Revisada por: Sagitário
Última Atualização: 9/1/25O diretor Black, junto da vice-diretora Weasley, havia sido excepcional na decoração. Junto dos diretores das quatros casas, eles acertaram em cheio naquele Natal, e nada poderia ser tão marcante quanto a data que ela amava.
Desta vez, decidira passar o Natal em Hogwarts, junto dos poucos colegas que também ficaram e dos professores. Só voltaria ali se fosse chamada como professora, o que era seu grande sonho.
Parou a alguns passos da entrada da sua sala comunal, proliferou as palavras e a grande cobra se movimentou em forma de arco, abrindo passagem para a aluna da Sonserina entrar.
A sala comunal estava mais linda do que ela imaginara. Agora, podia admirar com mais calma, sem nenhuma prova como prioridade. O verde da casa combinava perfeitamente com as cores dos enfeites, as luzes e a árvore de Natal centralizada na sala.
Sebastian, por sua vez, aguardava a amiga sentado em uma poltrona confortável. Com suas vestes despojadas e um casaco escuro e pesado, ele exalava uma aura calorosa. Aquele sorriso de lado ao vê-la sempre aparecia, um sorriso que era só dela, que ele deixava transparecer sempre que a via.
— Minha linda — disse ele, com um brilho nos olhos.
— Sebastian — respondeu ela, sentindo as bochechas ruborizarem. — Já falei que não precisa me chamar assim.
— É engraçado — ele levantou-se, aproximando-se. — Gostou das decorações?
— Uma mais linda que a outra! Você viu as batidas do relógio?
— Sim, eles enfeitiçaram para tocar música natalina.
Andaram para mudar de lugar no cômodo.
— Nunca achei que teriam tanta criatividade — comentou , enquanto se jogava no sofá, que ficava abaixo da janela com um dos vitrais mais bonitos da comunal.
— Nada superaria a minha criatividade — disse Sebastian, com um sorriso travesso.
— Eu duvido — respondeu, virando todo o corpo na direção dele. Cruzou as pernas em cima do sofá e apoiou as mãos nelas. — Sebastian Sallow e decoração de Natal na mesma frase não combinam.
Ela gesticulou tão empolgada que, por um breve momento, repousou a mão sobre a dele, que estava no encosto do sofá. O contato da mão quente de percorreu todo o corpo dele como uma onda de choque. Ele retirou a mão imediatamente, lembrando-se do seu único e maior receio: que os monitores vissem e se tornassem irritantes por causa de um mero contato.
— Foi mal, me empolguei — disse ela, com um sorriso envergonhado.
— Tudo bem, — ele respondeu, apoiando uma perna na outra e encostando-se no braço do sofá. — Só quero evitar as últimas confusões no nosso último ano.
— Ela realmente te estressou naquele dia — comentou , lembrando-se da situação.
— E como! Você escorregou na escada, e eu apenas te segurei. O que eu devia ter feito? Deixado você cair?
— Que bonitinho — disse com um tom fofo. — Você tem que esquecer isso.
Ela tirou o sobretudo e colocou entre eles.
— Já falei que esse seu lado mais protetor é muito fofo?
— Se eu dependesse de você para ser selecionado para alguma casa, eu teria sido colocado na Lufa-Lufa — ele respondeu, rindo.
Isso arrancou uma gargalhada de .
— Claro que não! — ela falou, recuperando o fôlego. — Por todo seu caráter, suas atitudes e seu pequeno ego, você se encaixa muito bem, e obrigada, na Sonserina.
Ela soltou uma risadinha nasal, e Sebastian não respondeu, apenas a olhou em silêncio.
Aquele pequeno silêncio entre eles, onde respirava aliviada após a crise de riso, foi interrompido pelo som da música de Natal que acabara de tocar. Nunca se viu uma aluna da Sonserina tão animada para o Natal como ; até mesmo Ominis ficava embasbacado com sua empolgação.
— — ele chamou.
— Hm? — ela respondeu, ainda sorrindo.
— Você disse que eu e Natal não combinamos na mesma frase — começou Sebastian, olhando para .
— Sim — ela respondeu, com um sorriso desafiador.
— Acho que você está enganada.
— Sua irmã me falou que você nunca se deu ao trabalho de ajudar na decoração de Natal — ela retrucou, entortando a boca.
Ele se lembrou de como, após o quinto ano, a chegada da senhorita Styles havia mudado a dinâmica. e Anne passaram a se corresponder frequentemente por cartas, além dos momentos que passavam juntas no vilarejo de Feldcroft.
— Isso — ele respirou fundo. — Me esqueço que, mesmo ela não voltando a Hogwarts, vocês ainda conversam. — Alternou o olhar, deixando-a por último, antes de fixar os olhos na lareira apagada. — A Anne, ela fala de mim? Ou pergunta?
— Sebastian — comprimiu os lábios, sentindo pena ao ouvir a pergunta. — Não, mas estou aguardando a carta dela de Natal. Quem sabe ela menciona algo.
