ela pensasse que ele estava a deixando de lado. Suspirou no quarto do hotel que o Kazekage disponibilizou para ele, pegou um pergaminho e olhou o pedaço de papel em branco, queria deixar claro qual foi sua intenção.
Sakura,
Eu apenas estava tentando lhe dar espaço, achava que quando estivesse pronta, você falaria comigo e diria o que tanto te incomodava. Me desculpe se a fiz pensar que eu negligenciei nossa relação, jamais faria isso. Eu não sei muito sobre relacionamentos, mas sei que a amo e sempre vou querer fazer o melhor por nós.
Hatake Kakashi.
Sakura sentiu seus olhos arderem, primeiro, porque ele disse que a amava, por mais que ela soubesse disso, passou alguns dias duvidando até do amor que construíram por causa de paranóias que sua cabeça inventava, parecia até que seu cérebro estava contra si. Segundo, por ela tomar como verdade que por Kakashi ser mais velho, saberia tudo sobre relações. Um grande erro da parte dela, por acaso tinha esquecido que ele perdeu seu pai ainda criança, perdeu seus colegas de equipe e até mesmo seu sensei e que tinha passado sua vida basicamente sozinho? Sentiu as lágrimas descerem, tentou pensar com clareza, ela tinha sido egoísta, deveria ter conversado honestamente com ele, Kakashi era seu namorado e ele a ouviria, ela sabia disso. Sentou na mesa da sala de jantar de seu apartamento e respirou fundo antes de começar a escrever tudo que estava em seu peito.
Kakashi,
Eu poderia esperar você voltar, mas sinto que estou prestes a sufocar aqui sozinha. Faz semanas que carrego isso em meus pensamentos, talvez seja besteira, porém uma amiga me disse que devemos conversar a respeito de nossas inseguranças também. Eu estava distante pelo simples fato de que minha cabeça jogou contra mim durante semanas, eu pensei que talvez você não quisesse nada sério comigo, mas aí a Shishou me disse que você enfrentou o conselho por mim. Por que não me contou? Eu fui um problema para você em algum momento? Me diga a verdade, Kakashi-sensei. É por isso? Por eu ser sua ex-aluna, não é? Me perdoe, não quero ser um empecilho para você, eu te amo, Kakashi e jamais faria nada para prejudicá-lo.
Com amor, Haruno Sakura.
Kakashi mal teve tempo de raciocinar aquelas palavras. Virou-se para Neji e falou simplista: — Vamos voltar para Konoha, agora!
— Hokage-sama, a reunião é daqui há meia hora.
O Rokudaime socou a mesa fazendo Neji se assustar com a mudança de temperamento após a carta que lia. Kakashi massageou as têmporas, ele sentia que aquela carta parecia um adeus e não, ele não poderia perdê-la, não agora que já tinha planejado tudo. Não poderia ir tudo por água abaixo por um mal entendido, isso acabaria com o Hatake, ele a amava como nunca amou ninguém e a perder estava fora de cogitação. O prateado fechou os olhos e tentou raciocinar com calma, colocou seus sentimentos de lado e trouxe a razão para imperar em si, assim que chegou em uma resolução, pediu para que uma mensagem urgente fosse enviada ao seu conselheiro.
Shikamaru arregalou os olhos assim que leu a carta do Hokage. Ino o mirou confusa, sem entender o porquê da expressão no rosto do marido. O Nara deu um beijo na Yamanaka e disse que voltaria logo. Saiu rapidamente pulando pelos telhados da Vila, até chegar próximo do apartamento de Sakura. Respirou aliviado quando a viu através das janelas e então desceu, para subir as escadas do prédio da rosada normalmente até o terceiro andar, bateu na porta, que logo foi aberta por ela.
— Está tudo bem, Shika? — A Haruno franziu o cenho.
— Sim, está. Ino quer te ver, ela está com saudade. — Inventou a primeira desculpa que lhe veio à cabeça. — Pediu para que viesse chamá-la.
— Essa loira ficou muito mole depois que virou mãe. — Sakura riu divertida. — Vou só trocar de roupa, entre.
A Haruno foi até seu quarto deixando Shikamaru na sala, que olhava atentamente a casa, Kakashi estava tão desesperado que tinha dito para ele que Sakura poderia estar deixando a Vila e queria que ele tivesse a certeza que não, pois resolveu encurtar sua viagem e em dois dias estaria de volta a Konoha. O Nara não viu nenhum sinal de bolsa, mala ou qualquer coisa que lembrasse uma possível viagem. A rosada chegou na sala e eles partiram em direção a casa dele. Ino ficou completamente perdida quando os viu cruzando a porta, mas Shikamaru olhou para ela e apontou para sua cabeça.
— Estava com saudades ‘hein, porca? — Sakura riu e sentou-se no sofá ao lado da amiga, que segurava Inojin no colo.
— Eu… — A Yamanaka rapidamente ligou a mente com o marido, escutando apenas uma frase: enrole e descubra se ela pretende deixar a vila. — Claro que estava, você não me visita mais.
— Me desculpe, estou atolada em trabalho no hospital. Parece que trabalhei um mês em uma semana. — Ela riu. — Como estão esses bebês lindos?
— Estão crescendo rápido. Inojin é o mais alerta, Shikadai puxou o pai, vive dormindo. — Ino revirou os olhos. — Já vi que ele vai ser igualzinho ao Shikamaru, não só fisicamente. — A loira riu, fazendo com que a Haruno a acompanhasse, mas não por muito tempo. — Você está bem?
— Está tão evidente assim? — Sakura suspirou. — Kakashi viajou em missão e… Bom, tivemos um erro de comunicação, acho que posso chamar assim.
— O quão grave foi?
— Está tudo bem, eu só… quero que ele volte logo para podermos conversar.
Era bem óbvio que Sakura não deixaria Konoha, ela o amava e só queria resolver todo o mal entendido. Às vezes até as coisas que podem doer é preciso que sejam ditas, pois não há nada pior em uma relação do que não ser honesto e sincero. Ambos sabiam disso agora. Sakura jantou com os Nara's e teve uma noite agradável ao lado deles, talvez fosse tudo que ela precisasse, uma noite entre amigos.
Kakashi sentou próximo a uma pedra grande e admirou a noite de lua cheia, respirou fundo pensando que ele poderia ter contado para ela sobre o conselho, ele deveria ter explicado que todo Hokage precisa informar quando entra em uma relação séria. Sakura não precisou ser interrogada pois era uma ninja de confiança da Vila, uma heroína da quarta grande guerra, do contrário, ela seria questionada quais eram suas intenções com o Rokudaime. O Hatake sabia disso, ele odiava o conselho, mas por ela, ele os enfrentaria mais quantas vezes fosse preciso.
No dia seguinte, continuaram a viagem e em poucas horas estavam na Vila da Folha. Kakashi estava nervoso, pediu para que um ANBU chamasse Shikamaru para ir até a torre naquele exato momento, e foi o que o Nara fez.
— Me diga que…
— Sim, Hokage-sama. Sakura está na Vila, ela nunca pensou em deixá-la. — O moreno interrompeu Kakashi, que respirou aliviado.
— Seguimos com os planos então, lembra o que eu te pedi?
— Lembro, mas você acha que vai estar pronto?
— Eu pedi para que agilizassem o processo e eu já estou com o que preciso em mãos. — O prateado levantou da cadeira e sorriu. — Entregue isso a ela do jeito que pedi.
— Hai, Hokage-sama.
Sakura estava estendendo as roupas, que ela tinha lavado mais cedo, na varanda. Pedia a Kami para Kakashi retornar logo, não aguentava mais não saber o que tinha acontecido. Quando bateu um lençol e o pendurou no pequeno varal de chão, uma águia pousou em seu guarda corpo, fazendo com que ela levasse um susto. Ela olhou e viu um pergaminho, curvou os lábios sem nem mesmo notar e tirou o pequeno papel da pata da ave, que saiu voando novamente.
Sakura,
Preciso que vá até essa localização (latitude: -67,89, longitude: -31,56) às 20 horas, é de extrema importância que não se atrase, uma missão importante lhe aguarda.
Hatake Kakashi.
Ela franziu o cenho sem entender nada, mas se era uma missão, ela precisava estar pronta e no local indicado. Foi arrumar sua bolsa de viagem, tomou um banho, fez uma refeição leve e então pegou um mapa para identificar o lugar. Arqueou a sobrancelha percebendo que era um lugar fora da vila, no entanto, era bem próximo. Enrolou o mapa, pegou a mochila e foi caminhando até o seu destino. Estava uma noite fria, a lua cheia ainda estava brilhante no céu, iluminando o caminho para que Sakura pudesse enxergar. Olhou o mapa novamente e viu que o lugar ficava a poucos metros à sua frente, foi então que viu uma casa, estava tudo escuro, menos a caixa do correio, que ficava quase no caminho de terra, onde tinha uma vela acesa.