— Faz dois anos. Ela não vai perguntar — ele respondeu, com um tom de desânimo.
— Sebastian...
Ele se levantou, decepcionado, e deixou falando sozinha. Caminhou pelas salas até chegar no início da escada, indo até o dormitório masculino do sétimo ano, onde permaneceu por um bom tempo.
Aquela semana era a última antes do Natal, e só podia imaginar qual presente ganharia de seus pais. Ela não conversou muito com Sebastian; Ominis foi o único que passou um bom tempo ao seu lado, sentados na sala principal da comunal.
Sebastian havia sumido, e ela só recebia dele um simples bom dia e boa noite. Estava cansada daquela atitude. Todo Natal era sempre a mesma coisa desde que ele se juntou a Styles, e aquela história toda com a aluna havia feito surgir um Sebastian mais fechado.
não reconhecia mais algumas atitudes do seu amor de infância, especialmente naquele dia, o dia que ela esperou o ano todo para chegar.
Da janela do seu dormitório, ela apreciava a neve caindo na pequena ilha que ficava no lago ao redor do castelo. Seria um dia normal, como qualquer outro que passou ali, mas também seria o último.
Colocou seu melhor suéter de Natal e saiu para tomar café da manhã no salão principal. Sentou-se ao lado de Gaunt, e conversaram sobre o tempo enquanto faziam a refeição. Depois, seguiu com uma rotina tranquila, passeando pelos corredores, fazendo bonecos de neve e visitando o vilarejo mais próximo, Hogsmeade. Por lá, visitou o seu amado estabelecimento, Três Vassouras.
— Não vai querer uma cerveja hoje, querida? — perguntou Sirona, com um sorriso.
— Hoje não, obrigada, Sirona.
— Tudo bem, quando quiser, é só pedir.
— Pode deixar — respondeu , sorrindo.
Na época do Natal, Sirona sempre servia chocolate quente para os estudantes, além de biscoitos de gengibre em formato de vassouras. sabia disso desde o segundo ano, quando os alunos começaram a frequentar o local.
— Sebastian não veio com você? — Sirona perguntou, enquanto colocava mais um copo de chocolate quente para ela. — É da casa.
— Gostei! — sorriu animada. — Sebastian está daquele jeito desde que a irmã dele foi embora. Logo ele volta a falar comigo.
— Ele ainda não percebeu? — perguntou Sirona, com um olhar curioso.
— Nem vai. Acho que, no fundo, ele gosta da Styles — respondeu, percebendo que não havia sido clara. — A garota nova que entrou no quinto ano.
— Ah, achei que você a chamasse pelo nome.
— Não — descansou o copo na mesa. — É bem raro, na verdade.
— E você pretende fazer o que?
— Nada. Vou seguir minha vida amando-o assim, sem que ele saiba — forçou um sorriso.
— Garota, eu cansei de tentar te ajudar. Vou terminar de servir os clientes.
— Vai lá. Obrigada, Sirona.
O assunto a deixou um pouco desanimada, e isso era perceptível pelo seu olhar cabisbaixo. Não era assim que ela havia planejado seu dia 24.
Depois de mais um tempinho ali, despediu-se de Sirona e começou a longa caminhada de volta a Hogwarts.
Era quase meia-noite e estava ansiosa para que o presente aparecesse. Como sempre, ela pretendia se deitar depois de terminar aquela página. Estava prestes a ler a última linha quando a coruja que Sebastian sempre usava piou na entrada da porta. Estranhou, pois ele normalmente já estaria dormindo a essa hora.
Fechou o livro e o colocou ao seu lado, caminhando até a porta. A coruja voou até a mesinha de cabeceira e ali ficou. pegou o bilhete preso à perna dela e abriu. Com uma decoração de Natal feita à mão, o papel continha uma pequena frase:
“, poderia vir até o pequeno estoque de poções da sala comunal?
S.Sallow.”
Virou a cabeça de lado, olhando para a carta com estranheza, mas decidiu aceitar o convite. Colocou seu casaco e saiu do dormitório, vestindo seu melhor pijama natalino.
Fechou a porta devagar, para não acordar nenhuma das colegas de quarto. Desceu as escadas, passando por uma simbólica estátua de Salazar, que estava adornada com enfeites de Natal na base. No último degrau, já podia ver a sala principal da comunal, linda e elegante por si só. A decoração minimalista de Natal trazia ainda mais charme ao ambiente, e as luzes a encantavam. A lareira ainda estava acesa, acompanhando o som suave da pequena queda d'água que ficava na escadaria principal.
procurou por Sebastian pelos arredores da sala comunal, sem se lembrar de um estoque de poções ali dentro. Até onde sabia, ele ficava em um dos corredores próximos à sala do professor Sharp.
Mais à frente, na outra sala, onde os alunos costumavam jogar xadrez de bruxo. Um canto, apenas um canto tinha umas das iluminações mais lindas que ela viu durante todos aqueles anos na comunal. Aproximou-se rapidamente nas pontas dos pés.