A Haruno caminhou devagar e ao chegar na caixa do correio viu uma folha dobrada com o seu nome escrito. Pegou e desdobrou com cuidado, aproximou-se da chama para poder ler.
Sakura,
Tudo começou através de cartas, então eu pensei em fazer algo especial, pois você fez algo especial por mim. Depois de muitos anos, você me fez sentir que poderia ser alguém além do que eu costumo ser; indiferente. Eu sou assim por um motivo, perdi todos a quem amava e tinha medo de que se me deixasse levar pelo sentimento, as pessoas ao meu redor morreriam, e eu estaria fadado ao sofrimento. Contudo, você me lembrou o motivo de querer estar vivo e o motivo de o sentimento ser tão importante nas nossas vidas, principalmente o amor. Obrigada por isso, Sakura. Eu posso até ter sido seu sensei, mas você me ensinou a lição mais importante: não podemos deixar o medo nos paralisar.
Hatake Kakashi.
Sakura já sentia seu rosto ser molhado pelas lágrimas, nunca imaginou que Kakashi diria tudo aquilo, mas realmente ele não disse, ele escreveu. Olhou para frente quando viu uma luz ser acesa, dobrou a carta novamente guardando na mochila e começou a caminhar em direção a casa. Abriu a porta de correr devagar e foi dando pequenos passos, ela estava desconfiada, chegou na sala, onde tinha uma grande porta que estava aberta para o bosque, pequenas luzes enfeitavam a varanda com um deck de madeira e ela sorriu com a visão. Kakashi estava sem máscara esboçando o mais lindo dos sorrisos a espera dela e ele tinha uma carta em mãos, a rosada mordeu o lábio e foi até ele, que esticou a mão, em silêncio, oferecendo o papel.
Sakura,
Eu nem sei como dizer isso, mas eu estava esperando o melhor momento para te mostrar a nossa nova casa. Por favor, não fique chateada comigo, eu estava preparando uma surpresa, no entanto, tive que correr, adiantar algumas coisas, porque o meu medo quase me dominou outra vez; achei que te perderia com aquela carta que me enviou. Contudo, espero que me perdoe por ter demorado tanto, mas queria que tudo fosse perfeito, pois você merece o melhor que eu posso oferecer. Sakura Haruno…
— Quer casar comigo? — Kakashi estava ajoelhado na frente dela, com um anel que brilhava dentro de uma caixinha de veludo. Sakura cobriu a boca e as lágrimas deixavam seus olhos sem parar. Ela ajoelhou e abraçou o prateado, os braços fortes a acolheram com carinho e ele a beijou no topo da cabeça. — Você ainda não me respondeu, não me deixe nervoso.
— É claro… que… eu aceito — falou entre soluços, um beijo salgado, com gosto de lágrimas, foi dado. Encostaram suas testas e Kakashi colocou o anel no anelar direito de Sakura, dando um beijo em seu dedo.
— Eu amo você. — O prateado mirou os olhos esmeralda, acariciou o rosto da mais nova e a mirou com um sorriso no rosto. — Eu só falei com o conselho pois todo Hokage precisa falar quando entra em uma relação séria e você Sakura, sempre foi algo sério para mim. — Ela sorriu largo e o abraçou novamente.
— Tive tantas inseguranças, me desculpe, Kakashi.
— Eu também tive as minhas, Sakura, não peça desculpas por isso, mas vamos deixar essa questão 'pra lá por enquanto. — Desfilou o polegar pela bochecha dela e sorriu. — Agora temos algo mais importante para nos preocupar: uma casa para mobiliar.
— É sério que vamos morar aqui? — Ela o encarou com os olhos brilhando, mordendo o lábio inferior enquanto olhava em volta, ainda dentro do abraço aconchegante do Hatake.
— Sim, se você quiser, é claro.
— Você construiu ela apenas para nós? — Ela arregalou os olhos surpresa.
— Não, apenas algumas reformas. Essa é a antiga casa da família Hatake, acho que ela pode abrigar a nova geração dela, não acha?
— Definitivamente. — Sakura o beijou de forma apaixonada, foram caindo no chão abraçados e então Kakashi a mirou, tirou uma mecha de cabelos rosas do rosto da kunoichi admirando a beleza de sua, agora, noiva.
— Você é linda, Sakura. — Kakashi falou com um sorriso brincando em seus lábios.
Ela sorriu envergonhada e o puxou pela nuca para mais um beijo, ali seria o novo lugar deles, onde se amariam do amanhecer até o entardecer durante todos os dias de suas vidas.