— Sebastian? — sussurrou. — É você que está aí?
Ao chegar mais perto, viu-o sentado na poltrona que ficava ali. Como ela nunca havia percebido aquele cantinho aconchegante?
— Oi, .
— Oi. Aconteceu alguma coisa?
— Você me disse que eu não saberia fazer uma decoração de Natal.
— E você fez desse cantinho a decoração mais bonita de toda a comunal! — seus olhos brilhavam como nunca. — Está tudo tão perfeito, Sebastian.
— Não precisa agradecer. — Ele sorriu, vitorioso. — Eu sabia que superaria até do o diretor Black.
— Convencido.
— Comprei esse presente para você. É simples, mas… — entregou a pequena caixa. — Espero que seja útil.
Era um pequeno jogo de frascos de poções do último lançamento, lindo e preto perolado, que ela havia namorado por inúmeras vezes ao passar pela loja do J. Pippin.
— Como você sabia?
— São sete anos ao seu lado. — Ele se levantou, aproximando-se dela. Agora, sob a luz, ela pôde ver como ele estava mais bonito: os cabelos levemente molhados, a camisa social com os dois primeiros botões abertos, e ainda estava com a calça social. — Se eu não percebesse alguns de seus sinais, eu seria uma péssima escolha sua.
— Alguns?
— Sim, alguns. Aquele dia em que você estava no Três Vassouras conversando com a Sirona, eu sem querer ouvi tudo. Estava no segundo andar naquele dia.
Os olhos de se arregalaram, espantada ao saber que seu pequeno segredo havia sido revelado para ele daquela maneira.
— Me pergunto como fui burro todo esse tempo, por não perceber seus olhares, suas proteções, seus sinais. Eu me sinto devastado por ter deixado tudo passar.
— Mas eu escondi. Não era necessário você saber.
— Suponho que você escondeu por um motivo importante. — Percebeu o olhar dela mudar, pairando uma triste única. — Foi depois que ela apareceu não?
— Sua pequena intuição é tão boa.
— . — Ele se aproximou mais, deixando suas respirações se misturarem. — Ah, , se você soubesse… — ele afastou uma mecha de cabelo dela para trás e segurou seu rosto. — O quanto esperei para dizer que eu te amo.
Em poucos segundos, sem deixar que ela tivesse uma reação completa aos sentimentos dele, Sebastian a beijou, colocando todo aquele amor guardado por sete anos em um só gesto. Devagar, relutando em se afastar, ele interrompeu o beijo e repousou sua testa contra a dela.
— Não irei pedir desculpas — Sallow disse, acariciando a bochecha de .
— E eu faço questão de que esse pedido nunca aconteça.
Ele apenas sorriu para ela.
— Deixa eu mostrar uma coisa — disse, afastando-se para mexer no bolso do casaco. — Pela manhã de ontem chegou uma coisinha. — Entregou a carta. — Abra e leia.
Ela obedeceu. Ao abrir o papel, revelou a letra mais familiar para Sebastian. Anne havia escrito uma pequena carta para seu irmão, deixando claro que, depois de anos longe, estava mais em paz com seu coração e com as atitudes dele. O perdão e a paz eram as duas coisas que ele tanto desejava há dois anos.
— Como se sente? — questionou ao perceber que ele tinha terminado a leitura.
— Nunca me senti tão bem como hoje. Vamos sentar ali. — Ele apontou para as duas poltronas que ficavam debaixo da janela. — Talvez eu tenha perdido tempo demais ficando longe de você da forma que sempre imaginei. — Virou-se para ela. — Você não queria se aproximar de outro amor, então eu recuei com meus sentimentos e deixei você viver, amando-a apenas de longe. Mas, se você permitir, talvez eu possa tentar compensar nos próximos anos.
— Não perdemos tempo, não é? — ela sorriu, com os olhos brilhando em um misto de alegria e esperança. — Acredito que tudo isso foi proposital. Estávamos apenas nos conhecendo. E, bem, você terá que me aguentar por muitos Natais assim.
— Claro, claro! — Sebastian riu, sentindo o coração aquecer. Aqueles brilhos no olhar dela só a tornavam mais encantadora. — Considero isso como um sim?
Ela assentiu, um sorriso tímido nos lábios.
— Então, você terá que me suportar por longos anos ao seu lado — brincou, mas havia uma sinceridade em suas palavras que tocou o coração dela.
Independentemente do que o futuro reservasse, Sallow estava determinado a criar milhares de decorações de Natal apenas para ela, sempre ao lado de quem o amou verdadeiramente, mesmo diante de todos os desafios.
O casal celebrou o Natal com as deliciosas comidas que ele trouxe, rindo e conversando sob as luzes da decoração. O clima natalino envolvia-os como um abraço caloroso, e sabia que aquele era apenas o começo de muitos Natais juntos.